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Acaricia da Glória Manhice

Benilde Xavier

Hermenegilda Djedje

Joana Damião Macache

Gelosia Remígio Ambrósio

Márcia Zacarias Chavanhane

Sérgio Natália

Divisão Internacional do Trabalho

Licenciatura em Ensino de História com Habilitações em Geografia

Universidade Save
Maxixe
2020
Acaricia da Glória Manhice

Benilde Xavier

Hermenegilda Djedje

Joana Damião Macache

Gelosia Remígio Ambrósio

Márcia Zacarias Chavanhane

Sérgio Natália

Divisão Internacional do Trabalho

Trabalho de pesquisa Científica da


cadeira de Geografia de Indústria a ser
apresentado no Departamento de Ciências
Sociais e Filosóficas

Docente: MA. Armindo Amaro

Universidade Save
Maxixe
2020
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Índice

Introdução………………………………………………………………………………….. ..3

objetivos……………………………………………………………………………………..3

Metodologias………………………………………………………………………………...3

A Divisão Internacional do Trabalho (DIT).. ….……………………………………………4

Conceito……………………………………………………………………………………. 4

Origem da Divisão Internacional do Trabalho……………………………………………...5

Primeira Divisão Internacional do Trabalho………………………………………………..6

Segunda Divisão Internacional do Trabalho………………………………………………..7

Terceira Divisão Internacional do Trabalho……………………………………………….. 8

A Divisão Internacional Do Trabalho e os Desníveis de Desenvolvimento……………......10

Conclusão…………………………………………………………………………………...13

Referências Bibliográficas………………………………………………………………….14
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Introdução

O presente trabalho da cadeira de Geografia de Indústria pretende abordar sobre Divisão


Internacional do Trabalho na perspectiva de vários autores. Neste contexto o trabalho debruça
sobre vários aspectos com destaque para o conceito da Divisão Internacional do Trabalho que
é discutida com vários autores e a origem da Divisão Internacional do Trabalho. Noutro
contexto o trabalho aborda sobre as fases da Divisão Internacional do Trabalho, com destaque
para a primeira Divisão Internacional do Trabalho que esta directamente relacionada com a
expansão marítima e a primeira Revolução Industrial. A segunda Divisão Internacional Do
Trabalho esta directamente ligada com a perda de autoridade por parte da Inglaterra e a
ascensão dos EUA, no controlo da economia mundial e a terceira Divisão Internacional Do
Trabalho que esta ligada a migração das industrias dos países desenvolvidos para os países em
via de desenvolvimento. E o ultimo tópico do trabalho, está relacionada a Divisão
Internacional Do Trabalho e os Desníveis de Desenvolvimento.

Objectivos

Geral

 Estudar a Divisão Internacional do Trabalho na perspectiva de vários autores.

Específico

 Definir a Divisão Internacional do Trabalho;


 Explicar o contexto do surgimento da Divisão Internacional do Trabalho;
 Descrever as fases da Divisão Internacional do Trabalho;
 Explicar a Divisão Internacional Do Trabalho e os Desníveis de Desenvolvimento.

Metodologias

É de salientar que a realização do trabalho foi possível através de pesquisas feitas e as


orientações dadas pelo docente patente no plano analítico nas concernentes as obras básicas
para a elaboração do mesmo.
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A Divisão Internacional do Trabalho (DIT)

Conceito

Para PREBISCH (1998: 18) a Divisão internacional de Trabalho (DIT) é a prática de repartir
as actividades e serviços entre os inúmeros países do mundo. Trata-se de uma divisão
produtiva em âmbito internacional, onde os países emergentes ou em desenvolvimento,
exportadores de matéria-prima, com mão-de-obra barata e de industrialização quase sempre
tardia, oferecem aos países industrializados, economicamente mais fortes, um leque de
benefícios e incentivos para a instalação de indústrias, tais como a isenção parcial ou total de
impostos, mão-de-obra abundante, leis ambientais frágeis, entre outras facilidades.

Por seu turno MATTOSO & POCHMANN, (1995: 40) referem que a Divisão Internacional
do Trabalho é a distribuição de papéis que os países exercem frente à ordem econômica
mundial. No sistema capitalista, desde o seu processo de surgimento e expansão colonial a
partir do século XVI, há a tese de que não é possível para um único país dispor de todo os
tipos de produções, matérias-primas e mercadorias. Sendo assim, estabeleceu-se uma
especialização produtiva que, apesar de sofrer alterações ao longo do tempo, obedece às
importâncias econômicas das nações desenvolvidas e subdesenvolvidas.

