Você está na página 1de 89

Universidade Federal de Pelotas

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel


Departamento de Zootecnia

Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária

Cássio Cassal Brauner


Médico Veterinário
Mestre e Doutor em Zootecnia
Professor Adjunto
Coordenação do NUPEEC
cassiocb@gmail.com
NUPEEC

2
MULTIDISCIPLINAR

Veterinários
Farmacêuticos
Zootecnistas

Biólogos NUPEEC Biotecnólogos

Bioquímicos

3
Nosso time...

4
Composição do Núcleo

• Pesquisadores: • Pós-doutorandos = 03
– 8 Professores da UFPel
• Doutorandos = 07
• 3 Clínica Veterinária
• 3 Nutrição e Reprodução • Mestrandos = 14
• 1 Bioquímica
• Graduandos = 34
• 1 Gestão Ambiental
– 2 Pesquisadores da EMBRAPA
• Nutrição
• Reprodução
Total = 63 coloboradores
Metabolismo Metabolismo
do Cálcio do Fósforo

Inovação
Farmacêutica
Veterinária
Nutrição de
Endocrinologia
Ruminantes
Polimorfismo
Nutrifisiogenômica
Útero Ovário Reprodução METABOLISMO Nutrição Eficiência
Eficiência Ambiental
Reprodutiva
Saúde e
Doenças
Metabólicas

Neonatologia Sist. Locomotor


Em nosso site...

Cursos
Em nosso site...
Cássio Cassal Brauner
Andressa Stein Maffi
Mityelle Chaves Rodrigues
Pontos Abordados

• Fisiologia das interações entre nutrição e


reprodução
• Desafios no leite e no corte
• Alternativas disponíveis
NUTRIÇÃO MANEJO

GENÉTICA

CLIMA GESTÃO
Hess et al. (2005)
Fatores metabólicos
essencias em todos
estágios

Efeitos longo
prazo
Hess et al. (2005)
BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO
(BEN)

↑Insulina ↑ GH ↑ IGF-I
↓ Insulina ↑ GH ↓ IGF-I
↓Glucagon ↑ Glicose
↑ Glucagon ↓ Glicose
↓ AGL ou NEFA
↑ AGL ou NEFA
↑ Aminoácidos ↑ Minerais
↓ Aminoácidos ↓ Minerais

Anabolismo Catabolismo

Homeostase

Schmitt, 2010
Mobilização de gordura

BEN

INGESTA < DEMANDA BAIXOS NÍVEIS DE GLICOSE

BAIXA CONCENTRAÇÃO DE INSULINA

ESTÍMULO DA LIPASE HORMÔNIO SENSÍVEL

MOBILIZAÇÃO DE GORDURA
Balanço energético negativo
Espaço físico cavidade
abdominal

Resistência a insulina
Tecidos periférico

Adaptações endócrinas
Homeoréticas e Homeostáticas

Lipólise
Saciedade

Ingestão de matéria seca

demanda nutrientes
(adaptado de: Ingvartsen, 2006)
Níveis plasmáticos de glicose e insulina no periparto de vacas leiteiras

Glicose mg/dL

25
Hipoinsulinemia pós-parto
Insulina µIU/ml

20

15

10

5
-22 -20 -18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22

(Schmitt et al., 2008 )


Dias
Mobilização de gordura
Hipoglicemia
Necessidades
diária TAG
CK

Glicerol
AGL ↓Oxaloacetato
Acetil COA
ou
Gliconeogênese Acetoacetato
NEFA
Acetona
β-Hidroxibuitirato
Corpos
Glicose Cetônicos
Descarboxilação

Isopropanol

Cetose
Urina

Acidose
Metabólica Cetonúria
BEN e REPRODUÇÃO

↓ Glicose e insulina
↑ GH - Lipólise – diminui a responsividade dos tecidos a Insulina
↓ Condição corporal
↓ Receptores de GH no fígado
↓ IGF-I
↓ Responsividade ao LH
↓ Crescimento do folículo dominante
Reduzida expressão de cio
Redução Baixo Estradiol Baixa qualidade ovocitária
GnRH e LH Falhas de ovulação

Baixa P4

Infertilidade
Perdas embrionárias
Reduzida
imunidade
Ambiente
uterino
BEN

Reduzida
IMS

Butler (2001); Santos et al. (2004);


