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~ Emmie ~

Depois dos pesadelos de nossas infâncias, meus


rapazes e eu finalmente encontramos a felicidade que
merecemos. Shane vai se casar, Drake e Jesse vão
ser pais, e eu estou fazendo a minha própria carreira
com o incentivo de Nik. Levou uma vida, mas
finalmente seguimos em frente...

Eu deveria ter pensado melhor antes de pensar que a


vida seria simples de agora em diante. Eu sabia por
experiência que logo quando você se sente contente e
confortável aquelas vadias do Destino lançam uma
bola curva na mistura. Eu não estava esperando a
tragédia que estamos encarando. Eu sou a forte, a que
ajuda os outros nos tempos difíceis, mas eu não sei o
quão forte eu posso ser para eles nisso...
Terri Anne Browning
The Rocker #6

Outros livros da série:


The Rocker That Holds Me
The Rocker That Savors Me
The Rocker That Needs Me
The Rocker That Loves Me
The Rocker That Holds Her
Playlist
John Legend “All of Me”
American Authors “Best Day of My Life”
Beth Crowley “Warrior”
Christina Perri “Human”
Starset “My Demons”
The Script “I’m Yours”
Evanescence “Lost In Paradise”
Pearl Jam “Sirens”
Burnos “Octane”
The Fray “Love Don’t Die”
Shinedown “Miracle”
Capítulo 1
Emmie
Eu acho que eu realmente ensinei a Shane — e, portanto
ao resto dos meus rapazes — uma lição quando ele tentou fazer
uma despedida de solteiro para Drake há quase dois anos
atrás. Então eu não tinha mais ninguém para culpar além de
mim mesma. Fiquei tentando me lembrar disso enquanto eu
empurrava o carrinho vazio de Mia pelo parque de diversões.

Porra, por que estava tão quente?

Claro, eu estava lidando com isso melhor do que a minha


melhor amiga grávida caminhando — balançando, na verdade
— ao meu lado. Layla estava grávida de sete meses de
gêmeos. Mesmo na ligeira frieza climática que normalmente se
instalava em Outubro na Califórnia, ela estava suando e
sugando seu suco gelado de cereja como se estivesse morrendo
de sede. Eu não estava certa se era por causa do calor ou
porque ela ficou viciada nessas malditas coisas desde que seus

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desejos de grávida começaram a aparecer a alguns meses
atrás.

Arrastando atrás de mim estava uma Lana igualmente


grávida, que em comparação com sua irmã mais velha parecia
normal, calma e radiante com sua barriguinha fofa
arredondada. Seus longos cabelos negros estavam brilhantes,
a pele impecável e resplandecente, os olhos dela como um mel
de ouro, brilhantes com toda a felicidade que parecia incendiar
para fora deles. Eu queria odiá-la por parecer tão bonita
quando ela deveria estar tão miserável como sua irmã estava
agora, mas eu não podia. Eu amava Lana ferozmente e nunca
deixaria minha teimosia ficar entre nós novamente.

Voltei a olhar para Lana, e para o homem segurando a


mão dela enquanto caminhavam lentamente atrás de
mim. Drake parecia um pouco aborrecido, mas ele estava
sorrindo para o que quer que sua esposa grávida estivesse
murmurando enquanto ela apontava para um grupo de
pessoas em pé na fila para tirar fotos com Shrek e Fiona. Eles
pareciam bem juntos, mais felizes do que eu normalmente
eram. Mesmo tão miserável como eu estava me sentindo agora,
ver Drake tão feliz me fez sorrir.

Eu virei meus olhos para os dois homens em pé na


minha frente. Jesse estava vestindo uma camiseta que Layla
tinha comprado na nossa maratona de compras pela Universal
na noite anterior. Uma camisa do Shrek que dizia, “Só um
outro cara sexy” em verde. Ao lado dele andava sua filha
adotiva, Lucy, que estava tomando picolé em formato do Bob

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Esponja. Lucy segurava na mão de seu pai enquanto eles
abriam caminho em direção a um dos passeios que ela só tinha
hoje para aproveitar, porque iriamos voltar para casa de
manhã. Era Nik, no entanto, de quem os meus olhos não
podiam se afastar. Em seu par de jeans favoritos que eu tinha
comprado há cinco anos atrás que se soltava baixo em seus
quadris e uma camiseta cinza clara que se estendia sobre o
peito dele me deixava com água na boca. Caramba, meu
marido parecia delicioso.

— Esse é um bom picolé, Mia? — perguntou Nik e eu tive


que morder o lábio para não rir. Ele estava carregando Mia em
seus ombros. O picolé de arco-íris de nossa filha estava
derretendo porque ela estava mais interessada em observar a
tudo ao seu redor do que realmente comer o deleite fresco e
doce que seu tio Jesse tinha comprado para ela. Nik tinha gel
doce açucarado em seu cabelo como cortesia do picolé.

— É gostoso, papai. — Mia garantiu a seu pai quando


ela deu uma pequena lambida antes de voltar sua atenção para
o que parecia um vendedor que vendia chapéus do Meu
Malvado Favorito. Ela já tinha três, um dos quais estava
atualmente em sua cabeça ruiva em uma posição tão precária
que era uma maravilha que ainda permanecia lá.

— Eu tenho que fazer xixi... mais uma vez. — Layla


murmurou enquanto olhava em volta procurando por alguma
placa indicando onde o banheiro mais próximo ficava.

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— Estamos perto de um banheiro. — Harper garantiu
enquanto ela e Shane apareciam do lado de Drake com uma
nova garrafa de água para mim.

Parei para tomar um gole de água fria, sentindo meu


estômago se agitar pela centésima vez na última hora. Era
minha culpa, eu ficava me lembrando.

Meus garotos tinham aprendido através de Shane que


despedidas de solteiro é um grande NÃO para suas
mulheres. Eu tinha forçado isso em suas cabeças com o jeito
como eu tinha ajudado Harper e Lana quando Shane tinha
decidido dar uma festa — surpresa — para Drake logo antes
de ele ter se casado com Lana. Então, o que Harper e Shane
decidiram fazer quando chegou a hora de comemorar o
casamento deles?

Três dias na Universal Studios.

Três. Malditos. Dias.

Eu estava cansada de ver Shrek e sua turma. Ontem à


noite, enquanto visitávamos a Universal Studios com as
criaturas das Noites de Horror de Halloween andando pelas
ruas, eu até tinha vomitado em um zumbi de The Walking
Dead quando ele tentou me assustar.

Ok, então era algo que eu tinha pego, mas me fez sentir
um pouco melhor culpar o parque temático e os muitos
personagens que estavam lá com eles.

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— Olha, Layla! — A voz animada de Lucy chamava sua
irmã / mãe adotiva.

Layla sorriu para a criança de nove anos de idade,


apesar de, obviamente, estar muito desconfortável. — Você e o
papai podem ir, querida.

Jesse lhe lançou um olhar de preocupação, mas ela


acenou para ele enquanto Lucy o puxava para o passeio. — Eu
estou bem, Jess. Leve-a.

— Baby, eu vou levar Mia neste. — Nik me chamando.

Engoli minha náusea e assenti. — Okay. Amo você. —


Olhei para Mia, oferecendo-lhe um sorriso. Quando meu bebê
de boca roxa sorriu de volta, eu assoprei um beijo para ela. —
Amo você, Mia.

— Eu te amo mais, mamãe.

Meu coração derreteu enquanto eu observava minhas


duas pessoas favoritas no planeta se afastarem. Era difícil
compreender que ambos eram meus... Logo que eles estavam
fora de vista, o meu sorriso desapareceu e eu inclinei minha
cabeça para baixo enquanto eu lutava contra outra onda de
náusea. O suor escorria na minha testa pelo meu lábio
superior. Graças aos deuses nós iriamos voltar para casa pela
manhã.

— Ok, é isso. — Olhei para Layla. Ela tinha uma mão


sobre um de seus quadris curvilíneos e um olhar teimoso em

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seu lindo rosto. — Você vai voltar para o hotel. Você mal
consegue manter a água.

Eu fiz uma careta, tentando colocar minha expressão de


jogo no rosto. Eu poderia lidar com um pouco de náuseas por
mais algumas horas. — Estou bem.

Harper se aproximou ao lado de Layla, e Lana veio


flanquear o outro lado. Eu suspirei mentalmente, sabendo que
minhas meninas estavam se agrupando em volta de mim. —
Você está pálida e derramando suor. — Lana me disse. — Não
está tão quente aqui, Em.

Meus olhos foram para Layla, que estava corada do


calor. — Layla vai discordar.

— Layla está grávida de sete meses de gêmeos gigantes.


— Harper argumentou. — Ela estaria quente até mesmo no
Polo Norte. Você está doente, Em. Aquele vírus que estava se
alastrando na pré-escola de Mia está acabando com você.

— Eu vou ficar bem. — Olhei para trás das cabeças das


minhas meninas para dois dos meus caras que estavam atrás
delas. Drake e Shane usavam expressões similares de
preocupação misturadas com determinação. — Diga a eles que
eu vou ficar bem.

— A última vez que vi você tão doente, você foi parar no


hospital. — Os olhos de Drake pareciam assombrados quando
ele se lembrou daquela noite assustadora quando Axton Cage
teve que me levar ao hospital depois de eu ter desmaiado.

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— Ouça-os, Em. — Shane insistiu. Quando eu
permaneci em silêncio, teimosamente querendo manter minha
palavra, ele jogou pesado. — O casamento é em dois dias. Você
não quer perdê-lo se piorar.

Mordi o lábio. Eu não podia perder o casamento de


Shane. O único dia que eu pensei que nunca aconteceria
estava a 48 horas de distância. Eu nunca me perdoaria se eu
não fosse capaz de cuidar de todas as coisas de última hora
que eu sabia que iriam precisar da minha atenção se eu ainda
estiver doente — ou pior. Meus ombros caíram quando eu cedi.
— Tudo bem...

— Vamos. Eu vou voltar com você. — Layla ofereceu,


tomando outro gole de sua bebida fresca com seu canudo. —
Meus pés estão latejando.

— Eu quero dizer a Nik que estou indo. — Eu queria ver


o rosto de Mia quando ela descesse do passeio. Ela sempre
ficava animada em me ver quando ela saia de um das voltas
nos brinquedos.

Harper e Lana gentilmente me empurraram em direção


à saída do parque. — Nós podemos cuidar de Nik. E de Mia.

Harper levantou a câmera, algo que parecia ser um outro


apêndice dela. — Eu até mesmo vou tirar uma centena de fotos
para você. Você não vai perder nada.

Enquanto eu apoiei meus pés em cima da mesa de café


mais próxima, deixei escapar um suspiro de alívio e inclinei a

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cabeça para trás contra o encosto do sofá. Assim que eu fechei
os olhos, ouvi Emmie vomitando no banheiro do corredor. A
pobre Em tinha pego esse vírus horrível que estava se
alastrando pela escola de Mia. Tanto Mia e Nik tinham tido
apenas uma semana antes, mas tinha levado mais tempo para
Em. O vírus provavelmente tinha tido muito medo de infectar
aquela cabeça quente e esperou até que ela virasse as costas
antes de invadir e conquistar.

— Ela ainda está vomitando?

Eu abri meus olhos para encontrar Natalie, a irmã de


Shane e Drake, saindo de um dos quartos para o
corredor. Quando eu tinha encontrado pela primeira vez está
menina — a quem eu considerava como uma grande cunhada,
como Emmie e Harper — Eu sabia que ela iria tornar a vida
mais interessante. Ela parecia tanto com Drake e Shane, que
eram a versão de machos bonitos, e Natalie era Linda De
Morrer. Sério, ninguém tinha o direito de parecer tão bonita.

Natalie havia se tornado assistente de Emmie a mais de


um ano atrás. Desde que Emmie tinha assumido como gerente
dos Demon’s Wings, Natalie havia se tornado uma dádiva de
Deus, especialmente com Drake na Costa Leste para
o America’s Rocker por pelo menos três meses do ano. Eu
esperava que Emmie fosse contratar pelo menos mais um
assistente para tirar mais um pouco do estresse de seus
ombros, mas Em sendo Em, eu sabia que ela ia fazer tudo
sozinha quer ela contratasse outra pessoa ou não.

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— Yeah. Nós tivemos que fazê-la voltar e descansar. —
disse ela.

— Eu espero que ela não vá sair com a gente hoje à


noite. Aquele zumbi quase enlouqueceu quando ela jogou seus
biscoitos nele na noite passada. — Um sorriso brincou
nos lábios de Natalie quando ela caiu ao meu lado, colocando
seus pés debaixo dela enquanto ela se virava para mim. — Eu
pensei que Jesse iria estourar um intestino de tanto rir.

— Eu gostaria de ter estado lá. — Lana e eu não


tínhamos sido capazes de ir com eles nas duas últimas
noites. As noites de terror de Halloween da Universal Studios
não era exatamente lugar para uma mulher grávida. Lana ficou
chateada quando descobriu que ela e Drake não iriam se
juntar a todos os outros nas noites de susto de diversão. Ela
adorava filmes de terror.

— Você não perdeu muito. — Natalie me garantiu,


empurrando seu cabelo escuro para trás de seu rosto. — Axton
bebeu demais e, claro, Linc estava procurando por aí. Queria
que Dallas tivesse sido capaz de chegar mais cedo. Sinto falta
daquela cadela.

Um sorriso dividiu meu rosto só de pensar em Dallas


Bradshaw. Aquela garota era um inferno sobre rodas que eu
tinha recebido em nossa família estranha de braços abertos
quando Lana estava morando com ela e Harper em Nova
York. Era para Dallas se juntar a nós hoje e sair com os caras
à noite, mas tínhamos perdido ela ao longo dos últimos dois

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dias. A garota tinha estado muito ocupada ao longo dos
últimos dois anos com a escola de enfermagem e raramente
tinha sido vista durante esse tempo. Mas agora ela estava
formada e era capaz de respirar novamente após o estresse da
prestigiada escola de enfermagem ficar atrás dela.

Natalie e Linc tinham voado alguns dias antes para que


eles pudessem se divertir com a gente na Universal Studios,
deixando sua companheira de quarto para chegar hoje, já que
ela estava trabalhando no plantão médico mais movimentado
de toda a Nova York até o fim do ano. — Eu tenho certeza que
a diversão só vai começar depois que Dallas chegar aqui. —
disse Natalie com uma piscadela.

— Você sabe disso. — Quando os sons de vomito de


Emmie se tornaram suspiros, Natalie levantou para ir ver como
ela estava. — Em, isto não é bom.

— Estou bem. — ela chamou fracamente através


da porta. — Só me dê alguns limões. Isso sempre ajuda.

Sim, esses limões ajudavam. Eles tinham me ajudado a


atravessar o pior dos meus enjoos matinais. Algumas manhãs
eu não tinha conseguido nem mesmo sair da cama até que eu
chupasse um limão...

Engoli em seco e levantei com um pouco de


dificuldade. Oh. Merda. — Em! — Exclamei.

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Algo em minha voz deve ter assustado Emmie porque ela
correu para fora do banheiro, e eu corri em direção a ela. — O
que foi? — ela exigiu. — Você está com dor?

Eu balancei a cabeça, batendo no meu estômago cada


vez maior enquanto eu continuava em direção a ela. — Estou
bem. Não, é você que eu... — Eu parei e mordi meu lábio, me
perguntando se eu estava enlouquecendo e fazendo
tempestade no nada. Talvez fosse realmente apenas o vírus que
Nik e Mia tiveram.

— O quê? — Emmie exigiu, parecendo pálida. As mãos


dela tremiam e eu sabia que ela estava desidratada.

Jesse tinha me contado tudo sobre o quão doente Emmie


tinha estado quando ela estava grávida de Mia. Eles haviam se
assustado porque Em não ficava doente facilmente. — Você
poderia estar grávida, Em?

Grandes olhos verdes aumentaram ainda mais nesse


rosto belo e pálido dela. — O quê? — Ela balançou a cabeça e
fez uma careta. — Não. Não... Eu quero dizer... — ela parou,
parecendo atordoada e ainda mais pálida.

Natalie já estava indo em direção a seu quarto. — É


sempre uma possibilidade. Quero dizer, olhe para como ela é
como casada. Pela forma como os dois estão sempre em cima
do outro, isso não me surpreenderia. Eu vou para a loja e vejo
se eles têm um teste de gravidez.

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Quinze minutos depois, Emmie estava sentada no sofá
entre mim e Natalie enquanto nós esperávamos pelos
resultados dos três paus no xixi em frente de nós. Tivemos que
esperar três minutos e a espera estava fazendo Emmie tremer.
— Estou apenas começando a me aproximar de Mia. —
ela sussurrou. — E eu estou tão ocupada. Tão malditamente
ocupada. Como vou lidar com outro bebê e Mia em cima de
todas as coisas que eu planejei para os caras? E Axton? Nós
acabamos de assinar um contrato com a OtherWorld.

Natalie me lançou um olhar sobre a cabeça castanha de


Emmie. Esta não era a Emmie que nós conhecíamos e
amávamos; esta era a Emmie perto de um colapso emocional
de quem eu me lembrava de seus dias pós-parto. Gravidez
fodia com os hormônios de Em até o ponto em que num minuto
ela estava bem e no outro ela estava uma bagunça emocional
e no outro ela estava prestes a rasgar a garganta de alguém
com as próprias mãos. Eu sabia o que aquelas três varas de
xixi iam dizer antes mesmo do cronômetro no meu iPhone
começar a apitar.

— Eu não posso olhar. — Emmie murmurou e correu de


volta para o banheiro.

Natalie pegou uma das provas digitais enquanto eu fazia


o mesmo com a outra. Piscando para mim estava a palavra que
eu sabia que ia levar Emmie a um colapso.

Grávida.

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Capítulo 2
Lana
Drake estava rindo.

Eu não acho que haja um som que pudesse trazer um


sorriso aos meus lábios mais rápido do que o som de sua
risada sexy. Virei a cabeça, só meio ouvindo Harper enquanto
ela me contava sobre o bolo que ela tinha escolhido para o
casamento em dois dias. Meu coração vacilou por um
momento, enquanto eu o olhava. Deuses, será que algum
dia eu não me sentiria assim só de olhar para ele? Porra, eu
esperava que não.

Ele estava de pé na fila com Mia nos braços enquanto


esperavam pela sua vez de pedir pipoca e bebidas. Seu cabelo
era quase tão longo como o de Mia era agora, e eu tive que
admitir que eu amava cada centímetro sexy de seu cabelo
escuro. Passava horas por dia penteando meus dedos por
aquele cabelo enquanto ele estava deitado com a cabeça na
minha barriga cada vez maior e cantava “Sleeping Angel” para
o nosso anjinho no meu estômago.

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Mia disse algo e a cabeça de Drake foi jogada para trás
enquanto ele ria de novo. Eu adorava vê-lo com ela. Ele era tão
loucamente apaixonado por nossa pequena sobrinha e eu
sabia com tudo em mim que ele ia ser um grande pai. Só de
pensar nele segurando a nossa menina quando ela finalmente
se juntasse a nós era o suficiente para fazer meus olhos
arderem com lágrimas de felicidade.

Como se sentindo meus olhos nele, Drake virou a cabeça


e encontrou meu olhar. Eu vi aqueles olhos azul-acinzentados
escurecerem com a necessidade e preocupação quando viu
minhas lágrimas. Eu murmurei. — Eu te amo. — e a tensão
parecia deixar meus ombros antes totalmente tensos.

— Merda, Lana. — Harper murmurou ao meu lado. —


Vocês esquentam o lugar a cada vez que ele olha para você.

Eu não pude deixar de sorrir quando eu olhei de volta


para ela. — Diz a mulher que deixou o gostosão convencê-la a
dar uma rapidinha no banheiro da família há menos de duas
horas atrás.

Não me surpreende que após dois anos namorando com


o mais viciado em sexo selvagem do mundo do rock, Harper
ainda podia corar tão lindamente. Eu tinha certeza de que
Shane a adorava por uma razão completamente diferente. Meu
cunhado era louco pela minha melhor amiga e tinha
endireitado sua merda logo que percebeu que Harper era o seu
felizes para sempre.

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— Você não teria dito não, se tivesse sido Drake fazendo
a tentação.

Eu ri. — Não... Sem hesitar.

— Damas. — Nik repreendeu quando ele se virou de


observar Jesse e Lucy descerem pelo tubo de água pela terceira
vez na última hora. Graças aos deuses nós ganhamos Passe
Preferencial como um privilégio por ficar em um hotel
local. Pela forma como a minha irmã continuava encontrando
atrações das quais gostava, ela teria ficado
permanentemente na fila por horas para ir neles quantas vezes
ela tinha ido, se não tivéssemos o passe. — Eu amo as duas,
mas eu não preciso da minha cabeça cheia com vocês duas
fazendo sexo com esses idiotas.

Eu o abracei. Quando eu conheci Nik, eu nunca teria


pensado que eu viria a me preocupar com ele, tanto quanto eu
me preocupava. Ele era meu cunhado tanto quanto Shane e
Jesse eram. — Assim como nós não precisávamos ouvir Emmie
a noite toda ontem, garanhão. — Eu sorri para ele. — E com
ela doente como ela está. Uau. Vocês têm uma grande
resistência.

Eu não estava certa, mas eu achei que ele estivesse


corando. Isso me fez rachar e eu estava limpando minhas
lágrimas quando ele olhou para qualquer lugar, menos para
mim e Harper. Nik Armstrong, corando? Não ficava muito mais
engraçado do que isso. Ele tinha sido — e ainda é — um dos
mais cobiçados roqueiros do mundo. Eu sabia como um fato

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que ele tinha sido quase tão selvagem quanto Shane quando
se tratava de todas aquelas vadias fanáticas. Mas agora ele
estava profundamente com Emmie e eu sabia que ele cortaria
o seu próprio pau para fazê-la feliz.

— O que é tão engraçado? — Shane exigiu quando ele


veio atrás de nós com uma perna de peru em cada mão. —
Baby, você tem certeza que não quer nada para comer? — ele
perguntou para Harper quando ele me entregou uma das
pernas de peru.

— Estou bem. — Ela torceu o nariz com o cheiro da


perna de peru, mas minha boca já estava salivando antes que
eu pudesse dar uma mordida. Malditos desejos de gravidez.

— Então, o que estava rolando aqui? — Shane


perguntou quando ele passou o braço em volta da cintura
agora livre de Harper.

Eu apontei minha perna de peru para Nik. — Nós


estávamos criticando Nik pela resistência dele a noite
passada. E ele está, na verdade, corando.

— Lana! — Shane tapou os ouvidos. — Eu não preciso


de fotos dele e Em me assombrando. Isso é tão fodido!

Eu ri novamente, mas não disse nada porque minha


boca estava muito cheio de carne deliciosamente assada. Nik
resmungou algo baixinho e puxou o telefone do bolso. — Eu
realmente odeio vocês cadelas às vezes.

— Eu também te amo. — eu assegurei a ele.

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Na hora em que Jesse e Lucy finalmente saíram do tubo
de água, eu tinha desistido de provocar Nik. Lucy estava
começando a perder um pouco de sua energia e Jesse estava
carregando-a na hora em que decidiu voltar para o
hotel. Fiquei contente de voltar para o hotel e para a cobertura
que tinha sido chamada de casa pelas duas últimas noites.

No elevador eu me aconcheguei em Drake. Seus braços


vieram em torno de mim imediatamente e minha calcinha ficou
úmida quando uma grande mão deslizou pelas minhas costas
e apertou minha bunda. Fiz um pequeno som de ronronar que
eu sequer sabia que eu poderia fazer e senti seu pau endurecer
contra o meu grande estômago. Com Lucy e Mia dormindo nos
braços de seus pais, eu não pensei duas vezes antes de beijá-
lo.

Levantando nas pontas dos meus dedos, eu lambi seu


lábio inferior. — Eu te amo. — eu sussurrei contra o seu
pescoço. — Eu te amo.

Jesse fez um barulho de rosnado e eu atirei-lhe um olhar


divertido. — Você não me vê fazendo ruídos grosseiros quando
você vira um macaco sobre a minha irmã, não é?

— Eu ainda não vejo o que você vê nesse imbecil. — Mas


seus olhos em constante mudança estavam acesos com
diversão e eu sabia que toda aquela raiva antiga contra Drake
foi embora. — Mas eu acho que você está presa com ele.

A mão de Drake apertou a minha bunda. — E eu


agradeço todos os dias a todos os deuses por isso.

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Assim que o elevador se abriu no andar de cima, eu
estava pronta para levar Drake até nosso quarto e fazer coisas
ruins com ele, mas parecia que o universo tinha outros planos
para nós.

Assim que abri a porta para a primeira cobertura parecia


que tinha sido uma zona de guerra. A primeira coisa que
notei era a bagagem perto da porta. Em seguida, o sotaque
country encheu meus ouvidos e meu coração torceu porque eu
tinha sentido falta de Dallas como um louca. Eu não tinha
chegado a vê-la muito nesses últimos meses, porque ela tinha
estado tão ocupada com seu último semestre de sua escola de
enfermagem.

A voz rosnada de Axton Cage me cumprimentou e deixei


escapar um suspiro triste. Eu tinha minhas suspeitas sobre o
porquê de Dallas ter terminado com o deus do rock, mas ela
nunca havia admitido nada para mim. Eu suspeitava que
Harper sabia, mas nós duas éramos leias demais para falar
sobre isso sem primeiro falar com Dallas.

Harper pegou minha mão e me puxou através da


cobertura, ansiosa para parar a briga e ver a nossa
amiga. Quando a vi pela primeira vez no que tinha que ser
meses minha boca caiu aberta. Só não era justo que ela fosse
tão bonita. Mesmo tatuada e perfurada como ela era, a menina
era sexy pra caralho e se eu um dia decidisse ir por esse
caminho, eu com certeza iria bater naquilo.

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— Dallas! — Harper exclamou quando viu a mulher que
tinha sido sua rocha enquanto crescia. — Porra, eu senti sua
falta! — Ela jogou os braços ao redor da loira, e fechou os
braços em torno da cintura de Harper, segurando firme.

Eu observei Axton quando ele manteve o olhar treinado


em Dallas. Ele não tinha sido o mesmo desde que Dallas
tinha terminado com ele. Talvez fosse porque eu tinha
começado a conhecê-lo muito melhor ao longo dos últimos
anos, mas eu tinha visto que seus olhos tinham perdido um
pouco de sua luz. Eu tinha notado que, quando ele achava que
o mundo não estava assistindo, ele quase parecia deprimido às
vezes.

Claro que ele estava agindo como se ele nem se


lembrasse no nome de Dallas. Eu já o tinha sair do estúdio
com groupie após groupie quando a gravação de America’s
Rocker terminava. Mas eu podia ver que ele simplesmente não
estava feliz. Eu sentia pena dele, na verdade.

Agora com Dallas na mesma sala com ele, apesar de ela


estar atirando palavras nele que eu tinha certeza de que eu
precisaria de um dicionário de gírias para entender, eu vi mais
vida em seus olhos do que eu tinha visto no que parecia ser
para sempre. Eu não sabia se era uma coisa boa ou não, mas
eu estava esperando que Axton colocasse a cabeça para fora
de sua bunda logo e vá conseguir aquela menina de volta.

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Harper
— Vadia, eu senti sua falta!

Eu ri e abracei Dallas mais forte. — Eu também senti


sua falta.

— Dallas!

Nos viramos para ver Linc entrando na cobertura, vestindo


nada mais do que um par de shorts de basquete. Ele nos puxou
para seus braços, nos balançando como se não pesássemos
nada. Para ele, nós provavelmente não pesávamos. Me agarrei
ao ombro dele com um braço enquanto eu envolvi o outro em
volta dos ombros de Dallas.

Meus olhos se fecharam, saboreando este momento. Era


tão bom tê-los ali me abraçando naquele momento. Por muito
tempo, estes dois foram a minha única família além do meu
padrasto. Dallas, e, posteriormente, Linc, haviam sido meu
chão. Não havia nada que eu não faria por qualquer um deles.

— Cara, eu estou ficando seriamente com ciúmes por aqui.


— Eu ouvi Shane rir de algum lugar atrás de mim.

Linc nos soltou e se virou para o meu noivo. — Ah, mano


desculpa. Vou abraçar você também. — Ele piscou e todo
mundo começou a rir.

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— Gostaria de ver isso. — disse Dallas e olhou de um cara
sexy para o outro, olhando Linc e Shane da cabeça aos pés. —
Sim, eu pagaria um bom dinheiro para assistir isso.

— Bem, eu não pagaria. — disse Natalie enquanto vinha


para a sala saindo do corredor em direção aos quartos. — Isso
é nojento. Ele é meu irmão.

Shane envolveu as mãos em volta da minha cintura e eu


me derreti contra ele. Ainda era difícil acreditar que ele seria
meu marido em dois dias. Eu senti como se uma vida inteira
havia se passado desde que ele tinha me beijado e fugido. Nós
tínhamos alcançado tanto nesses últimos dois anos, mas meu
amor por ele só parecia crescer a cada dia que passava.

— Ok, eu preciso de um banho e muita água. Preciso de


hidratação depois daquele voo longo. — Dallas pegou sua bolsa
de cosméticos e levantou as alças de sua enorme mala com
rodas. — Onde eu vou dormir? E se você disser com o idiota
lá, vou jogar alguém para fora da janela.

— É uma cama king size, gostosura. — Axton disse e piscou


para ela, agindo com seu nível de vaidade usual. — E você não
ocupa muito espaço.

Natalie se adiantou antes que Dallas pudesse jogar as


malas e começar a socá-lo – se isso for o que ela acabar
fazendo. Conhecendo Dallas, era difícil dizer o que ela poderia
fazer com ele. Uma joelhada nas bolas. Um soco no rosto.
Talvez até mesmo chupar o rosto dele. Ela estava sempre me

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surpreendendo. — Meu quarto tem duas camas. Se você quiser
ficar lá, seria legal.

— Ou no meu. — Linc assegurou. — Eu não me importo de


compartilhar.

Dallas concordou. — Eu vou com Nat. Ela não ronca.

— Nós estávamos pensando em encomendar o serviço de


quarto para o jantar. — Lana disse a ela. — Então não tenha
pressa. Vou pedir para você um bife. Ou você prefere pizza?

— Ambos. Eu estou morrendo de fome. — Ela deu a Lana


um beijinho na bochecha e seguiu Nat pelo corredor. — E um
chá. Extra doce.

— Extra doce. — disseram três pessoas ao mesmo tempo


junto com ela. Eu não estava surpresa que uma delas era
Axton. Natalie e Linc lançaram lhe um sorriso e Dallas se virou
para mostrar o dedo, antes de desaparecer pelo corredor.

Nik desapareceu no mesmo corredor e poucos minutos


depois Layla se juntou a nós. Depois de pedir o que parecia ser
o suficiente para alimentar um pequeno país, nós nos
sentamos e assistimos televisão enquanto esperávamos. Com
Lucy ainda dormindo profundamente em seu quarto e Mia
deitada também, todos estavam quietos. Eu sentei no colo de
Shane, que estava sentado ao lado de Drake, que tinha uma
Lana meio sonolenta caída sobre ele, e Layla, que estava
recebendo uma massagem nos pés de um roqueiro sentado no
chão em frente a ela. Se não fosse uma cena tão bonita, eu

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poderia ter rido com a visão de roqueiro durão fazendo algo tão
doce para sua mulher muito grávida.

Linc, Natalie, e Axton estavam em outro sofá e eu deixei


meus olhos se dirigirem para o deus do rock. Por causa da
minha lealdade para com Dallas, eu não tinha me permitido
chegar muito perto dele após a separação. Claro, porque Axton
era um amigo próximo de Shane e Drake, nós todos saímos
muito juntos. Mas eu simplesmente não me preocupei em
conhecê-lo melhor. Na minha opinião, ele era um idiota depois
de ter magoado Dallas porque ainda estava apaixonado por
Gabriella Moreitti. E ele ainda via a cadela de vez em quando,
pelo que eu tinha ouvido falar no trabalho. Apenas algumas
semanas atrás, um dos meus fotógrafos tinha conseguido uma
foto dele saindo de um hotel com ela e seus companheiros de
banda.

Shane puxou uma mecha do meu cabelo, forçando a minha


atenção de volta para ele. Ele me deu aquele sorriso sexy como
o inferno que eu amo tanto e eu não tentei resistir à tentação
de beijá-lo. — Se eu não estivesse com tanta fome, eu te
implorava para me levar para a cama. — eu sussurrei em seu
ouvido, fazendo meu homem praticamente tremer quando eu
deixava meus dentes roçarem sobre seu lóbulo. — Mas eu
estou morrendo de fome e depois dessa alucinante sessão de
passeio no parque, eu preciso de alimento antes de eu ser
capaz de ir de novo.

29
— Onde está esse maldito garçom? — Shane perguntou
para ninguém em particular, e eu ri quando eu me
aconcheguei mais perto dele. — Eu estou pronto para comer.

— Acalme-se, irmão. — Drake disse a ele. — Eles disseram


45 minutos e só se passaram vinte.

A comida chegou dez minutos depois, e eu assinei o recibo


garantindo que o garçom ganhasse uma gorjeta generosa por
ser tão rápido. Eu queria, precisava de um tempo a sós com
Shane antes de sairmos à noite. Esta era a nossa última noite
nas Noites de Terror do Halloween e eu queria agradecê-lo por
ser tão forte enquanto andávamos por todas as casas, algo que
eu sempre quis fazer. Algumas das casas tinham tido muito
sangue nelas, e Shane e sangue... Bem, não se misturam bem.

Havia sido Shane a sugerir isto como nossa despedida de


solteiro / solteira, sabendo que o Halloween era,
possivelmente, a minha época favorita do ano. Eu tinha uma
queda por filmes de terror, e começar a percorrer as casas com
alguns dos meus personagens de terror favoritos era pouco
menos do que um paraíso para mim. Ele estava sempre
pensando em mim, sempre me dando o que eu queria antes
mesmo de eu perceber que eu queria.

Por que me levou tanto tempo para perceber que este


homem me ama incondicionalmente?

Sentindo-me um pouco triste e sim, talvez um pouco com


raiva de mim mesma por tudo o que eu tinha o feito passar,
peguei a minha comida, perdendo a fome.

30
Dedos fortes seguraram meu queixo suavemente,
levantando minha cabeça para encontrar aquele olhar azul-
cinza que nunca falhava em me derreter por dentro e por fora.
Shane não disse uma palavra, apenas levantou a sobrancelha.
Engoli em seco, me sentindo estúpida e emocional e apenas
querendo que ele fizesse amor comigo. Mordi o lábio, e ele
rosnou. — Eu te amo, linda.

— Cama. — eu sussurrei.

Foi tudo que precisou. Essa única palavra e ele estava de


pé e eu estava sendo arremessada por cima do ombro dele em
um movimento gracioso. — Até mais. — ele chamou por cima
do ombro em seu caminho para a porta para que pudéssemos
voltar para nossa segunda cobertura.

— Harp. — eu levantei minha cabeça para encontrar Dallas


voltando para a sala de estar. Ela estava de banho tomado e
vestida para fazer Axton sofrer. Não poderia haver outra
desculpa para o que ela usava. Um par de shorts jeans
cortados que não poderiam ser descrito com nada além de
Daisy Dukes1. Um top amarrado em volta de seu pescoço e
costas revelava o fato de que ela não estava usando sutiã. Não
que ela precisasse de um. A menina tinha o busto perfeito e eu
meio que a odiava por isso. Suas tatuagens eram abundantes
e apenas reforçavam suas longas pernas. Seus piercings só
chamavam a atenção da pessoa para seu belo rosto. — Você
está me deixando? Acabei de chegar, sua cadela.

1
Shorts muito, muito curtos.
31
Eu sorri. — Eu voltarei.

— Talvez. — Shane murmurou, batendo uma mão grande


na minha bunda, fazendo com que o meu sexo se apertasse
com a necessidade. — Depende.

Dallas
Assim que a porta se fechou atrás de Harper, eu me deixei
cair no sofá ao lado de Lana, que ainda estava enrolada
no colo de Drake. Revirei os olhos para ela. — Você está
grávida, mulher. Não impotente. Drake, cara, deixe-a se
alimentar, pelo menos.

Isso só me rendeu uma risadinha de minha amiga e uma


carranca de seu marido, quando ele levou outro pedaço do que
parecia ser berinjela com parmesão aos lábios dela. Revirei os
olhos novamente, pensando que eu faria muito isso ao longo
dos próximos dias. Linc, sentado no chão em frente à mesa do
café, deslizou um prato coberto e uma caixa de pizza na minha
direção e eu agarrei-a, sentindo o cheiro da torrada texana,
purê de batatas, e um bife com alho e o molho de pizza antes
mesmo de levantar as tampas.

— Molho de carne? — Eu perguntei para a sala em geral


em volta de um bocado de pizza. Eu tinha que ter isso ou toda
a refeição estaria arruinada. Não para o bife, mas para a minha
torrada.

32
— Aqui, querida.

Meus olhos se levantaram do meu prato para Axton, que


estava segurando o molho de carne e oferecendo-o a mim. A
cadela em mim queria dizer ‘vá se foder’, eu não precisava
tanto assim do molho. Eu não queria ter nem mesmo que tocar
na garrafa depois que ele a pegou. Mas a pessoa com fome e
exausta já estava pegando a garrada dele e chuviscando sobre
minha torrada, tentando evitar tocar o lugar onde sua mão
tinha tocado. Eu não queria agradecer, ou olhar em sua
direção novamente.

Incapaz de cortar o bife e manter o prato estável ao mesmo


tempo, eu peguei o bife todo e dei uma mordida de tamanho
decente no bife médio perfeitamente preparado. A carne era
suculenta e um pouco escorria pelo meu queixo. Eu sorri antes
de limpá-lo. Se a minha mãe pudesse me ver agora! Droga, ela
teria um enfarte me olhando comer com os dedos.

— Rápido, alguém tira uma foto minha! — Eu puxei meu


celular do meu bolso. Natalie pegou quando eu o joguei para
ela e levantei o bife, rasgando-o como um bárbaro. Rindo,
Natalie começou a fuçar na tela de toque, já sabendo o que eu
tinha planejado para a imagem.

— Você não acha que deve parar de irritar sua mãe tanto
assim? — Natalie disse quando ela estava batendo enviar na
mensagem que ela acabou de digitar. — Estou farta dela
ligando para o apartamento só para reclamar.

33
Eu não conhecia Natalie a tanto tempo quanto conhecia
as outras pessoas na sala, de modo que ela não sabia sequer
um terço do que minha mãe havia me feito passar enquanto
eu crescia. Claro, ela sabia de algumas coisas maiores – me
obrigar a modelar quando morávamos no Texas, seguido de
assinar a minha vida a algum agente de modelos quando eu
tinha sido “descoberta”, mas quase nada mais além
disso. Então eu me abstive de pular em sua garganta. Em vez
disso eu apenas dei de ombros e continuei comendo o meu bife,
mergulhando nas batatas de tempos em tempos.

— Dallas nunca poderia irritar sua mãe o suficiente. —


disse Linc para Natalie. — A próxima vez que ela começar a
irritar você, lhe diga o quão feliz Dallas está. Isso realmente vai
irritá-la.

Sim, isso provavelmente foi a declaração mais verdadeira


já feita sobre a minha mãe. Ela odiava o quão feliz eu estava,
vivendo minha vida do jeito que eu queria em vez de como ela
tinha me imaginado vivendo. Seus planos tinham sido que eu
mantivesse a modelagem — mesmo sabendo que eu
odiava. Talvez começar uma carreira de atriz — embora eu não
conseguisse atuar nem para salvar a minha vida. Casar com
algum cara de Hollywood que tivesse nome grande e carteira
ainda maior. Todas as coisas que ela desejava que ela pudesse
ter feito se tivesse sido bonita o suficiente.

Em vez disso eu tinha destruído meu corpo - suas


palavras, não minhas - com as minhas tatuagens e piercings. E
então eu tinha trabalhado pra caramba para entrar em uma

34
das melhores escolas de enfermagem na América. Uma escola
que havia exigido cada momento livre que eu possivelmente
poderia ter tido nos últimos dois anos. Sério, Linc teve que
lavar minha roupa, porque eu não tinha tempo para
nada! Após me graduar no topo da minha classe, e sofrendo
com a formação clínica em um dos hospitais mais
movimentados de Nova York, agora eu tinha a minha licença e
era uma enfermeira — algo que eu tinha sonhado desde que
eu era uma garotinha.

Você teria pensado que uma mãe ficaria orgulhosa de sua


filha trabalhar duro em uma carreira respeitada. Não a minha
mãe. Ela odiava a ideia de que eu ficasse perto de pessoas
doentes durante o dia inteiro, todos os dias. Nem mesmo o
pensamento de que eu possivelmente encontrasse um médico
para me casar a tinha agradado. Os médicos faziam bastante
dinheiro, com certeza. Mas, de novo, assim como meu pai - que
era um barão de gado no Texas – dizia, dinheiro não era com o
que minha mãe se preocupava - não mais.

Era a fama. A popularidade. Minha mãe queria ser famosa


por associação.

Eu poderia ter dado isso a ela, estando com Axton. Só que


Ax não era o tipo certo de famoso para ela. Ele só era conhecido
como o deus do rock da OtherWorld. Ela não acha que ele seria
capaz de manter a fama quando ele fosse mais velho, e isso
não serviria para minha querida mãe.

35
Quando o meu bife tinha ido embora eu lambi os meus
dedos e peguei o copo de chá doce. Depois de um pequeno gole,
percebi que ninguém sabia como pedir isso direito, ou talvez
apenas os californianos não soubessem como fazer um bom
chá. — Esta merda é horrível. — Eu a coloquei na mesa e
peguei a Coca Diet de Linc.

Com o estômago cheio, me sentei para trás e fiz o


inventário da sala. As duas crianças estavam desaparecidas e
também estavam Emmie e Nik. — Onde está a ruiva? — Eu
amava aquela cadela!

Layla suspirou. — Ela não se sente bem...

— É uma virose. — Lana me disse, limpando a boca com


um guardanapo. — Eu não acho que ela vai sair com vocês
esta noite.

— Bem, que inferno. — Eu estava ansiosa para passar o


tempo com Emmie quase tanto quanto eu estava para passar
o tempo com Harper. — Devo ver como ela está? Se ela está
doente, talvez eu possa ajudar?

Natalie e Layla trocaram um olhar que eu não deixei


passar antes de Natalie balançar a cabeça. Alguma coisa
estava acontecendo. — Não, eu acho que ela está bem por
agora. Talvez se ela ainda não estiver melhor na parte da
manhã, você possa falar com ela.

36
Todo mundo estava terminando sua refeição quando Nik
apareceu, parecendo estressado. — Alguém quer me dizer por
que ela esteve chorando? Ela não quer falar comigo.

Layla e Natalie compartilharam outro olhar, em seguida


balançaram a cabeça depois de chegar a algum tipo de
acordo silencioso. — Não... Não faço ideia. — Layla disse a ele,
oferecendo um pequeno sorriso convincente. — Ela apenas
está esgotada, Nik. Entre Mia estar doente na semana passada,
o casamento, esta viagem e aumentar a carga de trabalho estão
estressando-a. Natalie vai ajudá-la, mas Emmie precisa de pelo
menos mais uma assistente. Pelo menos mais uma. Faça
acontecer.

Nik fez uma careta. — Como vou fazer isso? Ela é tão
teimosa...

Natalie deu de ombros. — Eu sei que ela precisa de um


assistente. Eu poderia encontrar alguns. Deixe-a a eliminar os
que ela não acha que irão se adequar a ela. Mas eu vou precisar
do seu aval antes que eu possa fazer isso. Ou ela vai bater na
minha bunda com um estilingue apontado para Nova York
antes de eu fazer um telefonema.

Eu vi como Nik compartilhou um olhar com Jesse. Eles


pareciam ter a sua própria conversa privada com aquele
olhar. Jesse seria o patriarca da família se houvesse um. A
figura do pai que todos pareciam precisar, Emmie,
especialmente. Depois de um momento, Nik finalmente
concordou. — Tome conta disso, Nat. O mais rápido possível.

37
Capítulo 3
Nik
Emmie não estava falando comigo. Em vez disso, ela
estava cochilando, e acordando para chorar apenas para voltar
a dormir quase que imediatamente.

Após três horas disso, eu estava segurando a minha


sanidade mental pelas unhas e rapidamente perdendo meu
controle. Murmurando uma maldição sob a minha respiração
eu fui para o banheiro e comecei a encher a banheira. Se ela
não estava falando comigo – me dizer o que estava errado e
como eu poderia consertar - então eu teria que, pelo menos,
deixá-la confortável.

Layla e Natalie estavam certas. Emmie tinha trabalhado


até a exaustão. Eu estava com raiva de mim mesmo por não
ver isso até agora. Por ignorar os sinais e deixa-la continuar
assim por tanto tempo. Era para eu estar cuidando de minha
esposa e eu tinha apenas deixado-a ficar doente. Claro, Emmie
tinha trabalhado tão duro desde que ela tinha feito quinze
anos, e eu estava tão acostumado com sua teimosia e sem

38
querer entrar em seu caminho e encontrar seu lado ruim. Mas
essa merda era ridícula e começando neste minuto eu iria
corrigi-la.

Logo que a água estava na temperatura certa, enchi-a com


lavanda e mel para um banho de espuma perfumado que o
hotel ofertava e deixei a água e as bolhas subirem. Então eu
voltei para o nosso quarto e levantei minha esposa
semiadormecida. Havia lágrimas secas em suas bochechas, e
linhas em seu rosto das trilhas que elas haviam viajado. Eu
pressionei meus lábios em sua têmpora e a despi com cuidado.

Meu corpo reagiu instantaneamente à visão de uma


Emmie nua encostada em mim fracamente. Eu não podia
resistir a deixar minhas mãos acariciarem seus seios fartos e
sua bunda perfeita antes de levanta-la e colocá-la na
banheira. Ela não disse uma palavra quando eu caí de joelhos
ao lado dela e comecei a lavá-la com a esponja.

— Eu te amo, Em. — eu sussurrei, pressionando um beijo


no topo de sua cabeça. — Tudo o que está incomodando você,
podemos trabalhar nisso. Ok? Nós podemos governar o
mundo, enquanto nós trabalharmos juntos, baby.

Seu queixo tremia e outra lágrima caiu de seus olhos, que


nunca deixavam de me fascinar. — Estou com medo, Nik. —
ela sussurrou.

Deixei cair a esponja e segurei seu rosto em minhas mãos


com sabão. — O que é, querida? Me diga o que está

39
acontecendo nessa sua bela cabeça. Aposto que posso ajudá-
la se você falar comigo.

Ela apertou sua bochecha na minha mão esquerda,


obviamente em busca de conforto. — Nós discutimos ter outro
bebê. Eu quero um, realmente eu quero... Mas eu pensei que
tivéssemos mais tempo...

Cada coisa dentro de mim se acalmou. Eu tinha certeza


de que o meu coração tinha parado na verdade. O ar no meu
peito parecia sair correndo e fiquei ofegante quando eu olhei
para baixo para aqueles grandes olhos verdes. — Você está me
dizendo que você está grávida, Em?

Outra lágrima caiu e ela balançou a cabeça. — Tenho


certeza de que sim, pelo menos.

— Porra. — O sorriso que se espalhou pelo meu rosto


foi involuntário. — Porra, isso é... Perfeito. — Eu a puxei para
fora da banheira e para o meu colo. Não se importando que ela
estivesse encharcada ou que ela tinha bolhas nela. Ela não se
importou que inundaria o banheiro na minha pressa para
colocá-la em meus braços. Nada importava. Exceto tê-la em
meus braços e beijar a respiração dela.

A sensação de seu tremor era o que me impediu de tê-la


ali mesmo. Eu levantei minha cabeça, meu coração batia tão
forte que meu peito estava tremendo. — O que está errado?

— Você está feliz com isso? Realmente feliz?

40
Eu levantei uma sobrancelha para ela. — Claro que eu
estou feliz com isso. Eu quero outro bebê. Outro clone que
parece e age exatamente como você correndo por aí tornaria
minha vida ainda mais completa do que já é, menina. — Mas
eu podia ver nos olhos dela que ela ainda estava lutando com
a notícia.

— A vida está tão louca agora, Nik. — ela murmurou,


mordendo o lábio de uma forma que me fez querer lamber o
puxão que estava causando isso. — Entre o Demon’s Wings e
a OtherWorld, além de cuidar de Mia... Como é que eu tenho
tempo para outro bebê?

— Aceitando ajuda quando você precisar. — Eu acariciava


minha mão sobre suas costas nuas. — Eu disse a Natalie para
encontrar alguns assistentes. — Seus olhos ficaram tão
grandes que quase saltaram para fora de sua linda cabeça e
eu não pude deixar de rir. — Ela vai contratar alguns e você
pode se livrar dos que não funcionarem, ok? E eu acho que nós
precisamos de uma babá...

— Não! De jeito nenhum. Eu sou a mãe de Mia. Eu tomo


conta dela. Não um estranho. — Ela tentou se afastar, mas eu
apertei meus braços em volta dela. — Nik, eu não posso ter
algum estranho levantando o nosso bebê.

— Bebês. — eu corrigi, deixando minha mão sobre seu


peito magro e baixo, descansando em seu abdômen onde o
nosso filho agora crescia dentro dela. Novas lágrimas
encheram seus olhos e eu suspirei. — Emmie, uma babá não

41
vai educar nossos filhos. Você e eu iremos fazer isso. A babá
só vai estar lá para ajudar quando você estiver ocupada. Ela
pode morar na casa de hóspedes, de maneira que teremos a
casa para nós à noite. E nós podemos arranjar alguém com um
diploma ou alguma merda assim. Como uma ex-professora ou
algo assim. Eu não sei, mas alguém que vá ser capaz de ajudar
as crianças com a escola e essa merda. Essa merda vai vir a
calhar quando eles envelhecerem e nós estivermos em turnê o
tempo todo. Mia e esse bebê ficarão para trás com todas as
viagens que vão fazer.

Ela descansou a cabeça no meu peito, mas não disse


nada. Eu estava certo de que ela iria vetar a necessidade de
uma babá e eu já estava trabalhando em um bom argumento
para convencê-la de outra forma, quando ela finalmente
concordou. — Você está certo. Alguém com um diploma com
crianças pequenas vai ser bom. Mas não alguém que seja uma
professora velha que não liga para nada. Eu vou procurar por
uma.

Um suspiro de alívio correu por mim. — Eu não consigo


acreditar que você deu cedeu tão facilmente.

Ela levantou a cabeça e vi um pequeno sorriso maroto no


canto daqueles lábios ‘Me beije’ dela. — Você não tem ideias
ruins o tempo todo, querido. Este é um desses momentos.
Obrigada por me ajudar.

Eu sorri e beijei seus lábios rápido e duro. — Então...


estamos tendo um outro bebê.

42
Seus olhos escureceram novamente, mas eu podia ver a
aceitação nas profundezas verdes agora, sua mão cobriu a
minha em seu estômago. — Yeah. Nós estamos tendo outro
bebê.

— Nós vamos parar em dois. — eu prometi a ela e ela


deixou escapar um suspiro de alívio. — Dois é o número
perfeito. Especialmente se acabar sendo uma menina. Eu não
acho que eu poderia lidar com mais de três de vocês correndo
ao mesmo tempo.

— Eu quero um menino. — ela murmurou, seus dedos


acariciando sua pele agora. — E eu quero chamá-lo de Jagger.

Meus olhos se arregalaram. — Jagger?

Emmie balançou a cabeça, um sorriso completo cruzando


seu rosto e iluminando seus olhos. — Sim. Vai ser um menino
e iremos chamá-lo de Jagger.

Joguei minha cabeça para trás, rindo tão forte que veio da
minha alma. A teimosa e bonita Emmie. Eu sabia que ia acabar
ficando do jeito dela. — Então, desta vez teremos um nome
antes de ter um bebê. Eu posso trabalhar com isso. —
Levantando-a até seu estômago encontrar meus lábios, eu a
beijei onde o bebê estava. — Você ouviu isso, Jagger? Mamãe
diz que você é um menino. Melhor ter certeza de que ela
consiga o que quer, amigo.

43
Jesse
— Layla!

Cabelo longo cor de canela estava espalhado por toda a


minha cintura. Dedos quentes e suaves acariciando meu pau
de um jeito que só ela sabia que me faria implorar. Eu apertei
meu queixo para não gritar o nome dela. Lucy e Mia estavam
dormindo e eu não queria acordar qualquer uma delas. Todos
os músculos do meu corpo estavam tremendo, prontos para
relaxar e gozar naquela boca pecaminosa que eu amava tanto
quanto a mulher a que pertencia.

Sua risada vibrou em volta do meu pau e eu sufoquei outro


gemido. — Silêncio. — ela sussurrou, levantando a cabeça
tempo suficiente para me criticar. — Estou me divertindo,
Jesse.

— Você está me matando aqui, baby. — eu me calei


quando sua mão ficou me acariciando, mesmo quando ela
olhava para mim atrás daqueles cílios grossos. — Por favor,
Layla. Pelo menos me deixe tocar em você.

Ela fez beicinho, tirando o lábio inferior para fora de modo


que me fez querer devorar aquela boca linda. — Mas eu não
posso desfrutar tanto do seu prazer quando você me deixa
sem. Me deixe aproveitar de você e então você pode fazer o que
quiser... O que você quiser, querido.

44
Sua cabeça baixou novamente e o primeiro movimento de
sua língua sobre o meu pau inchado me deixou agarrando os
lençóis debaixo de mim para evitar enrolar minhas mãos
naquele cabelo glorioso. Porra! Eu queria estar enterrado
profundamente dentro dela. Queria deixa-la tão louca como eu
estava em direção a libertação. Mas meus filhos estavam
deixando isso impossível recentemente. Não havia espaço
suficiente lá para os gêmeos e meu pau também. A última vez
que eu tinha estado dentro de minha esposa, ela tinha ficado
desconfortável por dois dias e o médico havia sugerido que
abríssemos mão do sexo pelos próximos meses.

Sem sexo. Isso não significava que eu não podia sentir o


meu sabor favorito de buceta toda noite como um lanche da
madrugada. O que eu fazia. De manhã. No meio do dia. De
noite. Layla ficava carente durante o dia inteiro. Eu estava
tendo problemas em decidir do que eu estava gostando mais
sobre essa gravidez. Os peitos maiores de Layla. O corpo mais
arredondado, cheio de curvas que me davam mais para
segurar. Ou os hormônios que a deixavam insaciável.

Layla torceu o pulso dela enquanto ela me acariciava, e fez


algo com a língua que me deixou agarrando o travesseiro ao
lado da minha cabeça e cobrindo o rosto para abafar meu
súbito rugido da minha libertação. Ela engoliu cada gota,
lambendo a ponta até ficar limpa. Então, ela se deitou com a
cabeça no meu peito, a barriga cada vez maior pressionada
contra o meu lado e eu podia senti-los dançando dentro dela.

45
Puxei-a para perto, beijando o topo de sua cabeça
enquanto eu tentava recuperar o fôlego. — Eu te amo.

— Te amo mais. — ela murmurou, parecendo sonolenta.

— Não se atreva a dormir! — A virei de costas, empurrando


travesseiros atrás dela para deixá-la confortável. Ela sorriu
para mim, mas seus olhos ainda estavam longe. — Eu vou
chupar seu clitóris até que você não aguente mais e implore
por meus dedos. Quando você se libertar, e os lençóis
estiverem embebidos com seu orgasmo, então você pode
dormir.

— Sim, Papai. — ela murmurou com uma risadinha.

A risadinha rapidamente se transformou em um gemido


quando eu rasguei sua calcinha de algodão e abri suas coxas
largas. Eu me inclinei para trás e fiquei de joelhos enquanto
eu a sentia por inteiro. Seu sutiã empurrou seus seios para o
alto, me fazendo ansiar por brincar com eles a noite toda. Seu
estômago estava distendido, o esboço de um pé ou talvez uma
mão de um de nossos bebês tremulando por baixo. Seu umbigo
estava empurrado para fora, e eu nunca soube que isso era
algo que seria sexy. Mas com certeza era.

— Eu não vejo minha vagina a pelo menos um mês. — Ela


parecia um pouco autoconsciente quando eu continuei a olhar
para baixo, para seu belo corpo. — Está acontecendo alguma
coisa aí que eu precise saber?

46
Deixei escapar uma risada profunda. Era como eu me
sentia nesses idas. Minha alma estava feliz. Foi graças a Layla
e a família que ela tinha me dado. Sem ela, Lucy, e Lana, a
minha vida teria um vazio que eu nunca teria conseguido
preencher. — Não... Nada acontecendo aqui. Ainda. — Eu
mergulhei em sua buceta, inalando aquele doce e desperto
perfume que me deixou duro novamente. — Mas eu prometo
que definitivamente estará acontecendo algo em apenas um
segundo.

— Ah... Oh queridos deuses. — ela gemeu quando eu lambi


de baixo para cima, bebendo cada gota de seu desejo quando
eu deixava a minha língua girar em torno de seu clitóris. Meu
queixo estava imundo de não ter me barbeado hoje e eu deixei-
o acariciar as coxas sensíveis, aumentando a necessidade dela
por mim.

As unhas de Layla rasparam pela minha cabeça calva, com


as pernas tremendo com a força do orgasmo que eu estava
construindo dentro dela. Eu chupava seu clitóris em minha
boca, e mordia com os dentes. Ela estava ofegante; seus
pequenos gritos eram abafados com a mão esquerda dela sobre
a boca. Chupei mais, a necessidade de dar à minha mulher o
prazer que ela tinha acabado de me dar.

— Jess... Por favor...

Enfiei um dedo dentro dela com cuidado. Ela estava tão


perto, suas paredes internas já começavam a se contrair em
volta do meu dedo. Eu esperei um segundo, estirando-a,

47
procurando pelo ponto G. Quando eu descobri que ela entrou
em erupção, os meus dedos estavam encharcados de repente
com seu gozo. Eu levantei minha cabeça para que eu pudesse
vê-la.

Sua cabeça estava jogada para trás, os olhos fechados


enquanto ela tentava esconder seus gritos de prazer. Continuei
acariciando dois dedos dentro dela, deixando-a cada vez mais
perto de um segundo clímax. Nunca era suficiente para ela -
ou pra mim. Eu precisava satisfazer a minha mulher até que
ela não pudesse lidar com isso e me pedisse para parar.

Levou menos de um minuto e ela estava convulsionando


em volta de meus dedos novamente, encharcando os lençóis,
assim como eu queria. Eu puxei minha mão relutantemente,
lambendo seu desejo de meus dedos como se estivesse indo
para a minha última visita ao paraíso.

Ela estava tremendo com a força de seu prazer e me


arrastei até a cama e a puxei contra mim. Eu afastei o cabelo
dela de lado e fiz um caminho de beijos do pescoço dela até
chegar em seu ouvido. — Você é tão sexy, Layla. Você é minha
pequena deusa. Meu tudo. — eu sussurrei em seu ouvido
quando seu corpo começou a relaxar e a respiração se
equilibrar. — Eu vou te amar por toda a eternidade.

Logo ela estava dormindo. Exausta do nosso dia no


parque, seguido por dois orgasmos alucinantes em minhas
mãos. Eu fiquei lá, segurando-a por mais uma hora antes de
sair da cama e me vestir. Prometi a Shane que eu iria encontrá-

48
lo junto a todos os outros no parque mais tarde e eu precisava
sair agora antes que eu decidisse ficar e adormecer com Layla.

Quando saí do quarto, encontrei Lana e Drake no sofá na


sala de estar. Lana não estava autorizada a visitar as casas
mal-assombradas, de tão grávida quanto estava, e Drake não
podia – não queria - deixá-la sozinha, então ele tinha ficado
quando todo mundo tinha saído pelas duas últimas
noites. Tomando conta de Lucy para mim, e cuidando de Mia
para Nik e Emmie.

Um filme de terror estava passando. Um do qual eu não


sabia nada. Parecia sangrento e nojento, mas Lana parecia
estar gostando. Se agarrando em Drake como um bebê
grande. Minha cunhada era uma aberração. Desfrutando de
estar com medo. Drake não parecia se importar. Se tivesse
algum motivo para sua esposa estar em cima dele, ele aceitava.

Eu peguei meu cartão da mesa de café onde eu


tinha deixado. — Eu estou indo encontrar os outros. — eu
disse a eles, mas apenas Drake levantou a cabeça. — Lucy
ainda está acordada?

— Nah, cara. Ela está fora da contagem. Mas se ela


acordar, eu vou pedir algo para comer. Divirta-se.

— Eu vou tentar. — Casas assustadoras não eram minha


área, mas era a despedida de solteiro de Shane. Fiquei
surpreso como o inferno quando ele disse que isso era o que
ele queria fazer. Mesmo depois da merda que tinha acontecido
na festa de Drake, eu tinha certeza de que Shane iria querer

49
algo que envolvesse algumas strippers, pelo menos. Eu acho
que ele estava tão caído por Harper que ele realmente tinha
mudado seu jeito.

Isso me fez sorrir e eu sai da cobertura determinado a me


divertir por causa do meu amigo.

Drake
Mal ouvi a porta se fechar atrás de Jesse.

Estávamos espalhados ao longo sofá, com a cabeça do Anjo


no meu peito e suas longas pernas entrelaçadas com as
minhas. Eu não conseguia sequer lembrar o nome do maldito
filme de terror que estávamos assistindo. Minha atenção não
estava nem na metade do tempo nele de qualquer maneira.

Entre o cheiro de cabelo recém-lavado do Anjo, a sensação


de seu corpo macio e a forma como a nossa filha ficava me
chutando de lado, eu estava distraído em um nível totalmente
diferente do que o normal. Meu peito doía de felicidade,
literalmente, e quase machucava respirar. Meu anjo era a
minha esposa há quase dois anos e eu ainda achava difícil
acreditar que tudo era real.

Quando o bebê chutou novamente, Lana soltou um gemido


suave e trocou de posições. — Eu acho que ela vai ser uma
ninja. — ela resmungou.

50
Eu sorri. — Provavelmente. — eu concordei, escovando
meus lábios sobre seu cabelo ligeiramente úmido. — Nós
podemos colocá-la no karatê ou algo assim. Dessa forma, eu
não terei que me preocupar com todos esses malditos meninos
brincando com a minha menina.

Ela bufou. — Pois bem. Drake Stevenson vai ser o papai


mais assustador do bloco. Os meninos irão fazer xixi nas
calças quando encontrar você pela primeira vez. — Sua cabeça
escura levantou do meu peito e eu fui recompensado com a
visão do belo sorriso dela. — Eu vou gravar e poderemos ter o
nosso próprio filme de terror pessoal.

Eu bati em seu quadril com a mão, fazendo um som fraco,


mas nada que pudesse machucá-la. Ela riu e meu pau se
contorceu. Esse som nunca deixava de me deixar duro como
uma rocha. — Seja boa, mulher. — eu ordenei, aproximando
mais a cabeça dela para em meu peito. Por mais que eu queira
levá-la para a cama e entrar tão fundo quanto possível em seu
pequeno corpo apertado, nós estávamos de babás esta noite.

Emmie e Nik não tinham saído, mas ainda assim tinham


perguntado se eu verificaria Mia, caso ela acordasse. Eu estava
preocupado com Em. Eu não a via tão doente em anos e eu
queria que ela tivesse uma boa noite de descanso.

Lana relaxou contra mim, mais uma vez voltando sua


atenção para o filme de merda que tínhamos alugado. Eu
acariciava meus dedos pelo seu cabelo longo e escuro
apreciando os sedosos fios contra a minha carne mais dura...

51
Eu estava dormindo quando senti meu celular vibrando do
meu bolso da frente da calça. Puxei-o para fora e olhei para a
tela com uma careta. Era uma mensagem de texto da
assistente de produção do America's Rocker.

Reunião Quarta-feira de manhã às 10h30.

Por favor, tente chegar na hora.

Eu suspirei. Lana e eu iriamos sair de Nova York na terça-


feira e eu não estava prevendo voltar ao trabalho até quinta-
feira, na sexta-feira o mais tardar, já que o próximo show ao
vivo era na sexta. Nós estávamos em um hiato de duas
semanas porque havia apenas cinco concorrentes sobrando e
os produtores estavam fazendo reformas e sabe se lá que
outras merdas eles costumam fazer.

Eu queria passar alguns dias a sós com Lana antes de


voltar a trabalhar. Sua próxima consulta era às 13h30 na
quarta-feira e eu sempre ia com ela. Melhor essa maldita
reunião não demorar mais de uma hora, eu mandei uma
mensagem de volta e não recebi resposta.

— Quem era? — Lana perguntou, parecendo sonolenta.

— Bridget ou Brandie ou Betsy. Qualquer que seja o


maldito nome dela. — eu murmurei, atirando o telefone na
mesa de café.

A senti endurecer e ela levantou a cabeça para olhar para


mim. — Bethany?

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O nome clicou no meu cérebro e eu assenti. — Yeah. É ela.

— Eu odeio aquela vadia! E aquela piranha me odeia


também. Eu realmente não consigo suportá-la. Ela está
sempre babando em cima de você. Que porra ela queria agora?

Sua veemência me fez piscar. Anjo nunca tinha dito nada


— nem sequer insinuado — que ela não gostava da assistente
do 'produtor executivo' com quem eu tinha que trabalhar. Ela
nunca tinha sido do tipo ciumento. Nem mesmo após o
pesadelo da nossa separação e do desastre do meu deslize
quando fiquei bêbado. Ela me amava, confiava em mim. Eu
estava preocupado com a reação dela a uma menina que eu
mal conseguia me lembrar do nome, mesmo a vendo todo dia.
— Há uma reunião na quarta-feira de manhã. Eu tenho que
estar no estúdio por volta 10h30. Eu prometo que estarei de
volta a tempo de levá-la ao médico.

— Que tal eu ir com você e depois podemos almoçar com


meu pai antes de irmos?

Dei de ombros. Almoçar com o homem que era meu sogro


não era algo que eu gostava, mas se isso era o que o meu anjo
queria fazer, então eu aceitava. Cole e Lana estavam
trabalhando duro em sua relação pai / filha e eu queria ajudá-
la de qualquer maneira que eu pudesse. Desde que Cole havia
descoberto que teríamos um bebê, e uma filha em particular,
ele tinha começado a tentar ainda mais. A realidade de se
tornar um avô estava fazendo aquele velho crescer rápido.

— O que você quiser, Anjo.

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A raiva parecia desaparecer de seus olhos cor de uísque.
— O que eu quiser? — Ela murmurou, baixando os cílios para
esconder aqueles olhos que nunca falhavam em me
embebedar. Ela era meu vício agora. Meu único vício.

