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Disponibilização: Flor de Lótus

Tradução: Edi Dapper


Revisão Inicial: Edi Dapper
Revisão Final: Nita Oliver
Leitura Final: Flor de Lótus
Formatação: Flor de Lótus
Castle Of Kings

Jake F*dido Castle


Quando ele entra na sala, ele é o dono. Ele consome a minha própria
respiração e derrete minha calcinha delicada. Desde o momento em
que pôs os olhos em mim, ele decidiu que eu era dele. Ninguém, nem
mesmo meu irmão Nix, ia dizer-lhe o contrário. Não importa que Nix é
presidente do Kings MC Club. Jake quer o que quer, e ele vai ter, seja
qual for o custo.
Jake pode ser um idiota arrogante, mas não se pode negar o domínio
que ele tem sobre mim. Sua necessidade de me fazer dele e apenas
dele, é feroz, uma armadilha que não consigo escapar. E verdade seja
dita, eu não quero.
Mas quando minha vida é ameaçada, Jake Castle é o único homem em
quem meu irmão confia para me proteger. Ele sabe que Jake vai fazer
de tudo para me manter segura.
Qualquer coisa.
Capítulo Um

Liz

Quando me aproximei da velha casa de madeira do Kings MC, era


como se os últimos quatro anos não tivessem mudado nada. Harleys
estavam alinhadas na rua ao lado devido o estacionamento estar
lotado. O som da música e vozes iam bem além das paredes, enviando
uma sensação de nostalgia através de mim.
Olhei para o meu irmão, Nix, e absorvi sua aparência. Quatro anos
tinham lhe dado algumas rugas extras ao redor dos olhos verdes
vibrantes, mas ele está ainda mais bonito e em forma do que da última
vez que o vi. Enquanto eu estava na escola de enfermagem, ele
manteve a loja de motos e o bar, ajudando a pagar o meu curso. Se não
fosse por ele, eu não conseguiria voltar para casa com a minha
licenciatura em enfermagem.
Estar completamente fora de contato com os atuais membros do
clube deixou meu estômago lutando contra um lento redemoinho de
borboletas nervosas. Meus pés começaram a desacelerar no meu
caminho até os degraus.
—Por que diabos eu concordei em vir aqui?
Nix descansou a mão no meu ombro e me conduziu em direção à
entrada, um sorriso dividindo seus lábios.
—Vai ser divertido. — Ele me assegurou.
—Você sabe que eu não frequento suas festas.
—Confie em mim, você vai ter um bom tempo. Meus irmãos
ficarão no seu melhor comportamento com você aqui. Além disso, há
um par deles que eu gostaria de lhe apresentar. Eu posso ver você se
dando bem com eles.
—Devo estar desesperada para concordar com isso.
—Liz, você sempre achou que meus irmãos são desajustados
selvagens. — Nix riu. —Bem, eles são, mas isso não é tudo o que somos.
Há muito mais para o clube e para os homens que pertencem a ele.
—Quer dizer cervejas, motos e mulheres? — Eu ri, virando-me
para enfrentá-lo.
O rosto de Nix se torceu em uma carranca. —Que tal os passeios e
os eventos de caridade?
Soltei um suspiro em auto resignação. —É justo. E qual é o evento
de hoje à noite?
—Um leilão de caridade e é noite de luta.
—Noite de luta?
—Sim, você verá mais tarde. O pessoal vai colocar lances e quem
ganhar escolhe o que quiser. A maioria leva dinheiro, alguns escolhem
algo da loja para as suas motos, alguns têm pedidos especiais. O que
eles quiserem. Essa é a regra.
—Isto deve ser interessante.
Quando chegamos às portas, uma cacofonia de vozes, tilintar de
copos e botas embaralhando no chão misturava-se com a música alta
bombando em segundo plano. Nix abriu as portas e colocou a mão nas
minhas costas, guiando-me no meio da multidão. Rostos familiares,
usando os habituais coletes pretos ou jaquetas com o crânio de prata e
coroa, pararam suas conversas e acenaram para nós.
Nix parou na primeira mesa e começou sua noite de anfitrião.
Sendo naturalmente social e um homem que tanto era temido quanto
era reverenciado, ele se encaixava perfeitamente neste papel. Quando
nosso tio Dallas, que tinha praticamente nos criado, faleceu, ele deixou
o bar e a loja de motos para Nix. Nix não poderia ter ficado mais feliz
em assumir. Nix era uma imagem cuspida de Dallas em todos os
sentidos, tanto na aparência quanto na personalidade. A discussão
sobre se Nix era ou não filho de Dallas tinha surgido em conversas
algumas vezes, entre os membros do clube, mas tal boato nunca foi
provado. Nossa mãe nos levou embora quando éramos crianças, e não
o vimos desde então. Nosso pai morreu de câncer um par de anos mais
tarde, deixando ao seu irmão, Dallas, a responsabilidade de criar dois
pré-adolescentes rebeldes. Para surpresa de todos, nos tornamos seres
humanos bem comportados, na maioria das vezes.
—Você está linda hoje. — Minha tia May sussurrou no meu
ouvido. Encontrando o olhar dela, peguei o longo comprimento do seu
cabelo e percebi as novas faixas cinzas acentuando os seus olhos
âmbar. Ela torceu um dos meus cachos longos, soltos, escuros, ao redor
do seu dedo e jogou-o no meu ombro. —Nix vai ter que manter um
olho protetor em você. Todo homem aqui vai querer sua atenção.
—Bem, tia May. — estalei minha lingua. —Você sabe que minha
atenção é difícil de conseguir.
—Essa é a minha garota. Faça esses homens trabalharem por esse
rabo. — Com uma rápida batida, sua mão encontrou a minha bunda.
—Você é demais. — Eu balanço a cabeça, sorrindo para minha tia
espirituosa. Aponto para o bar, chamando a atenção de Nix. —Eu vou
buscar uma bebida.
Ele assentiu e continuou com sua conversa. Tia May caminhou
comigo até o bar de madeira, o emblema do Kings orgulhosamente
montado na parede atrás dele. Descansei no banquinho e sorri para o
barman de longa data, Jeff.
—Dois shots de blackberry bird dog1 e uma cerveja.
—Seja bem-vinda de volta, Liz. — Ele colocou as bebidas no balcão
e deslizou-as em nossa direção. —É bom te ver. Já faz um tempo.
—Obrigada, Jeff. É bom ver todo mundo.
Tia May tocou minha perna e levantou seu copo de shot,
esperando por mim para levantar o meu. Levantei e bati no dela antes
de inclinar o copo para os meus lábios.

1
Whiskey com sabor de amoras negras.
—Sentimos sua falta por aqui. — Jeff colocou os cotovelos no
balcão e inclinou-se para frente. —É bom ter seu rosto brilhante de
volta.
—Ela era esperta demais para ficar por aqui. — Tia May
empurrou o copo vazio em direção a Jeff. —Ela saiu e conseguiu um
diploma. Estou orgulhosa de você, boneca.
—Obrigada, May. Eu gostei da escola de enfermagem, mas estou
feliz por estar em casa. Não é o mesmo em qualquer outro lugar.
—É claro que não. — Jeff pegou o copo vazio e desapareceu
debaixo do balcão. —Aqui é onde está a sua família. Esta é a sua casa.
Levantando a cerveja do balcão, rodei meu banco e olhei para a
multidão de membros do clube e aqueles que os acompanhavam.
—Sim, é.
Eu cresci nesse ambiente. Um lugar onde todo mundo olha para o
outro e trata um ao outro como família, mesmo que você não seja
sangue. Eu conhecia quase todo mundo na sala, exceto alguns novos
membros que se juntaram enquanto estive fora. Essas pessoas eram
minha família, e era bom estar em casa.
Em frente ao bar, um homem entrou vestindo uma jaqueta preta
de couro com os patches familiares do clube e um boné desgastado.
Não vi seu rosto, mas eu notei o jeito que os outros reagiram a ele.
Várias mulheres ajustaram seus decotes antes de segui-lo como
cachorrinhos apaixonados. Um grupo de rapazes ao lado da mesa de
bilhar acenou com a cabeça e se moveu em sua direção, ignorando as
mulheres como se elas não existissem. Elas fizeram beicinho com seus
lábios vermelhos rubi e voltaram às suas mesas.
Apontando minha cerveja em sua direção, perguntei para tia May
quem ele era. Ela olhou através da multidão para o homem que eu
estava assistindo. Ele tirou sua jaqueta, eu não conseguia parar de
assistir o show. As luzes sobre a mesa de bilhar destacaram camadas
sobre camadas de duros músculos cobertos com tinta preta dos pulsos
aos ombros. Seu peito estava esticado para fora da regata preta que ele
usava enfiada em seu jeans escuro rasgado e cinto cravejado.
—É o Jake Castle. Ele se juntou ao Kings logo depois que você saiu.
—E qual é a história dele?
—Ele é da Geórgia, mas de alguma forma acabou aqui em
Nashville. Ele rapidamente se tornou amigo de Nix e Trevor. Ele se
tornou um membro muito rápido depois disso.
—Huh. — Dei uma olhada para Nix que ainda estava fazendo a
ronda. —Eu deveria levar uma cerveja para Nix. Ele não consegue se
afastar dos seus fãs. — Eu me virei para Jeff. —Posso pegar outra? —
Eu perguntei, acenando-lhe a minha cerveja.
Com um tapinha na minha perna, tia May voltou minha atenção
para ela.
—Nix fez bem enquanto você estava fora. O clube tem se
beneficiado de sua liderança. A loja e o bar estão indo bem, e ele
mesmo construiu uma relação com a lei local. Os Kings ajudam a
manter um olho nas coisas, você sabe, em lugares que eles não podem.
—E quanto a outra equipe? O Wild Royals ainda está por aí?
—Infelizmente, sim. Eles abriram um bar do outro lado da cidade.
Estiveram competindo. A palavra é que eles estão traficando drogas e
usando o bar como fachada.
—Claro que eles estão. Não esperaria nada menos deles. Correção,
sim, eu faria.
Jeff trouxe a outra cerveja e eu deixei tia May para levá-la para
Nix. Ele deu-me um profundo obrigado e envolveu seu braço ao meu
redor.
—Liz, eu quero que conheça Dillon. — Nix apontou com a cabeça
para um cara bonito com um bagunçado cabelo loiro, olhos azuis e uma
grande tatuagem tribal vermelha e preta em espiral em torno do seu
braço direito.
—Nix disse que você acabou de voltar da faculdade de
enfermagem. Parabéns.
—Sim, obrigada. É bom estar em casa.
—Vai ficar para sempre?
—Sim, me inscrevi em alguns aplicativos nos hospitais locais.
Espero que algo apareça.
—Eu vou para o leilão. Eu falo com você mais tarde, Liz.
Deixando-me com Dillon, tornou claro que ele era um dos caras
que Nix esperava que eu pegasse. Dillon era atraente, com uma voz
profunda e um sensual sotaque australiano.
—Quer outra antes que fique louco aqui? — Dillon apontou para a
minha cerveja quase vazia.
—Claro, obrigada. — Eu andei com Dillon para o bar e peguei o
mesmo banquinho de antes enquanto Dillon pegava mais um par de
cervejas.
—Nix disse que você gosta de montar.
—Sim, eu gosto.
—Quer ir comigo algum dia?
—Eu poderia. — levantei minha cabeça e sorri.
Dillon riu. —Nix me avisou que não seria fácil conquistá-la.
—Talvez você possa me persuadir com um jantar e um passeio. —
eu sorri atrás da minha nova garrafa de cerveja.
—Estou definitivamente disposto a isso. O que você gosta de
comer?
—Italiano.
—Eu conheço um lugar. Que tal amanhã às sete?
—Você não perde tempo, australiano?
—Não em um lugar como este, não com você. — Dillon piscou
para mim e deu um sorriso insolente. —E não quando uma mulher é
tão atraente quanto você. Vão ter caras fazendo fila para convidá-la.
—Até agora você está na frente desta linha inexistente.
O sorriso de Dillon virou uma carranca. Segui seus olhos e virei
meu banco para ver o que ele estava olhando. O homem com o boné e
camiseta preta estava ao meu lado pedindo uma cerveja. Ele olhou para
mim e piscou o olho, em seguida mostrou um sorriso branco perolado
com covinhas embaixo de olhos castanhos escuros sobre um rosto que
derretia a calcinha de qualquer mulher. Eu não conseguia tirar meus
olhos deste homem, tatuado, imponente, que estava me deixando
molhada só de olhar para ele.
—Você é a irmã do Nix? — Ele pegou sua cerveja e inclinou-se
contra o balcão.
—Sim, Liz.
—Ele não me disse que você era uma gata.
—Bem, ele não me disse nada sobre você. Deve ter se esquecido.
Jake soltou uma risada e eu assisti seus lábios cheios e beijáveis
puxarem para trás em um sorriso. Até mesmo sua risada era atraente.
—Você vai ficar por aqui um tempo?
—Provavelmente toda a noite.
—Bom. Eu vou pegar você mais tarde, pêssego.
—Pêssego? — Eu disse para as costas de Jake enquanto ele se
afastava. Ele olhou por cima do ombro e piscou para mim, me dando
aquele sorriso ridiculamente encantador que despertou um desejo
sexual e deu um puxão entre as minhas coxas.
Dillon tocou meu braço e olhei para ele, me sentindo
envergonhada por ter esquecido de sua existência.
—Então, amanhã às sete está bom?
—Ah, sim. Sim, sete é bom. Você pode me pegar aqui.
Eu sorri quando vi Nix se aproximando do bar. Ele pôs o braço em
volta de mim e me puxou para longe de Dillon.
—Eu vou trazê-la de volta. Eu só preciso de um momento.
Nix guiou-me para o canto mais distante da sala, longe dos
ouvidos e da música.
—O que está acontecendo? — Eu perguntei, encontrando seu
olhar sério.
—Vejo que você conheceu Jake.
—Sim. Ele é um dos outros que você pensou que eu pegaria?
—Não. — Nix disse friamente. —Ele é um dos que eu quero que
você fique longe. Jake é um idiota e um mulherengo. Não a quero em
qualquer lugar perto dele. Qualquer um, menos ele.
Ouvi-lo dizer isso com tanta paixão, trouxe decepção ao meu peito.
—Tudo bem. Eu vou ficar longe dele. Dillon me convidou pra sair
amanhã à noite. Tudo bem?
Nix correu sua mão pelos cabelos longos e pretos e soltou um
suspiro de alívio.
—Sim, Dillon é um cara legal, mas ainda assim, não deixe ele
tentar levá-la para casa.
—Certo, chefe. Quando o leilão vai começar?
—Agora. Vamos conseguir um lugar.
CApÍTULO DOIS
LIZ

Uma hora mais tarde com todos bêbados e carregando diferentes


objetos para suas mesas, eu estava fazendo o meu melhor para não
notar o olho vigilante de Jake me perseguindo por toda a sala. Quando
ele começou a caminhar na minha direção, eu virei minha cadeira em
direção ao bar, dando minhas costas para ele.
Braços sólidos e maciços se envolveram em cada lado de mim, me
prendendo entre eles. Os lábios dele roçaram minha orelha quando ele
sussurrou só para eu ouvir.
—Você parece solitária, pêssego. Eu posso remediar isso.
Eu virei minha cadeira para enfrentá-lo, mas continuei bloqueada
em seus braços e apenas a alguns centímetros do seu lindo rosto.
—Ah sim, como é isso?
—Venha para casa comigo hoje à noite.
Esse cara definitivamente tinha sedução sobre ele. Mesmo com a
atração imediata pelo seu corpo "sexy" como o inferno e seu delicioso
perfume agredindo meus sentidos, eu não facilitaria as coisas para ele.
—Deixe-me adivinhar. Você está acostumado às mulheres
soltando suas calcinhas ao seu pedido?
Seus lábios puxaram para trás em um sorriso diabólico.
Pressionando o joelho contra o meu, ele abriu minhas pernas e se
moveu entre elas.
—Eu gostaria de ver você soltar a sua.
O cheiro de uísque e cerveja permaneceu no ar quando ele lambeu
os lábios e esperou pela minha resposta. O brilho nos olhos dele me
disse que ele estava esperando que eu dissesse sim. Ele estava
acostumado a conseguir o que queria. Inclinando para frente, raspei
meus lábios em sua orelha. Sua mão foi para a minha coxa, já tendo
certeza de que era meu dono.
—Você vai ter que fazer melhor do que isso, playboy. —
Colocando minha mão na sua cintura, eu pisei fora do banquinho e o
movi para trás. Surpresa varreu sobre seu rosto, mas um homem como
este não desiste facilmente.
Sua mão segurou a minha enquanto eu me movia por ele. Com a
minha mão na dele, ele abruptamente virou meu corpo para encará-lo.
Com sua mão livre, ele me segurou no lugar, trancada contra o seu
corpo. Ele se inclinou para baixo, escovando seu rosto contra minha
bochecha.
—Quando você mudar de ideia, vou gostar de assistir esses lábios
perfeitos me implorarem para fodê-la.
—Você deve encontrar um novo brinquedo para brincar. Eu não
faço encontros de uma noite com "playboys" arrogantes. — Sua
arrogância era demais para apenas um homem. Coloquei minha mão
sobre seu peito e me repreendi por desfrutar da maneira como ele se
sentia embaixo dela.
Enquanto eu esperava por uma nova linha derramar de sua boca,
ele ajustou a mão e esfregou minhas costas com o polegar.
—Eu gosto de você, pêssego. Eu quero conhecê-la. E não posso
fazer isso aqui.
—Por que esse apelido? — Minhas sobrancelhas comprimiram
para dentro.
Sua mão levantou meu queixo, trazendo-me mais perto dos seus
lábios. Meu corpo vibrou, sentindo-se carente do seu toque. Eu sabia
que o beijo deste homem seria fenomenal, mas eu tinha que controlar
meus desejos. Nix tinha me avisado que ele era mulherengo, e até
agora, ele tinha provado ser exatamente isso.
—Porque parece que você seria extremamente doce na minha
boca.
Encarei seus olhos atrevidos, castanhos, olhando para mim, me
puxando mais profundamente na sua teia e, droga, se ele não sabia que
me tinha em sua mira. Seus lábios se abriram em um sorriso.
—Acho que você gostaria disso, não é, pêssego?
Eu ajustei minha posição enquanto ficava ainda mais molhada sob
seu olhar penetrante. O movimento em torno de nós me puxou da
nossa tensão aquecida. Eu olhei de relance na direção de Nix e seus
olhos escuros e verdes se estreitaram sobre nós.
Jake inclinou-se no meu ouvido enquanto seu polegar mergulhava
no meu jeans e me dava um puxão, me puxando contra o nó firme em
seu jeans.
—Vamos continuar isto mais tarde.
Ele se afastou de mim, me deixando ali com a respiração pesada e
um desejo sexual indesejado e dolorido entre as minhas pernas. Pisei
no bar e pedi outro shot. O líquido suave e quente tinha acabado de
descer quando Nix se aproximou. Ele enfiou a mão no meu braço e deu
um aperto.
—O que ele disse para você?
Eu olhei para sua mão. Sua aderência era extraordinariamente
apertada. Tirei a mão dele e ele olhou para baixo, seu rosto se
avermelhou percebendo que ele tinha deixado uma marca.
—Me desculpe. Eu não queria.
—Eu sei que não. O que deu em você?
—Nada, não se preocupe. A luta vai começar em breve. Fique
perto de mim, ok?
Os membros do clube estavam movendo as mesas para fora do
caminho, limpando a área no centro. Alguns caras estavam se
despindo, removendo suas camisetas, coletes ou jaquetas. As apostas
foram feitas e dinheiro foi trocado de mãos. Eu peguei a visão de Jake
movendo-se através da multidão em direção a Nix. Segurando várias
notas, ele estendeu a mão.
Nix olhou para o dinheiro. —Para quem é isso?
—Para mim. — Jake respondeu friamente.
—Você nunca luta. O que mudou? — Nix olhou para ele,
estreitando os olhos.
Jake olhou para mim e depois para Nix, inexpressivo.
—Esta noite eu tenho um motivo.
Nix arrebatou o dinheiro da mão de Jake e se inclinou em direção
a ele, dizendo algo privado, então não pude ouvir. Assim que Nix
terminou o que ele tinha a dizer, Jake foi embora com um sorriso
arrogante em seu rosto. O temperamento de Nix estava ao ponto
explodir. A veia em sua testa estava pulsando e sua mandíbula estava
trancada. Toquei seu braço e seus olhos frios amaciaram quando ele
olhou para mim.
—O que foi aquilo?
—Não se preocupe. — Nix pôs o braço em torno das minhas
costas. —Só negócios do clube. Está pronta para isso?
—Quão sangrento vai ser?
—Ah, vamos lá. Você é enfermeira, você deve estar acostumada a
ver sangue.
—Sim, de acidentes, não de pessoas intencionalmente batendo no
rosto umas das outras.
—É bom para a moral do clube e nós somos homens, nós
apreciamos esta merda. — Um barulho profundo de riso escapou do
peito de Nix.
Dois homens já estavam se movendo para o centro. Eu reconheci
um deles como Wesley, um dos membros mais velhos que correu com
meu tio de Dallas. Um homem mais jovem, alto, careca, com tinta
cobrindo suas costas e viajando pelo pescoço , levantou os punhos em
frente a Wesley. Um dos membros do clube na linha lateral levantou
seu telefone celular e uma campainha disparou.
O cara mais jovem, com a tatuagem no pescoço, atirou-se
instantaneamente, mas Wesley levantou seu braço e bloqueou o punho
voltado para o rosto dele. Wesley se abaixou e bateu com o punho nas
costelas do cara mais jovem. Ele cedeu, segurando seu lado e
imediatamente colocou espaço entre ele e Wesley. Wesley entrou para
outro tiro, mas o cara mais novo torceu e virou seu corpo. O braço de
Wesley balançou no ar e o rapaz levou a vantagem colocando um
gancho de esquerda no queixo de Wesley. Os olhos de Wesley
escureceram. O homem levou o golpe como um campeão. Sem dúvida
ele tinha recebido alguns em seus anos. Com mais dois balanços
Wesley tinha o homem mais jovem curvado, cuspindo sangue. A
campainha soou e o dinheiro trocou de mãos. Wesley tinha ganhado
aquele round.
Esta exibição de testosterona abastecida de punho continuou por
mais uma rodada antes que fosse a vez de Jake. Ele tirou sua regata
preta e revelou um intrincado quebra-cabeça de tatuagens cobrindo os
ombros, costelas e a parte inferior das costas. Nix me cutucou e eu
chequei para ter certeza de que eu não estava babando. O homem que
estava enfrentando Jake era Lucas, um membro de longa data do clube
e quase tão grande quanto Jake. Eles olharam um para o outro
cuidadosamente e em seguida, Jake ergueu seus braços duros no ar.
O alarme disparou, Lucas deu um passo e balançou. Jake inclinou
seu corpo de volta e se esquivou do punho de Lucas. Jake mudou-se a
seus pés, atraindo Lucas em um círculo, parecendo estudar a
linguagem corporal de Lucas. Irritação encheu os olhos de Lucas e ele
balançou, colocando o peso em seu soco. Jake bloqueou e bateu seu
próprio punho no rosto de Lucas. Lucas tropeçou para trás e alguns
membros do clube o pegaram, em seguida jogaram-no de volta para o
ringue improvisado.
Lucas voltou para Jake e o acertou no queixo. Jake sacudiu e
pousou a mão no peito de Lucas. Lucas tropeçou de volta, o vento
claramente o nocauteando. Jake fez uma pausa, mostrando retenção,
deixando seu oponente se juntar. Momentos depois Lucas veio para ele
novamente e Jake agarrou seu braço, trancando-o no lugar. Ele
rapidamente virou seu corpo e passou por cima do ombro de Lucas.
Lucas caiu no chão e não se preocupou em levantar. A campainha
tocou, Jake se abaixou e deu a mão à Lucas. Lucas ergueu-se dando
respirações curtas.
Meus instintos de enfermagem chutaram e eu fui em direção a
Lucas. Nix agarrou meu pulso e me parou.
—Deixe-o sair do ringue e ir para o lado primeiro. Ele não precisa
que todos vejam você cuidar dele. Vai envergonhá-lo.
Concordei, sabendo que Nix estava certo. Esses caras não gostam
de mostrar fraqueza, mesmo quando estavam feridos. Eu andei para
fora da multidão, para onde Lucas estava sentado. Alguém lhe entregou
um shot e ele engoliu.
Peguei o assento ao lado dele e lhe dei um sorriso compreensivo.
—Faz muito tempo, Lucas. — Ele assentiu e fez uma careta. —Deixe-
me dar uma olhada em você. — Eu levantei a camisa e vi os hematomas
já em curso. —Você tem uma costela quebrada ou machucada. Você
precisa descansar e tossir quando sentir que precisa, mesmo que seja
doloroso. Se você não tossir, corre o risco de uma infecção no tórax.
—Preciso de outro maldito shot. É isso o que eu preciso. — Ele
tocou seu peito e fez uma careta.
—Ouça-me. — Eu franzi a testa. —Eu sei o que estou falando.
—Sim... Nix disse que você... voltou da faculdade de enfermagem.
—Eu fiz.
—Desculpe... Não tive a oportunidade de recebê-la de volta.
—Está tudo bem. Vi que você estava ocupado com a loira. Onde ela
foi?
—Essa é a minha garota, Crystal. Ela saiu... para ir trabalhar... no
turno da noite...
—Ah. Bem, ela é bonita.
Lucas tentou rir, mas não conseguiu.
—Quer outro shot?
Ele assentiu.
—Eu vou pegar, amigo. Sente-se firme.
Quando voltei do bar, o vencedor da noite estava sendo escolhido.
Os três vencedores foram colocados no centro, Nix levantou cada um
de seus braços e a multidão aplaudiu para cada um. Quando chegaram
à Jake a torcida aumentou. A decepção de Nix era óbvia. Jake pegou um
pacote de dinheiro da mão de Nix e em seguida puxou-o para falar
alguma coisa. Nix inclinou de volta e os olhos dele escureceram. Seu
olhar era mortal. Ele estava claramente chateado com o que Jake havia
dito.
Nix sacudiu a cabeça e o vice-presidente do clube, Pat,
harmonizou. Algum tipo de argumento estava acontecendo entre os
três. Finalmente Pat fez uma declaração e Nix e Jake pararam de
discutir. Jake desenvolveu o mesmo sorriso travesso que eu tinha visto
mais cedo quando ele tinha falado com Nix e parecia que ele estava
pronto para colocar a noite de luta em outra rodada.
Uma parte da multidão se acalmou enquanto eu dava o shot a
Lucas.
—Jake escolheu o que ele quer. — Pat falou sobre o restante da
multidão.
Os olhos de Nix e os de Jake ficaram trancados um no outro. Pat
olhou para mim e sorriu, então falou alto o suficiente para todo mundo
ouvir.
—Jake escolheu Liz.
CApÍTULO TrÊS

LIZ

Parada fora da porta do escritório de Nix, eu podia ouvir seu


punho batendo na mesa antes dele falar com raiva.
—Droga, Pat, eu deveria ter visto isto chegando! O que diabos ele
está pensando reivindicando-a assim na frente de todo o maldito
clube?
—Ele está garantindo que ele tenha o que quer. Você sabe que ele
é um merda inteligente. O que você vai fazer sobre isso? Regras são
regras. Além disso, é só uma noite, e Liz é uma mulher adulta.
—Não basta ele foder seu caminho através de cada mulher que
entra no clube, agora ele quer a minha irmã também. Ela não é uma
porra de “foda e descarte” que ele pode fazer o que quiser. Eu vou
esclarecer essa merda agora! — As botas pesadas de Nix bateram em
direção à porta e então pararam ao som da voz de Pat.
—Não faça nada estúpido, filho. Estas regras existem por uma
razão. Liz pode cuidar de si mesma.
Nix soltou um palavrão e saiu pela porta. Fiquei fora da vista,
contra a parede, até ele desaparecer na esquina. Pat saiu e eu dei um
passo à frente, capturando a atenção dele.
—O que está acontecendo entre Jake e Nix? Há mais do que o que
ele está me dizendo. Ele está muito zangado.
—Você ficou aí o tempo todo, não é? — Um sorriso esticou pelo
rosto de Pat. —Você fazia o mesmo quando era criança. Eu me lembro
de Dallas pegando você inúmeras vezes e dizendo para não ouvir os
negócios dos homens. Bem, nada mudou, querida. Deixe Nix cuidar dos
seus negócios.
—Não me trate como criança só porque eu não tenho um pau, Pat.
— Olhando em seus olhos endireitei meus ombros. —Você deveria
saber melhor até agora. Eu não recebo ordens de ninguém.
Irritada e feita com o drama da noite, dirigi-me de volta à porta da
frente para dizer adeus para minha tia May e dizer a Dillon que eu iria
vê-lo amanhã. Entrei no bar para encontrar Jake, Dillon e meu irmão
tendo uma conversa acalorada. Esquece, o encontro com Dillon não era
importante o suficiente para interromper a conversa. Me despedi de
minha tia May e acenei para alguns outros que eu tinha encontrado
durante a noite.
Vários olhos me seguiram em torno da sala e me observaram
andar em direção a saída do bar. Alguém assobiou atrás de mim e eu
me virei para ver alguém balançar a cabeça para Jake e meu irmão,
alertando-os que eu estava saindo.
Jake começou a vir em minha direção e Nix agarrou seu braço.
Com um olhar ameaçador e algumas palavras, Jake ficou e Nix veio
atrás de mim.
Aproximando-me do meu carro, eu podia ouvir as botas de Nix
batendo no chão. —Precisamos conversar. — Disse Nix enquanto eu
abria a porta do meu carro.
—Sobre o quê?
—O encontro com Dillon não vai acontecer.
—Por que? — Eu cruzei meus braços, minha raiva já crescendo
através de mim.
—Jake virá amanhã para pegá-la.
Seu comentário me pegou de surpresa. Eu admito, eu estava
atraída por Jake, mas eu tinha visto o que Nix tinha me avisado. Jake
era um playboy arrogante e eu não estava interessada em ser qualquer
parte disso.
—Eu pensei que você não me queria em qualquer lugar perto
dele?
—O que eu quero não importa. Ele ganhou a luta. Ele escolheu
você. Não há mais nada para falar. Ele vai vir amanhã às sete pegá-la.
Você precisará estar pronta. Após o encontro, você pode dizer a ele
para vazar, mas você vai ter que ir no encontro.
—Jesus, Nix. Não sou uma maldita criança ou um cachorro que
você pode mandar e desmandar.
—Eu não quero isso mais do que você, mas regras são regras.
—Eu não pertenço ao seu clube. Não tenho quaisquer regras.
—Droga, Liz, você é parte desta família tanto quanto eu sou. Não
torne isso mais difícil pra mim. Vá no maldito encontro e em seguida
mande Jake se foder.
—Tudo bem, mas você me deve, e você sabe que eu vou cobrar.
—Você faz as coisas muito mais fáceis para mim ao fazer isso. —
Nix passou a mão pelo seu cabelo e soltou um suspiro. —E sim, eu vou
te dever, porque não tenho dúvidas que Jake vai ser um pé no saco
para lidar. E não entre em seus jogos.
—Mais alguma coisa?
Nix voltou para a entrada do bar.
—Sim, sem roupas provocantes.

Faltavam dez minutos para que Jake me pegasse para o nosso


encontro e eu ainda estava lutando para me preparar. Coloquei meu
delineador escuro, uma nova camada de brilho e deslizei minha calça
jeans skinny preta de couro em minhas botas pretas. Minha camiseta
cinza tinha uma escrita cursiva em letras garrafais que dizia, Não está à
venda. Não pude evitar a sensação de que a camisa era apropriada para
um encontro com Jake Castle. Dei uma última olhada no espelho em
meus longos e escuros cachos soltos e nos meus olhos verdes
esfumaçados e vi que eu estava pronta para ir. Coloquei minha carteira
no bolso de trás e desci. Nix vinha vagando na porta da frente da nossa
casa com uma cerveja na mão.
—O que você está fazendo aqui? Eu pensei que você estava
trabalhando?
—Eu vim verificar você.
—Realmente? Eu posso lidar com um encontro. — Peguei minha
jaqueta de couro e deslizei nela.
Nix me olhou de cima para baixo e franziu a testa.
—Você parece muito bem.
—Se acostume. Não vou mudar.
—Cuide-se esta noite.
—Nossa, parece que vou sair com um criminoso. Espere, eu vou?
Ele tem um registro?
Nix negou com a cabeça. —Ele está limpo. Nada mais do que
multas e uma condução desordeira que foi abandonada.
—Tudo bem. Preciso saber de mais alguma coisa? — Eu esperava
que ele iria compartilhar tudo o que parecia estar entre os dois.
—Não. Divirta-se, mas não o deixe entrar em sua calça.
—Eu coloquei o cinto de castidade e joguei a chave fora. — Eu ri e
dei a ele um sorriso reconfortante. —Não se preocupe.
O barulho de uma Harley vibrou as paredes enquanto puxava para
nossa casa. Meu estômago agitou com emoção. A emoção de uma nova
corrida sempre me fazia zumbir, e tudo o que ele estava dirigindo
parecia que poderia me satisfazer.
Dei um tapinha no ombro de Nix e disse meu adeus. Ele ficou na
porta e me obsevou enquanto eu caminhava até a moto de Jake, como
um pai vendo sua filha ir à um encontro. Ele até estava equipado com
uma expressão misturada entre decepção e medo. Jake não pareceu
perceber a presença de Nix. Ele me assistiu caminhar até sua moto,
depois riu e balançou a cabeça.
—O que é tão engraçado?
—Bela camisa. — Ele disse me entregando um capacete.
—Achei que você gostaria.
Apertei o fecho enquanto deslizava atrás dele. Depois enrolei
meus braços em volta de sua cintura. Olhei de relance para Nix, mas ele
já havia desaparecido para dentro.
—Onde estamos indo?
—Em algum lugar privado.
O barulho de sua Harley vibrou meu corpo quando ele começou a
pilotar.
Logo estávamos nos movendo pelo trânsito, fazendo o nosso
caminho para o centro da cidade. A noite escura fazia as luzes da
cidade uma bela cúpula da paisagem enquanto atravessávamos. Jake
parou em um semáforo, e enquanto esperávamos, ele descansou a mão
na minha perna. O calor do seu toque era bom em uma noite fria como
esta. Quando a luz ficou verde, ele acariciou minha perna levemente e
voltou a dirigir.
Mal fora da faixa principal, ele puxou para o lado da estrada e
estacionou. Eu tirei meu capacete e olhei para o sinal do restaurante.
Estávamos do lado de fora de um restaurante italiano self-service que
eu adorava.
—Como você sabia? — Eu sorri para Jake, surpreendida com o
gesto.
—Sua tia May.
—Muito bem, playboy. — Claro que o cara tinha jogo. Sem dúvida,
ele fazia reconhecimento antes de cada encontro.
Um sorriso esticou em seu rosto enquanto ele tirou o capacete das
minhas mãos e colocou-o em sua moto. Caminhando para o
restaurante, sua mão caíram para a parte inferior das minhas costas,
segurando-me perto dele e me guiando para a porta. Para minha
surpresa, ele estendeu o braço e abriu a porta para mim.
A placa na frente dizia ‘Sirva-se’, como sempre. Eu apontei para
uma cabine e deslizei para o banco, jogando minha jaqueta no canto.
Jake logo deslizou para o mesmo lado, prendendo-me entre ele e a
parede. Eu ri e tentei empurrá-lo do assento, mas seu corpo enorme
não se moveu. Ele olhou para mim e sorriu, agarrou o lado da minha
bunda e me puxou para ele. Seu braço se esticou ao meu redor e
estabeleceu-se na parte de trás do assento. Ele inclinou-se perto e
roçou sua barba em toda a minha bochecha. Sua respiração fazia
cócegas na minha orelha, enviando um arrepio pelo meu corpo.
—Eu gosto de você perto de mim, pêssego. Acostume-se com isso.
Ele se recostou e levantou a mão, colocando o dedo sobre meu
lábio inferior e o esfregou ali. Eu podia ver a fome enchendo seus
olhos. Ele inclinou-se, pronto para substituir o dedo com a língua, mas
a garçonete interrompeu esse plano.
—Bem-vindos do Illano. O que vocês gostariam de beber?
Depois que a garçonete se afastou, Jake se virou para mim. Não
pude deixar de sentir como se toda vez que ele olhava para mim
estivesse me hipnotizando. Seu olhar era sensual e perigoso, e me
perguntei como seria ser beijada por ele. Então me lembrei de quantas
mulheres tinham caído por aqueles olhos quentes e seu sorriso
sedutor.
—O que devo pedir? — Suas palavras eram suaves como seda,
escorregando dos seus lábios carnudos e perfeitos revestidos com
masculinidade. Ele lambeu seu lábio inferior e esperou que eu
respondesse. Observá-lo me estudar me mostrava que ele era
inteligente. As rodas estavam sempre girando na cabeça deste homem.
Eu teria que estar acima do meu jogo para me esquivar dos seus
movimentos suaves, ou acabaria como massa em suas mãos.
—Do que você gosta? — Perguntei-lhe.
—Essa é uma pergunta capciosa. Eu gosto de muitas coisas. — A
conotação sexual era clara. Era tudo sobre sexo com ele?
—Vá com a lasanha. —Fechei meu menu e puxei minha bebida
para perto, bebericando enquanto olhava para qualquer coisa, exceto
para aqueles olhos chocolate. A garçonete voltou e levou nosso pedido,
e eu voltei a olhar para todo o resto, menos para ele.
Sua mão quente deslizou entre as minhas coxas e apertou
delicadamente a minha perna. Surpresa, eu virei minha cabeça
bruscamente e olhei para ele.
—Pensei que isto poderia chamar sua atenção. — Seu sorriso se
alargou. —Eu a trouxe para seu lugar favorito, mas você não parece
estar se divertindo. Eu não sou assim tão ruim para estar por perto,
sou?
—Não, Jake. — Eu ri com o desânimo em sua voz. —Você não é
ruim para estar ao redor, mas eu não quero ser mais uma marca no seu
cinto também. Eu concordei com este encontro, é isso, e depois desta
noite você e eu seguiremos nossos caminhos separados. Há muitas
outras mulheres que vem ao clube para brincar com você.
—Isso é o que você acha? — Sua mandíbula se apertou enquanto
ele tirava a mão da minha perna. —Que você é um brinquedo novo?
—Basicamente, sim.
—Bem, não vou mentir. Eu gostaria de ver isso... — Ele inclinou
sua cabeça em direção ao meu corpo —...nu na minha cama, mas não
tenho intenção de que esta noite seja a única em que nos vemos.
—Hmm, bem, isso é lamentável para você, porque isso não está
exatamente nos meus planos.
—Vamos ver sobre isso. — Os cantos da boca de Jake enrugaram.
O jantar chegou e Jake me elogiou pela minha escolha na comida.
Ele ainda manteve a conversa e me fez rir incontrolavelmente. Quando
a sobremesa foi oferecida, ele disse que sim e pediu cheesecake
coberto de morango. Quando chegou, ele me chocou pegando o garfo,
cortando um pedaço e trazendo para minha boca.
O garfo escorregou nos meus lábios, e ele me olhava com os
mesmos olhos de fome que eu tinha visto anteriormente. A mão dele
deslizou entre as minhas coxas, e desta vez eu não pulei. Ele se inclinou
e colocou sua respiração quente no meu ouvido. Sua mão deslizou para
cima e ele massageou o interior da minha coxa.
—Eu quero que você venha para casa comigo. Diga que sim. —
Seus lábios puxaram minha orelha entre os dentes.
—Não posso. — A excitação correu nas minhas veias como óleo
quente. Minha cabeça estava tonta com luxúria.
—Mas você quer.
Olhei para o desejo feroz em seus olhos e movi sua mão das
minhas pernas antes que eu perdesse o controle total da minha
sanidade.
—Mesmo se eu quiser, não vai acontecer.
Jake zombou de mim antes de pegar a carteira e colocar dinheiro e
o deixar na mesa para pagar a conta. Imediatamente perdi o calor e a
presença do seu corpo. Peguei meu casaco e fui para o banheiro.
Depois de coletar meu juízo, fui para fora e o encontrei encostado em
sua moto com as pernas estendidas e seus pés cruzados. Ele parecia
delicioso sentado em sua moto, jaqueta de couro preta e um sorriso
sensual como o inferno. Quando me aproximei, ele me entregou o
capacete.
—Está pronta para o próximo lugar?
—O próximo lugar? — Eu ri. —Claro, desde que não seja o seu
lugar.
Ele olhou de volta para mim com o canto da boca erguido. Pulei na
moto e ele nos levou para um bar na avenida.
Quando desci, ele passou o braço pelas minhas costas e me guiou
para dentro. Enquanto caminhávamos para o bar, a mão dele deslizou
no bolso da minha calça e ficou lá enquanto ele pedia nossas bebidas.
—Eu não sou apenas um brinquedo, hein?
—Você é melhor do que isso. — Seu olhar me varreu, me
capturando e me prendendo com seu olhar aquecido.
—Você está certo. Eu sou. — Orgulho fazia cócegas na minha
barriga, mas a lembrança do aviso de Nix rapidamente o pisoteou. —
Você desperdiçou seu prêmio.
—Acho que não.
—É por isso que você me trouxe aqui para o bar? Algumas bebidas
não vão mudar a minha mente.
O calor em seus olhos não ajudou a necessidade escaldante entre
as minhas pernas. Lutar constantemente contra o meu desejo estava se
tornando uma tortura. Quando ele sentiu isso, sua mão na minha
bunda apertou e com um movimento rápido ele me puxou para ele e
me beijou. O beijo foi inesperado, e meu corpo respondeu
imediatamente. Sua boca era uma mistura de lábios macios e
necessidade dura e dominante. Não conseguia o suficiente dele, e ele
claramente sentia o mesmo. Suas mãos se apertaram na minha cintura,
me prendendo enquanto seus lábios continuavam a me assaltar.
O barman deslizou nossas bebidas em direção a nós, fazendo um
som para chamar a atenção de Jake. Ele rosnou na minha boca e olhou
para o barman como se quisesse pular o balcão e agredi-lo por nos
interromper. Jake pegou o shot e engoliu rapidamente. Eu fiz o mesmo,
ainda me recuperando do beijo. Jake fez sinal para outros dois shots, e
em seguida olhou para mim, estudando-me de perto. Seus olhos
penetrantes tinham tomado minhas emoções. Meu corpo e mente se
perderam neste momento. Ele agarrou meu quadril e me puxou de
volta para ele, levantando o meu queixo, pressionando o polegar no
meu lábio.
—Você faz algo para mim, pêssego. — Seu polegar mergulhou na
minha boca e eu gemi, chupando a ponta do dedo dele. Ele olhou para
mim com segredos perigosos em seus olhos. Segredos do que ele
queria fazer comigo, segredos que eu estava morrendo de vontade de
saber. Tirando sua mão da minha cintura, ele enrolou no meu cabelo e
me puxou.
—Diga-me, o que eu faço com você? — Minha cabeça inclinou até
ele, meus lábios se separaram.
—Isso é o que você faz comigo. — Ele pegou minha mão e a
colocou sobre a protuberância em sua calça jeans. Ele esfregou minha
mão sobre ele enquanto ainda assistia minha reação. —Devemos sair
daqui.
Jake virou o segundo shot e pagou a conta. A palma da sua mão
ficou colada na minha bunda enquanto caminhávamos do bar para sua
motocicleta. Ele pegou o capacete e em seguida prendeu-o no meu
queixo. Ele subiu e esperou que eu ficasse confortável, em seguida
apertou minhas mãos em sua cintura, olhando para mim antes de ligar
o motor.
O cheiro do seu perfume e o calor do seu corpo me provocaram
durante todo o passeio para fora da cidade. Enquanto as luzes da
cidade despareciam na distância, a lembrança das palavras de Nix
voltaram à minha mente. Eu estava fazendo exatamente o que Nix me
disse para não fazer. Eu estava caindo nos jogos de Jake e estava
provavelmente a menos de uma hora de ser uma outra marca em seu
cinto, outra garota do clube que ele iria usar e desprezar sem remorso.
Quando paramos no próximo sinal, eu me inclinei para que ele me
ouvisse.
—Eu preciso ir para casa hoje. Não posso ficar com você.
Ele não disse nada, mas eu sabia que ele tinha entendido quando
ele tomou a direção que levava à minha casa. Depois de puxar na
minha vaga e desligar o motor, ele desceu e tirou o capacete da minha
mão estendida.
Eu não sabia porquê, mas um peso pressionou contra o meu peito.
Fui uma tola por senti-lo, mas me sentia culpada por fazê-lo me levar
para casa.
—Eu tive um tempo melhor do que eu esperava. — Eu não podia
lê-lo. Se ele estava chateado, não senti nada. Estava confusa, seu rosto
não mostrava nenhuma emoção.
—Boa noite, Jake. Te vejo por aí.
Quando me virei para me afastar, ele agarrou meu pulso e me
puxou de volta para ele. Seus lábios pressionaram os meus, ásperos e
gananciosos, puxando minha luxúria de volta à superfície,
entorpecendo cada parte de mim. Quando ele me soltou, meu corpo
quase caiu de volta nele. Ele me pegou, olhou para mim e escovou o
polegar em toda a minha bochecha antes de voltar para sua moto.
—Boa noite, pêssego. Vejo você amanhã.
CApÍTULO QUAtrO

