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FACULDADE MUNICIPAL DE PALHOÇA

MARCOS ROBERTO ROSA

O USO DAS REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE MARKETING.

PALHOÇA
2010
2

INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo demonstrar quais são as redes ou mídias
sociais mais utilizadas em nosso mercado e como elas podem ser utilizadas como ferramentas
no marketing.
Para efeito de conceituação, entenderemos redes ou mídias sociais como
espaços de interação entre pessoas, ou organizações, que fazem parte de comunidades
relacionadas a assuntos de interesse.
O uso de redes sociais para propagar ideias, defender posições ou expressar
preferências não é um fenômeno novo, o que se observa é a abrangência global que tais redes
ganharam depois do advento da Internet.
Em sua dissertação apresentada em fevereiro de 2007, a pesquisadora Sandra
Regina Born faz “uma reflexão acerca das enunciações produzidas em Florianópolis, durante
o período de redemocratização (1945-1964)”, enquanto investigava “a formação das redes
sociais estabelecidas por fatores econômicos e políticos e vivenciada através do Café Rio
Branco e Café Nacional, das associações Lira Tênis Clube e Clube Doze de Agosto, dos times
de futebol Avaí e Figueirense.”
A grande diferenciação que podemos notar entre as redes sociais do século
passado e as que observamos atualmente é a ausência de um local físico para os encontros,
antes símbolos de status e diferenciação social, que hoje acontecem num mundo virtual, onde
as pessoas, ou usuários como são tratados agora, muitas vezes nem se conhecem
pessoalmente, mas trocam mensagens e emitem opiniões sobre assuntos abordados nas
comunidades das quais são seguidores.
Inúmeras redes sociais se propagam na Internet, entre as principais destacam-
se: BlogBlogs, Colmeia, Digg, DiHitt, DoMelhor, Draugiem, Facebook, Flickr, Friendster,
Gafanhoto, Hi5, Hyves, Iwiw, Link Ninja, LinkaTudo, LinkLoko, Linkto, Linkk, Maktoob,
Mixi, MySpace, Nasza-klasa, Ocioso, Odnoklassniki, One, Orkut, Pagestacker, QQ, Rec6,
Reddit, Sônico, Stumble Upon, Technorati, Twitter, Uêba, V Kontakte, Wretch, Yahoo
MyWeb, Zing, dentre outras de menor expressão e que surgem quase que diariamente,
arrebanhando milhares (em alguns casos, milhões) de usuários a seus sites, provocando uma
interação sem precedentes na história da humanidade.
A figura abaixo mostra uma representação gráfica das redes sociais existentes,
onde podemos ter uma noção básica de quão vasto é o universo onde este trabalho está
inserido:
3

Figura nº 01: mapa das redes sociais. Disponível em: http://ideiasfervilhantes.files.wordpress.com/2009/10/


maparedessociais1.jpg. Acesso em: 20 abr. 2010.
Um mapa interativo que apresenta a preferência dos internautas e a
predominância das redes sociais em cada país pode ser encontrado no endereço eletrônico
http://www.vincos.it/world-map-of-social-networks/. Apesar de os dados serem de dezembro
de 2009 é possível visualizar a hegemonia mundial do Facebook e a grande aceitação do
Orkut no Brasil.
O ranking mensal da preferência dos internautas pode ser encontrado no
endereço http://www.alexa.com/topsites1, que mede a “audiência” de sites durante o mês
anterior e publica o ranking. O resultado apurado durante o mês de março de 2010 mostra o
seguinte posicionamento global: 1º - google.com, 2º - facebook.com, 3º - youtube.com, 4º -
yahoo.com e 5º - live.com. Quando analisados os acessos por países, o ranking brasileiro

1
N.A.: Os elencados na lista de top sites estão ordenados por seu tráfego medido pelo Alexa rank durante um
mês. A classificação de 1 mês é calculada usando uma combinação da média de visitantes diários e visualizações
de páginas durante o mês passado. O site com a maior combinação de visitantes e pageviews aparece como # 1.
4

apresentou como resultado: 1º - google.com.br, 2º - orkut.com.br, 3º - google.com, 4º -


live.com e 5º - uol.com.br. No site é possível consultar as estatísticas de vários países e
efetuar comparações entre os diversos endereços elencados na pesquisa.
Neste trabalho abordaremos as redes sociais consideradas mais expressivas, ou
as mais conhecidas, na atualidade, a saber: Orkut, Facebook, Twitter e MySpace.

