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Síndrome da imunodeficiência adquirida

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Síndrome da imunodeficiência
adquirida (SIDA)
Aviso médico
Classificação e recursos externos

A fita vermelha é um símbolo da


solidariedade pelas pessoas infectadas
com o HIV e por aquelas que têm de
viver com SIDA.
A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA,
normalmente em Portugal, ou aids, mais comum no
Brasil, onde também se grafa com maiúsculas, AIDS) é
uma doença do sistema imunológico humano causada pelo
vírus da imunodeficiência humana (HIV).[1][2][3] Esta
condição reduz progressivamente a eficácia do sistema
imunológico e deixa as pessoas suscetíveis a infecções
oportunistas e tumores. O HIV é transmitido através do
contato direto de uma membrana mucosa ou na corrente
sanguínea com um fluido corporal que contêm o HIV, tais
como sangue, sêmen, secreção vaginal, fluído preseminal
e leite materno. Esta transmissão pode acontecer durante o
sexo anal, vaginal ou oral, transfusão de sangue, agulhas
hipodérmicas contaminadas, o intercâmbio entre a mãe e o
bebê durante a gravidez, parto, amamentação ou outra
exposição a um dos fluidos corporais acima.
A Aids hoje é considerada uma pandemia. Em 2007,
estimava-se que 33,2 milhões de pessoas viviam com a
doença em todo o mundo e que a Aids tenha matado cerca
de 2,1 milhões de pessoas, incluindo 330.000 crianças.
Mais de três quartos dessas mortes ocorreram na África
Subsaariana
A pesquisa genética indica que o HIV teve origem na
África centro-ocidental durante o século XIX e início do
século XX. A Aids foi reconhecida pela primeira vez pelos
Centers for Disease Control and Prevention dos Estados
Unidos, em 1981, e sua causa, o HIV, foi identificado no
início dos anos 1980.
Embora os tratamentos para a AIDS e HIV possam
retardar o curso da doença, não há atualmente nenhuma
cura ou vacina. O tratamento anti-retroviral reduz a
mortalidade e a morbidade da infecção pelo HIV, mas
estes medicamentos são caros e o acesso a medicamentos
anti-retrovirais de rotina não está disponível em todos os
países. Devido à dificuldade em tratar a infecção pelo
HIV, a prevenção da infecção é um objectivo-chave para
controlar a pandemia da AIDS, com organizações de
promoção da saúde do sexo seguro e programas de troca
de seringas na tentativa de retardar a propagação do vírus.
Progressão e sintomas

Em vermelho níveis de HIV, em azul níveis de linfócitos T


CD4+
A manifestação da doença por HIV é semelhante a uma
gripe ou mononucleose infecciosa e ocorre 2 a 4 semanas
após a infecção. Pode haver febre, mal-estar,
linfadenopatia (gânglios linfáticos inchados), eritemas
(vermelhidão cutânea), e/ou meningite viral. Estes
sintomas são largamente ignorados, ou tratados enquanto
gripe, e acabam por desaparecer, sem tratamento, após
algumas semanas. Nesta fase há altas concentrações de
vírus, e o portador é altamente infeccioso
A segunda fase é a da quase ausência do vírus, que se
encontra apenas nos reservatórios dos gânglios linfáticos,
infectando gradualmente mais e mais linfócitos T CD4+; e
nos macrófagos. Nesta fase, que dura vários anos, o
portador é soropositivo, mas não desenvolveu ainda
SIDA/AIDS. Não há sintomas, e o portador pode
transmitir o vírus a outros sem saber. Os níveis de T CD4+
diminuem lentamente e ao mesmo tempo diminui a
resposta imunitária contra o vírus HIV, aumentando
lentamente o seu número, devido à perda da coordenação
dos T CD4+ sobre os eficazes T CD8+ e linfócitos B
(linfócitos produtores de anticorpo).
A terceira fase, a da SIDA, inicia-se quando o número de
linfócitos T CD4+ desce abaixo do nível crítico (200/mcl),
o que não é suficiente para haver resposta imunitária
eficaz a invasores. Começam a surgir cansaço, tosse, perda
de peso, diarreia, inflamação dos gânglios linfáticos e
suores noturnos, devidos às doenças oportunistas, como a
pneumonia por Pneumocystis jiroveci, os linfomas,
infecção dos olhos por citomegalovírus, demência e o
sarcoma de Kaposi. Ao fim de alguns meses ou anos
advém inevitavelmente a morte.[15][16]
Excepções a este esquema são raras[17]. Os muito raros
"long term non-progressors" são aqueles indivíduos que
permanecem com contagens de T CD4+ superiores a
600/mcl durante longos períodos. Estes indivíduos talvez
tenham uma reação imunitária mais forte e menos
susceptível à erosão contínua produzida pelo vírus, mas
detalhes ainda são desconhecidos.
[editar] Síndromes clínicas

