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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS


Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas
Curso de Engenharia Mecânica

João Antônio Ribeiro Junior


Gabriela Eduarda dos Santos
Matheus Fonseca da Cruz
Gabriel Barros de Oliveira

Escoamento Compressível

Rondonópolis - MT,
Fevereiro/2021
João Antônio Ribeiro Junior
Gabriela Eduarda dos Santos
Matheus Fonseca da Cruz
Gabriel Barros de Oliveira

Escoamento Compressível

Relatório apresentado ao curso de Engenharia


Mecânica da Universidade Federal de
Rondonópolis, na disciplina Mecânica dos
Fluidos II, como requisito parcial para
obtenção do título de nota, orientado pela Prof.
Dr. Silmara Bispo dos Santos

Rondonópolis - MT,
Fevereiro/2021
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Obtenção do número de Mach através da ferramenta solve - Excel. 14


Figura 2- Desenho demonstrativo do bocal...........................................................17
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - DADOS......................................................................................................12
Tabela 2 - TABELA A2*/A1*......................................................................................19
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................11
DADOS E CALCULOS ANTES DO CHOQUE...........................................................12
Modelagem do problema...........................................................................................12
1.1.2 Dados...............................................................................................................12
1.1.3 Determinação da Pressão de saída e Número de Mach...........................13
1.1.4 Número de Mach......................................................................................13
1.1.5 Pressão de saída.....................................................................................14
Determinação da vazão mássica através do bocal...................................................15
1.1.6 Condições especiais fora do projeto........................................................16
1.1.7 Número de Mach na saída.......................................................................16
1.1.8 Análise de choque....................................................................................17
3.CONCLUSÃO.........................................................................................................20
INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

De acordo com Robert Fox (2010), escoamento compressível é um


escoamento no qual existem variações significativas ou notáveis na massa
específica do fluido, porém na prática a realidade é diferente, pois assim como
fluidos invíscidos não existem, escoamentos compressíveis também não. Ocorre
que um escoamento pode ou não ser tratado como incompressível, e isso é uma
questão de julgamento. O escoamento compressível é usado, em grande parte, nos
dispositivos que envolvem o escoamento de gases em velocidades muito altas e
combina conceitos de termodinâmica com dinâmica dos fluidos, uma vez que para o
desenvolvimento teórico desenvolvemos conceitos tais como gás ideal e calor
específico.

No problema a seguir, trataremos do projeto de um bocal convergente-


divergente. Primeiramente devemos saber como funciona um bocal. Bocais são
componentes que apresentam uma variação de pressão e que por isso tem a
capacidade de alterar a velocidade do fluido escoando pelas diversas seções da
área. Para se descrever um bocal convergente divergente, define-se um de cada
vez, um bocal divergente é aquele cuja área da seção transversal aumenta podendo
aumentar ou diminuir a velocidade do fluido que escoa por ele, enquanto um bocal
convergente tem o fluxo continuamente acelerado no duto até o limite quando atinge
a velocidade sônica
DADOS E CALCULOS ANTES DO CHOQUE

Modelagem do problema

Projetou-se um bocal convergente divergente com diâmetro na garganta igual a


23,3 cm e diâmetro na saída igual a 30 cm, para expandir ar isentropicamente a partir
de uma câmara plena com pressão e temperatura, iguais a 550 kPa e 400 K,

Kj
respectivamente. Sabe-se que k = cp /cv = 1,4 e R = 0,287
Kg∗K

1.1.2 Dados

Tabela 1 - DADOS

D* = 23,33 cm 0,2333m
Ds = 30 cm  0,30m
P1 = 550kPa
T1 = 400K
k = 1,4
R = 0,287 kJ/(kg*K)
Cp = 1,005 kJ/(kg*K)

1.1.3 Determinação da Pressão de saída e Número de Mach

O primeiro problema a ser solucionado no exercício será encontrarmos a pressão de


saída e o número de Mach (Ma) na região de saída desse bocal. Consideraremos o ar
como um gás ideal com escoamento isentrópico e unidimensional.
1.1.4 Número de Mach

Como fora fornecido os diâmetros da seção de garganta e de saída podemos utilizar a


equação 12-26 do Çengel que relaciona a área de saída a área crítica, concordando
que a área da garganta como área crítica.