LIZ

O dia seguinte foi brutal. Eu não tinha dormido bem depois de


deixar o nosso encontro. Passar uma noite agitada e revirando na cama
não ajudou a minha entrevista no centro médico de Nashville. Após a
entrevista, eu parei no escritório de Nix para dar a ele um resumo da
noite anterior. Eu não o via desde que eu saí para o nosso encontro, e
sabia que ele estaria ansioso pelos detalhes.
Sendo hora do almoço, o bar estava tranquilo, com apenas dois
membros e um pequeno grupo de clientes bebendo e jogando sinuca.
Quando me aproximei do escritório de Nix, ouvi Pat falando com ele.
Eu coloquei minhas costas contra a parede e escutei.
—Você acredita nessa merda? Agora eles querem fazer um acordo
com os Wild Royals. Eles não sabem que não funciona assim? Somos
rivais. Nós não podemos colocar os pés em seu território sem estar
com as armas em punho.
—Claro que eles sabem. Eles não se importam. Esperam que
inventemos alguma coisa. Eu digo que vamos fazer. Trazer um terceiro.
Pagá-los para comprar os Wild Royals. Ver se a agência nos dará notas
marcadas.
—É muito arriscado, e se os Royal descobrirem, seríamos vistos
como traidores.
—Pense nisso, Nix. É um grande risco eliminá-los. Devemos a eles
pelo que fizeram com Bear e May.
—Não compartilhe isso com os irmãos até eu ter tempo de pensar
sobre isso.
Corri pelo corredor ao som deles saindo de suas cadeiras. No
momento que Nix chegou no bar, eu estava sentada lá com uma bebida
na mão.
—O que você está fazendo aqui?
Eu virei meu banquinho em direção a ele enquanto ele pegava o
banquinho ao meu lado. —Eu vim para contar a você sobre o meu
encontro de ontem.
—E? — Nix esfregou o polegar sobre o outro, como sempre fazia
quando estava nervoso.
—Eu não dormi com ele. Jantamos e bebemos, depois pedi para
ele me levar para casa.
Nix estendeu o braço e sua mão agarrou meu pescoço, me
puxando para mais perto, então ele poderia beijar minha testa.
—Estou orgulhoso de você. — Quando ele saiu do banquinho,
virou a cabeça na minha direção. —Por que você não vem hoje à noite?
Haverá uma festa. Dillon estará aqui. Você pode remarcar o seu
encontro agora que acabou o negócio com Jake.
—Eu pensarei nisso. Antes de ir embora, eu quero falar com você.
—Sobre o quê? — Nix voltou-se para mim com preocupação em
seus olhos.
—Vamos para o seu escritório.
Nix descansou os pés em sua mesa e se recostou na cadeira do
escritório desgastada enquanto me acomodei no assento na frente
dele.
—Então, qual é a necessidade do segredo? Desembucha.
—Eu ouvi você e Pat. E não gostei do que ouvi.
—Você não deveria estar escutando nosso negócio.
—Não foi intencional. Eu vim falar com você... e ouvi.
—Não foi assim, eu te conheço. Além disso, não quero que você se
preocupe com o clube ou com o meu negócio. Sou um homem, Liz. Eu
posso cuidar de mim, e eu vou fazer o que acho que é melhor. Você
sabe disso.
—Envolver-se com os Wild Royals é perigoso, e você sabe disso.
Os olhos de Nix vagaram em direção a janela de frente, para a
floresta e nossa casa descendo a rua. —Isto não está aberto para
discussão. — Seu olhar caiu sobre mim. —Não diga a ninguém o que
ouviu aqui e não faça perguntas sobre isso também. — O telefone de
Nix tocou, ele o puxou do bolso e olhou para a tela. —Eu preciso
atender. É um fornecedor. Vejo você mais tarde?
—Sim, eu vou fazer uma aparição. No entanto, essa conversa não
acabou.
Nix sorriu antes de responder sua ligação.
Andei de volta para nossa casa de madeira branca de dois andares,
estilo rancho, e subi para o chuveiro. A água quente foi reconfortante, e
acalmou algumas das preocupações e tensões que tinha no meu
pescoço e ombros. Parecia que Nix estava considerando um acordo
com uma agência de investigação com quem ele estava trabalhando. O
pensamento me apavorava. Os Wild Royals eram bandidos
imprevisíveis. As consequências de lidar com eles poderiam ser
prejudiciais para todos os envolvidos.
Uma vez fora, enrolei a toalha em volta de mim e fui para o
armário procurar algo fresco e casual para vestir. Puxei a corda da
lâmpada e comecei a selecionar minhas roupas. O velho piso de
madeira rangeu atrás de mim e eu pulei com a visão do homem
delicioso de pé na porta se inclinando enquanto olhava para mim com
um sorriso em seu rosto. Seus olhos famintos lentamente queimaram
minhas pernas até a toalha e depois se demoraram nos meus seios
antes de se estabelecerem no meu rosto.
—Não deixe mais a porta aberta. Não quero nenhum homem se
esgueirando em você como eu fiz.
—Por que você está aqui, Jake?
—Vista-se e me encontre lá embaixo. Eu vou levar você para sair.
—Não. Além disso, você não tem direito de entrar assim na minha
casa nem no meu quarto. E se eu estivesse nua?
—Eu teria sido um bastardo sortudo. — Jake inclinou seu peso
contra a moldura da porta. Um sorriso diabólico esticado em seu rosto.
—Se ao menos eu tivesse chegado alguns segundos depois...
—Você é impossível. — Soltei um suspiro frustrado. —Saia do
meu quarto.
—Vejo você lá embaixo. — Ele virou e se dirigiu para a porta do
meu quarto.
Quando entrei na sala de estar, Jake estava sentado no meu sofá
esmeralda escuro com as pernas abertas, cotovelos sobre os joelhos e
uma cerveja na mão. Sua camiseta preta revelava os projetos intricados
de tinta ao longo dos seus braços. Parte de mim queria ter um olhar
mais atento e descobrir cada detalhe de sua arte. Esmaguei meus
pensamentos imediatamente quando uma vibração de borboletas
dançou no meu estômago.
—Vejo que se fez confortável.
Ele levantou a cabeça e seus olhos pousaram em mim por baixo do
seu desgastado e despedaçado boné de beisebol preto.
—Você parece bem.
—Sim, realmente estou bem na minha calça jeans velha, regata e
rabo de cavalo.
Jake colocou a cerveja na mesa de vidro e ficou de pé, em sua
altura total de 1,83m. Nos meus 1,62m, tive que erguer meus olhos
para os seus que pareciam chocolate quente. Ele estendeu a mão e
passou o polegar no meu lábio, um hábito que eu notei que ele estava
desenvolvendo.
—Acho que você ficaria bem em qualquer coisa, mas ficaria ainda
melhor sem nada.
Eu me aproximei e coloquei minhas mãos nos seus quadris
enquanto falei com ele ao alcance de um beijo.
—Você realmente gostaria disso, não é?
Sua mão agarrou minha bunda e a apertou enquanto me puxava
contra ele.
—Você sabe que eu gostaria.
Antes que eu pudesse dizer outra palavra, sua boca caiu na minha,
trazendo minha luxúria à superfície. Sua língua invadiu minha boca
com necessidade devassa e suas mãos me seguravam firme enquanto
ele apertava minha bunda e enrolava os punhos no meu cabelo com a
outra mão. Seus beijos eram como fogo nos meus lábios, queimando
direto o meu núcleo que ansiava ter cada desejo sexual saciado.
Sua mão subiu, seus dedos tentando encontrar o caminho por
baixo da minha camiseta. Seu aperto firme e quente me puxando
contra ele, me trancando contra ele para que eu pudesse sentir sua
excitação pressionada contra mim.
Seus lábios deixaram os meus e eu fiquei atordoada, tentando
recuperar a lógica e controlar o desejo ardente doendo entre as minhas
pernas.
—Vamos lá para cima.
Essas quatro palavras me acordaram do meu tranze. Deslizei dos
seus braços e fui em direção a porta.
—Tchau, Jake.
Abri a porta do meu velho Camaro vermelho sem olhar para ele.
Saí da minha garagem o mais rápido que pude e fugi em direção ao
restaurante onde iria encontrar com as minhas amigas.
Enquanto estava sentada na cabine do restaurante, eu não
conseguia deixar de lado essa sensação incômoda. Eu queria mais do
que qualquer coisa beijar Jake, mas me recusei a ser apenas mais uma
garota do clube que ele jogaria de lado quando terminasse de brincar.
—Liz.
Minha cabeça virou em direção à voz alegre de Jenna.
—Desculpe, eu estava perdida nos meus pensamentos.
—Sim, você estava. Então, a que horas é a festa hoje à noite?
Parece divertido. — Os olhos grandes e castanhos de Jenna estavam
trancados nos meus, obviamente ansiosa para obter detalhes.
—As sete e meia. Vai haver muitos caras. Estou feliz que vocês
querem vir. Não é divertido ir sozinha.
—Claro, nós vamos. — Ashley passou seus braços longos em volta
de mim. —Estamos tão felizes que você voltou. Sentimos sua falta. — O
cabelo longo e loiro caiu do seu ombro para o meu.
—Também senti saudades de vocês. — Bati o cabelo do meu rosto
e dei a ela um beijinho na bochecha. —Faz muito tempo que não
fazemos algo juntas.
—Agora que você está de volta, nós teremos que compensar o
tempo perdido. — Jenna se mexeu no lugar dela. —Estou pensando em
uma noite de meninas, festa do pijama na sua casa.
—Você só quer outra chance de beijar Nix. — Ashley olhou para
Jenna e sorriu.
—Oh meu Deus. — Os olhos grandes e castanhos de Jenna se
arregalaram. —Cale-se, isso foi há anos. Éramos adolescentes.
—Você gostou, J. — Eu ri do falso olhar traumático no rosto dela.
—Não negue. Você aceitaria totalmente se ele quisesse te beijar de
novo.
—Ele vai estar na festa de hoje à noite, certo? — Jenna mordeu o
lábio e sorriu enquanto suas bochechas assumiam um tom rosado.
—Claro que ele estará. Ele é o Presidente do clube agora.
—Isto é realmente quente. — Jenna se abanou. Ela soltou um
suspiro e enrugou seu rosto. —Por que seu irmão tem que ser tão
sexy?
Meu chá doce quase saiu pelo meu nariz quando eu ri.
Ashley deu um sorriso ao meu lado, depois virou a cabeça na
minha direção. —Que tal você, Liz? Você conheceu alguém na escola?
—Sim, eu fiz, mas não deu certo.
—Por que não? — Ashley perguntou saindo de seu banco.
—Ele não era... eu não sei.
—Bad boy suficiente para você? — Jenna terminou.
—Ok, sim, ele era um pouco limpo demais para o meu gosto.
Depois de crescer com um monte de homens agressivos e duros, eu
não consigo. Ele não tinha uma moto, e você sabe que isso é
praticamente um problema para mim.
—Quando você vai ter uma sua? — Jenna perguntou.
—Não quero uma minha, eu quero um homem que me leve para
andar na dele. Tem um cara em quem estou interessada e que vai estar
lá hoje à noite. Seu nome é Dillon. Ele tem sotaque australiano.
Os olhos de Jenna e de Ashley se arregalaram.
—Yum! Não posso esperar para conhecê-lo. — Disse Ashley.
—Você terá a chance esta noite.
CApÍTULO cInCO
LIZ

Após guardas as malas de Ashley e de Jenna no meu quarto e


alguma confusão extra sobre cabelo e maquiagem, nós três fomos para
a sede do Kings MC. Assim que entramos no bar, meus olhos
instantaneamente digitalizaram os membros do clube procurando por
Jake. Meus nervos se acalmaram quando não o encontrei. Talvez eu
tivesse sorte e ele não viesse esta noite. A mão de Jenna pegou meu
braço e ela soltou um grito silencioso.
—Nix. Eu vou falar com ele.
Ashley e eu olhamos uma para a outra e demos uma risadinha.
—Nós vamos pegar uma bebida. Vamos esperar por você no bar.
— Eu gritei.
—Uh... — A voz dela se apagou enquanto ela passava entre as
mesas ocupadas para onde Nix estava sentado. Ela jogou seus cachos
vermelhos em seu ombro, e para nós, isso significava que ela estava
prestes a jogar seu charme.
—Seu irmão não sabe o que está por vir para ele, não é?
—Ele é alheio a certas coisas. — Eu ri e balancei a cabeça. —Ele
não sabe que ela tem um fraquinho por ele.
—Que pena, eles seriam muito fofos juntos.
—Eu sei. Eu ficaria feliz em ter Jenna como cunhada.
Ashley e eu fomos em direção ao bar. Nos estabelecemos sobre os
banquinhos e conversamos com Jeff enquanto ele fazia nossas bebidas.
Depois de um brinde e bebermos os shots, os olhos de Ashley
digitalizaram os membros do clube.
—Onde está este cara, Dillon?
—Ele é o loiro jogando poker. — Olhei ao redor e o encontrei
sentado na mesa ao lado de Nix com vários outros membros do clube.
—Aquele com a tatuagem envolvendo seu braço. — Assim que apontei
em sua direção ele olhou para mim, o canto de sua boca se ergueu
enquanto ele acenava para mim.
—Ele é gostoso.
—Nada mal, não é?
—Ah, sim, ele é totalmente seu tipo.
—Acho que eu vou levar uma cerveja para ele.
—Boa jogada.
Virei para Jeff e pedi duas cervejas. Eu pisquei para Ashley
enquanto me dirigia à mesa onde Dillon estava sentado. Quando eu
cheguei atrás dele, alcancei ao redor e pousei a cerveja ao lado da sua
quase vazia, não mostrando nenhuma emoção aos quatro caras quando
ele me mostrou as cartas em sua mão.
—Boa mão. — Eu me inclinei e sussurrei.
Ele piscou para mim e acariciou sua perna. Eu deslizei e ele
envolveu seu braço em volta de mim, descansando sua mão na minha
coxa. Ao longo de vários jogos o dinheiro trocou de mãos e nosso flerte
aumentou. Sua mão subiu mais para cima na minha coxa, e em seguida
se estabeleceu no meu quadril e bunda. Ele me puxou mais apertado,
perdendo completamente o interesse no jogo.
—Por que vocês dois não levam isso lá para cima. — Max latiu.
—Vamos para o bar. — Dillon sussurrou no meu ouvido. —Eles
são jogadores sérios.
Dillon pegou minha mão e me levou até o bar. Conforme nos
aproximávamos, meu sorriso deixou meu rosto. Jake estava em pé ao
lado de Ashley com a mão parada carinhosamente no braço dela, no
entanto, os olhos dele estavam trancados em mim. Eu tinha ficado tão
distraída com Dillon, que não o vi chegar no clube. Os olhos dele
viajaram para Dillon segurando minha mão e em seguida se
estreitaram antes de voltar a olhar para Ashley. Ele disse algo
engraçado e ela riu, se movendo para mais perto dele. O ciúme entrou
em erupção em mim, causando estragos nas minhas emoções. Dillon
pareceu não notar. Ele me puxou até o bar e enrolou seu braço na
minha cintura enquanto pedia mais bebidas para nós.
—Liz.
Eu ouvi a voz de Ashley chamando meu nome. Temi olhar em sua
direção. Minha mão pegou o shot de Jeff e eu o engoli rapidamente
antes de olhar para ela.
Ela acenou, indicando que estava saindo e com a boca sussurrou
—Eu vou ali. — Jake olhava inexpressivo na minha direção, colocando
a mão nas costas dela e guiando-a através da multidão. Fiquei em
choque, com raiva. No início do dia ele estava me beijando, e agora
estava levando minha amiga para casa para transar com ela. Alívio caiu
sobre mim que eu não tinha caído em seus jogos. Pude ver facilmente
como eu já seria colocada de lado.
De repente a presença de Dillon não era distração suficiente. Eu
tentei acompanhar a conversa, mas minha mente continuou girando,
pensando em Jake e Ashley, e no que certamente estava acontecendo
entre eles. Eu estava chateada e, no entanto, não tinha o direito de
estar. Eu tinha recusado Jake duas vezes, e eu ainda nem tinha
mencionado Jake para Ashley, mas o ciúme estava cavando um buraco
profundo no meu peito.
Dillon deve ter notado a mudança no meu humor. Ele me disse
que queria voltar para outro jogo de pôquer e me abandonou logo
depois. Sentei-me no bar sozinha, aborrecida e pronta para ir para
casa.
—Por que você está tão triste, docinho? — Jenna me achou e me
deu um tapinha nas costas.
—Está se divertindo? — Eu perguntei. Sua alegria não era algo
que eu estava interessada.
—Sim, mas não me parece que você está. O que aconteceu com o
loiro bonito com quem você estava?
—Ele voltou a jogar poker. Eu não era uma companhia divertida.
—Na verdade, estou chegando a algum lugar com Nix. Você se
importa se ficarmos mais um pouco?
—Não, claro que não. Vai lá com ele. — Meu humor
instantaneamente foi de mal a pior.
Eu não ia fazer bonito e bater papo com alguém com meu mau
humor. Preferi ficar sozinha para refletir sobre quão merda minha
noite estava sendo. Depois de pedir mais algumas cervejas, levei-as
comigo para a varanda de trás, por trás do escritório de Nix. Arrastei
uma cadeira perto do parapeito e descansei minhas pernas nele
enquanto me sentava e bebia, esperando meu mau humor ir embora.
Vinte minutos depois o whiskey e a cerveja me atingiram e eu
corri pela sala da frente para o banheiro. No caminho notei que Jenna
ainda estava sentada à mesa com Nix, parecendo estar se divertindo
muito. Ver isso só despertou a minha irritação ainda mais. Eu estava
mais do que pronta para ir para casa, mas não estava prestes a
arruinar sua noite. Caminhei de volta para a varanda e me inclinei para
pegar minhas cervejas vazias. Passos atrás de mim fizeram eu me virar
rapidamente para ver quem estava se juntando a mim.
—O que você quer?
Jake tinha o joelho dobrado, e as costas e a bota contra a parede.
—Quanto você bebeu?
—O que lhe importa?
—Porque você está zangada? Dillon perturbou você?
—Não é problema seu, Jake. Por que você voltou? Ashley não foi
suficiente para você? Ou ela o aborreceu e você está procurando mais
diversão?
—Você está chateada porque eu saí com ela?
—Não! Você pode fazer o que quiser. Eu simplesmente não
entendo você. Hoje cedo você estava me beijando na minha sala e
algumas horas depois você está levando minha amiga para casa, para
foder.
—Você está com ciúmes. — Um sorriso perverso se espalhou em
seus lábios.
—Não estou com ciúme. — Eu suspirei e rolei meus olhos.
—Você parecia feliz com Dillon. Por que ficou chateada por eu sair
com a Ashley?
—Realmente? — Ouvir o nome dela escapar dos seus lábios
aumentou a minha raiva. —Você precisa perguntar? Eu estava
flertando com Dillon. Você transou com a Ashley.
—Eu fiz?
—Você fez, não foi?
—E se eu fiz?
—Chega de jogos, Jake. Não estou no clima. — Passei por ele e ele
esticou o braço, me pegando pela cintura. Com facilidade me puxou em
seus braços. Seus olhos de chocolate quente olhavam para mim e eu vi
essa mesma fome que o preenchia antes, quando ele me beijou.
—Sério? — Eu levantei a minha mão no peito dele e o empurrei de
volta. —Você acabou de transar com a minha amiga e agora está
tentando me beijar? Cai fora, Jake. Fique longe de mim.
—Você bebeu demais. — Sua mão agarrou meu pulso, me
puxando de volta para ele.
—Jake, minha paciência está se esgotando. Deixe-me ir.
—Acalme-se. — Seu aperto aumentou e ele virou meu corpo em
direção a parede, fixando-me entre ele e ela.
—Não vou me acalmar. Você é um idiota, e eu quero que fique
longe de mim.
—Tudo bem, mas você precisa ser levada para casa.
—Não vai ser você quem vai me levar. — Eu cuspi.
—Maldição, pêssego.
Minhas costas foram para a parede e os lábios dele bateram nos
meus. Eu puxei minha cabeça para trás e bati a palma da minha mão
em sua bochecha. Sua mão segurou meu pulso.
—Eu não fiz sexo com ela.
—O que?
Ele largou meu pulso e me encarou.
—Por que não?
—Isso importa?
—Sim.
Os olhos de Jake se estreitaram nos meus. —Eu vi você com Dillon,
e eu não gostei. Eu quero você só para mim, mas se você usar algum
truque assim novamente, eu vou fazer mais do que apenas dar uma
carona para a sua amiga.
Meu queixo caiu e eu me esforcei para formar palavras no meu
estado bêbado. As mãos dele escorregaram para as minhas e
levantaram meus braços acima da minha cabeça enquanto ele colava
seus lábios nos meus. Seus corajosos olhos castanhos estudaram meu
rosto.
—Eu não jogo bem. Eu não sou um cara legal.
Seu beijo veio rápido e feroz, devastando minha boca e a
reclamando como dele. Ele deixou meus lábios e cobriu meu pescoço,
deixando uma trilha de beijos molhados. Minha cabeça se inclinou
quando meu corpo me traiu, arqueando-se para frente, querendo que
ele me tocasse, querendo que sua boca e suas mãos reivindicassem
cada parte de mim.
—Mas eu não acho que você quer um cara legal. Você quer,
pêssego? — Seu hálito quente inundou a minha orelha, enviando
faíscas por todo o meu corpo.
—Não.
—Você me quer, não é?
Ele largou minhas mãos e agarrou minha cintura enquanto seus
lábios voltavam aos meus. Sua língua se aventurou para dentro e para
fora, fazendo minha respiração ficar pesada. Sua mão acariciou meu
quadril antes de ambas as mãos desabotoarem minha calça jeans.
Todos os sentimentos frustrados, entre os avisos do meu irmão e
minha tempestade de emoções confusas, se evaporaram no momento
em que os dedos dele me tocaram. Minha cabeça se inclinou para trás e
eu gemi com alívio.
—Porra, pêssego. Você está toda molhada para mim. — Ele rosnou
na minha boca enquanto me reclamava com uma necessidade
agressiva, balançando-me sobre a borda. Ele acrescentou outro dedo e
pressionou contra o meu clitóris, me trabalhando em um frenesi
enquanto eu girava meus quadris contra a mão dele e gemia de prazer.
—Me diga o que você quer, pêssego. Diga, então eu posso ouvir
você.
—Faça-me gozar, Jake. Por favor, me faça gozar.
—Isso é o que eu quero ouvir.
Sua boca foi para o meu pescoço e entre beijos molhados, ele
mordia e beliscava, e então beijava suavemente, seus dedos me
trabalhando e me deixando como uma boneca de pano caindo contra a
parede. Enrolei meus braços em volta dele para apoio quando meus
joelhos ficaram fracos e eu estava gemendo pelo meu orgasmo.
Seu braço segurou a parede do meu lado enquanto ele se inclinou
intimamente. —Eu gosto do jeito que você soa quando goza na minha
mão, pêssego. Eu quero ouvir isso novamente, mas só que na próxima
vez, mais alto. — Seu beijo veio macio e carinhoso. Ele removeu sua
mão e me pegou pela cintura, me segurando perto dele. —Eu vou levar
você para casa comigo. Não há nenhuma maneira no inferno que eu
vou deixar você sozinha, bêbada e ansiosa para ter um pau em você.
CApÍTULO sEIs

LIZ

Jake esfregou minha coxa quando desligou o motor no lado de fora


da casa no pequeno rancho.
—Verifique seu telefone, pêssego.
Depois de retirar o capacete, tirei meu celular do bolso e olhei
para a tela. Eu estava preocupada antes de deixarmos o bar, de deixar
Jenna para trás. Ela respondeu com muitos emojis e me agradeceu por
deixá-la com Nix, que tinha lhe dado uma carona em sua moto.
Soltei um suspiro de alívio e Jake riu de mim antes de pegar a
minha mão e me levar para a porta da frente. Do outro lado da porta
havia sons de choramingos excitados e garras riscando uma caixa. Jake
abriu a porta e colocou seu capacete em um suporte preto e metálico,
embaixo de um suporte de parede com cabides para jaquetas. Do outro
lado de sua sala de estar de solteiro estava um filhote de cachorro
boxer ansiosamente à espera de ser solto. Jake abriu a caixa e o filhote
de cachorro enorme quase tropeçou em seus pés gigantes para chegar
até mim. Quando ele foi pular, Jake o repreendeu e o filhote se sentou,
sua cauda batendo no chão, esperando por atenção.
—Não acredito. Jake “o durão” tem um filhote de cachorro.
O canto da sua boca se ergueu. —Seu nome é Rocky. Ele é um
boxer de dez meses de idade.
Cocei atrás da orelha de Rocky e sua perna começou a bater no
chão.
—Você já o pegou treinado?
—É claro. Nenhum cachorro meu vai ser indisciplinado. — Jake
assobiou, Rocky levantou e seguiu Jake para uma porta nos fundos.
Eles desapareceram lá fora e eu passeei pela casa de Jake, examinando
tudo à vista. Ele tinha um pequeno sofá de couro marrom, bem no
centro da sala havia um baú de metal envelhecido, pesado, como mesa
de café. Na frente disso havia um suporte de TV feito de um tipo de
madeira grossa e de qualidade com uma grande TV de tela plana.
Em frente havia uma cozinha com eletrodomésticos
razoavelmente novos e uma ilha com bancos de bar que cortavam até o
centro. Atrás da cozinha havia uma despensa com a porta para ir lá
para trás. À direita da cozinha, um corredor levava para um quarto e
um banheiro do lado esquerdo e outro quarto menor na direita. O
quarto de Jake era limpo, com mobiliário de madeira escura e uma
grande foto, emoldurada em preto e branco, de uma motocicleta Harley
na parede.
Olhar para a mesa de cabeceira, ao lado da cama, me fez pensar o
que eu encontraria lá dentro. Uma caixa de preservativos era meu
primeiro palpite. Entrei no quarto e acendi a lâmpada. Minha mão
estava na maçaneta da gaveta quando ouvi a porta dos fundos abrir.
Desliguei a lâmpada, corri para fora do quarto e voltei pelo corredor.
Jake colocou Rocky de volta em sua caixa, depois me observou
enquanto tirava seu casaco e o jogava na ilha. Ele olhou para mim com
um sorriso malicioso antes de se virar e vir em direção a mim. Eu ri no
olhar provocante em seus olhos e corri em direção ao seu quarto.
Dentro de poucos passos ele tinha me trancado em seus braços.
Sua respiração morna aqueceu minha orelha.
—Você gosta da perseguição tanto quanto eu, não é, pêssego? —
As pontas dos seus dedos seguiram sobre meu abdômen enquanto ele
puxava minha orelha entre os dentes. Ele mergulhou sua mão na minha
calça jeans e me esfregou até que eu estava molhada e necessitada.
—Sim, eu gosto. — Respirei.
Sua mão esquerda agarrou meu seio e o amassou em sua mão
enquanto os dedos mergulhavam mais fundo, seus beijos quentes
deixando marcas no meu pescoço.
—Eu quero que tire a roupa para mim. Quero ver tudo.
—O que faz você pensar que eu vou fazer isso? — A mão hábil já
tinha me deixado com os joelhos fracos.
—Porque você quer. — Seu dedo pulsou contra o meu clitóris e
meu suspiro escapou.
Quando sua mão me deixou e ele se sentou na minha frente, na
cama, eu quase pulei no colo dele despindo nós dois, mas quando seus
olhos caíram em mim, a antecipação e a excitação óbvia fizeram meu
corpo zumbir de emoção. Eu queria dar a ele exatamente o que ele
queria porque ele estava certo, eu também o queria. Jake estendeu a
mão e acendeu a lâmpada quando lentamente levantei minha camisa
sobre minha cabeça. Inclinando-me para baixo, com minha bunda no
ar, desamarrei os cadarços das minhas botas e deslizei fora delas. Em
seguida veio uma alça do sutiã, depois a outra, antes de abri-lo e deixá-
lo cair no chão.
Jake passou a mão pelo queixo e lambeu os lábios enquanto seus
olhos estavam travados no meu corpo, observando cada movimento
meu com aquele olhar predatório que ele tinha toda vez que eu estava
na sua mira.
Lentamente desabotoei o meu jeans e os deslizei pelos meus
quadris, revelando a calcinha de renda preta combinando. Ele mordeu
o lábio inferior, seus olhos descansando sobre a minha calcinha. Com
meus polegares presos nas tiras, as tirei e as deixei cair no chão antes
de sair delas.
Jake se levantou da cama e colocou as mãos na minha cintura,
lentamente traçando as curvas do meu quadril. Com aqueles olhos
escuros e castanhos fixados em mim, ele pegou minha bunda e
levantou minhas pernas, envolvendo-as em sua cintura. Ele me virou
para a cama e me colocou nela.
—Você pode gemer tão alto quanto quiser. Eu quero ouvir você
desmoronar embaixo de mim.
Uma mão segurou o lado de fora da minha coxa enquanto sua
cabeça foi para a minha cintura. Lentamente sua língua deslizou no
meu umbigo, em seguida deixou um rastro molhado até a parte mais
úmida de mim. Quando sua boca me reclamou, minhas costas
arquearam. Eu mal podia conter a sensação eufórica me percorrendo, e
eu ainda nem tinha chegado ao meu orgasmo. Sua língua afiada
mergulhou e ressurgiu e acariciou meu clitóris apenas para repetir
todo o processo. Minhas mãos agarraram o edredom enquanto eu
gemia e implorava por mais. Eu estava me perdendo no controle deste
homem e não queria que acabasse. Seus dedos me encheram, boceta e
bunda, e me deixaram tremendo e gemendo, até que eu finalmente
desmoronei.
Seus lábios deram beijos suaves ao longo do interior da minha
coxa e em seguida continuaram até meu estômago, ele não parou até
estar deitado em cima de mim. Sua ereção pressionou contra mim e eu
levantei meus quadris, colocando-o em uma melhor posição.
Segurando minha coxa, ele me prendeu contra ele enquanto ele se
empurrava em mim.
—Você pode sentir isso? O quanto eu quero me enterrar em você
agora? — O impulso veio com mais força e eu soltei um suspiro de
prazer quando a protuberância do seu jeans esfregou contra o meu
clitóris.
—Sim. — eu choraminguei.
—Você me quer dentro de você? — Seus lábios se moveram
contra os meus. Ele voltou a empurrar e eu inclinei minha cabeça para
trás, cavalgando a onda de prazer que atravessava meu corpo.
—Jake... por favor.
Um som de satisfação escapou dos seus lábios. A pressão de sua
ereção me deixou e foi seguida pelo som do cinto se desfazendo.
Tocando o tecido de sua camisa, apressadamente ajudei a removê-la.
Sua camisa voou e sua boca bateu para baixo na minha. Uma mão
enrolou em volta do meu cabelo e o deixou solto. Espirais escuras
caíram em volta das palmas das mãos dele. Instantaneamente ele abriu
os fios soltos enquanto seus lábios continuavam a me assaltar.
Batidas na porta da frente, seguidas pela voz quebrada de uma
mulher chamando o nome de Jake me tirou do meu passeio. Jake
rosnou na minha boca, claramente irritado com a interrupção.
—Fique aqui. — Ele me disse enquanto saía da cama. De costas
para mim, eu podia ver que os músculos dele ficaram tensos. Com um
rápido olhar para mim, ele ajustou seu jeans e desapareceu pela porta.
O som da cauda de Rocky batendo na caixa foi seguida por Jake
abrindo a porta da frente. Me vesti o mais rápido que pude e entrei no
corredor para ouvir. A mulher estava angustiada e implorava para Jake
ajudá-la. Entre lágrimas, ela se desculpou por não ter para onde ir. Tão
silenciosamente quanto pude, me movi para o final do corredor para
vê-la. Jake estava de costas para mim, seus braços ao redor da mulher,
acalmando ela e sussurrando algo em seu ouvido. Ela olhou para mim e
eu vi os danos em volta do seu olho.
—Me desculpe. Não sabia que você tinha alguém aqui.
Jake olhou por cima do ombro para mim. Sua expressão mudou de
afeição para irritação. Envergonhada voltei em direção ao seu quarto
para pegar meus sapatos e sair o mais rápido possível. Terminei de
amarrar o cadarço da minha segunda bota quando ele entrou.
—Não saia.
—Quem é ela?
—Uma amiga.
—O tipo de amiga com quem você transou?
—Não importa, está no passado. Preciso sair por um tempo. Vou
levá-la para o clube, então ela terá um lugar seguro para passar a noite.
Eu quero você aqui quando eu voltar.
—Acho que é melhor eu ir para casa. — Me levantei da cama. —
Seja o que for, — Apontei para a mulher em sua sala de estar. —Não
me parece que está no passado. — Havia algo lá. Eu vi. Eu tentei passar
por ele, mas ele agarrou meu braço e me puxou para ele. Um braço
enrolou em torno das minhas costas e o outro segurou meu rosto na
palma de sua mão.
—Eu não vou demorar. Fique aqui... por mim.
Seus olhos estavam praticamente implorando. Era claramente
importante para ele que eu ficasse. Isso quebrou a parede que eu tinha
construído ao vê-lo abraçar a mulher em sua sala de estar. Uma parte
de mim queria sair e não olhar para trás, mas eu sabia que me
arrependeria se eu fizesse. A emoção nos olhos dele era um ímã
puxando meu coração, mantendo-me no lugar, deixando minha
curiosidade sobre a borda. Concordei. Ele levantou meu queixo e me
deu um beijo carinhoso.
—Qualquer coisa que você precisar, use. Eu volto assim que
puder.
O polegar de Jake acariciou minha bochecha e em seguida seu
calor me deixou. Observei ele sair do quarto e permaneci lá até ouvir a
porta da frente fechar.
CApÍTULO SETE