Sheldon et al. (2008)
Problemas
Quando?...Período estão:
fisiológico
Período Fisiológico das vacas
das vacas

Tempo
ideal para
prenhez
Período de
Pré-parto Pós-parto
Transição

- 36 -3 0 3 6 12 40

Semanas

23
Anestro pós-parto em vacas de corte

Anestro

* *
1o
FD

Progesterona

Ciclo curto

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75

Dias Relativos ao parto


Parto Primeiro cio
Vínculo Materno-filial:
Sensação olfatória e visual do terneiro

Peptídeos
Opióides
Endógenos

Hipotálamo Hipófise
GnRH LH
Ovário
Nett, 1987.
Categorias e suas exigências nutricionais
Mantença
Lactação
Reprodução
Multípara

Mantença
Crescimento
Lactação
Reprodução
Primípara

Mantença
Reprodução

Solteira
POP Reprodução

Terneiras

Nutrição Sanidade
Novilhas
ECC Vacinas
reprodutivas
Nutrição Sanidade
Peso Vermifugações
Reprodução

IA Ovulatórias
ECC
Ginecológico Pré Parto
IATF Anovulatórias Nutrição/água

Retenção Pós-parto VACAS


Placenta recente
Ginecológico
PG2α
PG2α
Metrite
30 dias pós-parto

Endometrite ATB Intra


Saudáveis Problemas
Uterino
41 dias
Cisto
Protocolo
IATF Luteínico Folicular

PG2α GnRh
DESAFIOS NO LEITE E NO CORTE
Produção de leite e eficiência reprodutiva
em bovinos leiteiros

Produção de leite (kg/Ano)


100 12000
90
80 10000
70 8000
Gestação (%)

60
50 6000
40
30 4000
20 2000
10
0 0
1951 1975 1985 1996 2001 2007 2012

Taxa prenhes
Taxa de Prenhez Produção de Leite
Cortesia: R. W. Butler (2012)
A MÁQUINA METABÓLICA
Reprodução Sanidade Genética

Nutrição

Manejo de Metabolismo Manejo


Ordenha Geral

Ambiente
Leite

30
Desafios…
Duração do estro(h)

Produção de Leite (kg/d)


IMS
Intensidade do BEN nas primeiras 3-4 Período
Seco
semanas de pós-parto está altamente
correlacionada com o intervalo para a primeira
ovulação

 A severidade e intensidade do BEN está


primariamente relacionada ao CMS e a
velocidade
0 1 2
de 3 incremento
4 5 6
deste
7
no8
início
9 10
da11 12
lactação
IPC (80) Butler
Período Gestacional (2001)
(285 dias)
Inv. Ut.
Reduzida expressão de cio
Redução Baixo Estradiol Baixa qualidade ovocitária
GnRH e LH Falhas de ovulação

Baixa P4

Infertilidade
Perdas embrionárias
Reduzida
imunidade
Ambiente
uterino
BEN

Reduzida
IMS

Butler (2001); Santos et al. (2004);


Sheldon et al. (2008)
Amônia
Uréia

Uréia plasmática
Uréia no leite

Proteína

Sub-ótimas
condições
para embrião

P4 pH uterino
Tx. de concepção de acordo com o manejo reprodutivo
proposto (DG 30)
IATF geral Cio IATF IATF sem cio
70,0%

60,0%
53,3%

50,0% 47,3%

40,7% 41,6%
36,7% 37,8%
40,0% 36,1% 35,6% 34,9% 34,9% 36,0% 34,4%
33,1%
29,9% 28,8% 30,3%
30,0% 25,3%
21,6% 20,7%
20,0% 15,8%

10,0%

0,0%
out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13
CONCEPÇÃO POR LOTES

Lote 1 Lote 2 Lote 3 Lote 4 Lote 5


90,00%

80,00%

70,00%

60,00%

50,00%

40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13
jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13
Lote 1 18,47% 13,18% 28,17% 24,49% 35,19% 46,53% 48,35% 15,66% 26,25% 33,04% 25,23% 17,07% 24,36% 25,32% 33,62% 30,43%
Lote 2 42,10% 11,54% 40,63% 21,43% 37,04% 53,33% 25,00% 35,00% 50,00% 17,65% 36,36% 30,00% 25,00% 33,33% 62,50% 26,67%
Lote 3 28,26% 26,53% 13,76% 31,36% 43,59% 54,65% 43,40% 33,33% 29,63% 37,50% 28,89% 34,62% 34,15% 37,84% 50,98% 40,32%
Lote 4 17,74% 35,29% 24,21% 22,02% 36,71% 39,76% 38,67% 36,36% 34,00% 28,00% 26,00% 18,52% 29,41% 36,73% 38,18% 29,49%
Lote 5 50,00% 62,50% 80,00% 33,33% 50,00%
Metas para reprodução em um rebanho de cria