π 2 π 2
Utilizando As= × Ds e A∗¿ × D∗¿ ¿temos:
4 4

As = 0,0706m²

A* = 0,04274m²

Utilizando a equação 12-26:

As
3
1 2 k−1
A∗¿=
[ (
Mas k +1
1+
2 )
Ma s2 ¿
]
Substituindo os valores e simplificando chegamos nessa equação:

1,6578 Mas=(0,833+ 0,166 Mas ²) ³


Abaixo é mostrado uma figura retirada do software Excel, o valor de Mach foi obtido
através de método iterativo feito a partir da equação reduzida, o lado direto da equação
foi chamado de lado1 o lado esquerdo foi chamado de lado2, erro é diferença entre o
lado1 e o lado2. Definido um valor, próximo de zero, para o erro o software convergiu
para o resultado que está destacado em amarelo na figura.

Figura 1 - Obtenção do número de Mach através da ferramenta solve - Excel

Fonte: Autor (2021)


Número de Mach= 1,982
1.1.1 Pressão de saída

O primeiro passo para descobrirmos a pressão de saída, será determinar a


temperatura isentrópica (¿) para em seguida definirmos a pressão isentrópica ( Po), que
são ambas constantes em todo esse escoamento. Para isso podemos utilizar as
equações 12-4 e 12-5 que relaciona as pressões e temperaturas isentrópicas às
pressões e temperaturas de entrada, fornecidas pelo exercício, elevas a uma constante
k, dessa forma:

V 1²
¿=T 1+
2∗cp

Como a velocidade não é mencionada, provavelmente ela é bem baixa a nível de


escoamento compressível e pode ser considerada nula, por isso temos que

T 0=T 1=400 K

Agora que definimos a temperatura de estagnação, podemos definir a pressão de


estagnação utilizando a equação 12-5.

Po
=¿
P1

Com uma velocidade de entrada nula e uma temperatura de entrada igual a


temperatura de estagnação, conclui-se que a pressão de estagnação é igual a pressão
de entrada

P 0=P 1=550 kP

Com o valor da pressão e temperatura isentrópicas, e como já sabemos o número de


Mach na saída do bocal, vamos utilizar a equação 12-19 para enfim determinamos a
pressão de saída.
k
Po k−1
Ps [
= 1+
2
∗Ma s2 ] k−1

1,4
550 k 1,4−1
Ps [
= 1+
2
∗1,992 ] 1,4−1

Ps=72,2kPa
Determinação da vazão mássica através do bocal

Na segunda parte do problema iremos determinar a vazão mássica m nesse


escoamento. Como a vazão mássica é constante em todo o escoamento podemos
resolvê-la determinando algumas propriedades críticas e aplicá-las na fórmula da
vazão mássica m=ρVA. Utilizando as equações 12-21,12-22 e 12-23 respectivamente
determinamos a Pressão, temperatura e densidade crítica:

T∗¿ 2
= ¿
T 0 k +1

T∗¿ 2
= ¿
300 K 1,4+ 1

T* = 333,3K
k
P∗¿ 2 k−1
= ¿
P 0 k +1

P∗¿ 2 1,41,4−1
= ¿
550 K 1,4+ 1

P* = 290,5kPa
P∗¿
ρ∗¿ ¿
R ×T∗¿¿

290,5 KPa
ρ∗¿
0,287∗103∗kJ
∗333,33 K
Kg∗K

ρ∗¿ 3,037 kg/m ³

Como estamos utilizando as propriedades críticas, se sabe que nessa região o número
de Mach é igual a 1, logo a velocidade crítica será igual a velocidade crítica do som V*
= c*.

Determinando c* pela equação 12-11

c∗¿ √ k × R× T∗¿ ¿

c* = √ 1,4 ×0,287 × 10³ ×333,33 = 366 m/s


Aplicando algumas dessas informações na fórmula da vazão mássica temos

m=ρVA

kg m
m=3,037 ∗366 ∗0,0436 m ²
s s

kg
m=47,4
s

1.1.2 Condições especiais fora do projeto

Consideremos agora, uma condição especial, alheia ao projeto, na qual as magnitudes


da pressão de descarga e da temperatura sejam, respectivamente, 550Kpa e 407K.

1.1.3 Número de Mach na saída

Para este caso especial temos novos dados:


P1 = 407Kpa; T1 = 384K
Para encontrarmos o Mach na saída usaremos a formula: Ma=v /c
Encontrando a velocidade do som:
c= √ KRT 1
Substituindo os dados na equaçao:
c= √ 1,4∗0,287∗103∗348
Com isso temos que a velocidade do som no ar nas condições determinada é:
m
c=392,8
s
Encontrando a velocidade do escoamento:
v=√ ( T 2−T 1 )∗2∗cp
v=√ ( 400−384 )∗2∗1,005∗103
m
v=179,3
s
Por fim:
Ma=v /c
Substituindo os dados obtidos:
179,3
Ma=
392,8
Ma=0,456
1.1.4 Análise de choque

O ar que escoa através de um bocal convergente-divergente passa por um choque


normal na saída. Sabemos que, o ar é um gás ideal com calores específicos constantes
à temperatura ambiente; que o escoamento através do bocal é permanente,
unidimensional e isentrópico antes do choque ocorrer; e que a onda de choque ocorre
no plano de saída. Lidamos com um bocal convergente-divergente, e neste caso o
número de Mach na entrada é < 1, na garganta é = 1 e na saída é > 1. Sendo assim,
pelo fato do número de Mach na saída ser menor que 1 constamos que ocorrerá
choque.
O problema nos pede para calcular a área transversal onde ocorre o choque. Para
isso devemos encontrar algumas propriedades.