Meu corpo se endureceu e meu coração começou


a galopar. — Eu prometi a Nik... — eu comecei.

Lana alcançou o monitor de bebê na mesa de café,


acenando para mim. — Eu preciso de você, Drake. — Ela
abaixou a cabeça e roçou os lábios sobre a minha orelha, seus
dentes afundando em meu lóbulo. — Por favor, meu bem? Eu
preciso de você dentro de mim. Me deixando molhada. Me
fazendo implorar. Minhas unhas arranhando suas costas. Seu
pau acariciando cada centímetro de minha buceta...

— Porra, Anjo. — eu rosnei, e então ela ficou nos meus


braços em um movimento suave. — Você vai me matar.

54
Capítulo 4
Shane
Ouvir minha garota gritar de susto era uma mistura do
céu e inferno para mim. Eu sabia que nada à nossa volta era
real, que não havia nada no parque que pudesse ou iria
machucá-la. Eu sabia muito bem que ela estava se
divertindo. Mas o homem em mim, a parte de mim que era
condicionado a protegê-la por toda a vida, estava no
limite. Pronto para destruir o homem de máscara que estava
causando os gritos vindos dos lábios de Harper.

— Cara! — Linc gritou quando viramos a esquina na casa


assombrada do Resident Evil 2 - o jogo, não o filme. Desculpe,
nenhuma Alice aqui, pessoal. — Porra, sim!

Eu ri com o quão alto ele pulou quando um dos zumbis se


lançou para ele antes de se virar para o outro lado para
assustar o grupo a poucos metros atrás de nós. Porque com
todos os seus músculos e toda a atitude de machão, Linc tinha
pavor do mundo de fantasia de Resident Evil. Os Lickers eram
os piores para ele e eu vi como ele agarrou a mão da minha

55
irmã e parecia agarrar-se a ela enquanto caminhavam à frente
de nós pelo labirinto.

Atrás de mim andava Harper de mãos dadas com Dallas,


enquanto Axton vinha atrás. Eu queria assumir a liderança na
frente de Harper e ter um pouco de paz de espírito de ver no
que ela estava entrando, mas não era um trabalho. Eu tinha
certeza de que Axton só estava atrás para que ele pudesse
olhar a bunda de Dallas. Eu não me importo se eu estava certo
ou não. Ter o meu amigo na parte de trás me deu uma fração
de conforto, porque eu sabia que ele iria proteger não só Dallas,
mas também Harper de qualquer perigo escondido.

Quando finalmente saímos da primeira casa assombrada


/ labirinto, eu respirei aliviado. Tínhamos atravessado todas
as casas nas duas últimas noites, assim como faríamos hoje à
noite, mas era uma experiência diferente a cada vez. E esta
noite foi ainda mais especial para Harper porque ela tinha
Dallas para explorar com eles.

Após a primeira noite eu me perguntava o que eu estava


pensando em fazer isso por três malditas noites
seguidas. Entre o estresse dos gritos de Harper -
deliciosamente medrosa – e o sangue, eu estava
enlouquecendo esta noite. Mas eu sabia por que eu tinha feito
isso. Era a razão pela qual eu fazia qualquer coisa.

Ela agora estava andando de braço dado com a melhor


amiga em direção a um vendedor para comprar cerveja. O som
melódico de suas risadinhas chegaram feito onda dentro do

56
meu coração e era ao mesmo tempo reconfortante e
doloroso. Eu parei de andar e só vi a mulher que possuía
minha alma e meu coração. Tão bela, tão perfeita. Tão... minha.

A mão de Axton bateu nas costas antes de apertar meu


ombro. — Essa tem que ser a despedida de solteiro mais fodida
que eu já estive com você, cara. Mas eu tenho que dizer que eu
estou me divertindo.

Eu sorri. — Poderia ser a súbita mudança de cenário que


deixa tão divertido? — Eu perguntei, balançando a cabeça em
direção a Dallas.

— Oh yeah. — Seu olhar voltou para as meninas, agora


carregando dois copos de cerveja cada.

— Aqui, querido. — Harper me entregou um de seus copos


extra.

— Obrigado, linda. — eu murmurei, dando um beijo em


seus lábios antes de tomar um gole da cerveja oferecida.

— Eu ganho uma cerveja? — Axton perguntou a Dallas


que ainda estava segurando seus copos.

Dallas levantou uma sobrancelha. — Depende. Você quer


beber ou usá-la?

— Beber parece a melhor opção. — Ele deu um passo para


trás, no entanto, quando ela deu um passo para frente. Todos
nós sabíamos que ela preferiria derramar a cerveja na cabeça
dele que deixá-lo beber uma gota.

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— Dallas, por favor, seja boazinha. — Harper repreendeu,
pegando a cerveja de sua amiga e entregando para Ax. — É
muito cedo para Axton cheirar a álcool. Talvez mais tarde.

Natalie e Linc terminaram comprando suas próprias


cervejas e se juntaram a nós. Jesse era para se juntar a nós
mais tarde, mas eu não achava que ele realmente viria. Se eu
tivesse Layla para me aconchegar no hotel, eu acharia difícil
sair de lá também. Eu odiava que Drake não fosse capaz de se
juntar a nós, porém, mas sabia que entre a tentação de beber
e ficar sem Lana teria sido miserável para ele estar conosco
aqui.

— Em qual casa devemos ir agora? — Natalie perguntou,


dando um grande gole de sua caneca de cerveja. Eu ainda
estava me acostumando a vê-la beber. Quando ela fez vinte e
um há alguns meses, Drake e eu começamos a pirar porque
ela estava indo cada vez mais para os clubes com Linc. Se ela
tivesse saído com alguém, provavelmente teríamos entrado em
cena e feito alguma coisa, mas sabia que ela estava a salvo com
Linc. Ele não iria tocá-la de outro jeito, e nós sabíamos que ele
evitaria que alguém farejasse nela também.

Até que ela se mudou para Nova York após a façanha louca
que minha irmãzinha, Jenna, tinha feito e minha madrasta
tinha quase me levado para a cadeia, nem Drake e nem eu não
tínhamos tido qualquer afeto por Natalie. Em seguida, ela foi
morar com Linc e Dallas e começou a trabalhar para
Emmie. Nós três tínhamos começado a conhecer uns aos
outros, e todos esses instintos superprotetores que eu ainda

58
tinha para com Em foram transferidos para a nossa
irmã. Parecia que tínhamos sido sempre uma parte da vida uns
dos outros.

— O Lobisomem Americano em Paris é logo naquela rua. —


Harper apontou para a direita e eu engoli um gemido. Não
parecia particularmente assustador, mas havia uma parte do
labirinto que tinha um homem com suas entranhas saindo da
barriga por ser atacado por um lobisomem.

— Parece bom para mim. — Linc puxou o seu Passe


Preferencial que nos levava para a fila mais curta. Sem nossos
passes, teríamos passado horas esperando na fila para visitar
as casas / labirintos que não duravam nem cinco minutos para
experimentar.

Envolvi meu braço em torno da cintura de Harper e


comecei a andar atrás de Linc e Natalie enquanto nos
dirigíamos para a próxima casa assombrada / labirinto. — Se
divertindo, linda? — Eu perguntei.

— Isto é perfeito, Shane. — Ela inclinou a cabeça no meu


ombro enquanto caminhávamos. — Obrigado por fazer isso por
mim.

Meus dedos se apertaram ao lado dela. — Qualquer coisa


para você, linda. — Beijei-a e engoli o resto da minha cerveja
antes de jogar o copo de plástico na próxima lata de lixo.

Nós andamos por pelo menos mil pessoas esperando na


fila enquanto nos dirigíamos para frente da fila do

59
Passe. Estava escuro lá fora e ninguém nos deu atenção, então
eu não estava preocupado que alguém pudesse reconhecer a
mim ou a Axton. Eu não estava preocupado se eles me
reconhecessem. Era com Harper com quem eu me preocupava
quando meus fãs me viam.

No dia que nosso noivado foi anunciado ela começou a


receber ameaças de morte. Uma multidão de garotas do lado
de fora da sede do America’s Rocker em Los Angeles esperando
por ela por um mês inteiro. Quando Harper não estava comigo,
ela tinha um guarda-costas que ia com ela em todos os
lugares. Especialmente para trabalhar.

Dallas e Axton caminhavam à frente de nós através do


Lobisomem Americano em Paris e eu não pude deixar de rir em
voz alta, quando Dallas avançou para o homem com roupa de
lobisomem quando ele colocou a cabeça para fora de uma
janela. Ela arranhou o topo de sua cabeça e balbuciou para o
animal de aparência assustadora. — Ah, pobre Jacob. Onde
está Bella, rapaz? Onde está a Bella?

Um atendente saiu de um canto escuro. — Senhorita, sem


tocar.

Dallas suspirou. — Tudo bem. Eu tenho que ir agora,


Jacob.

Quando ela começou a tocar o homem mascarado


novamente, Axton agarrou o cotovelo dele e puxou-a para
frente. — Vamos, querida.

60
— Tchau, Jacob! — Ela chamou por cima do ombro.

— Oh Deus, Dallas! — Harper estava rindo tanto que ela


tinha lágrimas escorrendo pelo seu rosto. — Eu não posso
levar você em lugar nenhum.

Jesse nos encontrou antes que chegássemos à terceira


casa de terror e paramos para comprar pipoca e mais algumas
cervejas. Havia sete casas no total e a noite ainda era uma
criança. Tudo bem, eu vou admitir isso. Eu estava enrolando
porque eu sabia que a próxima casa era Cabin in the Woods e
eu sabia que havia alguma merda lá.

Como a sala de palhaço onde um dos palhaços estava


deitado no chão em uma poça de sangue. Sim, eu ia fechar
meus olhos quando andarmos por essa casa / labirinto.

Axton
A primeira vez que eu coloquei os olhos nela eu sabia que
a queria. A primeira vez que eu a beijei eu sabia que ela era
minha.

Ela fodeu tanto com a minha cabeça, que eu sabia que era
o que Nik, Jesse, e até mesmo o maldito Drake sentiram
quando encontraram a escolhida. Então é claro que eu não
levei tão a sério como deveria. E é claro que eu estraguei tudo,
como eu tendia a estragar com tudo que me fazia feliz.

61
Eu não tinha percebido o quão fodido eu estava até o
final. Quando ela me ofereceu aquele sorriso triste, mas
completamente mal-intencionado, e me disse que era bom me
conhecer, mas que dividir não era a área dela... Se eu tivesse
sido inteligente, eu teria dito a verdade na época. Se eu não
tivesse sido o astro fodão que era o cara que eu deixava o
mundo ver, eu teria corrido atrás dela.

Em vez disso eu não fiz nada e acabei no limbo durante os


últimos dois anos.

Ela estava bem na minha frente agora, e eu estava


determinado a passar o fim de semana tenta conquista-la de
novo.

— Porra, é bom para relaxar. — Dallas suspirou quando


todos nós nos sentamos em um banco para beber mais uma
cerveja.

Agradeci a todos aqueles malditos deuses de Em pela


cerveja. A Universal Studios era o centro das festas. Casas mal-
assombradas, atrações esquisitas e muita cerveja. Quando
Shane me contou como era sua ideia de uma despedida de
solteiro, eu tinha zombado da coisa toda. Mas agora eu estava
vendo exatamente o quão brilhante realmente era.

Engoli o último gole da minha cerveja e joguei-a no lixo ao


meu lado antes de virar em direção à garota mais quente que
eu já tinha visto, para que eu pudesse fazer a única coisa que
eu tinha vontade de fazer desde que eu tinha posto os olhos
nela mais cedo. Tocá-la.

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Eu estava andando por aí com um pau semi-duro durante
a noite inteira e assim que eu toquei suas costas nuas, fiquei
duro como pedra. Estando excitado por tanto tempo como eu
tive, fodendo uma garota diferente a cada noite, eu poderia
honestamente admitir que nunca reagi tão fortemente a outra
garota na minha vida.

Dallas ficou tensa no primeiro contato de meus dedos. Ela


começou a se virar para mim, mas eu coloquei pressão
suficiente para provocar um gemido nela quando comecei a
massagear seus ombros. Sua cabeça caiu para frente. — Por
favor, não pare. — ela implorou naquele sotaque texano que foi
direto para o meu pau, fazendo-o pulsar.

Seus músculos estavam todos duros e eu cravei meus


dedos apenas um pouco mais fundo. Ela gemeu de novo
enquanto eu esfregava para longe a tensão em seu
pescoço. Seu cabelo estava puxado para cima em um rabo de
cavalo, expondo seu longo e gracioso pescoço, e fazendo minha
boca doer de vontade de saborear sua pele lá.

Eu segui meu polegar sobre sua tatuagem. Um símbolo de


enfermeiras com R de um lado e N no outro. Eu queria dizer a
ela o quão orgulhoso eu estava por vê-la cumprir seus sonhos
de se tornar uma enfermeira, me fez quere-la ainda mais do
que eu já queria. Agora, o mundo sabia o que eu sabia - que
Dallas era tão brilhante quanto maravilhosamente linda.

— Vamos logo para a próxima casa. — Natalie sugeriu, e


eu queria dizer para ela ir se foder. Eu poderia ter prazer em

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me sentar naquele banco esfregando os ombros de Dallas a
noite toda. — Eu odeio esse labirinto estúpido.

Shane já estava puxando Harper para se levantar de onde


ela estava sentada do outro lado de Dallas. Quando Harper
voltou para puxar Dallas, minha menina soltou um gemido. —
Mas... Mas... Eu estava a meio caminho para o céu. — ela
resmungou.

— Mais alguns minutos e você teria dormido no banco. —


Linc disse a ela enquanto ele jogou casualmente um braço
sobre os ombros de Natalie.

Murmurando uma maldição, eu voltei a caminhar atrás de


todos os outros, mantendo meus olhos grudados nas costas de
Dallas, enquanto caminhávamos em direção à próxima casa
assombrada.

Jesse bateu o ombro contra o meu. — Quando você tem


que voltar para Nova York?

Dei de ombros. — Meu avião sai terça-feira, mas eu


poderia sair mais cedo do que isso. — Tipo no mesmo voo que
Dallas, quando ela voltar na segunda de manhã. Ou mais
tarde, se eu pudesse convencê-la a visitar o meu apartamento
em Los Angeles. Sim, eu gostei dessa ideia muito mais do que
ter que acordar cedo no dia seguinte para ir ao casamento de
Shane.

— Eu odeio que você e Drake fiquem na Costa Leste no


Natal. Ninguém fica para viajar este ano. — Ele fez uma careta.

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— Layla diz que está tudo bem, mas eu sei que ela vai ficar
chateada na manhã de Natal.

Eu não tinha que passar o Natal em Nova


York. Normalmente eu passava na casa de Emmie e Nik,
dormia lá e abria os presentes com todos os outros quando eles
chegavam. Ou se eles estivessem em Nova York, íamos todos
para o apartamento de Drake e Lana para o jantar e para os
presentes de Natal. O primeiro ano que passei com eles foi o
primeiro ano em que eu tinha realmente gostado do Natal em
toda a minha vida. Deuses sabiam que eu não tinha gostado
como uma criança. Meus pais não me deixaram aproveitar
como eu tinha certeza que as outras crianças aproveitavam o
feriado. Acordar, animado para abrir os presentes...

Eu balancei minha cabeça, dissipando as lembranças


perturbadoras de meus pais. Eles não passavam pela minha
cabeça muitas vezes, mas ultimamente eles tinham estado
lá cada vez mais. Desde que eles enviaram a porra daquela
carta.

— Foi muito legal da sua parte dizer a Drake que você ia


ficar em Nova York com ele, Lana e o bebê. Obrigado, cara. —
Jesse ergueu a mão e bateu os punhos.

— Somos família, cara. — Eles eram toda a família que eu


tinha — tudo o que eu queria. Eu era mais próximo dos
Demon’s do que eu era da minha própria banda. Eu amava
Liam, Wroth, Zander, e Devlin. Mas eu era um exilado com
eles. Tínhamos crescido na mesma comunidade, mas eu tinha

65
sido o garoto riquinho, enquanto eles tinham sido de classe
média ou inferior. Se o vocalista para a banda deles não
tivesse quebrado a perna em um acidente de esqui aquático,
eu nunca teria sido parte da OtherWorld.

Nós entramos na frente da fila do passe e Shane se virou


para nós. — Se eu vomitar, não deixe Harper ver.

Jesse e eu rimos. — Sim, cara. Nós vamos cobrir para


você.

Estávamos no meio da casa assombrada quando eu


percebi que Dallas não estava na minha frente. Meu coração
foi parar na minha garganta e me virei, quase derrubando os
dois jovens universitários atrás de mim. — Dallas? — Eu gritei
o nome dela, me empurrando contra o próximo grupo.

— Dallas! — Eu não podia vê-la em qualquer lugar.

Alguém de jeans preto e uma camiseta preta, que estava


escondido no canto para garantir que todos não causassem
problemas, saiu e agarrou meu braço. Dei de ombros para me
livrar do braço magro. Que porra ele iria fazer para mim de
qualquer jeito? Minha perna esquerda provavelmente pesava
mais do que ele. — Senhor, há algum problema?

— Minha namorada. Ela estava com o nosso grupo, mas


eu não consigo encontrá-la. — eu disse a ele sobre meu ombro
enquanto eu continuei andando, meus olhos procurando
quase freneticamente por ela. Eu não sabia por que, mas eu
sabia que algo estava errado. Meu estômago estava em nós,

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meu coração batendo. Luzes estroboscópicas piscavam em
todo o lugar e os atores estavam saindo para assustar quem
passava.

Então eu ouvi, e meu coração realmente parou.

O grito de Dallas.

— Dallas! — Eu gritava o nome dela, e empurrei um cara


de aparência volumosa no chão enquanto eu tentava entrar na
próxima sala. O grito veio de novo e eu sabia que se eu não a
encontrasse nos próximos segundos eu ia vomitar.

Um palhaço segurando uma machadinha sangrenta saiu


de um armário quando entrei no quarto. Seu grito rachado
abriu minha alma e eu quase caí de joelhos em alívio quando
a vi. Mas seu rosto era uma máscara de medo. Seus olhos
estavam arregalados, com lágrimas assustadas escorrendo
pelo rosto. Ninguém estava perto dela enquanto ela se
agachava no canto, os olhos dardejando entre o palhaço mais
próximo a mim que tinha saído de uma caixa, para o boneco
deitado no chão a poucos metros dali que estava vestido como
um palhaço com as tripas saindo de sua barriga, e depois para
o palhaço muito real no canto oposto, com um cão de
aparência engraçada em uma mão e uma faca sangrenta na
outra.

— Dallas. — Eu respirei o seu nome em um suspiro de


alívio e fui até ela.

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Quando seus olhos finalmente pousaram em mim, ela
alcançou os braços e me agarrou como uma garotinha
assustada. Levantei-a e ela escondeu o rosto no meu peito,
soluçando. — Eu não quero mais fazer isso.

Eu acariciava minhas mãos por suas costas nuas,


apertando-a contra mim. — Não é real, baby. — eu sussurrei
em seu ouvido. — Nada nesta sala é real, além de você e eu.

— Me tire daqui, Ax. Por favor. — Ela chorou mais. — Eu


não posso lidar com isso... Eu não posso.

Incapaz de lidar com o som de seu choro, eu levantei-a em


meus braços. O cara magro estava bem atrás de mim e ficamos
sozinhos na sala, exceto pelos malditos palhaços.
Aparentemente eles tinham parado a entrada de visitantes. —
Onde é a saída mais próxima? — eu exigi.

O cara se virou e eu o segui. Dallas colocou os braços em


volta do meu pescoço e enterrou o rosto no meu cabelo,
escondendo os olhos dos palhaços. O próximo corredor tinha
um sinal de saída e eu empurrei através dele com Dallas
tremendo agarrada a mim. O ar frio da noite de outubro nos
cumprimentou e eu respirei fundo. — Você está segura
agora, baby.

Os soluços lentamente desapareceram, mas ela ainda se


agarrou a mim enquanto seu corpo estremecia com pequenos
soluços. Tanto quanto eu queria me agarrar a ela, eu nunca
quis que fosse assim. Eu acariciava seu cabelo para trás de
seu rosto, escovava beijos sobre o topo de sua cabeça, para

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baixo de sua mandíbula e pescoço. Qualquer coisa para
distraí-la do medo que ainda a fazia tremer.

— Eu não sabia que você tinha fobia de palhaços. — eu


murmurei depois que estávamos sentados lá por um tempo.

Dallas deixou escapar um longo suspiro, soltando um


pouco do pânico que ainda restava. — Não é algo que eu
compartilho com a maioria das pessoas. Ter medo de palhaços
é o medo mais estúpido conhecido pelo homem...

— O que aconteceu? O que te fez ter tanto medo deles?

Ela fez uma careta. — Você iria rir se eu contasse.

— Tente.

— Eu não quero falar sobre isso, Ax. — Ela se empurrou


para se afastar e um dos meus braços se apertou
instintivamente ao redor dela. Eu não estava pronto para
deixá-la ir ainda.

— Todo mundo tem medos estúpidos, baby. — disse


ela. Os meus eram loucos e infantis. Eu fui ao psiquiatra uma
vez e apenas uma vez, porque ela me disse que eu tinha
problemas com minha mãe. O que diabos isso quer dizer? Eu
estava com medo de dizer às pessoas que eu as amava, porque
minha mãe se recusou a me dizer que me amava? Mais que
fodido!

— Como o quê? — Ela levantou uma sobrancelha para


mim, me desafiando a dizer quais eram meus medos.

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— Eu tenho medo de cair. — disse a ela.

— De jeito nenhum! — Ela balançou a cabeça, fazendo com


que seu rabo de cavalo escovasse contra a minha mão que
ainda acariciava seu ombro. — Cair?

Cair de amores, me apaixonar... Mas eu não iria dizer isso


a ela. — Louco, né?

— Você já enfrentou o seu medo? — perguntou ela,


inclinando a cabeça para o lado para me estudar na
iluminação fraca de uma lâmpada de rua nas proximidades e
das pulseiras luminosas de um grupo de adolescentes
passando.

— Uma vez. — Eu balancei a cabeça. Mas antes que eu


pudesse dizer como me sentia, você decidiu que eu não valia o
seu tempo. Eu não disse isso em voz alta. Eu deveria ter
dito. Eu deveria ter dito a ela ali naquele momento, que ela era
a única garota por quem eu tinha me apaixonado. — Dallas...

— Aí estão vocês dois! — Harper exclamou quando ela veio


saindo do lado do edifício, com Shane e os outros bem
atrás dela. — Aonde vocês dois vão? Um minuto você estava
atrás de mim e no próximo você desapareceu.

As unhas de Dallas morderam meu braço, e eu olhei para


ela. Ela tinha um olhar suplicante em seus olhos azuis e eu
sabia que ela não queria que eu contasse a eles a verdade. Isso
me surpreendeu. Harper e Linc não sabiam sobre seu
medo? Será que eles sabiam as razões por trás disso?

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— Nós decidimos sair para conversar.

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Capítulo 5
Dallas
A batida na porta me acordou. Assustada, eu sentei na
cama...

Uma cama king size.

Que porra é essa?

Levei exatamente cinco segundos para lembrar onde eu


estava e como eu tinha ido parar lá. Este não era o quarto que
eu tinha visto ontem, o que eu deveria estar compartilhando
com Natalie. Este quarto era maior, embora apenas um pouco.
A janela de frente dava para o oeste, em vez de para o norte.

A pancada na porta veio novamente. — Levante seu


traseiro preguiçoso! — Eu achava que era Shane gritando pela
porta trancada, mas poderia facilmente ser Drake. — As
meninas já estão prontas e começando a sair.

Ao meu lado Axton grunhiu e se empurrou para se sentar.


— Cara! Eu vou matar você.

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Uma risada sexy e profunda flutuou para mim. — Nada
que eu não tenha ouvido antes. Levante-se, jogue suas merdas
na mala e vamos embora... Ah, e diga para Dallas que Harper
está procurando por ela.

Minha mente ainda meio nebulosa se desanuviou um


pouco e eu senti meu rosto esquentar com uma mistura de
constrangimento e vergonha. Baixei a cabeça, deixando meu
cabelo loiro comprido esconder o rosto do homem que estava
sentado muito perto e muito nu ao meu lado.

— Vou sair daqui a pouco. — Axton gritou de volta e eu dei


um suspiro de alívio quando ouvi os passos pesados de Shane
desaparecerem quando ele saiu.

Eu não levantei a cabeça. Eu não podia encará-lo, não


poderia enfrentar o que eu tinha feito. Maldita seja minha
fraqueza por este homem, e maldito seja ele por explorá-la. Ele
tinha me seduzido com cada toque inocente de seus dedos
contra a minha pele, cada palavra murmurada enquanto
atravessávamos a Universal Studios na noite passada. Desde
que ele começou a massagear meus ombros doloridos, eu tinha
enfraquecido. No momento em que ele me levantou em seus
braços e eu tinha encontrado a minha salvação de um dos
meus piores pesadelos, eu estava perdida.

Depois de Harper ter nos encontrado, eu tinha tentado ser


forte. Eu realmente tinha. Mas era impossível não sentir seus
olhos em mim, sentir o calor do seu corpo enquanto ele andava
atrás de mim pelas outras casas assombradas. Por isso, tinha

73
sido muito fácil abraçá-lo quando ele colocou o braço em volta
de mim quando chegamos para o passeio de Transformers.
Enquanto Harper havia estado paralisada pela experiência de
viagem do filme, eu estava aos beijos com o Sr. Deus do Rock.

É claro que eu ia colocar a culpa em toda a cerveja que eu


tinha bebido na noite passada. Assim como no fato de que eu
não tinha bebido nada em dois anos. Talvez eu fosse escapar
dizendo que era porque eu tinha estado tão excitada e ficado
sem sexo por tanto tempo quanto o álcool.

Harper e Linc iriam ver através da meia-verdade num


piscar de olhos. Eu tinha ficado muito mais tempo sem sexo
do que apenas dois anos. Por mais que algumas pessoas
gostassem de pensar que eu era uma vagabunda, eu poderia
contar nos dedos de um lado da mão todos os homens com
quem eu já havia estado e ainda ter dedos sobrando. O homem
ao meu lado tinha sido o único a me arruinar para qualquer
outro homem, no entanto. A pessoa que tinha roubado o meu
coração, sem muita dificuldade, então desfiado-o em dois,
quando seus sentimentos por sua ex-namorada tinham levado
a melhor.

— Precisamos conversar. — ele finalmente disse depois


que eu estava sentada lá olhando para os lençóis por alguns
minutos.

Eu bufei e levantei o olhar dos lençóis para encontrar seus


olhos cor de avelã. Agora eles eram de uma mistura de marrom
e verde, mas ontem à noite tinham mudado várias vezes de

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marrom para verde e vice-versa. Quando ele estava
empurrando para dentro de mim, me forçando a manter meus
olhos nele, seus olhos eram verdes. Assim que ele se satisfez,
esses olhos loucos quase que instantaneamente voltaram ao
marrom, até que ele começou a me foder de novo.

— Isso foi o que você disse ontem à noite, quando você me


pediu para voltar para o seu quarto com você. As únicas
palavras que saíram da sua boca foram: “Porra, você está
molhada por mim, baby” e alguns “Eu mal posso esperar para
provar a sua buceta escaldante”. — Eu afastei o cabelo do meu
rosto, desejando ter um prendedor para prendê-lo em um rabo
de cavalo para que eu pudesse tirá-lo do caminho. — Esse é o
jeito como sempre foi conosco, Axton. Toda vez que deveríamos
estar conversando, nós fodemos ao invés de falar.

Ele fez uma careta, fazendo com que seu lábio inferior
fizesse beicinho para fora. — Sim, eu sei. É um dos muitos
erros que eu cometi com você.

— Uau. — Meus olhos se arregalaram e eu sabia que


estava sendo uma vadia, mas eu realmente não me importava.
— Eu nunca pensei que você realmente admitiria que cometeu
erros. Você está doente? — Eu coloquei a mão na testa dele.

Axton agarrou a minha mão e me empurrou de volta contra


os travesseiros, puxando minha mão para seu pau que já
estava duro. — Você é tão espertinha, Dallas. E se eu não
quisesse tanto que você chupasse o meu pau agora eu iria dizer
coisas que realmente iriam surpreendê-la. Então, ao invés de

75
conversar como eu sei que precisamos fazer, eu vou te foder
até que nenhum de nós consiga lembrar dos nossos nomes e,
em seguida, eu vou levá-la para a casa de Harper em Santa
Monica para que você possa passar algum tempo com sua
amiga. Mas hoje vamos conversar com certeza.

Minha boca ficou seca quando toquei a pele quente e dura


que ele chamava de pau. Eu não conseguia pensar em nada
além de como eu queria chupá-lo tanto quanto ele queria que
eu fizesse isso. Então eu concordei com ele e me empurrei em
seu peito até que nossas posições se inverteram e eu estava
beijando meu caminho pelo seu peito.

Eu não tive pressa, querendo ter certeza de que eu


prestava homenagem a cada tatuagem que eu amava. Como a
nota musical em seu peito direito. Ou o anel em seu mamilo
esquerdo. Inclinei a cabeça, examinando-o melhor. Eu o tinha
desafiado a perfurar o mamilo. Eu nunca pensei que ele
realmente iria fazê-lo, mas ele manteve os olhos presos nos
meus o tempo todo quando estava colocando. É claro que eu
tinha que fazer o meu piercing na língua naquela mesma noite,
já que essa tinha sido sua estipulação. Colocar um piercing.

Inclinando minha cabeça eu esfregava minha língua sobre


seu minúsculo aro antes de sugá-lo em minha boca e puxá-lo
para trás levemente, apenas o suficiente para fazer as suas
mãos no meu cabelo me puxarem ainda mais contra ele. —
Droga, Dallas. Eu amo essa boca sua.

76
Sorri contra sua carne antes de me afastar para continuar
beijando seu peito. As arestas duras e definidas de seus
abdomens me deram algo a explorar, atrasando ainda mais o
que eu mais queria estar beijando e lambendo. Tracei meus
dedos sobre cada um, seguindo a trilha com a minha língua.
Ele tinha gosto de suor e algo amargo, meio picante e um pouco
doce. Eu sabia que era sabor único de Axton, me lembrei que
tinha sido daquele gosto no qual eu me viciava.

Minha língua mergulhou em seu umbigo e seus dedos se


apertaram em meu cabelo comprido e grosso. Uma linha de
cabelos escuros, um pouco mais leve do que os cabelos
tingidos de preto na cabeça dele, seguiam a trilha com meus
lábios. Beijei abaixo de sua virilha até que eu estava a
centímetros de distância de um pau quente e duro de dez
centímetros de largura.

A lembrança de quão bom ele sentia dentro de mim apenas


algumas horas atrás me fez choramingar e eu deixei a minha
língua roçar sobre a cabeça em formato de cogumelo. O gosto
do meu próprio desejo ainda permanecia junto com o dele.
Agarrei seu eixo duro na minha mão esquerda e acariciei para
cima, produzindo mais algumas gotas dessa substância
viciante na qual eu poderia me deleitar por dias. Eu lambia-o
como se fosse suco do meu picolé favorito.

— Provoque. — ele murmurou, puxando meu cabelo


apenas o suficiente para doer um pouco.

77
Eu podia sentir meu próprio desejo crescente escorrendo
em minhas coxas e eu usei minha mão livre para me acariciar
enquanto eu colocava o pau totalmente em minha boca. A
cabeça de seu pau bateu fundo na minha garganta e eu engoli,
levando-o mais para o fundo. Seu grunhido de prazer fez meus
dedos esfregarem meu clitóris mais rápido, produzindo mais
líquido para facilitar a eventual posse dele.

— Eu posso sentir o cheiro da sua necessidade por mim,


baby. — Axton respirava. — Me deixe comê-la. Me deixe provar
da sua buceta doce.

De jeito nenhum eu me moveria, não quando eu podia


sentir suas bolas apertarem. Ele estava perto e eu levantei
meus dedos molhados e o deixei sugar, deixando que ele
sentisse o gosto que ele alegava precisar. Troquei as mãos,
segurando-o apenas com a minha boca, enquanto ele chupava
meus dedos e eu me tocava com a mão esquerda.

Minhas coxas começaram a tremer, meu estômago apertou


enquanto eu sentia meu gozo sair. Chupei-o mais
profundamente, gemendo em volta de seu pau grosso quando
as minhas paredes internas começaram a contrair. As
vibrações de gemidos desencadearam os seus próprios e eu tive
que puxar minha mão de sua boca para segurar enquanto
minha boca se enchia com sua libertação de novo. Eu não
conseguia engolir tudo isso, não poderia manter tudo dentro
da minha boca. Escorria pelo meu queixo enquanto eu
continuava a chupá-lo e a esfregar o meu próprio orgasmo.

78
Quando ele puxou minha cabeça nós dois estávamos
respirando com dificuldade e eu estava tremendo do poder da
minha libertação. Era como se ele não tivesse me dado quatro
orgasmos alucinantes na noite passada. Eu estava perdida,
completamente inútil enquanto eu o abraçava e fechava os
olhos.

Seu dedo esfregou em meu queixo, enxugando o seu gozo.


— Não desperdice, baby. — ele sussurrou em meu ouvido
quando ele colocou o dedo dentro da minha boca. Chupei,
amando o seu gosto. Nenhum homem tinha o gosto de Axton
Cage, meus deus do rock particular.

Harper
Eu não disse uma palavra quando todos nós subimos na
traseira da Escalade de Emmie. Nem sequer olhei para ela
enquanto nos arrumávamos. Havia sete de nós colocando as
malas dentro da enorme SUV, duas das quais estavam
fortemente grávidas. Esses eram os meus amigos e eu não iria
arruinar o tempo que eu tinha para passar com eles hoje,
abrindo a boca e reclamando.

Mesmo que eu estivesse louca para fazer exatamente isso.

Eu estava sentada na fila do meio entre Lana e Dallas,


enquanto Lucy e Natalie estavam na terceira fila com Layla e
Emmie dirigindo. Mordi o lábio com força, porque não só eu

79
não queria causar problemas no dia antes do meu casamento,
mas eu não queria uma Lucy de nove anos de idade ouvindo
os palavrões que sairiam quando eu falasse.

Não que eu fosse louca — não de verdade. Eu estava


preocupada. Dallas era sua própria versão de um zumbi depois
de seu rompimento com Axton pela última vez. Eu não queria
que ela passasse por isso tudo de novo. Eu não a queria
machucada nem por um segundo sobre um cara que não a
merecia. Quando ela se magoa, eu me magoo também e eu
estava cansada de sofrer. Estar com Shane tinha me mostrado
o que era não se ferir emocionalmente o tempo todo. Eu tinha
ficado mimada e agora eu estava sentindo medo de sentir isso
de novo.

Deus, eu era uma covarde.

— Então... — Emmie poderia sentir — provavelmente ver


— o estresse em mim e ela não parecia feliz com isso. — Vamos
abordar o elefante na sala, não é?

— Lucy, fones de ouvido. Novo solo de bateria do papai. —


Olhei por cima do ombro para ver Lucy se agitar sobre um par
de batidas que saia de seu iPhone. Um momento depois, o
barulho de uma das canções do Demon’s Wings me atingiu,
aquela que tinha um longo solo de bateria que Jesse Thornton
tinha aperfeiçoado em um dia.

Emmie manteve o Escalade no estacionamento e se virou


para todas nós. — Teve uma boa noite, Dallas?

80
Ela encolheu os ombros. — Foi muito divertido.

Emmie sorriu. — Eu aposto.

Eu cerrei os dentes, mas não disse uma palavra. A mão de


Lana tocou uma das minhas, me acalmando um pouco. Emmie
viu minha mandíbula se apertar e balançou a cabeça. — Deixa
para lá, garota. Eu não preciso de uma noiva homicida no dia
do casamento. E Shane vai ficar puto se você aparecer
derrotada em vez de em êxtase.

— Ele vai quebrar seu coração mais uma vez! — Eu


explodi, incapaz de segurar um segundo mais, sem me tornar
uma maníaca homicida. Dallas era minha melhor amiga,
minha irmã. Nós tínhamos passado pelo inferno com nossas
mães e mal tínhamos acabado de voltar de lá, porque
estávamos lá uma pela outra. — Eu não posso lidar com isso
se ele machucá-la novamente. Ela merece coisa melhor... —
Eu me virei para olhar diretamente para ela, finalmente
deixando-a ver como eu estava chateada. Ela tinha estado tão
quieta desde que ela finalmente saiu do quarto de Axton que
eu sabia que ela tinha sentido o meu stress. —... Você merece
melhor!

Dallas sorriu e me puxou para seus braços. Ela não era


tão fã de abraços, ou de qualquer contato físico, mas ela me
segurou perto e acariciou as mãos sobre o meu cabelo. — Pare
de se preocupar comigo, Harp. Eu sei o que eu estou fazendo.
É assim como eu encerro. Ele e eu estamos tendo um fim de
semana louco. Eu precisava dele, na verdade. Ele tem estado

81
me assombrando por tanto tempo e agora eu posso trabalhar
para tirá-lo do meu sistema e sair com um sorriso no meu
rosto.

Eu passei meus braços em torno de sua cintura fina,


respirando o aroma suave de seu perfume sutil. Eu não
acreditava em nenhuma palavra do que ela estava dizendo,
mas eu não iria falar nada. Por enquanto eu iria fingir que eu
acreditava nela. Eu era tão boa em fingir que as coisas estavam
bem; minha infância tinha me feito um favor com isso.

Abraçando-a com força por mais um longo momento para


absorver o amor que nós compartilhamos, eu finalmente a
soltei. — Ok, Em. Vamos.

Os grandes olhos verdes ainda se estreitaram em mim,


mas ela balançou a cabeça e depois de apenas uma pequena
hesitação ela se virou para colocar o Escalade na estrada.

Pela tarde, eu tinha empurrado todos os pensamentos de


Dallas e Axton para fora da minha mente. Os sete de nós
estávamos nos divertindo muito para que eu deixasse todos os
pensamentos negativos me abaterem. Estávamos sentados na
piscina da casa de Shane que eu tinha acabado de comprar,
há alguns meses. Eu adorei Santa Monica mais do que eu
pensei que eu faria. Tínhamos tentado encontrar uma casa em
Malibu, mas não havia uma disponível da qual realmente
gostássemos. Assim que o corretor de imóveis tinha mostrado
esta casa de quatro quartos, eu fiquei apaixonada por ela.

82
— Nós poderíamos ter ido a um spa e feito tudo isso. —
Emmie disse enquanto observava Lucy colocar uma segunda
camada de esmalte amarelo pôr do sol na ponta dos pés. – É o
que fizemos antes do meu casamento.

Eu balancei minha cabeça. — Eu gosto mais desse jeito.


Apenas nós. – Era perfeito para mim. Sentada na minha
piscina com um copo de vinho na mão, enquanto minhas
meninas favoritas no mundo estavam prontas para me servir
com o que eu precisasse. Dallas tinha feito minha manicure e
pedicure, me deixando com uma única tira francesa branca,
que ficava elegante. Eu tinha uma máscara de lama cara no
meu rosto para fazer a minha pele brilhar de manhã, e nós
comemos tanto que o meu vestido de casamento não iria
passar nem dos meus quadris. Perfeito...

Eu sentia falta de Shane.

Era irracional, já que eu tinha acabado de vê-lo a algumas


horas atrás. E eu o veria em menos de 24 horas, e caminharia
até o altar com ele e me tornaria sua esposa. Ainda assim, meu
coração doeu por estar longe dele naquele momento.

Me perguntei no que ele e os caras estavam se metendo


esta noite. Eu sabia que eles tinham algo planejado para ele. E
eu tinha certeza que seria Drake a ficar observando Mia
enquanto todos os outros saíam. Quando foi a vez de Nik, ele
e Shane tinham começado a fazer tatuagens sobre seus
corações. A de Nik tinha sido de dar água na boca. O coração,
as letras, as chamas.

83
Quando Shane tinha me mostrado a dele, eu tinha
chorado. Então ele tinha feito amor comigo até que eu não
pudesse lembrar de onde estávamos.

Drake tinha esboçado meus olhos. Grandes olhos violeta.


Shane tinha feito para o tatuador que a tinha transformado em
uma obra-prima no peito do meu homem. Meus olhos olhavam
para mim toda vez que eu tirava a camisa dele. Eu me
perguntava se eu iria fazer isso hoje. Com os outros membros
da OtherWorld indo para a casa de Emmie mais tarde, eu
duvidava.

— Eu quero uma tatuagem.

Cinco cabeças dispararam para olhar para mim. Elas


sabiam que eu não era a maior fã de tatuagens. Ao contrário
de Dallas, que tinha mais tatuagem na pele, eu só tinha uma
pequena na parte de trás do meu pescoço, que representava a
minha amizade com ela. Eu não gostava de agulhas, e do som
da arma de tatuar. Mas eu queria mostrar a Shane o quanto
eu o amava, assim como ele tinha feito por mim muito antes
de eu ter confiado nele o suficiente para dizer ‘sim’ quando ele
finalmente me pediu em casamento.

Dallas e Emmie estavam me estudando com mais atenção


do que as outras três. Eu não sabia o que elas estavam
pensando, mas Dallas finalmente sorriu. — Tudo bem. O que
você tem em mente?

Pensei em todas as tatuagens de Shane. Exceto na do peito


com meus olhos, nas outras em seus braços e costas. Eram

84
todas obras de arte, contando a história de sua vida de alguma
forma. O selo da Demon’s Wings em seu ombro esquerdo me
lembrava da que Emmie tinha onde se lia “Propriedade da
Demon’s Wings” e das asas de demônio que ficavam nas costas
de Lana com a mera proclamação de Demon’s Wings.

Eu sabia exatamente o que queria. – Eu preciso da ajuda


de Drake.

85
Capítulo 6
Shane
Eu estava pensando em ligar para Harper quando Drake
saiu da casa com Mia em um braço e sua bolsa de lado cheia
de seus materiais de arte na outra. Eu pulei para fora da
espreguiçadeira onde estava deitado. — O que foi?

— As meninas querem que eu vá até sua casa por um


tempo. Não pergunte o porquê, eu não estou autorizado a
contar. — Ele sorriu, com o braço reajustando Mia. — Vocês
ainda vão sair?

— O domado ainda não se decidiu. — Liam gritou, sentado


em uma espreguiçadeira à beira da piscina com seus óculos
escuros. — mais para esconder seus olhos vidrados do que
para bloquear o sol. Como de costume, Liam estava drogado.

Eu o ignorei porque eu o odiava quando ele estava


drogado, e eu o amava como um irmão. — Eu acho que nós
poderíamos apenas grelhar alguns bifes ou algo assim. Eu não
estou realmente com vontade de sair. — Eu não tinha impulsos

86
para sair e encarar um grupo de strippers — algo que eu tinha
certeza de que Liam estava planejando quando ele tinha vindo.

Talvez o idiota não tenha recebido o memorando, mas eu


iria casar pela manhã, com alguém que completava minha
vida. A partir do momento que eu tinha posto os olhos nela, o
meu mundo tinha virado de cabeça para baixo — de um jeito
bom. A necessidade de uma nova garota em todas as noites e
todas as merdas que eu tinha feito tinha parado no momento
em que meus lábios tocaram os dela.

— Parece um bom plano. — Drake tirou as chaves do


bolso, já se movendo em direção a calçada entre a casa
principal e casa de hóspedes. — Eu não devo demorar.

— Tchau, tio Shane. — Mia acenou enquanto Drake a


carregava para longe.

— Tchau, Mia. — Eu joguei-lhe um beijo antes que ela


estivesse fora de vista.

Quando eu ouvi o barulho do carro de Drake eu comecei a


desabar mais uma vez na espreguiçadeira. Nik saiu da casa
com uma maçã em uma mão e uma Corona na outra. Ele
cutucou a espreguiçadeira de Axton com o pé, derrubando-o
para fora da cadeira. — Acorda!

Ax grunhiu, empurrando-se para se sentar, mas sem


tentar ficar de pé. — Eu só dormi por uma hora na noite
passada, cara. Me deixe em paz.

87
Quatro pares de olhos se voltaram para ele, curiosos.
Zander foi o primeiro a perguntar sobre o assunto. — O que —
ou eu devo perguntar com quem — você esteve para deixa-lo
acordado a noite toda, Cage?

Nik e eu compartilhamos um olhar antes de rirmos. Todos


os membros do OtherWorld tinham gostado de Dallas. Quando
ela tinha terminado as coisas com ele, eles ficaram um pouco
mais do que chateados com Axton. — Somente a Srta. Texas
— Nik sugeriu.

— Você ficou com Dallas novamente? — Devlin grunhiu.


— Eu aposto mil dólares que ela só está à procura de uma
ficada de fim de semana. Ela não vai manter isso por mais
tempo do que amanhã à noite.

Axton ignorou o baterista antes de finalmente conseguir


levantar e se sentar na espreguiçadeira. — Cale a boca, Dev

— Vou aceitar essa aposta, Dev — Quando Wroth riu


Axton apontou o dedo para ele também. — Ah, vamos lá, cara.
Sabe que aquela garota não vai aceitar a sua merda. Ela é mais
esperta do que a maldita Gabriella.

— Mais esperta, talvez. — Liam comentou, mexendo com


seu telefone. — Mas não menos sexy. E não menos vadia.

Concordando, Devlin e Zander levantaram as cervejas em


acordo. — Amém, irmão.

Três horas mais tarde nós nos sentamos à mesa do pátio


para comer bifes grelhados que Jesse tinha feito quando

88
chegou em casa. Drake e Mia ainda não voltaram, no entanto,
e eu estava ficando mais ansioso para falar com Harper a cada
minuto. Era uma loucura. Eu tinha acabado de vê-la naquela
manhã, mas esse era o jeito que era conosco. Quando eu
estava em turnê eu era como um viciado em drogas O tempo
todo que eu estava longe dela, minha pele se arrepiava, meu
coração disparava, meu corpo tremia até que eu pudesse beijá-
la, abraçá-la de novo.

Eu levantei minha espiga de milho que Jesse tinha


grelhado perfeitamente e a mordi logo quando Nik levantou a
cerveja. — Eu nunca pensei que esse dia chegaria. Todos esses
anos observando Shane fodendo com qualquer coisa com uma
buceta, eu acho que todos nós tínhamos desistido dele se
casar. Mas aqui estamos nós, contando as horas até que o
maior mulherengo da história do rock vai colocar um anel no
dedo de sua mulher. Então vamos fazer um brinde e nos
lembrar dos velhos tempos. Não necessariamente dos
melhores dias, mas ainda assim dias bons. — Todos eles
tomaram um gole das garrafas antes que Nik levantasse sua
cerveja novamente. — Para o meu amigo e irmão: Seja feliz.

— Amém! — todos ecoaram e eu bebi o resto da minha


cerveja para evitar chorar. Eu não iria ser um covarde esta
noite.

Drake voltou algumas horas mais tarde, sem Mia. Ele


parecia cansado, mas ele ainda estava sorrindo quando caiu
no sofá na sala de estar onde nós todos estávamos assistindo
algum futebol da faculdade. Como de costume, a SEC estava

89
dominando. Axton e os outros tinham crescido no Tennessee,
mas eram fãs fervorosos do Alabama desde que eles usavam
fraldas. Considerando que os meus irmãos da banda e eu
tínhamos crescido em Ohio, nós seguíamos o Buckeyes para
sempre. Ambos eram times de futebol dominantes, mas não
estavam jogando hoje à noite, para a nossa sorte.

Wroth estava com uma de suas guitarras acústicas e


estava dedilhando alguns acordes de vez em quando. Eu estava
louco para tocar também, mas todas as minhas guitarras
estavam na minha casa. Fazia alguns meses desde que eu
tinha saído em turnê, e eu ainda estava achando difícil não
estar constantemente na estrada. Não porque eu sentia falta
da estrada, mas porque eu estava acostumado a tocar todos os
dias. Ultimamente eu tinha pegado na minha Fender e tocado
apenas para que eu pudesse ver se eu lembrava de como fazer.

— Como está Marissa? — Drake perguntou a Liam durante


um intervalo comercial.

Liam encolheu os ombros. — Está bem.

— Ela está cuidando de Harris para Devlin hoje. — Wroth


nos informou. — Agora que o menino está ficando mais velho,
Devlin quer leva-lo nas turnês. Rissa vai junto e ajuda a cuidar
dele.

Meus olhos se arregalaram. — E você está bem com isso?


— Wroth tende a agir como irmão mais velho de Liam e Marissa
na metade do tempo. Ele sempre batia o pé quando se tratava
de sua turnê com a banda.

90
— Eu não cheguei a votar. — Wroth reclamou.

— Eu ia contratar uma babá, mas Harris fez uma cena. Eu


não posso culpa-lo. — Devlin sorriu. — Se eu tivesse catorze
eu não iria querer uma babá também. Ele se dá bem com
Marissa então achei que seria a melhor solução. O único
reclamando é Wroth.

— Rissa não é como Emmie. Ela não vai saber como lidar
com cinco caras em um ônibus idiota. Não é o nosso modo de
agir. Não do jeito que todos nós fodemos por aí.

Marissa era maravilhosa, mas eu não tinha tanta certeza


se os protestos de Wroth vinham de seu lado protetor ou do
possessivo. Sua conexão familiar com Liam não se estendia a
Marissa, mesmo sendo praticamente os pais de Wroth que a
tinham criado. A mãe de Wroth havia sido irmã da mãe de
Liam. Marissa tinha uma mãe diferente, que a tinha
abandonado quando ela fez cinco anos. Não muito tempo
depois que seu velho tinha morrido em um acidente — seu
trailer bateu em um pouco de gelo e derrapou em um aterro. A
mãe de Wroth tinha sido a única família que Liam tinha
enquanto Marissa não tinha tido nenhuma. A Sra. Niall tinha
pleiteado a guarda da menina, em vez de deixa-la entrar em
um orfanato.

Quando a conversa se voltou para outra coisa, eu


desliguei. Meu olhar continuou indo para o meu celular, meus
dedos coçando para pegá-lo e enviar uma mensagem, senão
para liga-la de fato. Eu estava quase doente com a necessidade

91
de falar com ela de alguma forma. Murmurando uma maldição,
eu finalmente cedi e peguei meu celular.

— Quem apostou em onze? — Jesse gritou, sorrindo


quando viu que eu estava digitando mensagens de texto como
um louco.

— Droga! — Devlin gritou. — Eu apostei em meia-noite.


Maldito, você não poderia esperar outra hora?

Eu mal levantei os olhos da mensagem que eu estava


preparando para enviar para Harper. — Do que você está
falando?

— Fizemos uma aposta de que você não conseguiria ficar


a noite toda sem falar com ela. — Drake me informou, tomando
um gole de sua lata de Dr. Pepper. — Eu apostei em cinco e
meia.

— Eu ganhei! — Nik se levantou, estendendo a mão para


os homens sentados em volta dele. — Podem ir passando o
dinheiro, vadias.

— Quanto você ganhou? — eu exigi.

— Todos nós apostamos cinco. — Drake disse, puxando a


carteira e pegando o dinheiro que devia.

— Quinhentos? — Não teria me surpreendido se tivessem


sido cinco mil. Meus amigos eram idiotas assim quando
ficávamos juntos.

92
— Não, idiota. Cinco dólares. De jeito nenhum eu vou
perder quinhentos com você. Eu te amo, irmãozinho, mas a
Anjo iria chutar a minha bunda.

— Ela gasta muito em sapatos, cara. — Jesse zombou. —


Antes dela casar com você, meus extratos de cartões de crédito
eram de três páginas só das lojas de calçados.

— Só três páginas? — Drake sorriu. — Ela realmente gosta


de sapatos. E eu sou muito fraco quando se trata de vê-la com
eles e nada mais. Então, ela pode secar o banco comprando
todos os malditos sapatos que ela quiser.

Emmie
Acordei antes do amanhecer, sabendo que eu tinha um
milhão de coisas para fazer para que Shane e Harper não
tivessem que se preocupar com elas.

O organizador de casamentos que eu tinha contratado


para tentar facilitar a minha vida já estava esperando por mim
no Swiss Park Banquet Center. Quando estava procurando
locais para o casamento, Harper tinha se apaixonado pelo
lugar e pelo gazebo exterior. Uma equipe de trinta pessoas já
estava arrumando as cadeiras brancas, assim como as flores e
a pérgula em frente ao coreto.

Logo que eu garanti de que tudo estivesse da forma que


Harper tinha dito que ela queria, eu entrei no salão de

93
banquetes para verificar as mesas e decorações. Eu estava
lutando contra minha náusea, mas eu não iria deixa-la me
impedir de fazer deste o melhor dia da vida de Shane e Harper.

Levou três horas para que eu acertasse tudo. Logo que o


bolo estava no lugar eu fui para os quartos que nós usamos,
para me preparar para o casamento. Era quase meio-dia e eu
estava esperando as meninas chegarem antes dos caras. A
limusine já deve tê-las pego a uma hora atrás, mas com o
tráfego elas devem estar chegando a qualquer momento.

— Mamãe!

Eu virei ao som de Mia chamando meu nome. Ela estava


segurando a mão de Lana e andando em minha direção. Me
abaixei para abraçar meu bebê antes de me endireitar e
enfrentar Lana. Quando eu a vi fazendo careta eu sabia que
algo estava errado. — O quê? — eu exigi.

— O padrasto de Harper acabou de me ligar. Cecil disse


que as vadias gêmeas descobriram onde será o casamento e
provavelmente tentarão invadir a festa. — Ela passou a mão
sobre sua barriga, parecendo tão estressada como eu me senti
repente.

Quando Harper tinha me dado a lista de convidados ela


me disse que ela não queria sob nenhuma circunstância que
sua mãe, pai ou meia-irmã fossem convidadas. Harper nem
sequer falava mais com a mãe ou irmã. Seu pai somente ligava
uma vez a cada lua azul. Todos causaram problemas e dor de

94
cabeça para ela, e eu com certeza não iria deixá-los estragar o
dia de Harper.

— Ok, eu vou lidar com isso. — eu assegurei a ela. — Onde


Harper está?

— Ela está terminando o penteado. O estilista está


cuidando bem dela, não se preocupe. — Lana ofereceu a mão
para Mia. — Vamos lá, pirralha.

— Eu não sou pirralha, tia Lana. Você é.

— Você é tão atrevida como sua mãe. Eu deveria bater no


seu bumbum.

— De jeito nenhum! — Mia riu quando Lana fingiu erguer


a mão para ela. — Eu vou contar para o tio Drake!

— O tio Drake tem que me aturar mais do que a você. Ele


iria ficar do meu lado.

— Eu sou a favorita dele. — Mia mexeu os olhos de uma


maneira que eu tinha visto Nik ensiná-la a fazer recentemente
e eu não pude deixar de sorrir enquanto eu as observava ir
embora.

Quando elas estavam fora de vista o meu sorriso caiu e eu


peguei meu celular. A segurança já era reforçada. As ameaças
de morte das fãs loucas tinham aumentado nesta última
semana. A segurança de Harper, bem como a necessidade de
manter a imprensa de fora tinham tornado as coisas
extremamente difíceis. Todos, desde os fornecedores até o

95
florista tinham que passar por todos os três postos de controle
de segurança para entrar no edifício.

— Ninguém entra sem convite e identidade com foto — Eu


disse ao chefe da equipe de segurança que havia contratado.
— Se você suspeitar de algo ou alguém, eu não me importo se
ele é o maldito ministro, você me chama.

— Sim, senhora. — ele respondeu sem hesitação.

Uma hora depois, os caras chegaram. Nik me encontrou


na sala de recepção repassando detalhes de última hora com
o fotógrafo, assim como o fornecedor. Harper estava indo tirar
fotos com o fotógrafo para usá-las para a revista dela como
uma exclusiva do casamento. Seu chefe quase se mijou nas
calças quando ela prometeu uma capa com ela em seu vestido
de casamento com Shane segurando-a e os outros três
membros da banda de pé atrás deles.

— Você parece cansada. — Nik passou os braços em volta


de mim, abaixando a cabeça para me beijar. — Você já comeu
alguma coisa?

— Um pouco de salada de frutas — eu assegurei a ele, me


mantendo firme por mais um pouco. — Então... eu descobri
algo. — Ele levantou uma sobrancelha e sorri. — Parece que o
bebê vai ser muito parecido comigo. O cheiro de bacon me fez
vomitar.

96
Seus lábios tremeram. — Então, você não vai ficar
querendo sorvete ou batidas com bacon? Ou bacon e
sanduíches de manteiga de amendoim?

Meu estômago se agitou só de pensar nessas coisas. — Por


favor, pare.

— Sinto muito, menina. — Ele roçou um beijo sobre meus


lábios, em seguida, deu um passo atrás. — Detesto incomodá-
la, mas Shane está prestes a perder o controle. Ele têm sido
um caso perdido desde que saiu da cama. Você acha que Drake
foi ruim? Ele não foi nada perto de Shane agora.

Eu fiz uma careta. — O quê? O que há de errado? O que


vocês fizeram com ele ontem à noite?

— Hey. — Nik levantou as mãos como se quisesse me


afastar quando eu dei um passo em sua direção. — Nós não
fizemos nada. Ele estava bem quando foi para a cama na noite
passada... Ou esta manhã. Eram quase três horas quando eu
finalmente fui dormir. Quando eu acordei esta manhã e...
Basta ir falar com ele, querida. Por favor?

Murmurando uma maldição eu segui Nik para o lado


oposto do prédio onde supostamente os caras se vestiriam. Eu
entrei para encontrar Drake e Jesse em seus smokings já
vestidos pela metade, mas Shane estava andando vestindo
shorts de basquete e uma camiseta. Ele estava pálido como a
morte, com os olhos injetados de sangue, e eu tinha certeza de
que ele não tinha conseguido dormir nada.

97
— Fale comigo. — eu ordenei, agarrando os braços dele e
fazendo-o parar o seu ritmo frenético. — Você está com
dúvidas?

— O quê? — Ele parecia assustado com a minha pergunta.


— Não! Eu estou malditamente pronto para fazer daquela
mulher a minha esposa.

— Então qual é o problema? — Eu mantive minha voz


baixa e calma. — Não posso cuidar de tudo o que está errado
se você não me contar, Shane.

— Eu fiz uma coisa estúpida. Eu acho que eu errei feio.

— O quê? — Todos na sala pararam o que estavam fazendo


para virar e encará-lo. Engoli em seco, com medo da resposta
da próxima pergunta que eu não tive escolha a não ser
perguntar. — O que você fez?

— Eu... Ah, porra! — Ele se afastou de mim e passou as


mãos pelo cabelo escuro curto. Andou até a janela, em seguida,
virou-se para olhar para mim, os olhos azul-acinzentados
parecendo atormentados. — A mãe de Harper me ligou ontem
à noite. Ela disse que queria fazer as pazes, se desculpar com
Harper por ser uma mãe de merda. Então ela começou a falar
de como ela queria ver a filha se casar. Então eu... eu enviei a
ela um convite por e-mail.

— Shane!

98
— Eu dormi por duas horas e quando acordei, percebi o
quão grave foi o erro que cometi. Harper não quer a Monica
aqui.

— Você acha? — Eu não pude evitar. Minha voz estava


subindo junto com a minha pressão arterial. Droga, agora eu
quase desejei que ele tivesse traído. Eu poderia corrigir isso
muito mais rápido e de modo mais eficiente que isso. Eu
poderia ter simplesmente cortado suas bolas fora, os
apresentado para Harper, e pronto. — Eu já tenho um forte
esquema de segurança, e eles sabem que não devem deixar
ninguém entrar sem um convite. Mas agora ela tem um! Eu
poderia tê-la evitado sem isso, maldição. Deuses, isso é uma
merda.

— Me ajude a corrigir isso, Emmie. — Shane implorou. —


Me ajude...

— Você não sabe fazer nada de um jeito fácil, não é? — Eu


estava quase gritando com ele, mas me afastei antes que eu
começasse a jogar merda. — Os convidados já estão chegando.
Se ela estiver aqui ela vai causar uma enorme cena e Harper
vai ficar ainda mais chateada.

— Eu sei. — A voz dele quebrou e eu caí para o sofá contra


a parede ao lado dele. — Eu sei.

— Tudo bem. — Nik deu um passo adiante, com as mãos


indo para os meus ombros para tentar esfregar um pouco do
meu stress. Eu tremi ao sentir suas mãos em mim, mas não

99
ajudou a aliviar a tensão no meu corpo. — Podemos resolver
isso.

Eu soltei um suspiro de frustração. — É. Eu posso


consertar isso.

Era o meu trabalho corrigir todos os problemas deles...


Porra, às vezes eu odiava o meu trabalho!

100
Capítulo 7
Harper
Eu pensei que eu ia ser uma daquelas noivas que se
apavoravam com qualquer emergência no dia de seu
casamento. Claro, Emmie tinha sido a minha graça salvadora,
garantindo que eu só tinha que dizer sim ou não para isso e
aquilo. A coisa mais difícil que eu tinha que fazer era escolher
o meu vestido de noiva, o que tinha sido fácil logo que eu vi o
vestido. Ainda assim, eu pensei que fosse acordar esta manhã
me sentindo ansiosa e pronta para correr para a fronteira a
qualquer sinal de problemas.

Em vez disso eu estava calma, e pronta para caminhar até


o altar e mudar de sobrenome.

Agora, enquanto eu parava em frente ao espelho vestindo


meu vestido de noiva, eu não pude deixar de sorrir. Levou uma
vida, mas agora eu pude ver exatamente o que Shane viu todos
os dias. A mulher bonita encarando o espelho estava além de
mim. Meu cabelo estava enrolado à perfeição e caía em volta
dos meus ombros; eu tinha o mínimo de maquiagem com
apenas um pouco de base, um pouco de sombra e brilho. O
vestido de noiva era sob medida, e empurrava os seios para

101
cima enquanto mostrava a curva sexy dos meus quadris. Em
meus pés eu usava sapatilhas de balé fáceis, sem me dar
nenhuma altura extra, nem sex appeal. Mas eu
definitivamente estava sexy.

Atrás de mim, minhas amigas estavam sem palavras.


Mudei o meu olhar para encontrar Dallas piscando
rapidamente, tentando não chorar. — Você está tão bonita,
Harp.

Eu abri minha boca para lhe agradecer, mas a porta se


abriu e entrou o meu padrasto junto com Linc. Os dois homens
pararam em seus caminhos quando me viram. — Mas que
porra! — Linc exclamou. — Você é o suficiente para converter
um homem gay, Harper.

Eu ri, dando um passo à frente para deixá-lo roçar um


beijo na minha bochecha. — Obrigado.

Quando eu olhei para Cecil ele tinha lágrimas em seus


olhos e não estava tentando mantê-las afastadas. — Não há
palavras para descrever como você está linda, Harper. — ele
disse antes que o puxasse para um abraço caloroso e amoroso.

Fechei os olhos e passei meus braços ao redor de seus


ombros. — Obrigado por estar aqui por mim, Cecil.

— Não há outro lugar onde eu preferiria estar, querida.

— Onde está Emmie? — exigiu Layla. — Ela não se vestiu


ainda.

102
Eu não tinha notado!

— Eu vou encontrá-la. Ela provavelmente está passando


por cima de tudo novamente, pouco antes da cerimônia. —
Natalie sorriu para mim no espelho antes de sair.

— Você está tão bonita, Harper. — Jenna, a irmã de Shane


e Drake me disse, de onde ela e Mia estavam sentadas no sofá.
— É tão legal que você vá ser a minha irmã.

Cruzei com ela e puxei-a para um abraço de um braço só,


não querendo estragar o penteado ou o vestido dela. A festa de
casamento não era a maior que eu já tinha visto, mas não era
a menor por uma grande diferença. Jenna e Lucy eram minhas
madrinhas junto com Lana, Layla, Emmie, e Natalie. Dallas era
minha dama de honra, mas eu teria dado esse título a Linc
rapidamente. Felizmente ele era um dos padrinhos de Shane,
porque Shane o queria lá em cima com a gente tanto quanto
eu.

— Obrigado, Jen. Estou tão feliz que você pôde estar aqui.

— Papai disse que eu não iria perder o casamento de


Shane por nada no mundo. Mamãe não arranjou uma briga
tão grande quanto eu achei que faria. — Jenna rolou os olhos.
Stella não era a minha pessoa favorita no mundo, mas ela
tinha se acalmado bastante desde o pesadelo que Jenna nos
tinha feito passar, fugindo para Nova York em busca de seus
irmãos. Quanto ao pai de Shane, isso ainda era muito tenso.
Não que eu pudesse culpar a ele ou a Drake. Seu pai havia

103
basicamente virado as costas para eles quando eles mais
precisavam.

— O meu vestido está bonito, tia Harper?

Virei meu olhar para Mia, que estava sentada ao lado de


Jenna. Em seu vestido branco ela não só estava bonita, mas
parecia uma bela boneca pequena. — Com certeza, princesa.
E seu cabelo está tão adorável. Você foi uma menina tão boa
ficando sentada enquanto tia Layla enrolava isso em você.

A porta se abriu tão de repente que eu quase bati contra a


parede. Emmie parecia uma pequena selvagem, com os olhos
se destacando em seu rosto pálido. Me senti culpada que ela
havia estado correndo por aí para tornar o meu dia do
casamento tão especial, enquanto eu só tinha me sentado com
todos em volta de mim me mimando. — Emmie...

Seus olhos pousaram em mim e eu estava assustada


quando lágrimas derramaram de suas bochechas. — Oh meus
deuses! Você está de tirar o fôlego.

Eu não sabia o que dizer. Eu queria agradecê-la por tornar


tudo isso tão especial. Eu queria abraçá-la e dizer que estava
arrependida por ser um pé no saco. Minha boca se abriu, mas
nada saiu. Parecendo entender tudo o que eu estava sentindo,
Emmie pisou duro e colocou os braços em volta da minha
cintura. — O prazer foi meu, Harper. — ela sussurrou perto do
meu ouvido. — Bem-vinda à família, querida.

104
Vinte minutos mais tarde, eu estava do lado de fora
esperando o sinal para caminhar até o altar. Meu coração
estava disparado, minhas mãos estavam ficando suadas.
Dallas ficou na frente de mim, esperando que os outros
caminhassem até o altar para que ela pudesse ter a sua
chance. Eu levei um momento para observá-la. Seu cabelo
estava preso em um coque lateral, mostrando a tatuagem que
eu só tinha visto em fotos até recentemente. O vestido de seda
que todas as damas de honra estavam usando era de um
lavanda suave. Ele não estava apertado, mas parecia abraçar
cada curva que a minha amiga tinha. Mesmo com nós duas
usando sapatilhas de balé, ela ainda era alguns centímetros
mais alta que eu.