Fora da minha casa, meus músculos tencionaram enquanto


minhas botas batiam no chão no caminho para minha Harley. —Onde
ele está?
Atrás de mim os passos de Angela se apressavam para me
acompanhar. —Não se preocupe com isso.
—Aparentemente você quer que eu me preocupe com isso. —
Parei de caminhar em direção a minha moto e tranquei meus olhos
nela. —Ou você não teria aparecido na minha casa.
—Jake, me desculpe. Não pretendia estragar a sua noite. Você era
o único em quem eu poderia pensar que me ajudaria e não me
afastaria.
Quando as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto, me virei em
direção à minha moto. Deixei de ser tolo por lágrimas há anos, e Angela
estava muito acostumada a usá-las para seu proveito.
—Diga-me onde ele está.
—Ele é um Wild Royal. Você não pode enfrentar isso, Jake.
Eu entreguei a ela o capacete e assenti com a cabeça para ela
continuar. —Se você quer a minha ajuda, me diga onde ele está. —
Montando na moto, esperei ela subir e segurar minha cintura. Olhei
para trás esperando por sua resposta. Minha moto não iria a lugar
nenhum até que ela me dissesse onde estava o pedaço de merda que
rasgou o rosto dela.
—Ele foi ao Spitzer, fora da cidade.
—Ele foi sozinho ou com seus irmãos?
—Não sei. Talvez tenha um par com ele.
Minha bota bateu na embreagem e parti. Levei Angela até o Kings
MC. A festa tinha morrido, exceto por alguns retardatários bêbados
demais para perceber algo estranho sobre mim entrando com ela.
Mantive Angela fora de suas vistas e a levei para de um dos escritórios
que viravam quartos de dormir.
—Eu vou ter que dizer a Nix que você está aqui.
—Por favor, não. — Os olhos de Angela se arregalaram e ela soltou
um gemido. —Posso sair daqui antes que ele chegue. Só preciso de um
lugar para passar esta noite até Rex se acalmar. Vou chamar alguém de
manhã.
Meus olhos estreitaram nos dela. —Alguém? É melhor esse
alguém não ser seu velho, porque ele não vai ser capaz de montar
quando eu terminar com ele.
—Não, Jake. Ele não quis fazer isso.
—Isso é o que todos dizem. — Meu maxilar apertou. Eu virei as
costas para ela e saí. Seu rosto preto e azul era razão suficiente para eu
caçar o bastardo. Pulei na minha moto e fui para o Spitzer. Quando
rolei até o bar, presumi que ele ainda estava lá quando vi um par de
Harleys estacionadas do lado de fora. Olhei para meu relógio, era uma
e cinquenta e sete da manhã. O bar fecharia às duas.
Me inclinei contra minha moto e esperei o covarde sair. Sua bunda
bêbada saiu seis minutos mais tarde com o braço enrolado em torno de
uma mulher vestida como um sexo casual. O amigo dele saiu atrás,
tropeçando com uma cerveja em uma mão e a outra tateando uma
mulher.
—Você é Rex?
Os olhos escuros do homem subiram para os meus.
Aborrecimento e curiosidade os encheram. —Quem diabos quer saber?
—Quem eu sou não importa, e sim o nome da mulher que você
bateu como um saco de pancadas.
Ele levantou seu queixo. —Como é que você sabe de Angela?
—Sou um velho amigo.
Rex removeu o braço da mulher e ajustou seus ombros. Tal como
eu esperava, ele queria uma luta. —Você está fodendo minha old lady,
porra?
Um sorriso levantou o canto da minha boca. Sendo um idiota e um
bêbado era muito fácil de hostilizar. —Não, mas eu costumava foder.
O braço dele veio balançando e rapidamente me afastei da minha
moto e me esquivei do seu punho. Seus movimentos eram mais rápidos
do que eu esperava. A bebida repetida o tinha transformado em um
alcoólatra em funcionamento. O amigo dele decidiu entrar na diversão,
mas sua bunda estava muito mal para uma boa luta. Fechei meu punho
em seu rosto e ele caiu no chão como um saco de batatas.
O clique de uma faca voltou minha atenção para Rex. Mas era
tarde demais. A lâmina já estava cortando minha camiseta, dividindo
minha pele em duas. Uma dor maçante me tomou. O cheiro de cobre
alcançou minhas narinas quando a lâmina veio para o meu rosto.
Peguei sua mão e usei como alavanca para girar o braço e enfiá-lo para
baixo até que seu ombro deslocasse, em seguida bati com o lado da
palma da minha mão em seu cotovelo com a intenção de quebrá-lo. Ele
rugiu e se contorceu debaixo de mim. A mulher começou a gritar
comigo que ia chamar a polícia.
—Se você vai fazer isso, faça para ele.
Enterrei meu punho no seu rosto e o sangue respingou na calçada
do seu lábio arrebentado e provavelmente dos dentes quebrados. Meu
punho agarrou a camisa e a jaqueta de Rex enquanto eu o puxava para
mim, para que eu pudesse olhar nos olhos dele.
—Não gosto de fodidos que saem batendo em mulheres. Agradeça
por eu não te matar. Bata em Angela novamente e eu vou fazer.
Antes de empurrá-lo para o chão, enfiei minha mão em seu rosto,
dando-lhe o mesmo olho preto que ele deu a Angela. Ele caiu no chão e
eu chutei a lâmina para longe na calçada, fora de seu alcance. Eu olhei
para a mulher cujos olhos estavam arregalados, com uma mistura de
choque e terror.
—Preciso chamar um táxi?
Ela lentamente balançou a cabeça. —Eu mesma dirigi.
—Tudo bem então. — Virei as costas ainda alto da adrenalina e
precisando da estrada sob minhas rodas para me acalmar. Depois de
subir na minha moto, olhei de relance para a mulher e fiquei aliviado
ao vê-la entrar em um carro estacionado na porta do bar. Esperei até
que ela saísse e em seguida fiz o mesmo.
A descarga de adrenalina fez seu impacto no caminho de volta
para minha casa. O latejar implacável me lembrou do corte no meu
lado. O sangue tinha encharcado minha camisa e jeans, e a pele dos
meus dedos estavam abertas e cobertas de sangue seco.
Puxando para minha garagem, Liz foi a primeira coisa na minha
mente. Eu esperava que ela não surtasse quando me visse. Sua
confiança em mim já era fina, mas se ela realmente quisesse ficar
comigo teria que aprender que eu era impulsivo.
Quando entrei pela porta, todas as luzes estavam apagadas. Com
apenas a pouca luz do luar atravessando a janela da sala, fui à caixa de
Rocky e acalmei seus gemidos para que ele não acordasse Liz, que eu
presumi que estava dormindo. Fui até meu quarto e com certeza ela
estava deitada na minha cama, enrolada debaixo do cobertor,
dormindo serenamente. Ver ela ali deitada na minha cama, esperando
por mim, me encheu com mais satisfação do que eu esperava.
Precisando ver minha ferida, entrei no banheiro e tirei minha
camisa. Depois de limpar a ferida e ensopá-la com álcool, cobri com
gaze e fita. Limpei meus nódulos dos dedos e o rosto, tomei algumas
aspirinas e voltei para o meu quarto. Quando levantei o cobertor, meu
pau saltou com a visão de Liz em sua calcinha e uma das minhas
camisetas. Sua bunda era perfeitamente redonda e tinha curvas
suficientes para eu poder apertar as bochechas firmemente nas minhas
mãos. Maldição, se eu não queria acordá-la e terminar o que
começamos. Mas a ferida latejante no meu lado me lembrou que eu
teria que esperar. Eu deitei atrás dela, envolvendo meu braço ao seu
redor.
Ela murmurou em seu sono, e o som da sua voz doce e sonolenta
saindo daqueles lábios cheios e cor de rosa tinha a merda dura em
torno do meu coração se desintegrando. Puxei seu corpo no meu peito,
descansando a minha mão na parte mais macia dela, bem entre suas
coxas. Ela soltou um gemido sonolento e encostou sua bunda no meu
pau antes de voltar a dormir rapidamente. Beijei seu pescoço e deixei o
sono vir assim que minha cabeça bateu no travesseiro.
CApÍTULO OITO

LIZ

Acordei com o braço pesado de Jake me prendendo contra seu


corpo. Levantei a mão dele e notei seus nódulos machucados. Virei em
seus braços para dar uma olhada nele, mas seu rosto estava bem. Ele
parecia tranquilo e lindo e tão sexy dormindo como quando estava
acordado. Corri minha mão sobre seus ombros e peito, admirando seu
quebra-cabeça de tatuagens. Meus olhos pegaram algo branco e
brilhante. Olhando para baixo, vi o curativo. Imediatamente o agitei,
acordando dele.
—Jake, o que aconteceu com você? Esteve em uma briga?
Seus olhos se abriram lentamente e ele sorriu quando olhou nos
meus olhos. —Você parece preocupada.
—Eu estou. O que aconteceu com você?
Sua mão foi para minha cintura e levantou a camiseta fora do
caminho para que pudesse passar suas mãos ao longo do meu
estômago antes de mergulhar uma delas dentro da minha calcinha.
Seus dedos delicadamente me acariciaram, me deixando atordoada.
—Jake... — Choraminguei antes de colocar minha mão sobre a sua,
parando-o. —O que aconteceu?
Ele avançou em minha direção, colocando a mão na minha cintura,
me puxando o resto do caminho em direção a ele. —Falaremos sobre
isso mais tarde. — Ele pegou minha mão e a deslizou para dentro de
sua cueca. Ele estava duro e claramente ansioso pela libertação. Minha
curiosidade levou o melhor de mim. Coloquei minha mão em torno do
seu eixo, chocada pelo comprimento e largura.
—Eu tenho certeza que você é obrigado a registrar esse tipo de
arma.
O canto de sua boca se ergueu em um sorriso sexy, travesso. —Já
registrei. Está carregada e estou pronto para usá-la.
Eu ri tanto que meus lados começaram a doer. Jake riu também,
então parou quando seu lado doeu.
—Talvez não tão pronto quanto você pensa que está. — Olhei para
baixo e vi que o sangue tinha começado a passar pelo curativo. —Deixe
que eu veja isso.
Ele se deitou e colocou os braços atrás da cabeça, me dando acesso
total à sua ferida. Puxei o curativo para descobrir que uma faca o tinha
aberto vários centímetros.
—Você precisa de pontos para fechar isto.
—Você pode fazer?
Olhei para ele surpresa. —Sim, mas não tenho as ferramentas.
Você precisa ver um médico.
—Eu tenho o que você precisa.
Juntei o álcool e as ataduras frescas enquanto Jake tirou uma caixa
de seu armário cheia de fio cirúrgico, uma agulha curva, suporte e
fórceps.
—Devo me preocupar por você ter em mãos instrumentos
cirúrgicos como um kit de primeiros socorros?
Jake deu de ombros. —É mais fácil ter o meu próprio. — Sem mais
explicações ele saiu do banheiro e entrou no quarto. Fui atrás dele,
colocando o álcool e as ataduras na mesa ao lado das ferramentas de
costura.
—Tem algum creme anestésico?
—Não é preciso. — Jake relaxou e colocou os braços atrás da
cabeça novamente.
—É claro que você não precisa. — Aparentemente não era a
primeira vez dele recebendo pontos. Depois de limpar a ferida, arrumei
a agulha e a linha e comecei o primeiro ponto. Eu olhei de relance para
Jake, para me certificar de que não estava machucando. Ele ficou
deitado sem vacilar.
—Você vai me dizer como isso aconteceu e quem era aquela
mulher?
—Você provavelmente não vai esquecer se eu não disser, vai?
—Você já está me conhecendo.
Enquanto esperava ele compartilhar as informações que ele não
queria, notei várias cicatrizes no seu tronco. Elas eram facilmente
perdidas quando seus olhos eram atraídos para suas tatuagens. E eu
estava preocupada com quantas cicatrizes ele tinha, mas não tive
coragem de perguntar sobre algo tão pessoal.
—Há treze delas.
—O que?
—Treze cicatrizes.
Meu estômago torceu. Ele tinha notado que eu estava olhando
para elas.
—Meu pai era um alcoólatra abusivo. Batia na minha mãe
regularmente. Quando eu tinha onze anos, comecei a defendê-la
levando os golpes no lugar dela. Ele não gostava que seu filho ficasse
no caminho, então ele me amarrou em uma cadeira e me cortou onze
vezes. Um corte para cada ano do meu nascimento, ele disse. Minha mãe
conseguiu fazer uma chamada para o 911. Se ela não tivesse,
provavelmente eu não estaria vivo.
Eu parei de suturar a ferida quando meu corpo ficou dormente. —
O que aconteceu com ele?
—Ele foi para a prisão.
—E as outras duas cicatrizes?
—Ambas foram brigas. Uma foi um caco de vidro e a outra uma
faca.
Segurando o suporte da agulha e a pinça na mão, olhei para ele,
ainda absorvendo o que ele tinha compartilhado.
—Nunca contei para outra mulher como consegui as cicatrizes.
—Por que você me disse?
—Ontem à noite eu deixei um homem com ossos quebrados por
causa do que ele fez com a mulher que você viu na minha sala.
—Foi como você conseguiu isso?
Ele assentiu.
Eu olhei de volta para a ferida e terminei a última sutura.
—E a mulher de ontem à noite, ela significa algo para você? — Eu
engoli o caroço em minha garganta e esperei que ele respondesse.
—Um pouco mais do que normalmente uma mulher significa.
—Você a amava? — Eu olhei para baixo, para os pontos,
concentrando-me no último nó, evitando os olhos dele. Houve uma
pausa e meu peito apertou.
—Não.
Uma quantidade surpreendente de alívio me encheu. Não que
houvesse algo de errado com Jake tendo amado ela, mas uma parte
egoísta de mim queria saber como era ser a única mulher a ter o amor
de Jake.
—Eu preciso limpar isto. — Coloquei as ferramentas de volta na
caixa.
O olhar de Jake me seguiu para fora do quarto. Eu podia sentir
seus olhos queimando as bochechas da minha bunda que estavam
espreitando por baixo de sua camiseta. Enquanto eu limpava as
ferramentas no banheiro, ele passou pelo corredor, e segundos depois
ouvi ele deixando Rocky sair de sua caixa, seguido por grandes patas
batendo no chão, depois a porta traseira abriu e fechou.
Voltei para o quarto depois de guardar a caixa para verificar meu
telefone. Os nervos se juntaram na barriga quando vi uma lista de
mensagens de texto de Nix. Cada texto era mais irritado do que o
anterior. Liguei imediatamente para ele.
—O que está acontecendo? Por que você está explodindo meu
telefone?
—Você está com o Jake? — Seu tom era zangado e desaprovador.
—Eu estou.
—Peça para ele trazer você para o clube. Agora! — Nix desligou
sem uma explicação. Me apressei e encontrei Jake na cozinha. Rocky
correu para mim e sentou-se, abanando o rabo com um tremendo
entusiasmo. Eu acariciei sua cabeça e cocei sua orelha, fazendo com
que a perna dele chutasse como fez na noite anterior.
—Falei com Nix. Ele quer que você me leve para o clube. Ele está
bravo com alguma coisa.
—Chegaremos lá assim que possível. Jake esticou o braço e
esfregou sua mandíbula enquanto dava um suspiro. —Quero cuidar de
você primeiro. Você está com fome?
—Eu estou, mas nós não devemos deixá-lo esperando.
Jake abriu a geladeira e tirou um suco de laranja. Depois de abrir a
tampa, ele bebeu durante alguns segundos antes de fechar o recipiente
e colocá-lo na geladeira.
—O que quer que seja que seu irmão esteja chateado, não vai
desaparecer. Seria melhor se ele tivesse tempo para esfriar a cabeça.
Tome um banho. Vou buscar alguma coisa para nós.
Não havia nenhuma vantagem em discutir, a expressão de Jake
estava determinada.
—Eu vou ficar com o cheiro do seu corpo. Espero que você goste.
—Eu quero mais do que apenas o cheiro do meu corpo lavando
você. — O canto da sua boca se ergueu.
Não pude deixar de sorrir para aquela insinuação enquanto eu
caminhava para o banheiro.
Ouvi sua moto rugir lá fora alguns minutos depois. Quando saí do
chuveiro, me vesti e terminei usando sua pasta de dente e meu dedo,
quando ele entrou na garagem. O cheiro de salsicha flutuou pela casa
quando ele passou pela porta. Eu me juntei a ele na ilha da cozinha e
me levantei na ponta dos pés para ver o que estava no saco. Meu
estômago estava roncando, e eu estava agradecida por ele me fazer
comer antes de ir ver Nix. Ele envolveu um braço ao meu redor,
puxando-me perto dele. Ele se inclinou e beijou meu templo.
—Você fez um bom remendo em mim. Não lhe agradeci mais cedo
e eu deveria ter feito.
Olhando para ele enquanto ele cavava os recipientes para fora do
saco com uma mão e me segurava com a outra, senti minha afeição por
ele crescer. —Obrigada pelo café da manhã.
A mão dele percorreu os fios soltos do meu cabelo e em seguida
acariciou minhas costas.
—Vamos comer.
Jake tinha ido a uma lanchonete self-service. Eu conhecia o lugar.
Eles faziam as melhores panquecas, e aparentemente, Jake também
sabia disso. Tinha pedido algumas para nós.
—Posso dar um pedaço para ele? — Eu olhei para os olhos de
cachorrinho do Rocky me observando comer minha salsicha.
Jake riu. —Não, pêssego. Não o estrague.
—Ah, mas Jake, olhe para aqueles olhos.
—Eu gosto da maneira que você soa quando me implora, pêssego.
— Jake esfregou sua mão ao longo da minha coxa e me olhou com sua
autoridade masculina. —Mas a resposta ainda é não.
—Está bem. — Eu projetei meu lábio inferior para fora.
Um sorriso se espalhou em seus lábios. —Você gosta dele?
—Sim, ele é adorável, e tão bem comportado.
—Ele também gosta de você. — Jake apertou minha coxa antes de
pegar seu recipiente vazio e jogá-lo no lixo. —Você está pronta para
descobrir o que ficou preso no traseiro de Nix?
Soltei um suspiro. —Acho que eu já sei o que é.
Jake cruzou os braços e se inclinou contra a geladeira, esperando
eu me explicar.
—Ele me disse para ficar longe de você. Eu não fui para casa
ontem, e em seguida disse a ele que eu estava com você. Ele
obviamente está chateado com isso.
—Foi por isso que você não veio para casa comigo na primeira
noite?
—Não foi a única razão.
—Nix disse para você ficar longe de mim?
Concordei apreensiva.
Jake examinou o pensamento, seu rosto sem emoção.
—Vamos lá.
Vinte minutos depois chegamos ao Kings MC. Duas motos estavam
do lado de fora, incluindo a de Nix. Meu estômago apertou. Nix vai
ameaçar Jake para fazê-lo ficar longe de mim? Ele estava sendo
superprotetor ou havia algo entre eles e ninguém estava me dizendo?
Parte de mim não queria entrar no clube. Sentia que uma tempestade
estava se formando e eu estava no olho da dela.
Saí da moto de Jake e coloquei o capacete na parte de trás. Jake
agarrou meu braço, me puxando para seu colo. Sua mão agarrou meu
quadril e a outra me envolveu enquanto seus lábios pressionavam os
meus. Sua língua escorregou, persuadindo nosso despertar da manhã
de volta à superfície. A mão na minha coxa gradualmente se moveu
entre as minhas coxas e me acariciou, me deixando molhada.
—Eu quero você na minha cama esta noite. — Sua mão experiente
acariciou mais duro. —Eu te provei e você é doce, pêssego, mas eu
preciso de mais do que apenas um gosto.
Eu queria o mesmo, mas eu não estava prestes a ir contra o meu
próprio irmão sem saber mais detalhes. Eu coloquei minha mão sobre
a sua para detê-lo antes de perder todos os meus sentidos.
—Vamos ver o que está acontecendo.
Jake lambeu os lábios. Eu podia ver sua mandíbula tensa. Ele me
aliviou do seu colo e desceu de sua moto. Caminhamos até a entrada,
sua mão descansando nas minhas costas quando ele abriu a porta para
eu entrar. Quando entrei, vi alguns rostos familiares jogando sinuca,
Jeff estava atrás do bar colocando bebidas na prateleira para o final do
dia.
—Jeff, cadê o Nix?
Jeff olhou para Jake e eu juntos, então indicou com a mão para o
escritório. —Eu vou deixá-lo saber que você está aqui.
Jeff não precisou ir longe. Quando ele virou a esquina quase bateu
no corpo gigante de Nix. Chupei uma respiração quando vi a mesma
mulher de ontem à noite segui-lo para fora. O rosto de Nix estava
vermelho, os olhos frios como pedra. Ele olhou para Jake enquanto
caminhava em nossa direção como um predador prestes a atacar.
—Droga, ela não saiu. — Ouvi Jake dizer em voz alta.
Jake me empurrou para trás quando Nix se aproximou. O bater de
botas de Nix não diminuiu. Nix balançou e seu punho foi direto na cara
de Jake. Jake se levantou e olhou para Nix. Tive a sensação que a única
razão que ele não estava rasgando meu irmão era porque eu estava ali.
—Nix, o que diabos deu em você? — Eu gritei.
Os olhos de Nix permaneceram trancados em Jake, como se eu não
existisse. —Fique longe da minha irmã. Você não precisa seduzir Liz,
também. Ela não é algo para você se divertir.
—Jake, do que ele está falando?
—Claro, você não disse à ela. — Nix suspirou.
—O que diabos está acontecendo? — Eu exigi.
Os outros membros do clube já estavam se aproximando. Jake
cuspiu sangue do lábio e continuou a olhar para Nix, usando o que
parecia ser todo o seu autocontrole para não retaliar.
—Senhoras, vão lá para cima. — Max disse quando ele e Trevor se
juntaram a nós.
—Não! Eu quero saber o que diabos está acontecendo?
—Lá em cima, pêssego. — Jake disse sem olhar para mim. Seu tom
não tolerava argumento.
—Está bem. Vamos. — Eu disse para a mulher atrás de Nix. Ela
andou comigo e eu a guiei para a porta dos fundos do clube. No
caminho pelo corredor, ouvi as vozes aumentando na sala da frente, e
em seguida, o som de grunhidos e alguém sendo batido em uma mesa.
Eu não me incomodei em voltar. Eu sabia o que estava acontecendo.
Eles estavam colocando para fora seus problemas.
—Não vamos ficar aqui. Minha casa fica perto. — Apontei em
direção a ela. —Eu não vou ficar por aqui e lidar com essa testosterona
sobrecarregada.
—Você é Liz, a irmã mais nova do Nix? — Ela perguntou enquanto
me seguia através do pátio.
Dei uma olhada de volta para a ruiva cheia de curvas. Mesmo com
as marcas pretas e azuis em torno de seus olhos castanhos e o
machucado no queixo, eu podia ver que o rosto dela era bonito.
—Sim. Qual é o seu nome?
—Eu sou Angela. — Ela olhou para mim com surpresa em seus
olhos.
—Eu conheço você?
—Não, acho que não. — Decepção varreu o rosto dela. —Me
desculpe por ontem. Eu não quis aparecer sem avisar. Você é a old lady
de Jake?
Eu ri com o termo. Eu sempre pensei que isso soava ridículo a
menos que você fosse a esposa de um motoqueiro e tivesse mais de
quarenta e cinco anos. —Não, não sou sua old lady.
—Você é a namorada dele?
A pergunta ficou no ar. Eu não sabia como responder.
Sinceramente não sabia o que era para Jake.
—Eu sinto muito. Eu estou sendo intrometida. Não é da minha
conta. — Angela deve ter notado o silêncio desconfortável após sua
pergunta. Olhei para ela e dei um meio sorriso.
—Você está certa. Não é.
Chegamos a casa e eu abri a porta, apontando para ela entrar.
—Eu imagino que todas as suas coisas estão na casa do idiota que
fez isso com seu rosto?
Ela olhou para mim com embaraço em seus olhos. Ela assentiu
com a cabeça.
—Eu tenho roupa lá em cima que você pode pegar emprestada.
Você também pode usar o chuveiro. Depois disso, podemos ir até a loja
e pegar um pouco de suas próprias coisas.
—Você não precisa fazer isso.
—Tem alguém que você possa chamar?
Ela balançou a cabeça. Lágrimas enchendo seus olhos.
—Então, sim, isso é o que vamos fazer. Venha. — Eu acenei lá para
cima. —Meu quarto está lá.
Caminhei até meu armário e escolhi algumas opções diferentes
para ela. Ela escolheu uma roupa toda preta, criando um visual ainda
mais ousado do que o meu próprio estilo.
—Obrigada por me emprestar estas. Eu vou ser rápida no
chuveiro.
—Não há problema.
Encontrei roupas limpas para mim e mandei uma mensagem para
Ashley e Jenna para ver se elas queriam fazer compras também. Depois
de saber que elas iriam, eu esperei Angela terminar. A realização de
que eu estava ajudando a ex de Jake não passou despercebida.
Felizmente, minha boa vontade estava superando meu ciúme porque
ela não era apenas a ex de Jake, ela era uma mulher que precisava de
ajuda. Ela obviamente tinha se apaixonado pelo tipo errado de cara e
pagou o preço por isso.
Depois do secador correr por alguns minutos, ela saiu, parecendo
assassina nas minhas roupas. O ciúme deu uma cambalhota no meu
estômago e tive que derrubá-lo.
—Você quer algum corretivo emprestado? — Perguntei.
—Se estiver tudo bem?
Ajudei ela a disfarçar os hematomas o melhor que pude. Agora
eram poucos os perceptíveis, a menos que você soubesse o que estava
olhando. Ela sorriu para mim. Dei uma boa olhada em como ela era
bonita. Não era de admirar que Jake fosse atraído por ela. O corpo dela
era construído como o meu, mas ela era um pouco mais baixa, o que
fazia suas curvas um pouco mais voluptuosas. Meus seios não podiam
se comparar, os dela eram muito maiores e ela claramente gostava de
colocar esses meninos lá fora. Ela escolheu uma camisa decotada que
os mostrava bem. Com seu cabelo vermelho ardente e meu sutiã, ela
teria facilmente um novo homem no final do dia. Coloquei a bolsa de
maquiagem de volta na gaveta.
—Você está pronta?
—Sim.
Quando nos aproximamos do meu carro, Angela olhou surpresa.
—Isto é seu?
Balancei a cabeça. —Camaro 69. Era do meu tio. Ele deixou para
mim e Nix reconstruiu o motor. Eu sou uma fã de homens e máquinas.
—Não admira que Jake está interessado em você. — Ela riu
enquanto abria a porta e entrava.
Eu não sorri para a declaração. Eu não queria que ela soubesse o
quanto eu realmente gostei de ouvir isso.
—Vamos pegar umas amigas minhas, depois vamos para a
farmácia e shopping.
CApÍTULO nOVE

LIZ

Paramos em um restaurante para um almoço tardio depois das


compras. Angela e Ashley foram para o banheiro e Jenna se aproximou
mais, então só eu a ouviria.
—Qual é o problema com essa garota, Angela? E o que aconteceu
com você ontem à noite? Você foi para casa com um dos membros do
clube, certo?
—Ugh, Jenna. Estou com um problema. Fui para casa com Jake
Castle.
—Oh meu Deus! Eu o vi! Ele é muito quente. Então, você? — Ela
deu uma cotovelada no meu lado e piscou.
—Não, fomos interrompidos... por ela. — Apontei para o lugar
vago de Angela.
—O que você quer dizer? — As sobrancelhas de Jenna se
ergueram.
—Ela é sua ex-namorada, acho. Ou ex amante. Eu não sei. De
qualquer forma, havia algo entre eles. Ela precisava da ajuda dele
ontem à noite, então ele saiu no meio da noite para ajudá-la, mas me
pediu para ficar e esperar por ele.
—E você ficou?
Balancei a cabeça.
—Por que?
—Não sei. Pareceu importante para ele que eu estivesse lá quando
ele voltasse. Ele disse que o que houve entre eles está no passado.
Chamou ela de amiga, uma amiga que precisava de sua ajuda. Nix
enlouqueceu quando descobriu que eu passei a noite com Jake. Eles
tiveram uma briga sobre isso esta manhã. Há algo acontecendo entre
eles que nenhum dos dois está me contando.
—Bem, eu não gosto desta garota. Ela parece ser problema.
—Tem certeza que não é um pouco de ciúme da concorrência? —
Eu peguei um dos seus cachos soltos, vermelhos. —Nix gosta de ruivas.
—Eu sei. — O canto da boca de Jenna torceu. —Eu quero que ele
goste dessa ruiva aqui, não daquela ruiva lá. — Ela apontou em direção
a Angela saindo do banheiro, mas falou baixo o suficiente par que
Angela não pudesse ouvir.
—Quando nós voltarmos para minha casa, eu vou falar com Nix e
descobrir para onde levá-la. Ela deve ter família ou um amigo em
algum lugar.
—Nix disse que os membros vão estar novamente no clube hoje à
noite. Você acha que nós podemos ir?
—É claro que podemos. — Um sorriso esticou meus lábios
enquanto dei uma olhadela para Jenna e pisquei. —Posso dizer o
quanto você gosta dele. Eu vou fazer o que puder para ajudar.
—Amo você, irmã. — Jenna se inclinou e beijou minha bochecha.
Depois que a garçonete levou nosso pedido, Jenna definiu seus
olhos em Angela.
—Então, de onde você é?
Os olhos de Angela estudaram Jenna com desprazer antes de
pegar meu olhar e alterar sua expressão. —Eu sou de Jersey.
—Como você terminou em Nashville?
—Segui um ex-namorado.
Era óbvio que Angela não queria jogar o jogo de vinte perguntas
de Jenna, mas ela continuou pegando o meu olhar atento e
respondendo a cada uma.
—Como você conheceu os Kings? — Ashley perguntou.
—Meu ex era prospecto para eles por um tempo antes de deixar a
cidade. — O tom de Angela amaciou ao responder para Ashley.
—Foi assim que você conheceu Jake? — Eu perguntei, engolindo o
caroço na minha garganta.
Angela olhou para mim e deu um meio sorriso enquanto assentia
com a cabeça. Felizmente a garçonete trouxe nossos pratos e terminou
a tensão embaraçosa.
Jenna e Ashley desfiaram mais algumas perguntas, e eu notei que
quanto mais elas tentaram cavar, mais desconfortável Angela ficava.
Ela evitava qualquer conversa sobre Jake ou os Kings. Eu achei que era
para tornar as coisas menos esquisitas para mim. Depois do almoço,
todas entraram no meu Camaro e deixei Jenna e Ashley no Jenna’s.
—Vou ver as duas esta noite. Parem na minha casa. Podemos ir
juntas.
Uma vez que as duas estavam fora do carro, Angela e eu rodamos
em silêncio por vários minutos antes dela falar.
—Suas amigas são legais. — O tom sem entusiasmo me disse que
elas não eram o seu tipo de amigas.
—Elas são boas amigas, mas eu poderia dizer que você não estava
confortável. Eu estou tendo a impressão que você gosta de viver no
limite. Minha primeira dica foi porque você estava namorando um
idiota, em seguida a roupa que você usa, e logo depois você se
esquivando das perguntas durante todo o dia. Você pode ser
verdadeira comigo. Vou respeitá-la se você for.
—Eu gosto da falta de besteira. — Angela soltou um suspiro sem
humor. —Você é meu tipo de mulher, Liz, mas botão de ouro e dente de
leão são um pouco doces demais para mim. Eu não ando com garotas
muitas vezes.
Finalmente a verdadeira Angela estava aparecendo.
—Você parece esperta. Como você acabou com o idiota que
marcou seu rosto?
—O mesmo que você. Os olhos esfumaçados e cobertos de
sombras se inclinaram para mim. Eu gosto deles altos, tatuados e
ásperos.
Ouvir essas palavras escaparem dos seus lábios fez com que
sirenes tocassem dentro da minha cabeça. Eu não confiava nesta
mulher. Ela pode ter sido a vítima agredida ontem à noite, mas quanto
das lágrimas eram para obter uma reação de Jake? A mulher com quem
eu tinha passado o dia hoje não estava mostrando quaisquer efeitos
residuais de traumas. Ela parecia muito calma, legal e sagaz. Minha
curiosidade sobre o que aconteceu entre ela e o namorado que bateu
nela estava me corroendo, mas temas pessoais estavam claramente
fora da mesa entre nós.
—Algum plano de onde você está indo depois?
—Eu estava pensando em ficar por aqui por um tempo, passar
algum tempo com os kings. — Um sorriso malicioso se ergueu em seus
lábios.
Com meu estômago torcido em um nó, virei-me para a entrada da
nossa casa. As motos de Nix e de Jake estavam estacionadas lado a lado
na garagem.
Quando me aproximei da porta, ouvi eles discutindo. Eu entrei e
ambos ficaram em silêncio. Seus olhos se revezavam entre meu rosto e
Angela.
—Vocês dois ainda estão brigando? Pensei que já teriam resolvido
isso? — Irritada, mudei meu peso para o meu calcanhar direito e cruzei
os braços.
—Você ficou com ela o dia todo? — Nix perguntou.
—Sim. — Olhei para Angela, que parecia divertida.
Os pés pesados de Jake bateram no chão diretamente na minha
direção. O inchaço do seu lábio superior tinha diminuído, mas Nix tinha
acrescentado um machucado em seu queixo.
—Vamos, pêssego. Nós estamos saindo.
O rosto de Nix estava corado e seus olhos estavam lançando
dardos nas costas de Jake. Sua luta o deixou com ferimentos também.
Ele tinha um corte na bochecha e a pele ao redor ainda estava
vermelha e inchada.
—Não vá com ele, Liz. Nós precisamos conversar.
Jake pegou minha mão e me puxou em direção à porta. Eu cavei
meus pés no chão e o parei.
—Eu não vou a qualquer lugar até que um de vocês comece a me
contar o que diabos está acontecendo.
Eu olhei de Jake, para Nix e para Angela que, casualmente, estava
encostada na parede com uma expressão de leveza que achei estranho.
—Se eu soubesse eu não teria deixado você sair com Angela. —
Nix se adiantou e passou a mão pelo cabelo. —Ela não é alguém que eu
quero perto de você.
—Nós precisamos ir. — O braço de Jake enrolou em torno de mim.
Tensão nervosa se construiu no meu peito. Eu ignorei e voltei meu
olhar para Nix.
—Por que você não me quer perto dela?
—Ela costumava ser minha garota até que peguei Jake fodendo
com ela.
Eu deslizei fora do braço de Jake e pisei para longe dele enquanto
raiva me enchia. Meus olhos foram para Jake primeiro, e sua expressão
era morta, ele nem me olhava nos olhos. Eu olhei para Angela e ela
encolheu os ombros como se dissesse, é o que é.
—Saia. E leve Angela.
Jake ergueu o boné e esfregou sua nuca. —Foda-se! Me ouça,
pêssego.
—Fora!
Jake olhou para Angela e acenou com a cabeça em direção à porta.
Ela seguiu atrás dele.
Fechei a porta quando eles saíram e olhei para Nix.
—Na próxima vez, é melhor você me dizer o que eu preciso saber
antes que eu desenvolva sentimentos. — Passei por ele para as
escadas.
—Liz! — O som de botas pesadas me seguiu pelas escadas. —Eu
sinto muito. Liz!
Eu parei dentro do meu quarto. Ele ficou do lado de fora com a
mão na porta, me impedindo de batê-la na cara dele.
—Se eu soubesse que ela estava de volta, eu diria. Eu não esperava
vê-la novamente. Ela foi embora depois da separação, e não a vi desde
então.
—Por que você não o expulsou do clube? Ele quebrou um dos
maiores códigos e sua confiança.
—Se eu o chutasse para fora eu teria que contar a todos o motivo.
Teria que admitir que um irmão estava dormindo com minha garota
sem eu saber. Como isso me faria parecer? Como o presidente não sabe
que sua mulher está o traindo pelas costas?
Abri a porta mais larga.
—Você entende por que não lhe contei agora? — Nix me deu seus
olhos brilhantes e verdes de cachorrinho. —Eu estava rasgado com
toda a situação. Pelo menos, com a saída dela, Jake e eu fomos capazes
de sermos civilizados, até que ele decidiu que queria seduzi-la também.
O que cruzou a linha para mim. Eu explodi. Desculpe envolver você
assim. Eu lhe avisei sobre Jake, mas você não me escutou.
—Eu pensei que vi algo nele, mas claramente, eu estava errada.
CApÍTULO DEZ
LIZ