Sarcoma de Kaposi.
As doenças oportunistas são doenças causadas por
agentes, como outros vírus, bactérias e parasitas, que são
comuns mas normalmente não causam doença ou causam
apenas doenças moderadas, devido à resposta imunitária
eficiente. No doente com SIDA/AIDS, manifestam-se
como doenças potencialmente mortais:
1. Infecções por vírus: Citomegalovirus, Herpes simples,
Epstein-BarrInfecções por bactérias: Mycobacterium
avium-intracelulare, outras micobactérias que
normalmente não causam doenças, Mycobacterium
tuberculosis, Salmonella, outras
2. Infecções por fungos: candidíase da boca e do
esôfago (por Candida albicans, uma levedura);
pneumonia por Pneumocystis carinii; Criptococose,
Histoplasmose, Coccidiomicose
3. Infecções por parasitas: Toxoplasmose,
Criptosporidiose, Isosporidiose Neoplasias: cancros
como linfoma e linfoma de Hodgkin, causado pelo
vírus Epstein-Barr, sarcoma de Kaposi[
Outras condições incluem encefalopatia causada por HIV
que leva à demência e é uma ação direta do vírus nos
micróglios (células cerebrais semelhantes a macrófagos)
que infecta. Um achado característico é a leucoplasia
pilosa (placa branca pilosa na boca) devida ao vírus
Epstein-Barr.[
Causa
A AIDS é a última consequência clínica da infecção pelo
HIV. O HIV é um retrovírus, ou seja é um vírus com
genoma de RNA, que infecta as células e, através da sua
enzima transcriptase reversa, produz uma cópia do seu
genoma em DNA e incorpora o seu próprio genoma no
genoma humano, localizado no núcleo da célula infectada.
O HIV é quase certamente derivado do vírus da
imunodeficiência símia. Há dois vírus HIV, o HIV que
causa a SIDA/AIDS típica, presente em todo o mundo, e o
HIV-2, que causa uma doença em tudo semelhante, mais
frequente na África Ocidental, e também existente em
Portugal.O HIV reconhece a proteína de membrana CD4,
presente nos linfócitos T4 e macrófagos, e pode ter
receptores para outros dois tipos de moléculas presentes na
membrana celular de células humanas: o CCR5 e o
CXCR4. O CCR5 está presente nos macrófagos e o
CXCR4 existe em ambos macrófagos e linfócitos T4, mas
em pouca quantidade nos macrófagos. O HIV acopla a
essas células por esses receptores (que são usados pelas
células para reconhecer algumas citocinas, mais
precisamente quimiocinas), e entra nelas fundindo a sua
membrana com a da célula. Cada virion de HIV só tem um
dos receptores, ou para o CCR5, o virion M-trópico, ou
para o CXCR4, o virion T-trópico. Uma forma pode-se
converter na outra através de mutações no DNA do vírus,
já que ambos os receptores são similares.