Dallas finalmente deu um passo adiante, movendo-se para


fora de vista quando ela começou a descer o corredor. Eu
respirei fundo, pronta para dar o primeiro passo para me
tornar a esposa de Shane. Cecil ficou ao meu lado, pálido e
com os olhos marejados. Mesmo que eu tivesse convidado meu
pai para o meu casamento, seria doentio ter sido ele a me
acompanhar até o altar. Cecil foi o homem que tinha me criado,
o primeiro homem a me amar incondicionalmente.

De repente, a música mudou para a marcha de casamento


— e Cecil se virou para mim com um sorriso vacilante. —
Pronta?

— Pronta. — Saiu como um sussurro, porque de repente


eu estava tendo dificuldade para falar através da emoção
entupindo minha garganta.

105
Cecil me ofereceu um braço e eu passei minha mão em
volta dele quando entramos em volta do pequeno muro que
estava me escondendo de todos. Meus olhos foram
imediatamente para a frente do altar. Eu não vi qualquer uma
das cerca de trinta pessoas que eu tinha convidado. Ninguém
parado na pérgula ficou registrado no meu cérebro, além do
homem que me possuía completamente.

O cabelo curto de Shane era um pouco confuso, mas eu


não estava certa se isso era ou não intencional. Seus olhos
azuis-cinza estavam nebulosos e pareciam inchados. Ele usava
um smoking que lhe cabia perfeitamente, o lenço tingido de
lavanda trouxe um sorriso aos meus lábios. Foi ele quem
escolheu as nossas cores, querendo que tudo combinasse com
os meus olhos.

Quando Cecil e eu nos aproximamos, vi Shane engolir em


seco, a garganta trabalhando com emoção. Eu pisquei as
lágrimas, tão feliz que meu coração parecia que ia explodir.
Parecia que eu estava andando muito devagar, que eu nunca
chegaria ao seu lado. Cecil teve que agarrar a minha mão e me
segurar para me impedir de avançar sem ele. Mordendo meu
lábio, eu tentei ser paciente, mas era tão difícil quando tudo o
que eu queria era estar nos braços de Shane.

Finalmente — finalmente — Eu estava a apenas alguns


metros de distância. Shane se adiantou, pegando a minha mão
e me puxando de Cecil contra ele. — Eu te amo. — eu respirei
enquanto seus lábios capturaram os meus.

106
Minha mente ficou completamente em branco, enquanto o
meu corpo parecia arder em chamas de desejo branco quente.
Meu buquê de rosas brancas e cor de lavanda caiu da minha
mão quando eu me enrolei em volta de Shane, tentando me
pressionar tão perto quanto humanamente possível.

Eu ouvi uma voz profunda atrás de mim e eu virei minha


cabeça para ver lagrimas através de um sorridente Cecil. — Eu
gostaria de manter algumas coisas fora da minha imaginação
quando se trata de vocês dois, querida. — Ele piscou, e Shane
riu quando eu senti meu rosto encher de calor. Cecil deu um
passo adiante, me puxando para fora do aperto de Shane para
que ele pudesse beijar minha bochecha antes de me entregar
ao meu noivo. — Cuide dela, rapaz.

— Eu vou, senhor. — Shane disse em voz mais áspera do


que o habitual. — Eu juro que eu vou.

O ministro pigarreou e Shane e eu nos viramos para


enfrentar o homem, seu braço ainda apertado em volta da
minha cintura. O pequeno homem com o cabelo ruivo nos deu
um sorriso amável antes de começar a cerimonia. Tentei não
chorar, mas quando Shane repetia seus votos, eu era uma
causa perdida.

—... Eu vou te amar e cuidar de você por todos os dias da


minha vida... — Eu ouvi as palavras, mas não podia vê-lo
através das minhas lágrimas. Sua voz falhou e eu sabia que
ele estava lutando contra as lagrimas tanto quanto eu. Quando
eu coloquei o anel que combinava com o meu anel de noivado

107
no meu dedo, meus dedos tremeram tanto que eu tive que
segurar minha mão um pouco mais para que ele pudesse
colocar o anel nela. Um pequeno soluço escapou de mim
quando ele levantou minha mão para seus lábios e beijou meu
dedo com o anel que agora simbolizava nossa promessa de
amor.

Eu repeti os mesmos votos — prometendo ser amiga dele,


amante e companheira de alma pela eternidade. Dallas me
entregou o anel e eu enxuguei as minhas lágrimas para que eu
pudesse ver o que eu estava fazendo antes de pegar a mão dele
e colocar o anel em seu dedo.

— Eu vos declaro marido e mulher. Shane, você pode


beijar sua noiva. — O ministro não tinha sequer terminado de
falar antes que Shane carinhosamente me puxasse contra ele.
Ele me ergueu alguns centímetros do chão enquanto sua
cabeça abaixava. Quando nossos lábios se encontraram, pela
primeira vez como marido e mulher, a magia — a química que
sempre tinha sido tão forte entre nós — brilhou mais forte. Me
agarrei a ele, beijando-o mais profundamente, me esquecendo
do grupo de amigos e familiares nos observando enquanto ele
devorava minha boca em um beijo que selou o nosso
compromisso mais profundamente do que um anel jamais
poderia.

***

108
— Senhoras e senhores. Lhes apresento o Sr. e a Sra.
Shane Stevenson!

Parecia que a sala de recepção estava cheia de centenas de


pessoas, em vez de menos de cinquenta quando Shane e eu
entramos na sala de mãos dadas. Os nossos amigos,
familiares, alguns dos meus colegas de trabalho, e alguns
membros da equipe de turnê que estavam por anos com os
Demon’s Wings estavam presentes. Era pequeno, íntimo e
absolutamente perfeito para mim.

— Para começar as festividades a noiva e o noivo terão sua


primeira dança. — O organizador de casamentos tinha uma
voz sensual, muito sexy — algo que eu não tinha notado até
agora. Mas esse pensamento evaporou completamente do meu
cérebro quando Shane me puxou para os seus braços e as
luzes se apagaram.

Eu não tinha ideia do que estava acontecendo com a


música. Shane e eu não tínhamos realmente uma música
específica e eu lhe pedira para lidar com tudo isso. Eu sabia
que ele estava trabalhando com Nik em uma lista e eu estava
animada para ouvir o que eles escolheram. O meu homem não
era iniciante a respeito de música. Eu sabia que iria ter uma
variedade de gêneros em sua lista de reprodução. Agradeci a
todos os deuses de Emmie, porque tanto quanto eu amava rock
n’ roll eu não queria passar toda nossa recepção de casamento
com as minhas mãos no ar.

109
O piano me assustou, e então eu estava derretendo contra
o meu marido quando a música de John Legend, “All of Me”
encheu a sala. Um foco de luz foi colocado em nós quando
Shane e eu dançávamos ao redor da pequena seção da sala de
recepção usada para uma pista de dança. Seus lábios
pressionados contra meu ouvido e eu tremi quando ele cantou
para mim. — ‘Cause all of me, loves all of you... You’re my end
and my beginning ...

Lágrimas inundaram minhas bochechas e eu enterrei meu


rosto em seu peito, me agarrando a ele enquanto ele fazia uma
serenata para mim em frente a todas as pessoas que eu amava.
Enquanto a música lentamente chegou ao fim eu estava quase
chorando, literalmente tão feliz que eu tinha que chorar ou
implodir. Shane beijou minhas lágrimas, sussurrando o
quanto me amava no meu ouvido uma e outra vez, até que
finalmente a música terminou e eu estava uma bagunça fraca,
usando-o para me segurar.

Em volta de nós todos estavam aplaudindo de novo, mas


eu mal prestei atenção quando as notas da próxima música
começaram a tocar e os meus soluços se transformaram em
risos felizes. “Best Day of My Life” dos America Authors
inundou a sala e meus braços se apertaram em volta do
pescoço dele, beijando-o longa e profundamente quando as
palavras ecoaram tudo o que eu estava sentindo.

Este realmente era o melhor dia da minha vida.

110
Passei a hora seguinte sendo passado de parceiro de dança
para parceiro de dança. Meu pai, Nik, Axton, Jesse e então
Drake. Depois o meu chefe, que era o editor-executivo e CEO
da America’s Rocker. Eu também dancei uma com Mia, porque
ela disse que parecíamos gêmeas e gêmeas tinham que dançar
pelo menos uma música. Wroth e Zander foram gentis quando
dançaram comigo, enquanto Devlin flertava o tempo todo.
Quando meu novo sogro me ofereceu sua mão eu estava um
pouco relutante em aceitá-la, mas não queria causar uma
cena. Deixei que ele me levasse para o meio da sala, o meu
sorriso forçado quando eu pisei na pista de dança com ele.

Era difícil olhar para ele e não ver a semelhança familiar


com Shane e Drake, que poderiam facilmente ser confundidos
com gêmeos de longe. Clyde Stevenson ainda era um homem
muito bonito, e eu sabia só de olhar para ele e seus filhos — e,
sim, suas filhas também — que eles iriam envelhecer
graciosamente. Ele parecia bom o suficiente, mas eu me
impedia de realmente me soltar porque nem Drake nem Shane
tinham verdadeiramente o perdoado por abandoná-los quando
eles tinham desesperadamente precisado dele. E porque eu
não conseguia perdoá-lo, eu definitivamente não conseguia
perdoar esposa dele. Stella Stevenson era a razão pela qual
Clyde tinha virado as costas para seus filhos, e nenhuma
mulher jamais deve exigir isso de um homem.

— Obrigado por incluir Natalie e Jenna na festa de


casamento — disse Clyde.

111
— Não é necessário, obrigado. Eu amo as duas. Jenna é
muito especial para Shane e eu. Eu desejo que nós
pudéssemos vê-la mais vezes. — Desde a mudança para a
Califórnia, Jenna não era capaz de nos visitar tanto quanto
fazia quando estávamos em Nova York.

— Tenho certeza de que podemos fazer algo para que ela


possa vir visitar um pouco mais frequentemente. — Clyde me
assegurou. — Ela está se queixando sem parar por não ver
você e Shane, mas pelo menos ela ainda consegue visitar
Natalie e Drake durante os meses que ele está na Costa Leste.

Dançamos mais um pouco em silêncio e eu estava


começando a desejar que a música acabasse quando ele falou
de novo. — Eu quero agradecer a você, Harper.

Eu pisquei. — A mim? Por quê?

Ele soltou um longo suspiro, cheio de emoções que eu não


estava certa de que eu queria nomear porque isso significaria
que eu sentia simpatia por este homem. — Por amar meu filho.
Por fazê-lo o mais feliz que eu já vi. Você é a razão pela qual ele
tem um sorriso no rosto, mais frequentemente do que não.
Olha, eu percebo que a minha opinião não conta para você ou
para qualquer outra pessoa nesta sala. Especialmente Lana.
— Ele fez uma careta. Eu podia imaginar o que Lana tinha
acabado de dizer a ele sobre sua opinião e tudo o mais. — Mas,
eu só tinha que dizer isso. Então, obrigado.

112
A música chegou ao fim e eu me encontrei abraçando-o,
um pouco sem jeito. — Como eu disse, agradecimento não é
necessário, Clyde.

O jantar foi tão delicioso quanto eu estava esperando. Me


sentei na nossa longa mesa na nossa festa de casamento,
provando um pouco de tudo do meu prato, e também do prato
de Shane quando ele não estava olhando. Eu estava bebendo
meu champanhe, metade ouvindo alguém fazer um discurso,
quando o meu dia inteiro passou de incrível para a completa
merda.

De jeito nenhum. Não. Não. DE. JEITO. NENHUM!

As palavras devem ter realmente saído em vez de ecoar na


minha cabeça porque alguns dos convidados mais perto
ofegaram. Eu me levantei tão rápido que minha cadeira
tombou e eu apenas fiquei ali, olhando para as duas únicas
pessoas que eu teria pago dinheiro para ter empurrado para
as entranhas do inferno.

Minha mãe estava sentada em uma mesa logo do meu lado


esquerdo. Minha linda meia-irmã estava sentada como se ela
pertencesse aqui, quando ela estava manchando tudo o que eu
achava que estava perfeito a alguns segundos atrás. Quando
ela percebeu meus olhos sobre elas, na verdade, minha mãe
sorriu. Não seu sorriso malicioso que ela sempre me dava e
costumava a me colocar para baixo e me sentir horrível, mas o
sorriso de “Eu sou uma pessoa tão boa.”

113
Ao meu lado Shane murmurou uma maldição e eu senti
Emmie se movendo atrás de mim, já com seu telefone falando
baixo — mortal — com a segurança. Me virei para Shane. —
Como elas chegaram aqui? — Eu sussurrei.

Eu vi a culpa em seus olhos quando sua garganta


trabalhou com emoção. Droga! Eu já tinha visto o mesmo olhar
em seus olhos a noite em que eu o tinha pego de surpresa com
um jantar surpresa com as vadias anos atrás. Respirei fundo,
minhas mãos apertando em um punho enquanto eu tentava
controlar minha raiva crescendo. — Você?

— Eu cometi um erro. Ela me ligou ontem à noite,


chorando sobre como ela queria ser uma mãe melhor. Me senti
uma merda e eu finalmente enviei a ela um convite. Mas eu
percebi que era um erro logo que eu acordei esta manhã.
Emmie reforçou a segurança, disse-lhes para não deixá-las
entrar Quando elas não apareceram para a cerimônia nós
pensamos que ela não viria... Eu acho que ela decidiu esperar
até que a guarda abaixasse. — Ele segurou meus punhos,
trazendo-o até seus lábios. — Sinto muito, linda. Me desculpe
que eu as deixei estragar o nosso dia.

Fechei os olhos, bloqueando a vista dos seus olhos


molhados e a multidão atrás dele.

Fazia anos que eu não via minha mãe ou a minha meia-


irmã. Eu não tinha atendido seus telefonemas. Tinha jogado
fora todos os cartões de Natal, mesmo aquele minha mãe tinha,
na verdade, se lembrado de enviar em meu aniversário. Shane

114
me fez perceber que eu não precisava delas na minha vida e eu
não ia deixá-las me fazer sentir culpada como tinham feito
quando eu estava crescendo...

Eu não precisava delas! E eu com certeza não iria deixá-


las estragar este dia para Shane e eu.

Eu abri meus olhos e passei meus braços em volta do


pescoço de Shane. — Eu não estou brava com você. — eu disse
a ele, beijando sua bochecha. — Vamos simplesmente ignorá-
las. Se nós fingirmos que elas não estão aqui... Bem, isso
realmente vai irritar a minha mãe.

Os olhos azuis cinzentos se arregalaram de surpresa. —


Sério? Você não está chateada comigo?

Eu balancei minha cabeça. — Eu estava. Acerca de um


minuto atrás. — Nós dois sorrimos, e eu fiquei na ponta dos
pés para escovar meus lábios nos dele. — Nós dois sabemos
que eu não consigo ficar brava com você por mais de um
minuto.

— Emmie fará a segurança atirar suas bundas para fora


se quiser.

— Não. Ariana é a rainha das cenas e eu não quero lhe dar


a chance de fazer uma. Então, como eu disse, ignore-as. —
Olhei para Emmie sobre os ombros de Shane. Quando ela
levantou uma sobrancelha para mim, seu celular colado ao
ouvido dela, eu balancei minha cabeça. Ela deu de ombros,
como se dissesse que era minha festa.

115
— Tudo bem! — Dallas pegou o microfone agora, poupando
o planejador do casamento de fazer seu discurso. Eu me virei
para olhá-la e Shane passou os braços em volta da minha
cintura, seus lábios roçando por cima da minha cabeça. —
Bem, se você não me conhece, então você não conhece Harper.
Ela têm sido minha melhor amiga desde que ambas éramos
adolescentes. Nós unimos por um problema parecido, ainda
que diferente, com nossas mães e o ódio compartilhado por
Ariana Calloway — que está aqui, falando nisso! A vadia do
mal, mas na verdade isso é outra história. Hoje nós vamos falar
de Harper e somente sobre Harper.

Dallas virou seu sorriso com força total em mim e eu senti


meu coração se elevar com o amor brilhando de volta para mim
naquelas profundezas azuis. Dallas era minha irmã, e não
apenas a minha melhor amiga. — Harper entrou na minha vida
quando eu senti que não tinha ninguém. Ninguém nunca não
deve se sentir só, mas eu não sabia disso até o dia em que
conheci essa beleza dos olhos violeta. Ela é a mais amorosa,
carinhosa, clemente e a pessoa mais bonita por dentro e por
fora que eu já tive a sorte de conhecer. Espero que Shane
perceba o tesouro que ele recebeu hoje, e que respeite e cuide
dela para o resto de sua vida... Porque se não cuidar eu tenho
um taco de futebol com seu nome gravado nela. — A sala se
encheu de risos, a maioria deles sem suspeitar que Dallas
estava completamente séria.

Eu ri, mas ergui a minha taça de champanhe para os meus


lábios quando Dallas terminou seu brinde.

116
Capítulo 8
Layla
Aquele maldito bolo estava chamando meu nome!

Eu olhei para a coisa de doze camadas, a minha boca


aguando só de olhar. Eu tinha estado com Harper e Emmie
quando elas fizeram os testes de sabores. Algum tipo de creme
de limão foi o que Harper finalmente tinha decidido para a
coisa toda. Não devia ter me surpreendido. Se você entrasse na
casa de Shane e Harper agora tudo cheiraria a limão. Velas,
sabonete, detergente de lavar louça. Eles estavam loucos por
limão.

E as duas bestas no meu estômago estava querendo


mergulhar na sobremesa doce.

Eu esfreguei a mão sobre minha barriga muito inchada,


silenciosamente implorando que eles se comportassem. Ao
meu lado Jesse estava observando as pessoas. Ou melhor,
observando os meninos. Um em particular. Harris Cutter
estava dançando com Lucy, que parecia uma pequena estrela

117
de catorze anos de idade. Eu achava adorável. Mas o papaizão
não achava o mesmo que eu.

Eu cutuquei seu braço com o meu cotovelo, tentando


chamar sua atenção para mim e para longe das crianças
dançando a menos de quinze metros de distância. — Hey.

Jesse mal me poupou um olhar. — Sim, querida?

— Ele apenas está dançando com ela, Jess.

— Quem está com quem?

Meus olhos se estreitaram e eu percebi que talvez seus


olhos não estivessem no filho de Devlin, mas apenas em Lucy.
— Qual o problema?

Ele balançou a cabeça, e então pareceu forçar seu olhar


para longe da filha e focá-lo em mim. — Desculpe, eu estava
longe?

— Muito. Tem alguma coisa errada? Você realmente não


tem agido como você mesmo o dia todo. — Na verdade ele tinha
estado longe desde a cerimônia. Eu achava que era porque eu
tinha contado a ele que Emmie estava gravida e ele não tinha
aceitado bem a notícia.

— Não é nada. Estou apenas cansado. Não consegui


dormir esta noite sem você ao meu lado, baby. — Me inclinei e
beijei seu rosto, mas momentos depois seus olhos estavam de
volta em Lucy. Seu olhar vagou para ela pela próxima hora,
seguindo cada passo dela enquanto ela andava pela sala

118
conversando com todas as pessoas que ela conhecia, o que
eram quase todos que estavam presentes.

Enquanto ele observava Lucy, eu o observava. Sua


mandíbula estava tensa, sua pele pálida. Meu habitual marido
feliz estava me assustando. Eu queria agarrá-lo e exigir que ele
dissesse o que diabos estava acontecendo.

— Lucy fez algo que eu deveria saber? Ela está com


problemas? — Eu finalmente perguntei, se esse fosse o caso,
Jesse já teria me dito. Droga, Lucy já teria me dito. Éramos
abertos e honestos em toda a nossa pequena família. Era a
nossa regra da casa!

— Não.

Ok, agora eu estava começando a ficar chateada. — Então,


por que ela não pode dar dois passos sem você quase
enlouquecer? Por que diabos você acabou de segui-la até o
banheiro?!

Lucy estava de pé conversando com Jenna, Harris, e a filha


do chefe de Harper. Quando as três meninas tinham deixado a
sala de recepção para usar o banheiro, Jesse tinha ficado ainda
mais tenso e os seguido. Quando elas voltaram, ele voltou e se
sentou do meu lado. Eu agarrei o braço dele, obrigando-o a
tirar o olhar de Lucy, que agora estava dançando com Shane.

Se eu estava em pânico antes, olhar para os olhos dele me


deixou por um fio. Aqueles olhos escuros em constante
mudança por quais eu me apaixonei antes mesmo de eu saber

119
que eu amava o homem, estavam ainda mais escuros do que
eu já tinha visto. O que estava acontecendo era ruim. Muito,
muito ruim.

— É melhor você começar a falar ou eu vou começar a


gritar. — eu disse a ele com toda a calma possível,
considerando que meu coração ameaçava sair do meu peito.

Jesse engoliu em seco, passando a mão livre sobre a sua


cabeça raspada. — Eu não quero que você se preocupe com
isso, ok? Eu vou lidar com isso a primeira coisa amanhã. Juro
pelos deuses que eu vou resolver isso. Ok?

— O que precisa ser resolvido?

— Quando eu fui para casa ontem para regar suas plantas


e pegar as cartas... Havia um cara sentado na calçada. Ele
disse que estava esperando por alguns dias. Ele queria falar
comigo ou com você. Ele não se importou com quem... — Jesse
soltou um suspiro frustrado, seu olhar voltando para Lucy
quase inconscientemente. — Ele me mostrou papéis legais,
Layla.

— Papéis legais? Para quê? Estamos sendo processados ou


algo assim? — Fiquei ainda mais confusa, mas as borboletas
no meu estômago não tinham nada a ver com os gêmeos e tudo
a ver com um medo sem nome.

Jesse balançou a cabeça. — Não é por dinheiro. Por


custódia. O pai verdadeiro de Lucy a quer.

120
Se eu não estivesse sentada eu com certeza teria caído.
Todo o sangue foi drenado da minha cabeça e de repente eu
me senti tão fraca que o agarrei pelo braço enquanto eu
respirava fundo várias vezes. Tal como o seu olhar, meus olhos
foram direto para Lucy e continuaram colados lá. — Eu nem
sei quem ele é. — eu sussurrei.

Adotar Lucy tinha sido bastante fácil. Minha mãe não


tinha listado o nome do pai dela. Mas o advogado com quem
lidamos nos avisou. Só porque um pai não tinha sido nomeado
não quer dizer que o pai biológico dela não tem direitos. Se um
dia ele aparecesse, ele poderia anular a adoção, se quisesse.
Os homens com quem a minha mãe tinha se cercado, os
homens que eram pais tanto de Lana quanto meu, eram
homens que não eram exatamente felizes brincando de ser
papai. Eu assumi que quem quer que fosse o doador de
esperma de Lucy, tinha deixado Lydia sem olhar para trás,
assim como Tommy e Cole tinham feito.

— Seu nome é Vince Grady. — Seus dedos enrolaram na


minha mão trêmula, entrelaçando com a minha. Dando força,
porque de repente eu não tinha absolutamente nenhuma
sobrando. — É o nome nos papéis que o babaca me deu. Eu
pesquisei o nome dele... Dois nomes surgiram no interior do
estado da Califórnia. Um cara com uma calvície e uma
barriguinha e... um cara que tem um registro de prisão por
posse de crack e assalto. Ele tem os olhos de Lucy.

Quando a voz de Jesse falhou na última palavra, eu senti


as lágrimas queimando meus olhos. Isso não era real. Não

121
podia ser. Eu só estava olhando para o maldito bolo por muito
tempo, isso era tudo. Eu estava sofrendo de falta de açúcar no
sangue ou algo assim. Essa era a única explicação para este
pesadelo onde eu entrei de repente.

Náuseas como eu nunca tinha tido no início da minha


gravidez rolaram no meu estômago e eu lutava para ficar de
pé. Jesse se levantou rapidamente e me ajudou a levantar.
Praticamente corri para fora da sala de recepção para o
banheiro mais próximo. Assim que cheguei lá, tudo o que eu
tinha ousado comer naquele dia veio à tona.

Um soluço torturou meu corpo e eu tive que me agarrar ao


assento da privada antes que eu caísse de joelhos. Eu não
estava certa do que doía mais, meu estômago ou meu coração.
Oh merda! Eu não podia perder Lucy. Eu não podia! Ela era
prova de que ainda havia algo de bom no mundo.

— Layla? — Eu não tentei levantar minha cabeça quando


a voz preocupada de Lana derivou para mim do outro lado da
porta. Outra onda de náusea tomou conta de mim e eu não
pude evitar chorar antes de esvaziar o resto do conteúdo do
meu estômago.

— Ela está bem? — A voz de Emmie estava tão preocupada


como a de minha irmã. — Jesse não estava fazendo muito
sentido.

Quando não havia mais nada para sair, eu endireitei


minhas pernas que tremiam e lentamente abri a porta. Eu não
podia parar o fluxo de lágrimas que chovia pelo meu rosto. Eu

122
não estava com medo — Eu estava malditamente aterrorizada!
Pelo sangue, Lucy era apenas a minha meia-irmã. Em minha
alma, ela era minha filha tanto quanto os bebês dentro de mim.

Lana deu um passo adiante, segurando minhas mãos frias


e inertes. — O que há de errado? Você comeu algo que os bebes
discordaram?

Eu balancei minha cabeça, ofegante de repente, a náusea


sendo substituída por um aperto no estômago. Isso foi tão
doloroso que eu quase caí de joelhos por uma razão
completamente diferente. — PORRA!

— É porque você está chateada. — Emmie colocou o braço


em volta de mim, me levando para o pequeno sofá contra a
parede. — Venha se sentar. Respire fundo algumas vezes.

Minhas mãos seguravam o meu estômago enquanto eu


tentava respirar através da contração ou cãibra, ou seja, lá o
que fosse. Aparentemente meus bebês não gostavam que a
mãe estivesse chateada. Demorou quase um minuto inteiro
antes que a dor desaparecesse, e eu dei um suspiro de alívio
quando aconteceu. Lana estava sentada do meu lado enquanto
Emmie se sentou no outro.

Minha irmã se inclinou para frente com uma toalha de


papel úmida na minha testa úmida. — Agora vamos falar do
que deixou você tão chateada.

Novas lágrimas se agruparam em meus olhos e eu mordi


meu lábio para não chorar. — O pai verdade de Lucy...? —

123
Ambas assentiram e eu pude sentir o seu stress. —... Ele quer
a custódia.

— Mas você a adotou. — Lana parecia tão pálida como eu


me sentia, seus olhos quase tão selvagens como eu suspeitava
que os meus estavam. Tinha sido ela cuidando de Lucy desde
o dia em que ela nasceu, até a nossa mãe morrer e as meninas
terem que viver comigo. Lucy era nossa. — Ela legalmente é
sua e de Jesse. Certo?

Eu balancei minha cabeça. — Tecnicamente sim. Mas o


advogado e o juiz nos disseram que se o pai verdadeiro dela
aparecesse e comprovasse a paternidade, então ele poderia ter
um caso viável de custódia. Eu nunca pensei que aconteceria
porque todos os outros pais dos filhos de Lydia eram caloteiros
que não queriam ser uma parte de nossas vidas...

— Quem é ele? — Perguntou Lana. — Havia tantos homens


indo e vindo que eu não sabia ao certo quem era o pai dela.

— Vince Grady é o nome nos papéis que Jesse recebeu


ontem.

Lana se encolheu como se eu tivesse batido nela, e então


se levantou com firmeza. Emmie rapidamente avançou para
ampará-la caso ela caísse, mas Lana se apoiou na pia e apertou
a borda dos azulejos. — Oh, meu Deus. — ela sussurrou, sua
cabeça escura se inclinou enquanto seus longos cabelos
negros caíram em seu rosto.

124
— O quê? — perguntei, minha voz se erguendo sem querer.
Se eu estava com medo antes, então não haviam inventado
uma palavra para o que eu sentia nesse momento.

Depois de uma hesitação, Lana finalmente se virou para


mim. — Ele é violento, Layla. Mamãe não o manteve por perto
por muito tempo porque ele era muito radical até mesmo para
ela. Vince batia nela o tempo todo, e não mudou muito depois
que ela terminou com ele... Me lembro de perguntar por que e
ela disse que era para nós estarmos seguras. Poucos meses
depois, um policial bateu em nossa porta e disse que ele iria a
julgamento e mamãe precisava testemunhar. Nessa época ela
estava grávida de seis meses.

— Então, ele realmente poderia ser o pai de Lucy?

— Eu não posso dizer com certeza, Layla. Eu gostaria de


poder dizer que ele é alguma estrela do rock playboy como os
nossos pais. Ou até mesmo um de seus traficantes de cocaína.
Apenas um teste de paternidade pode fazer isso.

Emmie estava visivelmente tranquila ao meu lado e eu


olhei para ela. Ela estava digitando algo em seu telefone, o
rosto inexpressivo. O único sinal de que ela estava chateada
como nós, era com o jeito como sua mandíbula estava
apertada. Eu sabia que ela amava Lucy tanto quanto qualquer
uma de nós porque nós tínhamos tido o mesmo tipo de mãe,
Emmie viu a menina que ela tinha sido um dia em Lucy.

Após um momento de silêncio tenso, Emmie finalmente


deixou cair o telefone no colo. — O advogado que você usou

125
para a adoção estará na minha casa às oito da manhã. Vamos
lidar com isso com cuidado, Layla. Não se preocupe. Não tem
como diabos você perder Lucy.

Se alguém poderia corrigir isso para Jesse e eu, era


Emmie. Mas, pela primeira vez desde que eu tinha conhecido
a minha melhor amiga, eu não estava me sentindo tão otimista
com a habilidade dela para consertar alguma coisa.

Houve uma batida forte na porta do banheiro antes da


cabeça de Drake espiar pela fresta. — Damas, tudo bem aqui?
— Quando seus olhos pousaram em Lana, de imediato
percebendo quão tensa e pálida ela estava, ele entrou
totalmente na sala. — Anjo?

— Eu vou te contar tudo sobre isso mais tarde, Drake. —


ela prometeu, estendendo os braços para o abraço do marido.
Quando ele abraçou-a com ternura, ela escondeu o rosto em
seu peito largo. — Apenas me abrace, querido.

— Preciso voltar para Jesse. — Eu fiz uma careta, me


perguntando como eu me levantaria do sofá. Emmie levantou
e ofereceu uma mão para mim, mas eu balancei a cabeça para
ela. De jeito nenhum eu ia deixar a minúscula Emmie grávida
puxar a minha bunda gorda. — Nem pense nisso. Você vai
machucar a si mesma e ao bebê.

Isso fez tanto a minha irmã e meu cunhado nos


encararem. — Bebê? — Os olhos de Drake foram direto para
ela e se arregalaram para o estômago ainda plano de Emmie.
— Você está grávida novamente, Em?

126
— Aparentemente. — Ela ofereceu-lhe um pequeno
sorriso. — Tenho uma consulta amanhã à tarde para
confirmar.

— Não é de admirar que você esteve tão doente


ultimamente! — Lana e Drake deram a volta e abraçaram
Emmie, que abraçou-os de volta. — Parabéns, Em.

Drake beijou a bochecha de Emmie, antes de finalmente


ter pena de mim e me oferecer sua mão. Ele praticamente me
levantou com uma mão só. De tão perto ele podia ver quão
vermelhos e inchados meus olhos estavam. — Seja o que for,
Layla, vamos resolver isso juntos, como uma família.

Lágrimas queimaram os meus olhos mais uma vez e eu só


pude assentir.

127
Capítulo 9
Shane
Eu estava em pé com Harper e seu chefe, Rex, quando eu
vi o rosto de Jesse.

Sem pensar no que estava fazendo, eu pressionei um beijo


na têmpora de Harper e comecei a ir em direção ao meu amigo.
No momento em que eu cheguei, Nik já tinha se juntado a ele.
Seus olhares de repente estavam em Lucy e um pequeno grupo
de adolescentes em torno dela. O olhar no rosto de Jesse era
algo de que eu lembrava bem de quando estávamos em turnê
na estrada sem Emmie.

Cada nervo do meu corpo parecia queimar para a vida. O


que estava acontecendo com o meu amigo era ruim. Eu
coloquei minha mão sobre o ombro do grande homem e apertei.
— O que foi?

A garganta de Jesse funcionou uma vez, duas vezes, antes


dele finalmente conseguir falar. As palavras que saíram da
boca dele me acertaram no peito e eu encontrei o meu olhar
indo direto para Lucy também. Eu a conhecia desde que ela

128
tinha seis anos de idade. O dia em que Jesse a adotou — não,
dane-se, antes disso! — ela se tornou minha sobrinha no meu
coração. Ela era como uma grande parte da minha família,
como se ela tivesse nascido nela. Nós não podíamos perdê-la!

— Nós vamos passar por isso. — Nik disse a Jesse, sua


mandíbula apertada enquanto eu observava Wroth chegar em
Lucy e convidá-la para dançar com ele.

Lucy abraçou-o e depois seguiu o grande roqueiro que


odeia mulheres na pista de dança. Mesmo alguém com o
coração duro como Wroth Niall tinha um fraco por Lucy. Ela
era apenas malditamente especial.

Layla, Emmie, Lana, e Drake se juntaram a nós quando as


palavras saíram da boca de Nik. Layla colocou os braços em
volta de seu marido e Emmie segurou as mãos de Jesse. —
Vamos resolver isso, Jesse. Você sabe que este babaca só quer
uma recompensa. O advogado pode lidar com toda a merda
legal, mas eu vou começar a liquidar alguns ativos. Alguns
milhões e ele não vai incomodá-lo novamente.

Um pouco do estresse aliviou os ombros do baterista, mas


ele não conseguiu falar. Ele estava muito emocional, muito
atormentado. Tudo o que podíamos ver eram as lágrimas em
seus olhos escuros.

Lana passou a mão sobre as minhas costas. — Tudo bem.


Vamos relaxar agora. Nada pode ser resolvido até de manhã.
Não é todos os dias que ex-mulherengos se amarram. — Um

129
pequeno sorriso se contorceu em meus lábios. Eu não era um
mulherengo há anos e ela sabia disso. — Dança comigo?

Eu encontrei o olhar de Drake sobre a cabeça, pedindo


permissão. Desde que Lana tinha engravidado meu irmão
havia se tornado ainda mais possessivo — sim, eu sei. Eu não
teria pensado que era possível também. Drake acenou com a
cabeça quando eu passei meus braços ao redor da cintura dela
e a guiei para a pista de dança.

— Não deixe que isto arruíne seus planos de lua de mel. —


ela disse depois de apenas um instante de hesitação.

Eu apertei minha mandíbula. Honestamente, eu já tinha


começado mentalmente uma lista do que eu precisava fazer
para adiar a viagem para o México. Eu sabia que Harper iria
entender. Ela amava Lucy tanto quanto eu. Nós não podíamos
fugir por uma semana quando nossa família estava lidando
com esta merda. — Não se preocupe com isso, Lana. Algumas
semanas de atraso não vão machucar ninguém.

— Irão estressar Jesse e Layla ainda mais. Eles não


querem estragar sua lua de mel. Vamos cuidar disso. Vão e se
curtam. — Ela tinha aquele olhar em seus olhos cor de uísque.
Aquele cheio de determinação obstinada.

— Você realmente acha que eu poderia desfrutar de cinco


segundos de minha lua de mel sabendo do inferno que Jesse e
sua irmã — e você também, dane-se — estão passando por
aqui? — Exigi calmamente. — Eu irei compensar com Harper.

130
Meu olhar se desviou por cima da cabeça escura de Lana,
buscando através da multidão por Harper. Ela não estava mais
com Rex. Eu parei de dançar, meu coração batendo enquanto
eu freneticamente procurava por ela. — Onde ela está?

Eu esperava que ela estivesse com Dallas, mas vi que


Axton estava dançando ela. Quando avistei Cecil, ele estava
conversando com a minha madrasta. Harper não estava lá.
Fazendo uma careta eu andei para longe de Lana, sabendo que
ela não acharia ruim.

—... Que festa legal você fez, Harper.

Aquela maldita voz! Eu odiava o som dela. Quando Monica


tinha me ligado ontem à noite eu deveria ter apenas ignorado.
Mas se minha mãe ainda estivesse viva eu teria querido que
ela viesse ao meu casamento. Então eu tinha atendido ao meu
telefone, e depois deixado que ela me enchesse de culpa, me
levando a convidá-la. Claro que eu tinha acordado sabendo
que eu tinha fodido tudo. Mais uma vez!

Harper tinha sido tão legal sobre isso. No começo eu pensei


que ela ia fugir de mim, como da última vez em que eu a tinha
obrigado a confrontar a mãe e a irmã adotiva. Mas, depois de
apenas um breve momento em que eu pensei que o meu
mundo ia ruir, ela aceitou tudo. Em vez de dar o seu aval para
Emmie expulsar Monica e Ariana, ela as deixou ficar.
Escolhendo ignorá-las.

Aparentemente, elas não tinham recebido o memorando.

131
Cheguei ao fundo do salão da recepção. Atrás da mesa
posta com taças de champanhe estava Harper. Ela tinha uma
flauta delicada na mão enquanto ela estava com um olhar
entediado em seu belo rosto. Seus olhos violeta diziam uma
história diferente. Ela parecia perdida, sozinha. Como a
menina quebrada eu tinha conhecido uma eternidade atrás.

Não havia como no inferno eu deixa-la se sentir assim de


novo!

Monica estava de costas para mim, assim como Ariana. Eu


mal poupei um olhar para elas quando eu me empurrei através
delas e passei meus braços ao redor da cintura de Harper.
Antes que ela pudesse abrir a boca eu beijei-a, deixando
minhas mãos derivarem sobre seu corpo lindo. Um corpo que
só eu nunca tinha tocado, acariciado. Adorado.

Quando finalmente nos afastamos nós dois estávamos um


pouco ofegantes. Quando abri os olhos, Harper estava olhando
para mim, e não a menina que tinha sido o saco de pancadas
verbal de sua mãe. — Oi, linda.

— Oi de novo.

Eu empurrei uma mecha de seu cabelo para longe de seu


rosto. — Eu estava pensando que poderíamos cortar o bolo,
jogar esse ramalhete bonito na cabeça de Dallas, e depois ir
para casa. Quero fazer amor com minha esposa em nossa
cama hoje à noite.

132
Seus olhos escureceram com a palavra esposa. — Eu gosto
desse plano. Mas eu posso levar um pouco do bolo para casa
com a gente? Eu realmente quero compartilhar um pouco dele
com você.

— É creme de limão? — Ela mordeu o lábio, balançando a


cabeça. Eu engoli um gemido. Limão. Harper. Nossa noite de
núpcias. Eu ia morrer um homem feliz esta noite! — Pegue
uma camada inteira, baby.

Sua risada foi direto para o meu pau e eu me mexi contra


ela; tentando encontrar uma posição mais confortável para
ficar já que meu pau agora estava quase estourando o zíper da
minha calça. — Yay!

Alguém limpou sua garganta atrás de nós em voz alta. Eu


finalmente virei minha cabeça o suficiente para dar-lhes uma
olhada. Como elas estavam na última vez, Monica e Ariana
pareciam gêmeas de plástico. Falso de um jeito que brilhava
através da alma negra que ficava por baixo. O perfume delas
era sufocante, enquanto a maquiagem era tão pesada que
ficava em um nível totalmente novo de pouco atraente. Verdade
que Ariana — até mesmo do jeito que ela parecia agora — teria
sido um caso de uma noite perfeito nos dias antes de Harper.

Palavras-chave: Antes. De. Harper.

Agora não havia nenhuma mulher no planeta que poderia


fazer meu pinto se contorcer tanto como a mulher de quem eu
tinha acabado de colocar um anel no dedo. — Desculpe,
senhoras, eu não vi vocês. Minha garota supera tanto qualquer

133
mulher aqui, que as cadelas falsas que vocês são ficam
transparentes.

— Isso é jeito de falar com sua sogra? — Monica exigiu em


seu tom frio.

— Provavelmente não. Eu tenho certeza que eu deveria


estar puxando seu saco e até mesmo elogiando um pouco. Mas
eu não sou um genro comum. Eu não irei beijar sua bunda,
especialmente não uma que tem rodado tanto por aí. — Meus
olhos foram para Ariana quando eu disse a última parte. Ela
engasgou, seu rosto ficando vermelho de constrangimento. —
Vocês tem sorte que conseguiram passar da porta, cadelas.
Uma palavra e vocês serão expulsas. Estou certo de que todos
os paparazzi à espera nos portões adorariam tirar fotos disso.
Quão humilhante seria se você estivesse na capa de alguma
revista lixo? “Mãe vadia da noiva e sua irmã adotiva infestada
de doenças são expulsas da recepção do casamento do
Roqueiro.” Sim, isso traria milhões de leitores.

Harper se aconchegou mais contra meu lado. — Bem, eu


diria que foi bom vê-la, mãe, mas isso seria uma mentira.
Desculpe-nos. Temos outros convidados para cumprimentar.
— Eu beijei o topo de sua cabeça e nós andamos em volta das
duas mulheres.

— Harper... — Monica disse e Harper hesitou e virou a


cabeça apenas o suficiente para ver sua mãe. — eu ainda sou
sua mãe. Você não pode me ignorar pelo resto de sua vida.

134
Harper encolheu os ombros. — Talvez não, mas com
certeza posso tentar. — Ela torceu o nariz. — E vocês duas
realmente deveriam parar de tomar banho no perfume francês.
Sério, eu me esforcei para não tossir nos últimos cinco
minutos.

— Sua mutante ingrata! — Ariana deu um passo para mais


perto e eu empurrei Harper atrás de mim. O olhar no meu rosto
lhe fez parar e ela vacilou em seu próximo passo.

— É hora de vocês saírem agora, vagabundas. — Informei.


Só o pensamento dessa vadia tocando em Harper fazia meu
sangue ferver. Eu estava a cinco segundos de bater em uma
mulher pela primeira vez na minha vida. — Tente fazer isso
com um pouco de graça. Ou eu farei os guardas expulsarem-
nas com as mãos amarradas para trás nas costas.

— Bem, Olá. — A voz de Emmie tinha me feito virar a


cabeça. Ela estava parada com Dallas a menos de três metros
de distância. O olhar em seu rosto teria assustado a merda
para fora de mim se eu tivesse sido a razão dele. O mesmo
olhar quase se espelhava no rosto de Dallas. — Eu vejo que
alguém tem abusado das boas-vindas.

Os olhos de Ariana se estreitaram sobre Emmie. Não era


segredo que a carreira de modelo de Ariana tinha ido ralo
abaixo por causa de Emmie. Com apenas alguns telefonemas
de Emmie, Ariana tinha ido de uma modelo pouco conhecida e
bem paga na Europa a não ter uma perna para se sustentar
no mundo da moda. — Você! — Cuspe voou da boca de Ariana

135
quando ela disse a palavra com tanto veneno. — Eu estive
ansiosa para ficar cara a cara com você. Você arruinou a
minha vida, sua cadela estúpida.

Eu dei um passo para frente, pensando em me colocar


entre Emmie e qualquer perigo possível. Ariana se moveu mais
rápido do que eu esperava, no entanto, e estava a apenas
alguns centímetros de Em antes que eu pudesse dar um passo.
Emmie parecia calma do lado de fora, mas eu podia ver a raiva
nos seus olhos...

O grito súbito que encheu o ar fez girar todas as cabeças.


Dallas pegou um punhado de cabelos secos e loiros de Ariana
e os puxou para longe de Emmie. Ainda segurando-a pelos
cabelos, Dallas se virou para a outra mulher e a encarou. —
Um grande erro, cadela. — ela rosnou antes de acertar um soco
no rosto de Ariana.

Sangue instantaneamente inundou do nariz de Ariana e


ela gritou ainda mais alto quando ela cobriu o rosto com as
mãos. Harper se inclinou para assistir a luta, com as mãos
segurando meu braço, quando Dallas empurrou Ariana para
longe dela e apertou-a novamente. Ariana caiu sentada, mas
seus olhos estavam cheios de ódio.

Dallas ficou sobre ela, as mãos nos quadris. — Droga, eu


quis fazer isso por tanto tempo. Se eu soubesse que iria ser tão
bom eu teria feito isso mais cedo.

— Isso foi lindo! — Harper andou por trás de mim e colocou


os braços ao redor da cintura de sua melhor amiga. — Eu ia

136
pedir para fazer novamente para que eu pudesse tirar fotos da
coisa toda, mas conhecendo Ariana, ela deixaria meu vestido
cheio de sangue.

— Eu tenho certeza que o fotógrafo tirou algumas fotos,


Harper. — Cecil comentou secamente quando apareceu, seus
olhos se estreitando para sua filha biológica. Era tão difícil
acreditar que Cecil, um homem que eu amava e respeitava, era
o pai do lixo sentado no chão, sangrando. Seus olhos estavam
desapontados quando olhava para baixo, para sua filha. — Eu
oficialmente tive o suficiente de suas acrobacias, Ariana. Estou
cortando você e sua madrasta a partir de agora.

— O quê?! — Ariana exclamou, com a voz abafada


enquanto ela continuava a segurar as mãos sobre o nariz. —
Mas papai ...!

— Vamos ver como sua atitude muda sem meu dinheiro


para apoiá-la pelo próximo ano ou algo assim, menina. Talvez
quando você possa provar a si mesma para mim, você possa
ser um ser humano decente, e então iremos revisitar o
assunto.

— Cecil, você não quis dizer isso. — Monica contornou a


enteada, agora soluçando. — Você não faria is...

— Olhe para mim. — A voz de Cecil estava fria, dura. Seus


olhos sem emoção enquanto olhava para sua ex-esposa. Eu
honestamente não entendia por que ele ainda apoiava a esposa
depois de tantos anos de divórcio, mas eu achava que poderia
ter algo a ver com o seu amor por Harper.

137
— Shane, eu acho que é hora de cortar o bolo. — Emmie
tocou meu braço. — Eu tenho certeza que todo mundo gostaria
da sobremesa. Vou garantir que a segurança leve essas
senhoras encantadoras para fora da propriedade.

Meu olhar passou de Harper e Dallas, Cecil e minha nova


sogra e para a bagunça soluçante no chão antes de encontrar
os olhos verdes de Emmie. — Você está bem? — Murmurei,
preocupado com a palidez de seu rosto. — Ela te machucou?
— Eu não tinha visto Ariana tocar Emmie, mas se ela tivesse,
eu ia matar a cadela!

Um dos lados da boca de Emmie se ergueram em um


sorriso forçado. — Só foi um longo dia, Shane. Vá, eu vou cuido
dessa bagunça.

— Eu não sei o que eu faria sem você, Em. — Eu dei um


beijo na testa dela. — Eu nem quero descobrir.

***
A limusine estava esperando do lado de fora.

Com o bolo cortado e todos os nossos convidados


terminando a sobremesa, eu estava pronto para levar a minha
noiva para casa, tirá-la desse vestido caro que ela estava
usando, e fazer amor com ela. Lambi meus lábios, provando o
sabor doce do limão que ainda estava no canto da minha boca

138
depois que Harper tinha colocado a primeira mordida no meu
rosto.

— Vamos embora! — Eu anunciei para a sala em geral,


sem me importar que ainda fosse cedo.

Harper, que estava a poucos metros de distância — que


era tão longe quanto eu a deixava ficar desde que sua mãe e
irmã adotiva tinham disso escoltadas para fora por três
homens corpulentos de ternos — virou a cabeça para olhar
para mim. Pelo olhar em seus olhos violeta eu sabia que ela
estava antecipando o que estava por vir tanto quanto eu
estava. — Vamos lá.

— Mas ela ainda tem que jogar o buquê! — Jenna


choramingou atrás de mim e eu suspirei.

— Bem. — eu resmunguei, me sentindo como uma criança


petulante ao ser negado seu brinquedo favorito. — Jogue a
maldita coisa. — eu disse a Harper, meu lábio inferior fazendo
beicinho para fora.

Ela riu e se envolveu toda em mim, beijando o meu


beicinho. — Só vai levar um minuto. — ela sussurrou, os dedos
sobre o meu peito enquanto ela me beijava novamente. — Vá
se despedir dos rapazes e de Emmie enquanto eu cuido disso.

Eu não me mexi. Não havia porque me despedir deles, já


que eu não iria viajar para o México como o esperado. Eu não
iria desperdiçar um segundo. Assim que ela jogasse o buquê

139
eu iria jogá-la por cima do meu ombro e nós dois iriamos para
casa.

Revirando os olhos para a minha teimosia, ela pegou as


flores em cima da mesa atrás de mim quando o planejador de
casamento pediu que todas as solteiras se reunissem.
Caminhando até o grupo, Harper virou as costas para eles e
apoiou o buque no ombro sem olhar para trás...

O rosnado baixo de Dallas foi tudo que eu precisei para


saber que ela tinha pegado as flores. Olhei em volta para Axton,
curioso para saber sua reação. Ele nem estava olhando para a
direção de Dallas, mas estava de pé em um canto com seu
telefone no ouvido conversando com alguém. Ele não parecia
feliz, e seu olhar continuou indo em direção ao de Liam.
Problema, com certeza.

Decidindo que eu não iria me preocupar com o meu amigo,


eu dei um passo em direção a Harper. Sem perceber que eu
comecei a correr – eu peguei-a em meus braços, seguindo sem
pensar para a saída mais próxima. — Agora, vamos voltar para
casa. — eu rosnei contra sua orelha.

Ela estremeceu e como sempre o meu corpo endureceu por


saber que ela estava tão excitada. Atrás de nós, eu ouvi as
pessoas gritando, senti o arroz sendo jogando, mas não prestei
atenção em nada disso quando eu deslizei para dentro da parte
de trás da limusine com Harper no colo. Tão logo o carro estava
em movimento, Harper estava trabalhando para tirar a minha

140
camisa. Não havia como chegarmos em casa antes de qualquer
um de nós explodir.

Eu a levantei e a coloquei sobre o banco longo, então me


sentei no chão e comecei a empurrar a saia de seu vestido para
cima, beijando meu caminho pelas pernas dela centímetro por
centímetro, na sua pele exposta. Eu parei quando cheguei até
a calcinha rendada dela, lambendo sobre o centro úmido antes
de chegar na bainha da roupa intima quase virginal.

A sensação de algo como um curativo me distraiu.


Preocupado que ela tivesse se machucado sem que eu
soubesse, eu levantei a cabeça para inspecionar o curativo que
atravessava seu abdômen inferior. — O que é isso? — Eu
perguntei a ela, levantando os olhos para captar seu olhar na
iluminação fraca da limusine.

Harper mordeu o lábio. — Eu queria fazer uma surpresa...


— disse ela, hesitante. — Se você não gostar eu terei de cobri-
la com outra coisa.

Meus olhos se arregalaram. — Uma tatuagem? — Ela


assentiu com a cabeça. — Porra, eu tenho que ver isso! — Eu
levantei delicadamente uma borda do curativo e puxei até que
a pele entre os ossos pélvicos ficou exposta.

A visão que me cumprimentou fez com que a minha


respiração parasse na minha garganta. Meu nome estava
escrito em sua pele, com o 'S' concebido como uma asa de
demônio e o 'e' como uma cauda. Era todo vermelho sangue e
sombreada com preto e eu soube que Drake tinha desenhado

141
a tatuagem que agora marcava a minha menina. A visão de
meu nome nunca tinha me excitado antes, mas neste momento
eu tinha certeza que eu iria explodir sobre a bela criatura
deitada sobre o assento atrás de mim.

— V... você gostou?

— É perfeito, lindo. — eu assegurei a ela, traçando


ternamente meu dedo ao longo de cada letra. — Eu adorei...
Eu amo você, Harper.

142
Capítulo 10
Axton
O pano de fundo do casamento não estava facilitando para
que eu ouvisse a mulher do outro lado do telefone. Não que eu
quisesse saber sobre o que ela estava falando, mas eu
precisava saber. Ela não teria me ligado a não ser que fosse
absolutamente necessário. Essa era a nossa relação nesses
dias.

Gabriella Moreitti ligava somente quando ela


absolutamente tinha que ligar.

Eu entendia as razões da distância. Eu também tinha os


meus motivos. Tínhamos realmente ferrado um com o outro, e
enquanto os meus amigos eram todos leais e assumiram que
foi Brie a causar todos os problemas que nos deixou nessa
situação caótica de um romance louco, eu não podia deixá-la
tomar toda a culpa.

Eu tinha confundido tudo. Pensando eu estava


apaixonado por uma pessoa, escondendo esses sentimentos
tanto quanto possível para mergulhar de cabeça em um

143
relacionamento. Isso foi apenas luxúria — e, sim, até mesmo
isso não durou por muito tempo. O problema foi que eu tinha
me apaixonado pela ideia de estar apaixonado e Brie tinha sido
tão teimosa quanto eu sobre seus sentimentos. Enquanto nós
tentávamos esconder o que realmente sentíamos, nós
tínhamos fingido para nós mesmos que nos amávamos.

Ela tinha visto através de mim enquanto para mim


demorou alguns meses, mas eu finalmente tinha percebido
como as coisas eram.

Agora nós tentamos ficar amigos, ou pelo menos ser


civilizados um com o outro. Minha amizade com o prima de
Brie, Alexis — ou LeeLee como Brie a chamava — fazia com
que nos víssemos regularmente. A carreira dela continuava a
jogando para o mundo do rock. Nós não podíamos realmente
evitar um ao outro nem se tentássemos.

— Ele definitivamente está usando de novo, Ax. — O


sotaque tão sutilmente italiano de Brie ficava mais
pronunciado quando ela estava chateada. — Eu encontrei
doses de cocaína e um tubo de metanfetamina. Eu tenho essa
merda no meu apartamento! Jordan está aqui por quase todo
fim de semana. Se ele encontrasse essas coisas... — ela se
interrompeu, xingando em italiano e eu não podia culpa-la. Eu
estava xingando mentalmente.

Jordan, Alexis e Jared eram apenas alguns meses mais


jovens do que Mia. Eu era o Tio Ax para todos aqueles bebês
pequenos e eu mataria qualquer um que os machucasse. — Eu

144
sei, Brie. — eu disse a ela, olhando em direção para a mesa
onde Wroth, Marissa, e Liam estavam sentados. Devlin e
Harris estavam ao lado deles, conversando e rindo enquanto
observavam a madrasta de Shane dançar com Zander.

Eu tinha tido grandes planos para hoje à noite. Todos eles


tinham incluído Dallas nua em meus braços. Xingando, eu me
virei para longe da vista dos meus colegas de banda que
pareciam estar se divertindo e olhei para fora da janela e para
os jardins onde Shane e Harper tinham se casado a apenas
algumas horas atrás. — Eu estarei lá em vinte minutos, Brie.
Não toque em nada. Eu vou ajudá-la a encontrar o resto...

— Resto? Tem mais dessa merda? — Ela gritou no receptor


e eu fiz uma careta enquanto sua voz estridente chegava aos
meus ouvidos.

— Sempre tem mais. — eu disse a ela honestamente. —


Ele esconde essa merda em toda parte. Basta manter a calma
e eu vou para aí.

— Estou cheia disso! — Ela sussurrou tão baixo que eu


tinha de me esforçar para ouvi-la. — Estou tão completamente
cheia dessa merda.

— Vinte minutos. — eu repeti antes de encerrar a chamada


e guardar meu celular.

— Vinte minutos? — Me virei para encontrar Dallas de pé


atrás de mim. Seu cabelo era uma bagunça sexy, que caia um
pouco sobre seus olhos brilhantes, e ela estava carregando o

145
buquê. Porra, eu tinha perdido ela pegando-o! — Você está
indo embora?

— Algo aconteceu. — Ela arqueou uma sobrancelha e eu


fiz uma careta. — Eu tenho que cuidar de algo. Não há como
dizer quanto tempo vai demorar, mas eu vou ligar para você
assim que eu terminar.

Quando avancei para ela para beijá-la, ela deu um passo


para trás. — Você está saindo por causa de Gabriella Moreitti?
— Não havia resposta certa para essa pergunta, eu tinha
certeza. Se eu dissesse que não, eu estaria mentindo. Se eu
disse que sim, ela ia pensar em todas as coisas erradas.
Quando eu não respondi a ela de imediato, Dallas riu. — Claro.
Eu sou uma idiota por pensar de forma diferente. Nem 30
minutos atrás você disse que queria conversar, mas eu tenho
certeza que nós não temos nada a dizer um ao outro.

— Você está errada. — eu disse, desejando que eu tivesse


tempo para convencê-la de forma diferente. Mas eu sabia que
se eu não chegasse ao apartamento de Brie no período de
tempo que eu tinha prometido a ela, ela provavelmente
chamaria a polícia. Ela podia amar Liam Bryant, mas ela não
estava iria deixá-lo ser um perigo para seu sobrinho. — Eu te
ligo mais tarde, Dallas. Vou explicar tudo depois, mas eu
realmente tenho que ir.

— Não se incomode. Já estou satisfeita. Obrigado pela


festa de sexo na outra noite. Era o final de que eu precisava.

146
— Ela empurrou o buquê de noiva no meu peito. — Aqui, leve
algumas flores. Eu realmente não as quero.

Ela foi embora antes que eu pudesse abrir minha boca. Dei
um passo, pronto para segui-la quando Wroth me parou. —
Parecia uma conversa intensa que estava tendo no telefone
mais cedo. Tudo bem?

— Não! — Eu explodi. — Seu maldito primo está


estragando tudo. MAIS UMA VEZ! Eu tenho que ir arrumar a
casa e, então nós todos nos sentaremos para ter uma reunião
da banda.

Os olhos de Wroth se estreitaram. — O que ele fez desta


vez?

— Ele está usando. Tem drogas por todo o apartamento de


Brie e ela está a 30 minutos de entregá-lo para a polícia. Então,
enquanto eu deveria estar correndo atrás aquela mulher... —
apontei para Dallas se afastando enquanto ela caminhava até
Linc. Uma cabeça muscular a envolveu em seus braços e
beijou o topo de sua cabeça. —... Eu tenho que ir até a maldita
casa da minha ex para limpar o esconderijo de merda do Liam.

— Porra! — Wroth olhou para a mesa de onde ele tinha


acabado de vir. Liam estava conversando com sua irmã,
fazendo-a sorrir. Marissa inclinou a cabeça contra seu braço,
adorando o homem que era toda a família que lhe restava no
mundo. — Isso vai destruir Rissa.

147
— É. — Eu passei minhas mãos pelo meu cabelo. — E
Quando Emmie descobrir ela irá arrebentar as bolas dele...
Depois eu faço isso. Ela não vai deixá-lo sair em turnê
enquanto ainda estiver usando. — Temos uma turnê prevista
para março. Natalie iria viajar com a gente, mas ela estará
relatando tudo para Emmie todos os dias. Ela não iria vai
pensar duas vezes em cancelar pelo bem de Liam. Desde que
Drake tinha se limpado, Em tinha desenvolvido uma tolerância
zero para maus hábitos.

— Vá cuidar de Brie e limpar o lugar. Eu vou falar com Dev


e Zander. Logo que eu me certificar que Rissa esteja bem, nós
vamos para a casa de Zander esperar por você lá. Isso vai ser
resolvido hoje.

Eu não acreditei nele, e eu tinha certeza de que nem ele


acreditava mesmo. Quantas vezes nos limpamos a bagunça de
Liam? Quantas vezes nós inventamos desculpas por ele,
obrigando-o a ir para a reabilitação e então esperar para
começar o ciclo novamente apenas algumas semanas depois
de sair? Mas eu me importava com Liam, e eu amava Marissa,
por isso gostaria de passar por tudo de novo para ajudar meu
amigo.

— Parece um bom plano. — Eu balancei a cabeça, e então


tirei as chaves do bolso. — Me ligue quando chegarem lá.

— Certifique-se de verificar os armários. E sob os


armários. Às vezes ele esconde no cesto de roupas sujas.

— Sim, eu me lembro.

148
Duas horas depois, eu me sentei no sofá de Brie olhando
para baixo, para a mesa de café e para as drogas espalhadas
nela. Tudo isso tinha estado dentro do apartamento por só
Deus sabia quanto tempo e durante esse tempo Jordan poderia
ter encontrado qualquer uma dessas coisas e morrido
instantaneamente. Graças a Deus Brie sempre o observava
como um falcão quando ela estava com ele.

— Eu já coloquei as coisas dele na mala. — Ela me disse


quando entrou na sala de estar. Sua voz era desprovida de
emoção, o que me dizia que ela tinha estado histérica. Isto
estava machucando-a, chegando às decisões que eu sabia que
ela tinha de fazer. — Leve com você quando você for, tudo bem?

Eu balancei a cabeça. — Se é isso que você quer.

— Claro que é o que eu quero... — Ela jogou seu longo


cabelo preto para longe do rosto. —... Mas se ele ficar limpo...

— O problema não é ele ficar limpo, Brie. Ele fez isso uma
meia dúzia de vezes antes. Ele continuar limpo é a causa dos
problemas. Ele tem sido usuário pesado desde que fizemos
sucesso. Seu vício domina mais do que qualquer outra coisa
para ele. Sua carreira, a banda, seus amigos, sua família?
Nada disso importa desde que ele possa ficar drogado.

— Talvez me perder vá fazê-lo se endireitar?

Me quebrou um pouco ver a luz tênue de esperança em


seus olhos castanhos. Fiquei imaginando o que mais seria
necessário para essa esperança finalmente queimar. Ela ainda

149
não tinha visto Liam em seu pior, e eu rezava para que ela
nunca visse. — O tempo mais longo que eu já o vi ficar limpo
foi quando Marissa estava doente, mas assim que ela era
melhorou ele passou a usar ainda mais drogas. Ele não tocou
em heroína desde então, no entanto. A desintoxicação disso
quase o matou.

— Metanfetamina e cocaína não são tão ruins quanto


heroína... — ela começou, mas eu a cortei.

— Brie, não. Você não pode arranjar desculpas para ele.


Meta e coca são tão ruins quanto. Ele precisa de ajuda, mas
não há ninguém que possa ajudá-lo até que ele queira ajudar
a si mesmo. Talvez ele vá querer, agora que ele está perdendo
você...

— Mas você não acha que ele vá. — Ela disse o que eu era
incapaz de dizer por que eu não queria machucá-la mais do
que eu tinha certeza que ela já estava sofrendo.

Meu telefone não parava de tocar e eu tive que responder.


Puxei-o do meu bolso e vi que era Devlin. Eu o coloquei em
meu ouvido. — Sim?

— Liam fugiu. Foi para Nova York. — o baterista me


informou. — Ele estava chateado porque você foi até a casa de
Gabriella... estava drogado, e estava declarando o quanto não
podia confiar em seus amigos e em sua garota. Se ele estivesse
sóbrio saberia que era uma completa besteira, mas agora ele
está furioso pensando que você e Brie voltaram.

150
— Claro que ele está. — Revirei os olhos. — Vocês três
podem ir para Nova York esta semana? — Eu tinha que estar
lá até o final da semana de qualquer maneira, mas eu não seria
capaz de lidar sozinho com Liam. Precisaria de Wroth e Devlin,
no mínimo, para conter a fúria dele. — Talvez na hora que o
encontrarmos ele vai ter se acalmado.

— Marissa e Wroth estão voltando ao Tennessee amanhã.


Ele disse que eu iria à Nova York na quinta-feira. Zander vai
sair no primeiro voo de manhã, para tentar encontrá-lo antes
que os abutres dos tabloides o achem. Eu não posso sair até
sexta à noite porque Harris tem escola. Vamos planejar nos
encontrar no sábado de manhã, ok?

— Tudo bem. — Eu virei meu pescoço para trás e para


frente, tentando tirar um pouco do stress para fora dos meus
ombros. — Eu vou falar com você antes disso, Dev

— Eu vou falar com Natalie para encontrar para ele outra


reabilitação. Diga a ela para mantê-lo em contato com Em.

Eu exalei fortemente. — Boa sorte com isso. — Natalie e


Devlin eram como fogo e gelo quando colocados juntos, mas eu
sabia que era mais provável que ela quisesse ajudar sem
envolver Emmie. — Eu tenho que ir. Eu tenho que me livrar
dessas coisas e depois tentar acalmar as coisas com Dallas
antes que seja tarde demais.

— Desculpe, cara, mas já é tarde demais. — Devlin me


contou com o que parecia ser um tom de relutância. — Dallas

151
ouviu Liam reclamar sobre você e Gabriella. Então, quando ele
foi embora, ela perguntou se ele queria companhia.

— Porra!

Lana
Quando Drake não estava em turnê ele sempre me trazia
café na cama. Nada muito sério. Uma tigela de cereais,
algumas frutas frescas, às vezes algumas panquecas se ele
estivesse com vontade de cozinhar. Esta manhã eu acordei
antes dele, depois de mal ter dormido na noite anterior.

Toda vez que eu fechava os olhos na noite passada,


pensamentos de Lucy e Vince Grady enchiam minha mente.
Tudo no que eu conseguia pensar era que ela não podia ser
filha daquele homem vil. Ele havia tratado minha mãe como
merda, o que dizia algo comparando aos homens repugnantes
com quem ela geralmente ficava. Enquanto a maioria deles
tinha me assustado, Vince tinha me apavorado. As memórias
do rosto de minha mãe, preto e azul das surras que ele tinha
dado nela, brilhavam atrás dos meus olhos e eu me senti mal
do estômago.

Eu estava na nossa sala de estar, olhando para o céu antes


do amanhecer. Eu realmente gostava deste condomínio, talvez
até mais do que a casa que tínhamos em Nova York. Mas nesse
momento, a casa que nos chamávamos de lar não me trazia a
paz que geralmente trazia. O bebê, sentindo minha angústia,
chutou duro e se torceu enquanto eu esfregava a mão sobre

152
seu pequeno pé. Drake e eu não tínhamos escolhido um nome
ainda, embora tivéssemos estreitado a longa lista para dois
nomes. Eu só desejava que pudesse já estar decidido, mas
sabia que Drake queria esperar.

Nem mesmo o bebê poderia me distrair por muito tempo,


infelizmente. Os meus próprios medos e temores não podiam
chegar perto do que Layla e Jesse devem estar sentindo agora.
Ambos tinham estado um desastre quando eles finalmente
deixaram a recepção do casamento na noite passada com um
ar cansado, mas uma Lucy feliz se enfiou entre eles. Nós
tínhamos decidido não contar a Lucy sobre o que estava
acontecendo até que fosse absolutamente necessário. Não
havia nenhuma razão para aborrecê-la quando tudo poderia
desaparecer tão rapidamente quanto tinha começado.