A Divisão Internacional do Trabalho é a especialização produtiva dos países e das regiões na


intensificação das trocas. Esta especialização das funções econômicas é um reflexo da
solidificação da globalização. Também é uma divisão de produção no cenário mundial entre
os países desenvolvidos e subdesenvolvidos (ou emergentes). Os primeiros exportam
tecnologia, empresas e produtos industrializados e matéria prima são vendidos muito
facilmente na época de hoje

De acordo com BUKHARIN (1984), as condições da Divisão Internacional do Trabalho se


expressam em duas formas de trocas entre os países. A primeira forma demonstra que os
países trocam mercadorias que não são produzidos internamente, devido a condições naturais
de produção, como condições climáticas e agrícolas. A segunda forma, identificada como
condições sociais, é proveniente do desenvolvimento das forças produtiva, este tipo de troca
ocorre quando os países não possuem capacidade de produção interna de determinada
mercadoria. Este autor também observa que com o desenvolvimento do comércio entre os
países, as condições naturais perdem importância, na medida em que se apresentam como
condições constantes, e as condições sociais ganham importância, pois são variáveis, devido
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ao desenvolvimento desigual das forças produtivas nos diferentes países, criando diferentes
esferas entre os países e ampliando, desta forma Divisão Internacional do Trabalho.

Portanto, podemos concluir que o conceito da DIT reflete o desenvolvimento das forças
produtivas nos diversos territórios do mundo capitalista, estabelecendo o papel da produção
de cada país nos intercâmbios do mercado mundial e determinando as mercadorias que serão
produzidas em cada território e que posteriormente serão intercambiadas pela economia
capitalista mundial.

Origem da Divisão Internacional do Trabalho

No final do século XV, o ciclo de reprodução do capital estava assentado, principalmente, na


circulação e na distribuição de mercadorias entre metrópoles e colônias. As regiões do mundo
passaram a desenvolver funções diferenciadas, uma vez que cada uma se especializou em
fornecer produtos manufaturados, matérias-primas, metais preciosos, etc. Os diferentes papéis
assumidos pelos países inauguraram a divisão internacional do trabalho, inicialmente
caracterizada pela exportação de manufaturas pelas metrópoles e pela produção de matérias-
primas pelas colônias. A necessidade europeia de expandir seu capital mercantil resultou na
conquista de novos espaços geográficos. A partir desse momento, várias partes do mundo
foram submetidas a uma dinâmica de produção e circulação comandada pelos europeus. Ou
seja, a Europa impunha funções econômicas a vários outros países. Foi o início de um
domínio que se estende até os nossos dias (PREBISCH, 1998: 18).

MATTOSO & POCHMANN, (1995: 40) Afirmam que apesar da modificação apresentada na
configuração econômica, os países da América Latina, Ásia e África, ainda ocupam destaque
na produção de produtos primários. O que os mantêm como produtores primários é
principalmente o modo como os países subdesenvolvidos foram industrializados. Grande
parte das empresas e indústrias existentes em países pobres é de nações desenvolvidas e ricas.
Diante desse facto, todos os lucros adquiridos durante o ano não permanecem no território no
qual a empresa se encontra, e sim, migra para o país de origem da mesma. Em outras palavras,
as empresas transnacionais sempre buscam os interesses próprios sem considerar as causas
sociais, econômicas e ambientais de onde suas empresas estão instaladas.

No fim do século XV, o capital estava na distribuição e circulação das mercadorias entre as
metrópoles e suas colônias. As diversas regiões do mundo passaram a desenvolver funções
diferentes, pois cada uma passou a especializar-se no fornecimento de matéria-prima, metais
preciosos, produtos manufaturados etc. Então, dessa maneira, a metrópole exportava
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manufaturas e as colônias produziam matéria-prima e exportavam para a metrópole. Com a


necessidade de expandir o seu mercantilismo, vários países europeus foram conquistando
várias terras. A partir desse momento, diversas partes do mundo foram submetidas a dinâmica
de circulação e de produção que era comandada pela Europa (Idem).

Primeira Divisão Internacional do Trabalho

De acordo com MATTOSO & POCHMANN, (1995: 42), a primeira DIT corresponde ao
final do século XV e ao longo do século XVI, no qual o capitalismo estava em fase inicial,
chamada de capitalismo comercial. Era caracterizado pela produção manual a partir da
extração de matérias-primas e acúmulo de minérios e metais preciosos por parte das nações
(metalismo). Durante o final do século XV e ao longo do século XVI, período de início das
grandes navegações e de expansão da civilização europeia pelo mundo, o capitalismo
encontrava-se em sua fase inicial, chamada de capitalismo comercial. Com isso, aqueles
locais colonizados pelos países europeus exerciam a função de produzir, a partir da
exploração de seus recursos naturais, os metais preciosos e as matérias-primas utilizados pelas
metrópoles.

