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QUE MÃE/PAI SOU?

CARINHO
SA

CONTROLAD DEIXA
ORA

NERVOS

GRUPO TERAPÊUTICO – OFICINA DAS MULHERES – 2010


Coordenação: Guisela Schmidt – CRP-08/02586
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Depois que você apontou onde se situa mais, como mãe/pai em relação aos seus filhos.
Entenda um pouco mais sobre os estilos de paternidade.

Mais
AMOR

SUPERPROTE PERMISSIVA

Mais Menos
LIMITE LIMITE

AUTORITÁ NEGLIGEN

Menos
AMOR

CONTROLADORA + CARINHOSA = SUPERPROTETORA

As superprotetoras não sabem o que fazer com os próprios sentimentos e emoções,


menos ainda com as dos filhos. Vivem tentando esconder problemas e não permitem que
as crianças ganhem experiência. Seus filhos geralmente são frágeis, confusos, não sabem
lidar com críticas e têm baixa capacidade de socialização. A criança cresce insegura e
dependente, sem opinião própria.
Acham que tudo que o filho faz é maravilhoso; ele é a melhor criança do mundo. Os
errados são os outros, a escola, o mundo.

CARINHOSA + DEIXA TUDO = PERMISSIVA

 CARACTERÍSTICAS:
• Não colocam limites no comportamento dos filhos. Tendem a deixá-los fazer o que
querem, não por falta de interesse, mas para que o filho fique contente.
• Geralmente, permitem que tomem demasiadas decisões e escolhas sozinhas, sem
sua guia e supervisão.
• Muito amantes e respeitosos das necessidades emocionais do filho. Escutam, se
interessam e dão atenção ao filho.
• Pedem ao filho que mudem seu comportamento ou acreditam que mudará quando
for maior.
• Abdicam do poder e, em geral, não colocam regras, limites ou estrutura.
• Acreditam que não têm direitos.
• Concordam com tudo o que os filhos fazem.
• Sentem-se desencorajados, confusos, sem controle sobre as próprias vidas.

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 POSSÍVEIS EFEITOS SOBRE O FILHO:


• O filho percebe que está no comando e aprende a manipular seus pais.
• Cresce com um sentimento interior de insegurança por falta de limites.
• Pode ter baixa auto-estima por não ter aprendido a controlar-se.
• Tem dificuldades de distinguir entre o certo e o errado, e tende a manipular as
regras.
• Tem problemas com os limites (ao mesmo tempo em que anseiam por eles).
• Tem pouca autodisciplina e responsabilidade.
• Pensam que tem o direito de fazer exatamente o que desejam (com pouca
consciência de responsabilidade social).
• Sem confiança na (o) mãe/pai.

Algumas mães/pais tem por filosofia que a criança pode tudo e que deve aproveitar ao
máximo a infância, porque depois vai enfrentar as dificuldades da vida e não poderá mais
ser satisfeita em todos os seus desejos. São os pais permissivos, que deixam tudo, que
não controlam nem contrariam, deseducando os filhos e não dando a eles um preparo
adequado para a vida.
Não se deve imaginar que filhos de pais permissivos sejam felizes, porque não são.
Podendo tudo, sem limites ou regras de contenção, percebem que são uma exceção e
logo imaginam que isto acontece porque a mãe/ pai não se importam muito com aquilo que
fazem ou com eles mesmos. Filhos de pais permissivos tem grande chance de terem
problemas de socialização, porque habituados a poder tudo, ou quase tudo, são
contrariados quando se socializam, porque os amiguinhos e a escola não permitem tanto
quanto os pais.
Os filhos podem tornar-se prepotentes, e os pais ao longo do tempo se tornam impotentes.
Gerando muitos conflitos na relação. As necessidades dos filhos estão em primeiro plano.
Há uma imposição do que os filhos desejam sem se importarem com as necessidades do
pai e da mãe. Eles tem que se submeter forçosamente à tirania dos próprios filhos.
Também há um desequilíbrio do poder.
Há insuficiência de limites e falhas na tentativa de encontrar soluções que satisfaçam as
necessidades de ambas as partes. A (o) mãe/pai anula as próprias vontades de modo a
evitar conflitos com os filhos, produzindo mais conflitos.
A principal causa é o comodismo da (o) mãe/pai que não quer ter o trabalho de
acompanhar o desenvolvimento dos filhos.
Outra causa frequente é o sentimento de culpa. A (o) mãe/pai se sente em débito
permanente com os filhos, com o dever de compensá-los ou “indenizá-los” fazendo--lhes
todas as vontades.