Micrografia eletrônica de varredura de HIV-1, em cor


verde, saindo de um linfócito cultivado.
A infecção por HIV normalmente é por secreções genitais
ou sangue. Os macrófagos são muito mais frequentes que
os linfócitos T4 nesses liquidos, e sobrevivem melhor,
logo os virions M-trópicos são normalmente aqueles que
transmitem as infecções. No entanto, como os M-trópicos
não invadem os linfócitos, eles não causam a diminuição
dos seus números, que define a SIDA. No entanto, os M-
trópicos multiplicam-se e rapidamente surgem virions
mutantes que são T-trópicos.
Os virions T-trópicos são pouco infecciosos, mas como
são invasores dos linfócitos, são os que ultimamente
causam a imunodeficiência. É sabido que os raros
indivíduos que não expressam CCR5 por defeito genético
não adquirem o vírus da HIV mesmo se repetidamente em
risco.
O HIV causa danos nos linfócitos, provocando a sua lise,
ou morte celular, devido à enorme quantidade de novos
virions produzidos no seu interior, usando a sua
maquinaria de síntese de proteínas e de DNA. Outros
linfócitos produzem proteínas do vírus que expressam nas
suas membranas e são destruídos pelo próprio sistema
imunitário. Nos linfócitos em que o vírus não se replica
mas antes se integra no genoma nuclear, a sua função é
afectada, enquanto nos macrófagos produz infecção
latente na maioria dos casos. Julga-se que os macrófagos
sejam um reservatório do vírus nos doentes, sendo outro
reservatório os gânglios linfáticos, para os quais os
linfócitos infectados migram, e onde disseminam os
virions por outros linfócitos aí presentes.
É irónico como a resposta imunitária ao HIV nas primeiras
semanas de infecção é eficaz em destruí-lo, mas as
concentrações de linfócitos nos gânglios linfáticos devido
à resposta vigorosa levam a que os virions sobreviventes
infectem gradualmente mais e mais linfócitos, até que a
resposta imunitária seja revertida. A reacção eficaz é feita
pelos linfócitos T8, que destroem todas as células
infectadas. Contudo, os T8, como todo o sistema
imunitário, está sob controlo de citocinas (proteínas
mediadoras) produzidas, pelos T4, que são infectados.
Eles diminuem em número com a progressão da doença, e
a resposta inicialmente eficaz dos T8 vai sendo
enfraquecida. Além disso as constantes mutações do DNA
do HIV mudam a conformação das proteínas de superfície,
dificultando continuamente o seu reconhecimento.
Diagnóstico
O diagnóstico de AIDS em uma pessoa infectada com o
HIV é baseado na presença de certos sinais ou sintomas.
Desde 5 de junho de 1981, muitas definições têm sido
desenvolvidas para a vigilância epidemiológica. No
entanto, o estadiamento clínico dos pacientes não era um
destino para esses sistemas, pois eles não são sensíveis
nem específicos. Nos países em desenvolvimento é usado
o sistema de estadiamento da Organização Mundial da
Saúde para infecção pelo HIV e para a doença, através de
dados clínicos e de laboratório. Em países desenvolvidos,
o sistema de classificação do Centers for Disease Control
and Prevention (CDC) é usado.
Classificação da OMS
Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
agrupou essas infecções e condições em conjunto através
da introdução de um sistema de estadiamento para
pacientes infectados com HIV-1.[18] Uma atualização
ocorreu em setembro de 2005. A maioria dessas condições
são infecções oportunistas que são facilmente tratáveis em
pessoas saudáveis.
 Estágio I: infecção pelo HIV é assintomática e não
classificada como AIDS;
 Estágio II: inclui pequenas manifestações
mucocutâneas e recorrentes infecções do trato
respiratório superior;
 Estágio III: inclui diarréia crônica inexplicada por
mais de um mês, as infecções bacterianas e a
tuberculose pulmonar;
 Estágio IV: inclui a toxoplasmose cerebral, candidíase
do esôfago, traqueia, brônquios e pulmões e o
sarcoma de Kaposi; essas doenças são indicadores da
AIDS.
[editar] Sistema de classificação do CDC
Existem duas principais definições para a AIDS, ambos
produzidos pelo Centers for Disease Control and