Segundo TEIXEIRA (1983: 30), afirma que com a primeira Revolução Industrial (1780-
1820), a Inglaterra surgiu como o país de industrialização originária, transformada
imediatamente na grande oficina do mundo ao longo do século XIX. A combinação entre o
poder militar já existente e as formas superiores de produção industrial naquela oportunidade
possibilitou à Inglaterra assumir uma posição de hegemonia na economia mundial. Logo, a
libra passou a sustentar o padrão monetário internacional (gold standard), a partir de sua
conversibilidade ao ouro, bem como ofereceu fundamento às trocas comerciais e à condição
de reserva de valor. Com isso, a Inglaterra assumiu isoladamente o centro do capitalismo
mundial.

Diante do monopólio da industrialização, a Inglaterra manteve uma relação dicotômica com


as demais nações, que na posição de periferia procuravam compensar a grande importação de
produtos manufacturados ingleses através da exportação de produtos primários, basicamente
alimentos e matéria-prima. Não foi por outro motivo que interessava ao, cento capitalista a
insistência do livre mercado de trocas, extremamente favorável à Inglaterra. Nessa condição,
os ingleses praticamente abandonaram as possibilidades de produção e exportação de
produtos primários, transformando-se na grande nação dependente da importação de
alimentos e matérias-primas que era financiada pela exportação de manufacturados (Idem).
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Aproveitando-se do facto de que o padrão de industrialização inglês não exigia elevados


investimentos, nem enorme escala de produção e ainda que a tecnologia utilizada não era
muito complexa, difundida através da própria migração de profissionais mestres de ofício
alguns poucos países puderam internalizar a produção decorrente da primeira Revolução
Industrial e Tecnológica (máquina a vapor, tear e ferrovia), passando a constituir também
parte do centro capitalista mundial durante o século XIX (TEIXEIRA, 1983: 32)

Isso ocorreu de maneira distinta no tempo, marcando uma transição do processo de


industrialização originário (Inglaterra) ao atrasado (Alemanha, EUA, França, Japão e Rússia).
Na primeira metade do século XIX, por exemplo, países como Alemanha e Estados Unidos
internalizaram o modelo inglês de produção e consumo, enquanto no pós-1870 outro pequeno
bloco de países como Japão e Rússia também teve êxito na cópia do padrão de
industrialização inglês. Mas nessa passagem, esteve em curso uma segunda Revolução
Industrial e Tecnológica, com graus de exigência de internalização bem superiores (Idem).

TEIXEIRA (1983: 33) acrescenta ainda que a oposição entre os produtos manufacturados do
centro e os produtos primários da periferia limitou a primeira Divisão Internacional do
Trabalho primária. Enquanto o sector agrícola era o grande empregador nos países periféricos,
o sector urbano, especialmente a indústria, destacava-se no emprego da maior parte da mão-
de-obra nas economias centrais. É importante ressaltar ainda que a periferia, por englobar um
conjunto grande países, não se caracterizava pela homogeneidade. Diversos países periféricos
serviam de ponto de apoio à acumulação de capital por parte da metrópole, impulsionada pela
concorrência no centro capitalista. Algumas nações como a Argentina e colônias inglesas
conseguiram alguns sucessos contidos, com elevação da renda per capita acima dos demais
países periféricos.

Toda essa estratificação e hierarquização do trabalho no mundo contribuiu para a manutenção


de enormes diferenças de potencialidades do desenvolvimento nacional. Além disso, foi fonte
de grande assimetria na geração e absorção da renda mundial (Idem).

Segunda Divisão Internacional do Trabalho

A partir do início do século XX, a Inglaterra passou a registrar sinais de fragilidade na sua
condição de potência hegemônica, agravados por duas guerras mundiais e, principalmente,
pela Depressão de 1929. Os Estados Unidos, que já se apresentavam como a principal
economia do centro capitalista, não demonstrava interessem em assumir a posição de nação
hegemônica, ocupada até então pela Inglaterra. Somente no segundo pós-guerra que os
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Estados Unidos assumiram a posição de nação hegemônica, porém num cenário internacional
até então desconhecido (TEIXEIRA, 1983: 34).