Eu não fui à festa no clube na noite em que eu chutei Jake e Angela


para fora da nossa casa. Eu queria ser discreta e evitar Jake o máximo
possível. Graças a Deus, dois dias depois, segunda-feira, recebi uma
ligação do gerente que me entrevistou. Ele me ofereceu o emprego na
enfermaria no Centro Médico de Nashville.
Após uma semana de trabalho, eu já estava exausta, mas amava
cada minuto disso. A melhor parte é que eu mantinha minha mente
fora de Jake. Mesmo que eu não quisesse admitir, pensamentos dele
enchiam minha mente muito frequentemente. Tinha acontecido algo
entre nós, mais do que apenas uma intensa atração, momentos de algo
mais profundo que não era fácil de esquecer.
Quando a próxima sexta-feira chegou, eu estava esparramada no
sofá em uma camiseta e calças de moletom com um pote de pipoca e
um bom filme da Netflix que eu estava esperando ansiosamente estar
disponível. Nix desceu as escadas vestido com suas habituais botas
pretas, jeans desgastado e suas cores do clube.
—Vocês vão fazer uma festa hoje à noite?
—Sim, você deveria vir.
—Eu prefiro não ir.
—Sabe quem perguntou por você ontem? — Nix pegou meus pés,
sentou-se debaixo deles e em seguida colocou-os em seu colo.
—Dillon?
—Jake. — Nix soltou uma risada divertida. —Ele teve a coragem
de me perguntar como você está.
Afeição acendeu no meu intestino. Eu imediatamente sufoquei
esse sentimento e continuei olhando para a tela. —Isso é bom. Você
mandou ele se foder?
—Claro que sim. Então ele perguntou se Angela poderia ficar no
clube.
—Ela ficou com ele durante toda a semana? — Meu estômago deu
um nó e engoli o caroço que veio até minha garganta.
—Deve ter ficado.
Olhei para a tela, mas não tinha ideia do que estava passando nela.
Minha mente estava pensando em Angela ficando na casa de Jake
durante toda a semana e todas as possibilidades do que poderiam ter
feito.
—Liz?
—Hmm? — Eu virei minha cabeça para encará-lo.
—Seu telefone está tocando. — Nix apontou para o sofá.
Olhei para a tela. —É a Jenna. Eu vou chamá-la de volta.
—Ela provavelmente quer que você venha para a festa com ela.
—Como ela sabe sobre isso?
—Eu disse a ela sobre isso.
—Quando você lhe disse? — Olhei para ele com minha suspeita de
irmã, um sorriso rastejando ao longo dos meus lábios, inchando
minhas bochechas.
—Eu a convidei quando ela veio na última noite de sábado.
—Hmm, então acho que você queria sair com ela de novo.
Nix sorriu. —Ela está bem com isso.
Eu chutei meus pés na perna dele e sorri. —Ela está mais do que
bem se você está convidando ela para sua festa.
Nix acariciou meus tornozelos antes de levantar e fugir da
conversa sobre sentimentos. —Você deve vir. Você tem trabalhado
duro durante toda a semana. Você merece uma noite fora.
—Eu pensarei nisso.
Ele foi para a porta.
—Nix?
—Sim?
—Você deixou Angela ficar no clube?
—Não. No momento em que Jake decidiu enfiar o pau nela, ela
tornou-se problema dele e não meu.
Esse era meu irmão, frio e duro por fora, mas por dentro, ele era
totalmente sensível, e isso era algo que ele tinha que proteger. Ele
nunca mostrou emoção sobre nada exceto quando ele veio para mim.
Eu era a fraqueza do meu irmão. Ele voltou quando nossa mãe fugiu e
nosso pai disse a Nix que ele teria que se tornar um homem. Papai
disse que era trabalho dele ajudar a me proteger. Depois que pai
morreu, Nix levou as palavras do nosso pai de coração e me protegeu
como se sua vida dependesse disso. Ele bateu fora a merda de qualquer
valentão da escola que encostou em mim e ameaçou todo garoto que
gostou de mim.
Quando o nosso tio Dallas nos levou, aquela proteção cresceu.
Ninguém podia me dizer o que fazer, exceto Nix. Quando eu tinha 14
anos, ele já não era só o meu irmão, mas também meu pai.
Eventualmente, quando Nix viu o quanto Dallas me amava, ele
amoleceu e tomou o banco traseiro como pai e começou a apreciar sua
vida jovem. Mas depois que Dallas faleceu, seus instintos paternos
voltaram. Ele foi o único que se certificou de que eu tivesse uma
educação depois de me graduar na escola e foi o único que consertou o
Camaro de Dallas para eu dirigir. Angela não merecia um homem como
meu irmão, mas Jenna sim. Peguei meu celular e liguei de volta.
—Desculpe ter perdido sua ligação. Nix e eu estávamos
conversando. O que está rolando?
—Eu esperava que você viesse ao clube comigo esta noite. Ashley
não vai poder ir. Ela tem que trabalhar e não quero ir sozinha. Poooor
favooor, vá comigo.
—Sim, eu vou. Posso dizer que Nix está ansioso para ver você.
Estarei pronta em 40 minutos.
Eu corri para meu quarto para me preparar, e estava descendo as
escadas em uma camisa preta caída com um ombro de fora, jeans
skinny e botas pretas até o joelho quando Jenna bateu na porta.
—Pode entrar.
Seus olhos se arregalaram ao me ver. —Droga, garota. Você está
quente. Está tentando conseguir um encontro hoje à noite?
Dei de ombros. —Eu queria ficar bem.
—Bem? Parece que você deveria vir com um rótulo chamado
“sexo engarrafado”. Todo homem vai querer ter um pouco disso. — Ela
apontou o dedo para mim e apontou para cima e para baixo.
Um sorriso se espalhou em meus lábios. —Você também está
bem! Amo o cabelo liso. Quanto tempo levou?
—Muito tempo. Você está pronta?
—Sim. — Peguei minhas chaves e apontei para fora da porta.
Quando chegamos na sede do clube, pude dizer que a noite já
estava ativa. A música estava alta e o estacionamento lotado de
motocicletas. Nós entramos e não pude deixar de digitalizar o lugar
procurando Jake. Ele estava em uma das mesas da piscina de costas
para mim. Virei na direção oposta e comecei a procurar Nix e minha tia
May, mas eu não me movi rápido o suficiente. Trevor apontou na
minha direção e Jake virou a cabeça para olhar para mim. Os olhos dele
trancaram nos meus, e mesmo a várias mesas de distância, eu ainda
podia sentia o calor deles no meu corpo. Eu rapidamente evitei seu
olhar e segui Jenna através da multidão.
Minha tia May estava na mesma mesa que Nix. Beijei sua bochecha
pegando o assento ao lado dela. Nix puxou uma cadeira da outra mesa
e abriu espaço para Jenna se juntar a nós. Quando ele colocou a cadeira
ao lado dele, dei uma piscada para Jenna. Ela tentou conter o sorriso.
Tia May acariciou minha perna. —Nix disse que você conseguiu o
emprego.
—Sim. Eu adoro trabalhar lá.
—Você deve. — Ela levantou a garrafa de cerveja e fez uma pausa
antes de beber. —Por isso você está ocupada? Não vimos você toda a
semana.
—O trabalho não é a única coisa que tem me mantido afastada.
—Eu ouvi. — Tia May franziu a testa.
—O que você ouviu?
—A ex de Nix decidiu mostrar o rosto novamente, mas desta vez
ela está atrás de Jake. Ela veio com ele esta noite. — Tia May acenou
com a cabeça em direção a Angela que caminhava na direção de Jake
com uma garrafa de cerveja na mão. Jake pegou e ela cochichou algo
em seu ouvido, em seguida colocou a mão na bunda dele e apertou.
Minhas entranhas se contorceram. —Eu vejo você mais tarde. Vou
pegar uma bebida. — No bar mantive uma conversa qualquer com Jeff
e engoli um shot antes de pedir uma cerveja. Dillon deslizou no banco
ao meu lado e piscou. Seu sorriso gentil era refrescante, mesmo que ele
tivesse me abandonado na última vez em que o vi.
—Me desculpe por ter fugido de você da última vez. Parecia que
você não queria companhia, então eu saí antes que ficasse
desconfortável.
Dei a ele um sorriso tranquilizador. —Você estava certo, eu não
queria companhia, mas hoje eu faço.
—Bom. — Ele enfiou a mão no meu joelho. —Está disposta a
reprogramar o jantar?
—Estou, sim. Não vamos no italiano embora. Por que não me leva
a algum lugar que você gosta?
—Eu sei um ótimo lugar.
—Posso sair na terça-feira, se isso funcionar para você.
—É perfeito. — O sorriso de Dillon se alargou. Ele nos pediu outra
cerveja e passamos um tempo conversando sobre como ele foi parar
em Nashville, um pouco sobre sua moto, meu novo trabalho e seu
sotaque sexy.
Uma hora mais tarde minhas pernas estavam entre as suas e a
mão dele estava mais para cima nas minhas coxas. Eu me afastei da
mão quente para usar o banheiro e olhei para ele, sabendo que ele
estava olhando para minha bunda. Ele deu um sorriso sem vergonha e
voltou a beber sua cerveja. Saí do banheiro para encontrar Dillon me
esperando no corredor. Ele me moveu contra a parede e colocou seus
olhos nos meus.
—Já faz um tempo que eu queria te beijar. — A palma de sua mão
agarrou meu queixo e levantou meus lábios para os dele. Seus lábios
eram macios, habilidosos e afetuosos. Ele beijava bem, mas ele não me
excitou. Fiquei decepcionada. Eu quase não senti nada com seu beijo.
De repente seus lábios foram arrancados dos meus. Abri os olhos para
ver Jake batendo Dillon na parede oposta.
—Você toca nela assim de novo e vou bater a merda fora de você.
—O que diabos há com você, Jake? Sua garota está lá fora. —
Dillon apontou em direção a porta da frente.
—Jake, você precisa sair.
Os olhos escuros e castanhos de Jake se estabeleceram em mim.
Ele agarrou minha mão e me puxou pelo corredor. Ele manteve seu
aperto por todo o caminho.
Não havia como ele me deixar ir, mesmo que eu tentasse. Ele
virou uma esquina e me levou em direção aos escritórios e sala onde os
membros do clube realizavam suas reuniões. Ele abriu a porta da sala e
a fechou atrás de nós. Minhas costas foram colocadas na parede mais
próxima, seu corpo imponente me fixando.
Com um olhar em seus olhos famintos, minha frustração e desejo
instantaneamente foram para a guerra. —O que você está fazendo,
Jake?
A mão dele segurou a parede, me impedindo de escorregar para
fora. A outra mão deslizou entre as minhas pernas e esfregou para
frente e para trás. Minha respiração me deixou e meu corpo se inclinou
em direção a ele.
—Jake... — Seu nome deixou os meus lábios em um hálito quente e
carente, me traindo completamente.
—Isso. — Ele me acariciou com força, —É meu. Não deixe que
outro homem te toque, pêssego. Eu vou colocá-lo no hospital e acho
que você não quer isso.
—Que tal...
—Que tal ninguém? — Os lábios dele esfregaram ao longo da
minha orelha. —Eu pensei em você e só em você durante toda a
semana, pêssego. Eu deitava na minha cama e acariciava meu pau
pensando em como você se desfez por mim naquela noite.
Ouvir essas palavras me incendiou, meu corpo estava em chamas
com a necessidade latente do seu toque. —Eu não parei de pensar em
você também.
Beijos abrasadores viajaram do meu pescoço para minha
clavícula. Sua mão agarrou minha camisa e a puxou para baixo do meu
braço e peito, expondo meu seio. —Me diga o que você quer. Eu quero
fazer tudo para você.
A mão dele desabotoou minha calça jeans enquanto seus beijos
escorriam pelo meu peito e beliscaram o topo do meu seio. Deslizando
a mão na minha calça jeans, seus dedos entraram na minha calcinha
encharcada e esfregaram meu clitóris antes de acariciá-lo e deslizar os
dedos dentro de mim. No momento em que ele me tocou, meu corpo o
recebeu instantaneamente, movendo-se contra a mão dele,
desesperada por mais do seu toque. Com rápidas e ansiosas batidas
dos seus dedos, ele me esfregou até meus joelhos ficarem fracos e
gemidos roucos escaparem dos meus lábios. Libertando o meu seio do
meu sutiã, sua língua devastou meu mamilo enquanto sua mão áspera
o massageava com a palma.
—Você não sabe o que faz comigo. — Sua voz ficou grave.
Enquanto seus dedos mergulhavam e acariciavam, sua língua
beliscava e sugava. Inclinei minha cabeça para trás contra a parede. Eu
estava entorpecida, completamente sob o controle deste homem, e eu
me odiei pelo quanto eu o queria.
—Jake...
—Diga, pêssego. Quero ouvir as palavras sujas da sua boca doce.
—Faça-me gozar, Jake. Quero que você me faça gozar.
—Eu adoro ouvir essas palavras dos seus lábios.
Ele retirou os dedos de mim, agarrou meus quadris e levantou
minhas pernas em volta da sua cintura. Sua ereção empurrou direto
para mim e eu apertei meus quadris contra ele enquanto seus lábios
cobriam os meus, invadindo minha boca e puxando os gemidos de mim
com cada respiração que eu tomava.
Minhas costas bateram na mesa da sala do tribunal e suas mãos
rapidamente abriram o meu jeans, deslizando-os dos meus quadris.
Sua boca desceu sobre a minha abertura, ele lambeu lentamente para
baixo, em seguida para cima, antes de deslizar a língua dentro, me
fazendo gemer e choramingar.
—Isso tem que ser parecido com o céu.
—Este não é o céu, pêssego. Não há nenhuma maneira que um
homem como eu seria permitido entrar nele.
Seus dedos deslizaram e me acariciaram avidamente, enquanto
sua outra mão desabotoou suas calças. Ele parou e abaixou o jeans
sobre seus quadris. Sua ereção saltou dura, firme e forte. Peguei ele,
acariciando-o na minha mão. Ele colocou ambas as mãos sobre a mesa
e beijou e chupou ao longo do meu pescoço enquanto se impulsionava
na minha mão.
—Diga a quem você pertence.
Suas palavras me pararam, congelando cada parte da minha
excitação. Eu queria dizer que eu pertencia a ele, mas eu pertencia? Ou
mais importante ele me pertencia? Angela tem que significar algo para
ele, ele a teve em sua casa toda a semana e a trouxe com ele esta noite.
Tanto quanto meu corpo ansiava ser reivindicado e devorado por Jake,
eu tinha que proteger meu coração. Irritada, empurrei ele de mim.
—Eu não pertenço a você. Você parece já ter alguém. — Fiquei de
pé e trouxe o meu jeans para os meus quadris. —Acho que isso foi um
erro.
—Pêssego, não saia. — Ele rapidamente puxou a calça jeans sobre
seus quadris e a abotoou.
—Mesmo se você quisesse me levar para casa, Jake, — Me virei e
coloquei meus olhos nele. —Você não pode. Já tem uma mulher na sua
casa. Uma que você usou para dormir nas costas do meu irmão e com
quem provavelmente estava dormindo toda a semana.
—Só aconteceu uma vez antes de eu conhecer você. — Ele se
moveu entre mim e a porta.
—Você está falando sério agora?
—Ouça-me. — Ele agarrou meu braço e eu o puxei das garras dele.
—Eu estava bêbado, pêssego. Eu não estava pensando. Fomos a uma
festa. Ela veio para cima de mim. Eu estava muito bêbado para impedi-
la.
—Você me dá nojo. Fique longe de mim. — Eu tentei passar por
ele, mas ele ajustou o pé, me bloqueando.
—Você está com raiva. Você não quis dizer isso.
—É sério. Meu irmão tinha razão. — Eu podia sentir as lágrimas
quentes picando meus olhos. —Você é um idiota. Você não se importa
com quem você magoa.
—Pêssego, não saia.
A porta atrás dele abriu. Meu olhar examinou a ruiva atrás dele,
então voltou para seu rosto.
—Desculpe, Jake. Sua namorada está aqui.
CApÍTULO OnZE

LIZ

No dia seguinte, segurei o telefone no meu ouvido observando a


luz à frente e acelerei para ultrapassar o amarelo antes que ficasse
vermelho.
—O que aconteceu com você ontem à noite? — Jenna perguntou
quando vinha para casa do trabalho.
—Eu saí cedo. Eu tive uma corrida com Jake. Meio que tivemos
uma discussão. Não queria ficar depois disso.
Um estouro soou fora do meu carro e meu volante desviou para a
direita. Larguei o telefone, coloquei as duas mãos no volante e
desacelerei o veículo para o lado da estrada.
—Droga. — Deslizei minhas mãos em torno do assoalho do carro,
procurando meu telefone. —Jenna, vou ter que te ligar de volta. Tenho
um pneu furado.
Eu disquei imediatamente para Nix.
—O que há de errado?
—Eu tenho um pneu furado. Pode vir me ajudar a trocá-lo?
—Não posso. Estou em uma reunião importante. Eu vou ter Pat
mandando um dos membros. Onde você está?
Dei a ele minha localização. Trinta minutos mais tarde ouvi o
barulho de uma Harley chegando por trás do meu carro. Eu saí e meu
corpo ficou tenso. Jake saiu da sua moto e se aproximou do meu carro,
parecendo muito sexy em uma regata preta enfiada em seu jeans com
os joelhos rasgados, óculos escuros, boné desgastado e botas pretas.
—Pat mandou você?
—Eu me ofereci.
—Ninguém mais estava disponível?
—Não depois que eu disse a eles para irem a merda.
—Você deve voltar. Mande outra pessoa. Qualquer outra pessoa.
Eu vou esperar.
—Eu vou ficar bem aqui. — O sorriso de Jake dividiu seus lábios e
sua língua afiada atravessou o lábio inferior. —Abra o porta-malas.
Assistir os braços maciços de Jake flexionarem enquanto ele
puxava o pneu sobressalente e o macaco para fora do porta-malas me
tinha olhando para longe em agonia. Ele me pegou, soltou um suspiro e
piscou para mim.
—Pare com isso.
—Com o quê?
—Tentar ser bonito e sexy.
Ele colocou o pneu no chão, deslizou o macaco debaixo do carro e
começou a levantá-lo. —Eu não estou fazendo nada, pêssego. Não
posso ajudar se você me acha irresistível.
—Certo! — Rolei os olhos e me inclinou contra o carro. — Se eu te
achasse irresistível nós já teríamos transado.
—Nós teríamos se Angela não tivesse arruinado tudo na noite que
chegou.
—E como está sua namorada? — Só o som do seu nome colocou
fogo nos meus ossos.
—Você e eu sabemos que ela não é minha namorada. — Jake
pegou a chave de rodas. —Eu tive a mochila com as coisas dela
empacotadas ontem à noite e deixei-a em um hotel, como deveria ter
feito no dia que saí da sua casa.
—Por que você não fez?
—Eu pensei que eu devia a ela.
—Por que?
—Foi minha culpa que ela acabou com o pedaço de merda que a
derrubou por aí. Eu arruinei ela e o relacionamento de Nix porque você
está certa, eu sou um idiota. Achei que o mínimo que eu podia fazer era
compensá-la, mas ela queria outras coisas. — Jake arrancou o pneu e o
colocou de lado. —Eu não.
Ouvir ele dizer isso e saber que ele fez questão de vir trocar o
pneu do meu carro estava derretendo um pouco do gelo do meu
coração. Ele alinhou o pneu novo e começou a colocar as porcas. A
graxa e a sujeira tinham ficado nas suas mãos e braços. Ele olhou para
cima e sorriu quando me pegou mordendo o lábio enquanto olhava
para ele.
—Venha jantar comigo esta noite?
—Não. Levar Angela para um hotel não resolve tudo, Jake. — As
palavras pegaram minha garganta enquanto a tensão rolava nas
minhas entranhas. —Você traiu meu irmão. Se não existe confiança,
Jake, não há nada. Você sabe disso.
Jake apertou a última porca, levantou o pneu e levou a chave de
roda para meu porta-malas. Pegou um pano e limpou as mãos. Ele
caminhou em direção ao macaco, mas parou na minha frente primeiro.
Colocando as mãos sobre o carro, ele me prendeu entre seus braços
com as costas contra a porta do passageiro. Os cabelos nos meus
braços se arrepiaram. Cada parte do meu corpo se incendiou com sua
presença dominante.
—Eu não vou parar até você implorar para eu fodê-la, pêssego. Eu
te disse, eu não sou um cara legal, mas eu vou fazer de tudo para ter
você. — Sua mão levantou e esfregou meu lábio inferior enquanto seus
olhos me assistiam. —Acho que ambos sabemos que você quer que eu
a tenha.
Meu corpo não podia mentir para ele. Ele sabia como atrair a
necessidade para a superfície e me deixar fraca de desejo. Me inclinei
na direção dos seus lábios como se fosse beijá-lo.
—Você pode começar pedindo desculpas ao meu irmão.
A mandíbula de Jake se contraiu. —Eu não peço desculpas a
ninguém, por nada.
—Então, aproveite seu jantar... sozinho.
Um rugido escapou dos seus lábios. Sua mão raspou meu lado,
deslizando até que agarrou a minha bunda, puxando-me ainda mais
próximo a ele. —Se eu fizer isso você vai jantar comigo?
—Eu vou considerar.
Seu rosto escovou toda a minha bochecha enquanto ele sussurrou
—Vista algo sexy para mim. Vou buscar você às oito.
Ele deu mais um aperto na minha bunda antes de se afastar.
Inclinou-se e desceu o macaco, colocando-o no porta-malas. Depois de
fechá-lo, piscou para mim.
Ele voltou para sua moto e esperou eu entrar no carro e puxar
para fora antes de sair.
No caminho para casa não pude parar de morder meu lábio por
causa das borboletas estúpidas no meu estômago. Havia algo sobre
Jake Castle. Ele tinha ficado sob a minha pele e me marcou
permanentemente, como uma tatuagem bonita.
Eu tinha saído do banho e me enrolado em uma toalha quando Nix
bateu na minha porta. —Pode entrar.
—O que você fez para o Jake? — Nix se inclinou contra a minha
porta com os braços cruzados.
—Por que?
—Ele veio ao meu escritório e se desculpou comigo hoje. Disse
que é um idiota e que ele nunca deveria ter me desrespeitado por
dormir com a minha garota. Ele a chamou de algumas palavras que
prefiro não mencionar e disse que ela veio atrás dele, mas admitiu ter
fodido tudo quando não a impediu.
—E o que você disse? — Sentei na minha cama e olhei para Nix,
meio satisfeita com a notícia.
—Talvez eu esteja ficando mole. Eu aceitei suas desculpas. O filho
da mãe, na verdade, parecia estar sendo verdadeiro.
—Uau.
—Então, o que você fez? — As sobrancelhas de Nix comprimiram
para dentro. —É o Jake, ele não se desculpa por nada.
Dei de ombros. —Ele veio consertar meu pneu hoje e disse que
tinha colocado Angela em um hotel, que deveria ter levado ela para lá
muito mais cedo, mas que estava tentando ajudá-la. Ele disse que faria
o que fosse preciso para conseguir a minha confiança e eu disse que
para começar ele teria que pedir desculpas a você.
Nix clicou sua língua, claramente surpreso. —Eu vou ser sincero,
Liz. É óbvio que ele gosta de você de alguma forma. Nos quatro anos
que conheço Jake, eu nunca vi ele trabalhar pelo afeto de uma mulher.
Elas geralmente estão se jogando para ele, não o contrário.
Meus olhos caíram na toalha enquanto eu brincava com um fio
solto, sentindo-me insegura sobre meus pensamentos. Nix limpou a
garganta e voltei meu olhar para o dele.
—Você acha que eu deveria ir no encontro com ele hoje à noite?
Isso era parte do acordo. Se ele se desculpasse eu o encontraria.
Os olhos de Nix se estreitaram enquanto ele me estudava. —Seja
honesta comigo. Você quer ir?
—Uma parte de mim quer.
Passando as mãos pelos seus cabelos escuros, seu olhar vagou ao
redor do quarto enquanto ele refletia sobre seus pensamentos. Com
um nó apertado na minha barriga, ele finalmente olhou para mim.
—Eu não estou contente com isso, mas se é o que você quer, então
eu não vou te impedir. Vá no encontro, mas tenha cuidado. Não seja
fácil com ele. Ele precisa ganhar o caminho para o seu coração e suas
calças.
—Obrigada, irmãozão. — Meu sorriso expandiu. —Agora saia,
então eu posso me preparar.
Ele começou a fechar a porta, em seguida a abriu novamente. —
Está tudo bem para você se eu levar Jenna para montar, talvez para
jantar?
Meu coração inchou naquele momento. —Sim. Definitivamente.
Leve-a.

Às 08:01, o som da moto de Jake retumbou na nossa entrada. Uma


vibração de excitação rodou na minha barriga. Abri a porta para ele
que parecia delicioso em sua camisa preta com mangas enroladas e
jeans que o abraçavam perfeitamente. Ele olhou para mim e lambeu os
lábios antes de rir.
—Eu devia saber.
—O que há de errado com isso? — Eu acenei minha mão sobre o
meu moletom e calças largas.
—Não podemos entrar com você vestida desse jeito.
—Não podemos entrar onde? — Fiquei intrigada.
—Você verá. — Ele me olhou de cima para baixo e riu novamente.
—Você realmente vai usar isso?
—Não. — Eu sorri. Levantei o moletom sobre a minha cabeça para
revelar uma camisa de renda preta com os lados transparentes. Os
olhos dele se acenderam e ele olhou para o meu peito sem sutiã. Seu
olhar permaneceu fixo em mim enquanto eu saía da minha calça de
moletom para revelar um jeans skinny marrom. Eu joguei o moletom
no sofá e peguei minhas botas na porta. Me curvei e deslizei cada perna
dentro da bota, fechando-a lentamente. Jake se ajustou em seus jeans
sem tirar os olhos de mim por um segundo.
—Droga, pêssego. Você está me matando.
Quando me levantei do sofá, ele caminhou na minha direção e me
puxou em seus braços. A mão dele agarrou minha nuca e seus dedos se
perderam no meu cabelo enquanto ele me segurava perto e me beijava
apaixonadamente. Sua língua escorregou e saiu só para voltar
novamente com uma necessidade ainda mais forte.
—Diga que você me quer. — Suas palavras encheram minha boca.
Segurando a minha mão ele a colocou sobre a protuberância em seu
jeans. —Eu quero você, pêssego. Quero me enterrar em você tão forte,
tão profundo, que você se desfaça e me implore para levá-la
novamente.
As sensações da picada dos seus dentes no meu lábio inferior e a
palma da sua mão calejada amassando meu seio inflamou meu corpo.
Eu podia sentir que eu estava deslizando em sua teia, sendo puxada em
uma armadilha que não conseguiria escapar.
—Jake. — Coloquei minha mão no peito dele para diminuir seu
ritmo. Peguei minha respiração e mordisquei meus lábios inchados. —
Precisamos ir... jantar.
Ele soltou um suspiro. —Certo. Jantar. — Pegando minha mão na
dele, me levou até a porta.
Fomos para sua moto e ele me entregou o capacete antes de subir.
Quando eu deslizei na moto, ele envolveu meu braço em volta da sua
cintura, antes de ligar o motor. Em cada semáforo, ele colocou a mão na
minha perna e acariciou até que a luz ficou verde. Estes pequenos
momentos de doçura estavam tirando meu fôlego.
Abaixando minha mão, esfreguei-a sobre a coxa dele, depois desci
minha mão até seu jeans e o acariciei. Ele colocou uma mão por cima
da minha e a moveu do jeito que ele queria. Eu segui sua indicação e
continuei até poucos minutos depois, quando chegamos ao
restaurante. Após estacionar, eu desci e tirei meu capacete. Jake olhou
para mim, então me agarrou e me puxou para o lado da moto. Deu um
tapinha no seu colo, indicando que queria que eu o montasse. Subi e ele
me puxou contra sua ereção, movendo-me sobre ele enquanto
reclamava minha boca, me devastando com mãos e língua.
—Talvez devêssemos ir para outro lugar. Eu não consigo tirar
minhas malditas mãos de você.
Eu me sentei na minha bunda, colocando espaço entre nós. —Você
vai precisar.
—Não, pêssego. Minhas mãos ficam em você, mas vou tentar
mantê-las em lugares menos picantes.
—Se você se comportar bem, talvez eu vá recompensá-lo mais
tarde.
—Vamos logo, eu quero minha recompensa.
Ao sair da moto, a palma da sua mão desceu na minha bunda e
apertou. Sua mão deslizou para dentro do meu bolso de trás enquanto
caminhamos para dentro do Soloman’s Cajun Steak and Oyster, um
lugar que só fui umas duas vezes porque o restaurante era caro
demais. Enquanto olhávamos o menu, ele colocou o braço por trás da
minha cadeira e beijou meu pescoço.
—Você é a mulher mais sexy daqui. Eu estava distraído demais
antes para dizer como você está bonita.
—Mantenha a conversa, playboy. Está funcionando.
Ele mordeu o lábio e o deixou deslizar para fora entre os dentes
antes de sorrir. —Eu tenho certeza que eu cheiro a pêssegos e a loção
cremosa, ou algo assim. Você colocou esse cheiro em mim, não é?
—Talvez. — Eu brinquei, colocando minha cadeira mais perto
dele.
—É um lembrete constante do quanto eu quero colocar a minha
língua na sua boceta doce.
Uma sensação de prazer começou a partir do sussurro dos seus
lábios na minha orelha e viajou para a parte úmida de mim. Seu beijo
ficou macio na minha orelha, mas logo em seguida ele se recostou para
ler o cardápio. Eu inclinei meus olhos para ele e ele piscou por cima do
menu para mim.
Eu tinha medo de ficar sozinha com Jake. Meu autocontrole e força
de vontade estavam evaporando conforme a noite passava. Ele me
disse para pedir o que eu quisesse do cardápio, ignorar os preços e,
mais uma vez, ele pediu a sobremesa. Eu ri quando ele ergueu o garfo
cheio de creme caramelizado para os meus lábios, revezando entre me
dar uma mordida e tomar uma para si mesmo. O gesto era íntimo e
doce, e não pude evitar de mover minha cadeira ao lado dele e colocar
minha mão em sua perna, acariciando seus músculos firmes.
—Eu tive um bom momento com você.
Ele envolveu o braço por trás da minha cadeira. —Eu quero que
você venha para casa comigo.
—Jake, nós dois sabemos o que vai acontecer se eu for.
—Está com medo que eu perca o interesse em você uma vez que
fizermos sexo, não é?
Sua franqueza me pegou desprevenida. —Sinto muito, Jake. Um
jantar não é o suficiente para te dar toda a minha confiança.
—E o que é preciso então?
—Tempo e você provar que eu significo algo para você, mais do
que apenas um corpo quente em sua cama.
—Eu não quero ir para casa sem você. — Seus olhos olharam para
os meus e eu vi algo se suavizar neles.
CApÍTULO dOZE

LIZ

— Eu quis dizer isso, Jake. — Eu avisei quando Jake me puxou pela


porta da frente de sua casa com ele. —Você tenta algo e estou ligando
para Nix me buscar, e eu vou deixá-lo bater em você novamente.
—Eu prometo, pêssego. Dê-me esta noite para provar a você que
eu quero estar com você.
Jake deixou Rocky sair e imediatamente ele correu até mim, me
esperando para acariciá-lo. Depois de um arranhão e um beijo, ele
seguiu Jake lá para trás. Eu saí atrás deles e dei uma boa olhada no
quintal cercado, varanda e churrasqueira. Quando voltamos, Jake me
disse para encontrá-lo em seu quarto que ele estaria lá em um
momento.
Jake entrou no quarto com uma garrafa de cerveja em uma mão,
segurando algo nas costas com a outra.
—O que você tem?
—Eu vou precisar que você confie em mim, pêssego. — Ele
respondeu me entregando a cerveja.
Ele esperou que eu bebesse um pouco da cerveja para em seguida
revelar o que estava atrás de suas costas. Sua mão veio para frente com
uma venda de olhos de seda preta e uma tigela coberta. Olhei para ele,
surpresa.
—O que é isso?
—Levante-se para mim.
Levantei e ele me afastou suavemente para longe dele, o som da
tigela sendo pousada foi seguida pelo deslizar da venda sobre os meus
olhos. Suas mãos mudaram meu cabelo de lado e seu beijo veio macio
no meu ombro.
—Promete que vai confiar em mim?
—Eu prometo.
Suas mãos continuaram até meus braços e foram para minha
cintura. Seus dedos deslizaram debaixo da minha camisa, puxando-a
suavemente sobre a minha cabeça. Seus beijos continuaram ao longo
do meu pescoço enquanto suas mãos avançaram para minha calça
jeans.
—Jake.
—Você prometeu.
Enquanto seus beijos continuavam, ele desfez meu jeans e os
puxou sobre meus quadris. Seu corpo me deixou por um momento,
mas logo ele me levantou em seus braços e me colocou na cama. Cada
bota foi aberta e tirada, depois meu jeans. Deitei-me na cama, meu
coração batia forte em antecipação.
Seu toque voltou e ele correu a mão lentamente ao longo do
interior da minha coxa, seguido de suaves lambidas e beijos. O calor
dos seus lábios atingiu minha calcinha e seu beijo veio docemente
antes de sua mão afastá-la, dando lugar a um beijo gentil.
Seu toque quente me deixou e ouvi a tigela se mover. Meu
estômago flexionou ao primeiro toque do cubo de gelo na minha pele.
Ele correu ao longo do meu umbigo, seguindo o rastro de água com a
língua, cobrindo o frio com seu calor. Ele colocou o cubo de gelo nos
meus lábios e eu chupei antes dele ser removido e lábios o
substituírem. Delicadamente ele puxou meu lábio inferior entre os
dentes e colocou o dedo nos meus lábios.
—Você tem belos lábios, pêssego. Lábios que eu quero sentir ao
meu redor.
Suspirei quando o cubo de gelo tocou entre as minhas pernas. Ele
rodou em volta do meu clitóris, em seguida seguiu-o com os lábios.
Com facilidade ele agarrou minhas pernas e me virou na cama.
Suas mãos agarraram meus quadris, levantando a minha bunda para
ele. A palma da mão dele desceu sobre mim e eu empurrei para frente
pela surpresa e pelo prazer disso. Eu mordi meu lábio quando outro
cubo de gelo caiu nas minhas costas, seguindo ao longo do centro. O
calor da sua boca seguiu o cubo de gelo e terminou com ele chegando
entre as minhas pernas e esfregando-o contra o meu clitóris. O cubo de
gelo desapareceu e meus quadris balançaram contra sua mão
enquanto ele me esfregava. Um beijo suave foi colocado no meu quadril
antes dele agarrá-lo e me balançar mais duro enquanto deslizava seus
dedos dentro e fora, esfregando contra mim, puxando gemidos
desesperados dos meus lábios.
—É isso aí, pêssego. Solte-se para mim.
Ele estabilizou sua mão e me puxou com mais força contra seus
dedos. Eu fui me desfazendo, batendo em sua mão, agarrando os
cobertores nas minhas mãos.
—Jake...
—Goze para mim, pêssego.
Eu tremia enquanto suas mãos continuaram me acariciando e meu
orgasmo rasgou através do meu corpo. Desabei na cama, gemendo de
prazer.
Ele virou-me nas minhas costas, sua boca descendo nas minhas
dobras molhadas, lambendo e chupando febrilmente. Um segundo
orgasmo me deixou tonta e ofegante. Eu estava quase implorando por
misericórdia quando ele puxou a venda dos meus olhos. Sua expressão
era de pura satisfação.
Meu gosto tocou meus lábios quando sua boca reivindicou a
minha. Com uma das mãos ele agarrou o meu pescoço enquanto a
outra agarrou meu quadril e rolou-me de lado com ele. Ele me olhou
nos olhos com desejo feroz, ele estava nervoso, ele não seria capaz de
segurar.
—Preciso que você me toque, pêssego.
Minha mão foi para seu jeans enquanto sua boca cobria a minha.
Eu abri o zíper e o peguei. Ele estava inchado e pesado e parecia
incrível na minha mão. Acariciei ele várias vezes antes de me abaixar e
levá-lo na minha boca. Sua cabeça se inclinou para trás, ele agarrou
meu cabelo na mão e empurrou seus quadris, ansiosamente,
bombeando seu eixo na minha boca. Um rugido escapou do seu peito
quando ele alcançou o clímax. Eu engoli e lambi a ponta, o limpando.
Ele tremeu na minha última lambida e me puxou para seus braços.
—Estes lábios, pêssego. — Seu dedo roçou meu lábio inferior. —
São meus lábios. Isso... — Ele acariciou gentilmente entre as minhas
pernas. —...é meu. Ele passou a mão para a minha bunda e a apertou.
—Meu também. Eu lambi tudo, pêssego. Tudo me pertence agora.
Eu ri na sua declaração. —Isso funciona para os dois lados?
Ele me puxou para cima dele e enfiou os dedos no meu cabelo. —
É, sim.
—Vamos ver sobre isso.
—Você não acredita que eu quero só você?
—Tempo, Jake. Eu avisei que minha confiança não vem facilmente.
Jake visivelmente se abalou e levantou da cama.
—Vista-se.
—O que?
—Eu vou levar você para casa.
—Por que? — Meu coração afundou no meu estômago.
—Está na hora de você voltar.
Sua súbita mudança de comportamento me deixou desconfortável.
Me vesti rapidamente em silêncio. A tensão crescia entre nós e eu tinha
ido da sensação de que tínhamos feito progressos à sensação de que o
imbecil tinha voltado. Eu não disse nada a ele enquanto saía da casa
para sua motocicleta. Ele seguiu, subiu na moto e esperou eu colocar o
capacete.
A tensão continuou por toda a viagem. Quando chegamos na
minha casa, eu tinha passado por várias emoções e estava um pouco
confusa, e principalmente irritada. Desci de sua moto, tirei o capacete e
empurrei para ele.
—Não se incomode em descer. Eu vou sozinha até a porta.
Ele tirou o capacete da minha mão e quando eu cheguei na minha
porta da frente, ele já tinha sua moto na estrada.
Entrei em minha casa, estava tudo quieto em um primeiro
momento, depois ouvi Jenna rindo lá em cima. Fui para o meu quarto
tão silenciosamente quanto pude, tentando não interrompê-los. As
escadas rangeram e Nix abriu a porta do quarto um pouco. Corado e
com o cabelo bagunçado, ele sorriu, mas o sorriso desapareceu
rapidamente quando ele viu minha expressão.
—Como foi?
—Jake é um idiota. — Passei por ele, mas ele veio atrás de mim.
Nix colocou o rosto de irmão mais velho nele. —Ele a machucou?
—Não fisicamente. — Eu tirei os meus sapatos e caminhei para a
cama. —Mas emocionalmente, ele me deu um maldito soco no
estômago.
—Acho que é hora de você acabar oficialmente com as coisas. —
Em pé na porta, ele cruzou os braços, sua expressão exibindo sua
decepção. —Ele está brincando com você, e quanto mais tempo você
ficar envolvida com ele, mais ele vai ser capaz de te machucar.
—Você está certo. — Deitei na minha cama, lutando contra as
lágrimas. —Você sempre está certo. Volte para Jenna. Eu vou para a
cama.
CApÍTULO TrEZE

Eu me recostei na cadeira e ouvi Nix e Pat matraqueando sobre os


negócios do clube, mas suas vozes estavam abafadas em segundo
plano. Não conseguia tirar pêssego da minha cabeça. Ainda estava com
raiva que ela não confiava em mim, mas esses pensamentos foram
eclipsados pela memória dos seus lábios enrolados em torno do meu
pau, me chupando na noite anterior. Eu estava ficando duro só de
pensar, e eu não estava envergonhado que o irmão dela estava me
olhando. Meus lábios levantaram um sorriso. Está certo. Sua irmã
chupa como uma profissional.
—Jake, o que você acha? Você consegue lidar com a cobertura
como sargento de armas no dia 15 para o revezamento do Riders Relay
for Life?
—Eu vou estar lá.
—Certo. A missa está encerrada.
Eu me recostei na cadeira e levantei minhas botas sobre a mesa
enquanto Trevor me arrastou para uma conversa sobre se ele deveria
ou não atualizar sua moto. Uma conversa sobre a mesa entre Dillon e
Max tirou minha atenção para longe de Trevor. Dillon olhou para mim
e deu um sorriso de merda, então eu ouvi o nome de pêssego. Naquele
momento o divagar de Trevor era o ruído de fundo enquanto eu
sintonizava no que Dillon estava falando.
—Vou levar ela para sair na terça à noite. Aquela bunda dela.
Caralho.
Minhas botas desceram e eu me inclinei sobre a mesa. —Diga-me,
seu imbecil, você não está falando sobre a minha garota, está?
—Sua garota? — Um som de diversão saiu pela boca dele. —Se ela
fosse sua namorada, ela não sairia comigo na terça à noite. Ela me
convidou, Castle, então você não deve estar dando o que ela precisa.
A raiva subiu do meu intestino para o meu peito e braço enquanto
eu alcançava o outro lado da mesa e agarrava Dillon pela camisa,
levantando-o da cadeira. —Ela é a minha garota, e se você encostar a
mão nela, eu vou te matar.
—É melhor tirar a mão de mim, irmão.
—Jake! — Nix latiu, sua voz mal foi registrada através da minha
raiva.
—Eu não estou recuando até você conseguir registrar isso nesse
seu crânio. Ela pertence a mim. Essa é a minha garota. Mantenha suas
malditas mãos longe dela. — Meu punho explodiu no ar e caiu no rosto
dele mais rápido do que qualquer um poderia me impedir.
Dillon caiu para trás em sua cadeira, segurando a mão no nariz
sangrento. —Você quebrou meu nariz, filho da puta.
—Jake! Entre no meu escritório. Agora!
Nix bateu a porta atrás de mim. —Esse é o seu primeiro ataque.
Você sabe muito bem que não há nenhuma luta a menos que seja uma
noite de luta.
Minha adrenalina e odômetro espertalhão estavam altos no céu.
—Como está seu rosto?
—Isso é diferente, seu merda. Eu bati em você primeiro, e você
sabe que estava muito atrasado. O que diabos foi aquilo lá fora? — O
polegar de Nix acenou por cima do ombro.
—Isso foi eu dando a Dillon uma correção mental.
—Uma correção mental? Que besteira do caralho é isso?
—Ele parece pensar que está levando Liz a um encontro na terça-
feira à noite.
—Se ele pensa isso, então ele provavelmente está levando. Eu não
a culpo também. Você a chutou para fora de sua casa ontem à noite.
Minha irmã pode não ser rápida para mostrar porque ela esconde bem,
mas qual seja a merda que você fez, a irritou profundamente. Na
verdade, deixe-me dar a você uma correção mental. Eu ouvi minha
irmã chorar ontem à noite, seu idiota. Então, sim, se minha irmã quiser
ir a um encontro com Dillon, ela vai. Eu não seria tão rápido em chamá-
la de sua garota quando não vejo você mostrar o respeito e o cuidado
que ela merece! Seja homem e diga a ela como se sente e a reivindique
na frente de todos em vez de esconder seu relacionamento na porra do
seu quarto!
Nix virou-se para a porta. —E deixe seu Patch na minha mesa.
Você está suspenso de usá-lo por uma semana.
Com Nix fora da porta, eu precisava urgentemente liberar a minha
agressividade. Eu precisava acertar alguma coisa, montar algo, ou
foder alguma coisa, e eu precisava disso agora. Depois de jogar meu
patch na cadeira dele, saí pela porta da frente e debochei do rosto
inchado e fodido de Dillon. Isso vai ensinar o idiota. Subi na minha
Harley e fui para a casa de pêssego. Meus dedos bateram na porta, mas
não houve resposta. Ela ainda estava no trabalho, e eu ainda precisava
de uma liberação. Voltei para minha Harley e me dirigi ao centro da
cidade.
CApÍTULO quATOrZE

