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Benilde Xavier
Hermenegilda Djedje
Sérgio Natália
Universidade Save
Maxixe
2020
Acaricia da Glória Manhice
Benilde Xavier
Hermenegilda Djedje
Sérgio Natália
Universidade Save
Maxixe
2020
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Índice
Introdução………………………………………………………………………………….. ..3
objetivos……………………………………………………………………………………..3
Metodologias………………………………………………………………………………...3
Conceito……………………………………………………………………………………. 4
Conclusão…………………………………………………………………………………...13
Referências Bibliográficas………………………………………………………………….14
4
Introdução
Objectivos
Geral
Específico
Metodologias
Conceito
Para PREBISCH (1998: 18) a Divisão internacional de Trabalho (DIT) é a prática de repartir
as actividades e serviços entre os inúmeros países do mundo. Trata-se de uma divisão
produtiva em âmbito internacional, onde os países emergentes ou em desenvolvimento,
exportadores de matéria-prima, com mão-de-obra barata e de industrialização quase sempre
tardia, oferecem aos países industrializados, economicamente mais fortes, um leque de
benefícios e incentivos para a instalação de indústrias, tais como a isenção parcial ou total de
impostos, mão-de-obra abundante, leis ambientais frágeis, entre outras facilidades.
Por seu turno MATTOSO & POCHMANN, (1995: 40) referem que a Divisão Internacional
do Trabalho é a distribuição de papéis que os países exercem frente à ordem econômica
mundial. No sistema capitalista, desde o seu processo de surgimento e expansão colonial a
partir do século XVI, há a tese de que não é possível para um único país dispor de todo os
tipos de produções, matérias-primas e mercadorias. Sendo assim, estabeleceu-se uma
especialização produtiva que, apesar de sofrer alterações ao longo do tempo, obedece às
importâncias econômicas das nações desenvolvidas e subdesenvolvidas.
ao desenvolvimento desigual das forças produtivas nos diferentes países, criando diferentes
esferas entre os países e ampliando, desta forma Divisão Internacional do Trabalho.
Portanto, podemos concluir que o conceito da DIT reflete o desenvolvimento das forças
produtivas nos diversos territórios do mundo capitalista, estabelecendo o papel da produção
de cada país nos intercâmbios do mercado mundial e determinando as mercadorias que serão
produzidas em cada território e que posteriormente serão intercambiadas pela economia
capitalista mundial.
MATTOSO & POCHMANN, (1995: 40) Afirmam que apesar da modificação apresentada na
configuração econômica, os países da América Latina, Ásia e África, ainda ocupam destaque
na produção de produtos primários. O que os mantêm como produtores primários é
principalmente o modo como os países subdesenvolvidos foram industrializados. Grande
parte das empresas e indústrias existentes em países pobres é de nações desenvolvidas e ricas.
Diante desse facto, todos os lucros adquiridos durante o ano não permanecem no território no
qual a empresa se encontra, e sim, migra para o país de origem da mesma. Em outras palavras,
as empresas transnacionais sempre buscam os interesses próprios sem considerar as causas
sociais, econômicas e ambientais de onde suas empresas estão instaladas.
No fim do século XV, o capital estava na distribuição e circulação das mercadorias entre as
metrópoles e suas colônias. As diversas regiões do mundo passaram a desenvolver funções
diferentes, pois cada uma passou a especializar-se no fornecimento de matéria-prima, metais
preciosos, produtos manufaturados etc. Então, dessa maneira, a metrópole exportava
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De acordo com MATTOSO & POCHMANN, (1995: 42), a primeira DIT corresponde ao
final do século XV e ao longo do século XVI, no qual o capitalismo estava em fase inicial,
chamada de capitalismo comercial. Era caracterizado pela produção manual a partir da
extração de matérias-primas e acúmulo de minérios e metais preciosos por parte das nações
(metalismo). Durante o final do século XV e ao longo do século XVI, período de início das
grandes navegações e de expansão da civilização europeia pelo mundo, o capitalismo
encontrava-se em sua fase inicial, chamada de capitalismo comercial. Com isso, aqueles
locais colonizados pelos países europeus exerciam a função de produzir, a partir da
exploração de seus recursos naturais, os metais preciosos e as matérias-primas utilizados pelas
metrópoles.