DEIXA TUDO + NERVOSA = NEGLIGENTE

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 CARACTERÍSTICAS
• Tendem a serem frias, distantes, despreocupadas e a não comprometer-se.
• Mantém relações por reação e não por princípios.
• Não corrigem seus filhos até ver-se obrigadas e irritadas.
• Inconsistente e imprevisível para disciplinar.
• Dura e abusiva quando está fora de controle.
• Reina no lar a atmosfera de NÃO ME AMOLE!
• Não toma tempo para escutar e animar os filhos.
• Não se interessam pelos filhos ou pelo que eles fazem.
• Negligenciam os filhos.
• Ausentam-se física ou emocionalmente na relação com os filhos.

 POSSÍVEIS EFEITOS SOBRE OS FILHOS


• Promessas velhas ou descuidadas provocam uma baixa auto-estima.
• O abandono e a dureza produzem rebelião.
• Poucos resultados por falta de motivação.
• Insegurança.
• Apoiam-se em seus amigos e companheiros, ou grupos anti-sociais.
• Sentem-se confusos e desencorajados, sem poder e desamparados,
negligenciados.
• Podem ter tido que assumir muita responsabilidade cedo demais – criança
delegada.
• Podem deparar-se com a pouco saudável inversão de papéis ao ter de tomar conta
da (o) mãe/pai, porque eles não tomam conta deles – criança delegada.
• Com frequência tem que cuidar de si mesmas antes de estar prontas para isso –
criança delegada.
• Inseguros, desamados, com baixa autoestima.
• Quando a autoridade dos pais não é exercida, a criança abusa, mas no fundo, sente
que está abandonada à sua própria sorte, que é negligenciada.

NERVOSA + CONTROLADORA = AUTORITÁRIA

 CARACTERÍSTICAS
• Preocupadas por submissão e obediência extremas.
• Inflexível. A obediência é mais importante que as relações.
• Insensível. Requer obediência sem considerar opiniões, sentimentos ou
necessidade dos filhos.
• Dominadora, severa, controle parecido com o militar.
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• Fracassa no ensino de como escolher e tomar decisões.


• Não é sensível às tendências e traços de caráter dos filhos.

 POSSÍVEIS EFEITOS SOBRE OS FILHOS


• A rigidez deforma o espírito e se manifesta por uma atitude retraída ou aberta
rebelião.
• Ao independer-se desafiam aos pais ou rechaçam seus valores e sua religião.
• Baixa auto-estima e pouca habilidade para ajustar-se à autoridade ou uma
conformidade excessiva.
• Na adolescência tem a tendência de buscar amigos rebeldes.
• Sentem-se temerosos e culpados, mas não sabem o que fazer com seus
sentimentos, pois estes são ignorados ou negados pela (o) mãe/pai.
• Impotentes ou desamparados; submissos e dependentes, ou hostis e agressivos.
• Rejeitam a si próprios.
• Solitários, com baixa autoestima.
• Sem importância; tentam adivinhar o como agradar a/o mãe/pai e evitar a punição.
• Querem que lhes digam o que fazer.
• Não têm um senso de autocontrole e de responsabilidade por suas próprias vidas.
• Podem não confiar nos próprios sentimentos, porque lhes disseram que eles são
"errados".
• Não têm criatividade;
• São apáticos e tímidos (aceitando a impotência), ou desafiadores e rebeldes
(lutando pelo poder).
• Poderão se retrair, afastando-se ou fugindo.

Há uma diferença entre ter autoridade e ser autoritário:


Autoridade – Natural conquistada, simpática, não grita, pede, dá explicações, impõe-se
pelo respeito assim como respeita o outro, comunica, dialoga.
Autoritária – Mandona, antipática, grita, ordena, comanda, não admite ser questionado,
não explica o porquê das coisas, diz: “é assim porque eu quero”, impõe-se pelo medo, é
desrespeitosa, só informa – não tem diálogo, monologa. Assume o controle total ou a
responsabilidade por todas as decisões e regras; Dirige a vida dos filhos em todas as
fases; Acredita que o seu jeito é o único certo; Retêm informações; Não tem contato com
seus sentimentos (ou bloqueia); Ignora, ou diminui os sentimentos e as opiniões do filho.
Por exemplo: "Você é sensível demais“; Usa pressões e punições para forçar que
concordem com ela; Fere os filhos verbal e/ou fisicamente; Sente-se superior; É
desconfiada;–Sente-se sobrecarregada com a responsabilidade assumida.