Prevention (CDC). A velha definição é a referência para a
AIDS usando doenças que eram associados a ela, como
por exemplo a linfadenopatia, a doença que os
descobridores do HIV originalmente nomearam o vírus.
Em 1993, o CDC expandiu a sua definição para a AIDS
incluindo todas as pessoas HIV positivas com contagens
de células T CD4 + abaixo de 200 por l de sangue ou 14%
do total de linfócitos A maioria dos novos casos de Aids
nos países desenvolvidos usam essa definição ou a
definição pré-1993 do CDC. O diagnóstico de AIDS ainda
está de pé, mesmo que, após o tratamento, a contagem de
células CD4 + T sobe para acima de 200 por l de sangue
ou outras doenças definidoras da AIDS são curados.
Teste de HIV
Muitas pessoas desconhecem que estão infectadas com o
HIV. Menos de 1% da população sexualmente ativa
urbana na África foi testada e esta proporção é ainda
menor em populações rurais. Além disso, apenas 0,5% das
mulheres grávidas que frequentam as unidades de saúde
urbana são aconselhadas, testadas ou recebem os seus
resultados. Mais uma vez, essa proporção é ainda menor
nas unidades de saúde rurais. Assim, os produtos de
doadores de sangue e do sangue utilizado em medicina e
pesquisa médica são rastreados para o HIV.
Testes de HIV são geralmente realizados no sangue
venoso. Muitos laboratórios utilizam testes de quarta
geração de triagem que detectam anticorpos anti-HIV (IgG
e IgM) e do antígeno p24 do HIV. A detecção de
anticorpos anti-HIV ou antígeno em um paciente
previamente conhecido como negativo, é evidência de
infecção pelo HIV. Indivíduos cuja primeira amostra
indica evidências de infecção pelo HIV terão uma
repetição do teste em uma segunda amostra de sangue para
confirmar os resultados.
O período de janela imunológica (tempo entre a infecção
inicial eo desenvolvimento de anticorpos detectáveis
contra a infecção) pode variar, uma vez que pode levar 3-6
meses para soroconversão e teste positivo. A detecção do
vírus usando a reação em cadeia da polimerase (PCR)
durante o período de janela é possível e as evidências
sugerem que uma infecção pode ser detectada mais cedo
do que quando se utiliza um teste de despistagem de
quarta geração de AIA.
Os resultados positivos obtidos por PCR são confirmados
por testes de anticorpos. Testes de HIV rotineiramente
utilizados para a infecção em recém-nascidos e lactentes
(isto é, pacientes com menos de 2 anos), nascidos de mães
HIV-positivas, não têm valor por causa da presença de
anticorpos maternos para o HIV no sangue da criança. A
infecção pelo HIV só pode ser diagnosticada por PCR, o
teste para HIV DNA pró-viral em linfócitos de crianças.
Prevenção
Estimativa de aquisição do HIV por método de contágio
Risco por 10 000
exposições a
Forma de exposição uma pessoa
infectada em
tratamento
Transfusão de sangue 9.000
Nascimento 2.500
Uso compartilhado de seringa 67
Agulha cortante 30
Penetração vaginal receptiva* 10
Penetração vaginal insertiva* 5
Penetração anal receptiva* 50[31][32]
Penetração anal insertiva* 6.5[31][32]
Penetração oral receptiva*§ 1[32]§
Penetração oral insertiva*§ 0.5[32]§
*
assumindo o não uso de preservativo
§
Fonte refere-se ao relacionamento sexual praticado no
homem
As três principais vias de transmissão do HIV são contato
sexual, exposição a fluidos ou tecidos corporais infectados
e da mãe para o feto ou criança durante o período
perinatal. É possível encontrar o HIV na saliva, lágrimas e
urina dos indivíduos infectados, mas não há casos
registados de infecção por essas secreções e o risco de
infecção é insignificante.[34] O tratamento anti-retroviral
em pacientes infectados também reduz significativamente
sua capacidade de transmitir o HIV para outras pessoas,
reduzindo a quantidade de vírus em seus fluidos corporais
para níveis indetectáveis.[35]
[editar] Contato sexual
A maioria das infecções por HIV são adquiridas através de
relações sexuais desprotegidas entre parceiros, um dos
quais sendo portador do HIV. O principal modo de
contaminação pelo HIV é através de contato sexual entre
membros do sexo oposto.[36][37][38]