LIZ

Durante todo o dia no trabalho eu não consegui tirar Jake da


minha cabeça, por mais que tentasse. O fato dele não ter me contatado
ou passado na minha casa, apenas adicionou mais tristeza à minha
frustração. Eu não conseguia entender por que o interruptor tinha sido
virado na noite anterior. Eu precisava de respostas. Abri a porta da
frente e ouvi o final da conversa de Nix ao telefone.
—Os arranjos foram feitos. Está tudo no e-mail. Notifique-me
quando estiver pronto. — Nix terminou a chamada e me olhou
desconfortavelmente.
—Isso era a Agência? — Eu perguntei, preocupada.
—Negócios. Nada para você se preocupar. — Nix embolsou seu
telefone. —Como foi o trabalho?
—Foi bom. — Coloquei minha bolsa no lado do sofá e sentei no
braço.
—Notícias de Jake?
—Não sei qual diabos é o problema dele.
—Eu tive que suspender ele hoje.
—Por que?
—Ele deu um soco em Dillon depois que ele disse que ia sair com
você.
—Oh meu Deus, eu esqueci tudo sobre isso. Jake estava assim tão
zangado?
—Quebrou o nariz do cara.
—Ugh, Nix, isto está uma bagunça. Eu preciso ir a casa dele e
descobrir o que está acontecendo. Um minuto ele me quer, então ele
está me chutando para fora, depois está batendo em Dillon por minha
causa. Ele é uma maldita montanha-russa, e eu estou começando a ficar
enjoada.
—Vá então. Dê um jeito. Vocês dois precisam conversar.
Depois de um banho e algo para comer, vesti algo sexy e subi no
meu Camaro. Meu estômago dançava com borboletas só de pensar em
ver Jake, mesmo que eu ainda estivesse confusa sobre onde estávamos
e o que ele queria. Quando cheguei na porta da casa dele, parei por um
momento, juntando meus nervos. Quando me aproximei da porta, vi
uma luz no interior, mas nenhum movimento. Bati na porta e não
houve resposta, mesmo que sua moto estivesse estacionada na
garagem. Bati na porta com um pouco mais de força, e finalmente ouvi
Rocky baralhar em sua caixa, enquanto passos pesados se
aproximavam da porta. Jake a abriu com pálpebras pesadas e um
cheiro muito forte de álcool.
—Pêssego? — Era evidente que ele ficou surpreso ao me ver à sua
porta.
—Posso entrar? Pensei que poderíamos conversar.
—Agora não é uma boa hora.
A decepção me pegou. —Ah, hum, sim, está bem. — Ouvi passos
atrás dele. Jake tentou limitar minha visão fechando um pouco a porta.
—Eu volto depois.
Mas antes que eu saísse, o som da voz de uma mulher atrás dele
trouxe uma explosão de raiva correndo através de mim. Empurrei a
porta aberta e vi uma loira de lingerie parar abruptamente. Meus olhos
pousaram sobre Jake enquanto a raiva entrou em erupção como um
vulcão.
—Uau. Você é rápido, Jake.
—Droga, espere. — Jake estendeu a mão para agarrar meu braço
quando me virei para sair.
Eu arranquei meu braço das suas mãos enquanto as lágrimas
jorravam dos meus olhos. —Não sei o que éramos, mas seja lá o que
fosse, acabou. Você é um cretino.
Ele me agarrou e me puxou de volta para ele.
—Não me toque!
—Pêssego, me ouça. Ela não significa nada para mim. Nada
aconteceu.
—Nada aconteceu? Você estava prestes a foder com ela se eu não
tivesse aparecido!
Os olhos de Jake se estreitaram nos meus. —De repente eu
importo para você? Eu não parecia importar quando você estava
fazendo planos de subir na moto de Dillon e chupar o pau dele.
—O que diabos você disse?
—Você não pensou que eu iria descobrir? Você quer a minha
confiança, mas está tudo bem para você dormir com um dos meus
irmãos?
—Eu marquei o encontro com Dillon na sexta-feira, quando eu
pensei que você estava dormindo com a Angela. Esqueci
completamente disso, porque isso é o quanto ele significa para mim.
Nix me lembrou, e eu tinha a intenção de cancelar porque queria estar
com você. Mas eu sou uma idiota por pensar por um segundo que
podíamos ter algo!
—Então, é isso. Você está feita?
—Eu estou. — Com lágrimas nos olhos e meu peito latejando com
se tivessr alfinetes e agulhas cravados virei de costas para ele e voltei
para o meu carro. Não olhei para trás porque eu sabia que me perderia
ali mesmo e precisava esperar pelo menos até que estivesse em casa.
Assim que puxei meu carro na garagem, eu me perdi. Eu chorei
tanto que estava soluçando em minhas mãos, e as lágrimas estavam
molhando a minha camisa. Nem ouvi a porta da frente abrir, mas ouvi
os dedos batendo na minha janela. Nix ficou fora fazendo sinais para eu
sair. Tentei me acalmar e abri a porta. Ele abriu o resto do caminho e
gentilmente me puxou para fora.
—Vem cá.
Eu me dobrei em seus braços e chorei. Ele acariciou meu cabelo,
embrulhou um braço ao meu redor e me guiou para casa.
—Você está feita com ele. Eu vou dizer à ele e à Dillon para
ficarem longe.
—Você pode chamar a Jenna?
—Sim, eu vou chamar. — Ele abriu a porta de casa e me guiou até
a escada. Subi com o que parecia tijolos de cimento nos meus pés.
Quando cheguei ao meu quarto, me arrastei direto para a minha cama
e chorei no meu travesseiro.
Trinta minutos depois Jenna entrou com duas canecas de sorvete
Ben & Jerry, uma garrafa de vinho e uma mochila.
—Nix me contou. Vamos ficar bêbadas e enterrar nossos rostos no
sorvete. — Ela deixou cair a mochila no chão e se arrastou para a cama
comigo antes de me entregar uma colher e uma das cervejas.
Eu estava no meu segundo copo de vinho quando ouvi baterem
forte na porta da frente. O barulho parou quando Nix abriu a porta e a
voz de Jake rugiu pela casa.
—Eu quero vê-la!
—Oh meu Deus, Liz, ele está aqui.
—Jake, você está bêbado. Ela não vai descer! — A voz de comando
de Nix latiu de volta.
—Pêssego!
—Jake! Junte a sua merda, cara. Ela não quer ver você. Ela
encontrou outra mulher na sua casa. O que diabos você estava
pensando?
Fiquei de pé na porta do meu quarto ouvindo.
—Eu não estava pensando. Só quero falar com ela. Droga, Nix, saia
do meu caminho.
—Jake, ela é minha irmã! E eu digo que não. Você não vai entrar.
Ela não quer ver você, porra.
—Eu vou esperar aqui toda a maldita noite se for preciso. Pêssego,
venha aqui!
Meus pés começaram a se mover em direção a escada. Parte de
mim queria ouvir o que ele tinha a dizer, mas depois ouvi Nix pegar
minhas chaves no final da mesa.
—Eu vou levar você para casa. Você está bêbado demais para ser
sensato.
A porta da frente fechou de repente e suas vozes se afastaram.
Jenna envolveu seu braço no meu e limpou a lágrima perdida do meu
rosto.
—O que você acha que ele queria?
—Eu não sei. Talvez pedir desculpas por ser um idiota? Por
estragar tudo? De qualquer forma é muito tarde para pedir desculpas.
CApÍTULO qUInZE

LIZ

As três semanas seguintes foram difíceis. Por causa de Jake evitei


de ir ao clube. Enquanto Jenna e Ashley continuaram indo e passando
um tempo com a minha família e amigos, eu trabalhei no hospital, saí
com alguns colegas de trabalho ou fiquei em casa sozinha. Quando
Jenna e Ashley vinham, as cortava quando falavam sobre as atividades
do Kings MC, tornando isso estranho para todas nós.
Não ajudou que a relação de Jenna e Nix tivesse se desenvolvido.
Fiquei feliz ao vê-los juntos, mas era igualmente doloroso de ver. Toda
vez que Nix roubava um beijo ou carinhosamente a tocava, sentia que
eu me quebrava em pedaços. Eu perdi o toque de Jake. Não, não perdi,
eu desejava ter. Eu deitava na cama pensando em como tinha sido ter
seus dedos dentro de mim ou sua língua traçando as curvas do meu
corpo. Me tocar e, ao mesmo tempo, imaginar como ele sentiria dentro
de mim era o único alívio que eu conseguiria.
Gostaria de saber se ele pensava em mim, e então me lembrei do
rosto da mulher olhando para mim em sua sala de estar. Sem dúvida
ele tinha seguido em frente e enterrado seu pau em inúmeras
mulheres.
Depois do almoço me mantive ocupada com gráficos, resultados
de testes e atendimento a pacientes, e antes que eu percebesse o dia
finalmente tinha terminado. Cheguei em casa, tomei banho e pensei
sobre o que eu queria fazer. Era sexta-feira e o clube estava tendo sua
noite de luta mensal. Eu queria ir, mas eu ainda tinha um medo
subjacente de ver Jake pessoalmente. Em vez disso eu pedi pizza e
escolhi um filme. Uma hora depois eu tinha passado por um quarto da
pizza e estava entediada e perdendo o interesse no filme. Uma súbita
chamada no meu celular me fez saltar acordada. Estendi a mão e o
agarrei. A voz de Nix encheu meus ouvidos.
—Eu preciso que você venha até aqui e verifique o Max. Ele levou
um golpe muito duro.
—Leve ele para o hospital. Ele provavelmente teve uma
concussão.
—Você sabe como são esses caras. Ele não vai. Preciso de você.
Apenas diga que está tudo bem ou que ele tem que ir para o hospital.
Ele vai ouvir você.
—Está bem.
Estava ruidoso e caótico quando entrei no clube. Todos estavam
ao redor do centro da sala da frente, e eu tentei olhar através da
multidão para encontrar Max. Nix me encontrou e me levou para onde
Max estava sentado com a cabeça entre as mãos e os cotovelos nos
joelhos. Puxei uma cadeira da mesa e a coloquei na frente dele.
—Max, está me ouvindo?
—Sim, estou ouvindo você. — Lentamente, ele levantou a cabeça.
—Quantos dedos estou mostrando?
—Três.
—Bom. Você vomitou?
—Não, cuspi um pouco de sangue. Prendi minha língua nos meus
dentes.
—Quanto você bebeu?
—Demais.
—Está se sentindo doente ou tonto agora?
—Sim.
—Estava se sentindo enjoado ou tonto antes da luta?
—Talvez um pouco.
—Eu vou brilhar uma luz nos seus olhos, ok?
Max ficou imóvel enquanto eu brilhei a luz. Suas pupilas estavam
de tamanho uniforme.
—O que você comeu no café da manhã?
—Ovo McMuffin.
—Você não parece ter uma concussão, mas eu sinto que você
ainda deve ser examinado. Especialmente porque ainda está tonto.
—Não, se você acha que estou bem, então eu estou.
—Não beba mais. Se você tiver uma concussão, o álcool só vai
fazer tudo piorar. Tem alguém que possa vir buscá-lo?
—Sim, eu vou ligar se eu continuar me sentindo como merda.
—Tudo bem. — Eu sorri para ele. —Então, com quem você estava
lutando?
—Jake.
Meu coração entrou na minha garganta. —Ele ainda está aqui?
—Sim, ele está lutando contra um dos nossos novos prospectos. O
garoto provavelmente não vai sair vivo.
Fiquei de pé e pisei na cadeira para olhar para o ringue. Com
certeza Jake estava no ringue, sem camisa, juntas sangrentas e um
olhar perigoso e calculado no rosto. Outro balanço de seu braço e o
novato desceu e não voltou. Olhar para ele limpando o suor de sua
testa e flexionando seus músculos tatuados, teve meu coração
acelerado e meu corpo respondendo visceralmente.
Desci rapidamente antes que ele me visse. Com a multidão tão
grande como era, me senti segura o suficiente para bater no bar e ter
uma chance de acalmar a sensação de aquecimento se espalhando pelo
meu corpo. Pegando um banquinho na frente de Jeff, me sentei e
conversei com ele por um tempo. As namoradas de outros dois
membros se juntaram a mim para uma bebida. Foi muito bom ver a
minha família do clube e me reconectar com alguns dos membros.
Depois de mais um tiro atravessei a multidão e me misturei antes de
me juntar a Nix em sua mesa.
A multidão tinha se instalado e Jake deve ter tomado o dinheiro,
porque não nenhum anúncio foi feito. Os membros do clube voltaram a
beber, socializar e jogar sinuca. Eu fiz uma varredura rápida e quando
meus olhos pousaram sobre Jake em uma mesa do outro lado da sala,
meu peito apertou. Levantei da minha cadeira e dei um tapinha nas
costas de Nix.
—Eu tenho que ir. Vejo você em casa. — Virando para a saída, me
movi rapidamente pela sala. Assim que eu estava saindo senti uma mão
segurar a minha.
—Pêssego, espere.
O som de sua voz masculina enviou um calafrio pelas minhas
costas. Eu não queria me virar e olhar para aqueles convidativos olhos
castanhos quentes. —Jake, me desculpe, eu não posso. — Eu puxei
minha mão dele e saí pela porta.
De volta para casa, fiquei debaixo do chuveiro quente quase em
lágrimas. O toque suave de sua mão e o som de sua voz tinham minha
mente totalmente destruída. Esses pensamentos me aqueciam e
torturavam ao mesmo tempo. Desejei que ele não tivesse arruinado o
que tínhamos com suas decisões impulsivas e estúpidas, porque tanto
quanto eu não queria admitir, eu ainda o queria.
Após três semanas analisando tudo o que aconteceu, eu senti
como se não fosse tudo culpa do Jake. Eu não deveria ter corrido para
Dillon cada vez que Jake me deixou com ciúmes. Eu nunca deveria ter
pedido um encontro com Dillon em primeiro lugar. Ele nunca foi quem
eu realmente queria. Eu não deveria ter assumido que Jake estava
dormindo com Angela enquanto ela estava hospedada com ele. Eu
nunca realmente tinha dado a Jake uma chance justa. A partir do
momento que Nix me disse para não confiar em Jake, foi o que eu fiz.
Nunca decidi por mim mesma se Jake era alguém em quem eu pudesse
confiar.
Na última noite que ficamos juntos, Jake estava me perguntando, à
sua maneira, se eu me abriria para ele, mas me mantive fechada, não
querendo deixar ir e confiar nele. Se eu tivesse dado a ele um pedaço
de mim, ele não teria saído dos trilhos com Dillon e depois se virado
para outra mulher. Eu não o perdoei pelo que ele fez, nem achei que
estava certo, mas pelo menos agora eu entendia como ele chegou lá.
Jake era muito mais complexo do que eu tinha percebido. Ele não era o
tipo de cara que dizia o que sentia. Ele falava com gestos, e em suas
ações ele tinha me dito que eu significava algo para ele.
Saí do banho e passei a toalha sobre o meu cabelo para secá-lo, em
seguida a envolvi em torno de mim e escovei os dentes. Escutei o som
do piso do meu quarto rangendo, então rapidamente cuspi na pia e
limpei minha boca. Meu peito apertou e abri a porta para ver quem
estava no meu quarto. Meu queixo quase caiu com a visão de Jake
sentado na minha cama. Escancarei a porta e cruzei os braços.
—O que você está fazendo na minha casa, no meu quarto, na
minha cama?
Jake descansou os cotovelos nos joelhos. —Nós precisamos
conversar. — Seus olhos reluzentes continuaram descendo para onde
minha toalha terminava, na parte superior das minhas coxas.
—Não sei se estou pronta para ouvir. — Caminhei até meu
armário e escorreguei para dentro.
—Droga, pêssego. — Suas botas pesadas bateram no chão atrás de
mim. —Eu sei que eu errei. Eu quero corrigir isso. — Seus olhos
estabeleceram-se em mim antes que ele me puxasse para seus braços.
—Eu preciso de você. Eu tenho sido um maldito louco sem você. — Ele
estendeu a mão e agarrou meu rosto enquanto o polegar pressionava
meu lábio.
—Jake, por favor. — Eu sussurrei, minha excitação deslizando na
minha voz.
—Eu pensei nesses lábios todos os dias nas últimas três semanas.
Seus lábios bateram nos meus com tamanha necessidade, que meu
corpo vibrou para a vida. Ele não desistiu e eu não conseguia me
afastar. Minhas pálpebras estavam pesadas e meu corpo tonto com
luxúria. Com um movimento rápido ele agarrou minha bunda e
levantou minhas pernas, envolvendo-as em torno de sua cintura e me
levando de volta para minha cama.
Ele me deitou embaixo dele, pressionando sua ereção crescente
em mim enquanto rosnava na minha boca e reclamava meus lábios. —
Eu preciso ter você, pêssego. Diga que você me quer. — Sua mão
escorregou por baixo da toalha e acariciou entre as minhas pernas. —
Caramba, você está molhada para mim. — Seus dedos deslizaram e
minha cabeça arqueou de volta contra a cama enquanto minha
respiração me deixava.
—Jake.
—Deixe que eu lhe mostre o quanto eu senti sua falta. — Seus
dedos me acariciavam com desejo desenfreado, enchendo minha
cabeça com névoa, fazendo minha força de vontade enfraquecer. Sua
mão me segurou enquanto seus dedos chicotearam sobre o meu
clitóris, tirando de mim gemidos enlouquecidos.
—É isso aí, pêssego. Goze para mim.
Mais uma vez eu me perdi para ele. Seu controle sobre mim era
inegável. Meu corpo deu exatamente o que nós dois queríamos. Eu me
desfiz em sua mão e gemi meu orgasmo.
—Diga que você me quer. — Seus lábios perfumados de uísque
encontraram os meus e os reivindicaram. Sua mão escovou meu lado,
acariciando-me suavemente. —Diga que você me perdoou.
—Jake, eu não posso fazer isso. — Lágrimas picaram meus olhos.
—Você não pode me machucar e achar que pode melhorar tudo com o
sexo.
Seus olhos me encontraram, puxando-me em seu magnetismo. —
Eu me perdi quando eu pensei que você queria Dillon. A ideia dele ter
você... eu queria matá-lo, pêssego. — Ele colocou a cabeça na minha. —
Eu não quero outro homem tocando você.
—O que você fez... eu não posso perdoar facilmente. Você tem que
ganhar a minha confiança, Jake, e você não pode desmoronar quando
eu não der isso no seu ritmo.
—Eu sou um idiota impulsivo. Não posso ser um cara legal pra
você, pêssego, mas eu quero ser o único homem para você.
—É assim que sempre é com você. É o que você quer e quando
você quer. Você está pronto para nós voltarmos a ficar juntos, então eu
preciso aceitar que você ia dormir com outra mulher porque você
estava chateado e com ciúmes. Se eu não tivesse aparecido você teria
dormido com ela. Você não leva em consideração como isso me
machuca ou o quanto doeu vê-la onde eu deveria estar. — Eu o afastei
de mim e levantei, apertando a toalha em volta de mim. —Não estou
pronta para perdoar e esquecer. Perdi completamente a confiança em
você. Sinto sua falta todo dia, Jake, mas ainda não estou pronta para
deixar você voltar.
Suas mãos agarraram minha cintura e me puxaram entre suas
pernas. Sua mão deslizou por baixo da minha toalha e acariciou o lado
de fora da minha coxa enquanto seus olhos encontravam os meus.
—É só uma questão de tempo até que eu tenha você, pêssego. Não
vou desistir até que eu faça.
CApÍTULO dEZESSEIS

Minha mão alcançou a porta do escritório de Nix, mas parei


quando ouvi o barítono grosso das vozes dele e de Pat, e ao invés de
entrar, fiquei lá fora escutando. Nix, estando mais afastado da porta, foi
mais difícil de ouvir.
—Está tudo no lugar. O negócio está acontecendo na noite de
terça-feira. As notas estão marcadas, e quando a prisão for feita eles
vão derrubar Tolito e cada Wild Royal com ele.
—Eu estou ansioso para esses desgraçados serem tirados das
ruas. Me sinto bem com isso, Nix. Você fez a escolha certa.
—Espero que você esteja certo sobre isso. — A apreensão no tom
de Nix era clara. —Não me sinto bem em manter isto dos outros
irmãos.
Uma cadeira raspou no chão, seguida pela voz de Pat.
—Quanto menos eles souberem, melhor para eles. Menor o risco
de falar sobre o negócio.
—Quanto mais cedo esta merda terminar melhor eu vou me
sentir. — Nix respondeu, seu tom incomodado.
Os barulhos de passos me fizeram correr pelo corredor, então eu
podia virar e fazer parecer que eu tinha acabado de chegar. Balancei a
cabeça para Pat quando ele saiu do escritório de Nix e tomei seu lugar.
—Temos merdas para resolver.
Nix sentou em sua cadeira e descansou os pés na mesa. —Vamos
ouvir, então.
—Eu quero ela de volta, e eu preciso esclarecer a merda. Temos
que deixar o passado para trás. Eu não quero nada mais sendo um
obstáculo no caminho. Eu quero que ela saiba que você aprova. Se você
o fizer, ela vai confiar em mim.
—Por que eu deveria aprovar?
—Você sabe por quê.
—Você a ama.
—Cada pedaço de merda dela.
—Você vai parar de agir como um pau e tratá-la como ela merece?
—Vamos salvar a conversa de pai para filho. Você sabe como eu
me sinto. Não olhei nem toquei em outra mulher em três malditas
semanas. Ela é a única que eu quero, e você sabe disso.
—Não sei se você a merece.
—Ela não é mais sua irmãzinha, Nix. Ela é a minha garota. Ela é
minha para cuidar.
Os pés de Nix caíram no chão e seu peito veio para a frente sobre a
mesa. —Ela nunca vai deixar de ser a minha irmãzinha. Vamos
esclarecer essa merda agora. Você fode mais uma vez e eu vou cortar o
seu saco de merda fora.
—Eu não vou foder.
—Assim espero. Se você quer a minha aprovação para estar com
ela, é melhor você juntar sua merda.
—Minha merda está junta. Eu a quero e nada vai ficar no meu
caminho de tê-la.
—É melhor se preparar para beijar alguns traseiros, irmão. Você
fez um péssimo trabalho de merda até agora.
—Agora que isso está resolvido, temos outra merda para discutir.
—O que mais? — Nix perguntou, inclinando-se na cadeira.
—Como Sargento de Armas, você deveria ter me informado sobre
esse negócio que você está trabalhando.
—Como você descobriu sobre isso?
—Tempo certo, lugar certo. Agora me diga o que diabos está
acontecendo.
—Após o assassinato de Bear e a agressão de May, comecei uma
relação de trabalho com o departamento de investigação do Tennessee.
Há três meses eles se aproximaram de mim e ofereceram um acordo.
Eles querem derrubar os Wild Royals e queriam nossa experiência
para ajudá-los nas prisões. Suas tentativas de acordo fracassaram e
agentes secretos não foram capazes de se infiltrar no clube. Você sabe
o quão seletivos os Wild Royals são, apenas membros da família, então
nós éramos a solução desesperada deles para uma longa investigação
dos crimes dos Wild Royals. Eu estava cético para fazer o acordo no
começo, mas Pat insistiu. Ele sente que devemos a Bear e May. Ele tem
um rancor contra os Wild Royals pela morte do seu melhor amigo, e ele
não é o único. Minha tia levou anos para se recuperar do estupro dela e
da morte de Bear. Liz não sabe sobre isso. Meu tio Dallas queria Liz
protegida de saber que tipo de escória era parte da Comunidade MC.
Ele pagou pela terapia de sua irmã e a ajudou a se recuperar o melhor
que podia mantendo o estupro de May em segredo, como ela pedira a
ele. Eu tenho que admitir que eu quero vê-los no chão também.
—Você sabe quem estuprou May?
—O presidente anterior, pai do Tolito.
—Isso é mais profundo do que eu esperava, Nix. — Levantei meu
boné e esfreguei as costas da minha cabeça enquanto soltava um
suspiro para afrouxar o nó apertado no meu peito. —Suas famílias têm
uma longa história de sangue ruim. Você já pensou que se este negócio
com os Royal der errado eles vão querer retaliar? E em quem você acha
que eles iriam querer colocar as mãos primeiro?
Nix engoliu em seco, eu pude ver as rodas girando.
—Sim, Nix, ela mesmo. Liz é linda. Eu sei que a viram crescer em
torno da sede do Kings. Você teria que estar cego para não notá-la, e
todos sabem como você é protetor com ela. Ela é a maneira perfeita
para chegar até você.
—Jesus Cristo.
—É tarde demais para cancelar este acordo?
—É. Tudo foi arranjado. Nós não podemos voltar atrás.
—Mais tarde eu venho buscá-la. Ela vai ficar comigo até que o
acordo seja concluído e ambos sentirmos que não há qualquer chance
de retaliação.
Nix assentiu com a cabeça. —Se ela se recusar, eu vou falar com
ela.
—Eu quero entrar neste acordo. Eu quero saber cada parte dele,
então eu vou saber como lidar com o que está por vir. Não vou correr o
risco de algo acontecer com ela.
CApÍTULO DEZESSETE

LIZ

Era meu dia de folga e Jenna e eu tinha saímos juntas a maior


parte do dia, até que ela me abandonou no momento em que Nix
entrou pela porta. Ela o escalou como um maldito macaco antes que
eles desaparecessem no andar de cima. Subi as escadas alguns minutos
mais tarde para pegar a próxima carga de roupa suja para lavar, depois
voltei para a lavanderia. Meu celular tocou e eu tirei do bolso do meu
jeans.
—Ei, Ash.
—Recebi sua mensagem. Não acredito que ele apareceu em sua
casa e estava esperando em sua cama.
—Ele parecia muito irresistível também. Foi preciso toda a minha
força de vontade para não ceder e fodê-lo sem sentido.
—Não sei por que vocês não acabam com isso.
Ouvi passos pesados atrás de mim. Olhei por cima do ombro para
ver Jake olhando minha bunda. Só a visão dele tinha minha libido
despertando para a vida.
—Tenho que ir. Ele está aqui. — Eu desliguei e coloquei meu
telefone na secadora enquanto dava a Jake uma expressão de ‘eu sei
porque você está aqui’.
Ele passou a língua pelos seus lábios e sua boca torceu em um
sorriso arrogante. —Eu lhe disse que um dia você iria querer me foder.
—Sua arrogância é surpreendente.
O sorriso perverso de Jake se alargou quando ele me olhou como
um delicioso pedaço de doce que ele estava prestes a desembrulhar.
—Encontrar você aqui, sem uma maneira de escapar, não poderia
ser mais doce.
Levei minha mão ao peito dele, empurrando para trás a besta
musculosa e tatuada que estava rapidamente encurtando a distância
entre nós.
—Por que negar, pêssego? O olhar faminto em seus olhos me diz
que você quer o meu pau enterrado profundamente dentro de você,
implorando-me para fazê-la gozar.
Porra, ele estava certo. Mas isso não significava que eu teria que
admitir. Pelo menos não para ele, de qualquer forma.
Ele levantou o braço e sua mão agarrou um fio solto do meu
cabelo, enrolando-o em volta dos seus dedos antes de dar um puxão,
trazendo meus lábios ao alcance dele. O hálito dele tocava meu os meus
como leves plumas.
—Acho que se eu tocar você aqui. — Seus dedos rastrearam até
minha coxa, enviando um calafrio em todo meu corpo, me lembrando
do que seu toque me faz. —Eu vou encontrar você molhada e dolorida
por mim.
Droga, esse cara. Ele sabe exatamente o que faz comigo. Afastando
a mão, fui em direção a porta da sala da lavanderia, minha única fuga
da sala minúscula que se tornou uma sauna sexual.
—Espere um minuto, pêssego. — A mão de Jake agarrou meu
pulso, me detendo no meu caminho. —Não saia. — Me virei para ver
uma verdadeira agonia nos olhos dele. —Não dou a mínima para
qualquer outra mulher. Eu quero que você seja minha e essa é a
verdade.
—Eu não sou sua para reivindicar.
A expressão em seus olhos mudou, escurecendo, revelando o
animal enjaulado dentro dele. —O inferno que você não é. — Suas
garras apertaram meu pulso, puxando-me para seu corpo sólido,
envolvendo-me nos seus braços de aço. —Você é minha, droga, e eu
vou me certificar de que todos aqui saibam disso.
Ele agarrou meu top e o arrancou tão rápido quanto minha
respiração me deixou. Sua boca bateu na minha enquanto ele me
levantava pelos quadris e me prendia contra a parede. Sua ereção dura
pressionou contra o meu short jeans, a única peça de roupa que me
impedia do que eu sabia que seria o paraíso. Seu rosnado encheu a
minha orelha enquanto sua língua molhada espalhava beijos no meu
pescoço. —Você não sabe o que faz para mim, pêssego, mas você está
prestes a descobrir.
Minhas costas deixaram a parede e minha bunda caiu na máquina
de lavar. Sua camisa saiu em segundos e meus olhos estavam colados
no seu peito e nas suas mãos soltando seu jeans, removendo a boxer
preta para baixo. Seu pau avançou e meus olhos seguiram seu grosso
comprimento, da base sem pelos até a ponta. Este homem era feito de
combustível de moto, tinta e músculo duro, um castigo cruel para as
mulheres, e eu queria pecar mais do que nunca.
Suas mãos enormes puxaram minha bunda para frente. Eu me
balancei na beira da máquina de lavar e na minha própria sanidade.
Suas mãos desfizeram rapidamente meu botão e o zíper enquanto sua
língua se aventurava dentro e fora da minha boca, isso levando minha
excitação a uma necessidade desesperada e angustiante.
Meus shorts jeans desapareceram no chão, enquanto meus olhos
encontraram seu olhar feroz, predatório. Com as mãos nos meus
joelhos, ele abriu minhas pernas e me olhou antes de se abaixar. Seus
olhos castanhos olharam para mim, me hipnotizando com seu olhar.
—Você vai gozar para mim, pêssego. Eu quero ouvir você gritar
meu nome.
Segurando minha perna, Jake a envolveu em seus ombros e
manteve sua promessa. Com o seu dedo profundamente em mim e sua
língua circulando meu clitóris, agarrei seu cabelo em punhos e implorei
pela libertação.
—Oh... meu... vá... por favor... não... pare...
Meu corpo tremia enquanto o orgasmo se precipitava pelo meu
corpo. Jake desceu minha perna e parou, seus olhos trancados em mim.
—Não terminamos, pêssego. Você ainda não gritou meu nome.
O meu gosto encontrou meus lábios no mesmo momento em que
ele agarrou minhas coxas e entrou profundamente dentro das minhas
dobras molhadas. Levantando-me com facilidade ele me prendeu
contra a parede. Com uma necessidade febril e fúria desencadeada, ele
entrou em mim várias vezes, fodendo-me profundamente e me levando
ao longo da borda em delírio total. Um rosnado profundo escapou do
seu peito conforme nos aproximávamos do nosso clímax.
—Diga, pêssego. A quem você pertence?
—Eu pertenço a você.
Jake me fodeu duro e em seguida me encheu de beijos suaves ao
longo do meu rosto, orelha e pescoço, ainda me mantendo presa contra
a parede. Ele colocou a cabeça contra a minha e soltou um suspiro.
—Você porra me quebra, pêssego. Você me pertence. Eu quero
você comigo todos os dias. Quero me enterrar em você todas as noites.
— Sua mão segurou meu rosto e seu polegar pressionou meu lábio
enquanto seus olhos suavizaram. —Eu quero que fique comigo, só por
um tempo. Eu não estou pedindo para você morar comigo.
Esta era a maneira de Jake demonstrar seus sentimentos, e eu não
queria arruinar nossas chances uma segunda vez.
—Sim, eu vou ficar com você.
Um sorriso se espalhou em seus lábios antes de sua boca
encontrar a minha, doce e carinhosa, me dando um beijo de gratidão e
afeto. Ele saiu de mim e colocou minhas pernas para baixo.
—Eu vou ajudá-la a fazer as malas. Eu quero ter você pelo menos
mais três vezes antes de deixar você dormir esta noite.
Eu ri enquanto recolhia minha roupa espalhada e rasgada. —A
quem você quer enganar? Eu não vou dormir esta noite.

Jake largou minhas duas bolsas em sua cama e me tomou em seus


braços. —Minha casa é sua casa. Quero que você fique tão confortável
aqui como você fica na sua. — Eu olhei de relance para sua cama e ia
dizer que precisava mudar os lençóis, mas para meu espanto, Jake já
tinha feito isso. Ele tinha um conjunto inteiramente novo de lençóis e
edredom na cama. Um sorriso se espalhou em meus lábios e ele beijou
meu templo.
—Não há nenhuma maneira no inferno que eu teria você na minha
cama com os mesmos lençóis. — Sua mão ergueu meu queixo para ele.
—Quero dizer a você, pêssego, nada aconteceu com ela. Eu estava
bêbado, com raiva e com ciúmes. Eu nunca mais vou fazer algo assim
novamente. Eu prometo que vou te compensar por todo mal que te fiz.
—Bem. — Peguei suas mãos e o puxei para a cama. —Você pode
começar a me compensar agora.
—Com prazer. — Jake levantou sua camisa sobre a cabeça e em
seguida deslizou as mãos por baixo da minha e a removeu. Deslizei
meu short e subi em sua cama. Sentada de joelhos, olhei por cima do
ombro para ele. Ele tirou sua calça jeans e cueca antes de se juntar a
mim na cama. Ele envolveu o braço na minha cintura e o outro braço
agarrou meu pescoço enquanto ele lambia e chupava minha orelha.
Seus dedos deslizaram na minha calcinha, me acariciando.
—Você quer alguma coisa? Apenas diga, pêssego. Eu vou fazer isso
para você.
Eu inclinei minha cabeça no ombro dele enquanto ele acariciava
meu clitóris e chupava meu pescoço. —Eu quero que você me leve de
todas as maneiras.
Ele pressionou a ereção na minha bunda. —Todas as maneiras?
—Sim.
Sua mão deixou o meu pescoço e agarrou o meu cabelo, puxando
minha cabeça para trás para reclamar a minha boca. Seu beijo estava
preenchido com uma necessidade desenfreada e perigosa.
—Eu quero fazer mais do que reivindicá-la, pêssego. — Sua língua
viajou ao longo do meu pescoço e mordeu na parte macia do meu
ombro. —Eu quero possuir cada orgasmo que vem desta boceta doce.
Os dedos dele mergulharam e giraram, me fazendo ofegar de
prazer. Com meu cabelo preso em sua mão, ele me empurrou para
frente em minhas mãos e joelhos. Suas mãos me deixaram e agarraram
minha calcinha, removendo-a do meu quadril, deixando ela em torno
dos meus joelhos. Olhei para trás enquanto ele pegava seu pau e
esfregava nas minhas dobras, deixando a ponta úmida antes de se
enterrar em mim. Uma mão agarrou meu quadril enquanto ele entrava
fundo e duro, batendo em mim. A outra mão enrolou meu cabelo em
torno do seu punho e segurou com força enquanto ele trabalhava
buscando o orgasmo que estava se acumulando em mim.
CApÍTULO DEZOITO