1. > 90% das vacas desmamando 1 terneiro por


ano
2. Cada vaca produzir 1 terneiro a cada 365 dias

Época de Período Para uma vaca produzir Época de Período


Parição Acasalamento um terneiro a cada 365 Parição Acasalamento
d, existe um período de
~83 d para a concepção
após o parto

Vacas gestantes

Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr
Nosso grande desafio…
Data do parto e % de vacas que falham

Falha na concepção (%)

40 36,5
35
29,5
30 26,1
25
17,9
20
12,9
15
9,4
10 6,9

5
0
1 a 20 21 a 40 41 a 60 61 a 80 81 a 100 101 a 120 121 a 140

Lake (2010)
Metabolismo
Adaptações para lactação

Adaptações Pré- parto Pós -parto Aumento

Fluxo sanguíneo hepático 1140 l/h 2099 l/h + 84%

Ingestão de Matéria Seca 9.8 kg/d 14.1 kg/d + 44 %

Utilização de oxigênio hepático 1619 mmol/h 3159 mmol/h + 95 %

Atividade metabólica diária por


4.4 mmol O2/g 8.6 mmol O2/g X2
grama de fígado

Liberação de glicose hepática 1356 g/d 2760 g/d X2

Grandes mudanças em um curto espaço de tempo

Intensas adaptações metabólicas para manter adequadamente a lactação


ALTERNATIVAS DISPONÍVEIS
Gestão estratégica

Minimizar o
BEN!
Mas como???
Para minimizar BEN:
• Dietas equilibradas pré e pós-parto
• Evitar sobre-alimentação no período seco
• Monitorar condição corporal
• Monitorar relação gordura:proteína no leite
• Evitar estresse por lotação em sistemas confinados
• Uso de metafiláticos e estratégias nutricionais
• Nutrientes específicos fornecidos na dieta
• Evitar estresses de manejo e ambientais
• Conforto para as vacas
• Etc...
Plano nutricional e de manejo

Manejo da Vaca seca

Adaptação antes do parto

Dieta aniônica (hipocalcemia)

Pós-parto

PropilenoGlicol
Alimentos energéticos
Suplementação com gordura
bST
Monensina
Gordura protegida
Minerais orgânicos
Vitaminas
Bicarbonato de sódio
Alavancadores Aminoácidos
Metabólicos Dieta Aniônica
Etc...etc
Quem quiser produzir leite: primeiro
tem de aprender a produzir COMIDA
Onde começa tudo…

Não se gerencia aquilo que não se mede


Onde começa tudo…

Controle do rebanho
Onde começa tudo…

Controle da CC
CONDICIONAMENTO EXCESSIVO AO PARTO
Low BCS High BCS Low BCS High BCS

4,5 25,00

Problema
4,0 20,00
Body Condition Score

DMI, kg/day
3,5 15,00

3,0 10,00

2,5 Ideal 5,00

2,0 0,00
-21 -14 -7 0 7 14 21 -3 -2 -1 1 2 3 4

Low BCS High BCS

1000

800
NEFA, uEq/mL

600

400

200

0
-20 -17 -14 -11 -8 -5 -2 -1 0 1 2 3 6 9 12 15 18 21 24
Schneider et al., 2010
CONDICIONAMENTO EXCESSIVO AO PARTO

Low BCS High BCS Low BCS High BCS


9 15
8
10
Liver Tryglicerides, %

Energy balance, Mcal/day


6 5
5
0
4 -3 -2 -1 1 2 3 4
3 -5

2 -10
1
-15
0
8 21 -20

Low BCS High BCS


50
Milk production, kg/day

45

40

35

30

25
1 2 3 4 5
Schneider et al., 2010
Controle ECC

1000 Low BCS High BCS

800

600
NEFA, uEq/mL

400

200

0
-20 -17 -14 -11 -8 -5 -2 -1 0 1 2 3 6 9 12 15 18 21 24

Schneider et al., 2010


Tx. de concepção de acordo com o manejo reprodutivo proposto (DG 60)
Observado IATF Média
60,0%