O preservativo é o metódo mais eficaz de prevenção


contra o HIV/AIDS e outras DSTs.
Durante um ato sexual, apenas preservativos masculinos
ou femininos podem reduzir o risco de infecção por HIV e
outras DSTs. A melhor evidência até agora indica que o
uso do preservativo reduz o risco típico de transmissão
heterossexual do HIV em cerca de 80% a longo prazo,
embora o benefício poderá ser maior se os preservativos
forem usados corretamente em cada ocasião.[39]
O preservativo masculino de látex, se usado corretamente
sem lubrificantes à base de petróleo, é a única tecnologia
disponível mais eficaz para reduzir a transmissão sexual
do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. Os
fabricantes recomendam que lubrificantes à base de
petróleo, como vaselina, não devem ser utilizados com
preservativos de látex, porque dissolvem o material,
fazendo com que o preservativo fique poroso. Se a
lubrificação é desejada, os fabricantes recomendam usar
lubrificantes à base de água. Os lubrificantes à base de
óleo pode ser usado com preservativos de poliuretano.[40]
Os preservativos femininos são feitos geralmente de
poliuretano, mas também são feitos de látex e borracha
nitrílica. Eles são maiores do que os preservativos
masculinos e têm uma abertura mais rígida em forma de
anel com um anel interno projetado para ser introduzido
na vagina mantendo o preservativo em seu lugar, inserir o
preservativo feminino requer apertar o anel. Preservativos
femininos foram apresentados como uma estratégia
importante de prevenção do HIV.[41] Atualmente, a
disponibilidade de preservativo feminino é muito baixa e o
preço continua a ser proibitivo para muitas mulheres.
Estudos sobre casais com um dos parceiros infectado
mostram que, com o uso consistente do preservativo, as
taxas de infecção pelo HIV para o parceiro não infectado
são inferiores a 1% ao ano.[42] As estratégias de prevenção
são bem conhecidas nos países desenvolvidos, mas
estudos epidemiológicos e comportamentais na Europa e
América do Norte sugerem que uma minoria significativa
de jovens continuam a exercer práticas de alto risco,
apesar do conhecimento de HIV/AIDS, subestimando seu
próprio corpo a se infectar com o HIV.[43][44]
Ensaios clínicos randomizados têm demonstrado que a
circuncisão masculina reduz o risco de infecção por HIV
entre homens heterossexuais em até 60%.[45] Espera-se que
este procedimento seja promovido activamente em muitos
dos países afetados pelo HIV, embora isso implicará
enfrentar uma série de questões práticas e culturais. No
entanto, os programas para incentivar a utilização do
preservativo, nomeadamente fornecendo-lhes
gratuitamente àqueles em situação de pobreza, são
estimados em ser 95 vezes mais eficazes do que a
circuncisão em reduzir a taxa de HIV na África sub-
saariana.[46]
Contato com fluidos corporais infectados
Os trabalhadores de saúde podem reduzir a exposição ao
HIV através do emprego de precauções para reduzir os
riscos de exposição a sangue contaminado. Essas
precauções incluem barreiras, como luvas, máscaras,
proteção dos olhos e jalecos que evitar a exposição da pele
ou mucosas com patógenos transmitidos pelo sangue. A
lavagem frequente e cuidadosa da pele imediatamente
após terem sido contaminados com sangue ou outros
fluidos corporais podem reduzir a chance de infecção.
Finalmente, objetos cortantes como agulhas, bisturis e
vidro, têm que ser cuidadosamente eliminados para evitar
ferimentos provocados por agulhas contaminadas.[47]
Como o uso de drogas injetáveis é um fator importante na
transmissão do HIV nos países desenvolvidos, as
estratégias de redução de danos, tais como programas de
troca de seringas são usados na tentativa de reduzir as
infecções causadas pelo abuso de drogas.[48][49]
Transmissão da mãe para a criança
As recomendações atuais indicam que, quando a
substituição da alimentação é aceitável, factível, acessível,
sustentável e segura, as mães infectadas pelo HIV devem
evitar amamentar seus bebês. No entanto, se este não for o
caso, a amamentação exclusiva é recomendada durante os
primeiros meses de vida e descontinuada o mais breve
possível.[50] Note-se que as mulheres podem amamentar as
crianças que não são suas, como as amas de leite.
Tratamento
Não existe atualmente nenhuma vacina disponível para o
HIV ou a cura para o HIV ou para a AIDS. Os únicos
métodos conhecidos de prevenção baseiam-se evitar a
exposição ao vírus ou, na falta desta, um tratamento anti-
retroviral diretamente após uma exposição, chamado
profilaxia pós-exposição (PEP).[51] A PEP tem um
calendário muito exigente de quatro semanas de dosagem.
Ela também tem efeitos secundários muito desagradáveis
incluindo diarréia, mal estar, náuseas e fadiga.[52]
[editar] Tratamento antiviral
Abacavir – um análogo nucleosídeo inibidor da
transcriptase reversa (NRTIs ou NARTI)

