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Módulos Fotovoltaicos:
Características Técnicas e
Rendimento Energético
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ÍNDICE
6 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 25
III
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IV
Introdução aos Sistemas Fotovoltaicos
Uma célula fotovoltaica de silício cristalizado gera uma tensão em torno de 0,5volt (en-
tre 0,46V e 0,56V), independentemente do seu tamanho.
Já a corrente elétrica gerada, esta sim, varia de acordo à área de absorção da radiação so-
lar e, por isso, uma célula fotovoltaica de silício cristalizado gera em torno de 30mA a 40mA
por centímetro quadrado (30mA/cm² a 40mA/cm²).
Uma célula fotovoltaica de 15cm X 8cm gerará em torno de 3,6 amperes, com tensão
aproximada de 0,5volt. Cada célula terá a potência de1,8watts, o que é muito pouco.
Figura1-Célulafotovoltaicadesilíciopolicristalinode15cmx15cm-fonte:Suniva(www.suniva.com)
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ra (inferior) da célula seguinte, até se obter a associação de quantas células forem necessárias
para alcançar a tensão do módulo que será construído.
Figura2-Caixadeconexãodeummódulofotovoltaicopadrão-fonte:Amphenol(www.amphenol.com)
Quem realiza este trabalho é uma máquina especialmente construída para essa função.
Em algumas fábricas ainda se utiliza a soldagem manual, que só é possível nas células de silício
cristalizado.
Durante o processo de fabricação, as células são interconectadas uma a uma, pela criação
de micro sulcos (canais,estrias) nas camadas do material semicondutor.
Nesse processo, o material é cortado em tiras de células de 0,5cm até 2cm de largura por
uma lâmina, ou por uma lâmina laser. A Figura3, acima, detalha as “camadas” das células fo-
tovoltaicas de thin-film, depositadas na parte frontal do que será o módulo. Por esse processo são
fabricados os módulos de Telureto de Cadmio (Cd-Te) e a maioria dos módulos de silício
amorfo (a-Si).
Primeiro, uma camada de Óxido Condutor Transparente (TCO na sigla em inglês) é
cortada em tiras. As camadas de material semicondutor são depositadas sobre o TCO e depois
cortadas. O corte é ligeiramente afastado, mas paralelo às tiras do TCO.
Por fim é depositado o contato traseiro, que cria uma conexão elétrica entre a parte fron-
tal e a parte traseira das células, interligando-as em série.
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O processo de fabricação descrito aqui é o dos módulos que utilizam células fotovoltaicas
de silício cristalizado: mono cristalino ou poli cristalino.
Na Prática:
As células fotovoltaicas, devido à sua fragilidade, deverão ser en-
capsuladas. O encapsulamento das células é o que conhecemos
como módulo fotovoltaico.
Como proteção superior é utilizada, na maioria das vezes, o vidro; devido à sua robustez
e resistência à radiação solar (principalmente a radiação ultravioleta). A grande maioria dos fa-
bricantes utiliza vidro temperado com espessura em torno de 4 mm, com baixo teor de ferro.
Esse vidro é produzido especificamente para a utilização em módulos fotovoltaicos
A parte traseira dos módulos, como não precisa ser transparente, pode ser feita de materi-
al opaco. Alguns fabricantes utilizam acrílico, mas a maioria dos módulos fotovoltaicos é cons-
truído com “elastômero termoplástico” (cuja sigla em inglês é TPE, de thermoplastic elasto-
mer), devido à sua maior robustez e durabilidade, além da alta resistência à temperatura.
Informação:
Entre o vidro e as células fotovoltaicas (e entre estas e o TPE) são utilizadas folhas de
“etileno vinil acetato” (mais conhecido como “filme EVA”);que dão a vedação final ao módulo
fotovoltaico.