50,0%
42,8%
38,3% 38,4% 39,4%
40,0%
34,6%
31,6% 32,0% 32,9% 32,7% 31,6%
28,9% 29,4% 29,0%
30,0% 26,0% 24,7% 26,4% 27,1%
24,1% 23,0%
21,1% 22,4%
20,0%
14,8%

10,0%

0,0%
jun/11 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13

DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO 60 dias


nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 2011 2012 2013
Observad
o 30,3% 25,0% 19,9% 17,4% 26,5% 26,4% 37,6% 38,9% 36,8% 26,9% 32,7% 32,4% 27,2% 26,9% 33,7% 32,1% 41,5% 29,8% 29,1% 33,7%
IATF 27,6% 16,5% 26,5% 10,5% 19,0% 26,4% 23,2% 49,5% 43,6% 32,2% 32,5% 36,6% 27,0% 20,7% 23,7% 31,1% 36,6% 23,6% 29,0% 31,1%
Média 28,9% 21,1% 22,4% 14,8% 24,1% 26,4% 32,9% 42,8% 38,4% 29,4% 32,7% 34,6% 27,1% 23,0% 29,0% 31,6% 39,4% 27,5% 29,0% 31,6%

NUPEEC – Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária 61


Uso de metafiláticos
DIMINUIÇÃO DO NEFA CIRCULANTE

Butaphosphan (Fósforo)
Cianocobalamina (Vit. B12)

Pereira et al., 2009


Schneider et al., 2009
Mais Ingesta
=
Mais leite e menos doença

Putnam et al., 1999


Insulina e NEFA
IGF-I pré-parto

Figura – Taxa de ovulação (0 a 7 semanas) e taxa de prenhez (até 150 DEL) em


vacas Holandesas primíparas tratadas com somatotropina no período pré-
parto.

Schneider et al., 2010


Adaptar a vaca a usar o NEFA como fonte de energia

Goulart et al., 2008


Nutrientes específicos fornecidos na dieta
Nutrientes específicos fornecidos na dieta

Demarco et al., 2014


Nutrientes específicos fornecidos na dieta

Demarco et al., 2014


Nutrientes específicos fornecidos na dieta

Demarco et al., 2014


Nutrientes específicos fornecidos na dieta

Freitas et al., 2014


Nutrientes específicos fornecidos na dieta

60

50

40

30 Celmanax
Control
20

10

0
Pregnancy rate, % Heat detecion, %

Figure 10. Overall pregnancy rate and heat detection during a Heatsynch
protocol in cows supplemented with CELMANAX® and Control groups
Freitas et al., 2014
INSULINA … CHAVE PARA A PRODUÇÃO DE ESTRADIOL
INSULINA … CHAVE PARA A PRODUÇÃO DE ESTRADIOL

Schneider et al., 2010


Categorias e suas exigências nutricionais

Mantença
Lactação
Reprodução
Multípara

Mantença
Crescimento
Lactação
Reprodução
Primípara

Mantença
Reprodução

Solteira
Anestro pós-parto em vacas de corte

Anestro

* *
1o
FD

Progesterona

Ciclo curto

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75

Dias Relativos ao parto


Parto Primeiro cio
Vacas em anestro no início da sincronização nos
EUA
60

?
50
Variação 17-67%
40
% Anestro

30 Variação 8-69%
2212 vacas 851 vacas
20 12 locais 6 locais
69 dpp 56 dpp
10

0
Beef Cows Beef Cows

Lucy et al., 2001; Larson et al., 2006


Efeito da condição corporal sobre a percentagem de
vacas manifestando cio

100

80
%
60
Manifestação de
40 cio

20

0
CC 2 CC 3 CC 4
Condição corporal
Jaume et al., 2000
ANESTRO ?
Princípios para incrementar a fertilidade
de vacas de corte

Condição Nutricional

Intervenção na mamada

Protocolos hormonais
Diferimento de Campo
Fenos
Sequestro de Vacas
Pastagens
Suplementação estratégica
Intervenção da mamada

Vaz (2011)

Desmame precoce
OBRIGADO

CONTATO: cassiocb@gmail.com
www.ufpel.edu/nupeec

Você também pode gostar