Estrutura química do Abacavir


Fármacos usados no tratamento da infecção por HIV
interferem com funções da biologia do vírus que são
suficientemente diferentes de funções de células humanas:
1. Existem inibidores da enzima transcriptase reversa
que o vírus usa para se reproduzir e que não existem
nas células humanas:
o AZT, ddC, ddI, d4T, ABC (todos análogos de
nucleótidos)
o nevirapina, delavirdina, efavirenz (inibidores
diretos da proteína), outros.
o Inibidores da protease que cliva as proteínas do
vírus após transcrição: saquinavir, indinavir,
nelfinavir, amprenavir, ritonavir, atazanavir,
darunavir, tipranavir e outros.
o Inibidores da enzima integrase, que faz com que
o material genético do vírus entre no núcleo da
célula: raltegravir.
o Inibidores do CCR5, impedindo um dos passos
de ligação do HIV à célula alvo: maraviroc,
vicriviroc.
o Inibidores de fusão, impedindo que o vírus
funda seu envelope à membrana plasmática da
célula alvo: enfuvirtida.
Hoje em dia o uso de medicamentos é em combinações de
um de cada dos três grupos. Estes cocktails/coquetéis de
antivíricos permitem quase categorizar, para quem tem
acesso a eles, a SIDA em doença crónica. Os portadores
de HIV que tomam os medicamentos sofrem de efeitos
adversos extremamente incomodativos, diminuição
drástica da qualidade de vida, e diminuição significativa
da esperança de vida. Contudo é possível que não morram
directamente da doença, já que os fármacos são
razoavelmente eficazes em controlar o número de virions.
Contudo houve recentemente notícias de um caso em
Nova Iorque cujo vírus já era resistente a todos os
medicamentos, e essas estirpes poderão "ganhar a corrida"
com as empresas farmacêuticas.
Os medicamentos actuais tentam diminuir a carga de
vírus, evitando a baixa do número de linfócitos T CD4+, o
que aumenta a longevidade do paciente e a sua qualidade
de vida. Quanto mais cedo o paciente começar a ser
tratado com medicamentos maior a chance de evitar o
desenvolvimento das doenças oportunistas.
No Brasil, o Ministério da Saúde aborda o tratamento da
doença da seguinte maneira: pacientes assintomáticos sem
contagem de linfócitos T CD4+ disponível - não tratar;
pacientes assintomáticos com CD4 > 350 células/mm3 -
não tratar; pacientes assintomáticos com CD4 entre 200 e
350 células/mm3 - considerar tratamento; pacientes
assintomáticos com CD4 < 200 células/mm3 - tratar e
realizar profilaxia contra as doenças oportunistas mais
comuns; pacientes sintomáticos - tratar e realizar
profilaxia contra as doenças oportunistas mais comuns.
Sabe-se que o risco do desenvolvimento de infecções
oportunistas (curto prazo) é baixo, muitos especialistas
preferem não iniciar o tratamento e monitorar o paciente
com contagens de linfócitos T CD4+ e quantificação da
carga viral plasmática. Se a contagem de linfócitos T-
CD4+ não for realizada, o tratamento deverá ser iniciado.
E ao se optar pelo início do tratamento, é indispensável
verificar a motivação do paciente e a probabilidade de
adesão do mesmo antes de iniciar o tratamento, já que
diferentes níveis de adesão podem levar a emergência de
resistência ao tratamento (Guia de Tratamento, Ministério
da Saúde, Brasil, 2004).
Como não há cura ou vacina, a prevenção tem um aspecto
fundamental, nomeadamente práticas de sexo seguro como
o uso de preservativo (ou "camisinha") e programas de
troca de seringas nos toxicodependentes.
O tratamento anti-HIV causa lipodistrofia entre 15% a
50% dos pacientes.
Cura
Médicos de uma clinica na Alemanha conseguiram curar
um paciente que possuía SIDA(AIDS) e leucemia. Os
médicos escolheram um doador que tivesse uma mutação
no seu DNA capaz de defender o sistema contra o HIV.
Após isso, fizeram o transplante de medula óssea no
portador da SIDA e leucêmia. A surpresa veio ao fazer
novos testes, descobriu-se que o virus HIV tinha sumido
do sistema do paciente.
Actualmente o paciênte já está há mais de dois anos sem o
virus HIV e sem a leucêmia. Contudo, a doença ainda
pode estar escondida no corpo do paciente.
No entanto, o médico que realizou a operação quis
"minimizar as falsas esperanças" geradas pelo sucesso da
operação, que já foi retratada nas revistas especializadas,
já que foi obtida em um caso "muito concreto" e durante o
tratamento de outra doença grave.
Deve-se salientar que isso abre uma nova era para
encontro da cura da doença ou mesmo uma vacina.
O Nobel de Medicina pela descoberta da SIDA, Luc
Montagneir, acredita que daqui a alguns anos será possível
pelo menos parar com a transmissão da doença.
Epidemiologia

Predomínio do HIV entre adultos por país no final de


2005:
██ >15%
██ 5-15%
██ 2-5%
██ 1-2%
██ 0,5-1,0%
██ 0,1-0,5%
██ <0,1%
██ sem informação
A pandemia da AIDS também pode ser vista como várias
epidemias de subtipos distintos, os principais fatores na
sua propagação é a transmissão sexual e a transmissão
vertical de mãe para filho no nascimento e através do leite
materno.Apesar da recente melhoria do acesso ao
tratamento anti-retroviral e os cuidados de prevenção em
muitas regiões do mundo, a pandemia da AIDS custou
cerca 2,1 milhões de vidas (variação de 1,9-2,4 milhões)
em 2007, sendo que 330.000 pessoas eram menores de 15
anos. Globalmente, cerca de 33,2 milhões de pessoas
viviam com o HIV em 2007, incluindo 2,5 milhões de
crianças. Estima-se que 2,5 milhões (variação de 1,8-4,1
milhões) pessoas foram infectadas em 2007, incluindo 420
mil crianças. A África Subsariana continua sendo de longe
a região mais afectada. Estima-se que em 2007, a região
continha 68% de todas as pessoas vivendo com AIDS e
76% de todos os óbitos por AIDS, com 1,7 milhões de
novas infecções levando o número de pessoas vivendo
com HIV para 22,5 milhões, com 11,4 milhões de órfãos
da Aids vivendo na região. Ao contrário de outras regiões,
a maioria das pessoas vivendo com o HIV na África sub-
saariana em 2007 (61%) eram mulheres. A prevalência em
adultos em 2007 foi estimada em 5,0% e a AIDS continua
a ser a maior causa de mortalidade nesta região do planeta.