ORKUT
“O Orkut é uma rede social filiada ao Google, criada em 24 de Janeiro de 2004
com o objetivo de ajudar seus membros a conhecer pessoas e manter
relacionamentos. Seu nome é originado no projetista chefe, Orkut Büyükkokten,
engenheiro turco do Google.”
“O alvo inicial do orkut era os Estados Unidos, mas a maioria dos usuários são do
Brasil e da Índia. No Brasil é a rede social com maior participação de brasileiros,
com mais de 23 milhões de usuários em janeiro de 2008. Na Índia é o segundo mais
visitado.”
“Sede do orkut era na Califórnia até agosto de 2008, quando o Google anunciou que
o orkut será operado no Brasil pelo Google Brasil devido a grande quantidade de
2
usuários brasileiros e o crescimento dos assuntos legais.”
“Cada usuário do orkut possui uma conta e um perfil. Apenas pode criar uma conta
aquele que é convidado por um usuário. No perfil estão algumas características
pessoais, como descrições físicas, listas de livros e músicas, um texto de
apresentação, etc. Além disso, cada usuário pode colocar como seus ‘amigos’ outros
usuários. Neste aspecto, o orkut é um grande banco de dados sobre quem é amigo de
quem, ou seja, sobre a rede de amizades.”3
O Brasil desponta como grande utilizador desta ferramenta, respondendo por
mais da metade do usuários do serviço, seguido pela Índia e Estados Unidos. A figura abaixo
ilustra a hegemonia do Brasil no uso das ferramentas do Orkut, além de apresentar dados
estatísticos sobre o público frequentador e suas áreas de interesse:

Figura nº 02: dados demográficos do Orkut. Disponível em: http://www.orkut.com/MembersAll.aspx. Acesso


em: 12 abr. 2010.

2
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Orkut. Acesso em: 12 abr. 2010.
3
Disponível em: http://www.superorkut.com/orkut.php?secao=o_que_e_orkut. Acesso em: 20 abr. 2010.
5

A primeira transação comercial que se tem notícia registrada pelo site de


relacionamento foi matéria do jornal Folha de São Paulo4, em 12 de janeiro de 2007, que
noticiou a parceria entre o Grupo RBS e o administrador da comunidade “Eu Amo Floripa”,
que teria recebido R$ 2.000,00 “para postar links e referências a um outro site, o “Floripa
Tem”, que traz material promocional sobre eventos que acontecem no verão da capital
catarinense”. À época, a comunidade contava com pouco mais de 74.000 membros, e teria
sido escolhida pelo seu alcance em relação a outras comunidades que tratavam do mesmo
assunto, como as “Eu amo Floripa!” e “Florianópolis”.

FACEBOOK
“Facebook é um website de relacionamento social lançado em 4 de fevereiro de
2004. Foi fundado por Mark Zuckerberg, um ex-estudante de Harvard. Inicialmente,
a adesão ao Facebook era restrita apenas aos estudantes da Universidade Harvard.
Ela foi expandida ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), à
Universidade de Boston, ao Boston College e a todas as escolas Ivy League dentro
de dois meses. Muitas universidades individuais foram adicionadas no ano seguinte.
Eventualmente, pessoas com endereços de e-mail de universidades (por exemplo,
.edu, .ac.uk) ao redor do mundo eram eleitas para ingressar na rede. Em 27 de
fevereiro de 2006, o Facebook passou a aceitar também estudantes secundaristas e
algumas empresas. Desde 11 de setembro de 2006, apenas usuários com 13 anos de
idade ou mais podem ingressar. Os usuários podem se juntar em uma ou mais redes,
como um colégio, um local de trabalho ou uma região geográfica.” 5
Segundo informações do próprio site6, a missão do Facebook “é dar às pessoas
o poder de partilhar e tornar o mundo mais aberto e conectado.”
Apesar da aparente vantagem que o Google demonstra sobre os demais, o
crescimento das redes de relacionamento está provocando sérias baixas no site de buscas mais
famoso do mundo. Matéria publicada pelo portal INFO Online7 mostra que o Facebook, em
alguns momentos, assumiu a liderança na preferência dos internautas. A figura abaixo mostra
o espantoso crescimento do site americano de relacionamento e o momento exato em que
desbanca a liderança do Google.

