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Livro de

Artista
“Na nova arte, você frequentemente não precisa ler
todo o livro. A leitura pode parar no exato momento
que você entendeu a estrutura total do livro”

-Ulisses Carrión

Aula de Thyeme Figueiredo | UNB


Como surgiu o livro de artista
O conceito surgiu na década de 1960, com 4 livros que modificaram a forma de
se pensar os livros conhecidos até então. Não se tratavam realmente de livros de
artistas/pintores, assim ficaram conhecidos por uma confusão com o termo
francês “livres d´artiste”, em uso desde o início do século XX para se referir a
edições de luxo ilustradas por artistas (pintores e escultores).
O livro Twentysix gasoline Stations, de Ed Ruscha, é conhecido como o pioneiro, devido à grande repercussão que teve. Era um livro ordinário – o
papel era comum, as fotos em preto e branco não eram artísticas, não havia um texto de apresentação, apenas legendas que identificavam um
assunto que não era nem um pouco artístico: a localização dos 26 postos de gasolina do título. Não é um livro de fotografias, apesar das fotos terem
sido realizadas especificamente para este livro. Não é um livro de um fotógrafo, porque Ruscha é um pintor.

(Fonte: Seminário do livro de artista)


O que é um livro de artista?

Artur Barrio. Livro carne. 1979.


O que é um livro de artista?
Podemos entender o livro de artista como o livro em si. O que importa é o
aspecto sensorial e sua poética. A narrativa plástica/visual do livro é o que será
lido por nossos olhos e mãos.

“É antes, uma estrutura expressiva, que no confronto


das imagens e das palavras, prioriza os aspectos formais. Isto é, mantém-se fiel
à ideia de livro enquanto objeto no mundo, e a narrativa literária é substituída
por uma narrativa plástica.”
(DOCTORS, 1994, p. 6)
Barton Lidicé Benes. Censored book. Livro amarrado com corda, Joni Mabe. The book of hair. Papel feito de cabelo, costurado
pregado, engessado e pintado. 26,7 X 20,3 X 12,7 cm. 1974. com cabelo, caixa de madeira, impresso e pente. 31,8 X 21,9 X
10,2 cm. 29 páginas. 1982.
Willy Schute, Dictionary, 2011 Russell Hendrie, election, 2010

Darina Fiala Candace Hicks, Common Threads


XCIX, 2019, bordado
Livro de artista como registro
Cadernos de anotações, esboços, diários, cadernos de campo e etc.

“Esses cadernos permitem o acesso às marcas do ato


criador, as quais, materializadas, preservam um pouco
do frescor da criação. São marcas indiciais, signos cuja
incompletude e vagueza apontam alguns modos de
funcionamento da mente criadora”.
CIRILLO, José. Geografia íntima: um estudo dos documentos e arquivos nas artes visuais. Letras de Hoje,
v. 45, n. 4, 2010
Leonardo Da Vinci, notebook (clique para abrir e folhear!)
Modelos de
encadernação Encadernação Copta Encadernação Leporello

artesanal

Encadernação Belga Encadernação Leporello

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