Eu sabia o que eu queria fazer com a coisa toda. Eu queria


pegar Lucy e levá-la de volta para Nova York com Drake e eu.
Escondê-la e protegê-la. Todo o meu ser estava ansioso para
fazer isso. O zumbido na minha cabeça gritava para eu fazê-lo
agora, antes que algo acontecesse.

— Você me assustou pra caramba, Anjo. — A voz de Drake


me assustou e eu me virei para encará-lo enquanto ele entrava
na sala em nada além de um par de boxers que pendia baixo
em seus quadris magros.

Eu estava momentaneamente distraída pela visão diante


de mim e com o quão sexy era o V em sua cintura que
desaparecia dentro dos boxers pretos. Mas então o que ele

153
disse penetrou em minha mente enevoada com desejo e eu
balancei a cabeça para limpá-la. Ele passou os braços em volta
de mim, me apertando mais do normalmente teria feito. — Eu
estive chamando por você durante os últimos cinco minutos.
Quando você não respondeu, eu pensei que algo tinha
acontecido.

Eu enterrei meu rosto em sua pele, cheirando seu peito. —


Sinto muito, querido. Eu estive perdida em meus próprios
pensamentos por um tempo.

— Lucy? — Eu balancei a cabeça e ele soltou um longo


suspiro. — Eu gostaria de poder estalar os dedos e corrigir isso
para você, Anjo. Estou preocupado também, mas ver você
assim está me matando. — Ele roçou os lábios por cima da
minha cabeça. — Vai dar certo. Emmie fará tudo o que puder.

Essa era, possivelmente, a única coisa que estava me


mantendo sã. Se Emmie não pudesse cuidar disso, então eu
não conhecia ninguém que podia. Duas horas mais tarde,
quando estávamos sentados no escritório de Emmie com o
advogado que ela contratou, eu percebi que isso era mais
verdade do que eu pensava inicialmente.

Brad Horton, o advogado que lidou com a adoção de Lucy


não ia ser capaz de ajudar muito. Porque Lydia não tinha
colocado o nome do pai na certidão de nascimento de Lucy,
Layla e Jesse não conheciam ninguém a quem pedir permissão
para adotá-la legalmente. Com o homem aparecendo agora,
apenas um teste de paternidade e sua assinatura nos papeis

154
evitaria que isso fosse parar no tribunal, o que seria uma
batalha de custodia amplamente divulgada e extremamente
horrível.

— Qual é o nosso primeiro passo? — Perguntou Layla, sua


voz soando pequena e completamente diferente da Layla que
eu conhecia. Ela ficava esfregando a mão sobre a barriga, como
se estivesse com dor e não estivesse certa se o estresse era
causa de tudo ou se os gêmeos estavam causando os
problemas dela. Se esses monstros dentro dela eram como a
menina saltando no meu estômago, agora eu sabia que eles
não estavam felizes.

— Primeiro temos que fazer o teste de paternidade. — Brad


disse, tirando os óculos de aros de arame fino e esfregando a
ponte de seu nariz. — Assim que esclarecermos isso, podemos
avançar. Eu vou fazer a agência contratar um investigador
particular para investigar a fundo o Sr. Grady. Ele obviamente
tem um passado confuso, e se pudermos provar o quão
bagunçado é para um juiz, ganharemos a custodia em um
piscar de olhos. No entanto, o sistema judicial tende a
favorecer o pai biológico. Se ele puder fornecer a ela um teto
sobre sua cabeça, mantê-la vestida, e garantir que ela tenha
três refeições diárias — então tecnicamente isso é tudo o que
eles querem. O fato de que o Sr. Thornton e você podem até
mesmo fornecer uma escola particular e qualquer outra coisa
que uma criança possa precisar não interessa. Além disso, com
a senhora grávida no momento, Sra. Thornton, o juiz pode

155
concluir que você tem sua própria família para cuidar e Lucy
estaria melhor com seu pai verdadeiro.

Jesse se levantou, derrubando a cadeira pesada onde


estava sentado ao lado de Layla. — Eu sou o pai verdadeiro de
Lucy! — Ele rugiu, fazendo com que todos na sala pulassem
exceto Emmie. — Fui eu quem a ensinou a andar de bicicleta,
a surfar naquela praia! Não importa que Layla esteja grávida.
Lucy é a minha filha tanto quanto qualquer criança que
teremos juntos. Nós somos a família dela, porra!

— Jesse... — Layla esticou a mão dele e pareceu se


acalmar um pouco com seu toque. — Você sempre será o pai
dela, Jesse.

— Ninguém poderia fazer um trabalho melhor do que você,


mano. — Shane assegurou de seu lugar no sofá perto da
janela, onde eu estava sentada ao lado dele e Drake com
Harper no colo. — Ninguém jamais poderia questionar isso.

Emmie se empurrou para trás de sua mesa e se levantou.


Seu rosto estava pálido e seus olhos eram ilegíveis. Ela tinha
muito com o que lidar ultimamente e esta era apenas a adição
de mais de uma carga que já estava cheia, mas ela não estava
reclamando. Quando se tratava da família, Emmie iria
atravessar o inferno para nos ajudar.

Ela parou na frente do Sr. Horton e estendeu a mão. —


Obrigada por nos receber em tão curto prazo. Coloque seu
pessoal nisso assim que possível. Quero um relatório de tudo
que eles fizerem assim que chegar em suas mãos. Além disso,

156
eu preciso que você providencie o teste de paternidade.
Garanta que Grady não esteja presente quando Lucy for colher
a amostra. O advogado dele pode testemunhar o teste se for
preciso, mas quero manter isto em particular pelo maior tempo
possível. Assim que a mídia ficar sabendo disto vai ser difícil
para todos.

Horton se levantou, sabendo que Emmie estava liberando-


o e que era melhor fazer as coisas que ela queria que fossem
feitas assim que a porta se fechasse atrás dele. — Claro. Acho
que o teste pode ser feito esta noite, se o Sr. E a Sra. Thornton
permitirem? — Jesse nem olhou para o homem, mas Layla
assentiu com a cabeça. — Ainda bem. Eu irei mandar
mensagem com a hora e o local.

— Quanto tempo vai demorar para que os resultados do


teste saiam? — Perguntou Nik, inclinando-se contra a borda
da mesa de Emmie.

— Dependendo de quanto tempo pudermos conseguir a


amostra de DNA do Sr. Grady. Não deve ser mais do que três
dias.

— É uma vida inteira. — eu murmurei, apertando minhas


mãos no meu colo. Também significava que Drake e eu
estaríamos em Nova York quando os resultados chegarem. Eu
queria estar aqui, segurando a mão de Layla quando ela
descobrir que o pai biológico de Lucy era Vince Grady. Só não
era possível. Drake tinha que voltar para o trabalho e eu não
podia lidar com ficar longe dele por mais de algumas horas

157
desde que eu havia descoberto que estava gravida. — Leva
realmente tanto tempo? Ou podemos pagar algum extra para
apressar os resultados do teste?

— Isto não é algo que você realmente queira apressar,


Anjo. — Drake tentou argumentar comigo. — Nós queremos
que eles sejam completamente certos que esse cara não doou
o esperma, certo?

Eu suspirei. — Sim...

— Eu vou esperar a sua chamada mais tarde hoje, Horton.


— Emmie disse ao advogado e Nik deu um passo adiante para
mostrar a saída ao homem. Quando a porta se fechou atrás
deles, Emmie se virou para Jesse e colocou os braços ao redor
da cintura. — Acho que podemos resolver isso sem o advogado.
Basta me dar alguns dias, ok?

Depois de uma pequena hesitação Jesse finalmente


concordou, mas as lágrimas rolando pelo seu rosto deram uma
resposta inteiramente diferente. Poucos dias realmente iam ser
uma vida inteira para eles, mas especialmente para Jesse.

158
Capítulo 11
Jesse
Layla não estava se sentindo bem. Após esta manhã — e
o fim de semana que antecedeu esta manhã — que tivemos, eu
não estava me sentindo tão bem comigo mesmo. Assim que
chegamos em casa eu a levei para cima e a coloquei na
cama. Ela disse que suas costas estava matando-a e ela só
queria dormir.

Talvez eu devesse ter me deitado com ela, segurando-a,


mas eu não conseguia ficar parado e muito menos ir para a
cama. Faltavam três horas antes que Lucy chegasse da
escola. Três horas para pensar, para me preocupar. Nós
tínhamos que contar a ela. Ela era inteligente demais para não
se perguntar por que ela tinha que fazer o teste de DNA e eu
não queria mentir para ela.

Eu me encontrei lá embaixo limpando, algo que eu vinha


fazendo mais e mais desde que Layla estava ficando tão grande
e incapaz de se mover tanto. Poderíamos facilmente ter
contratado toda uma equipe de limpeza para manter a casa em

159
ordem, mas ela não queria estranhos em nossa casa. Layla
amava fazer da nossa casa um lar em uma base diária. Então
eu lavei os pratos do café da manhã de Lucy e os coloquei na
máquina de lavar, em seguida limpei todos os balcões antes de
subir as escadas para ver se Lucy tinha alguma roupa que
precisava ser lavada.

Abrindo a porta do quarto de Lucy, um sentimento de


derrota tomou conta de mim e eu me deixei cair na beira da
cama. Meus olhos passaram ao redor do quarto que ela mesma
tinha decorado, sombriamente evitando a cobra em seu
habitat. Ziggy e eu tínhamos chegado a um entendimento. Eu
não iria cortar-lhe a cabeça durante o sono, se ele não
escapasse de sua casa que Lucy meticulosamente mantinha
organizada. As paredes eram de dois tons de roxo, sua cor
favorita. A estampa de zebra separava as duas cores e
combinava com os travesseiros sobre sua cama. Contra uma
parede estava sua mesa com seu notebook onde ela mantinha
todos os seus rascunhos - Lucy adorava escrever, criar
mundos e personagens para onde ela escapava por horas.

Na parede acima de sua mesa estavam cartazes do


Demon’s Wings e um do OtherWorld. Todos eles recentes, dos
últimos dois anos. Eu adorava que ela gostava de nossa
música, mas não a deixava ouvir todo o nosso
trabalho. Algumas das coisas que Nik escrevia eram muito
pesadas para uma criança de nove anos.

Meu olhar foi para sua mesa de cabeceira. A foto dela,


Lana, e Layla em um porta-retrato roxo com um golfinho

160
estava ao lado do abajur. Todas pareciam tão semelhantes,
mas de modo diferente. Lucy e Lana tinham o mesmo tom de
cabelo escuro, mas o de Lucy era tão encaracolado que ela
levava uma eternidade para deixar seu cabelo pronto nas
manhãs. Todas elas tinham olhos castanhos, mas em vários
tons. Uísque para os de Lana, chocolate os de Layla, e os de
Lucy eram de um meia-noite quase preto. Enquanto suas
irmãs eram levemente bronzeadas, Lucy era um creme
macio. As três tinham o mesmo nariz, os mesmos lábios.

Eu levantei a segunda foto da mesa. Me lembrei do dia


em que tinha sido tirada e os meus lábios levantaram em um
meio sorriso. Estávamos sentados na areia da praia,
observando o pôr do sol. Layla estava gritando com a gente da
cozinha para entrar e jantar, mas não podíamos ser
incomodados para nos mover. Estávamos bem ali, pensei. E
Layla e eu tínhamos assinado os papéis de adoção naquela
tarde. Tínhamos finalmente nos tornado a família que eu
queria que fôssemos e parecia que nada poderia dar errado na
minha vida.

— Eu amo isso aqui. — Lucy disse, um suspiro feliz


escapando dela.

— Eu também. É finalmente se sentir em casa.

— Obrigado por hoje.

Minha cabeça virou para franzir a testa para ela. — Você


foi minha desde o dia em que te conheci, Lu. Hoje só tornei
isso legal. — Estendi a mão e puxei um de seus cachos

161
curtos. — Se alguma coisa, eu que deveria agradecer por
querer ser minha filha.

Ela jogou os braços ao redor do meu pescoço tão de


repente que quase caí de costas na areia. — Eu te amo, papai.
— ela sussurrou.

Essas quatro palavras tinham sido a minha ruína e eu


tive que piscar duro para não chorar. Abracei-a com força
contra mim, sem querer soltar essa menina que havia entrado
em meu coração tão rapidamente.

—Diga Xiiis!

Nós dois nos viramos para encontrar Layla sobre nós com
uma câmera. Nossa primeira foto como pai e filha...

O pensamento de que eu ia perder a minha menina fez


meu peito doer e eu coloquei a foto de volta onde estava antes
de me levantar. Não importa o que, eu não ia perder Lucy. Isso
iria me destruir. Se alguém tentasse tirá-la de mim eu iria
matá-lo com minhas próprias mãos.

Um olhar para o relógio na mesa de Lucy me disse que eu


estava em seu quarto por quase uma hora. Acendendo as
luzes, eu andei pelo corredor até o quarto principal e abri a
porta. Eu estava esperando que Layla ainda estivesse na cama,
mas ela estava vazia. — Amor? — Eu gritei, me movendo em
direção ao banheiro no outro lado do quarto.

—J...J...Jesse?

162
Seu sussurro com a voz trêmula despertou algo dentro de
mim e eu me movi mais rápido. Ela estava chorando, eu podia
ouvir os soluços através da porta fechada. Quando abri a
porta, ela gemeu e meu coração realmente parou ao ver a cena
diante de mim.

Layla estava em pé na pia. Ela estava dobrada ao meio,


segurando a borda do balcão enquanto seu corpo tremia. A
legging azul-bebê que ela usava estava úmida, uma mancha
vermelha a encharcando. — O que ...?

— Minha bolsa estourou! — Ela soluçou. — Eu estou em


trabalho de parto.

— Não. — Eu balancei a cabeça estupidamente. — Não,


você está com apenas sete meses de gravidez! Eles não devem
chegar por mais nove semanas.

— Eu... Eu sei disso! — Ela gritou para mim. — Mas esses


bebês não receberam o relató... Ligue para Emmie. Ligue para
o hospital. — Ela agarrou seu estômago e gemeu. — Chame a
porra de uma ambulância!

Com dedos trêmulos, eu puxei o meu celular do bolso e


liguei para o 911. Ela estava com muita dor, a contração
chegando perto demais. Toda vez que ela se mexia mais fluido
inundava suas calças, acumulando em seus pés. Assim que eu
disse ao operador o que estava acontecendo e passei nosso
endereço, eu joguei o telefone de lado e levantei Layla em meus
braços. Eu não queria que ela escorregasse na bagunça.

163
— Emmie. — Layla ofegou enquanto eu a levava para o
andar de baixo. — Ligue... Emmie.

— Emmie vai ver a ambulância e saber que algo está


acontecendo. — eu assegurei a ela. Meu coração estava
batendo tão rápido que eu tinha certeza de que ia explodir, mas
eu não podia me preocupar com isso agora. Eu podia ouvir
uma ambulância ao longe e agradeci aos deuses que ela estava
tão perto. — Respire fundo, amor. — insisti, sabendo que eu
não sabia o que eu estava falando. Nossas aulas de Lamaze2
não começariam por mais uma semana, e eu não sabia nada
sobre o que ia acontecer.

Todos os pesadelos sobre o parto de Emmie passaram


diante dos meus olhos e eu tinha certeza de que eu ia
vomitar. Eu tinha ficado apavorado quando Emmie entrou em
trabalho de parto com Mia, mas isso? Este medo de que eu
estava experimentando, testemunhar a mulher que possuía
minha alma e coração sentindo tanta dor. O medo de que algo
estivesse errado com nossos bebês, porque era muito cedo para
que eles viessem a este mundo...

Não havia sequer uma palavra para esse tipo doloroso de


medo!

A ambulância estava parando assim que eu abri a porta


da frente. Um paramédico saltou do lado do passageiro e

2
O método Lamaze foi desenvolvido pelo obstetra francês Fernand Lamaze como uma alternativa à
intervenção médica durante o parto. 164
correu em direção a nós. — A que distância estão as
contrações? — O homem de pele escura exigia.

—Um minuto... Talvez. — Layla disse a ele, porque eu


com certeza não podia. Eu não conseguia nem falar. O que
havia de errado comigo? Por que eu não podia falar? Abri a
boca, mas nada saiu. Nem um único som. — Gêmeos... eu
estou com apenas 31 semanas.

— Senhor, você pode colocar a sua esposa na parte de


trás para mim? — O paramédico instruiu. — Coloque-a na
maca e podemos ir.

Me movi automaticamente. Ele abriu a porta de trás e eu


subi com Layla antes de colocá-la na cama estreita. Assim que
ela estava fora dos meus braços o homem de pele escura me
empurrou para fora do caminho. Eu cai sobre o pequeno banco
para trás e apenas assisti com horror.

— Jess! Layla!

A voz frenética de Emmie chamou antes que a porta se


abrisse novamente e Emmie subiu — O que...?

— Minha senhora, a senhora Thornton está em trabalho


de parto... Sua bolsa estourou e ela parece estar com quatro
centímetros... O Sr. Thornton parece estar em estado de
choque... temos que ir agora, minha senhora. — Eu só peguei
pedaços da conversa e então Emmie estava sentada ao meu
lado enquanto a ambulância começava a se mover, correndo
em direção ao hospital mais próximo que tinha uma

165
maternidade, enquanto o paramédico continuava trabalhando
em Layla.

Emmie segurou seu telefone na orelha com uma mão e


segurou uma das minhas mãos com a mão livre. — Nik...
Busque Lucy na escola. Chame Lana... Sim. Estou com ele...
Não é bom. Eu também te amo. — Então o telefone sumiu e
Emmie virou a minha cara. — Jesse! Olhe para mim.

Ergui os olhos para encontrar o olhar verde. Sua testa


estava franzida e ela parecia estressada. Me senti entorpecido,
como se eu tivesse desligado algo dentro de mim, para que eu
não pudesse sentir nada. Não havia pânico, nem medo agora.
Apenas nada. Layla estava gemendo e chorando e eu não
estava fazendo nada!

— Eu vou te ajudar com isso, Jesse. — Emmie me disse


com calma. — Eu vou ajudá-lo. Mas você tem que ajudar Layla,
ok? Ela não está calma. Sua frequência cardíaca está fora do
normal e as contrações estão vindo rápido e forte demais. Ela
precisa de você. Segure a mão dela. Beije-a. Diga a ela que tudo
vai ficar bem.

— É mesmo? — Eu sussurrei.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, eu vi a


resposta em seus olhos. Emmie não sabia. Ela não podia me
prometer nada, porque ela não sabia se Layla ou os gêmeos
ficariam bem. Piscando para conter as lágrimas repentinas
queimando meus olhos, me virei para pegar a mão de Layla.

166
Imediatamente sua frequência cardíaca diminuiu
consideravelmente. Baixei a cabeça e rocei os lábios sobre a
testa dela, incapaz de beijar seus lábios porque havia uma
máscara de oxigênio em seu rosto. Ela estava tremendo de
medo e dor e eu enterrei meu rosto em seu cabelo. — Está tudo
bem, amor. Tudo vai ficar bem. — eu menti.

A partir daí tudo aconteceu muito rápido. A ambulância


chegou ao hospital e as portas traseiras foram abertas. Uma
equipe de pessoas rapidamente pegou a maca onde Layla
estava, puxando-a para fora. Eu os persegui enquanto corriam
para o hospital e para o elevador.

Mas quando eu comecei a entrar no elevador com eles,


uma mulher de aspecto severo me empurrou para trás. —
Senhor, me desculpe, mas sua esposa precisa de uma
cesariana urgente. A frequência cardíaca dela está muito
rápida, enquanto a dos bebês está caindo. Não há tempo de
sobra. Alguém irá mostrar a você a sala de espera. — As portas
começaram a se fechar antes que ela terminasse de falar e eu
só fiquei ali, observando as portas fecharem, levando a minha
vida.

Uma enfermeira mostrou para mim e Emmie a sala de


espera. Nós não falamos uma vez que fomos deixados sozinhos.
Emmie me empurrou para o banco mais próximo e saiu por
um momento, voltando com o mais sujo café conhecido pelo
homem. Era estranhamente doce e amargo. Ela me obrigou a
beber dois copos antes de se sentar e segurar minha mão.

167
Eu coloquei minha cabeça em minha mão livre, orando
silenciosamente. Lágrimas rolavam pelo meu rosto e eu não me
incomodei em limpá-las. Uma semana atrás, minha vida tinha
estado muito, muito perto da perfeição. E agora que ela caindo
aos pedaços eu era incapaz de impedir. Se eu perdesse Layla
seria isso. Fim do jogo. Eu não seria capaz de seguir em frente.

Lana e Drake chegaram com Harper e Shane logo atrás


deles. Lana jogou os braços ao redor do meu pescoço, me
abraçando apertado. Eu não podia me mover para abraçá-la
de volta. Não era capaz de lhe oferecer qualquer conforto. Como
eu poderia, quando eu estava morrendo por dentro?

O tempo parecia desacelerar até mesmo o tic-tac do


relógio na parede.

As portas se abriram novamente e Nik entrou com Mia em


um braço e Lucy segurando sua mão. Ver minha filha quebrou
algo dentro de mim e eu fiquei sem pensar. Ela parecia ver a
verdade em meus olhos e então ela estava em meus braços,
soluçando tão entrecortada como de repente eu estava. — A
mamãe vai ficar bem? — ela sussurrou, o pouco usado 'Mãe'
escorregando para fora, sem qualquer um de nós percebermos.

— Eu espero que sim, Lu. Eu espero que sim.

168
Capítulo 12
Emmie
Se você acha que a minha vida é ótima e emocionante,
por favor, pense novamente.

No momento em que ouvi a ambulância eu sabia que algo


estava errado. O segundo em que vi Jesse transportando Layla
em direção a coisa barulhenta, senti que minha vida
literalmente parou por um minuto. Nenhuma das outras
merdas que estavam acontecendo na minha vida importava a
não ser que eu poderia estar perdendo minha melhor amiga.

Ah, claro, mulheres dão à luz a bebês todos os dias da


semana. A cada hora. A cada minuto. Eu tive um e outro estava
crescendo dentro de mim. Mas Layla estava em sérios apuros.
Eu não tinha certeza de qual grande parte da conversa que eu
tive com o paramédico Jesse tinha compreendido, ele estava
quase catatônico, mas as coisas não estavam bem.

Durante as últimas visitas ao médico, a pressão


sanguínea de Layla tinha estado alta. Havia traços de proteína
em sua urina que também haviam sido um ligeiro motivo de

169
preocupação. O médico disse que estava tudo normal, afinal
ela estava grávida de sete meses de gêmeos. Os gêmeos
estavam crescendo na velocidade da luz ao ponto de que o
médico já havia falado sobre definir a data para a sua
cesariana. Claro, a garota tinha os quadris para empurrar os
pequenos gigantes, mas os gêmeos não tinham chegado nas
posições certas para ter um parto vaginal.

Enquanto seguíamos na ambulância para o hospital mais


próximo com uma maternidade, a pressão sanguínea de Layla
estava fora do normal. Sua frequência cardíaca ia em direção
a duzentos e o paramédico de pele escura me atirou um olhar
que me disse tudo o que eu precisava saber. Depois que eu fui
capaz de tirar Jesse de seu estupor chocado, ele foi capaz de
acalmar sua esposa, mas apenas um pouco.

No momento em que chegamos ao hospital, a respiração


de Layla estava se tornando mais difícil. Uma equipe de
médicos e enfermeiros estava a espera, prontos para levá-la.
Jesse retirou-se para si mesmo novamente na sala de espera
cheia com a nossa família e ele nem sequer se moveu até que
Nik entrou com Lucy.

É claro que o mundo não ia ficar parado enquanto o nosso


estava indo para o inferno. A imprensa tinha ficado sabendo
do que estava acontecendo. O primeiro fotógrafo me pegou de
surpresa e foi na sala de espera, e teve tempo suficiente para
tirar fotos de todos, cada um de nós parecendo assustados e
indefesos.

170
Shane era o mais próximo e se lançou para o homem com
um sorriso no rosto, fazendo com que Mia gritasse. O fotógrafo
foi rápido e estava fora da porta antes que Shane pudesse
alcançá-lo. Quando Shane começou a segui-lo, e sua
necessidade de liberar suas emoções reprimidas em algo
tornou mais provável que ele descontasse no idiota, Harper o
pegou pela cintura e puxou-o para baixo em uma cadeira o
mais longe possível da porta. Ouvi-a dizer-lhe para se acalmar
e sussurrar algo olhando para Mia para ver o quão assustada
ela estava.

Meu olhar foi para Mia, que estava agarrada ao pescoço


de Nik, escondendo o rosto em seu peito. Tínhamos a mantido
longe de tudo isso, tentado proteger ela e Lucy da foto do
paparazzi. — Foda-se essa merda! — Eu murmurei sob a
minha respiração para não assustar ainda mais Mia e Lucy.

Eu não queria deixar Jesse no momento em que ele


precisava de mim mais do que qualquer outra pessoa, mas não
havia jeito. Olhei para Lana, o rosto encharcado de lágrimas,
mas quando ela percebeu minha atenção, ela balançou a
cabeça e foi se sentar ao lado de seu cunhado, pegando sua
mão para substituir a minha.

Antes de chegar à porta, Nik pegou minha mão e deu um


aperto. — Eu te amo. — ele sussurrou.

Eu podia ver em seus olhos que ele estava revivendo o dia


em que eu tinha trazido Mia para o mundo. Tão louco e

171
assustador como o dia tinha sido, isto estava em um nível
totalmente novo. Eu passei um dedo pelo rosto de Mia,
fazendo-a olhar para mim, e eu forcei um sorriso por causa
dela. Veja, eu estava em silêncio dizendo com aquele sorriso,
mamãe não está com medo. Não tínhamos ideia do resultado
para Layla e os gêmeos. Gêmeos que seriam perigosamente
prematuros.

— Eu te amo. — eu sussurrei de volta, segurando sua


mão, mesmo quando eu estava indo embora, até que eu não
tinha escolha a não soltá-lo.

Eu tinha que falar com a segurança, o administrador e


todos os outros. Enquanto eles cuidavam das portas do
hospital para garantir a segurança não só da minha família,
mas todos os outros pacientes, liguei para a equipe de
segurança que tinha tomado conta do casamento de Shane no
dia anterior. Caramba, tinha realmente sido apenas um dia
antes? Parecia que uma vida inteira havia se passado desde
então.

Enquanto eu estava conversando com a segurança no


hospital, meu telefone estava tocando com as chamadas
recebidas. Alguns eu reconheci, outros não. Os que eu não
conhecia eram jornalistas, ou assim eles alegaram, querendo
os detalhes sobre Layla e Jesse. Eu teria que criar uma
conferência de imprensa ou algo assim nos próximos dias para
que eles soubessem como Layla estava, mas ainda não. Todos
eles poderiam ir se foder, por enquanto.

172
Com tudo o que eu tinha que cuidar, eu nem percebi
quando um médico escorregou pela segurança e entrou na sala
de espera. Não foi até que Nik enfiou a cabeça para fora da
porta que eu tinha tentado vigiar que eu soube que havia algo
de errado... Bem, ainda mais errado.

Meu coração estava na minha garganta e eu terminei a


chamada enquanto o cara do outro lado estava no meio da
frase. Eu andei em direção à porta aberta, para o meu marido
e família, sabendo que talvez eu nunca pudesse ver minha
melhor amiga novamente. Que talvez eu nunca pudesse ter
seus dois bebês preciosos em meus braços como tinha feito
com minha própria filha.

Nik me pegou pela cintura logo que eu estava perto o


suficiente e me puxou para a sala. O médico estava em pé na
frente de Jesse, que ainda tinha Lucy no colo e Lana sentada
ao lado dele. Shane e Drake, que tinha Mia em seus braços
rodeavam o médico que falava em tons claros e precisos, mas
parecendo não fazer sentido para qualquer pessoa na sala.

Limpei a garganta, chamando a atenção do médico. Seus


olhos escureceram quando ele me reconheceu e ele se virou
para mim. — Sra. Armstrong.

— Doutor. — Inclinei a cabeça, engolindo em seco. Notei


que seu jaleco estava encharcado de suor e seu cabelo estava
uma bagunça, como se tivesse passado os dedos por ele. —
Como ela está?

173
— Nós tivemos que dar-lhe a anestesia geral para fazer a
cirurgia. Não houve tempo para uma epidural com sua
frequência cardíaca e pressão arterial do jeito que estavam. Os
batimentos cardíacos dos dois bebês estavam caindo em uma
taxa tão alarmante... — Ele parou quando eu balancei a
cabeça. Eu já sabia de tudo isso. — Logo que os gêmeos
nasceram, eles foram imediatamente levados para a UTI e
colocados em ventiladores porque eles estavam tendo um
pouco de dificuldade de respirar por conta própria. Isso não é
inédito em 31 semanas. No entanto, ambos estão com um peso
incrível. Ambos estão com 2,5 kg.

— Ok. — Eu balancei a cabeça novamente. — Isso parece


promissor. Mas você não respondeu à minha pergunta. Como
está Layla?

— Ela está em recuperação no momento. — Ele parecia


hesitante e meu coração estava acelerado quase tão rápido
como Layla tinha estado no passeio de ambulância. — Já faz
mais de uma hora desde o parto dos gêmeos, e normalmente
vemos uma resposta do paciente vindo da anestesia geral por
agora. No entanto, Layla não está mostrando nenhum sinal de
acordar. Nós pensamos que ela está tendo uma reação anormal
a isso.

Meus olhos se estreitaram. — Explique.

— Nós não podemos ter certeza, é claro. Ela só precisa de


mais algum tempo. Mas ela pode entrar em um coma... Ou o

174
pior cenário... — Mordi o lábio e segurei a cintura de Nik um
pouco mais forte, esperando as próximas palavras saírem da
boca do médico: — ... nunca mais acordar. Mas se isso
acontecer, é mais provável que seja um outro problema não
relacionado com a própria anestesia. Um exame de sangue
mostrou que ela está recebendo oxigênio suficiente e não há
qualquer sinal de derrame.

— Mas você não tem certeza? Ela poderia acordar nos


próximos cinco minutos ou não acordar. — perguntou Harper,
um passo à frente.

O médico encolheu os ombros. — As próximas 24 horas


vão contar a sua própria história. — Seus olhos mudaram para
Jesse novamente. — Eu sinto muito... E parabéns por seus
filhos.

A porta se fechou silenciosamente atrás do homem


enquanto todos nós permanecemos onde estávamos. A notícia
de que os gêmeos eram meninos não parecia se registrar ou
importar, no caos que estava lavando sobre nós com a notícia
de que poderíamos perder Layla para sempre. Fechei os olhos,
em silêncio, rezando para que minha amiga voltasse para nós.

— Meninos...

Meus olhos se abriram com a voz de Lucy. — O quê? —


Perguntou Jesse com a voz rouca de emoção.

175
— Meninos, pai. Eu tenho irmãos. — Ela escondeu o rosto
em seu peito. — Isso é o que eu queria.

Meu telefone tocou e eu olhei para baixo para encontrar


o nome de Brad Horton em toda a tela. Engoli uma maldição e
coloquei o telefone no meu ouvido. — Agora não é o melhor
momento.

— Acabei de ouvir sobre sua cunhada. — comentou


rapidamente. — Na verdade, todo o mundo acabou de ouvir
falar sobre a sua cunhada. Espero que eu possa tirar um pouco
do stress de vocês. O laboratório do hospital onde você está
pode tirar a amostra de DNA. Eu posso estar aí dentro de uma
hora para fazer isso. Pode ser?

— Sim. Vamos acabar logo com isso. — eu assegurei a


ele. Quanto mais rápido eu tivesse os resultados, mais cedo eu
poderia tirar Vince Grady da vida de Jesse, Layla, e Lucy.

Jesse
Eu estava sendo rasgado em três direções diferentes.

Ao mesmo tempo em que o advogado apareceu para fazer


teste de DNA de Lucy, duas enfermeiras apareceram na porta.
Uma para me levar para ver meus filhos gêmeos pela primeira
vez, a outra para me levar para ver Layla na UTI. Eu não

176
poderia fazer todos os três ao mesmo tempo, mas todos os três
precisavam de mim agora.

Drake tocou meu ombro. — Lana e eu podemos levá-la


para o teste. — ele ofereceu.

Eu balancei minha cabeça. — Layla iria querer que eu


estivesse lá. — Me levantei e me virei para as duas enfermeiras.
— Eu volto em alguns minutos.

— Claro. — A enfermeira que tinha vindo do quarto de


Layla assentiu. — Ela ainda está dormindo.

Isso não me trouxe nenhum conforto. Layla ainda estava


dormindo. Ela poderia nunca mais acordar. Isso era
assustador. Não tinha como eu continuar sem essa mulher.
Eu tinha três filhos que dependiam de mim, então eu tive que
focar nisso por enquanto.

A enfermeira da UTI Neo Natal me deu um pequeno


sorriso. — Claro, Sr. Thornton. Os meninos vão estar à sua
espera. Achei que você gostaria de saber que o pediatra fez um
exame completo e seus corações estão em ótima forma. Nós
gostaríamos de mantê-los no respirador pelo menos até
amanhã, antes de tentar ver se eles podem respirar por conta
própria.

Lágrimas queimaram meus olhos, mas eu simplesmente


assenti. Meus meninos ficariam bem com um pouco mais de
tempo. Engolindo em seco eu levantei Lucy em meus braços.

177
— Eu preciso te contar uma coisa, Lu. Ok? Mas primeiro temos
que descer e fazer uma coisa.

Seguimos Emmie e Brad Horton para o elevador e para a


parte de trás do hospital onde ficava o laboratório. Nós não
tínhamos que esperar. Eu assinei meu nome na parte inferior
de uma folha que Emmie me entregou e, em seguida, Lucy foi
convidada a se sentar.

— Vai doer? — Ela perguntou, parecendo assustada.

Eu não tinha ideia do que eles iam fazer com ela, então
eu não podia responder. Em vez disso, a técnica, uma mulher
com cabelo escuro curto e olhos azuis, deu-lhe um sorriso
tranquilizador. — Não... Não vai doer nada, minha florzinha.
— Ela levantou o que parecia um cotonete. — Eu vou passar
isso na sua bochecha e obter todas as informações do seu DNA.
Vai terminar em um piscar de olhos.

— Pai? — Lucy estendeu a mão para mim e eu me


aproximei para agarrar a dela, enquanto a mulher limpou o
rosto de Lucy, e em seguida, se virou.

— Eu sei o que é DNA. — Lucy me disse na viagem de


volta para a sala de espera da maternidade com Emmie. — Mas
por que ela precisa ter o meu?

Eu passei a mão sobre a minha cabeça, sentindo a barba


áspera já voltando a crescer. — É difícil de explicar, Lu, mas
eu vou tentar, ok?

178
— Eu fiz alguma coisa errada? — ela perguntou
preocupada, enquanto olhava de mim para Emmie e depois de
volta para mim.

— Não! Claro que não. — Eu balancei minha cabeça. —


Você é uma ótima menina, querida. Layla e eu não poderíamos
pedir por uma filha melhor do que você.

— Isto não é sobre se você fez algo de ruim ou não, Lucy.


— Emmie disse, tocando o rosto dela suavemente.

— Você é minha filha, Lucy. Não importa o que alguém


diga, você sempre será minha filha... Ok?

Ela assentiu com a cabeça. — Yeah. Eu sei disso.

— Bem, o homem que engravidou sua mãe... Ele quer


você. Ele quer levá-la para longe de mim e de Layla. O teste de
DNA foi para ver se você realmente é filha dele. — O elevador
apitou e as portas se abriram, mas nós não saímos.

Lucy estava olhando para mim com grandes olhos


escuros. — Mas... você disse que eu era sua para sempre, pai.

— Você é, Lucy. Eu juro. Ninguém vai tirar você de mim


e Layla. Eu não vou deixar isso acontecer. Nunca. Isso não
significa que ele não vai tentar, querida. — Emmie entrou na
frente das portas do elevador para mantê-las abertas e eu me
agachei para que Lucy e eu estivéssemos no mesmo nível dos
olhos. Ela era alta para a sua idade, mas eu ainda era um

179
gigante em comparação com a maioria das pessoas. — Eu te
amo mais do que qualquer coisa. Entendeu?

Seu queixo tremia e meu coração quebrou com a visão,


porque não havia nada que eu pudesse fazer para evitar essa
dor de afetá-la. — Sim, papai. Eu também te amo.

A UTI Neo Natal estava no andar de cima da maternidade.


Apenas uma ou duas pessoas tinham permissão para visitar
os bebês ao mesmo tempo. Eu tive que colocar jalecos limpos
antes mesmo de entrar no quarto. Antes de chegar ao posto de
enfermagem, eu tive que lavar e higienizar as mãos. Ao meu
lado, Lana olhava em volta nervosamente. Eu queria que
Emmie viesse comigo, para que ela pudesse ouvir tudo que as
enfermeiras dissessem, porque eu sabia que eu provavelmente
esqueceria tudo. Mas uma situação de segurança tinha
chegado e ela teve que lidar com isso. Lana foi a minha
segunda opção, mas eu ainda estava feliz por tê-la comigo.

Nós seguimos a enfermeira que tinha vindo me buscar


mais cedo, passando por cinco outras incubadoras, antes de
chegar a duas que estavam ao lado uma da outra. Havia
pequenos tubos de oxigênio em seus narizes e eles estavam
completamente nus, exceto por suas fraldas. Eles tinham uma
ligeira cor laranja neles e a enfermeira explicou que eles
tinham icterícia, o que não era incomum, já que eram
prematuros.

180
— Está tudo bem. Você pode tocá-los, falar com eles.
Deixe-os saber o seu pai está aqui. — Ela me deu um tapinha
no ombro. — Amanhã, se eles estiverem indo bem sem o
oxigênio extra para ajudá-los, você poderá alimentá-los.

Minha mão quase era grande demais para caber pelo


orifício da incubadora rotulada BEBÊ 1. Toquei a perna do
meu filho e ele empurrou como se eu o tivesse assustado, mas
não chorou. Do outro lado da incubadora, Lana estava tocando
sua mão. — Eles são tão pequenos. — ela murmurou.

A enfermeira balançou a cabeça. — Na verdade, para uma


gestação de 31 semanas, eles estão muito grandes,
considerando que eles são gêmeos. Mas então você vê o pai
deles e tudo fica claro. Eu vi bebês nascidos neste período com
buracos em seus corações e seus abdomens ainda não
totalmente formados. Gêmeos podem ser ainda mais
complicados nesta fase, mas eu tenho uma boa sensação de
que estes dois pequenos príncipes sairão daqui logo.

Outra enfermeira veio com uma prancheta nas mãos. Ela


ofereceu a Lana e eu um sorriso gentil, enquanto observava-
nos acariciando os braços e os pés dos bebês. Eu estava muito
chocado para devolver o sorriso. Eu estava tocando os meus
filhos... Sem Layla para experimentar este momento comigo.

— Então, nós temos nomes para esses dois ou vamos ficar


com Coisa 1 e Coisa 2? — perguntou a recém-chegada.

181
Eu sabia os nomes que Layla queria, mas não tinha
certeza de quem era quem com ela. Eu não me sentia bem
dando os nomes ainda. Não até Layla abrir os olhos e poder me
dizer com certeza qual dos nossos filhos era qual... eu não iria
pensar sobre o que aconteceria se isso não acontecesse. Eu
não podia!

182
Capítulo 13
Dallas
Eu estava exausta na hora em que eu caí na cama na
noite de ontem. Parecia que um mês se passou desde que eu
tinha deixado o casamento de Harper na noite anterior. É claro
que se Linc estivesse em casa ele iria ficar todo intelectual e
me dizer que era minha culpa por meter meu nariz em merdas
que não eram da minha conta, mas que inferno.

Eu rastejei para debaixo das cobertas, e deixei o banho


pra lá. Eu tinha que trabalhar na parte da manhã e eu iria
tomar banho quando me levantasse. Não adiantaria tomar
banho agora e lavar o cabelo que estaria um ninho de manhã,
porque eu não tinha a energia para secá-lo, só para ter que
lavar tudo de novo para ser capaz de resolver o problema. Claro
que assim que eu ajeitei meus travesseiros na posição perfeita
e fechei os olhos, descobri que a minha mente não calaria a
boca.

Murmurando uma maldição, eu virei de costas e olhei


para o teto.

183
Eu deveria ter apenas me afastado tão logo Axton saiu
com Gabriella Moreitti. Eu estava acostumada que isso
acontecesse. Era a razão pela qual eu tinha terminado com ele.
Ele tinha jurado que eles eram apenas amigos e que ela não
significava nada para ele a não ser por serem companheiros de
rock. Como se eu fosse comprar essa. Ele teve o nome dessa
vadia tatuado em sua pele, pelo amor de Deus.

Eu não tinha ido embora. Em vez disso eu tinha


continuado no casamento. Secretamente esperando que ele
fosse me escolher ao invés dela e voltar. Idiota. Como se isso
fosse acontecer. Idiota patética.

Ficando por lá eu só tinha conseguido me sugar para


outros dramas.

Liam era um viciado. Eu sabia disso quando eu estava


namorando Axton — se é que você poderia chamar o que nós
dois estávamos fazendo naquela época de namoro. Eu ainda
não tinha me tornado uma enfermeira então, mas eu podia ver
os sinais de uso de drogas. As feridas ao redor da boca, que
parecia um pouco como acne, mas eram bolhas de
metanfetamina. O comportamento errático. O humor
oscilante. A falta de apetite e a quase insaciável fome por sexo
— algo que eu só tinha adivinhado após vê-lo pegar não só
uma, mas quatro meninas na mesma noite em uma mesma
festa em Nova Iorque, no apartamento de Axton.

184
Quando Liam começou a falar besteira sobre Gabriella ou
Brie, como a maioria do OtherWorld tendia a chamá-la, e
Axton, porra, isso quase me cortou em duas. Claro que eu não
tinha parado para perguntar por que ele se preocupava tanto.
Isso nem tinha passado sobre minha cabeça enquanto eu
tentava me segurar. De jeito nenhum eu ia deixar alguém na
recepção saber o quão quebrada eu estava sobre um cara,
especialmente um cara que já tinha me deixado no passado.

Enquanto eu estava lidando com minhas próprias


emoções interiormente, eu não tinha visto Liam chegar. Ele me
puxou de lado e começou a sussurrar todos os tipos de coisas
desagradáveis no meu ouvido. Foi quando eu soube que ele
estava alto como uma pipa. Eu o tinha avisado na primeira vez
em que eu o conheci, que eu não iria tocá-lo mesmo que a raça
humana dependesse disso antes de dar-lhe um tapa nas bolas
com a palma da minha mão. Liam tinha me evitado sempre
que estávamos no mesmo quarto depois dessa primeira
impressão.

Mas em vez de prejudicar seus filhos neste momento, eu


só o empurrei. Eu odiava os usuários de drogas, mas eu sentia
pena deles também. Eu só sabia um pouco da história de Liam
e nada disso realmente explicava por que ele precisava ficar
alto. No começo eu tinha pensado que ele era o tipo de pessoa
que fazia isso apenas para o inferno dele. Ficar alto porque sua
vida era tão chata. Mas depois, eu tinha percebido que algo

185
horrível deve ter acontecido para ele querer se esconder
constantemente em uma névoa drogada de falsas emoções.

Quando olhei em seus olhos na noite passada, vendo


além do mar verde vidrado que eram seus olhos, eu vi o homem
por trás deles, meu coração doeu um pouco por ele. Todo
mundo me disse que ele havia tentado obter ajuda
repetidamente, mas ele simplesmente não conseguia manter e
voltava para as drogas de novo. A enfermeira em mim queria
ajudá-lo, apoiá-lo através desta doença.

Então, eu o convenci a sair comigo. Não tinha sido


necessário muita persuasão. — Quer sair daqui? — Tinha
praticamente sido a única coisa que eu tive que dizer.

Seus colegas de banda não tinham gostado. Zander e


Devlin tentaram nos parar e Wroth tinha sequer tentado
intervir e falar comigo. Revirei os olhos com a forma como ele
parecia tão ansioso comigo. — Ele é perigoso quando está
assim, Dallas. Vamos lidar com ele.

— Eu cuido disso. — eu tinha assegurado ao grande ex-


marinheiro enquanto eu puxava Liam para fora da porta. Seu
carro estava no estacionamento e eu puxei as chaves do bolso
das suas calças antes de empurrá-lo para o lado do passageiro.

Corri para o banco do motorista e estava prestes a ligar a


louca e poderosa máquina quando ele me agarrou e me puxou
em direção a ele. — Vamos começar a festa agora, Dee.

186
— Não vai acontecer, amigo. — Agarrei seu cabelo e puxei
sua cabeça para trás, com força. — Estamos jogando isso por
minhas regras. Entendeu?

— Eu não gosto de regras. Regras são fodidas.

Sorrindo para o seu pequeno bico de menino eu me


empurrei para longe dele, facilmente manobrando-o de volta
para o seu lugar. — Rebelde.

— Para onde vamos? — Ele perguntou quando chegamos


ao aeroporto.

— Você é a pessoa que me pediu para voltar para Nova


York com você, Liam. — Eu o tinha lembrado, porque tinha
sido a primeira coisa que saiu da boca dele quando ele estava
tentando fazer com que eu desse uma rapidinha no banheiro
na recepção do casamento.

— Nova York é horrível. Vamos para Vegas. Ou Miami. Ou


o Japão. — Ele colocou a mão no bolso, o que não estava com
suas chaves, e enfiou algo na boca, mastigando-os.

— Que porra é essa, Liam! — Eu gritei para ele, entrando


em uma vaga de estacionamento vazio.

— Tenho que me livrar das evidências, querida. — Ele


engoliu em seco, e estendeu a mão para a garrafa vazia de água
no porta-copo. — Eu vou ficar bem em alguns instantes.

187
— Você é um idiota. Você não se importa se você está
desperdiçando sua vida? E quanto a Marissa? Eu sei que você
está usando isso para quebrar o coração dela. — Eu odiava o
pensamento dele machucando a irmã. Marissa era uma garota
incrível. Doce, gentil e amorosa demais.

— Deixe minha irmã fora disso, Dee. — Ele de repente


rosnou para mim. — Você não sabe nada sobre eu ou a minha
irmã, então cale a boca.

Meus olhos se estreitaram. — Não fale assim comigo,


Liam.

— Então pare de falar sobre a minha irmã. — ele gritou,


puxando seus dedos por seu cabelo castanho.

— Tudo bem. — Eu não falei com ele novamente quando


passávamos pela segurança. Eu tinha deixado as minhas
coisas na casa de Harper, pensando em pegar tudo de manhã
antes do meu voo para casa. Mas eu tinha a minha carteira,
então eu não estava preocupada com as roupas ou qualquer
outra coisa que tinha ficado na minha bagagem.

De alguma forma, nós conseguimos o próximo voo para


Nova York. Primeira classe, é claro. Fizemos uma escala em
Chicago, que durou três horas e por esse tempo o efeito das
drogas estava passando em Liam. Ele estava começando a
tremer e ele não tinha nada para combater a sua necessidade
de mais por essa noite.

188
— Porra, eu me machuquei. — ele arrastou, parecendo
verde. Dois minutos depois ele estava correndo para o banheiro
mais próximo. Eu estava fora da porta, ignorando os homens
que iam e vinham enquanto eu o ouvia vomitando por quase
vinte minutos.

Quando ele saiu, pálido e encharcado de suor, mas


tremendo, limpei-o e o empurrei suavemente, mas com firmeza
em uma cadeira perto da nossa porta. Eu forcei-o a saborear
um pouco de Sprite. — Você precisa de ajuda, Liam. E não
apenas algumas semanas. Estou falando em longo prazo.

Ele passou os dedos agitados pelo cabelo. — Eu sei.

— Então por que você não fez isso até agora? — Eu


perguntei em voz baixa.

—Porque as drogas eram sempre o caminho mais fácil.


Elas mantiveram a boa merda e a merda ruim ia embora. —
Ele fez uma careta quando passou os braços ao redor de seu
estômago. — Se alguém fica doente ou morre eu não sinto a
dor. Eu não sinto a perda.

— Foi quando você começou a usar? — Murmurei, para


que as poucas pessoas sentadas perto de nós não ouvissem a
nossa conversa. — Quando Marissa ficou doente e quase
morreu?

Dor que não tinha nada a ver com seu estômago


atravessou seu rosto. — Foi quando eu segui em frente da erva

189
daninha para a merda mais difícil, sim. Eu já tinha perdido
todos os outros que significaram algo para mim, Dee. Marissa
era tudo que eu tinha e parecia que eu ia perdê-la também. Eu
não podia lidar com isso, então eu encontrei uma saída.

Engoli em seco, sabendo que se eu perdesse Linc ou


Harper, que eram minhas linhas da vida, eu estaria confusa
também. Chegando mais perto eu empurrei algumas mechas
de cabelo úmidas pelo suor da testa. — Então... Agora que ela
está saudável e cheia de vida, por que você não parou?

Seu riso era fraco, cheio de ironia. — Você pensaria que


seria assim tão fácil, não é? Bem, isso é do caralho.

— Você não percebe que você vai perder tudo o que você
ama, se você não ficar limpo de uma vez por todas, Liam? Se
você continuar destruindo a si mesmo assim, ninguém vai
estar por perto quando você finalmente cair.

— Eu já perdi tudo. — Sua mandíbula se apertou com


força e ele inclinou a cabeça para trás contra o assento,
olhando para o espaço.

— O que você quer dizer? — Eu não pude deixar de


perguntar.

— Eu saí da reabilitação a cerca de oito meses atrás e eu


decidi dar uma chance. Disse a essa garota que eu estava
realmente na dela e toda essa merda... Mas então eu comecei
a usar de novo e ela descobriu. Eu a perdi.

190
— Você não poderia reconquistá-la de volta se você ficasse
limpo de novo? Provar que é de verdade dessa vez? — Peguei a
mão gelada, dando-lhe um pequeno aperto. — Essa garota não
é importante o suficiente para tentar e lutar por isso?

Ele não respondeu. Apenas fechou os olhos e não os abriu


novamente até que o nosso voo foi chamado. Nas próximas
horas, na medida em que voamos em direção à Nova York, ele
parecia perdido em seus pensamentos, e eu não queria
perturbá-lo. Era óbvio que ele não se sentia bem. Quando o
avião sofreu uma turbulência, ele vomitou no pequeno saco
que a aeromoça lhe dera.

Quando tocamos o chão eu tinha certeza de que cada um


iria seguir seu próprio caminho, mas ele me parou antes que
eu pudesse sair e chamar um táxi. — Eu quero ficar limpo,
Dallas. Eu quero ficar melhor.

—Tudo bem. — Eu balancei a cabeça. — Eu posso te


ajudar com isso.

Eu conhecia um bom centro de reabilitação por ali. Não


era como os que eu tinha certeza de que ele estava
acostumado. Onde eles se sentavam em círculos e abraçavam
você e faziam você falar sobre seus sentimentos. Havia terapia
em grupo e um-em-um com os médicos, mas o lugar era como
um campo de treinamento militar. Liam precisava de um pouco
de amor duro, e não algum amor-perfeito pago para segurar
sua mão. Eu fiz a ligação para o administrador enquanto nós

191
pegamos um táxi do aeroporto. Eu tinha feito amizade com a
filha do cara na escola e ela me devia um favor, que seu pai
pagaria agora.

Eu fiquei com Liam durante a maior parte do dia. Assisti


enquanto lhe deram seu quarto, e mostravam todo o novo
guarda-roupa de uniforme verde e uma camiseta branca para
ele. Liam me disse que todas as outras vezes que ele tinha ido
para a reabilitação, tinha sido decisão de outra pessoa, o que
eu tinha imaginado. Um viciado tinha que estar pessoalmente
pronto para ficar melhor antes que ele pudesse realmente
começar a se recuperar totalmente. Ele também me disse que
eu era a primeira pessoa a ficar com ele em seu primeiro dia.

— Eles geralmente me deixam e voltam para suas vidas.


Nem mesmo Marissa viria comigo. Wroth não permitiria isso.
— Seu olhar não alcançou o meu e meu coração doía de novo
por ele. — Obrigado por estar aqui comigo, Dee.

Eu não tinha sido capaz de ficar sem abraçá-lo, mesmo


que eu não ficasse confortável com abraços e contato afetuoso.
Eu passei meus braços em torno dele, oferecendo-lhe algo que
eu estava convencida de que ele tinha perdido ao longo dos
anos, apesar de seus companheiros de banda sempre estarem
por perto. Ofereci-lhe a minha amizade e ele tomou-a com um
desespero que era de cortar o coração. Seus braços vieram em
torno de mim, não me apertando tanto quanto eu tinha certeza
de que ele teria sido capaz senão estivesse doente com a
desintoxicação.

192
— Eu voltarei no domingo. — eu prometi a ele. Domingos
eram dias de visita familiar.

Ele acenou com a cabeça. — Tudo bem... Você pode


contar a minha irmã? — Ele perguntou, depois de uma
pequena hesitação. — Dizer a ela que eu estou bem?

— Eu vou pegar o seu número com Natalie. — Eu


assegurei, e beijei sua bochecha antes de deixá-lo em seu
quarto.

De lá, eu tinha ido direto para casa, o que me levou ao


cansaço e a necessidade de dormir, porque eu tinha um turno
de doze horas no hospital no dia seguinte, mas fui incapaz de
desligar o meu cérebro.

Droga, eu precisava de um período de férias após o fim de


semana que eu tinha acabado de ter.

Meu telefone fez um zumbido e eu olhei para onde eu o


havia plugado no carregador alguns minutos atrás. Ele morreu
na hora do almoço, mas eu realmente não tinha notado. Além
de fazer a ligação para conseguir a reabilitação para Liam, eu
não tinha usado. Ninguém iria se preocupar comigo. Linc e
Natalie ainda estavam em LA até mais tarde durante a semana
e se a minha mãe resolvesse me ligar, seria improvável que eu
fosse falar com ela. Harper estava, provavelmente, em um
coma induzido por paixão na sua lua de mel agora, então ela
não estaria me checando tão cedo.

193
Com um grunhido eu peguei o telefone. Minha caixa de
mensagens mostrava que eu tinha doze mensagens de voz e o
número trinta e estava no meu aplicativo de texto. Quando abri
os olhos e vi que o primeiro era de Axton eu bati excluir em
todos eles sem sequer ler um. Minhas mensagens de voz foram
para o lixo sem que eu me preocupasse em escutar.

Eu terminei com Axton Cage.

194
Capítulo 14
Drake
Por que é que quando as coisas ficam difíceis, é quando
eu sinto mais vontade de beber?

Honestamente, eu ainda tinha momentos em que eu


queria alcançar uma garrafa. Anjo poderia ser a linha da
minha vida, mas ela não parava completamente os
desejos. Mas o meu amor por ela, e o conhecimento de que
minha vida sem ela seria uma merda, era o que me impedia de
chegar ao álcool.

Eu provavelmente deveria encontrar uma reunião por


perto, mas eu não poderia deixar Anjo e Jesse ou o resto da
minha família. Eles teriam entendido, mas eu não teria. Minha
cunhada estava deitada inconsciente em uma cama de
hospital na UTI. Mesmo que soubéssemos o motivo de sua

195
reação ao eletrólito na anestesia, ela ainda não estava
acordando.

Isso estava rasgando Jesse e com a Anjo grávida e


exausta, eu não poderia deixar de me colocar no lugar
dele. Como eu poderia lidar com isso, se fosse Lana no lugar
de Layla? Eu seria capaz de lidar com isso? Ou eu estaria em
um bar em algum lugar? Eu gostava de pensar que era a
primeira opção do que a última, mas eu honestamente não
poderia dizer com certeza. Claro que eu havia passado por algo
assustador quando Anjo tinha perdido nosso primeiro bebê,
mas essa coisa com Layla era duas vezes mais aterrorizante.

No momento, Jesse estava lá em cima ajudando com a


alimentação dos gêmeos. Emmie estava com ele, então Lana
queria sentar-se com sua irmã durante o horário de visita na
UTI. Eu não conseguia entender por que não fomos
autorizados a ficar com ela em todos os momentos, mas as
regras eram as regras na UTI e nem mesmo Em tinha sido
capaz de fazê-los mudá-las para nós.

Anjo se sentou na cadeira do lado direito da cama de


Layla, segurando a mão dela e falando baixinho com ela. —
Seus meninos são tão bonitos, Layla. Eles parecem tanto com
Jesse agora. Carecas e parecendo com raiva. Eles não mantem
os olhos abertos por muito tempo, então não posso dizer se
eles têm seus olhos ou os do pai. Estou com tanta inveja que
você tem meninos. Eu não mudaria ter essa garota por nada,
mas isso me faz querer um filho também.

196
Eu estava atrás dela, doendo de vontade de abraçá-la e
tomar todas as dores que ela estava sentindo. Mas eu era
incapaz de fazer isso. Eu mal tinha sido capaz de convencê-la
a ir para casa todas as noites para que ela pudesse descansar
um pouco, e só consegui porque eu tive que lembrá-la de que
a nossa filha precisava de descanso mais do que ela. Então, eu
só estava ali, observando a subida e descida do peito de Layla
a cada respiração que ela dava.

Ela estava pálida, com os cabelos ao redor de seus


ombros. A pele na mão esquerda, onde o soro estava, tinha
hematomas porque os dois últimos locais que tinham colocado
a tinha estourado. O bip-bip-bip constante do monitor
cardíaco era tanto calmante quanto irritante ao mesmo tempo.

— Sabe, há uma enfermeira na UTIN que acompanha


Jesse de perto. — A declaração de Anjo tinha me feito virar o
olhar de Layla para ela. Eu levantei uma sobrancelha, mas ela
me ignorou. Algo que ela estava muito nos últimos
dias. Droga! — Ela é loira e toda sorridente. Especialmente
quando o seu marido vai ver seus meninos. É melhor você
acordar, mana, e dizer para ela manter os olhos para si mesma.

— O que você está fazendo? — Exigi calmamente.

— Dando-lhe uma razão para acordar. — disse Anjo com


um encolher de ombros. — Nós só temos mimado-a nos
últimos dois dias. Talvez se nós a irritarmos, ela vai acordar e
assumir o controle de sua vida novamente.

197
Essa ideia não era a pior que eu tinha ouvido. Na verdade,
era a única que alguém tinha oferecido nas últimas quarenta
e oito horas. Suspirando, me inclinei contra a parede e deixei
Anjo continuar a falar com sua irmã, sem interromper
novamente.

Ela estava chateada comigo e eu ainda não estava


completamente certo do motivo. Cole, seu pai, tinha ligado
para verificá-la e a Layla, assim como os bebês. Cole Steel
estava tentando ser o homem que ele deveria ter sido há mais
de vinte anos atrás. Ele e Lana tinham um relacionamento
decente agora, e o fato de que ele seria um avô tinha deixado-
o mais humilde... Um pouco.

A ligação também revelou que o encontro com Bethany, a


assistente do produtor que me mandou uma mensagem sobre
isso na semana passada, também era uma farsa. Anjo estava
convencida de que a mulher estava tentando me seduzir, mas
eu não tinha tanta certeza. Todo mundo no trabalho sabia o
que minha esposa era para mim e eu nem sequer olhava para
outras mulheres. Nunca. Porra, eu mal sabia como Bethany se
parecia.

Meu protesto que Bethany era inofensiva tinha


empurrado uma Anjo estressada aos limites e ela havia ficado
chateada comigo desde então. Ela não falava comigo a menos
que ela tivesse que fazer. Felizmente, ela não me afastava
quando tentava tocá-la, no entanto. Se ela tivesse começado a

198
fazer isso, eu poderia ter tido realmente que encontrar um bar
e acabar com umas garrafas.

Poucos minutos depois, a porta se abriu e uma


enfermeira colocou a cabeça através dela. — O horário de visita
acabou, Sra. Stevenson. Você pode voltar em algumas horas.

Eu estendi minha mão para ajudar Anjo. Ela colocou a


dela na minha, sem hesitação, e eu a puxei para o meu lado
antes de escovar um beijo em seus lábios.

— Não fique com raiva de mim. — eu sussurrei. — Não


defenda putas estúpidas. — ela sussurrou de volta, mas havia
um pequeno sorriso maroto nos lábios. — Eu amo você, idiota.

Um pouco da minha tensão diminuiu. — Eu te amo mais.

Layla
Havia um som de bip-bip-bip chato perto de mim.

Eu gemia, sem querer acordar, e estendi a mão para


empurrar o ombro de Jesse. Ele precisava trocar esse alarme
estúpido ou eu ia dar um soco nele. Mas eu não consegui sentir
Jesse do meu lado e relutantemente abri meus olhos.

Pisquei enquanto eu me concentrava no quarto ao meu


redor. Eu estava em uma cama que não era tão confortável
como a que eu dormia em casa. Havia trilhos em ambos os
lados. Ao lado da cama havia uma máquina que estava

199
produzindo o sinal sonoro que ainda estava me irritando. Virei
para obter uma visão melhor dele só para ter todo o meu corpo
explodindo em dor.

Meu abdômen parecia que tinha sido aberto e eu tinha


essa sensação de vazio repentino onde eu deveria estar me
sentindo esticada e completa. Minhas mãos foram para meu
estômago e um grito de socorro que não tinha nada a ver com
a dor encheu a sala. Onde estavam os meus bebês?

— Jesse? — Eu chamei, mas ele não estava no


quarto. Onde diabos estava Jesse? — JESSE!

A porta do outro lado da sala se abriu e uma mulher com


cabelo escuro puxado em um rabo de cavalo enfiou a cabeça
pela porta. — Você está acordada. — disse ela com um sorriso.
— Bem-vinda de volta. — ela cumprimentou quando ela entrou
na sala.

— Onde está meu marido? — Eu exigi. — Onde estão os


meus filhos?

— Seu marido está na sala de espera, onde ele tem estado


desde que foi trazida para cá. Seus bebês estão indo muito bem
e podem até serem movidos para o berçário esta noite. — A
enfermeira era alegre e isso só me fez querer socá-la no rosto.

Eu estava com dor e ela era toda sorrisos? Eu estava


enlouquecendo, mas ela estava mais interessada em verificar
minha pressão arterial. — Eu quero o meu marido. Agora.

200
— Claro. Você poderá vê-lo em apenas alguns
minutos. Primeiro eu tenho que pegar os seus sinais
vitais. Está com sede? Eu vou pegar um pouco de água
gelada. Ou você prefere algo mais? Sprite, talvez?

— Eu não me importo! Eu. Quero. Meu. Marido. AGORA


— Eu não devia ter gritado. Isso só fez doer mais, mas eu
estava desesperada para ver Jesse. Eu precisava dele e ele
tinha que tirar da sua mente a preocupação sobre mim.

Meus gritos fizeram com que a porta se abrisse outra vez


e outra enfermeira enfiasse a cabeça lá dentro — Tudo bem
aqui, Sra. Thornton?

— Ela quer o marido, Vanessa. — minha enfermeira disse


a ela. — Você poderia avisá-lo que ela está acordada?

— Claro... É bom vê-la acordada, Sra. Thornton. — a


outra enfermeira comentou. — Você nos deixou preocupados
por um minuto.

Eu fiz uma careta para a mulher. — Do que ela está


falando?

— Você teve uma reação incomum à anestesia que deram


a você. — minha enfermeira me informou. — Você esteve
adormecida por algum tempo... Cerca de dois dias. — Ela
torceu o nariz. — Como você está se sentindo em uma escala
de um a dez, dez sendo o pior?

201
— O quê? — Eu exigi, ofuscada por sua afirmação de que
eu tinha ficado fora por dois dias e, em seguida, rapidamente
perguntando sobre o meu nível de dor. — Eu estou com um
pouco de dor. Mais como se eu estivesse em agonia, mas isso
não importava no momento. Se eu dissesse a esta menina
alegre que eu mal conseguia ver através da névoa de dor ela
me daria remédios e eu não seria capaz de ver Jesse
imediatamente.

— Você gostaria de alguma coisa para isso? O seu médico


recomendou algumas coisas que você pode ingerir para
qualquer nível de dor, mas a escolha é sua.

— Talvez mais tarde. — Talvez nunca. Eu queria que ela


se fosse.

Quando a porta se abriu novamente, Jesse voou para o


quarto com a velocidade do som. Toda a dor que eu estava
sentindo foi empurrada para o fundo da minha mente
enquanto seus braços ficavam em volta de mim. Seu rosto se
enterrou em meu pescoço. — Porra, mulher. — Ele gemeu. —
Eu pensei que nunca fosse ver esses olhos de chocolate de
novo.

Eu levantei meus braços para me envolver em volta dele,


mas encontrei um soro no meu braço esquerdo. — Você está
bem? Os bebês estão bem? Onde está Lucy?

— Shh. — Ele se afastou para olhar para mim e cobriu


minha boca com a mão. — Cale-se e me deixe olhar para você,

202
ok? — Eu balancei a cabeça e ele tirou a mão. Aqueles olhos
em constante mudança como se fosse um caleidoscópio de
olhos castanhos estavam molhados. — Deuses, você é tão
bonita, porra. — Ele deu um beijo nos meus lábios. — Eu te
amo.

Um pouco da minha ansiedade foi desaparecendo e eu


inclinei minha cabeça contra seu peito. — O que eu perdi? —
Eu finalmente perguntei.

— Você pode nos dar um minuto? — Ele perguntou à


enfermeira sobre a minha cabeça e um momento depois a porta
se fechou atrás dela. Eu olhei para ele, a preocupação
enrugando a testa. — Os meninos estão indo muito bem. Eles
ainda estão no oxigênio por agora, mas o médico diz que hoje
eles serão movidos para o berçário.

Um pequeno soluço escapou quando alívio tomou conta


de mim. Os bebês estavam bem. Apesar do fato deles terem
vindo tão cedo... — Lucy? — Eu não poderia esquecer de que
estávamos à beira de perder nossa filha.

Jesse fez uma careta. — Os resultados dos testes


chegaram esta manhã. Lucy é de Grady. — Meu coração se
apertou ainda mais. — Mas... Emmie ainda está trabalhando
nisso. Ela está trabalhando com tudo desde que os resultados
chegaram, baby. — Ele ergueu a mão e empurrou meu cabelo
para trás do meu rosto. Eu provavelmente parecia uma
bagunça quente, mas ele não parecia se importar, então eu não

203
iria me preocupar com isso agora. — Deuses, é tão bom te
abraçar.

— Eu realmente estive fora por dois dias?

— Cinquenta e duas horas, na verdade. Mas quem está


contando? — Seus lábios levantaram em um meio sorriso que
não alcançou seus olhos. — Algo sobre os níveis de eletrólitos
foi o motivo para a reação, mas você vai ter que perguntar ao
médico para ter certeza. Ainda bem que são gêmeos porque nós
nunca faremos essa merda de novo, baby.