4
Disponível em: http://www.estadao.com.br/arquivo/tecnologia/2007/not20070112p13512.htm. Acesso em 12
abr. 2010.
5
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Facebook. Acesso em 16 abr. 2010.
6
Disponível em: http://www.facebook.com/home.php?email_confirmed=1#!/facebook?v=info&ref=pf. Acesso
em 16 abr. 2010.
7
A semana em que o Facebook superou o Google. Disponível em: http://info.abril.com.br/noticias/internet/a-
semana-em-que-o-facebook-superou-o-google-16032010-37.shl. Acesso em 14 abr. 2010.
6

Figura nº 03: comparativo semanal de acessos entre Facebbok.com e Google.com. Disponível em:
http://weblogs.hitwise.com/heather-dougherty/2010/03/facebook_reaches_top_ranking_i.html. Acesso em 12
abr. 2010.

TWITTER
Como mais nova mania na internet brasileira, o Twitter possui um preceito
único entre os sites de relacionamento mais famosos. Nascido no conceito de microblog o site
arregimentou milhões de fãs ao redor do mundo e destaca-se como um canal de
compartilhamento de ideias e opiniões que cresce em audiência diariamente. Não causa
espanto programas de rádio ou televisão divulgarem seus endereços para conquistar
seguidores, nome dado aos internautas que participam, ou seguem, pessoas ou empresas na
rede mundial.
Uma definição encontrada no próprio site8 dá a tônica do propósito de sua
existência: “Twitter é uma rede de informação em tempo real alimentado por pessoas de todo
o mundo que lhe permite partilhar e descobrir o que está acontecendo agora.”. E é a partir
deste pressuposto que seus usuários compartilham seus pensamentos diariamente.
O nome do site vem do som que os pássaros fazem quando comunicam-se
entre si (do inglês Twittering), daí a origem de seu símbolo, um passarinho azul.
As mensagens postadas podem ter, no máximo, 140 caracteres. Este número,
segundo explicação no site http://business.twitter.com/twitter101/, baseia-se no SMS

8
Disponível em: http://twitter.com/about. Acesso em 19 abr. 2010.
7

(mensagens de celulares), que são de 160 caracteres. O Twitter reserva 20 caracteres para seu
nome de usuário e deixa o restante para a mensagem.9
Outras informações encontradas na Wikipédia10 dão conta que o serviço nasceu
em 2006, desenvolvido pela Obvious Corp., sendo classificado como
“[...]uma rede social e servidor para microblogging que permite aos usuários que
enviem e recebam atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140
caracteres, conhecidos como "tweets"), através do website do serviço, por SMS e por
softwares específicos de gerenciamento.”
A empresa não divulgam oficialmente números de contas ativas, bem como
informações a respeito do tráfego de informações no website. Desta forma, os dados que se
tem sobre o serviço são levantados por pesquisas independentes. Segundo nota da
Bloomberg.com11, em novembro de 2008, o número de visitantes global cresceu quase cinco
vezes, chegando a 5,57 milhões em setembro daquele ano. Outro dado, de junho de 2009,
publicado pelo site Sysomos.com12, dá conta de que os usuários já ultrapassam 11,5 milhões
de contas, além de fornecer alguns outros dados interessantes sobre seus usuários:
• 72,5% de todos os usuários conectaram-se durante os primeiros cinco meses de 2009;
• 85,3% de todos os usuários do Twitter postam menos de uma atualização por dia;
• 21% dos usuários nunca colocaram um Tweet;
• 93,6% dos usuários têm menos de 100 seguidores, enquanto 92,4% seguem menos de
100 pessoas;
• 5% dos usuários do Twitter são responsáveis por 75% de toda a atividade;
• Nova York tem a maioria dos usuários do Twitter, seguido de Los Angeles, Toronto,
San Francisco e Boston, enquanto Detroit foi a cidade de crescimento mais rápido
durante os cinco primeiros meses de 2009;
• Mais de 50% de todas as atualizações são publicados utilizando ferramentas, móveis e
Web-based, além Twitter.com. TweetDeck é a ferramente “não Twitter.com” mais
popular, com 19,7% de market share;
• Há mais mulheres no Twitter (53%) do que os homens (47%);
• Das pessoas que se identificam como profissionais de marketing, 15% seguem mais de
2.000 pessoas. Isto corresponde a 0,29% dos usuários globais do Twitter que seguem
mais de 2.000 pessoas.13

9
Tradução livre pelo autor.
10
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Twitter. Acesso em 19 abr. 2010.
11
Disponível em: http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=afu06n0L7LZ4&refer=home.
Acesso em 19 abr. 2010.
12
Disponível em: http://www.sysomos.com/insidetwitter/. Acesso em 19 abr. 2010.
13
Traduzido livremente pelo autor.
8

Reportagem publicada pelo Diário Catarinense no dia 18 de abril de 201014 dá


conta de que existem mais de 105 milhões de pessoas adeptas ao serviço, e divulga que
acontecem “300 mil novos registros por dia” e “55 milhões de tweets diários.