LIZ

Meu alarme zumbiu no meu celular e estendi a mão para desligá-


lo. O braço de Jake me apertou, me arrastando de volta para ele
enquanto se pressionava na minha bunda, seu hálito quente aquecia
minha orelha.
—Você tem tempo?
—Só se você se juntar a mim no chuveiro.
Jake se moveu para a beira da cama e me puxou da cama para os
seus braços. Dei uma risadinha quando ele me carregou para o seu
banheiro. Ele me colocou para baixo, e quando eu virei o botão para
iniciar o banho, sua mão desceu na minha bunda. Eu gritei e empurrei
para frente, olhando de volta para ver o seu sorriso diabólico
espalhado.
—Essa bunda, pêssego, faz um homem crescido um idiota
chicoteado.
—Você está ferrado, então, não é?
—Eu estou. — Ele concordou, apertando minha bochecha.
Eu pisei debaixo da água e Jake veio atrás de mim, colocando suas
mãos na minha cintura, movendo-me lentamente contra a parede. Sua
boca encontrou a minha enquanto sua mão descia e delicadamente me
acariciava. Essa ternura era o oposto do que nós tínhamos dado um ao
outro na noite passada. Suas costas ainda tinham as marcas das minhas
unhas e certamente eu teria marcas de mordida para cobrir com
maquiagem. Com os dedos lentamente deslizando nas minhas dobras
molhadas, minha cabeça voltou quando uma respiração lenta me
escapou. Beijos macios se arrastavam na minha bochecha enquanto
seus dedos serpenteavam pelo meu cabelo e apertavam a minha nuca.
Agora cheio de necessidade, ele removeu sua mão e a colocou na
minha bunda antes de me levantar do chão. Minhas pernas se
enrolaram em sua cintura enquanto ele pressionava seu peso contra
mim, me prendendo na parede. Ele se abaixou, ergueu sua dura ereção
e deslizou em mim, cobrindo minha boca com a dele. Movendo a língua
dentro e fora, ele raspou seu eixo contra o meu clitóris, enviando
choques de prazer através de mim. Seu aperto na minha bunda
aumentou quando ele me puxou para frente e para trás, me esfregando
duro contra ele.
—Goze para mim, pêssego. Eu quero ouvir você gemer para mim.
Ele meu manteve inclinada para trás e meus lábios se separaram
enquanto a sensação de euforia me varria. Um gemido escapou de mim
e minhas costas bateram na parede quando Jake deu um último
impulso duro antes do seu próprio orgasmo reivindicá-lo. Sua cabeça
inclinou-se contra a minha, enquanto sua respiração se acalmava.
—Eu quero me perder em você todos os dias.
A palma da minha mão foi para sua bochecha e eu o acariciei. —Eu
vou estar em casa à noite. Você pode pensar em todas as coisas que
quer fazer comigo entre agora e depois.
Jake desceu minhas pernas e me beijou com seus lábios
habilidosos. —Tem certeza de que você não pode ignorar o trabalho e
ficar na cama comigo?
—Não. — Dei uma risadinha e peguei o sabonete. —Eu tenho
pacientes que precisam de mim.
Ele pegou o sabonete da minha mão e ensaboou meu ombro, braço
e peito. —Eu vou levá-la para o trabalho. A que horas eu preciso estar
lá para pegá-la?
—Seis. Eu vou levar uma muda de roupa, então se quisermos ir a
qualquer lugar, nós podemos.
—Eu já tenho um lugar em mente.
Certificando-se de que tomei o café da manhã antes de sair, Jake
me deu uma carona para o trabalho em sua Harley. Alguns colegas de
trabalho assistiram com sorrisos espantosos quando ele me puxou
para seu colo e me beijou antes de bater na minha bunda enquanto eu
me afastava. Quando ele foi embora, Sarah e Tracy me esperaram para
eu me juntar a elas. Tracy apontou para Jake descendo a estrada.
—Quem era aquele pedaço de carne?
Um sorriso de menina esticou minhas bochechas. —É Jake.
—Namorado? — Sarah perguntou.
—Sim.
Tracy abriu seu rosto redondo e sardento. —Você é uma mulher
de sorte.
—Eu sou. Ele balança meu mundo.
—Ele tem amigos? — Sarah perguntou quando entramos no
hospital.
—Na verdade ele tem. Jake é um membro do kings MC. Você ouviu
falar deles?
—Sim. — Sarah assentiu. —Não são aqueles que estão fazendo o
Riders Relay for Life?
—Sim, são eles. Meu irmão é o Presidente do clube. Se você fala
sério sobre conhece algum deles, posso levá-la para a próxima festa
comigo.
—Não eu, hum... — Tracy levantou a mão e balanços os dedos. —
Ele é careca, mas eu o amo.
Sarah e eu rimos.
—Eu gostaria de ir. Quando é a próxima festa?
—Praticamente toda sexta-feira e sábado.
—Estou dentro. — Ela mostrou seus dentes brancos para mim e
seus olhos azuis brilharam. —Eu vou verificar minha agenda para o
meu próximo fim de semana.
—Ótimo! Me ligue quando você estiver livre e podemos nos
encontrar lá.
Depois de um longo dia de leitura de gráficos, resultados de testes,
fazer perguntas e cuidar de pacientes, meus pés estavam me matando e
eu estava pronta para ver Jake. Quando saí do meu turno, ele estava
bem do lado de fora do hospital encostado em sua moto, seu braço
descansando no guidão.
Assim que me aproximei ele ficou reto e veio para mim, suas mãos
agarrando minha cintura e me puxando para um beijo. Eu não tinha
percebido o quanto eu senti falta daqueles lábios ou como
reconfortantes eram até que dispararam eletricidade através de mim.
—Pronta para ir jantar?
—Sim, por favor. Estou morrendo de fome. Não consegui almoçar
hoje.
Jake me entregou o capacete. —Eu vou levá-la para o seu lugar
favorito.
—Enquanto você prometer me dar sobremesa.
—Você gosta quando eu coloco coisas na sua boca, não é? — Os
lábios de Jake se curvaram para cima em um sorriso diabólico.
—Você é terrível. — Ele me tinha em sua moto e olhou para trás,
mostrando aquele mesmo sorriso.
—Você não gostaria de mim de outra forma.
A moto retumbou à vida. Ele estava absolutamente certo, e eu
estava caindo para o impulsivo, inteligente e sexy Jake.
Quando paramos no Illano senti a tensão nos músculos do Jake.
Ele olhou para um casal de motoqueiros tatuados usando cores do
Wild Royals saindo do salão de tatuagem do outro lado da rua. Eu ouvi
um assobio e alguém gritar. Ao olhar para eles, vi que estavam
chamando Jake e atravessando a rua.
—Entre, pêssego.
—O que está errado?
—Vá para dentro.
Eu conheço esse tom. Foi o mesmo que ouvi antes quando ele e
Nix entraram em uma briga. Meu estômago se enrolou em um nó. Eu
rapidamente coloquei seu capacete na moto e fui para o restaurante.
Eu fui puxada de volta pelo aperto de alguém na minha jaqueta. Na
minha visão periférica vi Jake dar um golpe no rosto dele. Ele estava
fora de sua moto em segundos e lutando com o cara que ele atingira, no
chão.
Grandes mãos agarraram minha cintura e me puxaram. Minhas
costas bateram em um poste, enviando dor através da minha coluna e
pescoço.
—Você deve ser sua old lady. — Disse uma voz áspera de fumante,
colocando o fedor de cigarro velho muito perto do meu rosto. —Aposto
que você tem um bom pedaço de rabo. — Sua mão tocou a minha coxa
e eu o afastei.
—Não me toque!
O punho de Jake voltou para o rosto do homem que estava me
segurando. Ele se curvou e Jake girou e chutou o cara, jogando-o de
cara de cimento. Colocar o cara no chão não parou Jake. Ele estava nele
em um instante, esmurrando seu punho em qualquer coisa que ele
pudesse entrar em contato. Sangue espirrou para a calçada e as
pessoas começaram a notar a luta.
—Jake, pare!
Em sua ira, ele não me ouviu. Seus punhos continuaram batendo
no cara. Estendi a mão e toquei seu braço. —Jake.
O contato o sacudiu de sua fúria. Ele puxou para trás e trabalhou
em abrandar sua respiração. Ele me olhou, examinando meu rosto
antes de me puxar em seus braços e me trancar apertado contra ele.
—Ele machucou você?
—Eu estou bem.
Ele colocou a mão suja de sangue no meu rosto e levantou meu
queixo antes de aceitar que eu estava bem. Ele pesquisou ao nosso
redor e em seguida olhou para mim.
—Precisamos ir. A polícia estará aqui em breve.
Ele me ajudou a voltar para a moto e voltamos para casa. De volta
para a casa de Jake, ele caminhou para a cozinha e pegou uma cerveja,
engolindo a maior parte antes de colocá-la no balcão. Ele lavou o
sangue dos dedos enquanto eu pedi comida para nós. Quando eu
coloquei meu telefone em cima do balcão, ele veio até mim e me puxou
para perto. Seu toque enviou uma dor maçante nas minhas costas.
—Ai. — Coloquei a mão nas minhas costas e lentamente
escorreguei para fora do seu aperto.
Os olhos dele escureceram. —Você está machucada.
Deslizei minha jaqueta e a coloquei no banco antes de virar as
costas para o Jake. Cuidadosamente ele levantou minha camiseta.
—Aquele filho da puta.
—Quão ruim é isso?
—Tire a camiseta.
Tirei minha camiseta e Jake pegou a minha mão, me levando para
o banheiro. No espelho vi o corte nas minhas costas e uma contusão.
Jake puxou álcool e gaze de seu estojo e passou cuidadosamente o
líquido sobre a ferida. Depois de uma boa limpeza ele colocou gaze
fresco e tapou. Sua raiva não tinha diminuído. Ele ainda estava
fervendo quando puxou minhas costas para o seu peito e beijou meu
pescoço e ombro.
—Se alguém tentar machucar você assim novamente, pêssego, vou
matá-lo. Não vou pensar duas vezes.
O calor do seu corpo nas minhas costas doloridas era
reconfortante, assim como suas palavras protetoras. —Eu confio em
você, Jake, com o meu coração e a minha vida. — Me virei em seus
braços e sua mão agarrou meu rosto antes dele me beijar com uma
necessidade ardente fervendo em seus lábios.
Suas mãos agarraram minha bunda e trouxeram minhas pernas
para sua cintura antes de me levar para o quarto. Ele me deitou em sua
cama e manteve seus olhos em mim enquanto tirava cada peça de
roupa que eu estava vestindo.
Eu olhei para o rosto do homem mais bonito que eu já tinha visto,
um que eu sabia que faria qualquer coisa para me proteger. Meus olhos
ficaram nos dele enquanto ele me despia. Seu beijo veio com uma
necessidade apaixonada e aquecida enquanto corria sua mão ao longo
da minha coxa até chegar a minha bunda e a segurar com força. Sua
ereção entrou facilmente em mim quando ele se deitou em cima de
mim. Suas estocadas eram lentas e sensuais, seus lábios se arrastaram
pela minha pele, mordendo e chupando, terminando com beijos suaves.
A intensidade do seu toque e a sensação de cada golpe dele me
enchendo consumia meu coração. Este homem me reivindicou desde o
momento em que colocou os olhos em mim. Eu nunca estive no
controle. Ele me tinha desde o início.
CApÍTULO DEZEnOVE

LIZ

Jake levantou o último pedaço de pizza no ar e fez sinal para que


eu pegasse. Eu me inclinei contra o travesseiro e balancei minha
cabeça.
—Pode comer.
Jake enfiou o último pedaço na boca e fechou a caixa vazia antes
de deixar o quarto com ela. Assim que a porta do quarto abriu, Rocky
correu para o quarto e veio para o lado da cama. Eu esperei até que
Jake estivesse fora de vista e levantei Rocky para a cama. Ele escavou
nervosamente e se moveu para mais perto. Jake virou a esquina e
entrou no quarto. Os passos dele pararam e ele cruzou os braços
enquanto se inclinava contra a moldura da porta.
—Ele sabe que não deveria estar na cama.
Eu mordi meu lábio e dei uma risadinha quando Rocky encostou o
nariz debaixo do meu braço. —Deixei ele aqui.
—Pêssego... — Seu tom era autoritário e ainda brincalhão. —Você
não pode mimá-lo.
—Mas ele é tão fofo. — Eu projetei meu lábio para fora.
Jake caiu na cama ao nosso lado e bateu nas costas de Rocky.
—Nós devemos manter a equipe, Rocky. Não deixe ela roubar
você de mim.
Eu sorri quando me inclinei para o braço aberto e me aconcheguei
contra o peito dele.
—Por que os Wind Royals foram atrás de você esta noite?
—O que me reconheceu era amigo do cara que me deu isso. — Ele
acenou para o corte curado em seu abdômen, aquele que eu tinha
costurado para ele.
—Isso me preocupa.
Jake ficou em silêncio, claramente trancado em seus pensamentos.
Ele me puxou mais apertado contra ele e beijou meu templo. —Só por
um tempo, eu quero que você esteja no hospital, na sede do clube, ou
comigo.
—Você está preocupado com a retaliação pelo que você fez para
aquele cara, não é?
Seus dedos se juntaram no meu cabelo e acariciaram minha
cabeça. —Não se preocupe comigo. Eu posso cuidar de mim. É você que
eu quero que fique segura.
A preocupação de Jake não era injustificada. Eu sabia que os
Royals eram perigosos. Eu tinha ouvido o suficiente das conversas de
Dallas através dos anos para saber.
—Eu vou ficar perto.
Jake fez um gesto para Rocky sair da cama. Ele rapidamente pulou
para baixo e seguiu Jake para fora do quarto. Depois de escovar os
dentes me aconcheguei debaixo do cobertor e esperei ele voltar. O som
da caixa de Rocky sendo fechada foi seguido por Jake entrando no
banheiro, e momentos depois ele voltou para o quarto. Desligando a
lâmpada, ele levantou o cobertor e deslizou atrás de mim. Seu braço
enrolou em torno de mim e me puxou contra ele. Minha respiração se
tornou superficial enquanto eu relaxava contra o calor dele.

No dia seguinte depois do trabalho, Jake estava me esperando do


lado de fora do hospital, sentado em sua moto com os tornozelos
cruzados em seus pés e braços cruzados sobre o peito. Sua camiseta
preta estava esticada e enfiada na frente dos seu jeans rasgado. Meus
olhos estavam colados nos montes e vales dos seus braços. Quando
seus olhos me viram, o que quer que ele estava pensando
profundamente evaporou. Sua expressão se suavizou e ele esticou seus
braços enormes e protetores e me puxou para eles.
—Eu já lhe disse como você fica bem de jaleco? — Meus lábios
pegaram os dele e um som de 'mmm' escapou dele. —O que é isso?
Algum tipo de sabor gostoso?
—É.
Ele inclinou sua cabeça no meu ouvido enquanto apertava minha
bunda, moldando-me para ele. —Esse não é o único sabor de você que
eu quero nos meus lábios.
Uma sensação de formigamento nadou do meu abdômen para
baixo, despertando minha excitação.
Sua cabeça se inclinou para trás e um sorriso se arrastou ao longo
do seu rosto. —Talvez eu nunca deixe você voltar para casa, pêssego.
— A palma da mão na minha bunda apertou, pressionando-me para a
protuberância em seu jeans. Sua mão levantou e agarrou minha
bochecha enquanto seu polegar pressionava meu lábio. Seus olhos
seguraram meu olhar, aquecendo meu corpo da cabeça aos pés antes
de sua boca cair na minha.
Eu gemia em sua boca quando sua mão deixou minha bunda e
deslizou por baixo da minha camisa e pressionou no meu quadril,
trabalhando lentamente dentro da minha calça. Levou cada pedaço de
mim para controlar minha libido. Eu não podia me perder com ele em
um estacionamento público do lado de fora do meu local de trabalho.
Eu respirei e puxei para trás, dando-lhe um olhar aguçado. Seu sorriso
alargou.
—Você trouxe uma muda de roupa?
—Sim.
—Eu vou esperar enquanto você se troca. Eu tenho um lugar
privado que eu quero te levar hoje.
Quando eu voltei para ele, seus olhos começaram nos meus pés e
seguiram minhas pernas até minha cintura, peito, e então o rosto.
Estendendo-se para mim, ele manobrou meu cabelo no meu pescoço e
beijou minha cabeça. —Você está linda. — Ele me entregou o capacete
e mordi um sorriso.
Subi atrás dele e ele olhou para trás para me verificar antes de
acelerar o motor e decolar. Nossa primeira parada foi um dos melhores
hambúrgueres e fritas da cidade, onde ele carregou comida em um dos
seus alforjes antes de nos colocar de volta na estrada.
A tarde tinha virado noite e eu curiosamente esperei para ver
onde ele estava nos levando. As estradas tornaram-se menos cheias e
mais sinuosas enquanto viajamos subindo. Ele pegou uma curva e nos
levou por uma estrada estreita e vazia. Os faróis da moto e a luz da lua
eram a única iluminação. Chegamos no final e ele parou e deixou cair o
estribo. À nossa frente estava uma incrível vista do centro da cidade
com luzes brilhantes espalhadas por todo o céu escurecido com a lua
prateada alta.
—É lindo.
Jake pegou a minha mão na dele e me virou para enfrentá-lo. Sua
boca desceu na minha com necessidade carnal e tanta paixão que
enviou puxões chocantes de excitação através do meu corpo. Sua mão
agarrou minha bunda e me puxou contra sua ereção crescente
enquanto ele rosnava na minha boca e devastava os meus lábios.
Com um movimento rápido ele agarrou a minha bunda e levantou
minhas pernas, envolvendo-as em sua cintura, me levando os poucos
passos de volta para a sua moto. Ele sentou-se nela comigo montada
nele e suas mãos percorreram minha cintura enquanto ele me puxava
sobre ele, desencadeando o mesmo desejo que enchia minha cabeça de
névoa. Mãos firmes acariciavam minhas costas, cintura e coxas
enquanto a sede de mais dele me consumia.
Minha camisa foi tirada e seus lábios caíram de volta nos meus
enquanto ele trabalhava o botão e o zíper da minha calça jeans. Minha
respiração já estava pesada enquanto eu me movia para frente e para
trás sobre sua ereção. Um rosnado encheu minha boca e ele agarrou
meus quadris, me pressionando com mais força.
—Eu quero isso, pêssego. Quero me enterrar nela.
Ele me levantou fora de sua moto e virou minhas costas em
direção a ele antes de deslizar meus jeans pelos meus quadris. Sua mão
enrolou em volta do meu cabelo e me inclinou para frente. Minhas
mãos agarraram sua moto quando ele apertou meu cabelo, inclinando
minha cabeça para trás. Sua boca veio, mordendo meu quadril
enquanto sua mão deslizava minha calcinha e alcançava dentro de
mim. Minha respiração me deixou enquanto ele acariciava e
friccionava, me trabalhando em um frenesi com joelhos trêmulos e
gemidos desesperados. Mais beliscões e mordidas se arrastavam pelo
meu ombro enquanto sua ereção pressionava minha bunda e sua mão
me trazia um orgasmo.
—Eu quero ouvi-la, pêssego. Goze para mim.
Um gemido choramingado veio dos meus lábios trêmulos
enquanto o prazer do meu orgasmo era liberado. Atrás de mim o zíper
abriu e momentos depois a ponta dele estava esfregando contra mim,
me provocando.
—Me diga que você quer isso. — Sua mão apertou meu cabelo e
puxou minha cabeça para trás enquanto ele deslizava, depois puxava
para fora, desenhando minha agonia.
—Porra, Jake. Eu quero isso agora.
Com um movimento rápido ele me encheu profundamente e
agarrou meu quadril enquanto repetidamente empurrava em mim,
batendo minha bunda contra seu osso pélvico. Um gemido escapou
dele quando ele inchou dentro de mim.
—Porra de boceta apertada, pêssego. Você vai me destruir. —
Com um impulso profundo seu orgasmo explodiu e seu aperto forte no
meu cabelo soltou enquanto ele gemia. Beliscões suaves foram
seguidos por seus lábios beijando ao longo do meu ombro. Me
levantando da moto, ele envolveu seus braços ao meu redor, pegando
meus seios em suas mãos, amassando-os enquanto lambia e beijava
meu pescoço.
—Eu nunca quis tanto uma mulher na minha vida. Você é minha
dona, pêssego. Eu sou seu.
A ternura nessas palavras me encheu de uma intensidade que eu
nunca senti antes. Virei minha cabeça para ele e encontrei seus lábios.
Sua mão segurou meu cabelo e pescoço enquanto sua boca se movia
apaixonadamente contra a minha. Minha onda de emoções viajou para
o meu coração e demorou-se ali, pulsando intensamente.
—Você tem tudo de mim, Jake. Estou completamente apaixonada
por você.
Sua cabeça caiu contra a minha. Ele tomou um fôlego e seu maxilar
ficou tenso. Seus dedos tocaram meu cabelo e o arrastaram por cima
do ombro, fora do seu caminho. Beijos doces e macios escovaram meu
ombro.
—Nunca tive alguém que fosse somente minha. Eu nunca pensei
que precisava disso. — Sua mão acariciou ao longo da minha cintura e
meu quadril enquanto seus beijos viajavam do meu pescoço para a
minha bochecha. —Mas agora que eu tenho você, eu vejo o que eu
estava perdendo.
Espalhei um cobertor pequeno que Jake tinha embalado no alforje
enquanto ele trazia nossa comida. Quando ele se estabeleceu sobre o
cobertor ao meu lado, me movi o mais perto possível dele. Ele me
olhou e piscou antes de colocar uma batata frita na minha boca. Puxei-a
de sua mão, fazendo ele rir.
—Enquanto eu estou aqui pensando, percebi que me apaixonei
por um homem e nem sei o que ele faz para viver.
O sorriso de Jake se ergueu no canto de sua boca. —Eu sou um
acompanhante.
Meu queixo caiu e eu olhei para ele. —Você está falando sério?
—Você me amaria menos se eu fosse?
Náusea se agitou no meu estômago enquanto minhas emoções
giraram em tumulto.
—Relaxe, pêssego. — Jake riu e balançou a cabeça, —Eu não sou
um acompanhante.
Um suspiro de alívio me escapou. —Você é um idiota.
—Faz parte do meu charme. — Jake acariciou minha coxa
enquanto me alimentava com outra batata frita.
Eu ri e me inclinei para ele. —O que você faz?
—Tenho a loja de Jiu-Jitsu na sétima.
Fazia sentido agora o motivo dele ter tantos músculos sólidos e
poder lutar como um guerreiro.
—Há quanto tempo você faz isso?
—Oito anos. Comecei quando eu tinha vinte e um. Eu me mudei da
Georgia para cá para ter um novo começo e o lugar estava para alugar.
Paguei os primeiros meses com antecedência e consegui ter a loja
funcionando. Eu tenho um gerente que executa as coisas para mim
agora. Eu faço algum treinamento individual às terças e quintas-feiras
e paro quando tenho coisas para verificar ou entrar em um treino.
—Eu passei por aquele lugar. Está sempre lotado.
—Eu também tenho uma academia lá dentro. Muitas pessoas a
usam para malhar.
—Quando você diz começar de novo, está falando sobre o que
aconteceu com sua família?
—Não apenas eles. — Os olhos de Jake escurecem. —Eu tinha
também uma família diferente. Eu costumava andar com um bando de
foras da lei até que vi um amigo meu ser assassinado. Depois disso, eu
saí. Não sabia para onde diabos iria, mas eu precisava sair. Eu queria
deixar tudo para trás e descobrir o que eu estava fazendo com a minha
vida. Quando cheguei aqui encontrei Nix e Trevor em um passeio de
motos e eles me ofereceram ser prospecto para eles. Então ganhei uma
nova família. Até você chegar.
Envolvendo seus braços ao meu redor, Jake me puxou para seu
colo. Sua mão segurou meu rosto enquanto seus olhos se
estabeleceram nos meus. Seu beijo veio com uma necessidade ardente
que eu não sentia antes, como se ele deixasse suas emoções perdidas
em um lugar que tinham sido enjauladas até agora. Me empurrando de
volta no cobertor, ele me puxou para baixo com ele. Suas mãos
seguraram minha bunda contra ele, me movendo sobre ele enquanto
gemia na minha boca.
—Eu quero que você monte em mim.
—Com prazer. — Um sorriso perverso cruzou meus lábios
enquanto eu levantava minha camisa sobre a minha cabeça.
CApÍTULO VInTE

Após deixar pêssego do lado de fora do hospital na manhã


seguinte, fui à minha loja para assinar cheques, receber atualizações
sobre as operações e para o treinamento individual. Depois fui para o
clube, para ver Nix. Ele estava em seu escritório terminando uma
ligação quando eu entrei.
Caí na cadeira na frente dele. —Recebi sua mensagem ontem à
noite. O negócio está acontecendo esta noite?
—Sim, no estacionamento de um armazém abandonado na quinta.
Como está Liz?
—Ela está bem. — Um sorriso se espalhou nos meus lábios
enquanto as recordações da noite anterior passavam pela minha
mente. —Ela está comigo sempre que não está no hospital. Você
precisa saber, não tenho intenção de trazê-la de volta para a casa de
vocês.
Os olhos de Nix se arregalaram antes que seus lábios se
espalhassem com humor. —Parece que minha irmã tem você enrolado
em torno do seu dedo mindinho.
—Sim, ela tem. Eu pensei em pedir para você encomendar para ela
uma camisa de old lady.
—Você sabe que ela não vai usar essa merda. — Nix riu.
—Eu sei. Eu fiz uma piada sobre ela ser minha old lady. Ela quase
me bateu e me disse que o título é para mulheres velhas e casadas,
esposas de motoqueiros.
—A Jenna diz o mesmo.
—Vocês dois estão juntos?
—Sim, mas ela sabe que algo está acontecendo.
—Quais são os planos para hoje?
—Atividade como de costume. Não quero qualquer chance de
suspeita.
—Quem está fazendo o negócio?
—Os Devil’s Slayers estão comprando as drogas em nome de um
comprador anônimo.
—E nós somos o comprador anônimo?
—Nós somos. As notas são marcadas. Os Devil’s receberam um
local para deixar o dinheiro em troca das drogas. Seu pagamento será
dado a eles e eles não serão os mais sábios. A agência tem postos de
verificação configurados em todas as saídas possíveis. Quando os
Royals forem presos, as notas marcadas serão confiscadas.
—Como você sabia que o Devil’s aceitaria a oferta do comprador
anônimo?
—Pat sabia que o Presidente, Otto, estava prestes a perder o seu
negócio. Ele está desesperado por dinheiro.
—Os Royals não pensam que os Devil’s enrolaram eles?
—É por isso que temos os pontos de verificação. Eles não vão
estourar um negócio de droga como se soubessem sobre isso. É um
risco maior para a agência, mas é a única maneira que eu concordaria
em configurar este negócio para eles.
—Este maldito negócio precisa ser feito. — Inclinei-me na cadeira,
esticando o nó que apertava meu peito. Levantei meu boné e esfreguei
minha nuca. —Droga, Nix. Se isso falhar, se os Royals descobrirem que
você é o comprador anônimo, haverá um inferno a pagar.
—Eu sei, Jake. Apenas faça o que prometeu e proteja minha irmã.
Eu vou cuidar do resto.
—Este negócio não é o único potencial problema que temos com
os Royals.
A mandíbula de Nix apertou. —O que você fez?
—Levei pêssego ao Illano. O amigo do bastardo que bateu na
Angela me reconheceu. Ele e seu irmão pularam em mim.
Os olhos verdes de Nix escureceram. —Eles tocaram na Liz?
—Um único filho da puta botou as mãos nela por um momento
antes que eu quebrasse a cara dele.
—Maldita Angela. Ela tem sido nada além de problemas desde que
entrou aqui com Mick. Eu entendo por que você colocou o velho no
hospital, mas agora isto acontece. — Nix, correu a mão pelo cabelo
dele. —Espero que cada um desses merdas seja preso esta noite. Assim
não vamos precisar ficar olhando por cima dos nossos ombros,
esperando eles retaliarem.
—Eu vou mantê-la em casa comigo hoje à noite. — Levantei-me
para sair. —Eu quero saber tudo o que você sabe assim que tudo
terminar.
Nix assentiu com a cabeça e eu pude ver o stress desta situação
em seus olhos cansados. —Vou manter você informado.
Deixei a sede do clube e fui para o hospital pegar pêssego.

Esperei os poucos minutos que ela geralmente levava para sair, os


nervos no meu estômago começaram a martelar quando ela não veio.
Chequei meu telefone. Eu tinha perdido uma chamada dela. Batendo na
tela, liguei de volta.
—Ei, Jake.
—Pêssego, onde você está?
—Eu tentei te ligar. Jenna me pegou no hospital mais cedo. Nós
viemos para a cidade.
—Você me disse que ficaria perto. O que vocês estão fazendo na
cidade?
Uma risadinha escapou dela e em seguida ouvi o som de um
zumbido de agulha. —Você deveria vir para o Ink and Ice e descobrir.
Desliguei e saí na minha Harley, chegando lá em vinte minutos.
Entrei e removi meus óculos de sol. Dois caras tatuados estavam
sentados na recepção.
—Onde está minha menina? O nome dela é Liz.
O careca com alargadores em suas orelhas apontou para trás. —
Terceira à esquerda.
Virei a esquina e descobri pêssego deitada na cama com o quadril
nu e o artista terminando o contorno. Ela estava levando como uma
campeã. Sem dúvida as endorfinas tinham chutado neste momento. Ela
só estremecia quando ele batia nas áreas mais suaves.
Ela e Jenna olharam para mim com sorrisos orgulhosos.
—Uma tatuagem, hein?
O artista olhou por cima do ombro e assentiu com a cabeça. —E aí,
cara.
Assenti antes de entrar mais na sala para um olhar mais atento.
Pêssego mordeu o lábio, suas bochechas ficando cor de rosa. —Eu
queria outra por um tempo e agora parecia ser a hora certa.
Quando me movi para mais perto, notei os detalhes dos
redemoinhos, pontos e flores. Escondido nos detalhes estavam as
letras JC. Um sorriso dividiu meus lábios. Este sentimento permanente
de sempre me ver em seu corpo me encheu com mais orgulho e ardor
do que eu jamais tinha experimentado.
—Parece sexy como o inferno em você, pêssego. Eu amo isso.
Seu sorriso se espalhou sob seus olhos verdes brilhantes.
Eu pisquei para ela antes de me virar em direção a saída da sala.
—Eu estarei de volta. Cuide bem dela, Jenna.
Retornando à recepção, inclinei-me contra o balcão. —Algum de
vocês está disponível para fazer uma tatuagem?
O cara careca e tatuado com medidores levantou a cabeça do seu
telefone. —Certamente, homem. O que você precisa?
—Em letra cursiva, quero o nome “pêssego”.
—Fácil. Ele pegou uma folha de papel e uma caneta e colocou-os
no balcão. —Coloque suas iniciais em cada linha e em seguida assine na
parte inferior. O cara levou minha folha assinada, guardou em um
arquivo e se levantou do seu lugar. —Eu sou Louis. Vamos lá.
Louis entrou atrás de mim enquanto eu me sentava na cama. —
Onde você quer isso?
Levantei a minha camisa e apontei para o lado direito do meu
abdômen, logo abaixo das minhas tatuagens atuais.
Seu olhar passou sobre minha tinta atual. —Você quer em preto?
—Sim.
Vinte minutos depois a tatuagem estava feita. Paguei no balcão e
voltei para o quarto onde pêssego estava. Ela estava se contorcendo
um pouco mais agora que ele estava preenchendo o sombreamento.
—Como você está? — Passei por Jenna e puxei uma cadeira ao
lado de pêssego.
—Melhor agora que você está aqui.
Escovei meus dedos sobre sua barriga nua e assisti a excitação
sexual encher os seus olhos.
—Onde você foi?
—Eu precisava cuidar de algo importante. Mas ficarei aqui com
você agora. Ainda tem algum tempo antes que ele termine.
Uma hora e meia depois pêssego desceu da cama e estendeu seus
músculos rígidos antes de ficar de pé na frente do espelho e conferir
sua tatuagem. Eu assisti ela virar a bunda e já estava imaginando ela
nua com a nova tatuagem.
—Parece incrível! — Jenna elogiou.
As bochechas de pêssego incharam enquanto ela olhava para o
espelho. —Você gosta? — Os olhos dela pegaram os meus.
—Mais do que gosto. Achei que você não poderia ficar mais linda
do que você estava, mas essa tatuagem me provou que eu estava
errado.
Ela se moveu pela sala e deslizou no meu colo. Eu pressionei
levemente em sua bunda e ela me deu um olhar sedutor.
Seu tatuador passou a lenga lenga usual sobre o que ela precisava
fazer para cuidar disso. Massageei meu polegar em torno da tatuagem
enquanto ela ouvia atentamente. Ele saiu da sala e ela se inclinou no
meu peito.
—Eu vou chamar Nix. — Jenna se levantou e puxou o celular da
bolsa. —Vejo você no saguão.
Ela saiu e eu trouxe pêssego mais perto, devorando seus lábios
doces com os meus. Chegando para baixo, entre as pernas dela, a
esfreguei. Ela gemeu na minha boca e eu parei antes de ir mais longe.
—Quando estivermos em casa, quero te mostrar o quanto significa
para mim ter as minhas iniciais em seu corpo.
—Eu estou ansiosa para isso. — Seus olhos verdes brilhantes se
iluminaram. Ela esfregou a palma da mão no meu eixo, expulsando um
rosnado do meu peito.
—Droga, pêssego. Eu preciso levá-la para casa, agora.
—Podemos pegar algo no caminho para casa primeiro? Estou
morrendo de fome.
—Sim. Vamos.
Minha mão desceu na bunda dela enquanto ela levantava. Sem
dúvida todos a ouviram gritar. Ela olhou por cima do ombro para mim
com um sorriso lascivo enquanto esfregava a mão sobre a bochecha da
bunda. Minha mão tomou o lugar da mão dela enquanto caminhávamos
para a recepção. Tirei minha carteira e joguei meu cartão no balcão.
—Jake, eu não chamei você aqui para pagar a minha tatuagem.
—Silêncio, pêssego. Eu tenho isso.
Ela relaxou seu corpo debaixo do meu braço e acariciou as minhas
costas, enviando arrepios prazerosos pela minha pele. —Você pode me
esfregar assim mais tarde?
Ela olhou para mim com carinho em seus olhos e sorriu. —Sim.
Assinei o recibo e guardei meu cartão. Jenna se juntou a nós no
balcão quando terminamos.
—Nix disse que quer ver a sua tatuagem. Vários membros do
clube estão indo para a sede amanhã à noite. E ele quer que ambos
venham.
—Nós estaremos lá. — Garanti a ela.
Jenna saiu para ir para a casa de Nix e levei pêssego na minha
moto. No caminho pegamos comida em um lugar asiático local que ela
gosta. Ela colocou a comida enquanto eu tirava Rocky. Quando voltei
meus olhos avistaram sua camisa arregaçada e as calças dobradas nos
quadris. Ver a tinta escura gravada em sua pele viajando em
redemoinhos hipnóticos ao redor de suas curvas, era intoxicante. Suas
ondas escuras e soltas caíram em cascata pelas costas dela e me
encontrei enrolando o comprimento macio na minha mão enquanto a
puxava. Sua cabeça caiu para trás enquanto meus lábios reivindicavam
os dela.
—A comida pode esperar, pêssego. Eu não posso.
Minha mão agarrou sua coxa, a virando para me encarar. Ambas
as minhas mãos agarraram sua bunda e a tirei do banco para os meus
braços. Suas coxas tonificadas agarraram minha cintura quando ela
deslizou sua língua entre os meus lábios. Meus dedos engancharam sua
calcinha, puxando-a junto com o jeans. Sentei sua bunda nua em cima
do balcão e trabalhei cada perna de sua calça. Sua camisa desapareceu
enquanto eu removi a minha. Ansiosamente as mãos dela se
apoderaram do meu cinto enquanto meu pau duro pressionava contra
o meu jeans. Sua mão caiu no meu zíper, desaparecendo dentro da
minha cueca, fechando o punho em volta de mim e me acariciando
antes de soltar minha ereção latejante.
Com seu punho envolvido em torno do meu comprimento, me
enfiei em sua mão enquanto devastava seus lábios. Bombeei duro em
sua mão, estava me muito perto da borda. Peguei sua mão na minha.
—Ainda não, pêssego. Preciso do seu sabor nos meus lábios.
Baixei-a no balcão, observando seus olhos verdes brilharem de
desejo. Segurando suas pernas, coloquei-as sobre os meus ombros
enquanto colocava minha boca sobre a boceta mais doce que eu já
provei.
Um remendo pequeno e escuro deixou muito espaço para eu ver o
que eu gostava. Lábios rosados, inchados e doloridos para eu
reivindicar. Minha língua mergulhou em suas dobras macias e um
gemido carente escapou dela.
—Você quer mais?
—Por favor, Jake... me faça gozar.
—Isso é certo, pêssego. Eu faço essa boceta gozar, só eu.
Minha língua mergulhou dentro dela e caiu em um ritmo de
movimentos e redemoinhos enquanto ela contraía os quadris e seu
punho apertava no meu cabelo. Deslizando meu dedo médio
profundamente até a junta, achei seu centro macio e acariciei-o, dando-
lhe o impulso necessário para derrubá-la sobre a borda. Gemidos
ofegantes e desesperados soaram nos meus ouvidos, e em seguida com
um breve exalar, o calor dela encheu a minha boca.
Deixei suas pernas caírem e limpei seu sabor dos meus lábios.
Levando meu pau latejante na minha mão, esfreguei-o ao longo do seu
clitóris úmido antes de empurrar para as dobras apertadas. As paredes
dela apertaram em torno de mim e um gemido rolou para fora do meu
peito. Nada nunca tinha sido tão bom quanto estar dentro dela. Eu
nunca teria o suficiente. Segurando a parte externa de sua coxa, puxei
lentamente e depois impulsionei profundamente, enchendo-a até a
base.
Seus gemidos ansiosos ficaram mais altos quando o ritmo dos
meus impulsos aumentou. Enterrei meu pau fundo na sua cavidade, e
com cada impulso seus músculos apertaram em volta de mim,
apertando minha virilha quando meu próprio orgasmo me atingiu.
—Você é tão gostosa.
Seus quadris desceram enquanto ela suspirava e o calor do seu
orgasmo derramou sobre mim. Continuei me movendo contra ela,
dando-lhe todo o prazer que pude. Um sorriso satisfeito inchou suas
bochechas e ela se levantou até os meus lábios. Suas mãos seguraram
meu rosto enquanto ela colocava sua cabeça contra a minha.
—Eu amo você, Jake Castle.
Um sorriso se espalhou em meus lábios. —É melhor me amar.
Porque eu amo você, pêssego.
Eu reclamei seus lábios e a segurei firmemente contra mim, não
querendo perder este momento ou a merda quente distorcida que
estava rodopiando no meu coração.
Ela ergueu a cabeça da minha, suas mãos escovando meu peito
enquanto ela se inclinava para me admirar. Não pude deixar de sorrir
de orelha a orelha quando seus olhos se arregalaram e ela viu a nova
adição à minha tinta.
—Jake! Quando você fez isso?
—Quando saí por cerca de trinta minutos durante a sua, era isso
que eu estava fazendo.
—Oh meu Deus.
Lágrimas se juntaram em seus olhos quando ela me olhou com
aqueles olhos suaves, sedutores e verdes. Os mesmos olhos que tinham
me capturado desde o primeiro momento em que os vi.
—Você ficou feliz?
—Eu amei isso. — Seus braços se atiraram em torno de mim e ela
enterrou seu rosto no meu pescoço. —Eu realmente amo você.
Eu levantei minha mão e ergui seu queixo para mim. —Você me
tem, pêssego. — Beijei a lágrima que rolou para baixo em sua
bochecha. —Eu faria qualquer coisa por você.