Estimativa de pessoas vivendo com o HIV/AIDS por país.


A África do Sul tem a maior população de portadores do
HIV no mundo, seguida pela Nigéria e pela Índia. O Sul e
o Sudeste da Ásia são a segunda região pior afetado e, em
2007, estima-se que esta região continha 18% de pessoas
vivendo com a AIDS e um cerca de 300.000 óbitos devido
a doença. A Índia tem cerca de 2,5 milhões de infecções e
uma prevalência estimada de adultos de 0,36%. A
expectativa de vida da população caiu drasticamente nos
países mais afetados; por exemplo, em 2006, estimou-se
que caiu de 65 para 35 anos em Botswana. Nos Estados
Unidos, jovens mulheres afro-americanas também estão
em risco invulgarmente elevado de infecção pelo HIV. Os
afro-americanos formam 10% da população, mas cerca de
metade dos casos de HIV/AIDS em todo os Estados
Unidos. Isto acontece devido em parte à falta de
informações sobre AIDS e uma percepção de que eles não
são vulneráveis, bem como ao acesso limitado aos
recursos de saúde e uma maior probabilidade de contato
sexual sem proteção.
Brasil
No Brasil, estima-se que existam 630 mil pessoas vivendo
com o HIV. De 1980 (o início da epidemia) até junho de
2009, foram registrados 217.091 óbitos em decorrência da
doença. Cerca de 33 mil a 35 mil novos casos da doença
são registrados todos os anos no país. A região Sudeste
tem o maior percentual (59%) do total de notificações por
ser a mais populosa do país, com 323.069 registros da
doença. O Sul concentra 19% dos casos; o Nordeste, 12%;
o Centro-Oeste, 6%; e a região Norte, 3,9%. Dos 5.564
municípios brasileiros, 87,5% (4.867) registraram pelo
menos um caso da doença.
[Portugal
Desde 1983 até 2009, a doença já infectou quase 35 mil
pessoas em Portugal.
História

Pôster em Abidjan, Costa do Marfim, África


AIDS foi primeiramente relatada 5 de junho de 1981,
quando o Centers for Disease Control and Prevention
(CDC) dos Estados Unidos registrou o Pneumocystis
carinii (conhecida por ser causada por Pneumocystis
jirovecii) em cinco homossexuais em Los Angeles,
Califórnia. No início, o CDC não tinha um nome oficial
para a doença, muitas vezes referindo-se a ela por meio
das doenças que foram associados a ela, como por
exemplo a linfadenopatia, a doença que os descobridores
do HIV originalmente nomearam o vírus Eles também
utilizaram o nome "Sarcoma de Kaposi e infecções
oportunistas", nome pelo qual uma força-tarefa havia sido
criada em 1981
Na imprensa geral, o termo "GRID", sigla para "Gay-
related immune deficiency", já havia sido cunhado. O
CDC, em busca de um nome e observando as
comunidades infectadas, criou o termo "a doença dos
4Hs", referindo-se aos haitianos, homossexuais,
hemofílicos e usuários de heroína. No entanto, depois de
determinar que a AIDS não era uma doença exclusiva da
comunidade homossexual, o termo "GRID" tornou-se
enganoso e o termo "AIDS" foi criado em uma reunião em
julho de 1982. Em setembro 1982, o CDC começou a usar
o nome de AIDS e adequadamente definiu da doença.
A mais antiga identificação positiva do vírus HIV
conhecida vem do Congo em 1959 e 1960, embora os
estudos genéticos indicam que o vírus tenha passado para
a população humana vindo de chimpanzés em torno de
cinquenta anos antes. Um estudo recente afirma que o HIV
provavelmente mudou da África para o Haiti e, em
seguida, entrou nos Estados Unidos em torno de 1969.
A teoria mais controversa sugere que a AIDS foi,
inadvertidamente, iniciada no final dos anos 1950 no
Congo Belga durante as pesquisas de Hilary Koprowski
para a criação de uma vacina contra a poliomielite.[69][70]
De acordo com o consenso científico, essa hipótese não é
apoiada pelas evidências disponíveis.
Cultura e sociedade
[Estigma