MYSPACE
Com o slogan “Um lugar para amigos” o MySpace15 destaca-se entre as redes
de relacionamento pela sua longevidade, visto que sua fundação data de agosto de 2003, e
pela grande aceitação que tem no público norte-americano. Concorrente direto do Facebook
este serviço de troca de fotos, blog e perfil de usuários é uma das mais significativas
plataformas de relacionamento da atualidade. Adquirida em 2005 pela News Corporation
(dona da FOX, DirecTV etc), de propriedade do magnata das comunicações, Rupert Murdoch,
o MySpace hoje é um serviço consagrado.
O site apresenta uma configuração diferenciada para cantores e bandas que
desejam promover seus trabalhos, possibilitando a inserção de músicas em MP3 para livre
download através dos perfis criados. O serviço é muito utilizado por artistas de todo o mundo
e já ajudou muitos a dispararem nas paradas de sucesso. Um ranking das bandas mais
visitadas pode ser encontrado no endereço http://pt.wikipedia.org/wiki/MySpace.
Pouco expressivo entre os brasileiros esta rede de relacionamentos usa de suas
armas promocionais para atrair mais usuários. Notícia veiculada pelo jornal O Estado de São
Paulo16 dá conta de uma parceria entre o MySpace e o Google para aumentar a audiência do
site: “O MySpace e o Google anunciaram que as alterações de status do MySpace vão
aparecer nas buscas em tempo real do Google. A funcionalidade estava liberada pelo
MySpace desde dezembro, mas só agora o Google a adicionou às buscas.”
Apesar das fortes campanhas a empresa vem perdendo audiência a cada dia. A
figura abaixo demonstra a queda apresentada pelo site ao longo dos anos:

14
É PAGAR PARA VER: Twitter terá publicidade. Diário Catarinense, Florianópolis, 18 abr. 2010. Economia,
p. 20.
15
Disponível em: http://www.myspace.com/index.cfm?fuseaction=misc.aboutus. Acesso em 19 abr. 2010.
16
Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/tecnologia+link,servidor,3414,0.shtm. Acesso em 19 abr.
2010.
9

Figura nº 04: estatística de acesso do MySpace ao longo dos anos. Disponível em: http://www.alexa.com/
siteinfo/myspace.com. Acesso em 19 abr. 2010.
Atualmente17 o MySpace ocupa uma modesta 19ª posição no ranking mundial
de acessos e aparece como 93º na preferência dos brasileiros. Estados unidos aparece como o
maior país em percentual de acesso com 55,9%, seguido pela Alemanha com 5,6% e pelo
México com 3,8%. O Brasil responde por apenas 0,8% do tráfego global de acessos ao site.

O MARKETING NAS REDES SOCIAIS


“Marketing, palavra que deriva de market (mercado), surgiu nos Estados Unidos,
chegando ao Brasil em 1954 sob o nome inicial de mercadologia ou mercadização.
Os fatores que impulsionaram sua utilização no Brasil foram, principalmente, a
substituição das importações pela industrialização local e a divulgação do conceito
através das instituições de ensino, da mídia e das agências de publicidade.” (GOBE,
2007, p.33)
A nova definição de marketing, anunciada na AMA's Summer Educator's
Conference, em agosto, é: “Marketing é uma função organizacional é uma série de processos
para a criação, comunicação e entrega de valor para clientes, e para a gerência de
relacionamentos com eles de forma que beneficie a organização e seus stakeholders”18.
O uso das redes sociais como ferramenta de marketing é denominado de
“Marketing Viral” e pode ser entendido como uma forma de “passar adiante uma mensagem
que ‘contamine’ o receptor e o faça simplesmente passar a mesma mensagem adiante ou fazer
isso em conjunto com outras ações, como comprar algo ou se inscrever em algum serviço.”19