Considere agora que o bocal não esteja trabalhando nas condições de projeto e que a
pressão de descarga é igual a 407 KPa e a temperatura é 384 K.

Figura 2- Desenho demonstrativo do bocal

Vamos calcular a nossa nova pressão através da descarga que o enunciado nos deu e a
temperatura:

P 02 P 02 400 1,4

P3
=¿  ( )
=
407 384
1,4 −1
¿ 469,41 KPa

Como haverá choque, Ma<1, calcularemos o valor da Area 2 crítica (A*2), através da
fórmula abaixo:
k+1
A3 1 2 1,4−1
=
A¿2 Ma 1,4 +1
1+
[( )(
2
Ma2 )] 2(k−1)

Nosso A3, calculamos a partir do diâmetro que o próprio exercício nos fornece, que é o
diâmetro na saída, d= 0,30m
Com isso temos que:
π (0,302)
A3=  A3= 0,07068m2
4
¿
Após fazer o calculo de A3, podemos utilizar a fórmula para calcularmos o A2
utilizaremos o valor novo de Mach= 0,456 para calcularmos.
1,4 +1
¿
0,07068 1 2 1,4−1 2 ( 1,4 −1 )
¿
A2
=
[( )(
0,456 1,4 +1
1+
2
0,4562 )] ¿

A¿2=0,04937 m 2

¿ ¿ A ¿2
Agora com o valor de A , precisamos calcular o A para obtermos a relação entre ¿
2 1
A1
¿
Nosso A1podemos igualar a A1 (área da garganta), pois existe condições sônicas na
garganta do bocal antes do choque. Logo,
π (0,2332)
A1= =0,042638m 2
4

A ¿2 0,04937
Com isso, fazemos nossa relação ¿ ,calculando temos: ≅ 1,16
A1 0,042638

Agora que temos essa relação, vamos localizar os valores novos de Mach de saída e
entrada através da tabela-B2 abaixo:
Tabela 2 - TABELA A2*/A1*

Pode ser usado tanto o valor de Ma a 1 ou Ma a 2, usaremos Ma a 2= 0,6405

Como escolhemos esse Mach, devemos utilizar a área crítica correspondente, logo seria
: A¿2=0,04937 m
2

Desta forma, calcularemos o valor da área (A) utilizando nosso valor novo do Mach.
Assim, teremos:
1,4+ 1
¿
A 1 2 1,4−1 2 ( 1,4−1 )
=
[( )(
0,04937 0,6405 1,4 +1
1+
2
0,64052 )] ¿

A=0,05649 m2

Agora que temos a área (A), podemos atender o que o exercício nos pede que é o
diâmetro da seção transversal onde ocorre o choque.
2
π (d )
A= π ¿ ¿  0,05649 =  d≅ 0,27 mou 27 cm
4
3.CONCLUSÃO

Com isso, concluímos que inicialmente, com o calculo da nossa primeira pressão e Mach
não haveria choque, porém, como o exercício nos dá novas condições sem ser as de
projeto, recalculamos o valor de Mach e obtemos um valor Ma<1, logo ocorreria choque de
onda, assim fizemos os cálculos necessário pra identificar a área e o diâmetro da seção
transversal onde ocorreu e assim podemos concluir nosso trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fox, R.W., McDonald, A.T. and Pritchard, P.J.; “Introdução à Mecânica dos Fluidos”

ÇENGEL, Yunus A.; CIMBALA, John M. Mecânica dos fluídos: fundamentos e


aplicações

STORCH, André. Investigação do escoamento supersônico em um bocal de lança de


oxigênio de convertedores BOF e proposta de melhoria: estudo de caso na aciaria da
ArcelorMittal tubarão. Disponível em:
https://engenhariamecanica.ufes.br/sites/engenhariamecanica.ufes.br/files/field/anexo/8._pg2_
andre_storch.pdf. Acesso em: 05 fev.2021.

WHITE, Frank M. 6° edição Mecânica dos Fluidos

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