Segundo TEIXEIRA (1983: 30), afirma que com a primeira Revolução Industrial (1780-
1820), a Inglaterra surgiu como o país de industrialização originária, transformada
imediatamente na grande oficina do mundo ao longo do século XIX. A combinação entre o
poder militar já existente e as formas superiores de produção industrial naquela oportunidade
possibilitou à Inglaterra assumir uma posição de hegemonia na economia mundial. Logo, a
libra passou a sustentar o padrão monetário internacional (gold standard), a partir de sua
conversibilidade ao ouro, bem como ofereceu fundamento às trocas comerciais e à condição
de reserva de valor. Com isso, a Inglaterra assumiu isoladamente o centro do capitalismo
mundial.
TEIXEIRA (1983: 33) acrescenta ainda que a oposição entre os produtos manufacturados do
centro e os produtos primários da periferia limitou a primeira Divisão Internacional do
Trabalho primária. Enquanto o sector agrícola era o grande empregador nos países periféricos,
o sector urbano, especialmente a indústria, destacava-se no emprego da maior parte da mão-
de-obra nas economias centrais. É importante ressaltar ainda que a periferia, por englobar um
conjunto grande países, não se caracterizava pela homogeneidade. Diversos países periféricos
serviam de ponto de apoio à acumulação de capital por parte da metrópole, impulsionada pela
concorrência no centro capitalista. Algumas nações como a Argentina e colônias inglesas
conseguiram alguns sucessos contidos, com elevação da renda per capita acima dos demais
países periféricos.
A partir do início do século XX, a Inglaterra passou a registrar sinais de fragilidade na sua
condição de potência hegemônica, agravados por duas guerras mundiais e, principalmente,
pela Depressão de 1929. Os Estados Unidos, que já se apresentavam como a principal
economia do centro capitalista, não demonstrava interessem em assumir a posição de nação
hegemônica, ocupada até então pela Inglaterra. Somente no segundo pós-guerra que os
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Estados Unidos assumiram a posição de nação hegemônica, porém num cenário internacional
até então desconhecido (TEIXEIRA, 1983: 34).
Por conta disso, uma segunda Divisão Internacional do Trabalho foi sendo maturada pela
constituição de um bloco de países semi-periféricos que teve o apoio de uma ordem
econômica mais favorável à difusão geográfica do padrão de industrialização norte-
americano. O papel das agências multilaterais na regulação das relações internacionais (ONU,
BIRD, FMI, GATT) esteve voltado para a contenção da valorização financeira (fictícia) do
capital, através da estabilidade do padrão monetário, que se sustentava, naquela oportunidade,
no sistema ouro-dólar, nas taxas fixas de câmbio e de juros e no controle dos bancos (Idem).
O segundo vector está relacionado à expansão dos Investimentos Diretos no Exterior (IDE).
Apesar do avanço no fluxo de recursos estrangeiros em países semiperiféricos, o IDE
permanece ainda muito fortemente concentrado nas economias centrais. Ainda que mais
recentemente uma parte importante dos IDE tenha sido direcionada aos países de renda
intermediária (semi-periferia), nota-se que o segmento de economias de baixa renda
(periferia) continuou perdendo participação no fluxo de recursos internacionais, sem alterar a
parte do bolo que fica com as economias avançadas (Idem).