17
Fonte de pesquisa: http://www.alexa.com/. Acesso em 19 abr. 2010.
18
Disponível em: http://www.marketingpower.com. Acesso em 19 abr. 2010.
19
MARKETING VIRAL: Nova ferramenta de comunicação muda conceito de propaganda convencional.
Revista Recall, Ribeirão Preto, dez. 2006. Disponível em: http://www.mariopersona.com.br/entrevista_
revista_recall.html. Acesso em: 20 abr. 2010.
10

Em matéria publicada em 30 de janeiro de 2009, o portal ComputerWorld20


enfatiza a necessidade do Gestor de Redes sociais, destacando que “O cargo não exige
formação específica em tecnologia da informação, mas obriga que o interessado conheça as
últimas novidades da internet e tenha uma quase obsessão por se manter conectado.”
Nos sites de relacionamento, e principalmente no Orkut, é possível encontrar à
venda uma infinidade de produtos e serviços. Nem todos podem ser classificados como
campanhas de marketing, mas dá uma ideia da generalidade e funcionalidade das ferramentas
disponíveis em cada uma delas. A figura abaixo, resultado de uma pesquisa rápida no Orkut
utilizando o termo “vende-se”, demonstra o exposto:

Figura nº 05: resultado da pesquisa no Orkut usando o termo “vende-se”. Disponível em:
http://www.orkut.com.br/Main#UniversalSearch?origin=box&q=vende-se. Acesso em 20 abr. 2010.

20
Disponível em: http://computerworld.uol.com.br/carreira/2009/01/30/gestor-de-redes-sociais-conheca-uma-
das-carreiras-quentes-em-tecnologia/. Acesso em: 20 abr. 2010.
11

O site da Revista Web Design publicou em 29/05/2009 uma entrevista que trata
de ação de marketing no Orkut utilizando o aplicativo BuddyPoke21. A entrevistada, Tahiana
D’Egmont22, explica, entre outros assuntos abordados, “Que tipo de retorno uma marca pode
ter ao investir em campanhas deste porte?”, destacando que:
“A maior vitória para a marca é realmente o engajamento do usuário. Quando um
usuário escolhe brincar com o poke do Wolverine, está fazendo isso por livre e
espontânea vontade. Seus updates aparecem para que todos os seus amigos vejam, o
que atinge milhões de usuários considerando o número de amigos que cada usuário
tem. Em três dias que os pokes estavam no ar, já haviam ocorrido mais de 350 mil
interações com os pokes do Wolverine.”
Numa entrevista publicada pela Revista HSM Management (julho/agosto de
2009) e reproduzida no site Mundo do Marketing23, Andreas Weigend, uma dos nomes mais
fortes da Amazon.com explica qual é o novo papel dos departamentos de marketing
tradicionais:
“Vamos dar uma olhada nos quatro Ps tradicionais do marketing: produto, preço,
ponto de venda e promoção. Para início de conversa, os departamentos de marketing
costumam ter acesso muito limitado ao feedback do cliente para seu produto,
especialmente em tempo real. Já a Amazon coloca embaixo de cada página um
formulário de feedback, no qual as pessoas podem anotar se uma imagem carregou
muito devagar, se há um erro de grafia. Você basicamente tem um milhão de
pessoas por dia corrigindo seu site. Esse ciclo de feedback, no marketing do P de
produto é o sonho de qualquer pessoa desse meio, a menos que você tenha um
produto que não é muito bom –aí, claro, será seu pior pesadelo. Essa transparência
hoje existe e as empresas não têm outra escolha senão prestar atenção nela. Se não o
fizerem, a concorrência o fará.”
“O segundo item, o preço, acredito que seja provavelmente menos importante do
que a maioria das empresas pensa. Outros elementos, como a confiança no site, o
serviço ao consumidor etc., estão se tornando cada vez mais importantes para os
clientes. Tradicionalmente você sabia o preço, mas não sabia nada sobre o serviço ao
consumidor; agora essa informação é aberta ao público. Será muito interessante ver
quanto uma empresa premium pode cobrar se tiver um serviço ao consumidor cinco
estrelas.”
“A questão do ponto de venda, por sua vez, inclui dois elementos. Um está
relacionado com as preferências declaradas das pessoas, aqueles dados
compartilhados das pessoas sobre suas intenções, e podemos colocar os produtos
para elas naquele momento. O exemplo disso é o Adwords do Google, uma busca de
produtos que mostra um anúncio em resposta aos termos de sua busca. O segundo
elemento do ponto de venda ocorre quando, mesmo você não tendo declarado uma
preferência, é possível inferir seus interesses. O exemplo disso é o AdSense do
Google, que oferece anúncios contextualizados. Mesmo não sabendo realmente
quais são suas intenções, o Google sabe onde está sua atenção –em que página você
está, no que está prestando a atenção. Ele infere indiretamente por meio dessa
preferência revelada que certos anúncios podem interessá-lo.”
“E finalmente há a promoção. A mídia de massa inventou o consumidor de massa -
transmissões unilaterais, praticamente sem granularidade fina. O que é muito
diferente hoje é que a granularidade geralmente chega ao nível do indivíduo. E isso