Ryan White tornou-se uma criança símbolo do HIV depois


de ser expulso da escola por causa de sua infecção.
O estigma da AIDS existe no mundo em uma variedade de
maneiras, incluindo o ostracismo, rejeição, discriminação
e evitação de pessoas infectadas pelo HIV; teste
obrigatório de HIV sem o consentimento prévio ou de
proteção da confidencialidade das pessoas; a violência
contra indivíduos infectados pelo HIV ou pessoas que são
percebidas como infectadas pelo HIV e pessoas em
quarentena de infectados pelo HIV. O medo da violência e
do preconceito impede que muitas pessoas que procuram
fazer o teste de HIV retornem para ver o resultado ou
iniciem o tratamento, transformando o que poderia ser
uma doença crônica tratável em uma sentença de morte,
perpetuando a propagação do HIV. O estigma foi dividido
em três categorias a seguir:
 Reflexo do medo e do receio de que possam ser
associados com alguma doença mortal e
transmissível.
 O uso de HIV/AIDS para expressar atitudes em
relação aos grupos sociais e estilos de vida que
alguns acreditam ser associado com a doença.
Estigmatização de pessoas ligadas à questão do
HIV/AIDS ou pessoas HIV-positivas. Muitas vezes, o
estigma da AIDS é expresso em conjunto com um ou
mais estigmas, particularmente aqueles associadas
com a homossexualidade, bissexualidade,
promiscuidade, prostituição e uso de drogas
intravenosas.
Em muitos países desenvolvidos, há uma associação entre
a Aids e a homossexualidade ou a bissexualidade, e esta
associação está relacionada com níveis mais elevados de
preconceito sexual, tais como atitudes anti-homossexuais.
Existe também uma associação preconceituosa entre a
Aids e todo tipo de comportamento sexual entre dois
homens, incluindo o sexo entre homens não infectados.
Impacto econômico

Mudanças na expectativa de vida em alguns países


africanos duramente atingidos pelo HIV (legendas em
inglês).
O HIV e a AIDS afetam o crescimento econômico,
reduzindo a disponibilidade de capital humano.] Sem
alimentação adequada, cuidados de saúde e a medicina
que está disponível em países desenvolvidos, um grande
número de pessoas sofrem e morrem de complicações
relacionadas à AIDS. Elas não só são incapazes de
trabalhar, mas também necessitam de cuidados médicos
importantes. A previsão é de que isto provavelmente irá
causar um colapso das economias e das sociedades em
países com uma população significativa portadora da
AIDS. Em algumas áreas altamente infectadas, a epidemia
deixou para trás muitos órfãos cuidados por avós idosos.
O aumento da mortalidade tem resultados em um menor
população qualificada e força de trabalho. Esta força de
trabalho menor é constituída por pessoas cada vez mais
jovens, com conhecimentos e experiências de trabalho
reduzidas, levando à redução da produtividade. Um
aumento no tempo de folga dos trabalhadores para cuidar
de familiares doentes ou de licenças por doença também
reduzem a produtividade. O aumento da mortalidade reduz
os mecanismos de capital humano e de investimento nas
pessoas, através da perda da renda e da morte dos pais.
Por afetar principalmente jovens adultos, a AIDS reduz a
população tributável, por sua vez, reduzindo os recursos
disponíveis para gastos públicos como educação e serviços
de saúde não relacionados à AIDS, resultando em aumento
da pressão sobre as finanças do Estado e em um
crescimento mais lento da economia. Isso resulta em um
menor crescimento da base de cálculo, um efeito que é
reforçado se houver gastos crescentes para tratar os
doentes, em treinamento (para substituir trabalhadores
doentes), subsídio de doença e para cuidar dos órfãos da
AIDS. Isto é especialmente verdadeiro se o aumento
acentuado da mortalidade adulta deslocar a
responsabilidade da família para o governo em cuidar
desses órfãos.
No nível familiar, os resultados da AIDS é a perda de
renda e o aumento dos gastos com saúde pelo responsável
da família. Um estudo realizado na Costa do Marfim
mostrou que famílias com um paciente HIV/AIDS gastam
duas vezes mais em despesas médicas do que outras
famílias.[81]
Religião e Aids
O tema da religião e da AIDS tornou-se extremamente
controverso nos últimos 20 anos, principalmente porque
muitos proeminentes líderes religiosos declararam
publicamente a sua oposição ao uso de preservativos, o
que os cientistas indicam como o único meio atual de deter
a epidemia. Outras questões envolvem a participação de
religiosos nos serviços de saúde universal e a colaboração
com as organizações seculares como a UNAIDS e a
Organização Mundial de Saúde.

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