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A criança precisa ter alguém com autoridade sobre ela. Mas a pessoa autoritária não é
bem recebida pela criança, principalmente porque o autoritário raramente tem senso de
medida e capacidade de ser justo ou oportuno.
O manejo autoritário caracteriza-se por um excesso de limites, ordens, ameaças,
proibições e castigos.
As necessidades da mãe/pai/pai estão em primeiro plano. Pode gerar muitos conflitos na
relação. Há uma imposição do que a mãe/pai deseja, se importando pouco ou nada com
as necessidades dos filhos. Eles têm que se submeter forçosamente. Uma relação tipo
dominador/dominado. Há um desequilíbrio do poder. A mãe/pai impõe decisões, soluções
e vontades de modo arbitrário, enquanto as necessidades e os desejos dos filhos
permanecem insatisfeitos.
Há o medo de “perder as rédeas” com os filhos, levando à necessidade de impor respeito,
não ceder, dominar e tentar moldá-lo.
A autonomia e a individualidade dos filhos assustam, por isso sente a necessidade de
controlá-los e subjugá-los para que saibam “quem manda na casa”.
Muitos mãe/pai acreditam que, se forem flexíveis, carinhosos e afetuosos, os filhos não
lhes terão respeito. Confundem afetividade com “moleza” e carranca com firmeza. Acham
que a boa educação exige o uso de punições e castigos aplicados com rigor e severidade.
Ser carinhoso e conseguir filhos disciplinados são coisas consideradas como
absolutamente incompatíveis para o autoritarismo.
Fazer concessões, modificar-se, voltar atrás, reformular significa ser inconsistente, fraco e
passível de ser explorado e dominado.

Melhor:
AMOR + AUTORIDADE = DEMOCRÁTICA

 CARACTERÍSTICAS
• Tem regras claramente definidas, limites e princípios claros.
• Consistente e flexível. Disposto a escutar as razões antes de tomar decisões.
• Manifesta amor e compreensão, expressando-o com afeto físico.
• Preocupa-se com as necessidades dos filhos. Dedica-lhes tempo.
• Ensina os filhos a tomar decisões e a escolher.
• É amigo dos filhos. Produz uma atmosfera carinhosa no lar.

 POSSÍVEIS EFEITOS SOBRE OS FILHOS


• A relação cálida e carinhosa com limites tende a construir a autoestima.
• Alto nível de autosatisfação, pois sabem controlar-se.
• Saber e entender os limites da estabilidade emocional.
• Desenvolve a habilidade de tomar decisões independentes e positivas.
• Tem boa comunicação e mínima rebeldia.

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Uma mãe democrática (definido por alguns como "estilo libertador", por outros como "estilo
de autoridade com coração" ou "educação com amor" e ainda por outros, como "estilo
estimulador positivo" ou "estilo envolvido"). Utiliza da sua autoridade, sem haver rigidez.
Uma mudança sutil, mas muito importante para educar o filho com equilíbrio e assim, este
tipo de mãe/pai procura ter autoridade firme e clara sobre o filho/a, uma autoridade
conquistada e construída no dia-a-dia, com um estilo de convivência onde existe respeito
recíproco aos direitos e deveres de cada um, diálogo, companheirismo, sensibilidade,
solidariedade, tudo isso sintetizado em "relações afetivas mais profundas e positivas" entre
a mãe/pai e o filho/a. Há atitudes firmes de autoridade, mas com um coração enorme. Com
esse tipo de convivência e orientação positiva sobre os limites, regras e o que é permitido
ou não, certamente haverá melhores condições de desenvolvimento da cidadania do filho/a
com obtenção de melhores resultados, e se a maioria dos pais agirem assim poderá existir
uma melhor sociedade humana, com seres humanos com características mais saudáveis e
equilibradas.
A mãe adepto desse estilo democrático colocou "o afeto como motor da ação" e tem
consciência que ao dar estímulos positivos ao filho, demonstrando afeto, estará levando-o
a acreditar em si próprio, desenvolvendo uma auto-estima positiva com melhores
condições de acerto, estimulando-se assim um agir responsável, mais equilibrado, com
independência e autonomia. Por isso, este tipo de mãe/pai, não só diz ao filho/a que ele é
capaz, mas que ele está cada dia melhor, levando-o a sentir-se autoconfiante, dando-lhe
sempre desafios e oportunidades para o êxito em suas atividades. Por que é importante
uma mãe/pai agir como esse estilo democrático, estimulando positivamente o filho/a.
Com alguma regularidade constata-se que o caráter e a saúde mental de uma criança
dependem em grande escala das suas relações com o pai e a mãe nos primeiros anos. (...)
Tendo conhecido a tolerância num ambiente de afeto, aprende mais prontamente a aceitar-
se a si mesma, a suportar os modos de ser do mundo e a enfrentar os conflitos da vida de
uma forma madura".

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