21
Disponível em: http://www.revistawebdesign.com.br/index.php/marketing-orkut-buddypoke/. Acesso em 20
abr. 2010.
22
Country manager e sócia responsável pela Mentez no Brasil.
23
Disponível em: http://www.mundodomarketing.com.br/7,11248,o-marketing-das-redes-sociais.htm. Acesso
em 20 abr. 2010.
12

afeta a maneira como os produtos são promovidos. Aqui faço uma distinção entre
duas dimensões.”
“A primeira é de promoções de empresas para pessoas - a ideia de dez anos atrás do
marketing um a um e a ideia de que as empresas realmente compreendem o que
deveriam estar promovendo para você, consumidor individual. Isso é bem diferente
da promoção tradicional de mercado de massa, mas ainda se baseia nas antigas
variáveis de tamanho de mercado, tamanho de segmento, tamanho do alvo etc.”
“A segunda dimensão é a de promoções de pessoas para pessoas. O que há de novo
do lado da promoção está aí, reunindo o aspecto social e o aspecto viral. Como, pelo
aspecto viral, o custo de aquisição do cliente é zero, isso é algo que mudou o mundo
- empreendimentos como o Facebook não existiriam sem um ciclo viral.”
Para Tomaél, Alcará e Di Chiara (2005, p.102) “As redes sociais influenciam
tanto a difusão de inovações quanto a propagação da informação e do conhecimento que
oportuniza o desenvolvimento de inovações.”
Desta forma, entende-se que o uso das redes sociais como instrumento de
marketing faz-se necessário à todas as empresas e pessoas físicas, de artistas a políticos, que
pretendem atingir um público cada vez mais conectado e disposto a colaborar entre si, seja
trocando informações, seja explanando sobre suas ideias e preferências. Neste nicho de
mercado, várias empresas se especializaram na gestão de mídias sociais, como exemplo
podemos citar: Clicksoft24, Mentez25 e Chleba26 entre tantas outras encontradas na rede.
Convém, no entanto, acautelar-se sobre os meios e formas de se promover
quaisquer produtos ou pessoas nas redes sociais. O fluxo de informações pode tornar-se muito
rápido e intenso, nem sempre da maneira desejada ou com os resultados almejados. Faz-se
mister o uso de profissionais especializados na área e de um profundo estudo sobre os
impactos da campanha sobre o público alvo. Dirigir de forma clara uma campanha neste
mundo virtual será um grande desafio para as empresas ou pessoas que se aventurarem neste
território.

24
http://www.clicksoft.com.br.
25
http://www.mentez.com.br/.
26
http://www.chleba.net.
13

BIBLIOGRAFIA

BORN, Sandra Regina. Falas na cidade de Florianópolis: Relações de poder e formação


de redes sociais (1945-1964). 2007. 119 f. Dissertação – (Mestrado em Educação e Cultura) –
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Florianópolis, 2007.

GOBE, Antonio Carlos et al. Administração de vendas. Coordenação: Júlio César Tavares
Moreira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

LAPOLLI, Mariana. Tecnologias da Informação e da Comunicação IMPACTOS PARA


O MERCADO PUBLICITÁRIO. 2008. 92 f. Dissertação – (Mestrado em Engenharia e
Gestão do Conhecimento) – Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis,
2008.

TOMAÉL, Maria Inês; ALCARÁ, Adriana Rosecler; DI CHIARA , Ivone Guerreiro. Das
redes sociais à inovação. Ci. Inf., Brasília, v. 34, n. 2, p. 93-104, maio/ago. 2005. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/ci/v34n2/28559.pdf. Acesso em: 20 abr. 2010.

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