De repente eu estava muito exausta. Agora que eu sabia


que meus filhos estavam bem e que Jesse estava bem, eu
poderia relaxar. Pelo menos no momento. Eu descansei minha
cabeça contra os meus travesseiros. O nível de dor que tinha
feito os meus olhos desfocarem há quinze minutos estava de
volta um milhão de vezes pior. — Eu te amo. — eu murmurei.

— Você está sentindo dor?

— Um pouco. — eu menti. Muito. Muito, muito. Então,


isso era o que Emmie sentiu depois de sua cesárea de
Mia? Porra!

— Eu vou chamar a sua enfermeira.

— Espere! — Eu chamei quando ele se virou para a


porta. — Não vá embora, está bem? Eu quero você comigo.

204
— Baby, eu não vou a lugar nenhum. Exceto para ver os
meninos quando for horário de visitas... Ok?

A enfermeira apareceu um momento depois com uma


seringa na mão. Eu a ignorei e concentrei toda a minha
atenção em Jesse. — Você vai visitar a UTI Neo Natal?

— Yeah. Eu tive de alimentá-los ontem. Eles são


teimosos, na primeira vez a enfermeira teve que me ajudar,
mas eu finalmente peguei o jeito. Elas queriam me ensinar
como trocar as fraldas... E elas querem saber se queremos
circuncidá-los.

— Ah... — Eu bocejei quando a enfermeira jogou a seringa


na caixa vermelha na parede e em silêncio saiu do quarto. —
O que você acha?

— Eu não sou contra. Eu sou circuncidado. Mas é a sua


decisão. — Ele se inclinou sobre mim, roçando um beijo doce
na minha testa. — Já que você sabia disso o tempo todo, achei
que já tinha feito pesquisa sobre isso e decidido de uma forma
ou de outra.

Eu tinha, mas eu queria a opinião dele sobre isso


também. Algo que eu não tinha sido capaz de obter até agora,
porque ele não queria saber o que estávamos tendo. Eu, no
entanto, não tinha sido capaz de esperar para saber se
estávamos esperando meninas ou meninos. — Posso vê-los?

205
— Eu vou falar com a sua enfermeira. Mas pode ter que
esperar até que eles sejam movidos para baixo. — Outro beijo
na minha testa. — Como você está se sentindo agora, baby?

— Sem dor. — Eu bocejei novamente. — Você fez um bom


trabalho cuidando de nossa família, Grande Papai.

— Não era o mesmo sem você. Não me assuste assim de


novo. Ok?

Eu desejava que ele pudesse deitar ao meu lado e me


segurar. — Tudo bem... — Essa foi a última coisa de que eu
lembrava, até que alguém fez cócegas em meus pés algum
tempo depois.

Meus olhos se abriram e eu achei Lana e Emmie de pé


sobre a minha cama. — Oi. — eu cumprimentei sonolenta.

— Você ouviu isso, Em? — Lana olhou para Emmie em


pé ao lado dela, com os braços cruzados na frente dela. — Ela
nos assusta por dias a fio e só pode dizer Oi.

— Parece uma Daniels para mim. — disse Emmie,


lembrando tudo o que Lana havia feito alguns anos atrás. — A
coisa nauseante sobre tudo isso é que você tende a acordar
ainda mais bonita, como sempre.

Eu não poderia evitar o sorriso que brincava com meus


lábios. — Não estou.

206
— Eu tenho certeza de que você vai se cansar de ouvir as
pessoas perguntando isto, mas como você está se sentindo? —
Perguntou Emmie, movendo-se ao redor do lado direito da
cama e pegando minha mão. Seus dedos estavam gelados. —
Você precisa de alguma coisa para a dor?

Eu balancei minha cabeça. — Eu estou bem no momento.

— Eu tenho fotos. — Lana entregou seu iPhone quando


Emmie apertou um botão em cima da cama para me ajudar a
me sentar um pouco melhor. — Jesse disse que você estava
morrendo de vontade de ver os meninos, então eu pensei que
eu poderia mostrar-lhe estas. Eles não vão ser movidos para
baixo até a manhã porque Baby 2 ainda está precisando de
mais oxigênio e eles não querem que eles sejam separados.

— Baby 2? — Eu fiz uma careta. — Jesse não lhes deu os


seus nomes ainda?

— Ele não tinha certeza de qual era qual para você, assim
ele estava esperando por você acordar. — Emmie me
informou. — Pode esperar mais um dia, Layla. Espere até que
eles estejam em seus braços antes de começar a distribuir os
nomes.

Meus dedos tremiam enquanto eu pegava o telefone que


Lana entregava. A primeira imagem era de dois dos menores
bebês que eu já vi na minha vida. Estavam apenas enrolados
em cobertores com o oxigênio em seus pequenos narizes
enquanto eles ficavam em incubadoras um ao lado do

207
outro. Lágrimas escorreram de meus olhos enquanto eu
passava um dedo sobre os seus corpos na tela. Era impressão
minha, ou eles estavam tentando chegar mais perto um do
outro, mesmo através das incubadoras?

A imagem seguinte era de Jesse sentado em uma cadeira


de balanço com um dos gêmeos no colo. Do jeito que ele estava
segurando seu filho eu poderia dizer que ele estava nervoso,
provavelmente com medo de que ele poderia machucar o
pequeno rapaz. Mas o sorriso no rosto de Jesse e as lágrimas
em seus olhos rasgavam o meu coração e um pequeno soluço
escapou de mim. A imagem seguinte era quase a mesma coisa,
só que eu percebi que era o outro bebê. Uma dúzia de outras
fotos dos bebês e eu estava tremendo com a força do meu
choro.

— Eles são tão lindos. — eu respirei, segurando a tela do


telefone no meu peito. A última imagem era de Jesse
segurando seus dois filhos, os nossos filhos. Os meus homens,
todos os três deles. — Eles estão realmente bem? — Eu
perguntei a Emmie. Ela iria me dizer a verdade, não importava
o quão difícil era para ouvir.

Emmie assentiu. — Os médicos disseram que foi um


milagre que eles não tenham mais coisas erradas com eles. A
coisa da respiração vai se resolver, mas além disso não há
qualquer coisa com que você deveria estar preocupada. Eles
estão comendo muito e as fraldas estão enchendo do jeito que
deveriam. Eles podem ter que ficar sob a luz fluorescente por

208
causa de seus níveis de bilirrubina, mas nós duas sabemos
que não é incomum. Mia ficou sob as luzes por muito tempo.

A porta se abriu sem uma batida e a loira alegre enfiou a


cabeça. — Tudo bem aqui?

Meus olhos se estreitaram na enfermeira. Eu não tinha


motivos para odiá-la. Eu nem sabia quem ela era, pelo amor
de Deus. Mas eu a odiava na minha essência. — Eu estou bem.
— eu gritei.

— Ok, então. — A porta se fechou com um leve estalo


atrás dela.

— O que foi aquilo? — Perguntou Emmie, as sobrancelhas


levantadas em surpresa. Era ela que geralmente gritava com
as pessoas, não eu.

— Eu não suporto essa garota. — eu disse a eles


honestamente. — Eu nem sei por quê. — O bufo de Lana
seguido de uma risada nos fez olhar para ela. — O quê?

— Talvez você pudesse me ouvir, afinal... — Lana riu


novamente. — Eu poderia ter tentado acordá-la com algumas
mentiras. Como uma enfermeira loira arranhando o seu
homem e algumas outras coisas. — Ela encolheu os ombros. —
Parece que eu fiz uma lavagem cerebral para você odiá-la. Sinto
muito.

— Lana! — Emmie repreendeu, antes de sorrir. — Por que


não pensei nisso antes?

209
Capítulo 15
Nik
Eu não fui capaz de ficar no hospital o tempo todo como
Emmie estava fazendo. Mia não precisava ficar em volta de
toda a doença que estava no hospital e não era como se ela
pudesse ver sua tia Layla ou seus primos de qualquer
maneira. Assim, além de visitar Em e Jesse por algumas horas,
eu me mantive em casa com ela.

Lucy não queria, mas Jesse insistiu que ela fosse para a
escola hoje. Então eu a levei para a escola quando eu deixei
Mia em sua pré-escola e, depois, a peguei, em vez de deixá-la
voltar com o transporte escolar como ela fazia
normalmente. Ela estava dormindo no quarto de hóspedes nas
duas últimas noites.

A pobre menina estava apavorada. Não só por causa de


Layla e seus irmãos, mas por causa do que Jesse e Emmie
tiveram que explicar a ela sobre seu verdadeiro pai. Eu tinha

210
ouvido seu choro na noite passada, mas quando eu fui ver
como ela estava, ela fingiu estar dormindo. Isso me comeu vivo,
ela estava sofrendo muito. Eu não podia deixar de lembrar um
pouco de Emmie assustada sem ter certeza do que o amanhã
traria.

Mia dormiu abraçada ao meu lado ontem à noite porque


eu não tinha sido capaz de dormir até que eu soubesse que ela
estava escondida em segurança comigo.

Assim que peguei as meninas, fomos para o


hospital. Shane e Harper estavam sentados na sala de espera
da UTI, mas seus sorrisos me diziam que alguma coisa estava
acontecendo. — Como ela está? — Eu perguntei, colocando
Mia em uma cadeira de plástico ao lado de Harper.

— Ela está acordada e irritada, pelo que temos ouvido as


enfermeiras murmurando. — Shane me informou com uma
risada. — E Jesse está lá em cima com os meninos, mas ele
deve descer em breve. Eles ainda querem mantê-los na UTIN
por outra noite.

— Eu posso ver meus irmãos hoje? — Lucy me perguntou


quando ela colocou a mochila na cadeira vazia. — Papai disse
que talvez, ontem.

— Eu não sei, Lucy. Eles ainda estão lá em cima e as


enfermeiras, disseram ontem que as crianças menores de doze
anos de idade não são permitidos lá dentro. — Eu odiava deixá-
la para baixo, mas era para a segurança de todos os bebês na

211
UTIN, e não apenas a seus irmãos. — Tenho certeza de que
logo que os gêmeos sejam movidos para este andar, você
poderá vê-los sempre que quiser.

— Tudo bem. — Ela suspirou e deixou-se cair na cadeira


ao lado de Mia. — Posso ligar para Harris? Prometi a ele e seu
pai que eu iria avisá-los quando mamãe acordasse.

— Vá em frente, querida. — Ela puxou para fora seu


smartphone e seu rosto se iluminou imediatamente quando ela
começou a falar com o amigo. Eu me perguntei se ela tinha
uma queda pelo filho de Devlin, mas não queria colocar esse
tipo de nome. Eu tinha certeza de que se Jesse pensasse a
mesma coisa ele estaria indo com todos os tipos de pai
autoritário sobre ela e o menino. Talvez até mesmo acabasse
com sua amizade.

— Onde está todo mundo? — Eu perguntei quando


finalmente sentei ao lado de Shane. Eu tinha estado atendendo
a telefonemas no escritório de Emmie em casa durante todo o
dia para ajudá-la, e minha cabeça estava estourando. Eu
realmente não conseguia entender como Em fazia tudo o que
ela fazia sem perder a sanidade.

— Drake está lá embaixo pegando café. Lana e Emmie


estão visitando Layla. Natalie e Linc fizeram uma pausa, antes
de partirem para o aeroporto. Natalie queria ficar e ajudar
Emmie, mas Em lhe disse para ir e cuidar dos idiotas do
America’s Rocker. Eles estavam criando o inferno esta manhã,

212
porque Drake lhes disse que não ia para lá na próxima semana
também. — Shane fez uma careta, sacudindo a cabeça. — Eles
não podem encontrar um grande nome o suficiente para
substituí-lo pelas próximas duas semanas. Emmie disse a
Natalie para sugerir o vencedor da primeira temporada.

— Eu vou ter que pedir ao meu pai. — Lucy estava


dizendo em um tom mais animado do que eu a tinha ouvido
falar em vários dias. — Mas eu realmente quero, então eu
tenho certeza que ele não vai dizer não.

— Papai não vai dizer não para o quê? — Jesse perguntou


quando ele entrou pela porta, parecendo pálido e exausto. Ele
precisava fazer a barba, e, provavelmente de uma semana de
sono também, mas havia um pequeno sorriso maroto nos
lábios.

— Amanhã é o Dia das Bruxas, pai. — Lucy lembrou. —


E Sr. Cutter está deixando Harris ir pedir doces-ou-
travessuras em seu bairro sozinho. Harris quer saber se eu
poderia ir com ele.

— Só com Harris?

— Sim...

Eu podia ver o cérebro de pai trabalhando nos olhos de


Jesse. O bairro de Devlin era um condomínio fechado, assim
como o nosso, possivelmente ainda mais seguro do que o nosso
era. Não havia ninguém naquele bairro que estaria na lista de

213
agressor sexual, ele se tornou obcecado com essas coisas
desde que as meninas estavam envelhecendo. Harris também
era um garoto muito responsável para os seus catorze anos.
Devlin estava educando-o bem, e o menino sempre falava com
Lucy com respeito.

— Vamos falar com Layla sobre isso primeiro, ok? —


Jesse se comprometeu.

O rosto de Lucy caiu por não conseguir um imediato


"sim", mas ela balançou a cabeça. — Tudo bem. — ela disse.
— Posso vê-la agora?

— Acho que podemos chegar lá. — Jesse acenou para


mim e Lucy correu para dizer adeus a seu amigo antes de
seguir Jesse para fora da sala de espera.

Momentos depois, Lana e Emmie entraram na sala,


parecendo um pouco menos estressada do que tinham estado
quando eu as tinha visto na noite passada. Meu corpo reagiu
instantaneamente para estar perto de Emmie. Agarrei-a pela
cintura e a puxei para o meu colo, enterrando meu rosto em
seu pescoço.

— Hey, — ela respirou, correndo os dedos pelo meu cabelo


bagunçado. — Eu senti sua falta.

— Eu também. — Eu beijei seu pescoço, feliz pelo fato de


que ela não conseguia esconder sua reação a mim mais do que
eu poderia esconder dela. — Você vai para casa hoje à noite?

214
— Assim que eu conseguir preparar um quarto privado
para Layla e quando ela finalmente se mudar com segurança,
eu vou estar em casa. Prometo.

Eu esfreguei minha mão sobre a barriga lisa. — Você já


comeu hoje? Como estava o enjoo esta manhã?

— Eu fui capaz de comer alguns biscoitos de queijo e


cerveja de gengibre. Mas meu apetite ainda não está tão
grande. Sem vômitos, entretanto. — Eu soltei um suspiro de
alívio e ela revirou os grandes olhos verdes para mim. — Eu
estou bem, Nik. E Jagger também.

— Jagger? — Harper e Shane perguntaram quase ao


mesmo tempo. — O quê?

— Isso é como Em está chamando o bebê. — eu disse a


eles com um sorriso. — Ela está convencida de que é um
menino e já o nomeou.

— Mas e se for uma menina? — Harper perguntou com


uma careta. — Você vai chamá-la de Jagger até lá?

— É um menino. — disse Emmie, a inclinação teimosa do


queixo dizendo que não devíamos discutir.

Shane estendeu a mão e colocou a mão logo acima de


onde a minha ainda permanecia. — Bem-vindo a esta família
louca, Jagger.

***
215
Eu só estava meio dormindo quando senti Emmie cair na
cama ao meu lado. Um rápido olhar para o relógio me disse
que era um pouco antes da meia-noite. Ela estava vestindo
uma das minhas camisas como pijama e seu cabelo estava
úmido do banho. Suspirando, eu puxei-a contra mim e beijei o
topo de sua cabeça. — Como eles estão?

Emmie bocejou. — Tão bem como poderiam estar. Layla


foi transferida para seu quarto particular e eu os fiz colocar
uma cama lá para Jesse, porque ele ainda se recusa a ir para
casa. Os gêmeos ainda estão tendo problemas de apneia do
sono, por isso mesmo que eles se mudem para o berçário, eles
ficarão no hospital até que isso mude.

— Poderia ser pior. — Eu tremi ao pensar em quão pior


poderia ter sido. Trazendo-a para mais perto, eu deixei minha
mão passear sobre a parte inferior de seu estômago. — Me
prometa que vai cuidar melhor de si mesma, Em. Estou com
medo de que isso aconteça conosco.

Ela se apoiou em seu cotovelo e olhou para mim. Ela


havia esquecido de desligar a luz do banheiro depois do banho
— como sempre — e eu pude ver seu belo rosto claramente
pelo brilho da luz. — Eu prometo que vou ter cuidado,
Nik. Honestamente, eu estou bem apesar de tudo. Eu já estou
começando a me sentir melhor. O enjoo matinal não é nada
como foi com Mia.

216
— Eu não sei o que eu faria se algo acontecesse com você,
menina. Você é o meu coração e minha alma. Não se atreva a
me deixar.

Sua mão levantou e ela traçou os dedos sobre minha


testa, pelo meu rosto e em volta dos meus lábios. — Eu não
planejo isso, querido.

— Venha aqui. — eu sussurrei e a puxei para baixo até


que meus lábios encontraram os dela. Ela tinha gosto de pasta
de dente com sugestões do sabor doce que era completamente
Emmie.

Eu aprofundei o beijo, precisando de mais do seu gosto


do que eu precisava da minha próxima respiração. Minha mão
esquerda acariciava seus longos cabelos ruivos, enquanto a
minha direita desenvolvia uma mente própria e segurava seu
seio. Um pequeno gemido escapou dela e eu mergulhei minha
língua profundamente dentro de sua boca quente, devorando-
a com o meu beijo.

As mãos de Emmie estavam tão inquietas quanto as


minhas. As unhas de sua mão direita arranhavam meu ombro
nu, enquanto sua mão esquerda acariciava pelo peito. Ela
viajou pra baixo, por cima do meu abdômen, fazendo meu
estômago se apertar porque eu sabia exatamente onde ela
estava indo. Meu pau, já dolorosamente duro, se contorceu
contra suas coxas e eu senti a ponta umedecer com a prova do
quanto eu a queria.

217
Quando o dedo indicador deslizou sobre a ponta,
espalhando as gotas do desejo líquido sobre a cabeça do meu
pau latejante, ela sorriu contra meus lábios. — Mm. Eu senti
sua falta, Nik.

— Eu aposto que eu senti mais. — Eu rosnei, enterrando


meu rosto em seu pescoço. Inalando seu aroma doce e limpo,
minha frequência cardíaca aumentou ainda mais. — Eu te
quero tanto, menina.

— Eu aposto que eu te quero mais. — Ela abriu as coxas


para mim. Me afastei o suficiente para que eu pudesse ver
quando sua mão esquerda pegou o meu pau e acariciava sobre
os lábios de sua vagina. Um gemido escapou de mim quando
eu a vi mergulhar dois dedos dentro de si mesma.

Emmie mordeu o lábio, mas não impediu o gemido


enquanto tocava a si mesma. Meu pau endureceu ainda mais
enquanto ela brincava com sua vagina molhada. Ela levantou
a mão, esfregando os dedos por cima dos meus lábios. Eu
lambia o meu segundo gosto favorito dos meus lábios antes de
capturar a mão dela e chupar aqueles dois dedos deliciosos,
garantindo que eu tivesse cada gota dela.

— Amo você, menina. — eu respirei quando eu cai de


costas e a puxei para cima de mim, deslizando profundamente
nela com um impulso suave.

Emmie gritou e empurrou para se sentar. Ela puxou


minha camisa sobre a cabeça. Suas mãos pressionava o meu

218
estômago para equilibrar a si mesma enquanto eu sentia suas
coxas tremendo. Eu estava perdido na sensação dela, a vagina
apertada e molhada em volta do meu pau e a visão de seus
seios perfeitos saltando para cima e para baixo enquanto ela
me cavalgava. Eu não estava nem perto de terminar, enquanto
ela já estava chegando ao clímax em cima de mim.

Segurei seus quadris para mantê-la no lugar, enquanto


eu empurrava ainda mais forte. Ela respirou meu nome,
apertando os seios e beliscando os mamilos quando eu a
empurrei para outro orgasmo. — Oh deuses, Nik. Você está tão
bom dentro de mim. Não pare.

— Nunca. — eu prometi, minha voz grave com a


necessidade.

— Porra... — Sua cabeça atirou para trás, fazendo seu


cabelo voar em volta de seus ombros. — Porra, eu vou gozar de
novo.

— Sim, minha menina. Goza em cima de mim. — Me


sentei sem sair de dentro dela. Seus braços vieram em volta
dos meus ombros instantaneamente, seus seios pressionados
contra o meu peito encharcado. Suas pernas em volta da
minha cintura. Eu diminuí meus impulsos para que eu
pudesse saborear a sensação de suas paredes convulsionando
em torno de mim.

Virando a cabeça, ela me beijou, enfiando a língua ainda


mais fundo. Me possuindo enquanto eu a possuía. Unhas

219
afiadas raspavam pelas minhas costas, causando uma dor que
era puramente eufórica. Minhas mãos esfregavam para cima e
para baixo em suas costas, deslizando cada vez mais baixo até
chegar naquele ponto que eu sabia que iria excitá-la ainda
mais.

Quando meu polegar chegou a fenda de seu traseiro, ela


estremeceu, me beijando com mais força. Não demorou, mas
foi menor, amortecendo os meus dedos com sua umidade que
estava correndo pelas minhas coxas. Ela estava encharcada de
seus dois orgasmos e um terceiro estava chegando. Quando
meus dedos estavam encharcados, eu abri sua bunda grande
e enfiei um dedo dentro.

— Outro. — ela exigiu sem fôlego. — Por favor, outro.

Minhas bolas apertaram com seu pedido e eu adicionei


um outro dedo em seu buraco apertado. — É isso que você
quer, amor?

— Não. — Ela balançou a cabeça, seus olhos selvagens


com paixão. — Eu quero você lá.

Eu engoli meu gemido. — Você tem certeza disso,


querida? Você acha que pode me levar lá hoje à noite? — Mas
eu já sabia a resposta. Emmie era selvagem na cama, e anal
era algo que ela desejava, quase tanto quanto eu.

— Por favor, foda a minha bunda.

220
— Você sabe que eu vou te dar tudo o que quiser, Em. —
Eu a empurrei de volta para o colchão e ela rolou sobre seu
estômago antes de levantar de quatro. Caramba, ela não sabia
que apenas de vê-la assim que me deixaria prestes a explodir?

Rapidamente, peguei na gaveta de minha mesa de


cabeceira o lubrificante que eu guardava lá. Meu pau já estava
todo molhado, mas eu não ia correr o risco de machucá-la. Por
mais duro que eu estivesse, eu iria esticá-la a seus limites. Eu
derramei uma quantidade generosa em minha mão e esfreguei
ao longo do meu comprimento antes de esguichar um pouco
na fenda de sua bunda. Lançando a garrafa de lado, alcancei
de novo a gaveta e tirei de lá uma pequena luva que eu sabia
que iria levá-la ao orgasmo ainda mais rápido do que o meu
pau enchendo-a no mais sagrado dos lugares.

Fui para trás de Emmie na cama, me posicionando onde


ela mais me queria. Ela gemeu quando a ponta do meu pau
ficou sobre a costura de sua bunda. — Nik...! — Ela empurrou
de volta contra mim, me fazendo entrar.

Eu mordi de volta uma maldição. A tensão daquele lugar


escuro e proibido estava me excitando muito rápido. Me
debrucei sobre suas costas, segurando em sua cintura com
uma mão e com a mão enluvada para provocar seu clitóris. Um
grito de lamento encheu o quarto antes que ela mordesse o
lábio para não deixá-lo escapar de novo, com medo de acordar
alguém.

221
— Porra, você é tão apertada, amor. — eu murmurei,
beijando seu ombro. — Se mova para mim, Em. Defina o ritmo.

— Estou perto, Nik. — ela choramingou. — Eu não vou


durar se você continuar me tocando com a luva de vibração.

Eu sorri. — Então você deveria ter dito a Harper que você


não queria isso. — Harper tinha dado a Emmie e Layla uma
caixa inteira de brinquedos, já que eles não conseguiram nos
convencer a entrar na coisa toda de clube de sexo como fizeram
com Lane e Drake. — Eu vou jogá-la fora amanhã.

— Não! — Ela chorou. — É o meu favorito.

— O que você gosta tanto sobre isso, amor? — Eu


sussurrei, tocando-a com a ponta de vibração do meu dedo do
meio. — A maciez da luva ou as pontas pulsantes?

— Ambos. — ela choramingou novamente, seus quadris


balançando para frente e para trás, me fazendo entrar uma
polegada mais fundo de cada vez. — Ah... Mmmm... Tão bom. É
tão bom.

— Mais rápido. — ordenei. — Tome mais.

— Sim. Ah, sim... AHHH. Nik! — Sua vagina estava


tremendo e apertando e eu podia senti-la fazendo com que sua
bunda apertasse em torno de mim com as convulsões de sua
libertação.

222
— Não pare, Em. Eu quero que você goze de novo antes
de eu te encher. — Ela estava tremendo mas não se atreveu a
parar, ávida por outro orgasmo tanto quanto eu estava para
dar a ela. Ela balançou mais rápido, me levando ao máximo
antes de puxar para a frente até que apenas a ponta ainda
estava dentro. Eu acariciava seu clitóris mais rápido,
acrescentando apenas um pouco mais de pressão até que eu
estava empurrando três dedos dentro de sua buceta pingando.

— É isso. Bem aí. — ela arquejou.

— Vem pra mim, Emmie. — eu implorei. Eu estava tão


perto que eu estava sofrendo por não me deixar gozar, mas eu
não ia gozar até que ela gozasse mais uma vez.

— Quase... Ah ... Sim, Nik. Sim .... — Ela escondeu o rosto


no colchão para abafar seu grito quando ela gozou duro uma
última vez, me levando com ela.

Eu cai sobre minhas costas ao lado dela e a puxei para o


meu peito. Estávamos no lado oposto da cama, mas isso não
importou quando caímos em um sono profundo, cheio de
satisfação.

223
Capítulo 16
Jesse
Eu estava meio adormecido quando a ouvi rir.

O som era tão cheio de vida e felicidade, que me fez virar


da pobre cama que uma enfermeira tinha trazido para mim,
apenas alguns minutos depois de Emmie ter ido embora ontem
à noite. Eu finalmente consegui dormir por volta das três da
manhã, torcido como um pretzel, pois o meu corpo era muito
maior do que a pequena cama. Layla tinha estado dormindo
tranquilamente até então. Eu tinha passado uma hora sentado
na borda da sua cama, traçando meus dedos sobre o seu lindo
rosto, porque eu sabia que ela adorava quando eu fazia isso e
eu não conseguia parar de tocar na razão de eu ainda
continuar respirando.

— O que é engraçado, baby? — Perguntei, esfregando o


sono dos meus olhos com a palma das minhas mãos.

— Estou apenas vendo as fotos do seu telefone, aquelas


que alguém tirou de você e dos bebês. — ela me disse, outra
risada em sua voz. — Serio, algumas caras que os meninos

224
estão fazendo me fazem lembrar de você… E não
necessariamente em um bom sentido.

— Hey! — Resmunguei e me levantei, pegando o meu


iPhone. — Não seja má, mulher. Também vi alguns dos seus
traços naqueles dois pequenos demónios. Nem tudo foi bom….
— Dando um beijo em seus lábios, me demorando por um
momento para me satisfazer do seu gosto. —… Mas a maioria
são.

— É bom saber. — disse ela e sorriu. Seus olhos estavam


semicerrados. Ela parecia exausta, mesmo depois de uma
noite inteira de sono. O médico disse que era normal, mas eu
odiava ver a mulher que normalmente era tão cheia de energia
e vida mal conseguindo manter os olhos abertos. — Eu estou
com fome. Tudo com que eles me alimentaram foi gelatina,
caldo e chá fraco.

— O que você quer comer, baby? — Eu sentei com


cuidado na borda da cama dela, esfregando os dedos para cima
e para baixo no seu braço suave. — Vou pedir a Emmie para
buscar o que quiser e trazer com ela. Ela deve estar vindo para
cá agora.

— É hora do café da manhã, Jesse. Eu não quero café da


manhã. — Ela bocejou, fechando os olhos com cansaço. —
Talvez ela traga mais tarde.

Revirei os olhos, porque eu sabia que ela não conseguia


me ver. — Me diga o que você quer, mulher.

225
Seus lábios tremeram, mas não abriu os olhos. — Uma
enorme tigela de espaguete e carne do Angelo´s. Com salada
crocante e muitos palitos de pão amanteigados. Mas está tudo
bem. Posso esperar até a hora do jantar. Espaguete para o café
da manhã é um pouco demais.

— Você não come há três dias, Layla. Você pode ter tudo
o que quiser. Peguei no meu telefone e pressionei o nome de
Emmie na minha lista de contatos.

— Tudo bem? — Perguntou Emmie assim que atendeu.

— Layla quer o seu favorito do Angelo´s. — eu disse a ela


e os olhos de Layla se abriram. — Ela está com fome.

Emmie riu, mas pensei ter ouvido um soluço em sua voz.


Ela estava tão despedaçada com tudo isto como eu. Layla era
sua melhor amiga e a teria matado se tivéssemos perdido Layla
ou os gêmeos. — Bem, isso tem que ser um bom sinal. Me dê
uma hora. — Houve uma pausa e a ouvi dizer alguma coisa
antes de uma voz profunda, que reconheci apenas vagamente,
responder algo a ela. O chefe da equipe de segurança estava
sempre ao dispor de Emmie. Eles eram da equipe que
usávamos na turnê e de alguma forma Emmie tinha aquele
homem duro na palma das mãos, como ela parecia fazer com
todos os homens que estão ao seu redor. — Eu tenho que ir,
Jesse. Te amo… Diz a Layla que eu também a amo.

Dirija com cuidado, Em. — Disse a ela. — Te amo.

226
Jogando o telefone na mesinha ao lado da cama do
hospital, me inclinei e beijei os lábios de Layla com cuidado. —
Você pode esperar uma hora?

Seus olhos chocolate se estreitaram para mim. — Você


vai ser duas vezes pior agora, não é? Casei com um gorila. —
Eu pisquei, sem negar as acusações e ela sorriu para mim. —
Eu te amo.

Meu coração se apertou. — Oh, baby. Você não tem ideia


do quanto eu amo você. — Beijei-a de novo, porque não
conseguia parar. Eu era um homem faminto pelo gosto dela.
Porra, ia ser assim por semanas, meses até, antes que eu
pudesse tê-la do jeito que eu tão desesperadamente queria.
Beijos eram tudo o que teria por um longo tempo, e eu iria
aceitar tudo o que ela me desse. Podia viver sem sexo, mas os
seus beijos eram a minha salvação.

— Toc, toc.

Levantei a cabeça relutantemente para encontrar uma


enfermeira em pé na porta. Era a enfermeira responsável, a
que cuidava da UTIN, e ela estava empurrando uma grande
incubadora na frente dela. Me levantei para a ajudá-la a entrar
no quarto, e então me virei para olhar para os meus filhos. Eles
tinham sido mudados para a mesma incubadora na noite
anterior durante a minha última visita. Os meninos pareciam
angustiados um sem o outro, suas respirações eram mais
ofegantes. Quando eles foram colocados lado a lado na

227
incubadora, sua frequência cardíaca tinha se tornado normal,
e os seus níveis de oxigénio tinham se igualado.

Tinham colocado camisetas azuis neles, rotulando-os


como Bebê 1 e Bebê 2, porque eles eram completamente
idênticos. Bebê 1 estava enrolado ao lado do Bebê 2, que tinha
os braços em volta do seu irmão, sua cabeça se aconchegava
em seu peito. Suspirei de alívio ao ver que o oxigênio tinha ido
embora. — Como foi a noite passada? — Perguntei a Tracy, a
enfermeira.

— Teimosos. — Tracy me disse com uma pequena risada.


— Os mantivemos afastados, mas eles sempre acabavam
assim. Eles ainda não deviam ser capazes de se mover assim.

— Jesse…? — A voz hesitante de Layla me fez virar para


olhar para ela.

Seus olhos estavam colados na incubadora ao meu lado,


lagrimas transbordando neles. — Pronta para conhecer os
nossos meninos? — Perguntei baixinho e uma lágrima caiu por
sua bochecha antes que ela concordasse.

Olhei para Tracy. — Estarão no berçário hoje?

— Sim, senhor. Pensei em entrar com eles, e


cumprimentar a mãe antes de leva-los para lá. Mas por causa
da apneia do sono, vamos ter que os manter no berçário por
um tempo. Eles têm que ter três noites seguidas sem nenhum
alarme antes que você possa levá-los para casa.

228
— Posso pegá-los? — Perguntou Layla tranquilamente, e
cuidadosamente peguei o Bebê 1 em meus braços.

Ele não pesava quase nada. Ambos os bebês tinham


perdido algumas gramas desde o nascimento, mas o médico
me garantiu que pelo ritmo que eles estavam comendo, seria
tudo ganho de volta em pouco tempo. Enrolei o cobertor
apertado em volta dele e caminhei para a cama de Layla. Todos
os traços de cansaço haviam desaparecido, enquanto seus
olhos devoravam a visão do nosso filho nos meus braços.

— Jesse, você está me matando. — disse ela com uma


risada, usando os dedos para limpar as lágrimas. — Por favor,
apenas me dê ele.

Rindo, eu o coloquei em seus braços e dei um beijo na


cabeça do bebê antes de dar um na dela. — Todo seu, baby.

— Deuses, ele é tão lindo. — ela sussurrou, acariciando


um dedo sobre a bochecha dele. O bebê suspirou contente,
mas não abriu os olhos como as vezes fazia. Mas um pequeno
sorriso levantou um canto da sua boca. — Olá, Luca. Você tem
cuidado do seu irmão?

— Ele está cuidando muito bem dele, senhora. — Tracy


assegurou-lhe em voz baixa.

— Esse é o meu bom rapaz. — Ela beijou o narizinho dele.


— Ele se parece com você, Jesse.

229
— Porque ele é careca e parece com raiva? — Sorri
quando ela me lançou um olhar trocista. — Ele é demasiado
bonito para se parecer comigo, Layla. Eles se parecem com
você.

Ela corou com prazer, mas eu podia ver o argumento em


seus olhos. Balancei a cabeça e me virei para pegar o Bebê 2.
— Tudo bem, amigo. Se esse é o Luca, então isso só pode
significar que seu nome é Lyric. Tia Emmie diz que ela não lhe
chamar desse nome. Então você vai ser Ric para ela.

— Eu te disse. Deveríamos apenas chamá-lo de Ric de


qualquer maneira. — Layla levantou a cabeça de Luca,
enquanto eu coloquei Lyric em seu outro braço. — Mas você
tinha que dar um nome que começasse por L.

— É um nome legal, baby. Os caras o adoraram. — Eu


não ia desistir disso. L era uma letra de sorte para nós e eu
tinha acabado de tatuá-la no meu peito a apenas algumas
semanas atrás.

— Vocês são roqueiros, Jesse. Claro que gostam do nome.


— Ela suspirou, dando um sorriso para Lyric. — Olá, Ric. Sinto
que esperei a vida inteira para finalmente conhecer você, meu
doce menino. Seu irmão vai cuidar bem de você, mas não deixe
que ele faça o trabalho todo. Cuide dele tanto quanto ele cuida
de você.

Ela beijou o pequeno nariz e Lyric suspirou, tão contente


por estar com a mãe quanto o irmão ficou.

230
Tracy deu mais cinco minutos antes que ela os levasse
para o berçário. — Eu vou trazê-los de volta em poucas horas,
Sra. Thornton. Você precisa descansar.

Lágrimas escorriam pelo rosto de Layla, e ela agarrou a


minha mão e nós observamos a enfermeira levar nossos bebês
para fora do quarto. — Eu não quero que eles vão. — ela
sussurrou, sua voz quebrando em um soluço.

Me sentei na cama ao lado dela e puxei-a para os meus


braços. — Está tudo bem, baby. Você vai vê-los em pouco
tempo. — Ela soluçou ainda mais, e eu deixei algumas
lágrimas minhas caírem também. — Não chore, baby. Por
favor, não chore. — Me rasgava em pedaços ouvi-la chorando.
— Nós todos estaremos juntos em breve.

Emmie
O parque de estacionamento fora do hospital estava
visivelmente mais calmo hoje do que tinha estado nos últimos
dias. Eu não ousaria pensar que era porque os abutres dos
paparazzi tinha desistido de conseguir as primeiras fotos dos
gêmeos de Jesse Thornton, ou até mesmo fotos de Layla
parecendo uma merda depois do inferno que ela passou. Eles
estavam por perto, eu quase podia cheirar o perfume
ganancioso.

231
Balancei a cabeça para os dois homens da segurança que
faziam parte da equipe que tinham cobrido o casamento de
Shane e vinham mantendo Layla e os gémeos seguros dos
olhares curiosos do mundo. Eles inclinaram as cabeças, o
único reconhecimento que me deram. Caminhei através do
átrio e tive sorte suficiente para pegar as portas do elevador
abertas, mas prestes a fecharem. Pulando pela porta, encontrei
o elevador um pouco lotado e tive que reajustar as minhas
sacolas.

Ouvi alguns farejarem, respirando o delicioso aroma de


espaguete e pão de alho. O homem em um terno do meu lado
olhou para o saco que eu segurava e levantou uma
sobrancelha. — É fresco?

Dei de ombros. — Minha amiga está com fome.

— São nove e meia da manhã. Como você conseguiu isso


do Angelo’s tão cedo? Ele não abre até tarde da noite. — O
homem franziu a testa para mim. — Conhece o dono?

Dei de ombros novamente. — Agora conheço. — Na


verdade, eu não conhecia o proprietário do restaurante italiano
até cerca de uma hora atrás. Não é surpreendente que pelo
preço certo, fui capaz de tirar o chef da cama e preparar o prato
favorito de Layla do Angelo’s em menos de meia hora.

O elevador parou e eu sai. Havia mais dois seguranças na


entrada da ala de maternidade. Acenaram com a cabeça para
mim enquanto um abria a porta para que eu passasse. Eu nem

232
sequer hesitei no posto das enfermeiras enquanto passava,
indo direto para o quarto particular de Layla.

Quando abri a porta, encontrei Jesse deitado na cama ao


lado de Layla, com ela dormindo no seu peito. Lágrimas
manchavam suas bochechas pálidas. — O que está
acontecendo? — Perguntei calmamente enquanto eu colocava
a comida com cheiro delicioso na mesinha ao lado. — Ela está
bem?

— Ela segurou os meninos por alguns minutos antes de


eles irem para o berçário. Está um pouco chateada com isso.
O médico esteve aqui há pouco tempo e disse que ela só está
tendo alguns problemas no pós-parto. — Ele fez uma careta,
provavelmente se lembrando do quão ruim a minha depressão
pós-parto tinha sido depois de Mia.

— Layla é mais forte do que eu fui, Jesse. Ela não irá ser
uma cadela psicopata com você como eu fui. Os últimos dias
têm sido duros para ela, para todos nós. Alguns dias de choro
não será tão ruim assim.

— Sim, provavelmente você está certa. — Ele acariciou os


cabelos de Layla.

— Você cuidou de tudo para esta noite?

Balancei a cabeça. — Tudo pronto para ir. — Jesse e


Layla tinham dito a Lucy que ela poderia ir pedir doces com
Harris esta noite. Mas Jesse como pai protetor tinha me pedido

233
para ter alguém da empresa de segurança seguindo as duas
crianças. Apenas para manter um olho neles à distância.
Garantir que Lucy estava a salvo. Eu conseguia entender
completamente a necessidade de Jesse por precaução extra.
Se fosse Mia, eu provavelmente não iria deixá-la sair de casa
sem um ou três guarda-costas atrás dela.

— Ela deu os nomes esta manhã. Bebê 1 é Luca e Bebê 2


é Lyric. — Ele sorriu cansado.

Devolvi o sorriso. — Mal posso esperar para colocar as


minhas mãos neles. Ric vai ser tão mimado por mim. Você vai
ver. Vou ser a tia favorita. E Luca vai ser o meu amiguinho.
Vou transformá-lo em você.

— Mal posso esperar. — Ele bocejou e eu sabia que ele


estava exausto.

Tinha um milhão de coisas que ainda precisavam da


minha atenção, então beijei o seu rosto e lhe disse que estaria
de volta em algumas horas. — Vou trazer algumas roupas.
Você realmente precisa de um banho e fazer a barba. —
Esfreguei a sua bochecha suja. — Descanse um pouco. Vou
trazer Lucy antes de deixá-la na casa de Devlin.

— Amo você, Em. — Ele bocejou novamente, seus olhos


já se fechando.

Eu não pude deixar de parar no berçário antes de sair.


Olhei para a janela e vi as enfermeiras se movimentarem

234
ocupadas. Haviam três bebês na janela, uma menina envolta
em um monte cor-de-rosa e os gêmeos na mesma incubadora.
Houve algumas opiniões divergentes na noite passada, quando
Jesse lhes pediu para colocar os gêmeos juntos.

Algumas enfermeiras não queriam, porque dormir os dois


juntos poderia levar à morte de berço, mas Lyric estava dando
mais trabalho do que o costume, com a sua respiração. Assim
que os gêmeos haviam sido movidos para a mesma incubadora
tudo tinha mudado. Luca estava mais calmo e os níveis de
oxigénio de Lyric estavam equilibrados.

— Bom dia.

Voltei a minha cabeça para encontrar uma garota


adolescente em pé ao meu lado. Nem sequer a tinha ouvido,
tão envolvida que estava olhando para os meus sobrinhos.
Meus olhos se estreitaram para ela. Desencadearam todos os
meus tipos de sinos de alerta. — Bom dia.

— Me desculpe. — disse ela e dei um passo para trás


quando ela levantou um smartphone e tirou uma foto.

No começo pensei que ela estava tirando fotos da menina


no berçário, mas depois dei um passo para trás para conseguir
uma rápida olhada e vi que eram dos gêmeos. Eu nem sequer
pensei antes de reagir. Agarrei-a pelos cabelos e empurrei-a
contra a parede.

235
Ela guinchou e gritou comigo quando eu peguei o telefone
dela.

— Sua pequena cadela estupida! — Eu gritei quando eu


vi que havia pelo menos cinco fotos de Luca e Lyric. — Quem
está pagando você por estas fotos?

— Ninguém! — Seus olhos eram selvagens e eu percebi


que ela provavelmente estava drogada.

— Ainda não.

— Nem nunca. — Deixei cair o telefone no chão e pisei


nele com o calcanhar das minhas botas, ainda segurando a
garota pelos cabelos. — Drogadas estupidas. — eu murmurei
enquanto abria as portas.

Quando cheguei às portas duplas que levavam à ala de


maternidade, empurrei-a através delas e contra um dos
seguranças. — Levem-na daqui e dobrem a segurança. Eu não
me importo o que o administrador diz. Ninguém entra por
aquelas portas a menos que tenha uma dessas pulseiras de
identificação dos pais.

Esperei até que o segundo segurança tivesse o seu


telefone no ouvido, e ficasse tudo resolvido antes de voltar para
o berçário. As enfermeiras tinham parado o que estavam
fazendo para observar a agitação que eu tinha feito. Olhei para
todos eles e acenei em direção a porta que dava para o berçário.

236
Estava trancada, ninguém podia entrar sem passar com os
seus crachás de acesso.

A enfermeira que eu lembrei ser da UTIN abriu a porta e


me deixou entrar. — O que foi aquilo? — Ela perguntou em voz
baixa.

— Isso é o que eu tentado alertar o hospital em todos


estes dias. Ela estava tentando tirar fotos dos gêmeos e vender
por uma fortuna. O que ela teria conseguido se eu não tivesse
impedido. Mantenha os garotos longe da janela de
visualização. Não deixe ninguém vir aqui, de jeito nenhum. Se
a administradora tiver um problema comigo ou com as minhas
exigências, diga a ela para levar até ao meu advogado. Porque
se uma foto vazar dos bebês ou da mãe deles, eu irei processar
todo o hospital.

Tracy concordou. — Eu entendo completamente, Sra.


Armstrong. Vou avisar a administradora e falar com os
funcionários pessoalmente.

— Faça com que ela me ligue! — Eu ordenei e me virei


sobre os calcanhares, saindo para fora do hospital antes de
arrancar a cabeça de alguém.

237
Capítulo 17
Harper
Tive que me desembaraçar de Shane antes que eu
conseguisse sair da cama. Ele gemeu e me segurou apertado
enquanto eu tentava rastejar em direção à borda da cama. —
Ainda não. — ele murmurou, ainda meio dormindo.

Eu beijei o seu peito, e em seguida o empurrei. — Tenho


coisas que preciso fazer. Como fazer xixi.

— Volte para a cama quando tiver terminado. — ele


resmungou, virando em de barriga e abraçando o meu
travesseiro. — Nós temos coisas para fazer também.

Rindo, fui até ao banheiro e nem sequer me preocupei em


fechar a porta. Assim que me sentei quase gemi. — Ouch. —
murmurei, a pressão e o leve ardor me dizendo que eu estava
com uma infecção.

— Você está bem? — Shane perguntou, depois de me


ouvir.

— Nada que uma ida ao médico não resolva. — respondi.


— Tenho uma infecção urinária. Nada sério.

238
Comecei a levantar, mas ele apareceu na porta, franzindo
a testa. — Está doendo?

Dei de ombros, voltando a me limpar, e então indo até a


pia lavar as mãos. — Não é confortável. Vou ficar bem, Shane.
— Sequei as minhas mãos, e ele me deu um beijo na testa. —
Vou ligar para a minha médica e agendar uma consulta ainda
hoje, ok?

— Quando você estiver lá, converse com ela sobre a


interrupção da pílula….

Ergui a cabeça, encontrando o seu olhar. — Você quer


começar a tentar ter um bebê?

Meu coração disparou de repente, e eu dei um passo para


trás, precisando de uma melhor visão do seu rosto.

Nós só tínhamos falado sobre isso algumas vezes nos


últimos meses, e ambos tínhamos decidido que era algo em
que precisávamos pensar melhor. Mas com o nascimento dos
gêmeos de Layla, Lana daqui a dois meses, e agora Emmie
esperando o bebê número dois, eu estava ficando um pouco
animada para termos o nosso próprio pequeno roqueiro
correndo nesta enorme casa.

Shane me deu um sorriso envergonhado. — Eu acho que


Emmie deixou cair alguma coisa na água, porque desde que
ela nos disse que estava grávida, eu venho pensando cada vez

239
mais sobre isso. O que você acha, linda? Estamos prontos para
iniciar a nossa família?

Joguei os meus braços ao redor do seu pescoço. — Sim.


Sim, eu acho que agora é perfeito. — Me afastei, com um
sorriso estúpido e feliz tão grande que machucava meu rosto.

— Nosso bebê terá tantos primos para brincar e ir para a


escola.

— Eu estava pensando mais em como será sexy olhar


para você com o meu bebé crescendo aí dentro. Não nos primos
e coisas da escola. — Ele roçou os lábios sobre os meus,
fazendo a minha respiração parar enquanto eu sentia a sua
ereção pulsante contra as minhas coxas nuas. — Me deixa
duro só de pensar nisso, linda.

— Mm. Eu percebi. — Sorri quando cheguei mais perto


para deixar os meus dedos roçarem para cima e para baixo em
seu pau longo e duro. — Então você quer me ver gorda e infeliz.

— Grávida e brilhante. — ele corrigiu, me levando em


direção a pia até o meu traseiro bater na cerâmica fria. Vamos
começar a praticar agora, baby. Podemos ter que fazer algumas
tentativas para aperfeiçoar a técnica de colocar um bebê nesse
pequeno corpo sexy.

Meu sorriso desapareceu enquanto um gemido de prazer


me escapava, enquanto ele me levantava sem esforço e me
colocava na borda da pia. Seus dedos abrindo a minha buceta

240
enquanto ele se colocava entre as minhas pernas. A ponta já
úmida com o sua excitação. Eu estava encharcada, e o meu
desejo escorria pelas minhas pernas antes mesmo dele me
tocar.

Quando sentiu o meu calor, ele rosnou com prazer e


colocou a ponta dentro de mim. — Porra, é tão bom.

Eu só conseguia gemer em acordo. Shane deslizou mais


fundo e eu envolvi os meus braços em volta dos seus ombros,
precisando me segurar em alguma coisa que me mantivesse na
terra.

— Você está molhada por mim. — ele respirou no meu


ouvido enquanto o seu polegar roçava o meu clitóris. — Merda,
isso faz com que as minhas bolas endureçam. Saber o quanto
você me quer, e que eu posso fazer você ficar quente com tanta
facilidade, isso me faz ficar tão duro. Tudo o que eu quero fazer
é bater nessa pequena buceta doce até que eu não saiba onde
eu termino e você começa.

Outra polegada mais fundo e ele não estava nem perto de


estar no meio do caminho. Meu sexo se apertava em torno
desses dois centímetros, tentando suga para dentro. Sua mão
deslizou para cima, sobre a tatuagem do meu umbigo.

Shane achatou a mão contra mim. — Ela vai crescer aqui,


ela vai ficar segura e feliz bem aqui, enquanto ela cresce. E
você vai ficar tão malditamente sexy com a sua barriga

241
crescendo, porque eu vou saber que está cuidando do nosso
filho.

Ele empurrou para dentro de mim até que suas bolas


entraram com um golpe poderoso, me fazendo agarrá-lo com
as minhas unhas cravando em sua carne. Suas palavras
derreteram o meu coração, mesmo quando o seu corpo derretia
todo o resto. Minhas pernas ao redor da sua cintura o
mantinham prisioneiro dentro de mim enquanto eu corria em
direção ao orgasmo.

Mais tarde, depois que tínhamos tomado banho juntos e


finalmente estávamos preparados para o dia, eu o abracei
apertado. — Eu te amo.

— Eu também te amo, linda.

— A nossa pequena família vai ter o que nós nunca


tivemos quando crianças. Eles vão ser tão minados e eu não
me vou importar. — Nunca irei colocar os nossos filhos para
baixo, ou fazê-los se sentirem indignos.

Shane riu, afastando o meu cabelo comprido do meu


rosto. —Claro que vão. Eles vão ter a melhor vida imaginável,
porque eles terão você como mãe.

Lágrimas queimaram nos meus olhos e eu tive que o


beijar novamente ou começaria a chorar. Como era possível
amar tanto alguém quanto eu o amava, sem entrar em
combustão?

242
Passei no escritório antes de ir até a consulta médica
naquela tarde. Já que já tínhamos atrasado a nossa lua-de-
mel, não havia razão alguma para que eu não pudesse checar
Rex e ver se eles estavam tendo problemas. Eu gostava do meu
patrão, nos tornamos amigos decentes, mesmo que ele
gostasse de usar o meu relacionamento com Shane e a família
com demasiada frequência. Shane se deu bem com Rex, o que
fez a minha vida ficar um pouco mais fácil.

Eles pareciam estar bem sem mim no escritório, então fui


em embora depois de verificar a pilha de fotos na minha mesa.

O consultório médico não estava muito ocupado quando


eu cheguei. Me sentei num canto, mantendo a cabeça baixa
para que ninguém me notasse. Não que eu esperasse alguém,
mas tinha aprendido nos últimos seis meses a ser cautelosa.
As fãs de Shane, as mulheres pelo menos, me odiavam. Eu
ainda estava recebendo ameaças de morte e mensagens
desagradáveis de ódio enviadas para o meu escritório, assim
como para a nossa casa. Emmie cuidava da correspondência
das fãs, e pelo menos metade delas ia para Shane, com o
quanto elas queriam me machucar porque estávamos noivos e
agora casados.

Meu guarda-costas ia comigo quando Shane não podia.


Shane tinha ido ao hospital visitar Layla e os bebês, e Peterson
tinha me levado para o consultório médico. Ele tinha me
deixado na entrada do prédio onde eu lhe tinha dito, e ele iria

243
me pegar cerca de uma hora depois, considerando que eu não
tinha ideia do quanto essa visita iria demorar.

— Harper?

Ergui a cabeça para encontrar a enfermeira de pé na


porta na parte de trás do gabinete.

Me levantei rapidamente e corri em direção a ela,


oferecendo um sorriso. — Olá.

Ela sorriu de volta. — O que te traz aqui, querida? — Ela


perguntou quando eu subi a escada para pequena divisão,
antes de irmos para a sala de exames.

— Eu acho que estou com uma infecção, e há algumas


coisas que eu preciso falar com a médica. — disse a ela
enquanto ela examinava a minha testa com o termômetro.

— Ok, então. — Ela enfiou a mão no armário atrás de


mim e tirou um copo antes de rotulá-lo com o meu nome e data
de nascimento. — Você pode nos dar uma pequena amostra?
Eu vou mandar para o laboratório e ela vai ter os resultados
antes de vir falar com você. —

Vinte minutos depois, sai do escritório me sentindo mais


leve e mais feliz. Eu tive uma infecção horrível, a médica me
tinha dito, mas ela também me disse que eu poderia parar de
tomar minhas pílulas anticoncepcionais assim que eu
terminasse este ciclo. Eu só tinha mais uma semana, e então
Shane e eu podíamos começar a tentar o nosso bebê.

244
Capítulo 18
Emmie
Me sentei sobre os meus calcanhares, examinando a
minha obra de arte.

Mia me deu um olhar zangado. — Já acabou, mamãe?

— Quase. — assegurei-a enquanto espalhava o brilho


nela e verificava se estava muito grosso em algum ponto. —
Ok, está pronto. Agora você é a minha linda fada das flores.

Ela bateu palmas animadamente antes de se virar e se


examinar no espelho comprido na parede oposta do meu
banheiro. — Oh, estou tão bonita!

Rolei os meus olhos. — Você sempre está bonita, Mia.

— Tia Emmie, estou pronta. — Lucy entrou no quarto e


eu sai do banheiro para encontrar uma versão zumbi de Jane
Austen em pé diante de mim. Merda, esta menina era
demasiado inteligente e criativa para o seu próprio bem, mas
ela estava adorável. — Bom. Você está pronta para ir ver os
seus pais antes de eu a levar para a casa de Harris?

245
— Estou pronta quando quiser. — Ela sorriu. — Acha que
Harris vai gostar?

— Tenho a certeza que ele vai entender o zumbi, mas não


tenho certeza se ele vai entender toda a coisa de Jane Austen.
— Ri enquanto pegava Mia para levá-la para baixo até ao pai
dela. Mia não ia pedir doces ou travessuras. Ela disse que pura
e simplesmente não gostava. Então ela iria dar os doces com
Nik.

— Ele é mais esperto do que você pensa, tia Em. — Lucy


me informou enquanto me seguia escadas abaixo. — Ele lê
tanto quanto eu.

— Então ele sabe quem é Jane Austen? Ele leu os livros?

— Provavelmente não.

Olhei de relance para ela por cima do meu ombro. — Bem,


ele ainda é bonito de se olhar, hein? — Lucy corou e eu ri
novamente. — Tá tudo bem Lucy. Até eu sei que ele é bonito.
— O rapaz parecia igual ao pai, então como e poderia não ser
sexy? Cabelo escuro despenteado que parecia sempre estar em
seus olhos de água-marinha, e seus ombros eram mais largos
do que a maioria dos garotos de sua idade.

— Não conte ao meu pai. — ela sussurrou quando


chegamos na sala de estar. Nik já estava derramando os sacos
de doces na enorme tigela preta com uma abóbora na frente.

— Ele pode matar Harris.

246
— Meus lábios estão selados, baby. — eu prometi
enquanto colocava Mia no chão e ela corria para o pai.

— Eu estou pronta para dar os doces, papai. — Mia


informou a seu pai, parecendo muito importante.

— Quem é você? — Perguntou Nik, agachando-se na


frente da pequena fada. — Minha pequena Mia vai me ajudar.
Você não é a minha Mia.

— Papai, sou eu! — Ela cobriu o seu rosto com as duas


mãos, sua voz grave.

— Eu não tenho certeza. — Ele examinou-a de mais perto.


— Minha Mia não tem o cabelo verde brilhante ou bochechas
cintilantes. Ela não tem asas rosas bonitas ou pernas
amarelas.

— É uma fantasia, papai. Sério que sou eu.

— Não, eu não acredito em você. Mas talvez… Se você é


de verdade a minha preciosa Mia, então você vai saber a
resposta a esta pergunta…. Quem é a pessoa favorita da Mia
em todo o mundo?

— É você, papai! — Exclamou, abraçando-o com força.

— E a sua mãe? — Perguntou Nik, olhando para mim por


cima do ombro de Mia.

— Mamãe é a sua favorita também?

247
— Ela é a minha segunda favorita.

Suspirei. — Melhor a segunda do que a última, eu acho.


— Peguei nas minhas chaves.

— Estou saindo agora, mas devo estar de volta antes de


vocês darem todos os doces.

Nik se levantou e beijou os meus lábios. O toque dos


lábios dele me levou de volta a todas as deliciosas memórias
do que tínhamos feito na noite anterior, e eu me inclinei
aprofundando o beijo por um momento. Quando me afastei,
seus olhos estavam quase escuros. — Volte depressa. — ele
murmurou, me fazendo tremer.

— Só se você prometer mais de ontem à noite. — eu


sussurrei antes de me virar. — Vamos, Lucy. Seu pai vai querer
tirar vários tipos de fotos.

— Tchau, tio Nik. — Lucy disse enquanto ela me seguiu.

— Tchau, Lucy. Divirta-se, querida.

— Tchau, Lucy! Mia disse junto da tigela de doces, já


tentando esgueirar uma barra de chocolate em miniatura.

— Tchau, Mia!

— Eu sei que é Dia das Bruxas e tudo mais, Nik, mas eu


prefiro que a nossa filha não tenha uma dor de estômago por
todos os doces que ela vai comer às escondidas…. — Seus
olhos se levantaram da minha bunda, e com o cenho franzido

248
viu que Mia já tinha um doce na mão e outro na boca. —
Merda, ela é rápida. — Rindo da sua maldição, abri a porta. —
Eu te amo.

Na viagem para o hospital Lucy me contou tudo sobre a


sua nova tarefa para a sua classe de escrita criativa. Ela ia
fazer uma entrevista com Harris sobre como é crescer como
um pirralho roqueiro, palavras dela, não minhas. Quando eu
lhe disse que ela era uma pirralha roqueira, ela suspirou. —
Não gosto que Harris seja. Eu não nasci para isso, então não
sei o que esperar. Harris é mais velho, até chegou a ir a uma
turnê de verão com o pai. Ah, eu me esqueci da melhor parte!
Se a minha professora gostar da minha tarefa, ela me deixará
fazer alguns artigos para o jornal da escola. Eles só deixam as
crianças mais velhas fazer isso, nunca as da quarta série.

Meus olhos se ampliaram não porque era isso que ela


esperava que eu fizesse ou porque ela esperava, mas sim
porque eu realmente estava impressionada. Lucy era criativa
como o inferno, eu sabia disso, mas isto em minha opinião era
incrível. — Querida, isso é ótimo. Estou tão orgulhosa de você.
Seus pais também vão ficar.

— Eu não vou contar a eles…

Fiquei em silêncio até que parei na próxima luz vermelha,


e em seguida, estacionei o SUV e me virei para encará-la. —
Lucy…

249
— Eles têm tanta coisa acontecendo agora, tia Em. Eu
não quero que eles tenham que se preocupar comigo também.
— Ela mordeu o lábio, arrancando a maquiagem que ela tinha,
obviamente, aplicado meticulosamente sem ajuda.

— Você está certa. Eles têm muita coisa acontecendo


agora, e você é uma grande parte disso. Os gêmeos, eles vão
ficar bem, Lucy. E Layla já está muito melhor. É com você que
seu pai se preocupa mais, baby. — Eu estendi a mão e acariciei
a sua bochecha. — Ele morreria se você começasse a esconder
coisas dele agora, especialmente algo que ele gostaria de
comemorar com você.

Lucy engoliu em seco e respirou tremulamente antes de


concordar em compreensão. — Tudo bem. Eu vou contar.

Sorri. — Ótimo. — Eu coloquei o Escalade de volta na


estrada e percebi que tinha deixado passar uma luz verde e
agora tinha que esperar outra vez no sinal vermelho. Não havia
nada atrás de nós exceto uma caminhonete velha que só agora
eu reparei pelo espelho retrovisor. Eu provavelmente nem teria
dado uma segunda olhada nele, se não fosse o fato de que uma
caminhonete assim não era algo que normalmente se via perto
de Malibu. Até mesmo os jardineiros de baixa importância, que
cuidavam de alguns dos melhores gramados, não dirigiam
caminhonetes como aquela. — Quando você vai saber se o
professor gosta ou não da sua tarefa?

250
— Na próxima semana. Eu tenho o fim-de-semana para
fazer a entrevista e escrever no papel.

— Assim que você descobrir eu quero saber, ok? — Bati


meus dedos no volante, não prestando muita atenção a nada
sem ser em Lucy. — Podemos todos jantar em algum lugar
especial nessa noite.

— Prefiro apenas ter uma refeição em casa com todo o


mundo, incluindo os gémeos. Isso realmente seria perfeito. —
Lucy sorriu um pouco triste. — Mas já que eles não vão voltar
para casa antes disso, eu me contento com um jantar no Papa
Gianni’s.

Uma risada borbulhou para fora de mim, assim que o


sinal ficou verde abriu e eu comecei a atravessar o cruzamento.
— É isso aí, Lu...

Minhas palavras foram cortadas, e um grito escapou de


mim quando o veículo que ainda estava distante de repente
esbarrou no Escalade. Fui empurrada para frente com o
impacto e Lucy soltou um pequeno grito de angústia. Meu pé
pressionou no freio para que não fossemos empurrados para o
tráfego, e virei a cabeça ligeiramente para olhar pela janela de
trás.

Não conseguia ver ninguém. Olhei em volta e senti um


arrepio de puro medo, a mesma sensação que sentia antes
quando a minha mãe tinha os seus ataques de raiva, correndo
pela minha espinha. Verifiquei para me certificar que as portas

251
estavam trancadas e olhei ao redor para ver se tinha alguém
que tivesse visto a batida no para-choque. Mas nós estávamos
em uma parte relativamente vazia da cidade. Não haveria
tráfego regular pelo menos por mais vinte minutos. A calma
antes da tempestade da hora do rush.

Minhas mãos foram direito para o meu celular e os meus


dedos tremiam visivelmente enquanto discava o 911. — Estou
com medo. — Lucy sussurrou, olhando para trás também.

Peguei na mão dela e lhe dei um pequeno aperto quando


a operadora me cumprimentou.

— 911. Qual a sua emergência?

— Acabaram de bater na nossa traseira. — eu disse a ela,


incapaz de parar o tremor da minha voz. — Mas a pessoa que
nos atingiu sumiu…

— Uma batida e fuga, senhorita?

— Não…. — Quase podia sentir a presença de outra


pessoa fora do carro. — Eu não sei…

— Você precisa de tratamento médico? — Perguntou a


mulher, soando profissional e preocupada. — Tem alguém
ferido?

Comecei a falar, a dizer que não, que estávamos bem. O


grito de Lucy fez com que minha garganta se fechasse, e eu
quase deixei cair o telefone. Seus olhos estavam sobre o que

252
ou quem estava atrás de mim. Podia ouvir a operadora falar
como se a voz viesse de um longo túnel, e lentamente virei a
minha cabeça e encontrei o motivo dos pesadelos em pé na
minha janela, com um pé de cabra em suas mãos. Não apenas
os pesadelos de alguém, mas os meus próprios. Fui
transportada de volta para uma época em que tudo o que eu
podia ver eram os olhos altos vidrados olhando para mim com
ódio. Houve um tempo em que questionei se seria assim. Eu ia
morrer desta vez?

Eu já tinha visto aquele rosto antes. Aqueles olhos


escuros eram idênticos aos da menina sentada ao meu lado.
Mas o resto do corpo não era nada como a bela criatura que eu
chegava a amar como uma sobrinha. Seus olhos estavam
vidrados com um olhar eu conhecia bem, pois tinha passado
os primeiros 15 anos da minha vida vendo isso diariamente.
Ele estava drogado, furioso e mal-humorado. Assim como a
minha mãe sempre estava.

De repente eu era uma menina novamente e eu sabia que


iria ficar machucada antes de isto terminar. — Por favor. — eu
sussurrei para o telefone quando o pé de cabra bateu na janela
ao lado do motorista pela primeira vez, quebrando-o. — Por
favor, nos ajude.

Com a pancada seguinte o vidro explodiu por cima de


mim. Eu estava dividida entre a vontade de proteger a minha
barriga e a criança que estava crescendo lá dentro e Lucy. Esse
medo fez a minha mente ficar confusa. Quando eu deveria ter

253
apenas ligar a SUV e acelerado, entrei em pânico em vez disso.
Tremendo de medo, eu desprendi o cinto de segurança o mais
rápido possível e estendi a mão para ela. — Corra! — Eu
ordenei.

Lucy parou por um instante antes de soltar o cinto de


segurança e abrir a porta. Ela mal tinha saído e eu estava
tentando sair para fora atrás dela, meu celular esquecido na
minha luta e na fuga. No momento estava exclusivamente
concentrada na fuga e a necessidade de levar Lucy para longe
do tipo de monstro com que eu tinha sido obrigada a crescer.

— Não, você não, cadela. — Vince Grady rosnou quando


pegou em meu pé, me fazendo tropeçar enquanto eu subia
para o banco. — Ela é minha.

Chutei-o, tentando tirar o seu aperto do meu tornozelo


para que pudesse correr atrás de Lucy. — Ela é nossa! — Eu
gritei para ele. — Você não pode tê-la. Jesse vai te matar se
você tentar.

— Oh, ele pode tê-la de volta. — ele rosnou, me puxando


em todo o console e para mais perto dele. O fedor de algo
esfumaçado, velho e azedo revirou o meu estomago e eu quase
engasguei, mesmo quando lutava com ele para me libertar.
Mas em seu estado induzido por drogas ele era
assustadoramente forte. Quando ele pegou meu pé chutando,
prendendo os dois pés em suas mãos, eu sabia que estava em
sérios apuros. — Assim que ele pagar o suficiente.

254
Me virei e tentei ver pelo para-brisas, rezando para Lucy
estivesse longe, muito longe de tudo isso. Meu coração caiu
quando vi que ela estava apenas a alguns metros de distância,
depois de ter percebido que eu não estava com ela. Seus olhos
castanhos estavam arregalados de medo em seu rosto pálido.
Lágrimas escorriam pelo seu rosto. — Emmie. — ela chorou.

— Corra! — Eu gritei para ela. — Corra, Lucy!