Na realidade, a predominância de um quadro de guerra fria, fortemente marcado pela


bipolaridade nas relações internacionais, especialmente entre EUA e URSS, terminou
favorecendo no segundo pós-guerra, não apenas a reconstrução da Europa e Japão, mas a
reformulação do próprio centro capitalista mundial, com a geração de um bloco de países
semi-periféricos, engajados tanto na estratégia anti-sistêmica (economia centralmente
planejada) quanto na estratégia pró-sistêmica (economia de mercado subdesenvolvida).
Apesar de certa coexistência pacífica entre os dois conjuntos de países (capitalistas e
socialistas), as relações internacionais caracterizaram-se entre 1947 e 1989 por significativas
tensões, favorecendo, em parte, a consolidação e o aprofundamento do bloco soviético (Idem).

Por conta disso, uma segunda Divisão Internacional do Trabalho foi sendo maturada pela
constituição de um bloco de países semi-periféricos que teve o apoio de uma ordem
econômica mais favorável à difusão geográfica do padrão de industrialização norte-
americano. O papel das agências multilaterais na regulação das relações internacionais (ONU,
BIRD, FMI, GATT) esteve voltado para a contenção da valorização financeira (fictícia) do
capital, através da estabilidade do padrão monetário, que se sustentava, naquela oportunidade,
no sistema ouro-dólar, nas taxas fixas de câmbio e de juros e no controle dos bancos (Idem).

Para ressaltar as características da segunda Divisão Internacional do Trabalho, especialmente


em relação aos países de baixa renda, foram adoptados os conceitos de fordismo periférico,
sociedade salarial incompleta e periferização do sector industrial, que indicavam situações
distintas em relação ao que havia anteriormente ocorrido nas economias de altas rendas.
Apesar disso, houve uma mudança tanto na repartição do trabalho no mundo quanto na pauta
de exportação. Em 1998, por exemplo, 47,6% das exportações dos países semi-periféricos
eram compostas de produtos primários e de 52,4% de produtos manufaturados, enquanto em
1970, a proporção era de 72,5% para produtos primários e de 27,5% para produtos
manufaturados (TEIXEIRA, 1983: 35).

Terceira Divisão Internacional do Trabalho

Desde a década de 1970 assiste-se uma modificação substancial na Divisão Internacional do


Trabalho ocasionada principalmente por dois vectores estruturais no centro do capitalismo
mundial. O primeiro vector está associado ao processo de reestruturação empresarial,
acompanhado da maturação de uma nova Revolução Tecnológica. Com o aprofundamento da
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concorrência intercapitalista tem havido uma maior concentração e centralização do capital,


seja nos sectores produtivos, seja no sector bancário e financeiro, o que concede maior
importância para o papel das grandes corporações transacionais (TEIXEIRA, 1983: 36).

O segundo vector está relacionado à expansão dos Investimentos Diretos no Exterior (IDE).
Apesar do avanço no fluxo de recursos estrangeiros em países semiperiféricos, o IDE
permanece ainda muito fortemente concentrado nas economias centrais. Ainda que mais
recentemente uma parte importante dos IDE tenha sido direcionada aos países de renda
intermediária (semi-periferia), nota-se que o segmento de economias de baixa renda
(periferia) continuou perdendo participação no fluxo de recursos internacionais, sem alterar a
parte do bolo que fica com as economias avançadas (Idem).

Para PREBISCH (1998: 20), a partir do século XX, com a Revolução Técnico-Científica-
Informacional e a consolidação do Capitalismo Financeiro, temos a expansão das grandes
multinacionais pelo mundo. Isso acarretou na mudança da Divisão Internacional do Trabalho,
que passou a ser conhecida também por Nova DIT. Nesse período, os países
subdesenvolvidos também realizaram os seus processos tardios de industrialização. Só que,
diferentemente da industrialização dos países desenvolvidos, essa aconteceu a partir da
abertura do mercado financeiro desses países e pela instalação de empresas Multinacionais ou
Globais, oriundas, quase sempre, de países desenvolvidos.

Além disso, assistiu-se também a uma segmentação do mercado produtivo. Para buscar
isenções de impostos e rápido acesso a matérias-primas nos países subdesenvolvidos, as
multinacionais distribuíram o seu processo produtivo por todo o globo terrestre. Um carro,
por exemplo, tem o seu motor produzido no México, os para-choques na Argentina, o Chassi
na Coreia do Sul e a montagem realizada no Brasil. Com isso, surgiu a denominação de
“indústrias maquilhadoras”, pois não havia produção de nenhum material nelas, mas apenas a
montagem oriunda da produção de peças de diversos sectores do mundo (Idem).

Convém ressaltar que a produção industrial continua sendo realizada maioritariamente pelos
países desenvolvidos, ou com o capital oriundo desses países. Apenas o local da produção é
que mudou, mas todo o capital dessas empresas retorna aos seus países de origem. Essa
migração das multinacionais se deve pela busca de mão-de-obra abundante nos países pobres
e por maiores oportunidades de explorarem os recursos naturais (Idem).