Mais tarde, na mesma noite, depois que terminamos nossa comida


reaquecida e eu coloquei loção em sua tatuagem e me deitei na cama
ao lado dela, segurando-a contra mim, ouvindo ela respirar enquanto
dormia. A tensão apertava no meu peito enquanto eu esperava ouvir
de Nix. Este negócio precisava ir como planejado e os Royals colocados
atrás das grades. A mulher ao meu lado tinha finalmente me dado algo
para viver, e eu seria condenado se deixasse alguém machucá-la. A luz
no meu telefone finalmente acendeu, indicando que um texto tinha
entrado. Eu me afastei calmamente da cama e levei o telefone para o
quarto de hóspedes, fechando a porta atrás de mim.
—O que você sabe?
—O negócio correu como planejado e os Devil’s receberam seu
dinheiro. Há um problema.
—O que? — Cerrei meu punho enquanto minha mandíbula
apertava.
—A tripulação do Tolito foi presa, mas Tolito e dois dos seus
membros desapareceram. A agência diz que eles devem ter seguido
uma rota que o TCE não sabia ou estão escondidos em algum lugar.
—Filho da puta.
—Mantenha esta merda sob sigilo, Jake. Tanto quanto Tolito sabe,
sua tripulação foi presa em um posto de controle padrão pela posse de
armas roubadas e drogas ilegais.
—Negócios como de costume, então?
—Sim. Traga Liz ao clube amanhã. Eu quero vê-la. E de quem foi a
ideia de fazer esta fodida tatuagem?
—Dela. — Uma risada escapou de mim quando eu sorri. —Ela tem
as minhas iniciais nela agora.
—Limpe o maldito sorriso do seu rosto. Vejo você amanhã.
CApÍTULO VInTE E UM

LIZ

Sentada na cama de Jake, segurei as duas camisetas diferentes. —


Qual delas eu devo usar?
De pé no armário em apenas sua cueca, Jake olhou por cima do
ombro. —A mais curta, ela vai mostrar sua tatuagem.
Eu mordi meu lábio e sorri. —Não se importa que seus irmãos
vejam um pouco de pele?
Agarrando um par de jeans rasgados e uma regata, ele se virou
para me enfrentar e riu. —Inferno, não, eu não me importo. Eu quero
que eles vejam o que é meu.
Entrei no armário quando ele trouxe seu jeans sobre seus quadris.
Me movi para o seu espaço e deslizei minha mão em sua cueca. Meus
lábios roçaram os dele. —E isto é meu. — Minha mão deslizou sobre o
comprimento dele, bombeando-o no meu punho. Suas mãos seguraram
meus braços, apertando duro quando ele se perdeu na sensação do
meu toque. —Se alguma garota tentar pegar o que é meu, eu vou
arrancar os olhos dela, porra.
Um silvo escapou de sua boca enquanto ele mordia o lábio
inferior. Retirei a minha mão para ter o seu jeans e cueca fora dos seus
quadris. Sua mão segurou meu cabelo e a outra agarrou meu ombro e
me empurrou de joelhos. Com sua ereção na minha mão, eu o trouxe
para minha boca e lambi a ponta. Com sua mão apertando meu cabelo,
ele se pressionou contra os meus lábios. Minha língua provocou a
ponta.
—Me diga o que você quer.
Ele puxou meu cabelo para trás e levantou meu queixo. Seus olhos
castanhos intensos olharam para os meus. —Coloque esses lábios
lindos no meu pau, pêssego, e me mostre quanto você o ama.
Abri minha boca e segurei a base enquanto o trazia dentro e fora,
chupando duro. Seu aperto aumentou e sua cabeça inclinou para trás
enquanto ele se enfiava na minha boca e deslizava seu pau para o
fundo da minha garganta.
—Porra, pêssego.
Vários impulsos mais duros na minha boca o fizeram perder o
controle. Eu segurei apertado, gemendo e chupando, devorando-o. O
gosto dele derramou na minha boca enquanto ele soltava um gemido
satisfeito. Seus olhos encontraram os meus quando eu engoli.
Sua mão levantou e acariciou minha bochecha. —Essa boca,
pêssego.
Fiquei de pé e ele me puxou para seus braços. Seu pescoço roçou
minha bochecha quando seus lábios mordiscaram minha orelha. —Eu
quero estar dentro dessa bunda ou boceta.
Uma mão acariciou entre as minhas pernas enquanto a outra mão
apertava minha bunda. Seus dentes rasparam meu pescoço antes de
morder e chupar uma trilha para o meu ombro. Meu corpo estava
enfraquecendo, excitação abrasadora já queimando entre as minhas
coxas. Seus lábios escovaram minha pele.
—Qual você quer? — Ele me perguntou
—Você sabe qual.
Um gemido baixo e sensual encheu o meu ouvido. —Foi onde eu
pensei. — Seu aperto na minha bunda aumentou. —Vá para a cama e
tire tudo. Eu quero ver essa bunda antes de me enterrar nela.
Mais de uma hora depois, Jake abriu a porta do clube e me guiou.
Seu braço estava apertado em torno de mim, segurando-me perto.
Quando vários olhares se deslocaram em nossa direção, Jake colocou a
mão na minha bochecha e virou minha cabeça para encará-lo. Seus
lábios encontraram os meus, me dando um beijo que dizia a todos que
eu era dele.
Quando nossos lábios se separaram, me segurei firme nele até a
sensação de tontura passar. Ele piscou para mim e me puxou junto com
ele para a mesa de Nix. Nix levantou e estendeu os braços, roubando-
me de Jake.
—Você vai para o Jake e eu nunca te vejo.
Minhas bochechas coraram. —Me desculpe. Temos estado
ocupados.
Os olhos de Nix varreram Jake e se estreitaram antes de voltar
para mim.
—Quero ver a tatuagem.
Eu abaixei meu jeans, revelando a metade inferior da tatuagem. Os
olhos de Nix passaram sobre ela. Ele estudou de perto, e eu tinha
certeza que ele viu as iniciais. Os olhos dele caíram sobre Jake
novamente e o sorriso de Jake se expandiu. Nix revirou os olhos e
voltou seu olhar para mim. —Isso parece bom.
O braço de Jake enrolou em torno de mim e me puxou para ele,
dando um beijo na minha têmpora. Todos assistiram o afeto com
expressões atônitas.
—Eu vou pegar uma cerveja para nós dois.
Quando Jake desapareceu no meio da multidão, os olhos de toda a
mesa se estabeleceram em mim. A boca de Trevor torceu em um
sorriso diabólico.
—O que você fez com ele, Liz? Eu nunca o vi assim com uma
mulher.
Nix virou a cabeça sobre os ombros e atirou adagas em direção a
Trevor. O sorriso travesso de Trevor se espalhou enquanto ele trazia a
cerveja para seus lábios. Max deu um tapinha nas costas de Trevor.
—Vamos buscar Jake e jogar sinuca antes de Nix nocautear o seu
rabo. — Os caras deixaram a mesa e um momento depois Jake
apareceu e deixou a minha cerveja antes de se juntar a eles.
—Ele realmente está sendo atencioso com você. — O sorriso de
Jenna se alargou quando me sentei ao lado dela.
Minhas bochechas aqueceram quando meu sorriso esticou meus
lábios.
—Ambos dissemos a palavra com A.
Jenna balançou em sua cadeira. —Eu estou tão feliz por você!
—Eu sinto o mesmo. E você e Nix? — Acenei meu polegar por
cima do meu ombro em direção a ele.
A mão de Jenna agarrou meu braço e apertou enquanto suas
bochechas coraram. —Eu estou louca por ele.
—Eu posso dizer que ele realmente está afim de você.
—Mesmo?
—Sim. Eu sei que Nix não é o melhor em mostrar emoções, mas eu
conheço meu irmão, e ele está apaixonado.
Os grandes olhos castanhos de Jenna se iluminaram.
—Você não sabe o quão feliz isso me faz sentir.
Estendi minha mão e esfreguei seu ombro. —Eu sei.
Os olhos de Jenna deixaram os meus e congelaram em alguém
atrás de mim. Olhei por cima do ombro para ver Dillon entrando.
Olhando através da multidão, peguei o assentimento de Trevor para
Jake, e então o olhar de Jake foi para Dillon.
—Nix disse que eles entraram em uma briga. Aparentemente
ainda estão chateados um com o outro. — Jenna voltou sua atenção
para Jake. —Ele está observando Dillon como um falcão.
—Espero que ele não venha falar comigo. Jake vai surtar.
—Não, ele está olhando para você agora, mas indo em direção ao
bar. Tem alguns caras acenando para ele.
—Bom.
—Jake está vindo. — Jenna riu.
Um momento depois Jake girou minha cadeira, colocou as mãos na
minha cintura e me levantou. Enrolei minhas pernas em volta da
cintura dele enquanto uma risada escapava de mim.
—O que você está fazendo?
—Deixando claro a quem você pertence. — Jake me carregou além
das poucas mesas para o bar. Ele colocou minha bunda em cima do
balcão e acenou para Jeff. —Eu preciso de uma dose de tequila, um
pouco de sal e limão.
Peguei Dillon olhando na minha direção e evitei seu olhar. —
Estamos fazendo um body shot, agora?
As mãos de Jake acariciaram minhas coxas e depois viajaram para
minha bunda, me puxando e fechando o espaço entre nós. —Claro que
sim, estamos fazendo isso agora.
Jeff definiu o shot, o saleiro e o limão no balcão. —Cuidado, Jake.
Nix está observando você.
Isso só acendeu a ousadia de Jake. Com um sorriso em seu rosto,
ele piscou para mim. —Estabeleça essa bunda doce no balcão.
Peguei o limão e rolei os olhos para ele antes de me deitar de
costas. Jake polvilhou sal no meu estômago, agarrou o shot e engoliu. A
ponta da sua língua tocou meu estômago e com um movimento lento
ele reuniu o sal, deixando para trás um lembrete do que sua língua
poderia fazer. O limão deixou meus lábios, substituídos por um beijo
imoral. O punho de Jake agarrou meu cabelo, sua outra mão rastreando
toda a minha coxa, agarrando-me firmemente enquanto seus lábios
devoravam os meus.
Quando ele parou de me beijar, meu rosto estava corado e meus
mamilos duros contra minha camisa. Sentei no balcão e ele puxou
minha bunda para frente, fechando a boca sobre a minha. Ele puxou
meu centro contra seus quadris, pressionando-se contra mim. Minhas
mãos enrolaram no seu pescoço e seguraram seu rosto enquanto seu
áspero e apaixonado beijo continuava. Ele puxou para trás dos meus
lábios com as pálpebras pesadas e uma necessidade faminta em seus
olhos.
—Eu estou tentado a curvar você e levá-la aqui na frente de todos.
Meus olhos estavam grudados nele, mas na minha visão periférica
vi que estávamos reunindo a atenção dos membros do clube. —Por
mais tentador que seja, não quero que meu irmão veja isso.
—Eu ainda vou curvar você sobre algo. — Jake me puxou contra
ele e eu apertei minhas pernas em sua cintura enquanto ele me puxava
para fora do bar.
Jake me abaixou para o chão e pegou minha mão na sua. Seus
olhos encontraram Dillon e eu podia ver a animosidade entre eles. O
olhar de Jake não quebrou até que passamos por ele. Jake me levou
além de várias portas até chegarmos sala do tribunal. Ele me puxou
para dentro e fechou a porta atrás de nós.
—Contra a parede.
Coloquei minhas costas, observando-o me perseguir. Ele agarrou
meu pulso e me virou para a parede. Sua respiração aquecida ardeu
contra a minha orelha enquanto suas mãos deslizaram por cima de
mim. Pressionando na minha bunda, ele colocou minhas mãos na
parede acima de mim, segurando-as com uma das mãos.
Sua língua deslizou sobre a minha orelha, enviando arrepios em
toda a minha pele. O botão superior do meu jeans foi desfeito e sua
mão áspera e calejada deslizou para dentro. Ele esfregou meu clitóris,
pressionando minha calcinha em mim. Um beijo suave no meu pescoço
foi seguido por uma mordida excitante, e em seguida outra. Movendo
minha calcinha para o lado, ele deslizou nas minhas dobras molhadas.
Um silvo escapou dos seus lábios.
—Sempre tão molhada para mim. — Com movimentos circulares
e rítmicos, ele tinha meus quadris avançando na tentativa de montar
sua mão.
—Você adora quando eu toco aqui, não é, pêssego?
Minha respiração me deixou quando seus dedos mergulharam e
me acariciaram com força. Meu corpo vibrou com uma onda de
excitação quando sua língua lambeu a minha orelha, fazendo-a deslizar
entre os dentes.
—Acho que você está pronta para isso.
Suas mãos deslizaram meu jeans e roupa íntima pelos meus
quadris. Senti o toque dos seus dedos ao longo da minha pele quando
ele trouxe suas mãos lentamente para as minhas pernas.
—Espalhe as pernas.
Suas mãos tocaram entre as minhas coxas, espalhando minhas
pernas mais amplas. Por um momento fiquei com minha bunda nua e
minhas mãos contra a parede, esperando ansiosamente pelo prazer
que viria em seguida. Quando sua boca tocou meu centro e suas mãos
seguraram firmemente a minha bunda, eu sabia o que eu tinha
esperado. Sentado abaixo de mim, Jake olhou para cima com aqueles
olhos castanhos antes de deslizar sua língua dentro e fora, penetrando-
me profundamente. Um gemido escapou de mim, meus quadris
moendo contra sua boca gulosa.
CApÍTULO VInTE E DOIS

Trinta minutos mais tarde, a palma da minha mão apertava a


bunda de pêssego enquanto caminhávamos pela sala. A atenção de
quase todos estava sobre nós. Meu olhar encontrou o de Dillon
primeiro. Com um reconhecimento do topo de sua cerveja e uma
expressão irritada em seu rosto, eu sabia que estava claro para ele que
pêssego me pertencia. O canto da minha boca levantou quando Nix me
olhou do outro lado da sala com seu olhar desaprovador. Puxei pêssego
no meu braço e reivindiquei sua boca.
—Eu vou jogar bilhar com os caras. Não deixe que os meus irmãos
a toquem a menos que você queira um massacre aqui.
Seus olhos verdes vívidos rolaram. —Eu vou evitar Dillon.
Enquanto eu escorregava através da multidão, olhei por cima do
ombro para ver pêssego se sentar em uma mesa com Jenna e algumas
meninas dos outros motoqueiros. Segurando um taco de sinuca, juntei-
me a Nix, Trevor e Max na mesa de bilhar.
O olhar gelado de Nix levantou para o meu. —Quando eu disse
para reclamá-la na frente de todos, não era isso que eu tinha em mente.
—Se acostume com isso. — A parte de trás da minha mão limpou
meus lábios que estiveram embrulhados em torno da boceta de
pêssego trinta minutos atrás. —Ela é minha garota. Vou levá-la em
qualquer lugar e a qualquer momento, sempre que eu achar melhor.
A mandíbula de Nix tencionou. Ele estabeleceu seu taco de bilhar
na mesa e com passos deliberados moveu-se para o meu lado. Ele
cruzou os braços e inclinou-se para trás. Seus olhos frios e verdes
estreitaram nos meus.
—Eu vou me fazer muito claro. Eu não estou chutando sua bunda
agora porque não quero envergonhar Liz, mas se você desrespeitar
minha irmã assim neste clube novamente, eu vou quebrar seus dentes.
Ela não é uma das suas putas, mas você a fez parecer uma esta noite.
Eu sei que cada irmão aqui está se perguntando por que eu ainda não o
matei, e nós dois sabemos que os dois motivos pelos quais eu não vou
são: minha irmã ama você e você é o único em quem eu confio para
protegê-la.
Meu aperto na mesa de bilhar aumentou. Meu ego acabara de ser
golpeado, mas eu não queria dar o troco quando uma parte de mim
sabia que ele estava certo.
—Eu vou ter certeza que todos saibam que ela significa algo para
mim.
—Bom. Você pode começar agora.
—O que?
Eu me virei para ver o que tinha chamado a atenção de Nix. Meu
estômago torceu quando vi quem estava de pé na porta. Cabelos
vermelhos ardentes em cascata sobre os ombros magros e tecido preto
a cobria da cabeça aos pés.
—Você pega Liz, eu vou pegar Angela. — Nix ordenou.
Meu olhar varreu o clube. Pêssego tinha os olhos fechados em
Angela e tinha se levantado de sua cadeira. Os punhos dela estavam
cerrados, ela estava empurrando seu caminho através da multidão,
direto em direção a ela.
—Deixe essa expressão gravar em sua memória, Jake. Essa é
expressão de Liz ‘eu vou matar você’.
—Talvez eu tenha visto isso uma ou duas vezes.
Nix riu antes de andar através das mesas. Acelerando o ritmo, me
movi em direção a pêssego e a peguei nos meus braços.
—Você fica sexy pra caralho quando está com raiva, mas eu não
quero que você se machuque, pêssego.
Na ponta dos dedos dos pés ela olhou por cima do meu ombro.
Suas bochechas estavam coradas e a adrenalina estava claramente
atravessando seu corpo.
—Posso levá-la, Jake.
—Não tenho dúvidas que você pode, mas precisamos saber por
que ela está aqui. — Olhei por cima do ombro para ver Nix apontando
para seu escritório. —Ela deve ter algo para lhe dizer. — Escovando
meu polegar em sua bochecha, tentei acalmar a gata selvagem dentro
dela. —Pêssego, fique aqui. Eu preciso ver o que está acontecendo.
—Jake.
Meu olhar endureceu. —Pêssego, confie em mim. Eu preciso estar
no escritório de Nix para esta conversa.
—Está bem. — Seus ombros caíram para trás e alívio me
percorreu.
Beijei seus lábios e rapidamente me movi para alcançar Nix e
Angela.

Abri a porta do escritório antes de Nix fechá-la. Ele acenou para


mim, indicando sua aprovação e em seguida inclinou-se contra sua
mesa de braços cruzados. Seu olhar severo caiu sobre Angela.
—Você tem algo grave acontecendo para entrar assim no nosso
clube.
—Depois de tudo o que se aconteceu entre nós, achei que lhe
devia.
—Então vamos ouvi-la.
—Tolito não acreditou que a maioria da sua tripulação acabou na
cadeia por acidente. Ele foi atrás de um dos caras do Otto. Eles bateram
nele quase até a morte, então ele acabou cedendo. Tolito espalhou a
notícia. Ele está procurando o comprador anônimo. Setecentos mil
para quem nomeá-los. Se você sabe quem é o comprador anônimo você
tem a chance de coletar setecentos mil, ou é hora de arquitetar um
plano para garantir que Tolito não descubra quem é o comprador.
Os olhos de Nix desviaram momentaneamente para mim, então
voltaram para Angela. A tensão apertou como uma corda no meu
pescoço e se espalhou para o meu peito. Calma, Nix.
—Eu vou colocar a palavra para fora. Se soubermos de alguma
coisa iremos entrar em contato com ele.
Angela se moveu em seus calcanhares. —Se o comprador for
alguém que você conhece, não os proteja, Nix. Tolito não é alguém com
quem se meter. Você sabe disso.
—Você voltou com o Rex? — Angela se virou para me encarar ao
som da minha voz.
—Eu agradeço o que você fez, Jake, mas eu sei me cuidar.
—Você pode mentir para si mesma o quanto quiser, mas você
sabe tão bem quanto eu que está pisando em gelo fino. Homens como
Rex não mudam. Ele vai continuar batendo em você, e você vai
continuar aceitando até que um de vocês esteja morto ou na cadeia.
Os olhos dela se amaciaram como se ela estivesse tendo um
momento de clareza, em seguida o olhar desapareceu, sendo
substituído por seu habitual brilho calculado. —Eu tenho que ir. Você
acha que consegue manter sua irmã fora das minhas costas para que eu
possa sair daqui? — Ela olhou por cima do ombro para Nix.
—Vá por ali. — Nix acenou em direção a porta dos fundos. —
Todos viram você entrar e isso aumentará as perguntas.
Seus quadris balançaram, nos dando um show quando ela saiu.
Voltei minha atenção para Nix após fechar a porta atrás dela.
—Que diabos? Setecentos mil!
Nix correu a mão pelo cabelo. —Maldição! Fique com a Liz. Onde
quer que ela vá, Jake. Em todos os lugares.
—Eu vou. Que tal dar uma pista falsa à Tolito?
—Não. Precisamos evitar ser parte disso. Precisamos fingir que
não sabemos de nada. Vá buscar o Pat. Precisamos lhe dizer que Tolito
está caçando as pessoas que colocaram sua tripulação na cadeia.
CApÍTULO VInTE E TrÊS

LIZ

Meu dedo contorno na ponta da asa do pardal no peito de Jake. Eu


assisti minha mão levantar e cair a cada respiração que ele deu.
Deitada ao lado dele na cama, me movi para mais perto do seu corpo e
ele me segurou mais apertado.
—O que está errado? Você esteve quieto desde que foi falar com
Nix e Angela. Ainda me incomoda que você não me diga sobre o que
vocês falaram.
A mão quente de Jake fechou em cima da minha, segurando-a
contra o peito. —Pêssego, preciso que você confie em mim. É mais
seguro para você não saber.
—Eu estou preocupada com você e Nix. Eu sei sobre o negócio.
—Como? — Jake aumentou seu aperto e se virou para mim. —
Como você sabe?
—Ouvi Nix e Pat falando sobre isso.
—Filho da puta. — Sua cabeça pressionou contra o travesseiro. —
Se você já ouviu suas conversas, então outra pessoa com certeza
também poderia ter escutado.
—Você não confia em todos os seus irmãos?
—Não, não em todos. Eu confio no seu irmão, Trevor e Max. Todo
homem tem seus próprios interesses, e ganhar setecentos mil é um
enorme incentivo.
—Setecentos mil para quê?
—Tolito está oferecendo setecentos mil para quem lhe der o nome
de quem organizou o negócio das drogas.
Sentei instantaneamente enquanto a dor e o medo tomavam conta
do meu peito. —Ninguém pode descobrir que o meu irmão expôs os
Royals!
—Pêssego, me escute. — As mãos de Jake seguraram meu rosto
enquanto as lágrimas enchiam meus olhos. —Mesmo se Tolito
descobrir, será apenas ele e dois ou três da sua tripulação. Há o
suficiente de nós Kings para lidar com o que quer que seja, mas você é a
única que precisa ser protegida. Você é a ferramenta perfeita para
Tolito usar e chegar a Nix. Eu quero você comigo em todos os
momentos até que este negócio com Tolito seja finalizado. Sério,
pêssego. Eu quero saber onde você está cada minuto do dia.
O telefone de Jake zumbiu na mesa e nós viramos as cabeças para
ver quem estava ligando. O número de Nix apareceu na tela. Jake
imediatamente alcançou e respondeu. Preocupação encheu meu peito.
— O que foi? — O tom de Jake revelou sua preocupação. —Ele está
vivo? Filho da puta. — Seus olhos se arregalaram e ele me segurou em
seu olhar fixo. —Ela sabe. Não, não vou deixá-la sair da minha vista.
Você precisa ficar escondido. Não vá a lugar nenhum sozinho. Eu vou lá
com você amanhã.
Jake bateu o telefone na cabeceira. —Droga!
—O que está acontecendo? — Meu coração bateu nos meus
ouvidos. —Nix está bem?
—A casa de Pat incendiou um pouco depois que ele chegou em
casa esta noite. Ele não conseguiu...
Minha mão foi para minha boca enquanto as lágrimas escorreram
pelo meu rosto. Jake me puxou para seu colo e pressionou seus lábios
contra a minha cabeça enquanto esfregava minhas costas.
—Porra, pêssego, eu sinto muito. Eu sei que você cresceu com ele
em sua família.
—Ele era como um tio para mim. — Através dos meus lábios
trêmulos e soluços, eu levantei a cabeça. —Tolito fez isso com ele?
—Isso não foi um acidente, mas tenho certeza de que fizeram
parecer assim. Eu vou descobrir mais amanhã.
—Jake, estou com medo por Nix.
Jake recostou-se na cama e me deitou com ele. Seus lábios deram
um terno beijo na minha testa. —Não se preocupe com Nix. Amanhã
nós vamos fazer um plano para lidar com Tolito.
—Posso ir com você?
—Não, pêssego. Você estará segura no hospital. Nix e eu
precisamos lidar com isso. Não quero você lá. Quero você o mais longe
possível desta maldita confusão.
Minhas lágrimas pingaram em seu peito e seus dedos percorreram
meus cabelos, acariciando minha cabeça. Ele virou-me de lado e
continuou a correr sua mão por mim, limpando minhas lágrimas do
meu rosto, suavizando beijos nas minhas bochechas e testa. Ele
delicadamente pegou meu rosto e me fez olhar para ele. Seus olhos
castanhos escureceram de emoção.
—Não há nada que eu não faria para protegê-la. Nunca fique com
medo de ninguém.
CApÍTULO VInTE E qUATrO

Abrindo a porta do escritório do Nix, era óbvio que ele quase não
tinha dormido. Peguei o assento em frente a ele.
—Você está péssimo. Você dormiu?
—Não, eu não consegui. — Nix levantou os olhos cansados de sua
mesa. —Eu estive no telefone com a polícia local e o FBI durante toda a
manhã. Encontraram o corpo de Pat, e o que restou dele vai ser
autopsiado. O investigador não acha que foi um acidente, mas você
sabe que eles não podem confirmar até receberem o maldito relatório.
—Nós sabemos muito bem quem fez isso. Você disse que Otto e
Pat eram irmãos naquela época. Você acha que Tolito, batendo o
inferno fora de um dos membros do clube do Otto, fez ele começar a
apontar os dedos? Você acha que Otto tinha uma ideia de quem era o
comprador anônimo?
—Ele tinha que ter. É a única explicação que eu poderia pensar
que faria sentido. E Tolito não só foi atrás de um dos membros do clube
de Otto. Eu fiz algumas ligações. Ele era sobrinho de Otto, Richard. Ele
está no hospital em estado crítico. Otto ama Richard como seu próprio
filho. Claro, Otto teria dito a Richard suas próprias suspeitas e Tolito
conseguiu o que precisava de Richard.
—Haviam apenas algumas pessoas que conheciam a situação de
Otto. Sem dúvida Otto compartilhou com Richard, e Tolito começou
essa pequena lista. Eu sei que Pat não daria nenhuma informação para
Tolito, e o desgraçado o matou por isso. — O punho de Nix bateu na
mesa. —Quero seu rabo, Jake! Outro bom homem teve sua vida cortada
pelas mãos dos Royals! Pat não merecia isso! — Os olhos de Nix
brilhavam com lágrimas reprimidas. A voz dele caiu enquanto
recuperava a compostura.
—Onde está minha irmã?
—No hospital. Eu a deixei antes de vir para cá. Eles têm dois
policiais trabalhando o tempo todo. Ela está segura lá. Nós dois
sabemos que Tolito não iria atrás dela lá.
—Como ela recebeu a notícia?
—Ela chorou um pouco e não conseguia dormir. Ela teme que algo
possa acontecer com você. Fiz ela beber um pouco de whisky para que
pudesse dormir.
—Eu deveria ser o único a estar cuidando dela. — A preocupação
estava gravada profundamente em suas linhas de expressão. —Eu lhe
devo.
—Você não me deve merda nenhuma. Eu a amo. Ela me pertence.
Ela é tanto minha responsabilidade agora quanto ela é sua.
—Eu ainda lhe devo. Sob toda essa merda idiota, você é um bom
homem.
—Eu sei que você está sofrendo, mas não fique todo sentimental,
porra.
Nix riu. Foi bom ver os olhos dele se aliviarem do peso de seu
stress. Isso só durou alguns segundos antes que os pensamentos dele
mudassem e ele falasse novamente.
—Preciso que você chame todos os Kings. Precisamos contar a
eles o que aconteceu com Pat.
—Quando você lhes contar, precisamos observar suas reações. —
Levantei e puxei meu telefone do bolso. —Há uma chance de alguém
ter escutado suas conversas e saber sobre o negócio. Tolito pode ter
descoberto com eles e não através de Richard. Pêssego disse que ela
ouviu você falar, e eu também ouvi. Isso significa que outro membro
poderia ter escutado, e setecentos mil é incentivo suficiente para
entregar um irmão.
Nix correu a mão pelo cabelo e seus olhos digitalizaram a mesa em
pensamento antes de encontrar o meu olhar. —Ligue para eles.
Todos os membros do Kings estavam sentados à mesa do tribunal
aguardando o que Nix tinha a dizer. Quando ele explicou a morte de
Pat, eu observei as reações de cada um deles. Apenas dois me
preocuparam, os novos prospectos, William e Lucas. Os olhos de Lucas
caíram sobre a mesa e suas bochechas queimaram vermelhas. William
não demonstrou nenhuma emoção. Sua falta de emoção era até
razoável por ser um novo membro do clube. De qualquer forma, ambos
seus comportamentos eram estranhos, colocando-os no meu radar.
—Você acha que Tolito fez isso? — Max perguntou. Sua grande
estatura se recostou em sua cadeira. A tinta escura enrolava no
pescoço flexionado com os músculos tensos.
Os olhos cansados de Nix encontraram os de Max. —Eu acho. A
tripulação do Tolito foi presa terça-feira por posse ilegal de drogas,
armas e várias outras acusações. Tolito acha que sua equipe caiu em
uma emboscada e está em uma caçada. Eu acredito que alguém
apontou o dedo para Pat e Tolito resolveu o problema com as próprias
mãos.
—Por que diabos o nome de Pat seria mencionado? — Trevor
perguntou, seu tom afiado.
Nix desconfortavelmente olhou para mim antes de voltar sua
atenção para Trevor. —Otto Macari participou de um negócio de
drogas com os Wild Royals antes que a tripulação de Tolito fosse presa.
Pat e Otto correram no mesmo clube há um tempo atrás. Pat era uma
conexão. Uma conexão que eu acredito que Tolito testou.
—O que a polícia acha? — Wesley pressionou.
—Eles estão fazendo uma autópsia. Quando o relatório sair eles
terão mais respostas.
Dillon inclinou-se para frente, colocando os cotovelos na mesa. —
Então não sabemos se Tolito realmente teve alguma coisa a ver com o
incêndio?
Nix soltou um suspiro. —Não, não temos nenhuma prova. É um
palpite.
—Precisamos ficar preocupados? Tolito vai vir atrás de mais
alguém? — William perguntou nervosamente.
—Se ele for atrás de mais alguém, será de mim. — Nix correu a
mão pelo cabelo, seus nervos e exaustão tirando o melhor dele. —Mas
eu quero que todos fiquem em alerta e não andem em qualquer lugar
sozinhos até sabermos mais.
Axel, o careca liso com a tatuagem de teia de aranha gravada em
seu pescoço e ombro, inclinou a cabeça. —Quando é o funeral?
Os lábios de Nix torceram, claramente tentando controlar suas
emoções. —Depende de quando seu corpo for liberado, mas estou
planejando para domingo. Vamos fazer um passeio em sua memória e
voltar ao clube para jantar. Quero todos em seus patches para o
passeio.
Os membros entraram em discussões acaloradas, peguei Nix pelo
braço, afastando-o do grupo.
—Você notou qualquer comportamento incomum?
O olhar de Nix varreu o grupo.
—Nossos prospectos William e Lucas pareciam na borda.
—O mesmo aqui.
Nix deslocou o peso de suas botas. —Eu não vou questionar a
lealdade de qualquer membro com suspeitas injustificadas. Cada um
desses homens é leal a menos que se prove o contrário.
—Quando eles saírem, nós precisamos conversar.
Nix e eu nos juntamos aos outros. As perguntas já estavam sendo
levantadas sobre a segurança dos membros e quem substituiria a
posição de Pat. Nix aproveitou o tempo para tranquilizar todos os
membros e explicou sobre o apoio que receberíamos do FBI. Quando a
reunião foi encerrada, Max tinha anunciado que ele concorreria para o
cargo de VP. Vários membros concordaram que as qualificações dele
beneficiariam os Kings.
Depois de mais uma hora o grupo se dispersou, deixando apenas
Nix e eu. Segui seus passos pesados e carregados até seu escritório. Ele
levantou a cabeça quando eu entrei.
—Sobre o que precisamos conversar?
—Nós vamos mais longe neste buraco de merda, e há coisas que
você precisa saber antes de se aprofundar.
Nix cruzou os braços e inclinou-se nos calcanhares. —Vamos ouvir
isso.
—Há uma razão pela qual eu nunca partilhei o meu passado com
você ou qualquer outro irmão.
—Não sei quanto mais dessa merda eu posso levar agora. — Nix
puxou sua cadeira e sentou com um baque ponderado. —Você tem
certeza de que essa é uma boa hora para vir e falar sobre alguma coisa?
—É melhor que você saiba para que possamos avançar. — Puxei a
cadeira em frente a dele. Eu estava prestes a trazer memórias antigas, e
não é algo que eu gostava de fazer. Esfreguei a parte de trás da minha
cabeça, em seguida encontrei seu olhar fixo.
—Antes de me mudar para Nashville, corri com uma equipe de
foras da lei. Eles são criminosos perigosos, imprevisíveis. O mesmo que
os Royals, mas não me juntei a eles voluntariamente. Eu era um agente
infiltrado. Eu estava a fundo nisso, e testemunhei um amigo meu, um
bom amigo ser assassinado por seus próprios irmãos. Irmãos que eu
pensei que eram leais uns aos outros, mas perder dinheiro levou à
desconfiança, desconfiança levou à suspeita, e não havia lugar para
suspeita no Silent Skulls. Após sua morte eu queimei meu patch e fui
embora. Deixei tudo para trás. O trabalho, o ano que eu tinha investido
recolhendo provas. Tudo. Eu entreguei meu distintivo e fui em busca
de um novo começo. Eu não conseguiria mais fazer isso. Ser parte da
gangue me mudou. Eu não me importava com nada e estava à deriva
pela vida, tentando descobrir onde diabos eu pertencia. — Inclinei
para frente nos cotovelos, avaliando a reação de Nix. Seu olhar firme
me esperava continuar.
—Você me ofereceu ser um prospecto e vi o potencial para uma
nova vida aqui, mas ainda não dava a mínima para nada até pêssego.
Sendo presidente do Kings, você tem que olhar para o quadro geral, a
segurança de sua irmã, os membros do clube, a loja e o bar, mas eu não
preciso. A única coisa com a qual eu me importo é manter minha
mulher a salvo. Eu entendo que você não quer acreditar que qualquer
um dos Kings seria capaz de te estregar, mas ambos sabemos que
homens são capazes de fazer muito pior por muito pouco. Você precisa
assumir que cada membro é um rato em potencial. Precisamos
começar a fazer as perguntas certas. Setecentos mil é motivo suficiente
para qualquer um deles se virar contra você.
—Um infiltrado, hein? — Os olhos de Nix se estreitaram enquanto
ele olhava para a mesa, em seguida lentamente para mim. —Isso
explica muita coisa sobre você. Silent Skulls, já ouviu falar deles. Eles
têm um inferno de uma reputação. É melhor que você tenha saído
antes de ir longe demais.
—Eles exigiam lealdade, e eu estava começando a sentir que meu
trabalho disfarçado estava traindo-os, mas ver seu amigo ser
eviscerado e seu corpo queimado pode fazer coisas com um homem. Eu
sabia que eu tinha que sair naquele momento ou eu nunca faria. Não
vivo, de qualquer forma. Estou te dizendo isto porque precisamos
assumir todas as possibilidades. É melhor dizer a Jenna para ficar
longe por um tempo, e eu prometo que pêssego não estará deixando
minha visão.
Com uma inclinação de sua cabeça e pensamentos silenciosos, ele
esfregou os dedos sobre o queixo. —Tenho certeza que não foi fácil
para você me contar sobre o seu passado. Eu respeito isso, e estou
ouvindo o que você está dizendo. Depois desta noite, eu vou dizer a
Jenna para evitar a minha casa e a sede do clube por um tempo. Ela não
vai gostar, mas ela vai ter que lidar com isso. Eu não estou contando a
mais ninguém. Eu estou me movendo para a sede do clube. Aqui é mais
seguro. A última coisa que eu preciso é acordar com uma faca ou uma
arma no meu rosto.
—Isso é inteligente. Eu vou trazer pêssego hoje à noite para pegar
mais coisas dela.
Nix assentiu com a cabeça, seus olhos mal-humorados estavam
escondendo emoções mais profundas do que ele estava revelando. —
Diga a ela que eu sinto muito. Meu erro está colocando todos nós em
risco. Você não sabe o quanto ela significa para mim. Ela é tudo o que
me resta. Confio em você para não deixar que nada aconteça com ela.
—Eu mataria um homem antes de deixar ele machucá-la.
—Eu acredito em você.
CApÍTULO VInTE E CInCO