Vince puxou mais forte e a parte de trás da minha cabeça


bateu no console duro, mas eu quase não senti dor. A
adrenalina estava correndo através de mim e eu tentei me
sentar. Talvez se eu pudesse acertá-lo, ou pegar o pé de cabra,
eu seria capaz de me libertar. Lucy precisava de mim. Eu não
podia a deixar mal. Eu não podia deixar esse monstro a levar.

— Eu vou pagar o que quiser, agora mesmo. — eu disse


a ele, tentando distrai-lo. O dinheiro era tudo o que ele queria,
tal como eu tinha assumido quando Jesse me disse que esse
homem queria a sua filha. Tudo o que ele queria era o
pagamento pela filha, e então ele iria embora… Até que ele
precisasse de mais dinheiro. Eu sabia que Jesse iria entregar
cada centavo que tinha em seu nome por Lucy. Ela era o seu
bebê, antes mesmo de Layla ter dito. — Eu aceito. — Eu posso
te dar o dinheiro. O quanto você quiser.

— Eu não quero o seu dinheiro. Eu quero o dele. — Vince


me assegurou.

255
— Eu tenho total acesso ao dinheiro de Jesse. — Tinha
acesso a todo o dinheiro dos caras. Pagava as contas deles,
investia para eles, me certificando que seus milhões estavam
seguros. E agora eu iria gastar uma quantidade enorme para
que Jesse pudesse manter a sua filha.

Era o que eu tinha planejado fazer de qualquer maneira.


Encontrá-lo, e fazê-lo assinar a papelada onde iria abandonar
os direitos sobre Lucy para sempre. Em seguida, pagar e
garantir que ele nunca mais incomodaria a minha família
novamente. Mas com a loucura da semana passada, não tinha
me esforçado o suficiente em encontrar este homem da
maneira como deveria ter feito.

Em vez disso, ele me encontrou, e isso ia acabar de uma


forma ou de outra. Ou ele acalmava e me deixaria dar o
dinheiro, ou me machucaria, talvez até mesmo me matasse, e
usaria Lucy como resgaste para conseguir o dinheiro que ele
precisava. Sem dúvida para cheirar droga ou espetar o braço.
Eu tinha que manter a calma, tinha que lutar com o medo que
estava tentando me engolir viva para que eu pudesse ter a
certeza de que não ia acabar morta… Porra, eu tinha que
manter a calma para Lucy e eu não acabarmos mortas.

— Sem acordo, vadia. — Seu punho se dirigiu a minha


mandíbula e eu vi estrelas por um momento. — Eu quero ver
o seu rosto. Quero ver a cara desse filho da puta quando ele
entregar o dinheiro. Se ele amar a garota ele vai trazer ele
mesmo.

256
— Deixei-a em paz! — Eu gritei para ele enquanto me
levantava. Ele gritou de dor quando as minhas unhas
arranharam o seu rosto. — Ele vai te matar e eu vou ajudá-lo
a enterrar o seu corpo. — rosnei enquanto pegava o pé de cabra
das suas mãos frouxas batendo eu seu rosto.

O acertei, mas não com tanta força como gostaria. Porra,


eu esperava nocauteá-lo, em vez disso apenas o atordoei o
suficiente para me libertar. Esforçando-me para passar por
cima e sair pela porta, vi Lucy parada na rua. — Continue
correndo. — Eu lhe disse, correndo em sua direção.

— EMMIE!

Isso era o aviso que eu tinha recebido antes de cair no


chão. Meu coração parou, pensando em meu bebê, enquanto
eu caia com força no chão...

E então eu não conseguia pensar em mais nada quando


a escuridão de me repente me cercou. Senti algo molhado
deslizar pelo meu rosto enquanto ele me batia novamente
pouco antes do mundo desaparecer.

257
Capítulo 19
Jesse
O quarto particular de Layla estava cheio de família.
Drake e Lana sentados na janela, um enrolado em torno do
outro. Shane sentado na única cadeira livre com Harper no
colo. Todos eles estavam rindo com Layla enquanto ela tentava
alimentar Luca. Ele estava sendo especial, ele tinha ficado
mimado, comigo alimentando-o ao longo dos últimos dias. Ele
conhecia o meu cheiro e o meu toque, e estava procurando por
isso.

Eu não me movi, estava em pé segurando Lyric que já


tinha tido o seu jantar e ainda mais. O apetite do meu pequeno
guerreiro estava grande hoje e ele tinha sugado sua garrafa e
chorado por mais depois de ter arrotado. A enfermeira tinha
corrido para pegar outra garrafa para Luca porque Lyric tomou
mais metade da outra garrafa também.

Layla estava ficando melhor emocionalmente, desde que


ela tinha começado a passar mais tempo com os meninos no
início do dia, e agora que estava conseguindo realmente

258
alimentá-los. Ela estava sorrindo, suas lágrimas longe. Agora
tudo o que precisava era que Emmie chegasse com Lucy para
que a minha família estivesse completa.

Foi provavelmente a quinquagésima vez que olhei para o


relógio no meu pulso esquerdo. Passava das cinco, e Emmie
tinha garantido que ela estaria aqui com Lucy às quatro e
meia. Eu não estava feliz por ela sair com Harry esta noite para
os doces ou travessuras, mas Emmie tinha arranjado para que
um dos seguranças seguissem as crianças esta noite, me
oferecendo a rede de segurança de que eu precisava.

Emmie raramente se atrasava, e quanto isso acontecia,


ela sempre me ligava. Eu estava preocupado, e meu coração
começou a correr com a ansiedade. Então eu desconsiderei.
Em e Lucy estavam bem. É claro que elas estavam...

Eu estava tão perdido em meus pensamentos, que


quando o meu telefone tocou eu estremeci, fazendo Lyric
protestar. Puxando o meu celular do bolso eu vi que era Emmie
e dei um suspiro de alívio. Entreguei o bebê para Harper, que
era a mais próxima de mim e, sem seguida, atendi o telefone.
— Hey. Onde você está?

— P-pa-pa-pai?

Meu coração parou ao ouvir o som da voz de Lucy. Em


sua voz quebrada, ouvi um milhão de coisas diferentes. O
medo fez estremecer a sua voz, o que me quebrou. — Lucy? —
Suspirei o nome dela.

259
— Pa-papai, eu sinto muito. — ela gritou antes de ser
cortada.

Ouvi uma voz masculina que não reconheci, algo estalou


mas eu não conseguia entender, e então a voz dele estava vindo
alto e bom som através do telefone. — Jesse Thornton?

— Sim. — rosnei. — Que porra é esta e o que está fazendo


com a minha filha? Onde está Emmie?

O espaço ao meu redor pareceu congelar, nem percebi


quando Drake e Shane se levantaram e foram para o meu lado.
Eu estava muito perdido na raiva porque mesmo que eu não
tivesse ideia do que estava acontecendo, eu sabia que esse
homem tinha ferido Lucy… E provavelmente Emmie também!

— Emmie está no lugar onde eu a deixei… ou talvez não.


Tenho certeza de que alguém já a encontrou. Não se preocupe,
ela ainda estava respirando quando eu a vi pela última vez. —
Minha visão realmente estreitou com suas palavras e eu quase
tropecei para agarrar algo firme para me apoiar. Era o fim da
cama de Layla e eu a agarrei com a mão livre com tanta força
que pensei ter ouvido o plástico grosso se quebrar um pouco

— Quanto a sua filha… Ela não é. Ela é minha. Mas você


pode tê-la, se você quiser… se estiver disposto a pagar por ela.

— Grady. — Eu cuspi o nome para fora, sentindo o gosto


do enjoo.

260
— Você é um homem inteligente, Thornton. Então você a
quer de volta ou não? — A voz de Vince Grady estava dura,
mas cheia do que eu pensei que pudesse ser tédio. Que porra
é essa? Ele estava me perguntando se eu queria a minha filha
de volta com toda a calma, como se estivesse perguntando se
eu queria queijo extra na minha pizza.

— É claro que eu a quero de volta! — Eu explodi e ouvi os


bebês choramingarem, mas a minha preocupação nem
alcançou a preocupação com os meninos naquele momento.
Estava com muito medo, fodidamente aterrorizado por Lucy.
— Quanto?

— Dois milhões. — Eu nem sequer pisquei em seu pedido.


Eu teria entregado cada maldito centavo que eu tinha para ele
se isso fosse trazer Lucy de volta. — Eu quero amanhã ao meio-
dia. Recebo o dinheiro, você recebe Lucy. Uma troca justa, não
é? E se você for esperto não irá envolver a polícia.

— Não se preocupe com isso, filho da puta. Não haverá


qualquer necessidade de polícia. — Não que eu fosse chamar
a polícia para testemunhar um assassinato de qualquer
maneira. Porque eu ia enterrar aquele bastardo, logo que eu
tivesse as minhas mãos nele. — Vamos fazer isso esta noite.

— Você consegue esse dinheiro todo agora? — Ele riu


como se eu tivesse dito alguma coisa incrivelmente engraçada.

— Eu não consigo, mas Emmie sim. — Emmie chamaria


o presidente do banco, teria a sua bunda no cofre e teria o

261
dinheiro dentro de uma hora. Mas Emmie não estava aqui e eu
não tinha ideia de onde ela estava, ou quão ferida ela estaria.
Aquele filho da puta tinha o telefone dela, tinha dito que ainda
estava respirando a última vez que a viu… Há quanto tempo
foi isso? Porra, o que aconteceu com o bebê? Apertei os olhos
fechados. — Onde ela está?

— Provavelmente no hospital mais próximo agora. Tudo


bem, esta noite. Você tem até a meia-noite. — Ele me disse o
lugar, e eu o repeti em voz alta, acenando com a cabeça.

— Me deixe falar com Lucy. — eu exigi, quando percebi


que Grady ia desligar. Precisava ouvir a sua voz dela de novo,
saber que ela estava bem.

— Tem trinta segundos para falar com ela. — ele disse


antes de ouvir Lucy chorando.

— Lucy? Você está bem, querida? — Onde a minha voz


estava cheia de raiva apenas alguns segundos antes, agora
estava sufocada e quebrada. Engoli em seco, tentando segurar
as lágrimas e o meu intestino torcer de medo. — Ele te
machucou?

— M-meu r-rosto. — ela gaguejou.

— Eu vou te trazer de volta, baby. Eu juro. Vou ter você


logo em casa, ok?

262
— P-pa-papai… Ela estava sangrando. — Lucy chorou, e
eu sabia que ela estava falando sobre Emmie. — Ela não estava
se mexendo.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa a linha ficou


muda. — Lucy. — eu disse o nome dela, rezando para que ela
me respondesse, mas sabia que ela não iria. Um rugido estava
borbulhando dentro de mim, passei as minhas mãos sobre o
meu couro cabeludo.

A raiva estava crescendo outra vez e não era nada do que


eu já tinha sentido na minha vida.

Nada comparada com a explosão que estava sentindo


naquele momento. Aquele filho da puta tinha machucado
Lucy, tinha machucado Em. Ele tinha o meu bebê e eu não
conseguia chegar até ela. Eu não poderia protegê-la, e isso
estava me deixando louco.

— Jesse? — A voz de Layla me fez levantar a cabeça e eu


vi as mesmas emoções que agitavam os seus olhos e que
estavam dentro de mim ao meu redor. — O que diabos está
acontecendo?

— Vince Grady pegou Lucy. — rebati, incapaz de me


acalmar até mesmo para ela. — Ele a levou e quer dois milhões
hoje. Eu não tenho nenhuma ideia de onde Emmie está, mas
ele a machucou, deixando-a sangrando em algum lugar. — Seu
rosto pálido virou branco e eu a vi começar a tremer.

263
Lana correu para tirar Luca dela antes que ela deixasse
cair acidentalmente o bebê. Em seguida, ela colocou o bebê na
incubadora, porque ela estava tremendo muito. — Eu preciso
de Em para conseguir o dinheiro, eu nem sequer sei a porra do
nosso número da conta bancaria…

Havia milhões de coisas que eu precisava fazer, mas eu


não tinha ideia de como fazê-las, pois aquela que cuidava de
mim e de todos os meus problemas estava perdida para mim
naquele momento. Me senti impotente, inútil e aterrorizado, o
que só fazia a minha raiva queimar ainda mais.

— …Nik. — A voz de Shane me distraiu por um momento


e eu percebi que ele estava no telefone fazendo uma das coisas
que eu já devia ter feito. Ligar para Nik. Oh merda, ele ia ficar
louco.

— Acalme-se Nik. — Shane gritou e eu podia ouvir Nik


explodindo na outra linha. — Você vai assustar Mia. Chame
um táxi, não dirija a porra do carro, ok? Você só vai fazer
asneiras e não quer machucar Mia, quer? Bem, chame um táxi
e venha até aqui… Vai ficar tudo bem. Vamos encontrá-la, bro.
Ela e Lucy, as duas.

— Este é o hospital mais próximo. — disse Harper, já


colocando Lyric na incubadora com o irmão. Se Em estiver
ferida este é o lugar onde os paramédicos a teriam trazido. Vou
verificar no Pronto Socorro.

264
Ela partiu sem eu realmente entender uma palavra do
que ela havia dito. Era tudo surreal para mim e eu estava
vendo as coisas com a visão de túnel, com tons de vermelho a
minha volta. Vi tudo ao meu redor como se eu fosse alguém
que estivesse assistindo um filme. Lana sentada na cama,
segurando uma Layla agora soluçando. Drake ao telefone com
alguém, mas falando em voz baixa para que eu não
conseguisse entender muito do que ele estava dizendo. Shane
ainda em seu celular com Nik, dizendo para falar baixo para
que Mia não se assustasse. Os gêmeos deitados abraçados na
incubadora, enrolados um no outro. Nada disso realmente
estava sendo registrado por mim em um nível emocional. Eu
tinha me fechado, como no dia em que Layla tinha entrado em
trabalho de parto. Tudo o que eu podia sentir era raiva e
necessidade de fazer Vince Grady sangrar.

Meu celular tocou novamente e eu não hesitei em


responder. — Sim?

— Ela está aqui em baixo. — a voz trémula de Harper me


informou. — Você precisa vir aqui em baixo… traga Shane e
Drake.

— Ela está viva? — Esta voz era minha, morta e fria?

— Sim, Jesse. Ela está viva e reclamando. Só venha para


baixo. — ela gritou comigo. — Venha imediatamente para cá!

Eu pisquei. Harper não era de erguer a voz, mas ela tinha


acabado de me ordenar de uma forma que só Emmie faria.

265
Quase como se tivesse ligado um interruptor dentro de mim,
comecei a me acalmar um pouco. — Nós desceremos agora
mesmo.

Coloquei o telefone no bolso e me virei para Drake e


Shane. — Ela está lá em baixo. Viva. E Harper diz que ela está
reclamando, então isso é um bom sinal… certo? — Eles
concordaram, dando sorrisos apertados. Olhei para Layla,
ainda agarrada a Lana tão apertado como Lana estava
apertando ela. Eu passei meus braços em volta de ambas,
beijando o topo da cabeça de Layla. — Eu estou indo buscar
Lucy, baby. Juro pelos deuses, eu vou trazê-la de volta.

Sua cabeça se levantou. Lagrimas escorriam pelo seu


rosto branco como a neve, mas seus olhos estavam duros como
pedra. — É melhor você matar esse desgraçado.

Drake agarrou meu braço e me puxou para a porta antes


que eu pudesse fazer essa promessa.

266
Capítulo 20
Emmie
Acordei em uma maca com um cara usando uma lanterna
pequena brilhando em meus olhos. Gemi e dei um tapa na mão
dele quando senti vontade de vomitar. — Pare.

— Você teve uma concussão, senhorita. — o homem


informou com uma voz preocupada. — Você consegue me dizer
o seu nome?

— Ember Jameson Armstrong. — disse a ele sem ter que


pensar sobre isso.

— Há alguém que podemos chamar, Sra. Armstrong? —


Perguntou o médico, notando a minha aliança.

Fiz uma careta, pensando em quem precisava chamar já


que tive uma concussão…. E então a razão da minha
concussão passou pela minha cabeça e eu me sentei
rapidamente. — Lucy. Onde está Lucy?

267
— Quem é Lucy? — Perguntou o médico, me ajudando a
me acalmar porque de repente eu me senti tonta depois de me
sentar tão rápido.

— A minha sobrinha. — eu disse. — Ela está aqui?

— Você é a única que os paramédicos trouxeram. Alguém


te encontrou na beira da estrada, inconsciente e sangrando na
cabeça. Eles disseram que parecia como se alguém a tivesse
agredido, visto que o seu veículo ainda estava parado no meio
da rua com a janela do motorista estilhaçada e a porta do
passageiro aberta.

Engoli o meu medo crescente. — E o outro veículo? A


caminhonete que bateu em mim?

O médico balançou a cabeça. — Eles disseram que só


encontraram o seu veículo.

— Porra! — Tentei sair da maca, mas o médico me


empurrou de volta contra o travesseiro. — Não me toque. — eu
rosnei, empurrando as mãos para longe de mim. — Eu tenho
que encontrar Jesse.

— Você teve uma concussão. Não vai a lugar nenhum,


pelo menos até amanhã, precisamos mantê-la para
observação. Não só porque precisa de pontos, mas aparenta
estar sangrando também... — Suas palavras me impediram de
lutar e fiquei quieta, minha mão indo para a minha barriga.

268
Oh, não! Eu não poderia estar a perder o bebê. Eu não
podia. Lágrimas queimavam os meus olhos. — Eu vou perder
o meu bebê?

— Você está apenas sangrando um pouco, mas não


podemos determinar se é porque você está abortando ou se um
vaso sanguíneo explodiu quando você bateu no chão. Você está
com cólicas? — Balancei a minha cabeça, porque além da
minha cabeça latejar ao mesmo tempo com a batida do meu
coração acelerado, eu não tinha outra dor. — Isso é bom. Mas
você terá que ficar na cama um ou dois dias até que o
sangramento pare. Eu vou trazer o técnico para fazer um
ultrassom para certificar de que está tudo bem.

Houve uma batida na porta da sala de exame e uma


enfermeira colocou a cabeça pela porta. — Doutor, há alguém
na recepção perguntando se temos uma Emmie Armstrong.
Devo avisá-lo?

— Quem é? — Exigi antes que o médico pudesse


responder. Será que a imprensa já sabia o que tinha
acontecido? Ou era a minha família?

— Ela diz que seu nome é Harper Stevenson… — A


enfermeira me informou e eu dei um suspiro de alívio.

— É a minha cunhada. — eu disse a mulher. — Quero vê-


la.

269
— Ok, então. — A enfermeira saiu e o médico começou a
se mover ao redor da sala, aparentemente recolhendo as coisas
que precisava para me costurar.

Levantei a mão até a minha testa e encontrei um curativo


em volta da minha cabeça.

— Quão ruim é o corte? — Não era a primeira vez que eu


levava pontos. Uma vez a minha mãe me empurrou por uma
janela e eu tive que ter pontos no meu braço. Jesse e Nik
tinham me levado para West Virginia e inventado uma
desculpa falsa sobre eu ter caído. Tinha levado sete pontos.

— Você vai precisar de pelo menos dez pontos, se não


mais. Desce da linha do seu cabelo para sua sobrancelha.
Aparentemente, você cortou a cabeça em uma pedra quando
caiu. — Ele balançou a cabeça. — É claro que não foi isso que
lhe deu a concussão. Alguém bateu pra caramba em você,
mulher. Quando os policiais chegarem aqui, você vai ter que
contar tudo. Incluindo quem é Lucy.

Eu olhei para ele. — Eu quero ver a minha família


primeiro.

— Isso não vai impedir a polícia de fazer perguntas. — O


médico cujo crachá dizia ser J.Prescott, olhou para mim. — Se
foi o seu marido então diga agora para que eu possa colocar a
polícia atrás dele.

270
A ideia de Nik colocando as mãos em mim de forma
violenta quase me fez rir em voz alta.

Em vez disso, bufei. — Nik nunca me tocaria assim. Não


foi ele, doutor.

Não pareceu tranquilizá-lo, porque ainda me estava


encarando quando a porta se abriu e Harper correu para
dentro. Ela olhou para mim e um grito de angústia escapou. —
Droga!

— Onde está Shane? Jesse? — Eu tinha a certeza que


estávamos no mesmo hospital onde Layla estava. Era o
hospital mais próximo de Malibu e eu só tinha andando poucos
quilômetros quando Grady nos atacou. — Lucy está com ele?

Harper sacudiu a cabeça. — Jesse recebeu um


telefonema. Eu não sei os detalhes, mas não são bons, Em. O
que aconteceu?

— O filho da puta nos bateu em um sinal vermelho. Em


seguida, ele tentou pegar Lucy. Tentei fugir, e correr atrás dela,
mas ele me pegou. — Balancei a cabeça para o médico, que ao
mesmo tempo estava tentando parecer ocupado enquanto
ouvia cada palavra que eu dizia. — Acordei com um idiota
piscando uma luz nos meus olhos e com vontade de vomitar.

Seus olhos se encheram de lagrimas e ela


cuidadosamente colocou os braços a minha volta. — E o bebê?

271
Dei de ombros. — Estou sangrando, mas ainda não
sabemos de onde vem. Não estou com cólicas de modo que é
um bom sinal. — Eu a abracei de volta, em seguida, empurrei-
a para longe. — Traga Jesse aqui. E quando você tiver feito
isso, preciso do seu telefone. Tenho que ligar para Nik e avisá-
lo que estou bem.

— Shane já ligou para Nik. Ele está a caminho com Mia…


— Eu xinguei, já preocupada com o meu marido e minha filha
que estariam vindo para cá, e se ele estava dirigindo, sabendo
que algo estava errado comigo. —…. Shane o fez chamar um
táxi. — Respirei de alívio.

Tentei ligar para Nik, mas ele não respondeu. Deixei uma
mensagem e desliguei, devolvendo o telefone a Harper. Levou
menos de dois minutos para a porta abrir depois de Harper ter
falado com Jesse. Shane entrou primeiro com Drake e Jesse
logo atrás dele. Olhei para eles através de um olho, pois o
médico já tinha começado a preparar a minha ferida para
costurar. Todos os três pareciam cinzentos, mas foi Jesse que
eu alcancei com minha mão. Seus olhos estavam escuros e seu
grande corpo tremia.

— Porra! — Shane murmurou quando viu o corte na


minha cabeça. Ele ficou verde e eu podia ver que ele estava
prestes a desmaiar. Harper agarrou a sua mão e puxou-o para
fora do quarto, antes que ele caísse com a visão do meu
sangue.

272
— Harper disse que Grady ligou. Me conte tudo. — Ele
engoliu em seco, apertando a minha mão com mais força e me
disse exatamente o que Vince Grady lhe tinha dito. Senti as
lágrimas queimando em minha garganta quando ele me disse
o quão assustada Lucy tinha parecido, quando ela contou que
Grady a tinha machucado em seu rosto, e que eu estava
sangrando quando me viu pela última vez. Eu não queria que
ela tivesse que passar por nada disso. Lucy era um doce, uma
boa menina. Nada de ruim jamais lhe devia acontecer.

— Eu preciso do seu telefone. — eu lhe disse quando ele


acabou. Ele parecia mais destruído agora, com os seus olhos
molhados e o rosto sombrio. Drake que estava de pé atrás dele
não parecia muito melhor, mas não havia nada que eu pudesse
fazer por eles, exceto o que eu sempre fazia. Assumir o controla
e começar a fazer as merdas.

— Eu não posso costurar isso com você sempre se


movimentando. — Doutor Prescott resmungou quando ele
costurou o segundo ponto.

Dei um tapa na mão dele. — Você não vê que eu estou


ocupada? Isso pode esperar um pouco mais. Vá fazer alguma
coisa mais importante enquanto eu lido com isso. E envie os
policiais estúpidos até aqui, enquanto você faz isso.

— Grady disse sem polícia. — Jesse protestou.

Balancei a minha cabeça. — Jesse… temos que contar a


eles o que está acontecendo, se lhe pagarmos e ele ainda tentar

273
ficar com a custódia... — Eu queria que isto ficasse no registro
de Grady. Nenhum juiz iria dar a custodia se soubesse sobre
isto, e não era como se eles simplesmente aceitassem a minha
palavra sobre isso. — Nós a teremos de volta, Jesse. Eu juro.

Sua mandíbula flexionou, mas eu podia ver que ele tinha


entendido que eu estava fazendo o certo. Por fim, ele concordou
e me entregou o telefone. — Faça o que tem que fazer.

O banco foi a minha primeira chamada. Dois milhões era


muito dinheiro, mas seria impossível quebrar o banco. O
gerente da filial com que eu normalmente lidava decidiu ser
um idiota, então tive que passar por cima da sua cabeça e ligar
para o presidente do banco. Não foi difícil alcançá-lo em casa.
Nik tinha jogado golfe com o filho dele algumas vezes. Quando
eu disse a ele o quanto eu precisava ele ficou sem palavras por
uns momentos antes que eu assegurasse que se eu não
conseguisse o dinheiro que eu precisava nas próximas duas
horas, eu não teria outra escolha a não ser tirar todo o dinheiro
dos Demon’s Wings que estava em seu banco e colocar em
outro lugar.

— Isso não será necessário, Sra. Armstrong. — O homem


me garantiu. — Eu vou me encontrar com você pessoalmente
no banco e podemos cuidar disso para você.

— Eu não serei capaz de fazer isso. — Não havia


nenhuma hipótese de eu levantar a menos que fosse
absolutamente necessário. — Jesse Thornton e o meu marido

274
vão estar lá para lidar com isso. Tenho a certeza que você vai
achá-los tão agradáveis como se estivesse lidando comigo.

Eu realmente o ouvi engolir em seco antes de soltar uma


risada nervosa. Ele havia conhecido Jesse e Nik e eu sabia que
eles não tinham sido nada agradáveis na maior parte. — É
claro. É claro. Digamos que daqui a uma hora?

— Eles vão estar lá. — Eu desliguei sem um adeus e


digitei o número de Brad Horton.

Levei dez minutos para contar o que estava acontecendo


e o que eu precisava que ele fizesse. De jeito nenhum Grady
vai apenas pegar esse dinheiro, para em seguida tentar fazer
essa merda de novo.

Mal tinha terminado com o advogado, quando a porta se


abriu tão de repente e com tanta força que a porta bateu contra
a parede. Lágrimas estupidas encheram os meus olhos ao ver
Nik com Mia em seus braços. Ele parecia selvagem, mais do
que eu já o tinha visto alguma vez. Seus olhos estavam
vermelhos, cheios das suas lágrimas. Mia se agarrava a ele,
obviamente com medo e sem saber o que havia de errado com
o seu pai.

Drake deu um passo em frente, pegando Mia dele. Ela foi


de boa vontade, querendo algum espaço da loucura de Nik.
Mordi o lábio, levando tudo dele quando ele apenas ficou lá.
Seus olhos azuis de gelo pareciam assustados, e eu não pude
deixar de me lembrar da noite em que ele tinha descoberto que

275
eu estava gravida de Mia. Nossas vidas mudaram muito desde
aquela noite. Ele tremia dos pés à cabeça e eu estendi meus
braços para ele.

No segundo seguinte eu estava em seus braços, sendo


mantida firmemente, mas de forma suave contra o seu peito.
Suas mãos estavam em cima de mim, certificando que eu
realmente estava lá com ele. Seus lábios no meu cabelo, na
minha bochecha, então devorando os meus próprios lábios. —
Eu nunca deixarei você sair da minha vista de novo. — ele
sufocou. — Eu estava assustado pra caramba.

— Eu estou bem, Nik. — Eu prometi a ele, piscando sobre


as minhas lágrimas. Não foi até que o vi que percebi o quanto
eu o queria comigo. Me segurando assim, pois ele era tudo o
que eu precisava no mundo. Em seus braços eu estou segura,
como sempre estava. Ele me tinha me protegido da
assustadora e viciada que tinha sido a minha mãe, e ele me
protegeria também de Vince Grady. — Eu estou bem, agora.

276
Capítulo 21
Drake
Eu odiava policiais. Eu os achava inúteis e eles realmente
só pioravam as coisas. Desde a morte da minha mãe eu os
odiava, e não era provável que isso mudasse agora.

Um homem magro em um terno barato ficou ao lado da


cama de hospital de Emmie, fazendo perguntas. Seu parceiro,
um homem idiota gordinho com um bigode de estrela pornô
dos anos setenta observava Jesse, Nik, e eu enquanto
estávamos observando-os. Tudo o que eles estavam fazendo
era fazer um relatório, balançando a cabeça de vez em quando
e irritando Em.

Mia envolvia os braços bem apertados em torno de mim,


olhando para o policial magro com um pouco de cautela. Eu
beijei a testa dela, trazendo sua atenção para mim e lhe dando
um sorriso tranquilizador. Ela se aconchegou mais perto. — O
papai está bem agora? — ela sussurrou.

277
Olhei para Nik, que tinha um aperto forte na mão de
Emmie. Ele havia parado de tremer, mas a selvageria em seus
olhos não havia esmaecido nem um pouco. Se eu me colocasse
no lugar dele, e fosse Lana deitada naquela cama, eu tinha
certeza de que eu não teria estado nem perto de tão calmo
quanto ele estava agora. — Sim, Mia. Papai está bem agora.
Ele estava preocupado com a mamãe.

— Mamãe tem um dodói. Papai não beijou ainda. — Ela


olhou preocupada para a mãe dela. — Ela está sangrando.

Quando eu olhei de volta para Emmie vi que Mia estava


certa e que a ferida na cabeça de Em’s estava sangrando de
novo. Eu dei um passo para frente. — Podemos apressar isso?
O médico precisa costurá-la.

O gordinho levantou uma sobrancelha para mim. — Eu


acharia que você estaria mais preocupado em encontrar sua
sobrinha, Sr. Stevenson.

— Eu acharia que você também, idiota. — eu rosnei para


ele, ajustando Mia em meus braços para que eu não a deixasse
cair. — Você não deveria estar lá fora, procurando por ela
agora?

— Nós temos nossos melhores oficiais procurando por ela


agora, senhor. — o magrelo me assegurou, obviamente o mais
diplomático dos dois. — Um Alerta Amber foi emitido e nós
temos bloqueios de estradas por toda a cidade.

278
— Perfeito. — Emmie lhes deu um sorriso falso. —
Obrigado por todo o seu trabalho duro. Mas eu realmente acho
que o médico deveria entrar agora. Não estou me sentindo
muito bem.

O magrelo fechou o caderno. — Claro, minha senhora.


Mas vamos ter que voltar na parte da manhã para que você
possa assinar a declaração. E nós entraremos em contato
assim que a senhorita Thornton for encontrada. — A última foi
dirigida a Jesse, que só lhe deu um aceno rápido.

Ambos os policiais se viraram para sair e eu esperei até


que a porta se fechasse atrás deles antes de me aproximar de
Em. — Eu quero ir com Jesse e Nik fazer a visita.

Emmie balançou a cabeça. — Você e Shane são


necessários aqui, Drake. Eu preciso de você para manter Lana
calma para que ela possa acalmar Layla. Eu não sou capaz de
estar lá para ajudá-las, então eu realmente estou contando
com você para isso.

Ela estava certa, e eu não queria dificultar as coisas para


ela. Ela não podia sair da cama por 24 horas para garantir que
ela não teria um aborto espontâneo. Isso não impediu a minha
necessidade ardente de ir com os meus irmãos de banda
conseguir Lucy de volta. Ou o desejo intenso de chutar as
tripas para fora de Vince Grady.

— Eles não irão desprotegidos. — Emmie me assegurou.


— Eu chamei Seller. Ele vai ficar em segundo plano quando

279
Jesse entregar o dinheiro. Assim que eles tiverem Lucy, ele vai
acabar com o filho da puta.

A porta se abriu antes que eu pudesse fazer outra


pergunta e o médico entrou. — Eu realmente preciso costurá-
la agora, Sra. Armstrong. Então, podemos ir para o seu quarto
e a técnica pode fazer o ultrassom.

— Mais um minuto! — Ela virou para ele.

— Não. — ele disse a ela calmamente e foi até a pia do


outro lado da sala para lavar as mãos. — Senhores, receio que
devo insistir que tenho que cuidar da senhora. Vocês precisam
sair, todos vocês.

— Diabos que vou. — Nik não cedeu, aumentando o


aperto sobre a mão de Em. — Eu não vou a lugar nenhum.

— Sr. Armstrong... — o médico começou, mas foi Emmie


que o convenceu a sair.

— Está tudo bem, querido. — Ela o puxou para mais


perto e ele se inclinou para beijar seus lábios. — Além disso,
você e Jesse precisam se mexer. Certo?

Ele pareceu magoado e então Jesse colocou a mão no


ombro de Nik. — Nós temos coisas que exigem nossa atenção,
cara.

— Certo. — Nik fez uma careta. — Eu te amo.

280
Emmie o beijou novamente, demorando neste momento.
— Eu também te amo. Tome cuidado.

Ele apenas acenou com a cabeça enquanto seguia Jesse


para fora da sala. Levei Mia até sua mãe para que ela pudesse
beijá-la. — Sua cabeça dói, mamãe?

— Um pouco. — Emmie deu um beijo na bochecha de


Mia. — Mas eu vou estar melhor de manhã, fada das flores.
Agora vá com o tio Drake. Ajude-o a cuidar da tia Lana e de
Layla para a mamãe, ok?

— Tudo bem, mamãe. Papai vai beijar seu dodói para


melhorar depois. — ela prometeu.

— Eu sei querida. Seja boazinha.

Mia colocou os braços ao redor do meu pescoço, mas eu


estava relutante em deixá-la sozinha. — Em...

Ela pegou minha mão e a apertou. — Tome conta delas


para mim. Elas precisam de você mais do que eu.

— Essa porra é uma merda. — Eu dei um beijo em seu


rosto. — Aqui. — Eu lhe entreguei o meu telefone celular. —
Ligue para o celular de Lana se você precisar de alguma coisa.

Quando voltei para o quarto de Layla, os gêmeos tinham


desaparecido, tendo sido levados de volta para o berçário para
passarem a noite. Shane estava sentado na beira da cama,
segurando a mão de Layla enquanto o meu anjo acariciava o

281
cabelo dela. Layla parecia que estava em estado de choque, o
rosto pálido, os olhos vagos. Suas lágrimas haviam secado,
mas as trilhas em seu rosto ainda permaneciam.

Coloquei Mia em seus pés e cruzei para abraçar o anjo,


que não parecia muito melhor do que sua irmã. Sua mão livre
deu a volta na minha cintura e ela colocou a cabeça no meu
peito. Durante muito tempo ninguém falou. Nem mesmo Mia
que subiu em uma cadeira perto da janela e só ficou olhando
todos os adultos em volta.

Foi Harper que finalmente quebrou o silêncio tenso


quando seu celular tocou e ela murmurou uma maldição
quando viu a mensagem que tinha recebido. — É Rex. Ele diz
que os tabloides ficaram sabendo de tudo. Algum policial
novato falou, à procura de algum dinheiro rápido. Eles sabem
que o Alerta Amber é para Lucy.

— Em já tinha pediu para Seller reforçar a segurança hoje


cedo. — disse Shane, sua voz calma enquanto ele continuou a
segurar a mão de Layla. — Eles não serão capazes de entrar
aqui.

Eu senti o Anjo tremer e a coloquei em uma cadeira ao


lado de Mia. Ela parecia perdida. Seu rosto estava pálido. Seus
olhos vermelhos e inchados. — Durma, Anjo.

— Layla precisa de mim. — ela protestou.

282
Eu a beijei para acalmá-la. — Eu vou cuidar dela. —
Outro beijo rápido e me mexi para me sentar na beira da cama.

— Ela provavelmente está com medo agora. — sussurrou


Layla, com um soluço em sua voz. — Eu a quero aqui comigo.
Eu quero abraçá-la e lhe dizer que vai ficar tudo bem.

— Você vai tê-la até o final da noite. — eu prometi a ela.


— Lucy é forte. Admirável. Atrevida como você e o Anjo. Ela vai
ficar bem, querida.

— E se ele a machucar? — Ela cobriu o rosto e os ombros


dela começaram a tremer. — Oh Deus, e se ele a machucar?

— Então Jesse vai moê-lo até que vire pó. — Lana


explodiu. — Ele vai matar o filho da puta e queimar o corpo
dele. — Ao lado dela, Mia deu um suspiro angustiado, sem
estar acostumada a ver sua tia Lana assim. O Anjo respirou
calmamente e estendeu a mão para a menina. — Desculpe,
querida. — ela sussurrou contra o cabelo de Mia enquanto
beijava o topo de sua cabeça. — Eu sinto muito.

— Eu não gosto desta noite. — Mia informou a sua tia.

— Nós duas, meu amor. — Harper assegurou. — Esta


noite está uma grande merda.

Eu tive que concordar com elas. Era horrível. E tudo o


que podíamos fazer era sentar e esperar.

283
Capítulo 22
Lucy
Então, este era o meu verdadeiro pai? O homem que
ajudou Lydia Daniels a me dar a vida.

Ele era meio feio e de repente eu estava muito feliz que eu


parecia mais com a mulher que me trouxe para o mundo do
que esse homem nojento. Eu não a chamava de mãe. Eu
realmente nunca tinha chamado àquela mulher de mãe. Desde
que eu posso me lembrar, tinha sido Lana quem tinha tomado
conta de mim até que Lydia tivesse morrido e nós tínhamos ido
morar com Layla. Foi então que eu realmente entendi o que era
uma mãe. Layla era tudo o que uma garota poderia querer em
uma mãe. E este homem? Ele era tudo o que os pesadelos eram
feitos. Seus dentes eram amarelos, com os olhos de aparência
vítrea. Ele era um pouco magro, ósseo na verdade. As
tatuagens que cobriam seus braços não faziam muito sentido
para mim. Seu cabelo estava sujo e cheirava desagradável,
como se ele não tomasse um banho há um tempo.

Vince Grady era mau também. De verdade. Ele tinha


machucado Emmie. A fez sangrar e depois só a deixou na beira

284
da estrada. Quando eu tinha corrido, fazendo-o me perseguir,
ele não tinha gostado muito disso. Como punição ele me bateu
cinco vezes no rosto. Agora o meu rosto estava inchado e doía
tanto que eu não pude deixar de chorar. Eu tinha o gosto
persistente de sangue na minha língua, onde meu lábio tinha
cortado com sua primeira bofetada.

Agora ele estava andando para lá e para cá, como Shane


fazia às vezes quando estava preocupado. Vince estava falando
consigo mesmo, e arranhava seus braços. Notei que ele tinha
algumas feridas nos braços e de vez em quando ele tirava uma
crosta de um deles, fazendo com que o sangue escorresse para
baixo do braço. Eca.

Havia ruídos vindos do quarto ao lado que estavam me


assustando, e eu continuava ouvindo sirenes ao longe. Esta
não era uma boa parte da cidade. Ele não se preocupou em
cobrir meus olhos enquanto me levava pela cidade com as
mãos amarradas e as pernas coladas para que eu não pudesse
fugir novamente. Então eu sabia que essa parte da cidade era
o que algumas das crianças mais velhas na minha escola
chamariam de gueto.

Eu não tinha certeza de quanto tempo tinha estado neste


antigo quarto fedorento de motel, mas as minhas pernas
tinham adormecido há um tempo e eu estava com muita
vontade de usar o banheiro. Eu estava com medo de dizer isso
ele, no entanto. Assustada que ele teria que assistir enquanto
eu fazia xixi. Eu não queria que ele me visse assim.

285
Do meu bolso de trás meu celular vibrou e não pela
primeira vez. Vince, aparentemente perdido em seu próprio
mundo enquanto continuava a andar, murmurar e arranhar
seus braços sangrentos, não notou o ruído. Eu sabia que tinha
que ser Harris e fechei os olhos, enquanto fazia uma pequena
oração para que eu visse o meu melhor amigo novamente. Ele
provavelmente estava com raiva de mim agora. Eu tinha
prometido ir com ele pedir doces ou travessuras esta noite e
ele, sem dúvida, pensou que eu tinha furado com ele. Parte de
mim queria que ele estivesse aqui comigo agora. Ele era mais
corajoso do que eu, e ele não deixaria este homem fazer nada
para me machucar. Outra parte, uma parte maior, estava
contente que ele estava em casa com seu pai. Seguro do
monstro com quem eu compartilhava o DNA.

A vibração parou e eu fechei meus olhos. Eu estava


cansada e meu rosto estava doendo muito. Eu queria ir para
casa, queria ver Layla e os gêmeos... Queria que meu pai me
segurasse e me mantivesse segura.

Lágrimas que não tinham nada a ver com a dor que eu


sentia vazaram pelo canto dos meus olhos. Vince Grady
poderia ser o meu pai biológico, mas Jesse Thornton era o meu
pai de verdade. Completamente. Totalmente. Um milhão por
cento. Ele me amava. Nunca me machucaria como este homem
bruto e mal tinha me machucado. Eu rezei para que eu
pudesse vê-lo novamente. Para abraçá-lo e lhe dizer o quanto
eu o amava...

286
Eu devo ter cochilado porque a próxima coisa que eu
sabia era que Vince estava me sacudindo. Abri os olhos, ou
pelo menos tentei. Meu olho esquerdo estava completamente
inchado de onde ele tinha me batido mais cedo e o meu direito
estava pesado e dolorido. — Hora de ir.

Sua respiração tão perto do meu rosto me fez engasgar e


eu tentei virar a cabeça para fugir do mau cheiro antes que eu
vomitasse em cima dele. Eca. Como alguém podia cheirar tão
mal? Como lixo de semanas que havia ficado no sol. Cheirava
azedo, sujo e vil.

Vince me levantou e me jogou rudemente por cima do


ombro, machucando meu estômago com o ombro ósseo. Eu
esperava que ele não me deixasse cair, porque ele não parecia
forte como o meu pai ou Drake, Shane, e Nik. Eu tinha certeza
de que até Axton era mais forte do que esse cara. Ele me
carregou como um saco de batatas para fora do quarto e notei
que estava escuro lá fora. Ainda estava claro quando ele me
trouxe aqui. Eu me perguntei que horas eram e onde ele estava
me levando.

Eu tinha ouvido a parte dela da conversa, quando ele


tinha falado com meu pai no telefone mais cedo. Ele ia me
trocar por um monte de dinheiro esta noite. O dinheiro que
meu pai iria pagar porque me amava. Eu só esperava que papai
não se machucasse.

287
Quando chegamos ao carro velho batido que Vince tinha
usado para bater na SUV de Emmie, ele me jogou na parte de
trás em vez de me colocar no banco da frente como ele tinha
feito antes. Meu cotovelo bateu em algo metálico e eu gemi de
dor. Ele entrou e ligou a caminhonete. A descarga explodiu
duas vezes, me fazendo saltar e choramingar de novo, mas
então ele estava dando ré e as rodas estavam guinchando
quando ele entrou no transito.

Ele não dirigiu muito antes de parar e apenas ficou


estacionado por um tempo. Estava escuro aqui fora. Sem luzes
de edifícios. Sem estrelas ou até mesmo uma lua. Estava tão
escuro que no começo eu pensei que estava ficando cega ou
que meu olho direito tinha se fechado também.

As súbitas luzes de um veículo que se aproximava me


asseguraram que eu ainda podia ver com meu olho direito.
Vince saiu de seu carro e deve ter deixado a porta aberta,
porque não a ouvi fechar. Depois de apenas um momento eu
ouvi duas portas abrirem e meu coração parou.

O meu pai estava aqui para me pegar? Ou era outra


pessoa?

Quando ouvi uma voz profunda e com raiva, eu respirei


um suspiro de alívio. — Papai. — eu sussurrei, então me
esforcei para ouvir o que ele estava dizendo.

— Onde ela está? — Ele exigiu e parecia um animal


rosnando.

288
— Na parte de trás da caminhonete. Você trouxe o meu
dinheiro? — Vince parecia ansioso. Eu me perguntei se ele
tinha perdido um pouco de sua temeridade em frente à grande
besta que era o meu pai. Não são muitas as pessoas,
assustadoras ou não, que podiam ver meu pai e não se deixar
intimidar.

— Bem aqui, Grady. Assim que você me der a minha


menina e assinar estes documentos você pode ter o dinheiro.
— Meu pai disse a ele, ainda parecendo irritado.

— Documentos? Eu não me lembro de concordar em


assinar nenhum documento.

— Bem aqui... Assine-os e pegue o seu dinheiro. — Era


uma voz diferente desta vez. Nik! Eu queria gritar, perguntar
se Emmie estava bem, mas eu estava com muito medo de falar.
E se Vince me ouvisse e mudasse de ideia? Eu não ia fazer
nada para impedir que o meu pai me levasse para longe deste
monstro.

Houve uma pausa e, em seguida, Vince começou a gritar


palavrões para o meu pai e Nik. — Tudo bem. — ele gritou.

— Agora me dê Lucy. — pai mandou.

— Na caminhonete. — disse Vince, mas ele deve ter


pegado o dinheiro, porque ele parecia calmo novamente.

— Lucy. — Sua voz estava mais perto e eu finalmente


deixei escapar um soluço de mim.

289
— Papai! — Eu tentei rolar, mas não conseguia me mover.
— Papai!

— Lucy... Deuses. — A porta traseira abriu e então ele


estava me levantando em seus braços. Suas mãos deslizavam
sobre mim da cabeça aos pés, me olhando de novo. Ele não
podia ver meu rosto claramente apenas com as luzes do veículo
como sua única fonte de luz. Tentei não choramingar quando
ele tocou meu rosto machucado, mas foi angustiante ter suas
grandes mãos ásperas tocando meu olho e minha bochecha.

— Oh, baby. Papai está aqui. — Ele beijou o topo da


minha cabeça e me levou para o veículo de onde ele tinha
saído. Quanto mais perto ele chegou do veículo, mais luz havia
e quando ele olhou para mim, vendo meu rosto ensanguentado
e inchado, senti uma mudança nele.

— Porra... — ele respirou, seus olhos negros como a noite


que nos rodeava. — Nik... — Ele estava tremendo e havia uma
expressão no rosto que teria me apavorado, se eu não soubesse
o quanto ele me amava.

Eu senti outro par de mãos em meus braços ainda


amarrados. — Deixe-a comigo, mano. — Nik me levantou em
seus braços e me levou para o que percebi que era o Tahoe de
Layla. Ele não disse uma palavra quando ele me colocou na
segunda fila de bancos e usou uma faca para desatar as
minhas mãos antes de cortar a fita adesiva em volta dos meus
tornozelos.

290
— Filho da puta! — Eu ouvi meu pai rugir, seguido pelo
som de gemidos. Fechei os olhos, sabendo que Jesse Thornton
estava rasgando Vince Grady em pedaços.

Os sons de carne batendo em carne, gemidos e maldições


encheram meus ouvidos e eu os cobri com minhas mãos agora
livres. Eu nunca tinha ficado com medo do escuro antes, mas
de repente, parecia que ela estava se aproximando de mim. Eu
não conseguia respirar, não conseguia pensar.

— Respire fundo, Lucy. — A grande mão de Nik esfregava


círculos nas minhas costas. — Está tudo bem, querida. Você
está bem.

— Faça isso parar. — eu implorei. — Por favor, Nik. Por


favor, faça isso parar.

Seus olhos azuis estavam nebulosos sobre a pouca


iluminação de teto no Tahoe. Eu sabia que naquele momento
ele não queria evitar que o meu pai batesse no homem até à
morte. Parte de mim também não, e isso só me deixou pior do
estômago. — Coloque o cinto de segurança, querida. — Ele se
inclinou e beijou minha têmpora direita, tomando cuidado
para não tocar em qualquer parte do meu rosto que estava
latejando. Uma tarefa difícil, já que todo o meu rosto estava
doendo.

Nik recuou e fechou a porta do Tahoe. Eu não me movi,


mas mantive meus olhos em Nik enquanto ele caminhava em
direção à frente da SUV e puxava meu pai para longe de Vince.

291
Meu pai disse algo que eu não podia ouvir, porque era
praticamente a prova de som aqui. Nik não parecia com medo
do meu pai assim e apontou para mim enquanto ele disse algo
de volta. Diante dos meus olhos eu vi outra mudança em meu
pai. Seus ombros pareciam se inclinar e sua cabeça curvou.

Papai ficou assim por um minuto, e em seguida assentiu.


Ele não olhou para trás enquanto caminhava em minha
direção. Nik ficou ali por um longo momento de costas para
mim, mas seus ombros me disseram que ele estava em um
lugar ruim. Precisava de muito para deixá-lo tão louco como
ele estava naquele momento. Ele era calmo na maior parte do
tempo. O único que eu esperava ter calma em qualquer
situação.

A porta de trás do Tahoe abriu apenas quando Nik


levantou o pé e pisou. Eu ouvi algo moer e Nik bateu o pé de
novo e de novo. Eu quase engasguei com o som que vinha de
Vince. Estava cheio de dor e algo mais que eu reconheci só
porque estava sentindo a mesma sensação por horas. Medo.

Então, como se ele não tivesse acabado de deixar um


homem quebrado e sangrando, Nik se virou e entrou para trás
do volante, enquanto meu pai subia ao meu lado. Tão logo a
porta se fechou atrás de mim eu estava subindo em seu colo,
e minhas lágrimas não paravam de cair.

Do banco da frente, ouvi Nik conversando com alguém.


— Nós a pegamos... Você pode nos encontrar no Pronto

292
Socorro? Ela vai precisar de um médico... Eu sei cara. Eu sei.
Apenas... Layla não pode sair da cama, porra! Você não a deixe
sozinha... Merda! Okay. Okay. Vejo você em cerca de vinte
minutos. — Ele não disse uma palavra enquanto dirigia pela
noite escura.

Papai parecia com medo de me tocar demais. Com medo


de me machucar. Ele apenas me manteve em seu colo,
beijando o topo da minha cabeça a cada poucos minutos, me
deixando chorar por tudo. Eu não tinha certeza se eu seria
capaz de chorar por tudo isso. Meu corpo provavelmente
murcharia por falta de água antes que eu parasse de chorar.

Naquela manhã, eu estava tão feliz. Layla e meus irmãos


estavam indo bem. Eu até estava indo ver e segurar os bebês
antes de eu sair com o meu melhor amigo naquela noite.
Agora... Eu não me sentia feliz. Eu não sentia muita coisa,
exceto essa necessidade de me agarrar ao meu pai. Eu ainda
estava com medo, mesmo ele sendo o único que me fazia me
sentir segura. Eu ainda estava mal do estômago, a memória do
cheiro de Vince só me fazia engasgar. Eu queria que isso fosse
apenas um sonho, para acordar a qualquer momento com
apenas uma memória sumindo desta noite horrível. Mas a dor
no meu rosto me dizia que não era.

Nik tinha parado duas vezes para que eu pudesse


vomitar. Ele simplesmente parou no meio da rua e meu pai me
ajudou para que eu pudesse vomitar. As pessoas buzinavam e
nos amaldiçoavam, mas eu mal ouvia. Vômito só deixou a

293
minha dor duas vezes pior. No momento em que cheguei ao
hospital, eu estava tonta e ainda enjoada.

Shane estava de pé na entrada no hospital com dois


homens gigantescos de ternos. Do canto do meu olho bom eu
podia ver vans e câmeras piscando em frente ao
estacionamento. A imprensa, mais uma vez. Eu odiava a
imprensa. Tudo o que faziam era tirar fotos de mim e da minha
família e tudo o que queríamos era paz. Antes da porta se abrir,
papai puxou um cobertor e me cobriu da cabeça aos pés. Ele
não queria que os fotógrafos tivessem uma foto de mim assim,
e nem eu queria.

Eu senti meu pai sair do Tahoe comigo ainda escondida


perto do seu corpo, então ele estava andando tão rápido que
ele estava praticamente correndo. Ouvi Shane sussurrar
alguma coisa, meu pai amaldiçoou e então houve todo um
grupo de vozes que eu não reconheci. Alguém disse a meu pai
para me colocar para baixo para que eles pudessem me
examinar. Ele latiu para eles saírem do seu caminho.

— Se mexe ou eu vou mexê-la. — ele disse à mulher que


lhe tinha dito para me colocar para baixo.

— Senhor, temos de cuidar da criança. — uma voz


masculina falou e eu me esforcei para descobrir a minha
cabeça para que eu pudesse ver quem estava falando.

Eu me mexi, precisando descer. — Papai, eu tenho que


usar o banheiro.

294
Eu fui imediatamente colocada em pé e o cobertor foi
retirado de mim, um coro de suspiros me cumprimentou
quando viram meu rosto pela primeira vez. — Você vai vomitar
de novo?

Eu só balancei a cabeça e fiquei aliviada ao encontrar um


sinal para um banheiro no final do corredor que estávamos.
Eu tinha tanto que fazer xixi, que era incrível que eu ainda não
tivesse feito em minhas calças. Eu tranquei a porta atrás de
mim e corri para o banheiro, já puxando meu velho vestido,
sem me importar se eu o tinha rasgado ou não. Tinha sido
estúpido ir como uma versão zumbi de Jane Austen de
qualquer maneira.

Quando acabei um minuto inteiro mais tarde, eu dei


descarga e fui até a pia para lavar as mãos. Foi quando eu
finalmente dei uma olhada no meu rosto. Eu congelei com a
imagem me encarando de volta. Eu tinha chorado a maior
parte da maquiagem verde e preto que eu tinha usado para a
minha fantasia, mas eu ainda parecia algo que percorreria as
ruas no Halloween. Meu olho esquerdo era um arco-íris de
cores: preto, azul, roxo e todos os tipos de tons entre eles.
Estava inchado, fazendo meu rosto parecer quase deformado.
Meus lábios superior e inferior estavam partidos, e mesmo que
parecesse que tinha começado a cicatrizar ele ainda estava
sangrando um pouco. Havia uma contusão em forma de mão
em ambas as faces. Quando toquei meus dedos nelas, eu

295
estremeci, pois fez com que a pulsação começasse tudo de
novo.

— Lucy? — Eu ouvi a voz do meu pai do outro lado da


porta. — Você está bem?

— Fique bem aí. — Eu disse antes de lavar as mãos e


pegar algumas toalhas de papel para secá-las.

Abrindo a porta encontrei meu pai, Shane, e Nik lá de pé,


enquanto um homem de jaleco de médico e duas enfermeiras
estavam atrás deles. — Eu só quero ir para casa. — disse ao
papai.

Ele fez uma careta. — Eu sei querida. Mas você precisa


de um raio-X, pelo menos. — Ele pegou minha mão e deu um
aperto tranquilizador. — Não se preocupe. Eu não vou a lugar
nenhum, certo? Eu estarei bem aqui com você o tempo todo.

296
Capítulo 23
Layla
Se eu tivesse que esperar mais um minuto eu estaria
subindo as malditas paredes.

Era depois da meia-noite e eu sabia que Jesse estava lá


embaixo com Lucy agora. Shane havia corrido para fora cerca
de dez minutos atrás, me impedindo de fazer mais perguntas.
Se ele achava que ia me impedir de fazer perguntas ou de ver
o meu bebê, ele estava louco. Eu já disse a pequena enfermeira
alegre que eu precisava de uma cadeira de rodas. Eu não
deveria estar em pé ainda, mas isso não queria dizer que isso
iria me impedir de ir para o andar de baixo ver a minha filha.

Drake estava junto à porta, obviamente montando


guarda. Ele não queria que eu saísse da cama, mas se ele se
atrevesse a me parar eu teria certeza de que ele e Lana só
teriam um filho. Eu poderia estar machucada na área da
cesariana, mas isso não me impediria de dar joelhadas em
suas bolas.

297
Lana já estava me ajudando a calçar os sapatos - um par
de chinelos que eu tinha embalado na minha mala semanas
atrás. Eu comecei a embalar no segundo que eu tinha batido
a marca de seis meses, querendo ter certeza de que estávamos
prontos para qualquer coisa. Harper segurou meu robe
aguardando a enfermeira para que elas pudessem me ajudar a
levantar e ela pudesse colocá-lo em mim. Nenhuma das
mulheres tinha tentado me convencer a não descer. Elas
entendiam a minha necessidade de chegar até Lucy.

A porta se abriu, batendo na cabeça de Drake. Ele deu


um passo para frente, esfregando o local em seu crânio,
enquanto a enfermeira transportava a cadeira. — Aqui vamos
nós, Sra. Thornton. — Meu sorriso se foi, tinha ido desde que
tinham dito que minha filha estava no térreo e que precisava
de mim. Eu posso não gostar muito da enfermeira, mas ela não
tinha protestado quando eu disse a ela que queria descer para
estar com Lucy.

Drake xingou em voz baixa, enquanto a enfermeira e


Harper me assistiam na cadeira. Não vou mentir, isso doeu
como o inferno, mas eu segurei enquanto me acomodava na
cadeira de rodas e cobria meu colo com um cobertor dobrado.
— Isso não é inteligente.

— Saia do caminho, Drake. — Lana estalou. — Você está


perdendo tempo aqui.

298
— Anjo... — Quando ela apenas ficou ao meu lado
olhando para ele, ele suspirou e abriu a porta para nós. Harper
me empurrou em direção aos elevadores. — Jesse não quer
incomodá-la, Layla. Você deve voltar para a cama e esperar ele
trazer Lucy para cá.

— Eu não vou esperar nem mais um minuto. Mesmo que


ela não precise de mim, eu preciso vê-la. — Para me certificar
que ela estava bem, que ela realmente estava com Jesse e não
estava mais presa no pesadelo que esta noite tinha acabado
sendo.

O elevador abriu e Harper me empurrou para dentro,


enquanto Lana e Drake entraram atrás de nós. Precisou de três
minutos para chegarmos ao andar de baixo e até o pronto-
socorro. Não paramos para perguntar onde Lucy estava. Não
havia nenhuma razão para isso. Os dois homens enormes do
lado de fora de uma sala de exames particular era como um
sinal de néon nos dizendo exatamente onde ela estava.

Reconhecendo-nos, o segurança à direita abriu a porta e


Harper me empurrou para a sala. Estava lotado lá dentro e eu
não vi Lucy imediatamente. Shane e Nik estavam parados em
ambas as extremidades da cama, enquanto duas enfermeiras
corriam ao redor da sala fazendo sabe-se lá o que. Um médico
estava de pé ao lado de Jesse, cujo rosto era uma nuvem de
tempestade escura de emoções enquanto ouvia a tudo o que o
médico estava dizendo, mas seus olhos estavam apenas em
Lucy, que estava deitada na cama.

299
— Eu não posso determinar se seu rosto está quebrado
até chegarem os raio-x, mas o lábio vai precisar de um ou dois
pontos. — o médico estava dizendo. — Mas o que me preocupa
mais é o inchaço ao redor dos olhos. Acho que devemos fazer
uma ressonância magnética para nos certificar de que está
tudo bem.

Eu engasguei com o que o médico estava dizendo, fazendo


a cabeça de Jesse virar. Seus olhos escureceram ainda mais
quando ele me viu, mas eu poderia dizer que era com
preocupação e não com raiva. Ele deu três grandes passos e,
em seguida, estava agachado na minha frente. — Ela vai ficar
bem... Só não a perturbe quando você vê-la.

Eu pisquei as lágrimas e assenti. Quando ele se


endireitou e se afastou, meus olhos foram direto para a cama
para encontrar Lucy olhando para mim. Minhas mãos
cobriram minha boca enquanto eu tentava abafar o grito de
angústia que me escapou. Seu rosto era um grande hematoma.
Olhos, lábios, bochechas. Ela nem sequer se parecia com Lucy
agora.

Tremendo, peguei a mão de Jesse e o puxei para baixo


novamente. Quando meu olhar encontrou o dele, meus olhos
estavam molhados, mas duros. — Você matou aquele filho da
puta? — Eu sussurrei.

Um pequeno sorriso levantou em um canto dos lábios. —


Tão bom quanto.

300
— Bom.

— Mamãe... — Com aquela única palavra eu empurrei


Jesse para o lado e Harper me levou para a cama antes que eu
realmente me levantasse para chegar até ela. Lucy raramente
me chamava de mãe. Isso escapava de vez em quando e eu
estava bem com isso. Eu era sua irmã tanto quanto sua mãe
adotiva. Eu não ia pressioná-la a fazer algo que não parecesse
natural para ela. Mas quando ela me chamou de mãe, algo
derreteu dentro de mim.

Assim que eu pude alcançá-la, eu peguei a mão dela e a


trouxe para os meus lábios. — Oh, bebê. Meu bebê doce. Como
você está se sentindo?

Seu olho direito, o único que poderia abrir, piscou


algumas vezes. — É assim que se sente estar drogada? Eu acho
que eu não gosto. O que eu posso ver do mundo está girando
e isso está me deixando enjoada.

Eu fiz uma careta e olhei para o médico, que sorriu e


balançou a cabeça. — Só um pouco de morfina para ajudar
com a dor, Sra. Thornton. Ela estava se sentindo muito mal.
Nós podemos lhe dar algo para a náusea.

— Então faça isso. — eu disse a ele antes de virar a minha


atenção de volta em Lucy. Seu cabelo estava uma bagunça e
havia maquiagem de Halloween manchada em seu rosto. —
Estou tão feliz de ver você, bebê.

301
— A tia Emmie está bem? — Lucy olhou ao redor, parando
quando ela viu Nik. — Ela vai ficar bem?

— Ela está bem, Lucy. Ela está lá em cima no quarto e


você pode vê-la na parte da manhã, se você quiser. — Nik lhe
assegurou com um sorriso terno. — Mia está dormindo na
cama com ela agora.

— É minha culpa que ela se machucou. — Lucy


sussurrou. — Ela me disse para correr e eu não corri. Eu não
podia fugir e deixá-la lá...

— Oh, querida. — Eu balancei minha cabeça, sem querer


que ela se culpasse por algo que ela não poderia ter controlado.
— Isso não é culpa sua, e Emmie faria qualquer coisa para
protegê-la. Ela te ama tanto quanto eu. Não se culpe por nada
disso.

— Mas...

— A mamãe está certa, Lu. — Jesse disse a ela enquanto


ele parava ao meu lado e se inclinava para beijar o topo da
cabeça de Lucy. — Agora feche os olhos e descanse. Tem sido
uma longa noite e você está exausta.

Quer fosse o medicamento ou se ela realmente estava


completamente esgotada, Lucy não tentou protestar e fechou
seus olhos. Momentos depois sua respiração igualou e ela
estava dormindo.

302
Nik
Deixei o PS depois que o médico tinha voltado para nos
dizer que Lucy estava bem. Sem ossos quebrados no rosto dela.
A contusão a manteria com uma sinfonia de cores pelas
próximas semanas e ela tinha que levar um ponto em seu lábio
superior e um na sua parte inferior. Fora isso ela estava bem
e pronta para ir para casa. Layla fez Jesse levá-la para casa, e
pediu a Shane e Harper levá-los enquanto Lana e Drake
ajudavam Layla a voltar para o seu quarto.

Agora, como eu estava fora do quarto particular de


Emmie no mesmo andar que Layla, fiz uma pausa. Eu não
poderia ir lá ainda. Não com Mia dormindo com sua mãe e eu
ainda tremendo com a raiva que permaneceu mesmo depois
que eu tinha esmagado o rosto de Vince Grady em uma
confusão irreconhecível. Minha alma não tinha ficado
satisfeita com a pilha sangrenta que Jesse havia deixado no
homem. Eu precisava adicionar dano para vingar a minha
mulher. Eu queria voltar e fazer tudo de novo. Bater minha
bota em seu rosto, seu peito, sua virilha. Rachando,
quebrando, estilhaçando seus ossos.

— Você está bem, Sr. Armstrong?

Minha cabeça se levantou para encontrar os dois


seguranças de pé em cada lado da porta do quarto do hospital,
olhando para mim com preocupação. Eu estava tão perdido em

303
pensamentos que não tinha notado eles, o que era quase
impossível pelo tamanho dos dois. Balançando a cabeça para
limpá-la das imagens que ainda estavam piscando na minha
cabeça, eu dei de ombros. — Tem sido uma longa noite, cara.

O segurança que tinha falado comigo assentiu. Toda a


equipe sabia mais do que tinha acontecido esta noite.
Segurança extra foi adicionada ao andar da maternidade, logo
que Emmie tinha sido colocada em seu quarto. —
Compreensível, senhor. Você deve entrar. A enfermeira estava
lá e disse que o ultrassom será feito em apenas alguns
minutos.

Isso me fez empurrar todo o resto para mais fundo em


minha mente, sem me importar de ver a criança que eu tinha
criado com Emmie. Eu abri a porta e dei dois passos para
dentro só para parar com a visão diante de mim.

Emmie, de olhos fechados, com os cabelos espalhados


sobre um travesseiro que era tão plano quanto a cama que
estava ocupando. Mia estava dormindo e roncando enquanto
ela estava deitada em toda a sua mãe em uma posição que só
minha filha poderia aperfeiçoar: seu corpinho de barriga para
baixo, com a cabeça enterrada no peito de sua mãe, um braço
em volta do pescoço de Emmie, e a outra segurando o cobertor
que foi colocado volta dela.

A visão do rosto de Emmie fez meu estômago agitar. Ele


estava preto, azul e roxo. O corte em sua cabeça estava

304
enfaixado, mas eu ainda conseguia me lembrar do quão ruim
essa ferida tinha sido, como ela tinha começado a sangrar
imediatamente cada vez que ela se movia para o lado errado.
Vê-la assim me fez querer encontrar Grady e terminar o
trabalho. Esse filho da puta não merecia viver. Não merecia
respirar quando ele tinha sido o motivo de minha esposa ter
ficado ferida e deitada em uma cama de hospital com o medo
de um aborto rondando as nossas cabeças.

Sentindo que eu estava perto, os olhos de Emmie se


abriram. Quando ela me viu parado na porta ela levantou a
mão, em silêncio, pedindo para que eu me aproximasse.
Atravessei o espaço que nos dividia em menos de um segundo
e segurei a mão dela. Me inclinei e beijei a palma de sua mão.
— Como está se sentindo? — Eu perguntei o mais
silenciosamente possível. — Você está sentindo dor?

— Pare de se preocupar. — ela murmurou com um


sorriso. — Eu estou bem. O bebê está bem. Eles ouviram a
pulsação pouco tempo atrás e ele estava forte. O técnico estará
aqui em breve, para que possamos ter certeza de que está tudo
bem... Como está Lucy?

— Nada quebrado. Dois pontos. Seu olho é o pior, no


entanto. Vai ficar inchado por alguns dias, pelo menos. — Eu
cuidadosamente me sentei na beirada da cama, mantendo a
mão dela. — Jesse a levou para casa.

305
— Uma boa noite de sono vai ajudar a todos nós. — Ela
bocejou e de repente senti meus ossos cansados. Não tinha
como eu ir para casa hoje à noite, no entanto. Eu acamparia
em uma das cadeiras ao lado da cama e Mia poderia dormir
com Em. Eu escalaria as paredes em casa a noite toda. — Você
estava certo...