Para PREBISCH (1998: 20), a partir do século XX, com a Revolução Técnico-Científica-
Informacional e a consolidação do Capitalismo Financeiro, temos a expansão das grandes
multinacionais pelo mundo. Isso acarretou na mudança da Divisão Internacional do Trabalho,
que passou a ser conhecida também por Nova DIT. Nesse período, os países
subdesenvolvidos também realizaram os seus processos tardios de industrialização. Só que,
diferentemente da industrialização dos países desenvolvidos, essa aconteceu a partir da
abertura do mercado financeiro desses países e pela instalação de empresas Multinacionais ou
Globais, oriundas, quase sempre, de países desenvolvidos.
Além disso, assistiu-se também a uma segmentação do mercado produtivo. Para buscar
isenções de impostos e rápido acesso a matérias-primas nos países subdesenvolvidos, as
multinacionais distribuíram o seu processo produtivo por todo o globo terrestre. Um carro,
por exemplo, tem o seu motor produzido no México, os para-choques na Argentina, o Chassi
na Coreia do Sul e a montagem realizada no Brasil. Com isso, surgiu a denominação de
“indústrias maquilhadoras”, pois não havia produção de nenhum material nelas, mas apenas a
montagem oriunda da produção de peças de diversos sectores do mundo (Idem).
Convém ressaltar que a produção industrial continua sendo realizada maioritariamente pelos
países desenvolvidos, ou com o capital oriundo desses países. Apenas o local da produção é
que mudou, mas todo o capital dessas empresas retorna aos seus países de origem. Essa
migração das multinacionais se deve pela busca de mão-de-obra abundante nos países pobres
e por maiores oportunidades de explorarem os recursos naturais (Idem).
ANDRADE (1985: 57-58), refere ainda que intensificou-se assim a divisão internacional do
trabalho, separando os países produtores de alimentos e de matérias-primas dos países
industrializados que se beneficiavam do baixo preço dos alimentos e industrializavam a
matéria-prima para vender o produto manufacturado no seu mercado e nos países tropicais. A
diferença dos preços dos produtos primários para os dos produtos industrializados beneficiava
os países dominadores. Criou-se naturalmente uma desigualdades de desenvolvimento entre
dominadores, que impunham os preços, e dominados que dependiam económica e
politicamente daqueles.
Este sistema de divisão internacional do trabalho é dinâmico, a proporção que se forma nos
países dominados um mercado consumidor de expressão e que nos países industrializados há
uma elevação dos salários dos trabalhadores, em face do recrudescimento da luta de classes,
passam empresas transnacionais a implantar indústrias nos países dominados, visando fazer
economia no transporte da matéria-prima para metrópole e do produto industrial para o país
dominado, no pagamento da mão-de-obra, de vez que as leis sociais nos países pores são bem
menos justas e menos aplicadas que nos países ricos e mais recentemente, para se livrar de
uma intensa poluição (ANDRADE, 1985: 58).
não quebra, porem o sistema de dominação, de vez que a transferência dos lucros obtidos
pelas indústrias é feita sob várias formas legais para a metrópole onde a empresa se situa
(Idem).
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Conclusão
Conclui-se que no final do século XV, o ciclo de reprodução do capital estava assentado,
principalmente, na circulação e na distribuição de mercadorias entre metrópoles e colônias.
As regiões do mundo passaram a desenvolver funções diferenciadas, uma vez que cada uma
se especializou em fornecer produtos manufaturados, matérias-primas, metais preciosos, etc.
Os diferentes papéis assumidos pelos países inauguraram a divisão internacional do trabalho,
inicialmente caracterizada pela exportação de manufaturas pelas metrópoles e pela produção
de matérias-primas pelas colônias. A necessidade europeia de expandir seu capital mercantil
resultou na conquista de novos espaços geográficos. A partir desse momento, várias partes do
mundo foram submetidas a uma dinâmica de produção e circulação comandada pelos
europeus. Ou seja, a Europa impunha funções econômicas a vários outros países. Foi o início
de um domínio que se estende até os nossos dias.
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Referências Bibliográficas
1984.