A Divisão Internacional Do Trabalho e os Desníveis de Desenvolvimento


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Segundo ANDRADE (1985: 57), o subdesenvolvimento é o resultado da expansão do modo


de produção capitalista, com a divisão internacional do trabalho pela superfície da terra.
Assim com a Revolução Comercial e a Expansão Colonial, os países europeus se apossaram
das faixas costeiras nos países americanos, africanos e asiáticos, transformando-os em simples
colonias da Coroa, mantendo a administração nativa e estabelecendo o sistema de
protetorados sobre os mesmos. Neste caso, apossavam-se dos meios económicos do poder
militar e do controle das relações internacionais do país e mantinham o sistema político-
administrativo e legal exigente, prestigiando as autoridades nativas que aceitavam a proteção.

Com a Revolução Industrial, o desenvolvimento dos recursos técnicos e a disponibilidade de


capitais, os europeus expandiram a conquista para o interior, submetendo os povos que ai se
haviam refugiado e construíram as estradas de ferro de penetração que transportavam as
mercadorias destinadas aos países que os exploravam e passaram a viver para o comércio de
exportação, minimizando o atendimento as necessidades dos seus habitantes (Idem).

ANDRADE (1985: 57-58), refere ainda que intensificou-se assim a divisão internacional do
trabalho, separando os países produtores de alimentos e de matérias-primas dos países
industrializados que se beneficiavam do baixo preço dos alimentos e industrializavam a
matéria-prima para vender o produto manufacturado no seu mercado e nos países tropicais. A
diferença dos preços dos produtos primários para os dos produtos industrializados beneficiava
os países dominadores. Criou-se naturalmente uma desigualdades de desenvolvimento entre
dominadores, que impunham os preços, e dominados que dependiam económica e
politicamente daqueles.

Este sistema de divisão internacional do trabalho é dinâmico, a proporção que se forma nos
países dominados um mercado consumidor de expressão e que nos países industrializados há
uma elevação dos salários dos trabalhadores, em face do recrudescimento da luta de classes,
passam empresas transnacionais a implantar indústrias nos países dominados, visando fazer
economia no transporte da matéria-prima para metrópole e do produto industrial para o país
dominado, no pagamento da mão-de-obra, de vez que as leis sociais nos países pores são bem
menos justas e menos aplicadas que nos países ricos e mais recentemente, para se livrar de
uma intensa poluição (ANDRADE, 1985: 58).

As industrias altamente poluidoras (a química sobretudo) são transferidas em massa para os


países pobres, onde não há exigências contra a poluição e onde os governos são dóceis na
defesa dos interesses do povo que face dos interesses das transnacionais. Esta industrialização
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não quebra, porem o sistema de dominação, de vez que a transferência dos lucros obtidos
pelas indústrias é feita sob várias formas legais para a metrópole onde a empresa se situa
(Idem).
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Conclusão

Conclui-se que no final do século XV, o ciclo de reprodução do capital estava assentado,
principalmente, na circulação e na distribuição de mercadorias entre metrópoles e colônias.
As regiões do mundo passaram a desenvolver funções diferenciadas, uma vez que cada uma
se especializou em fornecer produtos manufaturados, matérias-primas, metais preciosos, etc.
Os diferentes papéis assumidos pelos países inauguraram a divisão internacional do trabalho,
inicialmente caracterizada pela exportação de manufaturas pelas metrópoles e pela produção
de matérias-primas pelas colônias. A necessidade europeia de expandir seu capital mercantil
resultou na conquista de novos espaços geográficos. A partir desse momento, várias partes do
mundo foram submetidas a uma dinâmica de produção e circulação comandada pelos
europeus. Ou seja, a Europa impunha funções econômicas a vários outros países. Foi o início
de um domínio que se estende até os nossos dias.
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Referências Bibliográficas

ANDRAD, M. Correia. Geografia Económica. S. Paulo. Atlas. 1985.

BUKHARIN, Nikolai I. A Economia Mundial e o Imperialismo. São Paulo: Abril Cultura.

1984.

MATTOSO, J. POCHMANN, M. Globalização, concorrência e trabalho. Cadernos CESIT

(17). Campinas. IE/CESIT. 1995.

PREBISCH, R. O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns de seus principais

problemas. RBE. Rio de Janeiro. 1988.

TEIXEIRA, A. O movimento de industrialização nas economias capitalistas centrais no pós-

guerra. Texto de Discussão (25). Rio de Janeiro: IEI/UFRJ. 1983.

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