Pisquei, porque eu tinha certeza de que tinha ouvido


errado. De jeito nenhum que ela tinha acabado de dizer que eu
estava certo. Certo? — Claro que eu estava... Sobre o que eu
estava certo, de novo?

Um bufo suave escapou dela. — Sobre o lance das


assistentes. Mas eu não quero que Natalie as encontre para
mim. Eu mesma vou encontrá-las. Eu estava pensando em
transformar a casa de hóspedes no meu escritório. É do
tamanho certo para mais alguns funcionários. Dessa forma,
não teremos tantas pessoas na casa em volta das crianças. E...
Eu quero contratar uma babá. Alguém com um fundo de
educação infantil. Eu sei que nós já discutimos isso, mas eu
realmente não estava cem por cento a bordo até agora.

Eu sorri, porque eu sabia de tudo isso. Ela havia


concordado muito rapidamente quando eu lhe disse que era o
que eu queria que ela fizesse. Eu estava feliz que ela finalmente
tinha visto as coisas claramente. Emmie estava na mesma
escala que a Mulher Maravilha, ela era tão poderosa. Mas
mesmo a Mulher Maravilha não conseguia salvar o mundo
inteiro por conta própria. Ela precisava do Super Homem e do

306
Batman de vez em quando. — Estou feliz. Você tem que comer
e dormir em algum momento, querida. Com a ajuda adicional
para o trabalho e as crianças você vai conseguir fazer mais, ir
mais longe com tudo isso.

Quando tínhamos demitido Rich Branson como o nosso


gerente, virando tudo para Emmie — algo que ela estava
fazendo de qualquer maneira — eu realmente não tinha
pensado em todo o trabalho extra que ela teria que fazer. Ela
nunca reclamou e sempre parecia dar conta de tudo. E mesmo
agora, que ela estava com a OtherWorld adicionada à mistura.
Mas com as negociações de suas adesões a algumas outras
bandas que conhecíamos — bandas que matariam para ter
Emmie os representando por ver o quão ótima ela era com a
gente — eu sabia que ela ia extrapolar a si mesma. Nenhuma
pessoa poderia lidar com tudo isso com apenas uma
assistente, que morava do outro lado do país.

Passaram mais dez minutos antes que o técnico


aparecesse. Eu cuidadosamente levantei Mia em meus braços
para que o cara pudesse fazer o seu trabalho. Ele colocou a
varinha dentro de Emmie e momentos depois a sala estava
cheia com o som da batida do coração do nosso filho. Meus
braços se apertaram em torno de Mia, me lembrando da
primeira vez que ouvi seu coração bater e a vi em uma tela
exatamente como eu estava fazendo agora.

O técnico começou a fazer perguntas para Emmie e


confirmando alguns números enquanto ele tomava medidas.

307
— Tudo bem, Sra. Armstrong. — disse o homem baixo depois
de mais alguns minutos, enquanto eu só ficava olhando com
admiração para a tela da máquina de ultrassom. — Parece que
você está com apenas um pouco mais de oito semanas de
gravidez. Por todas as medidas a data esperada será 18 de
junho. — Ele sorriu enquanto tirava algumas fotos livres da
máquina e as entregava. — Parabéns pela adição à sua família.

Forcei meu olhar para longe da tela que agora estava


vazia e olhei para Emmie. Seus olhos estavam brilhantes, mas
ela não tinha deixado às lágrimas transbordarem ainda. —
Então, ele está bem? Está tudo bem?

Ele acenou com a cabeça. — Parece bem. Sua queda mais


cedo não afetou o bebê de jeito nenhum. — Ficando de pé, o
homem acenou para mim e eu lhe dei um sorriso tenso antes
dele empurrar a máquina para fora da porta. — Boa noite.

A porta se fechou atrás do técnico e eu coloquei Mia para


baixo em uma posição mais confortável ao lado de Emmie
antes de fazer o que eu estava louco para fazer desde que eu
tinha ouvido o batimento cardíaco do bebê. Beijei-a, devorando
seus lábios enquanto ela se agarrava a mim. Esta noite tinha
sido um inferno, um maldito inferno absoluto. Mas no final —
Lucy voltando, descobrir que o nosso filho ainda estava
crescendo com segurança na barriga de Em — tudo isso foi o
final pelo qual eu tinha orado.

308
Capítulo 24
Lana
O telefone estava tocando e eu estava cansada demais
para me importar. O telefone sem fio estava na mesa de
cabeceira ao lado da cama, mas eu não tinha energia para rolar
e atendê-lo. As últimas semanas tinham finalmente me pegado
e eu estava andando como um zumbi a partir do momento em
que havia pousado em Nova York há três dias.

Drake e eu tínhamos ficado na Califórnia por mais duas


semanas antes de finalmente voar para casa e só porque me
disseram que eu não seria capaz de voar se eu esperasse muito
mais tempo. Meu médico disse que eu não poderia viajar de
avião nas últimas seis semanas da minha gravidez. Então, eu
tive que deixá-los ou teria que esperar até que o bebê nascesse,
porque não tinha como eu dirigir de Califórnia para Nova York,
quando eu tinha de fazer xixi a cada vinte minutos. Eu levaria
duas semanas para chegar em casa nessa velocidade.

309
Pelo menos Layla estava em casa agora, então eu não
tinha que me preocupar tanto com ela. O rosto de Lucy estava
começando a ficar mais bonito também. Seu olho esquerdo
tinha perdido todo o inchaço, mas ainda era uma mistura de
preto e azul vibrante. Jesse tinha me dito que ela estava tendo
pesadelos e quase todas as noites ele se arrastava para a cama
com ela, para que ambos realmente pudessem dormir um
pouco. Eram os gêmeos que eu não queria deixar. Meus
sobrinhos ainda estavam no hospital. Suas apneias do sono
ainda estavam acontecendo à noite e eles não seriam liberados
a menos que tivessem três noites consecutivas sem isso. O
médico tinha assegurado Layla que por causa de seus
nascimentos prematuros, os gêmeos não estavam suscetíveis
a voltarem para casa até mais perto de sua data de nascimento
original.

Eu odiava ter deixado Layla quando ela estava tão


devastada por não conseguir levar seus bebês para casa. Ela
tinha estado um desastre emocional no último par de
semanas. Sua Obstetra/Ginecologista estava preocupada com
todo o choro que ela teve, seu único sinal do pós-parto.
Considerando tudo no que ela tinha sido colocada
emocionalmente desde o casamento de Shane, eu pensei que
ela estava lidando com tudo muito bem, apesar de tudo. Claro
que ela ficou um pouco histérica do primeiro dia que Lucy
voltou para a escola, o que foi normal no meu ponto de vista.
Claro que Emmie tinha ajudado com isso, colocando um
segurança para Lucy da mesma maneira que ela tinha feito

310
para Harper. Agora todo mundo conseguia respirar um pouco
mais fácil quando Lucy estava fora de vista.

O telefone parou de tocar e eu dei um suspiro de alívio


quando eu relaxei contra os travesseiros mais uma vez. Drake
estava no trabalho e era para eu encontrá-lo na cidade para o
jantar mais tarde. Isso estava a horas de distância e eu só
queria dormir...

Quando o telefone começou a tocar quase que


imediatamente depois que ele parou eu puxei o travesseiro
perto e gritei para ele mesmo, quando procurei às cegas pelo
telefone sem fio. Sem olhar para o identificador de chamadas,
eu o coloquei em meu ouvido. — Sim?

— Eu realmente tenho um dia de folga! — Dallas me


informou com uma risada. — Eu posso respirar. Eu posso
respirar. Quer almoçar?

Ergui a cabeça o suficiente para olhar o relógio na mesa


de cabeceira de Drake. Eram 10h10m. Eu suspirei, sentindo o
sono deslizar para longe de mim. Eu não tinha visto Dallas
desde o casamento e eu realmente sentia falta dela. Nós
realmente não passávamos um tempo juntas a muito tempo e
eu sentia falta da cadela. — Parece divertido. Eu estou com
vontade de comida grega de qualquer jeito. Eu vou encontrá-
la.

311
— Eu não sou um fã de comida grega, mas já que é para
a pequena princesa demônio crescendo dentro de você, eu
aguentarei.

— Ahhh. — Me sentei na cama. — Então, isso só é pela


sua sobrinha e não eu? Eu me sinto tão amada... — Dallas
bufou e eu sorri. — Vejo você em cerca de uma hora. Não me
deixe esperando, mulher.

— Apresse-se, vadia. Eu estou com fome.

Eu não tive pressa para me preparar. Eu realmente


estava sentindo a diferença de fuso horário e o bebê estava me
socando de todos os ângulos. No momento em que eu saí pela
porta da casa que tínhamos comprado apenas alguns meses
atrás, o carro que Drake me fazia usar sempre que fosse para
a cidade sem ele já estava me esperando. Durante o passeio de
20 minutos eu li as minhas mensagens de texto. Havia várias
de Shane, Harper, Emmie, e Layla. E duas de Lucy que eu
imediatamente respondi de volta.

Havia uma mensagem de um número que eu não


conhecia então eu nem sequer a abri imediatamente.
Provavelmente algum número aleatório errado. Não seria a
primeira vez. Pelo bem da privacidade, todos nós tínhamos os
números não listados para que as fãs loucas não pudessem
nos aterrorizar. Claro que isso não tinha impedido pelo menos
duas fãs de conseguirem o número de Harper e lhe enviarem
mensagens ameaçadoras.

312
A poucas quadras do restaurante onde eu iria me
encontrar com Dallas, meu telefone tocou com outra
mensagem. Um sorriso pateta levantou meus lábios quando eu
vi que era de Drake. O sorriso se tornou uma carranca, e então
para um olhar raivoso quando vi que ele estava cancelando
nosso encontro para jantar esta noite. Surgiu uma reunião.

Parte de mim se perguntou se era mais uma falsa reunião


criada por Bethany. Essa cadela estava tentando muito
chamar a atenção de Drake. A parte racional de mim sabia que
Drake nunca iria fazer algo assim. A parte irracional — a parte
que parecia crescer mais e mais a cada dia — não podia evitar
além de se perguntar se ele estava tentado. Eu estava ficando
enorme, e Bethany era decentemente sexy.

Em vez de responder à mensagem de Drake — porque de


repente eu estava em modo de fúria cadela — Coloquei o
telefone no modo silencioso e o joguei em minha bolsa. Quando
o carro parou, eu não esperei o motorista abrir a porta para
mim. Em vez disso, sai e fechei a porta atrás de mim. Então eu
apenas fiquei ali, minhas narinas dilatadas e minhas mãos
fechadas ao meu lado.

Droga! Agora eu estava agindo como uma menina idiota


e petulante. Mia agia mais madura do que eu estava agindo
naquele momento. Zangada, lágrimas de frustação queimaram
meus olhos e eu os fechei para impedir a maldita coisa de cair.
Lentamente, eu respirei fundo e contei até dez.

313
— Você está tendo contrações?

Meus olhos se abriram para encontrar Dallas de pé a


poucos metros de distância. Ela estava usando um par de
calças cor de rosa com um top combinando e jaqueta. Seu
cabelo estava em um nó bagunçado em cima de sua cabeça e
a perna da calça esquerda estava enrolada até o joelho,
mostrando as tatuagens em seu tornozelo de uma Cinderela
toda coberta de tinta. Eu sabia que a Ariel estava tatuada em
sua panturrilha direita, como uma garota má. Focando na
tatuagem, eu comecei a ganhar controle sobre minhas
emoções. Deixe para Dallas ser feminina o suficiente para
querer uma princesa da Disney tatuada - e pintá-la.

— Lana? Você está bem? — Dallas entrou na minha frente


e eu levantei meus olhos de sua perna para o seu rosto. O
piercing no nariz e acima do seu lábio brilhavam à luz do sol
de novembro, seus olhos azuis cheios de preocupação.

Dei um sorriso triste. — Só sendo idiota. Minha tolerância


tem sido pouca ou inexistente recentemente. Eu estou louca
de ciúmes de cadelas idiotas.

A preocupação não deixou seu rosto, mas um sorriso


ergueu em seus lábios. — Você é uma idiota. Deixe as vadias
olharem e babarem no que elas quiserem. Drake nunca faria
algo assim com você. O homem é seu escravo. Relaxe. Pare de
se preocupar. Você só vai conseguir deixar esse bebê com raiva
de você.

314
— Você está certa. — Eu suspirei, ela realmente estava.
Drake me amava mais do que qualquer coisa ou pessoa. Eu
sabia que tudo o que eu tinha que fazer era dizer para ele sair
de seu trabalho no America’s Rocker, e ele sairia. Ele moveria
montanhas por mim se eu lhe pedisse. Estúpidos hormônios
de gravidez mexendo com a minha cabeça! — Vamos comer.
Talvez o meu açúcar no sangue esteja baixo e seja por isso que
estou tão mal-humorada.

Era a hora do almoço e meu pequeno lugar favorito grego


estava lotado. Não me incomodou que tivemos que esperar dez
minutos. Enquanto estávamos sentadas junto à entrada, a
proprietária saiu e nos deu copos de água gelada e pão para
fazermos um lanche. Ela sabia o quanto eu adorava o
restaurante e me conhecia pelo nome porque eu tinha comido
aqui muitas vezes.

Quando nos sentamos eu estava em um melhor estado de


espírito e até mesmo pesquei o meu celular para mandar uma
mensagem de volta para Drake. Eu disse a ele que apenas iria
pedir uma pizza para o jantar e nós poderíamos ter o nosso
encontro em outro momento. Ele não me mandou mensagem
de volta, então eu assumi que ele estava ocupado fazendo o
que quer que fosse que ele, Axton e meu pai tivessem que fazer
um dia antes de um episódio ao vivo do America’s Rocker.
Ensaiando? Revisando roteiros? Discutindo o que eles
estariam vestindo? Se fosse esse o caso, então Drake
provavelmente estava extremamente entediado. Sem dúvida,

315
ele estaria sentado ao redor fazendo esboços, ignorando todos
ao seu redor na maior parte do tempo.

Forcei meus pensamentos para longe de Drake e seu


trabalho e foquei em Dallas. Ela parecia cansada, mas feliz. Eu
sabia que ela amava seu trabalho, mesmo que fosse mais
agitado do que ela gostaria. Trabalhar em um dos maiores
hospitais da cidade mais movimentada do mundo era trabalho
duro. O departamento de Pronto Socorro onde ela estava
trabalhando atualmente para substituir alguém em licença de
maternidade mantinha Dallas na ponta dos pés e quase se
arrastando de exaustão na hora em que ela chegava em casa
todas as noites.

— O que você tem feito no seu tempo livre? — Eu


perguntei, me sentindo uma amiga horrível por não saber o
que estava acontecendo em sua vida no momento. Tínhamos
trocado mensagens várias vezes ao longo das últimas semanas,
mas tinha sido eu quase sempre fazendo toda a conversa.
Dallas não tinha mencionado uma única coisa que estava
acontecendo com ela.

Dallas fez uma careta e pegou o copo de água com fatias


de limão galego flutuando nela. — Só estou trabalhando,
principalmente. Eu estive substituindo algumas outras
pessoas que ficaram com gripe. Hoje é o primeiro dia de
verdade que estive fora desde que eu voltei do casamento de
Harper.

316
— Achei que você tinha garantido os domingos de folga?
— Ela tinha estipulado, quando ela assinou seu contrato de
trabalho com o hospital para os poucos meses que ela estaria
substituindo alguém, que domingos eram dias dela, sempre
foram desde quando eu a tinha conhecido. Ela não fazia nada
aos domingos a não ser que fosse questão de vida ou morte,
por vezes, nem assim.

— Eu estive ocupada aos domingos também. — Quando


ela não deu mais detalhes e não encontrou meu olhar eu não
pude evitar ficar curiosa.

— Fazendo o quê?

— Visitando um amigo... — Ela parou quando o garçom


colocou o nosso almoço na nossa frente, mas eu empurrei o
prato. Quando o cara foi embora eu sentei ali e fiquei olhando
para ela. No início ela me ignorou, fingindo comer seu cordeiro.
Mas eu era tão teimosa quanto ela era, até mais. Finalmente
com uma maldição murmurada ela me disse o que estava
fazendo. — Eu vou visitar Liam Bryant aos domingos. Estes
são os únicos dias que a família e os amigos podem ver os
pacientes na reabilitação onde ele está. Ninguém mais vai
visitá-lo e eu não quero que ele sinta que ninguém se importa...

De todas as desculpas possíveis que ela poderia ter me


dado, esta tinha estado anos-luz de distância do que eu estava
esperando. Meu maior palpite era que ela estivesse se
esgueirando com Axton Cage e domingos eram os dias de sexo

317
louco. Realmente, todas as respostas possíveis que eu tinha
envolviam Axton. Liam ainda não tinha entrado em minha
mente.

Eu tinha ouvido falar que Liam estava na reabilitação de


novo. Devlin tinha contado a Natalie, para que Emmie
soubesse que Liam estava recebendo ajuda para seu vício —
de novo. Não tinha como Emmie deixar Liam sair em turnê com
a OtherWorld se ele estivesse drogado. Ela tinha deixado de ser
tolerante com os viciados quando Drake tinha ajeitado a merda
dele. Isso era tudo o que eu sabia, no entanto. Não tinha
certeza de qual reabilitação Liam estava neste momento.

— Então, você e Liam? — Era uma questão que precisava


de resposta. Ele não era o tipo de Dallas. Ela precisava de um
homem com uma personalidade mais forte do que Liam tinha
atualmente. Eu achava o cara um babaca, o pior do
OtherWorld e qualquer outra banda que eu tinha encontrado
durante o tempo em que eu tenho estado com Drake.

Dallas olhou para mim. — Não. Não, claro que não.


Somos apenas amigos. Eu penso nele como pensaria em Linc.
Eu o ajudei a entrar na reabilitação onde ele está, e foi
realmente a decisão dele no momento. Ele está indo muito
bem, agora que a fase de desintoxicação já passou. Ele só
precisa de alguém para mostrar que ele não está sozinho. Todo
mundo que o ama virou as costas para ele, até mesmo a irmã
não vai visitá-lo.

318
— Ele lhes deu razões para fazer isso, Dallas. Ele tem
tratado toda a família como merda pura. Marissa se culpa por
seu vício, porque ele realmente começou a ficar explícito
quando ela estava doente há tantos anos atrás. E talvez tenha
sido uma das razões, porque pelo que eu ouvi, ele ficou
bastante intenso na época e ela quase morreu. — Ninguém
gostava de falar sobre essa época, especialmente qualquer um
no OtherWorld que gostava de Marissa, quase tanto como os
Demon’s Wings faziam com Emmie. — E seus companheiros
de banda? Ele os ferrou em mais de uma centena de maneiras
diferentes. Custaram a eles relações pessoais e profissionais
ao longo do caminho.

— Eu não estou desculpando o passado dele, Lana. —


Dallas empurrou a comida, desistindo de fingir comer. — Mas
ele precisa de alguém agora e eu lhe prometi que iria ajudá-lo
em tudo o que eu puder. Agora ele está apenas feliz que eu me
lembro de ir vê-lo por uma ou duas horas por todos os
domingos.

Minha fome ganhou de mim, e eu finalmente peguei meu


garfo e dei uma mordida na salada carregada de queijo fiesta.
— Eu sei como Harper se sentia sobre toda a questão de Axton
então eu não o mencionei, mas eu estava morrendo de
curiosidade. — Olhei para ela através dos meus cílios para
observar sua reação ao nome do deus do rock. O rosto de
Dallas endureceu e eu fiquei preocupada que ela ia lascar um
dente pela forma que sua mandíbula estava fechada com tanta

319
força. — Então, isso foi apenas uma coisa de fim de semana?
Ou você já falou com ele desde o casamento?

— Essa foi menos que uma coisa fim de semana. — Seu


tom era tão frio quanto seus olhos azuis tinham conseguido.
— Foi um estúpido erro louco. Um que eu não planejo fazer
nunca mais. Eu pensei que ele queria voltar a ficar juntos... E
assim que ela chamou, ele saiu correndo para voltar para ela.

Eu não precisava perguntar quem era 'ela'. Eu sabia que


Dallas quis dizer Gabriella Moreitti. Cada fêmea na minha
família a odiava e eu honestamente não poderia dizer que eu
era a exceção à regra. Eu tinha mais razão do que a maioria
para não gostar da mulher. Encontrá-la na cama de Drake no
meio da noite não tinha feito eu me apaixonar por ela. Axton
escolhendo-a sobre Dallas só o tornava um idiota no meu
ponto de vista. Quem iria querer uma pequena italiana quando
poderiam ter a deusa loira sentada na minha frente?

— Eu nunca deveria ter me envolvido com ele em primeiro


lugar. Era para ser apenas sexo no começo. — Ela empurrou
alguns fios de cabelo soltos do seu rosto. — Em vez disso eu
tinha que ir e se apaixonar por um homem que tinha o nome
de alguém tatuado em sua pele. Eu sou tão estúpida como a
minha mãe diz que eu sou.

Joguei meu garfo no prato de salada e agarrei a mão da


minha amiga com as minhas duas mãos. — Nunca diga isso
de novo! — Eu odiava a mãe de Dallas tanto quanto Dallas

320
odiava. E tão duro quanto Dallas tinha tentado ao longo dos
anos para não deixar a mãe chegar até ela, para não deixar os
comentários degradantes e repreensivos chegarem até ela, eles
ainda a acertavam em um nível profundo. A mulher tinha
usado a aparência de Dallas para conseguir reconhecimento
para si mesma. A mãe da Miss Texas. A mãe de um dos rostos
mais procurados para linhas de roupas e cosméticos. Isso era
tudo que era bom para Dallas - ou assim sua mãe tinha dito
repetidamente por toda a vida de Dallas. Ela não era inteligente
o suficiente para fazer isso, nem tentar aquilo, apenas para
estar lá e ser bonita.

— Você é a pessoa mais esperta e mais trabalhadora que


eu conheço. Você entrou na mais concorrida escola de
enfermagem do país e passou no topo da sua classe. Você
trabalha em um dos maiores hospitais onde eles só levam os
melhores dos melhores em seus respectivos campos. Dallas,
não deixe que um idiota estúpido faça isso com você. Ele não
vale a pena.

Ela não disse nada por um longo momento, mas me


deixou segurar sua mão por um tempo. Em seguida, ela soltou
e começou a pegar sua comida novamente. — Então, Harper e
Shane finalmente saíram para o México na semana passada.
— Seu sorriso não alcançou seus olhos, mas eu a deixei mudar
de assunto. — Eu não ouvi uma palavra dela.

Emmie tinha insistido para Shane e Harper finalmente


irem para sua lua de mel. Com a ameaça de perder a guarda

321
de Lucy para Vince Grady não sendo mais um problema e os
gêmeos indo tão bem, eles poderiam finalmente ir e se divertir.
Eles haviam partido no último sábado e eram esperados para
estar em casa em poucos dias e ninguém tinha ouvido falar
deles, exceto Emmie que tinham recebido algumas mensagens
de Shane. Eu não esperava ouvir deles. Aqueles dois
provavelmente estavam destruindo camas à torto e a direito
pelo jeito como eles fazia sexo. E a maneira como Harper tinha
entrado em toda essa coisa de sexo em público... Sim, eu
estava surpresa que eles não tinham aparecido em nenhum
tabloide. Ainda.

— Não espere nenhuma imagem linda do México. — eu


disse, e ri. — Na verdade não espere quaisquer imagens a
menos que você queira vê-los fodendo como coelhos.

Dallas bufou e seu sorriso foi mais genuíno neste


momento. — Eu tenho certeza que eles têm algumas fitas de
sexo flutuando pela nossa casa em Santa Monica. Eu tentei
encontrá-las quando eu estava lá, mas eles mantêm o quarto
trancado. Me faz perguntar se eles têm alguma coisa estilo
Cinquenta Tons de Cinza lá dentro.

É claro que eu tinha que estar tomando um gole da minha


água quando ela disse isso. Quase saiu pelo meu nariz.
Lutando entre tossir e rir, peguei meu guardanapo assim que
meu telefone começou a vibrar com uma mensagem na caixa
de entrada. Vendo que era do meu pai, eu hesitei por um
segundo antes de pegá-lo para responder.

322
Cole Steel e eu tínhamos ficado consideravelmente mais
próximos desde que ele descobriu que era meu pai. Ninguém
fora do meu círculo de amigos e familiares sabia quem ele era
para mim, e eu ainda não tinha certeza se queria que isso
mudasse. Talvez fosse egoísta da minha parte, mas eu não
queria ser conhecida como a filha de Cole Steel. Eu realmente
não queria que meu meio-irmão soubesse sobre mim. O cara
era um sério idiota, algo que eu sabia em primeira mão já que
eu o tinha encontrado duas vezes. Uma vez em uma estreia de
filme no ano passado e, em seguida, em um evento de caridade
em que eu fui representando Emmie a alguns meses atrás,
aqui em Nova York.

— É Drake? — Dallas perguntou quando ela enfiou o


garfo em uma azeitona no meu prato.

— Não... Meu pai. — Ela assobiou e deu de ombros. —


Ele só quer saber se eu vou me sentar com sua nova namorada,
amanhã à noite no show. — Cole tinha me dito que ele estava
saindo com alguém, mas eu não tinha a menor ideia de quem
era. Provavelmente alguma modelo ou atriz que gostava de
homens velhos, embora Cole realmente não fosse tão feio para
sua idade. Parecia nojento para mim quando ele namorava
mulheres que eram apenas alguns anos mais velhas do que
eu. — É preciso levar a sério, se ele vai levá-la para o show.

— Eu ainda não consigo aceitar o fato de que ele é seu


pai. Quando penso em pais tudo o que posso imaginar é em
alguém como o meu pai. Sabe, alguém de meia-idade e com

323
um pouco de barriga. Não cabelo longo, magro e sexy... — Eu
engasguei e ela riu. — Vamos lá, Lana. Ele ainda tem tudo em
cima. Velho ou não, Cole Steel é fodidamente sexy.

— Eu vou aceitar a sua palavra sobre isso.

Vinte minutos mais tarde quando nos separamos, eu


voltei para o carro e disse ao motorista para me levar para o
estúdio. Era mais do que provável que eu não veria Drake até
o final da noite de hoje e isso simplesmente não era aceitável
para mim. Eu era viciada em meu marido e precisava de um
beijo para passar o resto do dia sem ele.

O segurança na frente do edifício acenou para o motorista


assim que ele me viu sentada no banco de trás. Ele me deu um
sorriso e eu acenei para o homem mais velho enquanto nós
passávamos por ele. Todos que trabalhavam aqui sabiam
quem eu era e não me mantinham longe de Drake por qualquer
motivo. Não só eles teriam que enfrentar um Drake puta, mas
uma Lana puta, e realmente eu era uma visão muito mais
assustadora.

Quando entrei no prédio onde o America’s Rocker era


gravado, eu cuidadosamente fiz meu caminho para o cenário
onde eu percebi que Drake estaria com Axton e Cole. Eu
conseguia ouvir um dos competidores ensaiando a música que
ele iria apresentar amanhã à noite e percebi que era o único
que Drake estava de olho para ganhar. Kurtis Quinn tinha
uma voz que fazia as pessoas pararem e escutarem, mas ele

324
ainda era um pouco áspero em algumas notas. Drake havia lhe
dado algumas dicas durante a competição, e o homem as havia
aceitado.

Abrindo a porta lateral para o cenário eu encontrei Drake


e os outros dois juízes sentados em sua mesa observando o
roqueiro ensaiando. Depois de ter visto tudo isto mais do que
algumas vezes eu não estava deslumbrada pelas coisas por
trás das cenas, não que eu tivesse estado de verdade na
primeira vez. Eu não me impressionava fácil com o estilo de
vida rock’n roll. Eu estava apaixonada pelo homem Drake, e
não pelo astro do rock.

Enquanto Drake e os outros dois homens observavam o


artista, várias outras pessoas estavam se movimentando nos
bastidores. Eu vi o produtor, um grande homem barrigudo que
me detestava desde o primeiro momento que ele me conheceu.
Eu ainda não sabia o nome dele e não me importava o
suficiente para aprendê-lo, a antipatia não era unilateral. Ao
seu lado estava sua assistente executiva e inconscientemente
minhas mãos se fecharam ao meu lado.

Bethany era sexy de um jeito de garota inteligente. Ela


usava o cabelo em um rabo de cavalo simples mais
frequentemente do que solto, e ela tinha grandes olhos
castanhos por trás de seus óculos de aros escuros. Ela era
magra com curvas em todos os lugares que ela exibia em jeans
apertados e tops que sempre revelavam o quanto de uma

325
mulher ela realmente era. Sério, esses peitos falsos estavam
prestes a pular daquele pequeno top que ela usava hoje.

Claro que seus olhos estavam queimando na parte de trás


da cabeça do meu marido. Qualquer hora em que a prostituta
estava na mesma sala que Drake ela não conseguia tirar os
olhos de cima dele. Isso sempre me irritou, mas nos últimos
meses tinha começado a me incomodar mais e mais até que eu
quase não conseguia suportar. Isso me deixou irracionalmente
ciumenta e mexeu com a minha cabeça... Drake poderia estar
atraído por essa garota?

Enquanto eu estava ocupada medindo a mulher que


tinha tentado seduzir meu marido, a canção de Kurtis
terminou e a voz de Axton forçou minha atenção para longe de
Bethany. Esperei mais cinco minutos, enquanto Drake e Cole
deram seus conselhos antes de sair das sombras e me
aproximar da mesa onde os três roqueiros sentavam.

— Eu pensei que você estivesse aqui. — Drake se levantou


e me puxou para um beijo que sempre roubava o meu fôlego.
Eu sorri contra seus lábios quando sua mão foi imediatamente
para o meu estômago, acariciando a carne através do meu top,
como se estivesse tocando o nosso filho. — Meu pau ficou duro
assim que entrou. — ele sussurrou em meu ouvido.

Meus mamilos endureceram instantaneamente e me


aconcheguei contra ele. — Eu queria que você não tivesse uma

326
reunião hoje à noite. Eu estava realmente ansiosa para a nossa
noite de encontro.

— Eu vou recompensar você. — ele prometeu, me


beijando novamente. Droga, agora minha calcinha estava
molhada e meus joelhos começaram a tremer. Eu não queria
nada mais do que puxá-lo para o banheiro mais próximo e
espalhar minhas pernas para ele. — Você está linda. O que
você tem feito?

— Dallas e eu almoçamos. — Eu levantei minha mão para


empurrar o cabelo dele para trás de seu rosto. Eu amava seu
cabelo. O cabelo longo na maioria dos homens não parecia
certo, mas em Drake só aumentava o seu sex appeal. Olhos
azuis acinzentados escureceram. Ele adorava quando eu
passava os dedos pelo cabelo dele. — Eu não podia ir para casa
até que eu visse você, no entanto.

— Olá, querida. — Eu relutantemente forcei meu olhar de


Drake para encontrar Cole caminhando em nossa direção. Eu
não pude deixar de rolar os olhos para a visão dele: jeans
skinny com buracos por toda parte e uma camisa apertada da
Steel Entrapment sobre o peito. Seu cabelo estava mais longo
do que o normal para um homem de sua idade, mas parecia
bom para ele. Anos de uso de drogas e muito álcool o tinham
mantido magro, mas tinham cobrado sua taxa em seu rosto,
causando rugas em seus olhos e boca, mas ele ainda parecia
bem. — Como é que o bebê está lhe tratando? — Suas mãos

327
foram para o meu estômago logo que ele estava dentro do
alcance para tocar.

Normalmente eu rasgava a cabeça de qualquer um que


tocava meu estômago que não fosse Drake. Tocar a barriga de
uma mulher era algo extremamente íntimo para mim. Com
Cole, era diferente. Derretia meu coração mais do que um
pouco em ter o meu pai tão amorosamente tocando seu neto
crescendo dentro de mim. — Ela está levantando uma
tempestade hoje. Eu esperava que um pouco de comida fosse
acalmá-la, mas isso só a deixou dançando ainda mais.

— Ela só queria ver seu avô, isso é tudo. — Cole me


abraçou, em seguida deu um passo atrás, sorrindo como o avô
orgulhoso que ele era. — É bom vê-la. Como estão suas irmãs?
Lucy está bem?

— Elas estão lidando bem. Lucy ainda está tendo


pesadelos, no entanto. Jesse e Layla estão falando sobre a
contratar um psicólogo para ela, mas Lucy se recusou a ir tão
longe. — Drake se aproximou por trás de mim e mesmo que eu
estivesse ali falando com o meu pai, todo o meu corpo parecia
pegar fogo. Não eram os hormônios da gravidez que estavam
fazendo isso comigo. Eu sempre ficava nessa condição sempre
que Drake estava tão perto de mim.

— Pobre criança. O bastardo estúpido precisa ser baleado


por fazer isso com ela. Os policiais já o pegaram? Ou até
mesmo tentaram?

328
Agora esta era uma pergunta difícil de responder. Emmie
só tinha nos dado os detalhes sobre o que tinha acontecido
com Grady depois que Jesse e Nik tinham pegado Lucy de volta
na noite do sequestro. Jesse tinha deixado o homem
sangrando e mal respirando, mas Seller, o chefe da equipe de
segurança que trabalhava com Emmie deveria pegar Grady e
entregá-lo à polícia mais tarde naquela noite. Isso não tinha
acontecido porque Seller tinha certeza de que Jesse e Nik
teriam entrado em algum problema sério pela condição com
que Grady tinha sido deixado. Seller tinha enviado o bastardo
para o Canadá e ele foi remendado antes de entregá-lo ao seu
agente da condicional dois dias depois, por violar as condições
de sua liberdade. Até onde eu sabia, Grady estava de volta à
prisão, cumprindo o resto de sua sentença original. E os dois
milhões que Grady tinha pedido de resgate? De volta à conta
bancária de Jesse. Seller tinha entregado o dinheiro para
Emmie. Menos os seus honorários.

— Ele está em San Quintin. — Drake disse a Cole. — Ele


violou a liberdade condicional e tem de terminar sua sentença
original. Ele ainda tem pelo menos mais dez anos.

— Eu ouvi dizer que você almoçou com Dallas?

Virei à cabeça para encontrar Axton vindo em nossa


direção. Raiva em nome da minha amiga me encheu e eu tive
que respirar fundo para me acalmar antes que desse um soco
em sua garganta. — O que é isso para você?

329
Ele nem sequer piscou com o meu tom mal-intencionado.
— Eu preciso falar com ela. Ela não tem respondido minhas
mensagens ou telefonemas. E cada vez que eu passo pelo
apartamento, Natalie e Linc dizem que ela está no trabalho.

— Ela trabalha muito.

Axton suspirou. — Lana, eu não sei o que ela lhe disse,


mas eu não deixei o casamento para ir correndo atrás
Gabriella. Pelo menos não da forma como ela pensa.

Eu ergui uma sobrancelha para ele. — O fato de que você


a deixou lá e foi para Gabriella é tudo o que ela precisava saber.
— A mão de Drake apertou minha cintura, me lembrando que
isso não era da minha conta. Eu fiz uma careta, porque eu não
conseguia entrar no meio deles sem escolher lados, o que
deixaria Drake em uma posição complicada. Ele me amava
demais para não mostrar a lealdade a Dallas que eu exigiria,
mas Axton era tanto uma parte de sua família quanto seus
irmãos da banda eram.

Os ombros de Axton pareceram cair por um segundo, mas


então ele se endireitou e o sorriso arrogante de 'Eu sou um
deus do rock, nada mais importa' cruzou seu rosto. Eu tinha
percebido há muito tempo que esta era a sua máscara para
manter seus verdadeiros sentimentos trancados. — Talvez ela
saiba onde Liam está, então. Dev disse que ela deixou a
recepção com ele e ninguém o viu desde então. Marissa disse
que ele está numa clínica de reabilitação em algum lugar, mas

330
ela não vai contar a ninguém onde ele está. Precisamos
encontrá-lo, Lana.

A banda não sabia onde Liam estava? Isso era estranho,


mas não era problema meu também. — Tenho certeza de que
Emmie sabe onde ele está. Você já perguntou a ela?

— Ela não vai me dizer, merda. Olha, é só pedir a sua


amiga para me ligar da próxima vez que falar com ela. É
importante. — Ele enfiou as mãos nos bolsos jeans. — E diga
a ela... que eu sinto falta dela.

Minha boca se abriu para explodir com ele, mas Drake


me virou antes que uma palavra pudesse escapar e me beijou
até que eu não conseguisse nem lembrar do meu nome. Tudo
o que eu podia ouvir, provar, sentir era Drake. Droga, ele sabia
como me calar. Não que eu estivesse reclamando.

331
Capítulo 25
Drake
O gosto do Anjo ainda estava persistente em meus lábios,
mesmo quando entrei no escritório do produtor naquela noite
para a reunião que sua assistente disse que tínhamos que
participar. Esse era o único pensamento em minha mente
enquanto eu fechava a porta atrás de mim. Eu não estava feliz
que tive que cancelar os planos com a Anjo para ficar esta
noite, e eu tinha avisado isso à mulher assim que ela tinha
transmitido a mensagem de seu chefe.

Pelos próximos 30 minutos eu me sentei com meu sogro


e amigo ouvindo a voz monótona do homem que supostamente
era o nosso chefe. Nossos contratos estavam todos acabando
no final desta temporada e eu ainda estava indeciso se ia
assinar outro. No início, este show tinha sido apenas uma
desculpa para estar em Nova York e mais perto do meu Anjo.
Então, eu tinha começado a meio que encontrar roqueiros de
talento e lhes dar a oportunidade de dar certo no mundo do
rock. Eu ainda gostava dessa parte do trabalho, mas eu sabia
que o Anjo estava tendo problemas com alguns aspectos da
coisa toda.

332
Como a mulher sentada em uma cadeira ao meu lado,
com as mãos digitando em seu iPad, mas seu olhar estava
perfurando o lado do meu rosto. Eu ainda não conseguia
lembrar o nome dela na maior parte do tempo, mas sabia que
começava com um B. Desde que o Anjo tinha me convencido
de que a garota estava atrás de mim, eu tinha começado a me
sentir mais do que um pouco assustado com a maneira como
ela me olhava. Eu me sentia como um covarde pensando nisso.
Uma mulher me assustando? Shane falaria por um dia inteiro
com essa piada.

— Eu vou precisar de sua resposta na próxima semana.


— O produtor — maldição, qual era mesmo o nome dele?
Greg... George? Anjo geralmente me ajudava com essa merda.
— Eu vou reunir nossos advogados com o seu pessoal para
negociar os termos do contrato e quaisquer aumentos salariais
que vocês sugerirem. Esta temporada de classificações foi tão
ou mais elevada do que a primeira temporada e queremos
todos os três de volta para a próxima temporada.

Cole balançou a cabeça. — Eu não voltarei no próximo


ano. — Sua resposta não me surpreendeu. Cole não estava feliz
com o produtor. Eles discutiam pela maior parte da temporada
sobre tudo, desde o sabor do café até a quantidade de tempo
em tela que ele estava recebendo durante os shows. Cole
estava farto do show e de como os chefes continuavam
dramatizando cada pequena coisa que se passava durante os

333
painéis dos juízes e nos bastidores para aumentar a audiência.
O show estava começando a se tornar uma novela do caralho.

— Se isto é sobre mais dinheiro...

— Dinheiro? — Cole resmungou. — Eu tenho muito disso.


Isto é sobre você e suas chamadas mentes criativas fazerem o
mundo do rock inteiro cair no ridículo. Você tem talvez um
competidor verdadeiramente talentoso o suficiente competindo
com um monte de aspirantes a roqueiros ignorantes. Você os
veste como góticos e punks e age como se eles fossem os
próximos deuses do mundo do rock, enquanto negligencia
todos os verdadeiros talentos porque ele não é o que você
chamaria de ‘categoria amigável’.

— Kurtis Quinn não é o único talento que temos nesta


temporada. — argumentou o produtor e Axton e eu
resmungamos porque não havia verdade nenhuma nessa
afirmação. O homem gordo estreitou os olhos. — Ele não
duraria cinco minutos no mundo do rock.

— Que porra você sabe sobre o mundo do rock? — Axton


estalou. — Cole está certo, isso se transformou em uma novela.
Eu não tenho certeza se voltarei no próximo ano a menos que
você faça algumas mudanças por aqui. E se Quinn não ganhar,
eu vou pedir a ele para abrir a turnê da OtherWorld em alguns
meses.

— E você, Stevenson?

334
Dei de ombros. — Eu não tenho uma resposta para você
sobre o próximo ano, mas estou com os dois sobre a forma
como o show está indo. Estou farto de ver todo o drama na
capa de revistas de lixo. Minha esposa não está feliz com a
forma como as coisas estão saindo aqui também e se ela não
está feliz, eu não estou feliz. — Eu me levantei, mais do que
pronto para ir para casa e sem me importar se a reunião
terminou ou não. — Eu estou fora. Vejo vocês filhos da puta
amanhã.

— Boa noite, cara. — Axton falou depois de mim.

— Até mais tarde, garoto. — Eu ri de Cole me chamando


de garoto e continuei andando.

No momento que cheguei, a casa estava em silêncio.


Havia uma caixa de pizza no balcão da cozinha quando entrei.
Abrindo a tampa, vi que o Anjo estava tendo um dia de desejo
louco. O cheiro era o suficiente para revirar o meu estômago:
anchovas com abacaxi, e creme em vez de molho de tomate?
Não era o desejo mais desagradável que ela tinha tido até
agora, mas isto estava no topo.

Lá em cima eu encontrei a luz do banheiro acesa com a


porta entreaberta. Ela lançava um brilho suave sobre a nossa
cama tamanho king, dando ao meu Anjo uma qualidade
surreal que me tirou o fôlego. Seu cabelo estava espalhado
sobre o travesseiro e parecia como se ele ainda estivesse úmido
do banho. Ela estava enrolada em volta de seu travesseiro de

335
corpo que ela tinha pulverizado com a minha colônia no dia em
que ela o adquiriu, porque lhe ajudava a dormir melhor
sentindo meu cheiro por perto. O lençol tinha escorregado para
seus quadris, me mostrando que ela deve ter estado esperando
por mim, porque ela estava gloriosamente nua.

Meu pau tinha ficado duro logo que eu tinha aberto a


porta. Sorrindo, eu corri para tomar um banho e corri de volta
para o Anjo dormindo na minha cama. Enquanto eu subia
atrás dela, ela suspirou meu nome e apertei-a contra mim,
seus quadris balançando contra meu pau duro como pedra em
seu sono. Eu beijei seu pescoço, lambendo o ponto sensível
logo abaixo da orelha. Ela fez um som de miado e arqueou o
pescoço para me dar melhor acesso.

Me aproximando, eu esfreguei a palma da mão sobre a


barriga e senti a nossa filha chutar para mim, antes de viajar
para cima para encontrar os mamilos do Anjo duros como
diamantes. Porra, eu amava os seios dela. Elas haviam ficado
supersensíveis durante a gravidez e tudo o que eu tinha que
fazer era apenas tocá-los para tê-la implorando por mais. Meus
lábios percorreram seu ombro e, em seguida, por suas costas,
enquanto eu beliscava seus seios fazendo-a gemer de desejo.

Arrepios surgiram ao longo de suas costas enquanto eu


trilhava beijos para baixo, lambendo e mordendo sua espinha.
Quando cheguei a bunda dela - porra, que bunda perfeita! -
Eu chupava seu quadril até que ela estava se contorcendo,
querendo que eu chupasse algo completamente diferente.

336
Lambendo a picada da mordida de amor que eu tinha acabado
de dar a ela, eu me mexi para que eu pudesse virar o Anjo de
costas.

Ela empurrou e gritou o meu nome assim que eu toquei


em seu clitóris já pulsante. Dedos longos e graciosos
atravessaram o meu cabelo, me segurando bem onde ela me
queria enquanto ela empurrava seus quadris contra minha
língua. — Drake... Porra, baby... Oh. Oh. Ahhh! — Ela gritou,
curvando as costas quando ela se desfez contra a minha
língua.

Eu continuei sacudindo minha língua sobre seu clitóris


mesmo depois que ela estava mole de seu orgasmo. Eu não
conseguia ter o suficiente de seu doce néctar e engoli tudo
enquanto coloquei dois dedos dentro dela. Suas paredes
internas tremeram com a minha invasão, dando boas-vindas a
mim e ao prazer acolhedor que eu trouxe comigo. Minhas bolas
apertaram, querendo deslizar meu pau dentro dela e sentir a
contratação suave em torno do meu eixo enquanto eu nos
dirigia ao delírio cheio de prazer.

— Por favor. — o Anjo choramingou enquanto eu


continuava a atormentá-la com os dedos enquanto eu
continuava com a língua em seu clitóris. — Eu te quero muito.

— Diga que você me ama. — Eu ordenei, ficando de


joelhos e segurando meu pau, acariciando-o duas vezes,
enquanto ela me olhava com seus cílios abaixados. A visão a

337
fez gemer novamente e sugar o lábio inferior entre os dentes.
— Diga para mim.

— Eu te amo. Sempre. — Eu deslizei a ponta do meu pau


sobre sua abertura e suas mãos torceram no lençol embaixo
dela. — Drake...

— Eu te faço feliz? Eu te dou tudo o que você quer?

— Sim. Eu seria uma bagunça sem você. — Suas coxas


tremiam e eu sabia que ela estava perto de gozar novamente.
— Tudo que eu quero é você, você me dá o mundo a cada dia.

— Me peça para te foder. — eu rosnei, deslizando entre


suas dobras, até que apenas a ponta estava dentro dela. Suas
paredes apertaram meu pau, tentando fazer com que eu me
aprofundasse ainda mais. — Me peça para te foder lentamente.

Sua cabeça se movia para frente e para trás sobre o


travesseiro. — Não lento. — ela implorou. — Rápido. Duro.

— Não. Me peça para te foder lentamente. — Meus


quadris empurraram para frente, até que ela tomou mais um
centímetro. — Faça isso, Anjo.

— Drake... — Ela lambeu os lábios, me fazendo doer com


vontade de beijá-la. — Drake, por favor, me foda... — mais um
centímetro e ela estava mordendo o lábio que tinha acabado de
lamber. —... Lentamente.

338
Eu empurrei fundo e peguei sua boca com a minha,
engolindo seus gritos quando ela quebrou. Eu não me movi até
que sua buceta parasse de convulsionar ao redor do meu pau.
Suas unhas em minhas costas, arranhando a minha espinha
quando eu finalmente me movi dentro dela.

Eu fiz amor com ela por horas e quando ela finalmente


caiu no meu peito, com a barriga de grávida cuidadosamente
dobrada para o lado, eu apenas deitei ali, esfregando suas
costas. Isto era o paraíso.

***
— Garvin Davis quer saber o que ele tem que fazer para
garantir o seu contrato para a próxima temporada de America’s
Rocker.

Minha testa franziu com a declaração que Emmie tinha


acabado de fazer e eu terminei de mastigar o pedaço de
sanduíche de bife antes de olhar para o telefone. O rosto de
Emmie olhou para mim sobre o aplicativo FaceTime. — Quem
diabos é Garvin Davis?

Ela revirou os olhos para mim. — Ele é o produtor


barrigudo do programa, estúpido. Ele disse que falou com você
há duas semanas e você ainda não tinha lhe dado uma
resposta. O que devo dizer a ele? Ou você ainda não se decidiu?

339
Então era esse o nome desse filho da puta. Eu mastiguei
um anel de cebola, uma parte do lanche rápido que eu estava
fazendo, enquanto o Anjo estava com Linc fazendo Deus sabe
o quê. Eu a levara para a cidade há uma hora e tinha acabado
de fazer merda nenhuma desde então. Era bom ter algumas
horas livres para mim sem nada para fazer, sem me preocupar
com nada, exceto minha esposa descobrindo que eu estava
comendo muita gordura saturada.

Eu tinha esquecido completamente do produtor querendo


saber se eu voltaria para mais uma temporada. Tudo tinha
passado muito rápido desde momento em que eu tinha
chegado em casa naquela noite e deslizei entre as pernas de
meu Anjo. — Eu não sei, Em. — Eu limpei a gordura do anel
de cebola dos meus dedos antes de alcançar o meu
refrigerante. Outro prazer culpado que eu estava tendo hoje,
porque não era a merda de refrigerante diet que eu fui forçado
a estocar em nossa geladeira. — O que Ax diz sobre isso? Ele
vai voltar?

— Só se o show ganhar uma nova equipe criativa que


focará no talento e não no drama, e que algumas outras
mudanças sejam feitas. Cole já veio a público com a sua
decisão. Estão nos tabloides e no Facebook. Garvin diz que já
está incorporando as mudanças que Ax quer, mas se pergunta
o que vai convencer você a assinar.

Quais as mudanças que eu queria? Havia mudanças que


poderiam me convencer a voltar para mais uma temporada?

340
As três últimas não tinham sido horríveis e se Ax conseguisse
suas mudanças, então eu não estaria contra em fazer tudo isso
de novo. Mas o Anjo não estava satisfeita com o meu trabalho.
Nas duas últimas semanas ela tinha sido uma leoa irritada
cada vez que eu tinha que ir para o estúdio. Quintas e sextas
eram realmente uma droga na minha casa agora.

— Eu tenho uma estipulação por hora... — Assim que eu


disse a Emmie o que era seus olhos ficaram arredondados, mas
ela balançou a cabeça e me garantiu que ela avisaria Garvin.

— Eu tenho que ir. — disse ela, dez minutos depois. — O


empreiteiro está aqui para refazer a casa de hóspedes e eu
quero garantir que tudo esteja exatamente como discutimos
antes que ele comece a arrancar as coisas.

— Você já encontrou alguns candidatos para assistente?


— Nik tinha me dito que havia entrevistado pelo menos dez só
na semana passada sozinha, mas nenhuma delas tinha estado
dentro dos padrões.

— Eu entrevistei duas ontem para quem eu vou dar uma


chance a partir de amanhã. — Ela fez uma careta e eu tive a
sensação de que não iriam durar o dia, senão primeira hora.
Eu sabia exatamente o quão exigente Emmie era com suas
assistentes. Natalie garantia que eu soubesse o quão duro ela
tinha que trabalhar.

— Eu vou deixar você ir. Te amo, Em.

341
Seu rosto se suavizou por um momento. — Amo você,
Drake.

342
Capítulo 26
Harper
Olhei no espelho e me encolhi.

Sério? Mais uma? Cuidadosamente eu toquei a ponta do


meu dedo indicador em outra espinha que tinha aparecido na
minha testa. Estava ferida e irritada. Isso não estava
acontecendo, eu não tinha espinhas desde que eu era uma pré-
adolescente e agora meu rosto parecia o de um calouro
gorduroso. Parecia que o meu nível de estresse estava tão
grande quanto no ensino médio, no momento. Com tudo o que
estava acontecendo dentro de nossa família — os gêmeos ainda
no hospital e a ansiedade óbvia de Lucy desde o sequestro —
sem contar com as exigências do meu trabalho, o meu sistema
nervoso estava uma pilha no momento.

343
Espalhando a máscara Proactiv que ajudava a minha
pele, eu terminei de me arrumar para o trabalho. Eu sabia que
a espinha era por não tomar minhas pílulas anticoncepcionais
e não era só um resultado da tensão que eu sentia, assim como
o período pesado que eu estava tendo este mês. Eu costumava
ter isso todos os meses até que minha mãe tinha me levado ao
médico para tomar a pílula e ajudar a regular o meu ciclo.

Eu esperava que fosse algo que passaria quando eu


crescesse, mas eu estava preocupada que fosse algo um pouco
mais sério. Mesmo quando eu estava apenas começando a ter
o meu período, o médico havia dito que poderia ser Ovário
Policístico e meus períodos estavam ocorrendo do jeito que
eram originalmente e que as pílulas anticoncepcionais eram o
único tratamento verdadeiro para ajudar com a síndrome do
desequilíbrio hormonal. Mas no momento eu estava fingindo
que não era uma possibilidade.

Eu estava no oitavo dia do meu período agora. Eu estava


cansada, pálida e com o rosto cheio de espinha. Sim, eu estava
uma bagunça. De jeito nenhum alguém iria olhar para mim e
pensar que eu era a mulher de Shane Stevenson. Fazendo uma
careta, eu escovei meu cabelo, lavei a máscara do meu rosto,
terminei a terceira etapa do processo Proactiv, e depois
apliquei o corretivo para os pontos visíveis na minha testa e
queixo.

Vestida com um par de folgadas calças porque eu estava


inchada como o inferno, e uma blusa de seda que eu tinha

344
pegado na minha lua de mel no México, eu decidi que parecia
tão bom quanto eu poderia ficar e sai do banheiro. Shane
estava na cozinha com a cafeteira cheia e uma xícara de café
cheiroso na mão.

Os olhos azuis-cinza se estreitaram em mim com


preocupação. — Você parece exausta, linda. Ligue e diga a eles
que você está doente.

— É apenas o meu período, Shane. — Eu peguei a caneca


dele, tentando manter meu rosto escondido para que ele não
visse como eu estava marcada, mesmo com toda a maquiagem
que eu tinha colocado para esconder a maior parte. — Além
disso, eu tenho que finalizar a capa do próximo mês e tenho
uma reunião de equipe nesta manhã.

— Eu nunca vi você tão pálida. Nem mesmo quando ficou


com gripe no ano passado.

— Eu sinto muito, eu não posso estar brilhando cada vez


que você me vê! — Eu bati e coloquei minha caneca na pia,
intocada. Eu já estava me sentindo feia, eu não precisava dele
me dizendo o quão ruim eu parecia. — Eu tenho que ir.

— Harper... — Eu não dei a ele a chance de dizer mais


uma palavra. Sem olhar para ele mais uma vez, eu peguei
minha bolsa e sai pela porta.

Peterson já estava esperando por mim e eu subi na parte


de trás do carro. Enquanto ele me levava para o centro, meu

345
telefone tocou com o toque atribuído a Shane, mas eu ativei a
opção Silencioso e joguei o telefone para o fundo da minha
bolsa. Inclinando minha cabeça contra a janela, eu fechei os
olhos.

Na hora em que Peterson me deixou no trabalho eu tive


que parar no banheiro antes mesmo de entrar no elevador para
me levar até meu escritório. Eu estava sangrando ainda mais
fortemente hoje do que ontem. Isto estava realmente
começando a me preocupar e talvez fosse hora de enfrentar o
meu medo de que eu realmente estava sofrendo dos problemas
no ovário. Eu usei o app no meu iPhone para marcar um
encontro com meu médico para o dia seguinte antes de deixar
cair as minhas coisas na minha mesa e correr para a sala de
conferências para a reunião do pessoal.

Na hora do almoço eu estava me arrastando e meu


coração estava pesado. Eu tinha ignorado os apelos de Shane
no meu celular e meu escritório durante toda a manhã,
punindo-o por algo que não era culpa dele. Isso me fazia sentir
indigna dele de novo, e tudo por causa do meu período
estúpido. Droga, eu estava ficando louca.

Um toque na porta do meu escritório fez minha cabeça


levantar dos layouts das sessões de fotos que íamos usar para
o próximo mês. Meu coração parou quando eu vi a
recepcionista com um arranjo de tulipas amarelas. — Do seu
marido... — disse ela com um sorriso quando ela pisou no meu

346
escritório e colocou as flores na minha mesa. — E há um
cartão.

Eu não disse uma palavra quando ela piscou e deixou o


escritório. Assim que ela foi embora peguei o pequeno cartão
do belo arranjo de flores. Você é a mulher mais bonita do
mundo. ~ Shane.

Lágrimas encheram meus olhos e eu pisquei rapidamente


enquanto eu pegava o telefone na minha mesa para ligar para
ele. — Sinto muito! — Eu solucei assim que ele respondeu.

— Ei, ei. — Seu tom era suave, o que ele usava para
acalmar Mia quando ela estava chateada. Isso só me fez chorar
ainda mais. — Baby, o que está acontecendo? Você está bem?

— É realmente apenas este período estúpido. — eu botei


pra fora. — Meus hormônios estão em todo o lugar. Sinto
muito, Shane. Isso está me transformando em uma enorme
cadela e eu odeio isso.

— Eu não sei como lidar com isso... — Ele suspirou e eu


imaginei ele passando as mãos pelo cabelo curto, a frustração
em seu rosto fazendo aparecerem rugas em sua testa e nas
bordas dos olhos. — Eu odeio ver você assim. Eu só quero te
abraçar.

— Eu sinto muito.

— Pare de dizer isso, porra! — Ele rosnou. — Eu te amo,


Harper. Isso significa que você não tem que pedir desculpas

347
por cada pequena coisa que me perturba. Como está se
sentindo? Não fique com raiva de mim de novo, mas, baby,
você parecia tão cansada esta manhã. Estou preocupado com
você. Eu estava conversando com o Em... — Eu suspirei,
porque é claro que ele tinha falado com Emmie sobre isso. —
... e ela acha que você poderia estar anêmica com todo o
sangue que você está perdendo. Ela diz que você deve ligar
para o seu médico.

— Eu já marquei uma consulta para amanhã. — eu


assegurei a ele, correndo o dedo sobre o cartão que eu ainda
segurava firmemente em minha mão. Você é a mulher mais
bonita do mundo...

— Ótimo. — Ele parecia aliviado. — Porque se você tivesse


tentado argumentar, eu teria a levado até lá chutando e
gritando. Vamos ver o médico amanhã. E se ela disser que você
deve voltar a tomar as pílulas, é o que faremos.

Parecia que meu coração estava fazendo nada além de se


machucar hoje. Mordi o lábio trêmulo de repente e fiquei lá,
incapaz de dizer qualquer coisa. Voltar a tomar a pílula
significava não tentar ter um bebê. Isso significava que ele não
queria tentar, afinal de contas?

— Harper? Ei, você ainda está aí? — Puxei uma


respiração instável e ele gemeu. — O que eu disse, desta vez,
baby?

— É estúpido. Eu estou sendo estúpida. — eu sussurrei.

348
— Harper... — Seu tom de voz era cheio de aviso de que
era melhor eu responder e não fugir do assunto como eu
normalmente fazia quando eu não estava pronta para falar
sobre qualquer coisa.

Murmurando uma maldição sob a minha respiração, eu


respirei fundo e apenas perguntei à queima-roupa: — Isso quer
dizer que você não quer tentar ter um bebê? — A linha ficou
muda e eu sabia que ele tinha ficado chateado. Ótimo, ótimo.
— Que dia horrível. — Tentando não me preocupar com o
homem chateado que eu teria que enfrentar em casa mais
tarde, eu forcei minha atenção para as imagens na minha
mesa precisando da minha atenção.

— Você é a mulher mais frustrante sobre a face do


planeta. — Eu quase pulei para fora da minha pele quando
Shane entrou no meu escritório dez minutos depois. Ele tinha
que estar a caminho quando eu falei com ele mais cedo ou ele
não teria sido capaz de chegar aqui em tão pouco tempo.

Ele bateu a porta do meu escritório e fechou as cortinas


da janela que davam para o corredor. Quando ele se virou para
me encarar, o meu coração ainda estava batendo como se
tivesse corrido uma maratona. Vestindo apenas um par de
shorts de basquete, uma camiseta velha desbotada e tênis que
estava esfarrapado, mas era o seu favorito para correr na praia,
ele ainda era o homem mais sexy que eu já tinha visto na
minha vida. O velho boné de beisebol do Boston Red Sox para

349
trás só fez com que meus dedos coçassem para tirá-lo de sua
cabeça e correr meus dedos por seu cabelo escuro e curto.

— Por que você diria algo assim? — Ele perguntou,


pulando direto para o ponto da questão. — Risque isso. Por
que você ainda acha isso? Droga, Harper, já não passamos por
essa merda?

— Só parecia que estava tendo dúvidas. — eu disse a ele,


ainda sentada porque eu estava tão admirada com essa
criatura semelhante a Deus que eu chamava de meu marido.
Ver a raiva e a dor em seus olhos me fez lamentar pensar que
ele não queria que tentássemos ter uma criança só nossa.

— Não era nada disso. Olhe, querida. Você está,


obviamente, tendo dificuldade, e este é apenas o começo. Eu
não quero que você sinta dores assim. Eu não quero que você
seja tão diferente de si mesma e se sinta miserável... — Ele
ergueu as mãos para me cortar quando eu comecei a discutir.
— Não ouse mentir para mim, mulher. Eu quero que você
esteja saudável. Você significa mais para mim do que qualquer
coisa no mundo, e isso inclui termos um filho. Você está me
ouvindo? — Ele andou em direção a mim, seus olhos ardentes
com uma combinação de frustração e amor que me fez
contorcer na cadeira querendo algo que pelo jeito eu não
conseguiria tão cedo. — Harper? Você me entendeu? Você
saudável é mais importante.

350
Silenciosamente eu balancei a cabeça, incapaz de
encontrar a minha voz com a minha garganta engasgada com
uma mistura de lágrimas emocionais e a visão do deus do sexo
a apenas alguns centímetros de distância de mim. Ele colocou
as mãos sobre a mesa e se inclinou para frente até que seu
nariz estava tocando o meu. — Terminamos de enlouquecer o
outro por hoje, linda? Porque eu prefiro beijar você a
discutindo com você.

Eu pressionei meus lábios nos dele, deixando que essa


fosse a minha resposta.

Shane
Pela segunda vez em uma semana que eu sentei com
Harper no escritório do seu médico, à espera dos resultados
dos testes que a mulher tinha feito a última vez que tínhamos
estado aqui. Exames de sangue, ultrassom, e algumas outras
coisas que eu não tinha sido permitido estar no para
testemunhar e Harper não tinha explicado para mim. Eu
estava uma pilha de nervos e tinha sido assim desde a última
vez em que eu tinha sentado aqui e o médico tinha dito que
Harper poderia ter algo que era chamado SOP ou algo muito,
muito pior... câncer.

Eu não sabia o que era SOP, então eu pesquisei essa


merda na hora em que tínhamos chegado em casa na noite

351
passada. Logo que eu sabia com o que estávamos lidando, eu
estava orando para ser a SOP. A Síndrome dos Ovários
Policísticos causava um desequilíbrio hormonal que poderia
produzir cistos ovarianos, o período pesado que Harper ainda
estava tendo até agora, e em alguns casos haviam outras
mudanças dos quais ela havia dado sinais nas duas últimas
semanas deste período infernal.

A possibilidade de câncer? Sim, eu não tinha me


permitido pensar muito sobre isso, porque as poucas vezes que
eu realmente tinha pensado, eu tinha ido para um lugar muito
ruim.

O câncer era uma merda assustadora e eu não seria


capaz de lidar com qualquer coisa na vida, se aquele filho da
puta tentasse me tirar a minha menina.

Harper sentou ao meu lado em uma cadeira que, apesar


de estar apenas alguns centímetros de distância da minha, me
fez sentir demasiado longe para o meu conforto. Ela estava
segurando a minha mão, depois de ter sido a minha rocha
desde o momento em que a médica tinha nos dito que ela
suspeitava do que estava acontecendo com Harper. Deveria ter
sido o contrário. Eu deveria ter sido aquele que parecia que eu
poderia conquistar o mundo e tudo o que pareceria uma
ameaça para a pessoa que significou mais para mim do que a
vida. Eu deveria ter sido aquele que a tinha segurado na noite
em que tinha chegado em casa desde a primeira consulta,
enquanto ela chorava lágrimas silenciosas.

352
Em vez disso, tinha sido ela parecendo forte e
determinada, enquanto eu tremia em meus tênis de corrida.
Foi ela quem me segurou enquanto eu chorava. Porque eu não
conseguia lidar com porra nenhuma, nem mesmo o
pensamento de perdê-la.

Emmie estava preocupada comigo, mas eu não podia


falar com ela sobre isso ainda. Harper tinha me pedido para
não contar a ninguém, incluindo Emmie, até nós sabermos
com o que estávamos lidando. Todo mundo ainda estava se
recuperando do estresse dos gêmeos, que ainda estavam no
hospital, e com o sequestro de Lucy. Isso tinha tornado a coisa
toda ainda mais difícil para mim, não ser capaz de falar com o
meu irmão ou mesmo com Emmie. Em sabia que havia algo
errado, estava me ligando quase todas as horas. Eu não tinha
atendido nenhuma de suas chamadas e mantive contato
apenas através de mensagens, porque eu sabia que eu teria
quebrado e despejaria tudo para fora.

Assim que terminássemos aqui, eu iria ligar para ela, eu


prometi a mim mesmo. Se esta merda acabasse sendo ruim,
então eu iria precisar de Em tanto quanto eu ia precisar de
Harper para me apoiar.

A médica com os resultados dos testes de Harper


finalmente ergueu seu olhar de seu iPad e acenou com a
cabeça grisalha. — É exatamente o que eu suspeitava,
Harper... — disse a mulher, e eu tinha certeza de que eu ia
vomitar. Porra... — SOP é tratável e você estava indo muito

353
bem com as pílulas anticoncepcionais. Acho que você deve
começar a voltar para elas e podemos ver se isso vai fazer você
voltar ao normal.

Alívio tomou conta de mim. Harper apertou minha mão,


me atirando aquele sorriso lindo. — Essa é uma boa notícia.

A médica encolheu os ombros. — É tratável, mas você


tinha mencionado há algumas semanas que vocês queriam
tentar ter um filho... — A médica pareceu simpática e sua voz
se tornou suave como se estivesse prestes a dar más notícias.
Meu instinto apertou de novo, porque eu senti a mão de Harper
começar a tremer. — Mas a sua SOP é tão grave que eu não
acho que isso vá ser uma possibilidade.

—Mas ela está bem, certo? — Eu perguntei, precisando


ter cem por cento de certeza. Nada mais realmente importava.
Quem diabos precisava de crianças? Eu tinha tudo que eu
queria ao meu lado. — Ela vai ficar bem?

A mulher mais velha me deu um pequeno sorriso. — Sua


esposa vai ficar bem, Sr. Stevenson. Apenas a incapacidade de
ter um filho... — seu olhar voltou para Harper, que agora tinha
a cabeça baixa. — ...bem, que seria natural de vocês. — Ela
parou. — Eu vou dar a vocês dois um pouco de privacidade.
Não tenham pressa.

Assim que a porta se fechou atrás da médica, eu puxei


Harper no meu colo. Eu estava tremendo de alívio, mas ela
estava imóvel. Sua cabeça se inclinou contra o meu peito e ela

354
se sentou-se assim por um longo momento, enquanto eu corri
minhas mãos para cima e pa0ra baixo sua coluna vertebral. —
Eu me sinto vazia. — ela sussurrou enquanto soltou o primeiro
soluço torturado e isso me deu um tiro direto no coração. —
Por que me sinto tão vazia?