LIZ

Entrei no meu armário reunindo mais roupas para colocar na


minha mochila. Jake está na porta do meu quarto com seus braços
gigantes cruzados, um olhar atento sobre mim.
—Eu gosto disso.
—Gosta do quê? — Eu perguntei sobre o meu ombro.
—Você fazendo as malas para ficar comigo.
—Eu já estou ficando com você.
Passos pesados ecoaram pelo chão. Sua presença masculina e
quente invadiu meu espaço, braços fortes envolveram meu estômago
enquanto sua frente encostou nas minhas costas.
—Você sabe que estaremos fazendo uma viagem muito em breve
para pegar tudo o que é seu, não é?
—Eu sei. — Lábios molhados arrastaram meu pescoço, enviando
pequenos choques de prazer aos meus braços.
—Você quer isso? Ficar comigo para sempre?
—Sim.
Levantando minha camisa com o polegar, ele passou os dedos pela
minha barriga e lentamente viajou pelos meus shorts. —Há um lugar
em que eu ainda não tive você.
Traços lentos esfregaram sobre a minha calcinha, molhando
minha parte inferior, enquanto sua voz baixa e sensual enchia minha
orelha.
—Eu quero você na sua cama, espalhe-se nua para mim.
Minha calcinha foi empurrada para o lado e com um impulso
rápido, dois dedos me encheram. Jake virou minha cabeça e pegou
minha respiração com a boca. Seus lábios me dominaram com
necessidade carnal. O prazer nadou através de mim em ondas
enquanto seus dedos acariciavam e afagavam e empurravam
novamente. Sua mão deixou meu pescoço e enrolou em volta da minha
cintura. Fui levantada com um braço e com o outro ele segurou a
minha bunda.
Meu traseiro bateu no colchão e ele olhou para mim. Seu olhar
irradiava dominção e desejo. Ele acenou com a mão no ar.
—Tudo isso... fora.
Sentando, retirei minha camisa lentamente. Seus olhos caíram
para os meus seios e esperaram que eu abrisse meu sutiã. Quando o
tecido caiu no chão, sua língua cruzou seus lábios. Ele tirou a camisa e
desabotoou a calça jeans. Quando ele as tirou, pude ver a
protuberância dura em sua cueca.
—Seu short. — Seu comando me tirou do meu transe.
Desabotoando, deslizei-os pelos quadris e enfiei meus dedos na
minha calcinha, removendo minha última peça de roupa.
Sua mão alcançou dentro de sua calça jeans, segurando a si
mesmo. Retirando sua ereção, ele acariciou-se repetidamente. Meus
olhos caíram para sua mão se movendo ao longo do comprimento de
sua ereção com uma necessidade desesperada queimando entre as
minhas pernas.
—Você quer esse pau, pêssego?
—Sim.
—Trabalhe para isso. — Suas mãos espalharam meus joelhos e me
deitei de volta no colchão. Dedos ásperos rasparam minha abertura. —
Eu quero ver você. — Seus dedos me deixaram e ele pegou a minha
mão, colocando ela onde ele tinha estado. —Me mostre o quanto você
quer.
Ele recuou e segurou seu eixo, acariciando-o no punho enquanto
eu esfregava minha abertura. Deslizando um dedo, o passei lentamente
no meu clitóris. Seu olhar permaneceu em mim, seus olhos brilhando
com fome, continuando seus golpes firmes. Minha cabeça inclinou para
trás quando o prazer agarrou meu corpo. Pegando meu seio na minha
mão, amassei-o enquanto gemidos e suspiros escapavam dos meus
lábios.
—Porra, pêssego, diga-me que quer meu pau em você. — Seu
bombeamento ficou febril enquanto meus gemidos ficavam mais alto e
meus golpes mais duros.
—Eu quero, Jake. Quero que você me foda.
—Droga, eu preciso desta boceta.
Mãos fortes agarraram minhas coxas e as empurraram para baixo,
abrindo minhas pernas largas para ele. Com um movimento rápido, ele
segurou sua ereção e mergulhou em mim. Minhas paredes fecharam
em torno dele enquanto suas pálpebras pesadas caíram e sua cabeça se
inclinou para trás. Com cada impulso duro minha bunda batia contra
ele. Com necessidade implacável, ele bateu em mim, puxando meu
orgasmo para fora.
—É isso aí, pêssego. Goze para mim. Mergulhe no meu pau.
Minhas mãos agarraram o edredom quando meu corpo tremeu e
uma onda de libertação correu através de mim. Puxando para fora e
mergulhando em seguida, ele deu um impulso duro e sua cabeça
afundou enquanto um rosnado escapou do seu peito.
Seu aperto nas minhas coxas diminuiu e ele se abaixou em cima de
mim. Enrolei minhas pernas em volta dos seus quadris enquanto ele
corria a mão pelo meu cabelo, fixando-a na minha nuca. Beijos suaves
foram escovados no meu peito, pescoço e terminaram nos meus lábios.
—Não há nada melhor do que estar dentro de você. — Outro beijo
encontrou meus lábios. —Eu te amo.
—Eu também te amo.
O riso escapou de mim quando ele enterrou seu rosto no meu
pescoço e lambeu e mordeu a minha pele. Sua cabeça levantou e um
sorriso dividiu seus lábios.
—É melhor você me amar, porra.
Depois de me vestir, Jake me ajudou a terminar de embalar, e
enquanto ele carregava minhas malas para o meu carro, Nix chegou.
Meu alívio e ansiedade de vê-lo não podiam ser contidos. Eu caí em
seus braços e ele acariciou meu cabelo.
—Sinto muito, Liz, por tudo.
Eu podia ouvir a emoção em sua voz. Ele levantou seus óculos de
sol em seus cabelos e vi a auto condenação em seus olhos.
—Isso não é culpa sua, Nix. Você e Pat fizeram uma escolha juntos.
Ele sabia no que estava se metendo. O risco valeu a pena para ele.
—Eu estava hesitante em fazer o negócio. Nunca devia ter
concordado. Agora todos estão em risco.
—Pat não teria dado a Tolito qualquer informação, você sabe
disso. Tolito não tem nada sobre você.
O olhar de Nix encontrou o de Jake. Palavras silenciosas foram
trocadas antes que seu olhar voltasse para mim. —Espero que não,
mas setecentos mil é incentivo suficiente para qualquer homem fazer
algo estúpido.
—Não é qualquer homem. — Balancei minha cabeça enquanto o
braço de Jake enrolou em torno de mim. —Nem você faria, e eu não
acredito que qualquer um dos Kings faria.
Nix soltou um suspiro. —Você sempre vê o bem em todos, é uma
falha que ambos compartilhamos.
Jake beijou minha cabeça antes de acenar para Nix. —Pegue o que
você precisa. Nós sairemos juntos.
Trinta minutos mais tarde Jake e eu partimos no meu Camaro e
Nix saiu para ver Jenna. Paramos no supermercado antes de ir para
casa. Jake levou Rocky para brincar antes de me ajudar a descarregar
as compras. Enquanto ele e Rocky se aconchegavam no sofá e assistiam
TV, preparei o jantar.
—O que você está fazendo aí? Cheira bem.
—Frango Alfredo.
As mãos de Jake deslizaram na minha cintura enquanto eu mexia o
macarrão. Seu queixo descansou sobre o meu ombro enquanto sua
mão passava de raspão na parte superior do meu short.
—Você na minha cozinha, cozinhando neste short, está me
deixando duro.
—Você vai ter que mantê-lo controlado, playboy. O jantar está
pronto.
—Então eu vou ter você para a sobremesa. — Uma onda de prazer
correu através de mim quando ele mordiscou a minha orelha. A palma
da sua mão apertou minha bunda antes de passar por mim para o
armário, agarrando dois pratos e colocando no balcão para serem
preenchidos com o macarrão.
—Isso é bom, pêssego. — A mão de Jake esfregou ao longo da
minha perna enquanto nós comemos. —Porque nós temos ido comer
fora quando você poderia ter cozinhado para mim?
—Você gostou mesmo? — Um sorriso se estendeu pelo meu rosto.
—Sim.
O barulho de motocicletas interrompeu Jake no meio de uma
mordida. Ele pousou o garfo e foi em direção a porta da frente, seus
ombros ficaram tensos.
—Rocky. Aqui. — Jake apontou para o seu lado e Rocky foi
imediatamente.
Jake olhou pela janela lateral quando o barulho dos motores parou
do lado de fora da casa. Uma explosão explodiu através da janela da
frente, espalhando cacos de vidro nos móveis e no tapete. Eu pulei do
banco e corri para Jake.
Sua mão se apoderou da minha. —Vá para o corredor e se abaixe!
Depois de correr pela sala, coloquei minhas costas contra a parede
e deslizei para os meus pés.
Jake se mudou para a cozinha e abriu uma gaveta falsa. Escondida
no interior estava uma calibre 40. Ele a puxou e foi para a porta da
frente. O barulho das motocicletas ecoou através da janela quebrada.
Eu podia ouvir as vozes lá fora ficando mais altas conforme eles se
aproximaram. O som de vidro esmagado sob o peso das botas de Jake
foi seguido pelo armar de sua pistola.
—Minha arma está carregada e apontada para você. Não dê mais
um passo, porra.
Rocky rosnou e depois um tiro ressoou pela casa. Meu corpo
apertou com o barulho alto. As vozes gritavam umas com as outras e
em seguida desapareceram à distância, o som dos seus motores
sumindo quando eles correram pela estrada.
Jake virou a esquina, me puxando para os seus braços e beijando
minha cabeça. —Precisamos ir, agora. Pegue suas coisas o mais rápido
possível.
—Jake, o que está acontecendo?
—Eram Royals, vieram aqui para acertar as contas de Rex ou sob
as ordens do Tolito. Nós vamos ficar no clube. Arrume suas coisas.
Eu agarrei apenas o essencial, apressando-me em encher as
minhas malas e seguir Jake para o carro. Assim que sua moto estava à
vista, vimos que os pneus tinham sido cortados.
—Filho da puta. — A mandíbula de Jake apertou e ele empurrou
as malas para o Camaro. Após empurrar sua Harley para a garagem, ele
a fechou e voltou para buscar Rocky.
Eu disquei para Nix enquanto Jake nos levava para a sede do
clube. —O que está acontecendo? — Nix perguntou, sua voz tensa.
—Os Royals foram à casa do Jake. Eles atiraram um tijolo pela
janela e cortaram os pneus da sua moto. Ele teve que dar um tiro de
aviso para fazê-los sair. Estamos indo para o clube para passar a noite
lá.
—Você está bem?
—Sim, abalada, mas bem.
—Eu vou estar com você em trinta minutos.
Eu e Jake terminou de carregar nossas malas para um dos
escritórios que viravam quartos e colocamos Rocky em sua caixa.
Fomos lá para baixo assim que ouvimos o movimento. Jake me
empurrou contra a parede, mantendo a mão em mim enquanto se
arrastava pelo corredor, sua arma levantada e pronta para disparar.
Nix gritou para nós e Jake abaixou a arma. Viramos a esquina e Nix e
Jenna nos cumprimentaram. Nix me abraçou apertado, acariciando sua
mão sobre o meu cabelo.
—Tem certeza que está tudo bem? — Seus olhos cansados
procuraram meu rosto, lendo minhas emoções.
—Eu estou bem. Eu juro.
Jenna me abraçou em seguida e me apertou em seus braços. —Por
que os Royals foram à sua casa? — Ela perguntou a Jake.
—Eu vou pegar o primeiro turno. — Jake acenou para Nix. —Você
precisa dormir.
—Vamos lá, querida. — Nix pegou a mão da Jenna. —Ele tem
razão.
Jenna beijou minha bochecha, virando-se para seguir Nix lá para
cima.
Jake se inclinou contra uma mesa, puxando-me entre suas pernas.
Ele colocou a arma sobre a mesa e envolveu seus braços ao meu redor.
—Você precisa dormir também. Você tem que trabalhar amanhã.
—Eu não estou deixando você.
A mandíbula de Jake ficou tensa como se ele quisesse discutir,
então seu punho apertou e ele me puxou para um beijo. —Arrume os
cobertores e travesseiros.
Minha cama improvisada fez o duro piso suportável, mas não
importa quanto desconfortável eu estava, eu não estava deixando o
lado de Jake. Ele puxou o cobertor por cima do meu ombro e me
segurou firme contra ele.
—Você acha que foi o Rex ou Tolito quem enviou os Royals à sua
casa esta noite?
—Os dois. — Os dedos de Jake acariciaram meu cabelo. —Acho
que Tolito sabe que os Kings estão envolvidos com o negócio de
alguma forma e me pegar seria matar dois coelhos com uma cajadada
só. Sem dúvida eles querem me ferrar pelo que eu fiz com o Rex e o
outro cara.
—Jake, estou com medo do que vai acontecer. O que fizeram com
Pat, eu ainda estou lutando com isso, com o fato de que ele nunca vai
voltar para o clube. Já perdi muitos da minha família. Eu não vou
aguentar se algo acontecer com você ou Nix.
—Não tenha medo, nunca. — Os lábios de Jake pressionaram
contra a minha testa. —Vai ficar tudo bem. Nix e eu cuidaremos disso.
Tente dormir um pouco. Você tem que trabalhar amanhã.
Os movimentos repetidos dos seus dedos no meu cabelo
acalmaram a tensão no meu corpo. Minhas pálpebras pesaram e o
conforto do seu toque me obrigaram a dormir.
CApÍTULO VInTE E SEIS

LIZ

Três dias mais tarde, depois que Jake arrumou sua janela e
substituiu seus pneus, todos os membros do Kings e suas namoradas
aguardavam o sinal para começar o passeio memorial em honra de Pat.
Era um dia quente, o calor do sol explodia na minha pele. Ajustei o
capacete e estabeleci meus pés sobre o apoio. Jake esfregou ao longo
da minha perna e me olhou.
—Você está bem?
Colocando as mãos em sua cintura, concordei. —Sim.
Sua mão apertou a minha perna e em seguida ele ligou o motor.
Axel, o capitão de estrada dos Kings, começou primeiro, depois cada
moto avançou. Nix e Jenna decolaram atrás de Axel e depois o resto da
tripulação.
Montar através da brisa em um dia quente fez o percurso
agradável, dado as circunstâncias da viagem. Todos nós precisávamos
disto. Os últimos dias tinham sido difíceis. Todos estavam na borda,
imaginando se Tolito e sua tripulação viriam atrás de mais alguém. Nix
e Jake disseram à tripulação que os Royals provavelmente viriam atrás
de Jake pelo que ele fez com Rex e o outro cara que me atacou, e não
tínhamos razão, até agora, para acreditar no contrário. Nix explicou
que Rex tinha batido em Angela, e por si só foi justificativa suficiente
para as ações de Jake.
O passeio memorial terminaria na funerária onde o serviço de Pat
estava ocorrendo. Seus restos mortais foram cremados e dados à irmã
de Pat, Louise. Nix a ajudou a organizar o funeral e até mesmo pagou
por algumas coisas.
Quando o calor do sol fez suor quente pingar nas minhas costas,
um sentimento triste descansou no meu estômago. Eu temia nossa
chegada na funerária. Pat era o terceiro homem na minha vida que
tinha sido arrancado deste mundo, e meu medo do que Tolito estava
fazendo nos bastidores me atormentava a cada dia. Ainda não
sabíamos se Tolito sabia mais sobre o negócio do que pensávamos.
Nix e Jake tornaram-se cautelosos ao redor do resto dos membros
dos Kings. Não o suficiente para eles notarem, mas eu fiz. Suas
conversas eram mantidas privadas, longe dos outros, e eles pareciam
ter um olhar atento sobre cada membro e suas atividades. Jake estava
em alerta, mantendo-me com ele em todos os momentos, e ele e Nix
continuaram a ficar acordados à noite na sede do clube se revezando.
Axel foi o primeiro a puxar para a funerária, e cada um de nós
paramos alinhados ao longo do estacionamento ao lado dele. A família
e os amigos de Pat e de Louise nos acolheram quando entramos. Jake
me abraçou forte e beijou minha cabeça antes de nos sentarmos.
Lágrimas escorreram pelas minhas bochechas quando Nix e os
outros se revezaram falando sobre Pat e as boas lembranças que
tinham dele. Os dedos de Jake enrolaram no meu cabelo, me puxando
contra ele. Seu beijo suave pressionado contra o meu templo.
—Está tudo bem, pêssego. Deixe sair. — Sua mão esfregou ao
longo da minha coxa enquanto a outra correu pelo meu cabelo.
Quando o serviço terminou, Nix e Louise ficaram na saída, ouvindo
as condolências e agradecendo a todos por participarem. Axel levou os
Kings e os participantes do funeral de volta ao clube para um jantar.
Jake e eu ficamos para trás, esperando enquanto Nix cuidava dos
detalhes finais com a funerária. A equipe começou a retirar as cadeiras
e as rosas, e eu fiquei no arco, olhando a urna de prata de Pat. Jake
envolveu seus braços ao meu redor e descansou o queixo no meu
ombro.
—Você está bem?
—Esta é a nossa casa e estamos vivendo nossas vidas vigiando
nossos ombros. Isso não é certo. Não é certo o que fizeram com ele. Eu
quero que eles vão embora.
Jake beijou meu pescoço e meu rosto. —Deixe essas coisas para
mim. Nada disso é problema seu.
—Claro que é. — Virei para ele. —Eu me preocupo com vocês
todos os dias e agora Jenna está envolvida. Ela é a garota do Nix, o que
também a coloca em risco.
Jake segurou meu rosto em suas mãos. —É só uma questão de
tempo até Tolito foder e cometer um erro que tenha seu traseiro morto
ou na cadeia. Entretanto, deixe que eu cuide das coisas. É meu trabalho
carregar o fardo, não o seu. — Sua mão segurou a minha. —Nix
terminou. Você está pronta?
Olhei por cima do ombro para ver Louise pegar a urna de Pat.
Minha atenção voltou para Jake com meus olhos ardendo das lágrimas.
—Sim.
Jake e eu seguimos Nix e Jenna para fora. Quando eu levantei
minha perna sobre o banco do passageiro da Harley de Jake, notei três
motocicletas estacionadas do outro lado da rua, as cores dos Royals
visíveis nos coletes, seus olhares trancados em nós enquanto
montávamos nossas motos. Bati no braço de Jake enquanto a tensão
enrolava no meu intestino.
—Você os viu?
—Eu os vejo.
—O que eles estão fazendo aqui?
—É um aviso. Eles querem que saibamos que estão nos
observando.
Jake puxou seu colete para trás, revelando a Glock presa dentro e
em seguida disparou o motor. Os três pilotos puxaram para a rua e
foram embora.
O olhar de Nix caiu sobre Jake. —Eles sabem.
—Eles deixaram isso bem claro.
Chegamos na sede do clube e a comida que Nix tinha pedido já
tinha sido servida. Fomos para a fila do buffet e logo depois nos
juntamos aos outros nas mesas.
Tia May me cutucou e sorriu antes de se inclinar para que apenas
eu ouvisse. —Como você está passando, boneca?
—Você sabe que é difícil ver outro membro da família ir embora.
O braço dela esfregou ao longo das minhas costas. —Eu ouvi que
Tolito pode ser o responsável.
—Nix não tem nenhuma prova, mas eu sei que ele está certo.
Uma expressão de dor encheu o rosto dela. —Claro, ele está certo.
Nix puxou seu telefone zumbindo do bolso e nos deixou para ir ao
seu escritório. Jake se levantou e o seguiu. Vários membros assistiram
eles saírem.
—O que foi isso? — Lucas perguntou, parecendo preocupado.
Dei de ombros. —Eu sou a pessoa errada para perguntar.
Eu bati no ombro da Jenna. —Vou ao banheiro.
Ela assentiu e voltou para a conversa com Crystal.
Quando saí do banheiro, Dillon estava encostado na parede
esperando por mim.
—Onde está o Jake? — Perguntei a ele.
—Ainda no escritório com Nix.
Tentei passar por ele, mas ele me bloqueou. —Você realmente
quer ficar com um cara como ele?
—Você obviamente não o conhece bem ou você não me
perguntaria isso.
—Eu o conheço bem o suficiente para ver como ele trata você,
como se você fosse mais um dos seus brinquedos sexuais.
—Você está falando sério? — Meus braços se cruzaram e meu
quadril deslocou meu peso. —Não é assim que ele me trata.
—Do meu ponto de vista é. Você merece alguém melhor do que o
Jake.
—Acho que você quer dizer alguém como você.
—Eu ou outra pessoa. Qualquer um, menos aquele idiota.
—Ele pode ser um idiota para você, mas ele é incrível para mim.
— Empurrei Dillon e me movi para o corredor. Parei e me virei para
ele. —E não deixe que Jake pegue você atrás de mim novamente. Não,
se você quiser manter esse bom aspecto.
Voltando para a sala da frente, peguei meu prato e joguei fora os
restos. Eu tinha perdido meu apetite e precisava de ar. Coloquei
minhas mãos sobre os ombros de Jenna.
—Eu vou lá fora.
—Eu vou com você.
Saímos pela porta da frente e a brisa do início da noite me bateu,
derramando um pouco da tensão dos meus ombros. Encostei na
parede e olhei de relance para o pôr do sol, fazendo sua descida no céu
laranja e rosa.
—O que está errado? — Jenna perguntou.
—Dillon teve a coragem de me encurralar no corredor e me dizer
que eu merecia alguém melhor do que Jake. Ele é um idiota. Ele não
sabe nada sobre Jake. Se ele soubesse, não diria isso.
—Por que deixar algo que aquele idiota diz incomodar você?
—É tudo, a morte de Pat, a ameaça que os homens de Tolito
fizeram hoje, o tijolo pela janela. Eu estou na borda, todos os dias,
constantemente preocupada quando será a próxima vez que
acontecerá alguma coisa e quão ruim vai ser.
—Eu realmente estou preocupada com eles também. — Jenna
mordeu o lábio e juntou-se a mim contra a parede. —Nix não está
dormindo bem. Ele está realmente preocupado com todos. Você em
particular. Ele está grato por Jake. Com quão protetor ele é de você.
Isso tira um pouco da pressão de Nix.
Minha cabeça levantou ao som de Harleys vindo pela estrada.
—Temos algumas chegadas tardias.
Acenei para os caras nas motos e levantei minha cabeça com a
falta dos patches. —Eu não os reconheço.
Me movi para longe da parede para dar uma olhada melhor. Suas
motos puxaram ao lado da rua, mas eles não desligaram os motores,
dois homens. Um era careca e corpulento com uma tatuagem de dados
no pescoço e o outro com cabelos escuros e grossos e um rosto bonito
assentiu com a cabeça pra mim
—Nix está por aí?
—Está lá dentro. — Eu acenei com meu polegar por cima do meu
ombro. —Você pode estacionar aqui e entrar.
O braço do homem estendeu a mão e agarrou a minha, segurando-
a dolorosamente. —Suba na moto.
—Me solte!
Um grito veio de Jenna e eu virei minha cabeça para ver que o
homem de cabelos escuros tinha deixado sua moto e agora estava
cobrindo a boca dela enquanto o outro braço a apertava contra ele.
Braços gigantes envolveram em torno de mim, levantando-me no ar.
Eu chutei minhas pernas e atingi o homem de cabelos escuros no rosto.
Seu aperto afrouxou em Jenna.
—Corra Jenna! Vá buscar o Jake!
Mãos e braços me apertaram, me forçando na moto enquanto
Jenna corria para dentro. Minha mão foi empurrada em algemas e
presa à barra de metal atrás do assento do passageiro. Meu coração
bateu nos meus ouvidos enquanto eu chutava e lutava com eles. Um
punho bateu no meu rosto e sacudiu meu corpo. Eu caí contra as costas
do careca enquanto as imagens e sons que me rodeavam sumiam.
CApÍTULO VInTE E SETE

—O que o FBI disse?


Nix colocou seu telefone sobre a mesa e se recostou em sua
cadeira. —Foi declarado homicídio. Eles vão chamar cada um de nós
para interrogatório. Também estão investigando os Royals.
—Você precisava de provas e agora você conseguiu. Tolito é o
responsável, você sabe disso. As ameaças estão aumentando. Ele sabe
mais do que pensávamos. Nós temos um rato.
—Você está certo. — Nix, suspirou. —Pat nunca teria dado
informações à Tolito. Ele está tendo isso de outra pessoa.
—Jake! Jake!
Ao som de Jenna gritando, olhei para a porta e ela se abriu. Jenna
entrou, seguida por Dillon.
Meu peito se apertou. —Onde está a pêssego?
—Eles a levaram. — Os olhos de Jenna estavam arregalados de
medo. —Dois homens em motos. Um tinha uma tatuagem de dados em
seu pescoço. O outro tinha cabelos escuros e uma tatuagem em sua
mão. Nós estávamos do lado de fora quando eles chegaram e tentaram
levar nós duas. Liz chutou o cara que tinha me agarrado e ele soltou
seu aperto o suficiente para que eu conseguisse fugir.
—Porra. — Dillon passou a mão pelos cabelos. —Eles não
deveriam levá-la.
Meu corpo se moveu pelo chão em segundos. Meus punhos
agarraram seu colete e bateram Dillon contra a parede.
—Para onde eles a levaram?
—Eu não sei.
—Por que você ajudaria aquele filho da puta? Ele vai machucá-la!
—Ele queria levá-lo para fora. Ela nunca foi parte do acordo.
Puxei Dillon para a frente e bati com ele de volta na parede. Sua
cabeça bateu contra ela e sua mão foi para a parte de trás da cabeça.
—Seu estúpido filho da puta! Você traiu seus próprios irmãos por
míseros setecentos mil e agora Tolito tem Liz! E por que? Tudo porque
eu levei o que você pensou que era seu. Ela sempre foi minha!
Soltei meu aperto e ele balançou. Meu punho foi direto para o seu
rosto e a raiva dentro de mim desencadeou. Mais um balanço e sangue
respingou do seu lábio.
—Eu não recebi os setecentos mil. — Dillon cuspiu.
—O que você quer dizer? — Eu puxei meu punho sangrento de
volta ao rosto dele.
—Eu não sei nada sobre o negócio de drogas! Tolito e sua equipe
me encurralaram. Eles queriam levá-lo pelo que você fez com Rex e
Tony.
Meus olhos se estreitaram nos dele. —O que você conseguiu em
troca?
—A minha própria vida. Era eu ou você. Dei a eles o seu endereço.
É isso. Eu não estava disposto a morrer por você, e eu sabia que você
poderia cuidar de si mesmo. Você tinha uma chance melhor do que eu.
O som de Nix tirando uma espingarda me puxou do meu
interrogatório.
Jenna respirou fundo.
—Nós vamos lidar com ele mais tarde. — Nix assentiu com a
cabeça em direção à porta. —Precisamos agir. Chame Max e Trevor.
Jenna se agarrou a Nix. —Talvez você devesse chamar a polícia.
Eu balancei minha cabeça enquanto raiva corria nas minhas veias.
—Não temos tempo para a polícia. Não vai demorar muito tempo para
Tolito bater nela e estupra-la. Precisamos chegar até ela o mais rápido
possível.
—Onde você acha que ele a levou? — Jenna chiou.
Meu olhar deslocou para Nix. —Ela deve estar no seu clube.
Nix chamou os Kings à sala do tribunal. Seu olhar aquecido
estreitou em cada membro. —Tolito levou Liz. Precisamos de homens.
Nós vamos atrás dela. Vamos montar armados, então se alguém disser
não, eu entendo.
Max assentiu com a cabeça. —Estou dentro.
Trevor bateu em seu colete. —O mesmo aqui.
Axel deu um passo à frente. —Dentro.
Wesley balançou a cabeça. —Eu não posso, rapazes. Estou velho
demais para isso. Eu vou ficar e lidar com as coisas aqui.
Nix assentiu e seu olhar focou em Lucas e William. —E vocês dois?
William abanou a cabeça. —Eu não, homem. Não vou montar
assim.
As mãos de Lucas tremiam e seu corpo se contorcia
desconfortavelmente.
Eu pisei em direção a ele. —Porra, Lucas, você tem algo a dizer?
—Isto ficou fora de controle. — Lucas murmurou.
Agarrei seu colarinho e o girei na minha direção. —O que quer
dizer? Comece a falar. Agora!
—Eu estava no fundo, Jake. Eu devia milhares a Tolito.
—O que foi? Coca? Heroína?
—Cocaína.
—Você entregou Pat?
Lágrimas encheram os olhos de Lucas.
—Seu filho da puta. Você o vendeu por dinheiro!
—Eu o ouvi no telefone uma noite. Em seguida Tolito ofereceu o
dinheiro. Eu tinha a minha menina, Crystal, contando a eles o que eu
tinha ouvido. Ele deu a ela o dinheiro e eu paguei de volta para ele. —
Sua voz rachou. —Eu nunca esperei que ele fosse atrás de Liz. Me
desculpe, cara. Eu precisava sair antes que ele viesse para mim. Ele já
enviou dois dos seus homens atrás de mim uma vez.
Meu corpo tremia de raiva.
—Jake, por favor, cara, nós vamos buscá-la de volta.
Eu bati Lucas sobre a mesa e balancei. O sangue salpicou em toda
a madeira. —Depois que ele a estuprar e seus irmãos fizerem o
mesmo?
—Parem ele antes que ele mate o bastardo! — Trevor, gritou.
Outro balanço desembarcou e em seguida vários braços me
arrastaram do corpo mole de Lucas.
—Ele está frio. — Disse Wesley de pé sobre Lucas.
Nix agarrou meu braço e encontrou meu olhar. —Juntou sua
merda?
Eu esfreguei meus dedos inchados e sangrentos e assenti com a
cabeça.
—Então precisamos ir, porra. Estamos perdendo tempo.
CApÍTULO VInTE E OITO

LIZ

A dor no meu rosto me chocou quando acordei e mexi meu


maxilar. Quando me movi, a algema agitou contra o poste da cama em
que eu tinha sido colocada. Meus olhos inspecionaram o quarto. Ele
estava vazio, além da cama, uma lâmpada e um grande espelho na
parede com uma visão clara de onde eu estava. Olhei para o meu
reflexo. Meu rosto estava vermelho e inchado. Não havia dor em
qualquer outro lugar do meu corpo e eu soltei um suspiro de alívio. Eu
não tinha sido estuprada.
A porta se abriu e eu engoli o caroço na minha garganta quando o
homem de cabelos escuros que eu tinha chutado no rosto entrou no
quarto. Ele fechou a porta e se aproximou da cama. Seus olhos escuros
me estudaram dos pés à cabeça. Sua língua traçou seu lábio inferior
antes que ele se sentasse na borda da cama. Eu me afastei do seu toque
quando sua mão raspou minha perna.
—Linda e mal-humorada. Não admira que o seu irmão a mandou
embora. Eu também não gostaria de um homem como eu em qualquer
lugar perto da minha irmã. — Colocando as mãos em volta de mim, ele
se moveu na minha direção, rastejando sobre mim na cama. O cheiro
do seu perfume e suor agitou meu estômago. Eu me afastei para longe
dele e ele agarrou minha perna, puxando-me debaixo dele.
Com a mão livre bati no rosto dele. —Não me toque!
Ele pegou minha mão no meio do ar e a apertou até que a dor me
fez fazer uma careta. Ele soltou a minha mão e se aproximou. —Eu vou
tocar você, querida. Vou tocar você em todos os lugares que eu bem
entender. Então eu vou enfiar meu pau em você e fodê-la mais e mais.
— Sua mão subiu pela minha coxa até chegar entre as minhas pernas.
—Quando eu terminar com você, vou deixar cada um dos meus irmãos
ter a sua chance de fodê-la.
Afastei a mão dele quando o vômito subiu na minha garganta e o
medo apertou meu intestino. —Por que você está fazendo isso?
—Seu irmão se envolveu em coisas que não deveria. Agora eu
preciso dar uma lição nele. Você prefere que eu o mate? Eu posso fazer
isso. Eu posso salvar você da dor. — Uma risada perversa escapou dele.
—Bem, ainda haveria dor. Eu não posso deixar uma coisinha linda
como você ir embora sem saber como essa boceta parece no meu pau,
mas eu manteria meus irmãos fora de você. Você quer isso?
Segurei meus lábios apertados. Eu não ia ser manipulada pelos
seus joguinhos mentais ferrados.
Ele se moveu para mais perto e escovou seus lábios na minha
orelha. —Você é uma garota inteligente, não é?
Eu chutei, fazendo contato com sua cintura, derrubando-o da
cama. Ele caiu e se recuperou rapidamente.
A palma de sua mão bateu no meu rosto. —Mas não inteligente o
suficiente!
Minha mão foi para minha bochecha latejante. Com os dentes
cerrados, eu olhei para ele. Eu sabia que Jake viria e este bastardo
pagaria por tudo o que ele estava fazendo comigo.
—Dominic, me traga mais algemas! — Seus olhos escuros
desceram em mim. —Você poderia ter feito isto mais fácil para si
mesma. Eu não teria machucado tanto se você tivesse me dado o que
eu quero bom grado.
—Não há como no inferno que eu faria sexo com você de boa
vontade.
O homem alto e corpulento com a tatuagem de dados no pescoço
entrou, e quando seus olhos caíram sobre mim, meus nervos se
juntaram em um nó mais apertado. Ele entregou ao homem que
supostamente era Tolito o segundo conjunto de algemas.
—Deixará algo para nós, chefe?
—Não hoje. — O canto da boca de Tolito levantou. —Estarei
ocupado com ela durante toda a noite.
O homem corpulento riu e saiu, meu estômago se agitou nas
palavras de Tolito. Isto acabaria logo. Tinha que acabar logo.
Tolito inclinou-se sobre a cama e pegou minha mão. Eu puxei e ele
me deu um tapa na bochecha oposta, me balançando para trás.
—Me dê a porra da sua mão. — Ele pulou para ela e a agarrou em
seu punho. Sua mão livre segurou meu quadril e com um movimento
rápido e forte ele me virou e levantou minha bunda no ar. Ele apertou a
algema fria e pesada no meu pulso e me arrastou para frente até a
estrutura da cama. Ele travou ela no lugar e passou sua mão ao longo
do meu braço. Eu me encolhi no seu toque e tentei me afastar do seu
corpo. Ele me agarrou instantaneamente em seu controle.
—Você tem roupa demais. Eu quero ver com o que estou
trabalhando.
O rasgar da minha camisa soou nos meus ouvidos e o ar frio
atingiu minhas costas. Com os punhos agarrando o tecido, ele tirou
minha camisa completamente e a jogou no chão. Suas mãos chegaram
ao meu redor e agarraram meus seios, apertando-os. Os dentes
rasparam ao longo da pele das minhas costas e em seguida senti uma
mordida forte, beliscando minha pele, me fazendo estremecer de dor.
—Pare de me tocar, seu doente!
—Ah, querida, nós estamos apenas começando. — Sua mão
deslizou sobre o meu traseiro e alcançou entre as minhas pernas.
Apertei minhas pernas juntas e balancei para longe dele. As algemas
bateram contra as barras e ele agarrou minha cintura, me empurrando
de volta no lugar. Seu punho segurou meu cabelo, puxando minha
cabeça para trás enquanto a língua dele lambia minha bochecha.
—Me dê o que eu quero e eu prometo que não vou matar o seu
irmão.
Eu fiz uma careta pelo aperto doloroso que ele tinha no meu
cabelo. A raiva subiu através de mim enquanto eu cuspia as palavras.
—Eu não confio em uma maldita palavra que você diz.
Tolito riu no meu ouvido. —Você está certa, você não deveria. Eu
vou matá-lo de qualquer maneira, mas eu quero que ele veja o que eu
fiz com você primeiro.
Tolito me empurrou para frente e em seguida seu peso saiu da
cama. Assim que a porta se fechou atrás dele, instantaneamente testei
as barras e procurei por um ponto fraco. Ferrugem havia se reunido
em uma das juntas. Eu sacudi forte a barra e continuei tentando soltá-
la. A porta começou a abrir e eu parei imediatamente.
Tolito colocou a câmera que ele segurava em um suporte noturno
e apertou o botão vermelho de gravação. Ele subiu de volta na cama e
agarrou meu quadril com força, movendo-o para onde ele queria. As
mãos dele vieram para a minha cintura, desabotoando meu jeans. Eu
resisti e me contorci, tentando me libertar das mãos dele. Seu punho
desceu sobre as minhas costas, me forçando a cair sobre o colchão. As
lágrimas se juntaram nos meus olhos enquanto a dor ondulava sobre
os meus músculos.
—Eu já lhe disse uma vez, vai ser mais fácil se você cooperar.
CApÍTULO VInTE E nOVE

LIZ

Minhas costas doíam do soco de Tolito. Agarrando com força os


meus quadris, ele levantou minha bunda no ar. Terror correu pelo meu
corpo quando suas mãos agarraram meu jeans e o puxou pelos meus
quadris. Sua mão bateu na minha bunda e me empurrou para frente.
Meu corpo começou a tremer pensando no que aconteceria se Jake ou
Nix não chegassem a tempo.
—Aposto que você gosta de áspero, não é, querida?
Um golpe duro e doloroso caiu na mesma bochecha. Eu mordi meu
lábio e fiz uma careta, me recusando a fazer um som e lhe dar qualquer
satisfação. Outro golpe duro atingiu a face oposta e em seguida outro,
me empurrando para frente com cada golpe, trazendo lágrimas aos
meus olhos.
Alívio me encheu quando o peso dele saiu da cama e suas
palmadas dolorosas terminaram. Eu olhei de relance sobre o meu
ombro e o nó no meu estômago se apertou quando eu o vi se despindo.
Tatuagens ocultas viajavam para baixo do lado esquerdo dele e para
dentro da cueca que ele estava puxando para baixo. Sua ereção saltou
para fora e eu desviei o olhar enquanto as lágrimas rolavam pela
minha face. Por favor, Jake, depressa.
Seu peso voltou para a cama e imediatamente eu trouxe minhas
pernas para frente, impedindo-o de tirar meu jeans completamente.
Mãos fortes abriram meus tornozelos, e movimentos agressivos
tinham meu jeans deslizando pelas minhas pernas. Outro tapa na
minha bunda foi seguido por uma mordida dolorosa na minha carne
macia. Meu cabelo foi puxado fazendo com que eu arqueasse minhas
costas, deixando meu rosto perto do seu enquanto ele pressionava sua
ereção nas minhas nádegas.
—Inferno, eu poderia apenas mantê-la como minha old lady se
você for tão boa na foda como você é levando uma surra. — Sua
mordida foi dura no meu ombro enquanto ele enfiava a mão na minha
calcinha e a puxava para fora dos meus quadris.
O som distante de tiros instantaneamente afrouxou seu aperto no
meu cabelo. —Que diabos é isso? — Ele pulou da cama e correu para
pegar a calça jeans. A porta começou a abrir atrás de mim e Jake entrou
com a arma levantada. Um olhar para mim e seus olhos escureceram.
Seu olhar caiu sobre Tolito e ele disparou. O corpo de Tolito bateu na
parede quando a bala o atravessou. O sangue escorreu de seu
abdômen. Mais uma rodada foi disparada e o corpo de Tolito desabou
no chão em uma pilha torcida. Balbucios sufocados saíram de sua boca
antes dele exalar seu último suspiro.
As lágrimas escorreram pelo meu rosto e eu soltei a respiração
que eu estava segurando.
—Jake... — Eu chorei.
—Pêssego... baby.... — Jake veio ao lado da cama e acariciou meu
cabelo. —Deixe-me encontrar a chave.
Ele procurou nas roupas de Tolito e voltou para o lado da cama,
acariciando minha cabeça antes de abrir as algemas. Segurando-me em
seus braços, ele me abraçou forte contra ele. Minhas lágrimas
encharcaram sua camisa. Traços suaves correram pelo meu cabelo e
nas minhas costas.
—Shii, pêssego, está tudo bem. Eu estou aqui. Eu tenho você. —
Levantei minha cabeça e sua mão acariciou minha bochecha, limpando
as lágrimas do meu rosto. Medo encheu seus olhos quando ele olhou
para mim.
—Ele estuprou você?
Eu balancei minha cabeça. —Você chegou antes que ele fizesse.
Jake me puxou de volta contra ele e beijou minha cabeça.
Embalando-me em seus braços, me levantou da cama. Meus olhos
viram o cadáver de Tolito e o sangue no chão.
—Pêssego, não olhe para ele.
Enterrei meu rosto no peito de Jake. Ele me colocou no chão do
outro lado da cama e agarrou meu jeans. Quando eu o vesti, ele tirou
seu colete e a camisa. Levantando a camisa na minha direção, ele
acenou com a cabeça para que eu a colocasse. Eu escorreguei nela e em
seguida fui para a câmera.
—Ele estava gravando o que ele estava fazendo comigo. — Puxei o
cartão SD da câmera e entreguei para Jake.
—Doente filho da puta. — Jake olhou para o corpo de Tolito e em
seguida de volta para mim. Ele guardou o cartão da câmera. —Venha
cá. Eu preciso levá-la para casa. — Jake me puxou em seus braços e me
abraçou apertado. Sua mão acariciou meu cabelo enquanto ele beijava
minha cabeça. —Tolito cometeu o maior erro de sua vida ao tentar
tirar você de mim.
—Obrigada por ter vindo para mim. — Minhas lágrimas
molharam seu peito quando minha adrenalina e emoções desabaram
novamente.
—Sempre. Eu faria qualquer coisa para proteger você.
Jake pegou minha mão e me levou delicadamente para fora da
sala. No corredor havia outro corpo. Jake cobriu meus olhos e me guiou
para as escadas. Nix estava esperando na parte inferior da escadaria
com uma ferida de bala em seu braço. Corri em sua direção e ele me
apertou contra seu corpo, afagando meu cabelo.
—Você está bem? Ele a machucou?
—Não muito. Jake o deteve.
O peito de Nix afrouxou. Seu aperto aliviou e eu olhei para ele.
Seus olhos brilhavam com lágrimas. —Jake vai levar você para casa. Eu
preciso ligar para o FBI e ver um médico. Eu vou passar na casa de Jake
mais tarde.
—E sobre os corpos? — Pânico subiu no meu peito. —O que vai
acontecer quando o FBI vier?
Jake envolveu um braço em volta de mim e beijou minha cabeça.
Ele e Nix trocaram palavras silenciosas enquanto olhavam um para o
outro.
—Tudo vai ficar bem. — Nix me assegurou.
CApÍTULO TrinTA

LIZ

Jake me apoiou no bar, um perverso sorriso brilhando em seu


rosto. Passaram-se três semanas desde que Tolito me sequestrou e
tudo estava finalmente se acalmando para os Kings. O patch de Lucas
foi queimado e lhe deram uma surra que o colocou no hospital. Eu
parei em seu quarto uma noite depois de encontrar seu nome no
gráfico. Parte de mim simpatizava com as contusões em seu corpo, mas
foram suas ações que mataram Pat e me agrediram. Eu poderia
perdoá-lo, mas nunca esqueceria.
Jake me contou sobre seu passado como infiltrado, e me disse que
foram suas conexões que impediram que ele e Nix acabassem na
cadeia, juntamente com o vídeo editado do que Tolito fez comigo. A
investigação do FBI determinou que Nix e Jake atiraram em legítima
defesa e as acusações nunca foram para frente.
Olhei para Jake enquanto ele falava alto o suficiente para todos os
membros do clube ouvirem.
—Esta mulher aqui. — Ele enfiou a mão na minha cintura. —É a
melhor coisa que já aconteceu comigo, e eu quero que cada um de
vocês, porra, saiba que eu a amo.
Vaias e assobios bradaram por todo o clube. Jake ficou entre as
minhas pernas, passou as mãos em volta do meu rosto e enterrou os
dedos no meu cabelo enquanto alegava meus lábios. Minha respiração
ficou pesada quando a excitação queimou entre as minhas pernas. Jake
não me tocou intimamente desde a minha agressão, decidido a garantir
que eu estava curada e queria ele, e mais do que tudo eu queria ele
agora. Sua cabeça encontrou a minha. Eu mordi meu lábio e sorri.
—Leve-me para cima.
Os olhos de Jake se iluminaram e ele me puxou imediatamente do
bar. Minhas pernas o rodearam enquanto ele me levava pela sala da
frente, completamente alheio a todo mundo nos assistindo.
Ele me colocou para baixo e correu suas mãos suavemente ao
longo do meu estômago enquanto seus lábios encontravam os meus.
Deslizando meu jeans para baixo, ele aliviou dois dedos dentro de mim.
Minha respiração me deixou no momento em que seu toque me
encheu. Meu corpo estava doendo para tê-lo dentro de mim, mas eu
queria saborear cada momento do seu toque.
Beijos se arrastaram pelo meu pescoço enquanto eu arqueava
minha cabeça e movia meus quadris, dando a ele um melhor acesso ao
meu clitóris. Sua mão deslizou e desabotoou o meu jeans. Levantei
meus quadris enquanto ele os deslizava para fora e os jogava de lado.
Lentamente sua mão traçou ao longo da minha tatuagem e depois
desceu, mergulhando na minha calcinha e me enchendo, acariciando
profundamente, deslizando redemoinhos rítmicos ao redor do meu
clitóris.
—Me diga o que você quer, pêssego. Eu vou fazer isso para você.
—Eu quero que você me faça gozar, Jake. Quero que faça amor
comigo e depois me foda como se não houvesse amanhã.

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