Relatório pedagógico

Turma: Consciência Corporal 4

Quantidade de alunos: 5

Desistências: 3

Objetivo do curso: O objetivo deste curso é promover a conscientização corporal e vocal dos
participantes através de dinâmicas de improviso em dança e movimentos, guiados por estímulos
formais (tipos de movimentos, partes distintas do corpo, dentre outros), por sonoridades (músicas,
sons gravados, dentre outros), além de aproveitar o próprio repertório de movimentações e gestos
do cotidiano dos participantes. Todo esse conjunto de atividades de exploração da expressão
corporal e vocal advém de práticas de formação teatral.
Deste modo, os objetivos deste curso são traçados a partir do conhecimento, já amplamente
divulgado por pesquisadores da área, sobre os efeitos da atividade teatral na formação do indivíduo,
seja ele jovem, adulto ou idoso. Esse conhecimento aponta que a atividade teatral influencia
positivamente a construção de uma consciência corporal, vocal, da capacidade comunicacional
entre indivíduo e sociedade, do trabalho grupal, além de promover uma reflexão individual e
coletiva politicamente emancipadora. Tais efeitos, além de servirem para a construção da linguagem
teatral em sala de aula, contribuem também para o bem-estar dos participantes e de sua vida em
sociedade, seja no trabalho, na vida pessoal e em seu círculo social.

Conteúdo do curso: Fazem parte do conteúdo deste curso os seguintes elementos: noção sobre os
apoios dos pés para o fortalecimento do equilíbrio do corpo; noção de alinhamento da coluna e
cabeça para o trabalho de postura preventiva de problemas de saúde nessa região; noção de
alongamento e fortalecimento muscular para melhor aproveitamento da capacidade expressiva do
corpo; noção de dicção, articulação, ressonância e projeção, essenciais para uma boa comunicação
em qualquer âmbito da vida, seja no pessoal ou profissional. Nesta turma em específico também
exploramos mais profundamento o movimento de dança guiado por ritmos musicais e elementos
próprios da dança.

Comentários sobre o processo em sala de aula:

Essa turma apresentou um desafio muito peculiar ao ser composta por alunos muito diferentes entre
si, com características físicas e condições corporais muito específicas. Alguns apresentavam, por
exemplo, limitações de movimentação muito únicas: problemas no joelho, labirintite e excesso de
peso; enquanto outros haviam perdido a visão há pouco tempo, o que acarretava uma insegurança
muito grande no que se refere ao próprio corpo na execução de tarefas diárias, na exploração de
movimentos cotidianos, em atividades simples como o caminhar livremente sem medo de pisar em
falso ou em obstáculos.
Tal composição de grupo me forçou, de início, a elaborar um plano de aula que abarcasse todas as
condições físicas e que pudesse, mesmo assim, provocar os participantes a desafiarem os limites de
seus corpos. A exploração de movimentos pendulares, por exemplo, trouxe muitos comentários a
respeito da perda de equilíbrio e esse passou a ser um exercício frequente, feito para promover um
fortalecimento do equilíbrio, assim como do fortalecimento muscular de ambas as pernas.
Juntamente a isso, o foco nos pés enquanto apoios para a sustentação do corpo também se mostrou
fundamental para cumprir os objetivos acima descritos.
Ao final do cursos, com a desistência de três integrantes, os dois participantes restantes tiveram,
então, muito mais atenção às suas demandas pessoais e a aula ganhou novos rumos, tendo o foco
mudado. Agora, os participantes apresentavam demandas mais localizadas: desejo de explorar
melhor o aparelho fonador como um todo: respiração, dicção, projeção de voz e ressonância
(elementos cruciais para uma boa comunicação tanto no âmbito pessoal quanto no âmbito
profissional); além de um maior aprofundamento no trabalho de composição coreográfica em
partituras que resgatavam gestos do cotidiano e o modificavam a partir de exercícios imaginativos
(como seria arrumar a cama pisando num chão repleto de cacos vidro imaginários? E num chão
repleto de cinzas de fogo imaginárias? E num chão de algodão? Como o corpo se modifica ao
acionar elementos da imaginação que nos obrigam a fazer o movimento mais depressa, a tirar mais
o pé do chão para não arder, a pisar macio ou a se movimentar em câmera lenta).