— Querida. — Eu beijei o topo de sua cabeça. — Eu sinto


muito. Eu sei que você queria um bebê nosso... — Minha voz
sumiu, porque eu não sabia mais o que dizer a ela. Talvez eu
fosse um bastardo egoísta. Ok, não havia incerteza nisso. Eu
realmente era um bastardo egoísta, porque eu não me
incomodei com o fato de que não teríamos um filho nosso. Eu
estava tão feliz que eu não ia ter que enfrentar o medo de
perder Harper, que nada mais no mundo importava. Eu não
precisava de um bebê nosso.

Eu só precisava dela.

355
Capítulo 27
Emmie
Meu calendário estava espalhado na minha frente e eu
estava tentando descobrir exatamente como encaixar minha
viagem a Nova York para o nascimento da filha de Lana e Drake
e estar de volta aqui a tempo para a saída dos gêmeos do
hospital. A data do parto de Lana era na próxima semana e o
médico havia dito que era mais do que provável que Luca e
Lyric voltassem para casa na mesma semana. Os alarmes de
apneia do sono dos gêmeos estavam acontecendo cada vez
menos, mas ainda não tinham sido três noites seguidas, mas
tinha uma grande chance de acontecer na próxima semana.

— Você tem uma reunião com o professor da pré-escola


de Mia em duas horas.

Eu nem sequer olhei para a mulher enquanto ela falava e


eu tinha certeza de que ela não esperava que eu olhasse de
qualquer maneira. Eu tinha contratado três assistentes até
agora e apenas uma delas tinha durado mais de uma semana.
A primeira tinha saído porque ela não conseguia aguentar a
minha atitude. Eu disse a ela no dia que em que a tinha

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contratado que eu não era uma pessoa fácil de se trabalhar.
Ela não acreditou em mim, o que tinha ficado claro
descaradamente quando eu tinha começado a comê-la viva por
não me dizer imediatamente quando Lana estava no telefone,
uma Lana emocionalmente destruída. Cadela estúpida. A ex-
assistente, não Lana.

A segunda assistente tinha saído quando eu tinha dito a


ela que meu marido era meu marido e que ele nunca começaria
um caso com ela. Eu não me lembro do nome da mulher,
porque ela não trabalhou para mim por mais de cinco horas
antes que ela estivesse tentando fazer Nik autografar seus
seios. Por outro lado, ela realmente não tinha valido a pena
conhecer. A cadela provavelmente poderia ser ótima por fora,
no entanto. Ela havia me enganado para contratá-la, fingindo
ser uma pessoa séria e que queria aprender o negócio da
música.

Rachel era uma história diferente, no entanto. Ela havia


provado ser eficiente, controlando todos os meus telefonemas,
e-mails e a maioria dos e-mails que eu mandava. Ela tinha
trinta e oito anos e tinha o tom de uma professora da quinta
série irritada que suavizava somente quando ela falava com
Mia e Lucy, e detinha a maioria das pessoas que estavam me
ligando só para me irritar. Ela tinha passado a vida em uma
casa com nada além de caos e sabia como gerenciar as ligações
e acabar com alguém por telefone.

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Honestamente, a mulher era uma dádiva de Deus. Se eu
pudesse cloná-la, minha vida seria muito mais simples. —
Obrigada. — eu murmurei, ainda considerando o calendário.

— Seu marido quer saber se você quer pedir o jantar


enquanto você está fora ou se ele deveria grelhar alguns bifes.
— Levantei meus olhos, mas apenas um pouco, me encolhendo
logo que fiz isso, porque meu olho ainda estava muito sensível.
A cicatriz que ia do meu cabelo até a minha sobrancelha estava
irritada e inchada, mas não se comparava à dor persistente por
baixo dela. — Shane pediu para você ligar para ele o mais cedo
possível.

Peguei meu celular, pronta para ligar de volta. Shane e


Harper estavam passando por um sério momento. Bem,
Harper estava. Shane estava em um lugar melhor do que ela
no momento. O que provavelmente deixava tudo pior para
pobre Harper. Ela não conseguia entender por que ele não
estava mais chateado com isso, sendo incapaz de ter filhos. Eu
podia entender a situação de ambos os pontos de vista. Shane
estava feliz por ter Harper e por não precisar se preocupar em
perdê-la para a palavra com C que era tão temida. Harper
estava deslizando mais profundamente na depressão, mais e
mais a cada dia, porque ela não ia ser capaz de ter algo que eu
acariciava todos os dias. Essa depressão também estava
fazendo cicatrizes antigas ressurgirem e se abrirem.

— ... e Axton Cage está esperando na linha dois.

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— Ax? — Eu fiz uma careta e peguei o telefone na minha
nova mesa em vez do meu celular. Tudo na casa era realmente
novo, com exceção da pequena cozinha onde não me preocupei
em tocar. Levou duas semanas para fazer a planta que eu
queria com o arquiteto. O que tinha sido uma vez a sala de
estar, era agora uma área de recepção que tinha a mesa de
Rachel, bem como algumas cadeiras e as paredes, que estavam
cobertas de pôsteres bem emolduradas do Demon’s Wings e da
OtherWorld. O quarto era agora o meu escritório e o meu
santuário já que eu me escondia aqui mais vezes do que em
qualquer outro lugar. Rachel tinha facilitado tanto para mim
empurrar as coisas para ela fazer.

Axton me ligar no meu escritório e não no meu celular foi


suficiente para me deixar preocupada. Ele me mandava
mensagens vinte vezes por dia, mesmo que fosse apenas para
dizer oi ou para enviar uma foto que ele havia encontrado no
Facebook. — Hey. — eu o cumprimentei. — O que está
acontecendo?

— Eu quero Liam fora.

Eu pisquei quando percebi o gelo em sua voz. Eu acho


que nunca o ouvi parecer tão puto como ele estava agora. Isso
ser por causa de Liam Bryant não me surpreendeu, é claro,
mas Liam ainda estava na reabilitação em Nova York. Axton
não devia nem mesmo saber onde ele estava, então por que
diabos ele estava tão bravo? — Por quê?

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— Eu preciso da porra de um motivo? — Ele rosnou e
olhei para Rachel, que ainda estava de pé na porta do meu
escritório. Acenando a minha cabeça, ela recuou e fechou a
porta atrás dela.

— Tudo bem, acalme-se. — eu disse calmamente. — Tudo


o que está acontecendo, podemos trabalhar com isso, Ax. Pare
de reclamar comigo e me diga o que está acontecendo.

— Ele é um filho da mãe traidor, é isso o que está


acontecendo. Só porque ele é tão fodido da cabeça, ele acha
que tem direito a tudo o que vê. Quero ele fora ou eu vou sair.
— Meus olhos se estreitaram, sabendo que o que quer que
havia irritado tanto o meu era algo grande. Mesmo com tudo o
que ele e a OtherWorld tinham passado, ele nunca ameaçou
deixar a banda antes. Ele adorava o que fazia e estar com seus
companheiros de banda atrás dele no palco sempre foi algo de
que ele era orgulhoso.

— Isso é porque ele estava trepando com Gabriella


Moreitti? — Bastava dizer o nome dela para deixar um gosto
ruim na minha boca, mas eu sabia que tinha que ter algo a ver
com a pequena roqueira italiana. Não foi até muito
recentemente que eu tinha descoberto que a ex de Axton havia
morado com Liam, mas o tinha expulsado na mesma noite em
que ele tinha ido parar na reabilitação. Isso só serviu como
mais uma indicação de que Liam estava seriamente fodido da
cabeça, no meu ponto de vista. O que aquela cadela tinha, que

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caras sexys corriam atrás dela com a língua de fora como
cachorros com a cabeça para fora da janela?

— Foda-se Gabriella! — Ele rosnou. —Isso não tem nada


a ver com ela. Nada.

— Então, talvez tenha algo a ver com Dallas. — Quando


tudo o que eu ouvi foi a sua respiração pesada e com raiva, eu
sabia que eu tinha batido no prego certo. Eu realmente gostava
de Dallas, muito. Ela era uma vadia tão honesta que ela tinha
alcançado meu coração e em poucos dias eu já falava com ela
regularmente. — Então, você vai deixar uma garota acabar
com sua amizade, possivelmente, até mesmo destruir a
OtherWorld?

Se Axton saísse, era o mais provável de acontecer. A


banda não sobreviveria sem Axton como o vocalista. Ele era a
razão pela qual eles foram notados por Rich Branson. Era por
isso que eles haviam prosperado. Claro que Wroth arrebentava
como guitarrista, mas ele preferia estar trabalhando em sua
fazenda no Tennessee do que no palco. Devlin, Zander, e Liam?
Claro que havia talento lá, mas eles precisavam de alguém com
a encantadora arrogância de Axton para conduzi-los. — Isso
não é você, Ax. Você não deixa as mulheres mexerem com esta
parte da sua vida.

— Eu os vi, Emmie. — Sua voz tinha perdido a sua


dureza, de repente, e tudo que eu podia ouvir era mágoa e

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tristeza nela. Meu coração doeu por ele. — Eu o vi beijando-a
ontem.

—Liam e Dallas? — Eu suspirei. — Então você encontrou


Liam. Você não se aproximou dele, não é? Ele está indo muito
bem naquele lugar, Ax. Não se meta com ele agora.

— Não se preocupe com o filho da puta. Eu não tocá-lo e


eu não vou avisar que eu estava lá. Ele está vivo, o que deve
ser toda a prova que você precisa de mim de que não vou me
aproximar dele. — A dureza estava de volta e eu não tinha
certeza do que eu odiava mais - o frio ou a tristeza. Um me
machucava tanto quanto o machucava, o outro me irritava a
tal ponto que eu queria ser aquela a machucá-lo. — Ele estava
com as mãos na bunda da minha garota. Seus malditos lábios
nela. Estou cheio dele.

— Liam não é o tipo de Dallas. — Eu me encontrei


assegurando a ele. Era verdade. Liam era muito quebrado,
muito carente para alguém tão forte como Dallas. Ela precisava
de alguém como Axton que realmente fosse satisfazê-la. —
Talvez o que você viu não fosse realmente o que você está
pensando. Ela está ajudando ele, Axton. Indo lá aos domingos
para mostrar a ele que ele não está sozinho durante tudo isso.
Falei com ela a poucos dias atrás e ela disse que eles eram
amigos.

— Sabe, eu nem sequer pisquei quando Liam disse que


estava com Gabriella. Não importava. Ela era tóxica para mim

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e eu era tóxico para ela. Ela ficar com um dos meus amigos
não me incomoda. Mas Dallas? Ele não pode tê-la, Em.

— Ele não a tem para qualquer coisa, exceto amizade. Por


que você não fala com ela sobre isso? Aposto que ela irá dizer
a mesma coisa. Ela é muito inteligente para se envolver com
Liam romanticamente.

A risada de Axton estava cheia de nada, e isso me assusto


pra caramba. — Eu tenho ligado para ela, mandado
mensagens de texto, indo até a porra do apartamento dela e
até mesmo em seu trabalho. Estou a dois passos de ser um
maldito perseguidor. Ela se recusa a falar comigo.

— Eu vou falar com ela, então. — eu disse a ele,


acrescentando isso na longa lista de coisas que eu precisava
fazer na próxima semana. Obviamente, isso estava levando
meu amigo para o território psicopata. — Por enquanto, basta
dar uma caminhada ou ir encontrar alguma vadia para foder.
Qualquer coisa para limpar a cabeça. Vamos começar com a
turnê em poucos meses e se você ainda quiser sair no final
dela, então podemos falar sobre isso.

—Sim, claro. Que seja.

Fechei os olhos e apertei a ponta do meu nariz, tentando


não perder a calma com ele nos próximos dez segundos antes
de eu desligar. — Vou estar em Nova York na próxima semana.
Verei você então. — E vou bater nas suas bolas algumas vezes
para tirar sua cabeça da bunda!

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— Tudo bem. — E ele desligou sem sequer dizer adeus,
ou que ele me amava. Revirei os olhos, porque eu estava
acostumada em lidar com adolescentes de trinta e poucos
anos, só que Axton raramente agia tão imaturo.

Desliguei o telefone e peguei meu celular. Podia muito


bem riscar esse item da minha lista quilométrica de coisas
para fazer enquanto ainda estava fresco na minha cabeça.
Tocou três vezes antes do sotaque texano responder. — Ei,
ruiva.

— Dallas, você tem alguns minutos...?

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Capítulo 28
Lana
Era oficial. Eu não conseguia ver meus pés. Murmurando
uma maldição, eu estava na frente do meu espelho tentando
ver se eu estava com sapatos iguais. Não seria a primeira vez
que acontecia. Dois dias atrás eu tinha ido para uma consulta
no médico e não foi até que eu tinha usado o banheiro antes
do exame que eu descobri que tinha um sapato de salto alto
preto liso no meu pé esquerdo e um marrom no direita. E não
foi só porque eu não podia ver o que eu estava fazendo.

Eu estava tão dispersa no momento que alguns dias


parecia que eu era um paciente com demência de 75 anos de
idade. Compras de supermercado? Eu não conseguia nem
mesmo seguir uma lista, porque eu podia ler aquela coisa um
milhão de vezes e ainda esquecer pelo menos três coisas dela.
Hora do lanche? Eu fazia um sanduíche, me distraia e acabava
fazendo outro porque eu tinha esquecido do primeiro.

Agradeço aos deuses por Emmie e Nik estarem chegando


na parte da manhã. Já que a minha irmã não poderia vir para
o nascimento do meu filho, Emmie era a melhor opção. Eu não

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queria admitir, mas quanto mais perto ficava da data, mais
assustada eu ficava. Eu estava tendo contrações de Braxton
Hicks nos últimos dois dias e se isso era apenas uma amostra
da dor que viria, eu não tinha certeza se eu seria capaz de ir
até o fim sem a epidural. Isso só me deixava puta, porque eu
já tinha feito o meu plano de parto e eu tinha sido convencida
de que eu não queria a peridural ou drogas de qualquer tipo.
Eu queria ter o bebê de forma completamente natural.

Eu não tinha contado a Drake sobre as contrações ou até


mesmo sobre os meus medos. Ele estava lutando contra um
resfriado muito forte e tinha ficado em casa por insistência
minha, no dia da minha última consulta. Nas duas últimas
noites, ele estava dormindo no sofá na sala de estar para que
eu não ficasse doente também. Não estava ajudando com a
minha ansiedade não tê-lo dormindo ao meu lado todas as
noites, mas eu entendia seu raciocínio. Se eu estivesse doente
quando o bebê chegasse, haveria uma enorme chance do bebê
ficar doente também.

Mesmo que ele estivesse doente e com febre, Drake ainda


iria ao trabalho hoje à noite. Era o final da temporada e ele
queria estar lá, por nenhuma outra razão senão para apoiar
Kurtis Quinn, que era um dos dois finalistas. Ele já tinha saído
para o estúdio há algumas horas para se arrumar. Não haveria
detalhes de última hora para passar por cima, apenas a
maquiagem que Drake odiava, e escolher a roupa.

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Só porque eu estava grande como uma baleia não
significava que eu iria parecendo uma mulher de idade
desmazelada. Eu era esperada para estar em todos os shows,
especialmente nas finais. Havia sempre um close-up meu
sentada na primeira fila atrás da mesa dos juízes. Hoje à noite
eu mostraria ao mundo que, mesmo estando muito grávida,
não queria dizer que eu era menos sexy. Eu ajeitei meu cabelo
e o fiz brilhar. Minha maquiagem consistia em um olho
esfumaçado muito dramático e lábios cor de rosa brilhantes,
com apenas um toque de brilho. Eu estava usando tudo preto,
desde as calças de maternidade a camisa de corte baixo que
mostrava o quanto os meus seios tinham crescido ao longo dos
últimos nove meses.

Eu parecia boa.

Outra pequena contração me bateu e eu torci em


desconforto. Minhas costas doíam mais e mais e eu só queria
tomar dois comprimidos de Tylenol e ir para a cama. Em vez
disso, eu levantei a minha bolsa preta com caveiras brancas
da Loungefly que Drake tinha me dado algumas semanas atrás
e sai. O táxi já estava esperando por mim e eu subi no carro
com um sorriso para o motorista.

Como de costume, cheguei ao estúdio para encontrar a


plateia lotada. Só havia um assento disponível e era logo atrás
de Drake, que já estava sentado e pronto para o show ao vivo
começar. Sua atenção estava no que um jovem com um fone
de ouvido em sua orelha estava dizendo a ele. Com a ajuda do

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departamento de maquiagem, ele não parecia cinza da febre
com a qual estava lutando. Ele parecia cheio de vida, exceto
pelos olhos injetados de sangue que mostrava a falta de sono.

— Uau! Você está tão sexy.

Forcei um sorriso para a mulher que se sentou ao meu


lado. Hilary não era necessariamente bonita, mas ela estava
tão boa quanto ela me disse que eu estava. Cabelo loiro barato
estava preso no alto, a maquiagem tão pesada que ela devia
manter as farmácias lucrando sozinha, e uma roupa que servia
mais para um clube de strip do que para um lugar público. Ela
era boa o suficiente mas errou no caminho, não importa o
quanto ela quisesse puxasse o meu saco.

Talvez tivesse algo a ver com o fato de que ela tinha


apenas vinte e cinco anos e tinha estado com meu pai nas
últimas seis semanas, se não mais. Ela não sabia que eu era
filha de Cole, no entanto. Algo que eu estava seriamente grata
porque eu não podia aguentar a bajulação em uma dose maior,
algo que poderia acontecer se ela descobrisse que precisava me
impressionar antes que Cole Steel a mantivesse por mais do
que alguns meses.

— Obrigada. Você está linda também. — eu disse a ela.


Talvez eu não gostasse dela, mas eu sempre fui legal com ela.
Eu não queria constranger Drake por não ser educada e gentil
enquanto o mundo assistia.

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— Estou muito animada. Kurtis Quinn merece ganhar. —
As pestanas falsas baixaram para velar um olhar cheio de
luxúria que foi direto para o lado do palco onde Kurtis poderia
ser visto conversando com um outro homem em um fone de
ouvido enquanto se preparava para iniciar o show.

— Yeah. Ele tem um talento e tanto. — Mas eu não


achava que ela tenha ouvido enquanto ela fodia mentalmente
o roqueiro. Nojento.

Voltei minha atenção para Drake, cujas costas ainda


estavam viradas para mim. O homem com o fone de ouvido se
mudou para Axton que sempre se sentava no meio dos três e
eu ansiava por ir até lá e beijá-lo. Como se sentisse o meu olhar
sobre ele, ele se virou em sua cadeira e seus olhos focaram
imediatamente em mim. Acenei para ele flertando e ele sorriu.
Droga, minha calcinha ficou molhada só com aquele sorriso.

Soprando-lhe o beijo que eu desejei que eu pudesse dar a


ele de verdade, seu olhar escureceu, mas antes que ele pudesse
responder, as luzes se apagaram e os produtores estavam
pedindo calma no set. Alguém fez a contagem regressiva e o
anfitrião subitamente saltou para o palco na frente dos juízes.
Mesmo o show sendo ao sido ao vivo, ele tinha um atraso de
cinco minutos porque não só os juízes tendiam a se esquecer
e xingar, mas o anfitrião era muito pior no departamento da
linguagem.

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Tendo feito um nome para si mesmo como um DJ, Wes
Shaver se moveu até as fileiras e conseguiu seu próprio
programa de rádio por satélite. Ainda bem que os canais de
rock no satélite não eram censurados porque Wes xingava
mais do que Emmie tendo um ataque de vadia. Ele tinha sido
a primeira escolha para o America’s Rocker como apresentador
e ele fazia um trabalho incrível. Não era à toa que ele era o DJ
mais popular do país no momento.

No meio do show eu notei que Drake estava começando a


mostrar o quão doente ele realmente estava. Sua voz estava
áspera da dor de garganta e congestão no peito. Axton o
cutucou algumas vezes porque Drake não estava prestando
atenção às bandas que eram a atração principal do final e
tocavam com os dois finalistas. Alguém do lado de fora
apareceu com uma caneca fumegante de algo e depois de
alguns goles Drake parecia um pouco mais animado.

Porque era o final da temporada, o show durou duas


horas com interrupção comercial mínima. Os fãs votaram do
fim de semana até a quarta-feira em Kurtis e sua concorrência.
Um vencedor já tinha sido escolhido e apenas estávamos os
últimos quinze minutos para anunciar quem ele era. Meus
dedos estavam cruzados para Kurtis.

Finalmente, Wes estava no palco entre Kurtis e um cara


que me assustou muito, não só com a sua maquiagem gótica,
mas com os espinhos de metal em toda a sua roupa. Eu
esperava que ninguém quisesse abraçá-lo enquanto ele estava

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usando aquele traje, porque eles correriam seriamente o risco
de serem esfaqueados no olho ou algo assim. Todos os três
juízes deram as suas últimas críticas e Cole foi ao ponto de
dizer que ele sabia que não importava os resultados da
votação, mas ele sempre consideraria Kurtis o verdadeiro
vencedor da temporada.

Deixe para o meu pai dizer como realmente era. Deuses,


ele não poderia ter sido um pouco mais sensível com os
sentimentos do outro indivíduo? Eu me senti um pouco mal
pelo gótico assustador.

— E o vencedor do America’s Rocker é... — Cruzei os


dedos e mordi meu lábio, esperando enquanto Wes segurava
os resultados que poderiam mudar uma vida...Kurtis Quinn!

Toda a multidão ao meu redor foi à loucura. Me levantei


com toda a plateia, gritando e batendo palmas. Outra
contração apertou minha cintura e eu murmurei uma
maldição porque esta era muito mais dura do que as outras
tinham sido. Sim, eu com certeza iria aceitar as drogas.

Não, eu decidi, apertando meu queixo quando a


contração permaneceu por alguns segundos a mais do que eu
estava acostumada. Eu tinha feito o meu plano de parto e eu
iria cumpri-lo.

Demorou uma hora para a multidão começar a sair.


Axton, Cole e Drake tinham ido para os bastidores há cerca de
trinta minutos com Kurtis e o vice-campeão para entrevistas e

371
fotos. Minhas costas estavam realmente começando a doer,
embora e eu quisesse Drake para esfregá-las para mim quando
chegássemos em casa.

Hilary tinha deixado seu assento ao meu lado há muito


tempo e eu era a única que ainda estava sentada.
Cuidadosamente eu tentei levantar, mas parei assim que eu
estava de pé com uma dor muito mais intensa do que já senti
na minha vida, parecia rasgar minha barriga. Quando eu pude
respirar novamente eu estava suando. — Porra. — eu
murmurei e tirei meu celular para que eu pudesse começar a
cronometrar as contrações.

Com o aplicativo do cronômetro ligado, eu empurrei a


multidão em direção ao palco. Alguns dos membros da
produção me cumprimentaram com um sorriso ou um aceno
de cabeça, mas estavam tão ocupados que não pararam para
falar comigo. No momento em que cheguei aos vestiários, eu
achei Cole e Axton sentados com um grupo de mulheres, rindo
e flertando e sabe-se o que mais. Uma estava sentada no colo
de Cole, que definitivamente não era Hilary, mas a garota
estava vestida da mesma maneira como a outra mulher. Axton
tinha uma em cada braço da cadeira em que estava sentado,
mas seus olhos não estavam focados nelas como Cole estava
em sua pequena groupie.

— Hey, querida. — Cole cumprimentou quando ele me


viu. — Drake não estava muito bem a poucos minutos atrás.
Você pode querer verificar o pobre filho da puta.

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Preocupada, eu continuei andando. O camarim de Drake
ficava no final do corredor e eu corri em sem me preocupar em
bater.

O primeiro cheiro que me bateu era aquele muito familiar


de uísque, que era como um fantasma terrível do passado.
Parei com a minha mão no interruptor de luz. Que porra as
luzes estavam fazendo apagadas? Então eu ouvi um gemido
feminino e acendi as luzes antes de me virar.

Senti o sangue escorrer do meu rosto só para começar a


ferver nas veias. A sala se encheu com um alto grito que levou
um momento para que eu percebesse que vinha da minha
própria boca. Ah, eu ia matar aquela puta.

Drake estava deitado no pequeno sofá, com os olhos


fechados, a respiração lenta e uniforme. Ele estava desmaiado.
De beber? Foi o primeiro pensamento que passou pela minha
cabeça, mas rapidamente o afastei com vergonha de mim
mesma por deixar essa possibilidade entrar na minha cabeça.
Sua camisa estava aberta, e uma Bethany muito nua estava
deitada em cima dele.

Ela estava praticamente estuprando o meu marido que


estava viajando em um outro mundo, incapaz de sequer
protestar ou até mesmo participar, se ele realmente quisesse
me trair.

Durante semanas - não, meses! - eu sabia que esta cadela


estava atrás do meu marido e tinha até mesmo me entretido

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com a ideia do que eu faria se ele perdesse a sanidade e me
traísse com ela. Eu imaginava como eu iria destruí-lo,
começando com suas bolas para me certificar de que ele se
lembrasse de mim só de pensar em deixar seu pau ficar duro.
Eu pensei que talvez eu fosse chorar ou gritar ou apenas virar
e sair — como eu tinha feito quando eu o tinha encontrado na
cama com Gabriella Moreitti.

Agora, diante da imagem na minha frente, eu sabia que


eu tinha sido incrivelmente estúpida. Drake nunca me trairia.
Talvez eu fosse vaidosa e mimada, mas eu sabia sem sombra
de dúvida que ele me amava e provavelmente se mataria antes
de me machucar assim. Então, eu estava ali, vendo aquilo,
quando Bethany virou a cabeça. Um sorriso mal brincou em
seus lábios enquanto ela arregalou os olhos, fingindo surpresa.

— Ah... Oh, não. — Ela mordeu o lábio, o olhar de


inocência em seus olhos, se não fosse por doença, também
evidente lá. Ódio puro brilhou para mim de seus olhos sem
alma. — Lana, eu sinto muito. Nós não queríamos que você
descobrisse dessa forma.

Eu a ignorei e olhei ao redor da sala, procurando a fonte


do cheiro de uísque. Se Drake realmente tivesse tido uma
recaída, eu sabia que ele teria ido direto para uma coisa só.
Jack Daniels. Em vez disso, vi uma garrafa de Jameson
derramada sobre a mesa do café em frente ao sofá. Uau, ela
tinha realmente pensado em tudo. Tentando me fazer pensar
o pior do meu homem.

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Claro, com a forma como as minhas emoções tinham
estado em todo o lugar recentemente era muito provável que
eu poderia ter respondido a esta cena de forma diferente. Eu
poderia ter ficado muito chateada e decepcionada por
encontrá-lo com outra mulher deitada sobre o seu peito nu e o
cheiro de álcool enchendo o ar, mas ainda estava considerando
Drake inocente em tudo isso. Parecia ruim. Muito, muito ruim.

Eu acho que era muito ruim para essa vadia maluca que
eu amava meu marido tanto quanto ele me amava. Assim,
mesmo quando outra contração forte tinha me parado por um
momento para recuperar o fôlego, no minuto seguinte me
encontrei do outro lado da sala puxando a cadela de cima do
meu homem.

Seu grito quando eu peguei um punhado de seus cabelos


e a arrastei para a porta ecoou pela sala, fazendo Drake
acordar. — Anjo? — Sua voz era áspera com a febre e o sono.
— Porra! — ele gritou quando viu me esforçando para abrir a
porta enquanto eu segurava minha prisioneira.

— Eu vou matá-la. — eu gritei. — Ela estava... — Eu não


podia dizer as palavras. Ele havia sido violado o suficiente e eu
não queria que ele pensasse nisso novamente. E essa cadela
estava prestes a fazer a mesma coisa com ele! Sim, eu iria
matá-la.

A porta se abriu sem aviso, batendo no meu ombro. Cole


e Axton estavam na porta, com reocupação franzindo suas

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sobrancelhas, mas suas bocas estavam abertas quando eles
viram uma mulher grávida arrastando outra mulher pelo
cabelo.

— Que porra está acontecendo? — Cole explodiu,


finalmente encontrando sua voz. — Jesus, Lana!

Eu ainda estava segurando o cabelo de Bethany, puxando


para trás e para a frente até que eu arranquei um punhado.
Ela gritou novamente, e se minha barriga não estivesse do jeito
que estava eu teria chutado a psicopata na vagina. Joguei a
cabeça dela para o lado, sentindo uma emoção satisfeita
quando sua cabeça fez um baque alto quando ricocheteou no
chão. Eu me ajeitei e a chutei, recebendo um gemido estridente
dela.

— Como você ousa tocar no meu marido? — Eu gritei


quando eu a chutei novamente. — Aproveitando-se enquanto
ele estava doente. Tentando machucá-lo, fazendo-o me perder.
Mexendo com sua cabeça, fazendo parecer que ele havia
bebido. — Outro chute, um presente para suas costelas
enquanto ela ficava encolhida em posição fetal para tentar se
proteger, tanto quanto possível. Droga, eu gostaria de estar
usando as minhas botas. Eu teria pisado nesta cadela até ela
virar pó.

— Você é doente! — Saiu um grito estridente que


machucou minha garganta. Eu gritei tão alto que mais pessoas
vieram até a porta aberta. — E se você pensou que eu iria

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deixá-lo fugir com você, pensou errado, cadela. Eu protejo o
que é meu. Eu... — Eu quase tropecei quando outra contração
me fez dobrar de dor.

Ninguém tentou me parar quando eu deixei Bethany


sangrando, uma bagunça lamentável no chão. Nenhuma
pessoa havia se adiantado para intervir. Ou eles estavam
muito atordoados ou eles simplesmente não se importavam.
Agora, enquanto eu gemia de dor, os braços de Drake
agarraram minha cintura para me firmar. Axton se aproximou
ao mesmo tempo que Cole, prontos para me ajudar ao primeiro
sinal.

— Anjo? — A voz de Drake me acalmou enquanto eu


tentava respirar através da dor. — O que há de errado? Você
está em trabalho de parto?

— Parece que sim. — Eu me inclinei para ele, acolhendo


o seu calor e força.

As coisas aconteceram rápido depois disso. Drake me


levantou em seus braços, gritando ordens para Axton pegar o
carro. Cole empurrava a multidão na porta, fazendo um
caminho para que Drake pudesse me tirar dali. As pessoas
estavam sussurrando ao meu redor, fazendo suposições,
algumas delas verdadeiras, outras enormes mentiras. Como a
de que Drake e eu estávamos fazendo um ménage com a
assistente do produtor executivo quando eu tinha entrado em
trabalho de parto. Uau, sério?

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A limusine estava esperando do lado de fora com Axton
segurando a porta aberta para Drake. Assim que Drake estava
dentro comigo no colo, Axton e Cole subiram atrás dele. Eles
se mudaram para o outro banco e Axton gritou para o
motorista para ir. Drake puxou o celular do bolso e jogou-o
para Cole. — Ligue para o médico. — ele ordenou. — Ax,
Emmie.

Ambos os homens assentiram enquanto a limusine


acelerava pelas movimentadas ruas de Nova York. Eu tive mais
duas contrações nos 10 minutos que levamos para chegar ao
hospital. Eu derramava lágrimas, enquanto me agarrava ao
pescoço de Drake e enterrava meu rosto em seu peito. Oh
merda, isso dói!

A limusine parou na entrada do Pronto Socorro do


hospital e a porta se abriu com uma enfermeira que tinha uma
cadeira de rodas ao lado dela. Eu pisquei. — Dallas?

Ela sorriu e ajudou Drake a me colocar na cadeira. —


Você não acha que eu ia perder a grande entrada da minha
sobrinha no mundo, não é?

Lágrimas entupiram minha garganta e eu balancei minha


cabeça. — Estou tão feliz em vê-la.

Ela ignorou a todos, enquanto me empurrava para dentro


e esperava o elevador. Drake, Cole, e Axton pisaram atrás dela
e subimos até o andar da maternidade. Eu não tinha certeza
se era porque Dallas trabalhava lá ou talvez Emmie tinha

378
ligado e começado a distribuir ordens, mas fui colocada em um
quarto particular, sem o barulho de papelada. Dez minutos
depois, eu estava em um vestido, ligada a vários monitores e
com um soro no meu pulso. Na hora em que o médico chegou,
dizendo que eu tinha dilatado seis centímetros, eu estava me
sentindo um pouco mais relaxada entre as contrações.

O Doutor Conrad estava no final da minha cama,


parecendo sério. — Você está dilatando muito rápido, Lana. E
as contrações estão chegando cada vez mais rápido. Eu preciso
que você decida agora se você quer uma epidural ou se você
vai seguir com o plano de parto que falamos.

Aqui era a minha chance de pedir pelas drogas. Para me


livrar dessa dor que parecia que ia me rasgar. Mas quando eu
abri minha boca, eu lhe disse que não. — Eu vou manter o
plano. — eu disse a ele e senti alivio com a minha decisão. Eu
poderia fazer isso. Eu poderia fazê-lo.

Ele sorriu e deu um tapinha na minha perna. — Essa é


minha garota. — Piscando para mim, ele se virou para Dallas.
— Você trabalha na sala de emergência, certo?

Dallas deu de ombros. — Eu tinha acabado de terminar


o meu turno quando recebi o telefonema. Eu gostaria de ficar,
se você não se importa.

— Para mim tudo bem. Eles estão com falta de pessoal


aqui esta noite de qualquer maneira. — O médico nos deixou

379
com a promessa de voltar em uma hora para me checar
novamente.

Olhei para Drake, que estava visivelmente tranquilo. Ele


estava suando muito e eu não tinha certeza se era da gripe. Eu
peguei sua mão, oferecendo-lhe um sorriso tranquilizador que
ele não retornou. —O quê? — Eu sussurrei. — O que há de
errado?

— Você não acha que eu... — ele parou de falar, uma


mistura de emoções atravessando seu rosto. Nojo, raiva,
medo... Vergonha.

Olhei para Axton e Cole quem estavam de pé junto à


janela. Eu estava bem com os dois estarem aqui no momento,
mas eu não tinha certeza se eu os queria no quarto quando
chegasse a hora de empurrar. — Vocês podem nos dar alguns
minutos?

Dallas não lhes deu tempo para decidir e começou a


empurrá-los em direção à porta. — Estaremos logo no final do
corredor.

Assim que a porta se fechou atrás deles eu peguei a


camisa de Drake —quando ele tinha colocado? — Eu estava
tão distraída chutando Bethany que eu nem tinha notado.
Dando-lhe alguns puxões ele finalmente se sentou na beira da
minha cama de hospital. Eu virei seu rosto, fazendo-o olhar
nos meus olhos. — Assim que eu entrei eu senti o cheiro de
uísque, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi o

380
óbvio. Mas com a mesma rapidez, me chamei de idiota. Drake
Stevenson é muito forte para se deixar escorregar...

— Eu tenho tido desejos ultimamente... — Ele fechou os


olhos. — Há meses eu estive lutando contra eles.

— Olhe para mim. — ordenei e depois de uma pequena


hesitação, ele me agrediu com aqueles olhos azul-acinzentados
que eu esperava que nossa filha herdasse. — Você
provavelmente sempre terá esses desejos, querido. Faz parte
de estar em recuperação. Nós conversamos sobre isso e até
mesmo o seu padrinho diz que eles nunca irão embora. O
verdadeiro problema surge quando você desistir, quando
deixar os desejos se tornarem mais fortes. E você não tem feito
isso. Você é tão forte, Drake.

— Só por causa de você. — Suas mãos cobriram as


minhas e as puxou para seus lábios. — Você me mantém forte,
Anjo.

Eu enruguei meu nariz. — Sim, eu sei. — Ele riu com o


quão vaidoso isso soou, me fazendo sorrir. — Eu amo o meu
demônio, e meu demônio nunca vai fazer algo para ferir seu
Anjo.

Seus olhos escureceram. — Nunca foram ditas palavras


mais verdadeiras, Anjo.

381
Capítulo 29
Drake
Seis horas.

Do momento em que cheguei no hospital até o momento


em que eu ouvi pela primeira vez o grito da minha filha, levou
seis horas e doze minutos.

As horas de preocupação, de tortura assistindo Anjo


gritar de dor... Tudo isso voou para fora da minha cabeça no
momento em que pus os olhos sobre aquela pequena criatura
perfeita. Uma cabeça cheia de cabelo preto e grosso, gordinha,
com bochechas vermelhas. Vinte centímetros de comprimento
e 3,5kg de beleza personificada. Eu me lembraria deste
momento para o resto da minha vida.

Com a mão trêmula, eu cortei o cordão umbilical como o


médico instruiu e, em seguida, Dallas estava levando-a para o
outro lado da sala para limpá-la e verificá-la enquanto o
pediatra estava ao lado dela. Anjo estava chorando, lágrimas
uma vez cheias de dor agora eram felizes. Lágrimas corriam
descaradamente no meu próprio rosto e eu dei um beijo no
topo da sua suada testa.

382
Doutor Conrad estava fazendo alguma coisa com ela e
disse para empurrar mais uma vez. Eu me apavorei, pensando
que era outro bebê, mas em vez disso ela soltou a placenta e,
em seguida caiu completamente exausta. Do outro lado da
sala, onde ela tinha pedido para Axton e Cole ficarem se
quisessem ver o nascimento, eu ouvi Ax parabenizando Cole
por ser avô.

Finalmente Dallas apareceu com um pacote cor-de-


rosa. Ela estava limpando suas próprias lágrimas e sorrindo
quando ela entregou o bebê para Anjo. —Ela é perfeita, Lana.

Com as mãos trêmulas com uma mistura de cansaço e


alegria pura, Anjo segurou o bebê contra o peito. — Olá,
princesa. — Sua voz era áspera com lágrimas. — Estou tão feliz
que eu finalmente posso te abraçar.

— Então, como vou chamar minha neta? — Cole


perguntou de seu lugar perto da janela. — Ou você não sabe
ainda?

Os olhos de Anjo se arregalaram e ela olhou para mim. —


Sim, papai. Como vamos chamá-la? Já decidiu?

Eu olhei para o meu mundo, o meu céu na terra. Naquele


momento eu sabia que tinha encontrado o paraíso. Inclinando
minha cabeça, eu beijei o topo da cabeça do meu Anjo. —
Nevaeh. — eu disse a ela. — Nevaeh Joy Stevenson.

383
Seus olhos se encheram de lágrimas mais uma vez. —
Perfeito. — ela sussurrou. — Completamente, absolutamente.
— Ela levantou a criança, oferecendo-a para mim.

Peguei-a de bom grado e logo que eu a toquei meu coração


pareceu que ia explodir. Como alguém poderia ser tão feliz e
não morrer? Eu beijei o topo de sua cabeça, e então
relutantemente entreguei-a de volta para a mãe, apavorado
pela possibilidade de deixá-la doente. O frio que tinha chutado
a minha bunda ainda não tinha passado pela minha cabeça
durante as horas de parto, mas agora que Nevaeh estava aqui,
eu estava começando a sentir a dor de garganta, congestão no
peito, e toda a dor no corpo.

Dallas se virou para os dois roqueiros que estavam do


outro lado da sala quando os médicos deixaram a sala. —
Fora. A mamãe precisa amamentar e eu sei que esse Demônio
aqui não vai deixá-los testemunhar isso.

— Malditamente certo. — eu rosnei. — Caiam fora,


idiotas.

Rindo, Axton e Cole cruzaram o quarto. Cole deu um beijo


na testa de sua filha, e outro em sua neta. — Eu voltarei na
parte da manhã, querida. Vou trazer muitos presentes.

— Você não tem que fazer isso, pai. — Anjo protestou.

384
Cole parou, não acostumado a ser chamado de "pai" por
ela, mas parecia se divertir. Um enorme sorriso dividiu seu
rosto e ele beijou-a no topo da cabeça. — Até mais, querida.

Axton a abraçou, então me puxou para um abraço de


urso. — Eu vou estar na sala de espera, cara. Parabéns pela
nova adição. Ela é tão bonita como a mãe.

Bati-lhe nas costas algumas vezes. — Obrigado por estar


aqui.

Ax encolheu os ombros. — Você é a minha família,


mano. Eu não iria querer estar em outro lugar.

Quando ele foi embora, apenas Dallas permaneceu. Pela


próxima meia hora, ela ajudou Anjo a se sentir confortável com
a amamentação. Seu leite não era muito, mas Nevaeh mostrou
o quão inteligente ela era por mamar como uma profissional e
pegar o que meu Anjo tinha para oferecer. Para mim, isso era
provavelmente a visão mais impressionante que eu já vi na
minha vida. Minha mulher alimentando a nossa filha
assim. Porra, isso era ao mesmo tempo inspirador e sexy como
o inferno.

Depois que o bebê tinha tido o suficiente, Dallas a levou


para o berçário para que pudessem cuidar dela. Outra
enfermeira e uma assistente vieram para deixar Anjo
confortável. Ajudaram-na a tomar banho e colocar um vestido
fresco nela já que ela não tinha trazido nada com a
gente. Havia uma mala pronta no armário em casa, mas eu

385
não queria deixar ela para ir buscar. Havia tempo de sobra
para fazer isso mais tarde.

Quando ela finalmente voltou para a cama mais uma vez,


a enfermeira e sua auxiliar trouxeram uma jarra de água
gelada e dois copos, depois saíram com a promessa de nos
trazer algo para comer. Eu não estava com fome, mas meu Anjo
disse que ela estava morrendo de fome e para que elas
prometessem se apressar.

Estávamos sozinhos pela primeira vez durante toda a


noite e eu não perdi tempo antes de beijá-la como se estivesse
desesperado para fazê-lo. Seus braços levantaram, envolvendo
em torno de meu pescoço enquanto ela me beijava de
volta. Não era um beijo apaixonado. Não era sobre a
luxúria. Este era um beijo cheio de amor e
compreensão. Quando finalmente se afastou, ela tinha um
sorriso no rosto.

— Dorme comigo? — ela perguntou, já se arrumando para


que eu pudesse subir ao seu lado.

Com uma perna no chão e outro no colchão eu me deitei


e puxei sua cabeça no meu peito. Me sentei assim durante
horas, esfregando os dedos para cima e para baixo em seu
braço nu. Ela adormeceu, e quando as enfermeiras lhe
trouxeram a bandeja, eu pedi que guardassem. Anjo precisava
dormir mais do que comer no momento.

386
Dallas enfiou a cabeça para me dizer adeus. Eu queria
abraçá-la, para lhe agradecer por estar aqui. Ela não só tinha
ajudado Anjo depois do trabalho, mas a mim também. Ela,
assim como Emmie teria feito se ela estivesse aqui, garantiu
que eu mantive minha merda em linha reta. Eu sempre estaria
em dívida com ela por esta noite. — Dallas...

Ela balançou a cabeça. — Cale a boca. Não se atreva a


me agradecer, idiota. Eu amo vocês. Essa é a única razão pela
qual eu estava aqui. — Com uma piscadela, ela saiu sem dizer
uma palavra.

Anjo se mexeu e levantou a cabeça. Seus olhos cheios de


sono levaram um momento para se ajustar e então ela estava
olhando ao redor. — Onde está Nevaeh?

— Ela vai passar a noite no berçário para que possa


dormir, Anjo. — Me levantei e empurrei a mesa com sua
refeição para a cama. — Sanduíches, saladas e muito leite e
água. Coma.

As poucas horas antes do amanhecer eram tudo o que


tínhamos para nós durante os próximos dois dias. Emmie e
Nik chegaram com Shane e Harper no dia seguinte. Meu pai e
minha madrasta fizeram uma aparição, depois de ter vindo até
aqui por insistência de Jenna. Natalie veio e Linc estava com
ela. Através de tudo isso, Anjo tinha um sorriso enorme no
rosto, mas eu podia ver a tristeza em seus olhos castanhos.

387
Estávamos sentindo falta de uma grande fatia da nossa
família que ainda estava na Califórnia. Layla, Jesse, e Lucy não
conseguiram sair de Nova York. Os gêmeos ainda estavam,
infelizmente, no hospital. Felizmente, eles não tinham mais os
tubos e monitores, e Emmie havia dito que se o alarme de
apneia do sono não tocasse esta noite, os gêmeos finalmente
iriam para casa no dia seguinte. Essa era uma ótima notícia,
mas Anjo ainda sentia falta de suas irmãs.

Na manhã que minhas meninas deveriam serem


liberadas do hospital, dois detetives apareceram. Eles
questionaram a mim e Anjo por duas horas com relação a
Bethany e o que tinha acontecido na noite de sexta. Eu não
tinha muito a oferecer. Eu tinha tomado dois comprimidos
para febre durante o show naquela noite e dormido, não muito
tempo depois de passar nos bastidores com todos os outros. Eu
tinha estado fora até que a garota começou a gritar de dor.

Depois eles nos questionaram, e contaram algumas


coisas que tinham descoberto. Bethany realmente era uma
psicopata. Uma psicopata obcecada. Eles encontraram uma
parede inteira com fotos de mim. Algumas delas tinham sido
de revistas, tabloides, e cartazes. Outras tinham sido fotos que
ela tinha tirado. Ela estava me perseguindo há mais de um ano
e eu nem sabia disso. A demissão dela como uma condição
para o meu retorno ao America’s Rocker na próxima temporada
tinha forçado-a a agir. Não porque ela tinha perdido o emprego,
mas porque ela não teria sido capaz de chegar tão perto de mim

388
como ela estava acostumada. Os detetives sugeriram que
solicitássemos uma ordem de restrição imediatamente.

— Eu estou em apuros? — Meu Anjo finalmente


perguntou, parecendo mais do que um pouco preocupada
quando ela se sentou na beira da cama do hospital.

Ambos balançaram a cabeça. — Ela queria prestar


queixa, Sra. Stevenson. Mas alguém a convenceu de que era
em seu melhor interesse se ela não fizesse isso.

— Quem? — Eu perguntei, querendo saber se Emmie


vinha trabalhando sua magia como de costume.

— Cole Steel foi à delegacia na mesma hora em que a Srta.


Johnston, senhor. Ele conversou com ela por cerca de dez
minutos, e então ela nos informou que não iria prestar queixa
sobre sua esposa, afinal de contas.

Anjo engasgou, mas não disse uma palavra quando eu


acompanhei os dois homens para fora. Eu observei da porta
quando eles entraram no elevador no final do corredor antes
de pisar para dentro. Ela estava mordendo o lábio. — Ele pagou
a ela.

Dei de ombros. — O mais provável. — Era o que um pai


deveria fazer, algo que eu ficaria feliz em fazer por Nevaeh se a
situação chegasse a isso. De jeito nenhum eu iria deixar algo
machucá-la. — Podemos solicitar a ordem de restrição
amanhã.

389
— Ele realmente me ama, né?

Enrolei o cabelo em volta do meu pulso e puxei sua


cabeça para trás até que nossos olhos se encontraram. — Ele
seria um idiota se não amasse. — Eu beijei a ponta do seu
nariz. — Pronta para ir para casa?

— Estou pronta, querido.

390
Epílogo
Shane
Nós ficaríamos atrasados, mas eu tive que fazer essa parada.

Harper estava sentada ao meu lado no banco da frente do


Ford Raptor que eu comprei há algumas semanas. Drake tinha
virado minha atenção para caminhonetes e eu realmente precisava
de uma, se todas as coisas acontecessem como eu estava esperava.
Quando eu estacionei em frente a pequena casa de fazenda nos
arredores de Los Angeles e desliguei o motor, ela franziu a testa,
olhando à nossa volta. — Quando você disse que tinha que pegar
algumas coisas antes da festa eu não achei que estaria dirigindo
para o meio do nada.

Eu deixei meus olhos comê-la. Logo que tínhamos


descoberto que ela não poderia ter filhos, Harper ficou gravemente
deprimida. Algumas vezes ela tinha deixado velhos medos
invadirem nossas vidas e tentado nos distanciar. Isso não ia
acontecer no meu turno. Eu tinha conversado com algumas
pessoas sobre como ela estava lidando com tudo e eles tinham
sugerido dar-lhe alguma coisa para ela amar e abraçar já que não

391
teria nosso filho. Tinha levado semanas, mas eu finalmente tinha
encontrado a coisa perfeita.

— Eu te amo, linda. — Estendi a mão para o cinto de


segurança e desabotoei-o antes de puxá-la para o meu colo. — Você
é tudo para mim.

Seus dedos pentearam meu cabelo. — Eu também te amo.


Mas isso não explica por que estamos aqui. — Ela sorriu. — Estou
começando a me preocupar com sua sanidade, querido.

Eu beijei seus lábios forte e duro, deixando-nos um pouco


sem fôlego, antes de abrir a porta e puxá-la para sair comigo. Era
tranquilo aqui, realmente pacífico. Dando as mãos, eu a levei para
a casa antiga de fazenda. À medida que pisamos os primeiros
passos, a porta de tela se abriu e uma mulher um pouco gordinha
com cabelo encaracolado e curto saiu. Quando ela me reconheceu,
ela sorriu. — É bom ver você, garoto.

Inclinei a cabeça. — Minha senhora. Esta é Harper, — Eu


apresentei. — Estamos todos prontos?

— Claro. — Ela assentiu com a cabeça em direção à porta.


— Vamos lá, vocês dois. Nós estávamos esperando por você. A casa
está cheia de animação. Ele sabe que está indo para casa.

Harper resistiu quando eu a puxei para cima. — Shane... O


que está acontecendo? — ela sussurrou, mas eu não respondi
quando eu finalmente a peguei no colo e a levei para dentro da
casa.

392
O interior da casa era tão antigo quanto o exterior, mas era
acolhedor e caloroso. Confortável. Segui a nossa anfitriã para a
parte de trás da casa, depois de ter feito a mesma viagem apenas
duas semanas antes, sozinho. Na hora em que ela abriu a porta da
cozinha, Harper estava ficando irritada comigo e estava me
cutucando no peito com o dedo para me fazer colocá-la no chão.

— Aqui estão eles, Ranger. Mamãe e papai estão aqui para


levar você para casa.

Os protestos de Harper pararam assim que as palavras


saíram da boca da senhora. Sua cabeça girou, olhando para
Ranger. Quando ela o viu sentado em uma cama ao lado do fogão,
sua respiração ficou presa e aqueles olhos violetas que me
cativaram a primeira vez que eu a conheci encheram de lágrimas.
Cuidadosamente eu a coloquei de pé enquanto Ranger bocejava e
se espreguiçava.

Com nove semanas de idade, o pastor alemão avançou e


cheirou meus pés, abanando o rabo de excitação. Me inclinei para
acariciá-lo, deixando-o lamber meu rosto. — E você aí, amigo.
Pronto para ir para casa?

— Oh meus deuses, — Harper sussurrou. — Você me deu


um filhote de cachorro?

Eu sorri. — Bem, se você quiser ele. Ele foi treinado e muito


mimado pela Sra. Hash. Ele é o último de sua ninhada mais
recente. Sra. Hash e seu marido os treinam para o departamento
da polícia, mas ela fez uma exceção para mim quando eu disse a

393
ela que precisava de um bebê para cuidar. — Seu queixo tremia e
eu peguei a mão dela, puxando até que ela se ajoelhou ao meu lado.
— O que você acha? Devemos levá-lo para casa?

Seus braços se apertaram em volta de mim, então de repente


eu caí para trás, levando-a comigo. — Eu te amo. Você sabia disso?
Eu te amo tanto. Sim, eu quero o cachorro. Quero Ranger.

Ranger pareceu decidir que ele nos queria também, porque


ele se juntou a nós no chão, lambendo meu rosto e o de Harper
quando ele tentou ficar entre nós. — Parece que nós somos uma
família.

Rindo, ela puxou o cão contra ela e beijou-lhe o focinho. —


Yeah. Eu acho que somos.

Jesse
Havia algumas coisas que você não quer ver logo depois de
acordar. Ou logo depois do café. Ou antes do almoço ... Tudo bem,
porra. Você não quer ver a qualquer hora do dia, especialmente
saindo para fora dos lados da fralda do meu filho de nove meses de
idade e vinte e quatro quilos. Estranhamente, eu não tinha me
acostumado a esse cheiro ou com a visão nojenta, nos meses em
que tinha sido eu a trocar fraldas.

Luca riu para mim enquanto eu fazia careta e limpava sua


bunda. — Você é o menino mais fedido que eu já conheci. — disse

394
ele, e ele pegou minha camisa, apertando sua pequena mão no
material e tagarelando. — Como é que tanta merda sai de algo tão
pequeno?

A risada de Layla encheu meus ouvidos quando ela entrou


no quarto com Lyric, tendo acabado de alimentá-lo com seu café
da manhã. — Ele não é tão pequeno, Jess. O médico disse que ele
está com noventa por cento de seu peso e altura. Ninguém pode
superar o fato de que os gêmeos foram prematuros.

Olhei para ela por cima do ombro enquanto ela colocava


Lyric em cima da segunda mesa e desfazia a fralda. Quando ela fez
um som de careta também, eu ri. — Não é tão engraçado quando
acontece com você, não é?

Ela jogou uma garrafa de talco para mim. — Cale-se. Sério,


Ric. Onde você guarda essas coisas?

Eu observei-a enquanto lidava com nosso filho, que era tão


grande quanto seu irmão gêmeo. Também me surpreendia às vezes
que estes dois bebês haviam nascido cedo demais. O dia em que os
tinha levado para casa, depois de mais de dois meses no hospital,
foi um dos dias mais felizes da minha vida. A alegria no rosto de
Layla naquele dia tinha brilhado de dentro para fora.

— Nojento, cheira tão mal aqui dentro. — Lucy enfiou a


cabeça na porta, fazendo uma careta para mim quando viu que
estávamos trocando fraldas extremamente cheias. — Vocês
precisam daquela roupa de materiais perigosos para lidar com eles.

395
— Hey. — Layla repreendeu-a, provocando. — Não é legal.
Estes são seus irmãos, e não resíduos tóxicos.

— Eles cheiram como se produzissem resíduos tóxicos, mãe.


Eu mal posso respirar aqui. Eu estou indo para a casa da tia
Emmie.

— Nós vamos acabar em pouco tempo, — Layla assegurou.


— Não fique só por perto, também. Pergunte se ela precisa de
ajuda. Esta festa é algo que ela está tentando fazer há semanas.

— Claro. Amo você. — Ela entrou no quarto, sua camisa


sobre seu nariz enquanto ela se aproximava de Lyric no trocador.
Vendo sua irmã, Lyric deu um grito feliz e pegou ela. Lucy beijou o
topo de sua cabeça, coberto de cabelo vermelho acastanhado
escuro. — Amo você, fedido. — Caminhando até mim, ela fez o
mesmo com Luca. — Eu não sei quem cheira pior, Luc. Você ou
Lyric. — Ele só riu novamente.

Quando ela começou a se virar, eu peguei a mão dela e virei


seu rosto para mim. Vendo-a neste exato momento, tudo o que você
veria era a menina feliz, a máscara que ela colocava para todos. Ela
não falava sobre o sequestro e sinceramente nem eu. Layla e eu
tínhamos, finalmente, colocado isso no passado a alguns meses
atrás, e forçado-a a começar a ver um terapeuta. Eu realmente não
conseguia dizer se estava funcionando. Os pesadelos eram tão
perturbadores e quase todas as noites ela ou acabava na cama
entre mim e Layla ou eu me arrastava para a cama com ela. Eu
queria ajudá-la a superar os monstros em seus pesadelos, mas eu

396
era incapaz de fazer qualquer coisa além de mantê-la segura
enquanto ela dormia à noite.

— Amo você, Lu.

Ela sorriu, um sorriso honesto que fazia todo o caminho até


seus olhos. — Eu também te amo, papai.

Drake
A casa estava em silêncio quando chegamos. Com Nevaeh
em meus braços e Anjo ao meu lado carregando a bolsa de fraldas
e duas tortas, caminhamos até a casa e até o pátio. O lugar já
estava lotado e eu sorri, pensando que hoje ia ser melhor do que
Emmie tinha imaginado.

Nik estava sentado em uma espreguiçadeira, permitindo que


as pessoas viessem até ele ao invés de ele ir até elas. Ele tinha o
seu filho de dois meses de idade nos braços e não parecia que ia
abandonar o poder sobre Jagger em breve. Eu não podia culpá-lo.
Eu me sentia tão territorial quanto ele com Nevaeh.

Mia se sentava no final da espreguiçadeira, já sendo a irmã


mais velha orgulhosa. Avisando as pessoas claramente que se
tocassem em seu novo irmãozinho de forma errada ela estaria
distribuindo os castigos — normalmente um chute nas canelas —
para quem quer que tenha feito Jagger chorar. Quando ela me viu,

397
no entanto, ela desistiu do seu posto de guarda e correu. — Tio
Drake! Senti sua falta.

Levantei-a em meu braço livre e beijei o topo de sua cabeça


vermelha. Nevaeh estendeu a mão, tocando o rosto e rindo de Mia.
Mia beijou a mão do bebê. — Oi, Nevie. Eu realmente gosto de seu
vestido. É tão bonito.

— Onde está sua mãe, Mia? — Anjo perguntou, olhando em


volta para a multidão. — Eu não a vejo.

— Ela está em seu escritório com Rachel e Felicity — Mia


balançou e eu a coloquei no chão. — Luca! Luca!

Minha cabeça virou para encontrar Jesse correndo atrás do


seu filho mais velho quando ele se arrastou em direção à piscina.
— Deuses, esse menino é uma mão cheia. — Eu sorri. — E pensar
que esse é o seu primo, Nevaeh. Você realmente compartilha DNA
com essa criança.

Anjo me deu uma cotovelada nas costelas, mas ela estava


sorrindo. — Eu vou encontrar Layla e ver se ela precisa de alguma
ajuda com Lyric.

— Então você está se oferecendo para ajudá-la com o bebê


bom, mas não o problemático? — Ela estreitou os olhos para mim,
mas ela não poderia realmente contestar essa afirmação. Lyric
realmente era o gêmeo bom até agora. Ele raramente chorava, mal
dava problemas e quando o fazia, geralmente era instigado pelo
irmão. Um rebelde de nove meses era o que ele era.

398
— Como se Nevaeh fosse a senhorita perfeita. — Jesse bufou
chegando ao nosso lado com Luca firmemente em seus braços. Ele
estava sorrindo como um papai urso orgulhoso. — Ela tem você na
palma da mão, pra que você não veja o quão horrível ela é.

Eu resmunguei. — Sim, porque ela está fora roubando,


matando e tudo mais.

— Cara, ela mordeu Luca na última vez que ela esteve em


nossa casa.

— Só porque o tampinha empurrou-a para baixo, enquanto


ela estava tentando levantar. — Enquanto nós reclamávamos,
Nevaeh mostrou seu desgosto óbvio por seu primo mais velho,
chegando à frente e abraçando-o. Luca a encontrou no meio do
caminho, abraçando-a tanto quanto ela.

Alguém trouxe um copo de chá gelado para nós e eu fiquei


rindo com o meu amigo e cunhado enquanto observávamos os
outros em volta. Vi Lucy sentada em uma mesa com Harris e
Jenna. Ela parecia feliz, mas me perguntei se ela realmente estava
se escondendo por trás da máscara que Lana tinha dito que ela
havia adotado para fazer os adultos ao seu redor apenas acharem
que ela estava bem.

Os membros da OtherWorld estavam andando por aí, todos


com chá gelado ou refrigerantes em suas mãos. Você nunca
encontraria uma gota de álcool em uma das festas de Emmie. Não
só por causa das crianças, mas por mim também. Eu estava grato
por isso, mas realmente não era um problema para mim se outras

399
pessoas estavam bebendo. Eu tinha ido a festas onde havia cerveja
e outras coisas ainda mais difíceis que corriam como água, e
embora ainda houvesse desejos, eu tinha sido capaz de contê-los.
O simples pensamento da Anjo e Nevaeh eram suficientes para
manter as minhas mãos firmes.

Em volta de nós todos estava começando a ficar mais


silencioso e eu virei minha cabeça para encontrar Emmie de pé nas
portas de correr da casa. Ela tinha um sorriso enorme no rosto e
sua felicidade era tão contagiante que eu não podia deixar de sorrir
de volta. Ela tem trabalhado tão duro e essa festa era apenas uma
prova do quanto ela tinha conseguido nos últimos seis meses.

Emmie
Meu coração estava na minha garganta enquanto eu estava
na frente de todos os meus amigos, familiares e funcionários. Eu
nunca pensei que a vida poderia ser tão perfeita como era neste
exato momento, mas estava e eu iria absorver tudo enquanto eu
podia.

Eu deixei meus olhos vaguearem pelo quintal, parando no


meu marido segurando nosso filho. Aquilo ali era a visão mais doce
do mundo para mim e nunca me cansava. Jagger poderia ter sido
outro bebê surpresa, mas ele não era menos amado. A partir do
momento que o senti chutando dentro de mim, eu sabia que ele ia
torcer o meu coração como um pretzel, o que ele tinha feito no

400
momento em que tinha aberto os olhos azuis e sorrido diretamente
para mim.

O mundo saberia exatamente como um playboy parecia,


porque mesmo em dois meses de idade ele já estava mimado a
ponto de estragá-lo. Eu era a sua pessoa favorita no mundo e Nik
tinha que lutar por sua atenção na maioria dos dias. Eu não me
importava de compartilhá-lo, mas apenas porque Nik não se
incomodava em dividir a adoração de Mia comigo.

Um bebê se contorcendo me chamou a atenção e eu virei


meu olhar sobre Jesse, que estava lutando para controlar o filho.
Eu imaginei que ele estava segurando Luca simplesmente porque
ele era o único que poderia controlar essa dupla melhor do que a
mãe. Eu tinha brincado enquanto Layla estava grávida, que se ela
tivesse meninos, eu ia fazer de Lyric o meu favorito, mas enquanto
eu amava muito meu Ric, Luca era tão parecido com o pai que eu
não podia deixar de me sentir um pouco mais atraída por ele.

Ao lado dele estava Drake, que estava segurando seu próprio


pedaço do céu. Para mim, Mia seria sempre a menina mais bonita
do planeta, mas Nevaeh definitivamente era a vice-campeã. Com
seus cabelos pretos longos e grossos, os olhos azul-acinzentados e
o rosto mais angelical que já vi. A felicidade que eu vi nos olhos de
Drake me fez amar a menina ainda mais. Não havia mais sombras
em seus olhos, nem mesmo as que tinham permanecido depois que
ele havia se casado com Lana. Com um precioso pacote pequeno
ele tinha sido curado.

401
Shane sentou-se com Harper em uma espreguiçadeira e o
feixe se contorcendo em seu colo me fez suspirar. Ele havia me dito
que traria um cão, mas eu tinha pensado que seria um Shorkie ou
algo igualmente pequeno e adorável. Não algo que viria a ser tão
grande quanto Harper era. Mas ela parecia completamente
apaixonada pelo cachorro balançando, seu sorriso uma visão
melhor do que a tristeza que eu tinha visto lá nos últimos meses.

A OtherWorld estava espalhada ao redor do pátio,


juntamente com Rachel, Natalie, e a mais nova adição à minha
equipe, Felicity. Eu tinha encontrado Felicity em maio, apenas
algumas semanas antes de Jagger nascer.

Eu sabia de seu passado, sabia de onde ela tinha vindo e


crescido. Isso realmente não me incomodou. Se alguma coisa,
quando eu tinha feito a verificação de antecedentes sobre ela
através da empresa de segurança de Seller, a experiência com
caras durões tinham sido algo a seu favor. Sua graduação em
educação infantil, juntamente com o fato de ter crescido junto à
um clube de motoqueiros poderiam não tê-la feito a melhor
candidata para algumas pessoas, mas para mim ela era perfeita.
Significava que ela não ia aceitar a merda de ninguém, como ela já
tinha provado — colocando três roqueiros em seus lugares depois
de eles terem dado em cima dela.

Felicity trabalhava duro. Mia e as outras crianças a


adoravam, tornando a minha vida muito mais fácil quando se
tratava de trabalho. Eu não me sinto mais culpada por ter de pedir

402
ajuda, porque eu sabia que meus filhos tiveram a sorte de ter
alguém como Felicity em suas vidas.

Foi por causa de Felicity que eu seria capaz de seguir em


frente com a carreira que eu tinha entrado acidentalmente, me
tornando não só gerente do Demon’s Wings, mas também da
OtherWorld e agora de outras duas bandas. As bandas, Trance e
Alquimia, estavam apenas começando. Eles estavam fazendo toda
a coisa de bar nos últimos dois anos, quando Nik tinha descoberto
Trance. Tinha sido Devlin que tinha voltado minha atenção para
Alchemy. E enquanto eu estava trabalhando para conseguir para
os dois um contrato de gravação, eles estariam em turnê abrindo
os shows da OtherWorld.

Esse era o motivo da festa de hoje. Era para celebrar todas


essas realizações e acolher as duas bandas em nossas vidas
oficialmente.

Nik se levantou, ainda segurando Jagger contra seu peito, e


veio para ficar ao meu lado. Ele beijou meus lábios suavemente
antes de sussurrar em meu ouvido. — Estou malditamente
orgulhoso de você, menina.

Eu não podia esconder o meu arrepio de puro desejo e nem


sequer tentei. — Eu te amo.

— Eu também te amo. — Ele me beijou de novo, e então deu


um passo para atrás. Este show particular era meu.

403
— Eu gostaria de agradecer a todos por terem vindo hoje.
Tem sido seis meses loucos, mas finalmente podemos acolher
Trance e Alquimia à bordo da E Management.

Axton soltou um grito alto e todo mundo começou a bater


palmas. Sim, eu pensei, enquanto eu estava lá com todos que
importava na minha vida. Tudo estava perfeito agora.

Fim

404
A série The Rocker continua em:

The Rocker Who Wants Me

Axton

Eu pensava que tinha tudo que


precisava na vida. Mais dinheiro do
gastaria em minha vida. Uma banda
que fazia sucesso viajando ao redor do
mundo. Garotas se jogando em mim
todos os dias. Um tipo de pseudo-
família nos Demon's Wings e Emmie.
E então ela apareceu na minha vida.

Dallas

Eu me apaixonei pelo Deus do Rock. Quando acabou, eu fui


deixada quebrada em pedaços. Mas eu era mais forte que
qualquer um - especialmente minha mãe - achava que eu era.
Eu me ergui e trabalhei duro para terminar o curso de
enfermagem, colocando o resto da minha vida de lado para
finalmente realizar meus sonhos.

Quando a tragédia atacou, Dallas e Axton são jogados juntos


novamente. Dallas está indo com a turnê da OtherWorld por
três meses. Axton finalmente será capaz de convencê-la de
que seus sentimentos são mais profundos do que ela viu
inicialmente? Ou Dallas será deixada se perguntando se
Axton só é o Roqueiro Que Me Quer?

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