As células fotovoltaicas, já associadas em série, são montadas sobre uma folha de EVA
sobre um corte de vidro (com o tamanho exato do módulo). As células são cobertas com outra
folha de EVA e a proteção traseira(Tedlar ou acrílico).
Este conjunto será levado a uma prensa térmica, que fará a laminagem do módulo fo-
tovoltaico. Na laminagem, a espessura do módulo diminui e as camadas são soldadas termica-
mente. Devido a isso, é extremamente difícil remover qualquer um dos componentes do módulo.
A delaminação, não intencional, do módulo fotovoltaico é considerado um defeito de fa-
bricação, que é coberto pelas longas garantias (de 5 a 10 anos) que os fabricantes oferecem a
seus clientes.
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No caso de quebra do vidro, não é possível a sua substituição (como acontece nos coleto-
res solares), pois o vidro não se solta facilmente. Em caso de ruptura da cobertura frontal ou tra-
seira, o módulo deve ser substituído, pois é possível que haja penetração de umidade, o que pode
causar curtos circuitos entre as células fotovoltaicas e terminais de ligação. O módulo fotovoltai-
co passa a NÃO gerar eletricidade suficiente, ou passa a consumir a eletricidade gerada pelo pai-
nel fotovoltaico(conjunto de módulos)de que faz parte.
O teste feito nesse simulador, durante a fabricação, é apenas para saber se o módulo fo-
tovoltaico está funcional, ou para sua classificação comercial. Para medir eficiência e coeficien-
tes de temperatura (que veremos mais adiante) são necessários testes mais rigorosos e sofistica-
dos, que são feitos por laboratórios de normatização especializados, como o TÜV Rheinland
Photovoltaic Testing Laboratory LLC.
No Brasil, os testes são feitos para o INMETRO pelo Laboratório de Sistemas Fo-
tovoltaicos do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo(LSF-
IEE/USP),pelo Laboratório de Energia Solar/Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS,e recentemente outros laboratórios foram cadastrados.
1.3.2 Moldura
Após a laminagem e teste de funcionamento, a maioria dos módulos recebe uma moldura,
feita de alumínio, que permite a sua fixação tanto em estruturas padrão, quanto em sistemas arte-
sanais.
Essa moldura, colocada por uma máquina especial, possui os furos de fixação e os aces-
sos (furos) para o aterramento junto com a estrutura de suporte.
Alguns tipos de módulos não possuem a moldura, como por exemplo os módulos com a
parte traseira feita de vidro, que são utilizados em sistemas fotovoltaicos integrados à arquitetura.
Como os módulos substituem algum componente da construção (ex: os vidros das janelas), são
fixados em suportes especiais, muitas vezes construídos sob medida para essa aplicação. Existem
fabricantes de estruturas padrão de suporte para os diversos tipos de módulos, inclusive os sem
moldura.
2 Características Mecânicas
Não há muitas diferenças estruturais entre os módulos fotovoltaicos comerciais, princi-
palmente os que são produzidos com a tecnologia de silício cristalizado.
Mesmo os módulos fotovoltaicos de película fina (thin-film) não possuem grandes dife-
renças em seus encapsulamentos, devido à necessidade de padronização, para que seja possível
instalar facilmente os módulos fotovoltaicos, utilizando-se de estruturas de fixação padrão.
2.1 Formatos
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células, que pode ser aumentada, permitindo maior passagem de luz, gerando um belo efeito
quadriculado no sombreamento.
Esse tipo de módulo é, muitas vezes, feito sob medida para a aplicação a que se destina.
Comercialmente, os módulos de maior escala são os de silício cristalizado, por isso o encapsu-
lamento das outras tecnologias segue o mesmo padrão.
Um módulo fotovoltaico de maior potência é feito de células fotovoltaicas maiores (12cm
X 12cm; 15cm X 15cm; etc.) ou tem maior quantidade de células associadas (geralmente em
série). Por isso, módulos fotovoltaicos mais potentes são módulos maiores.
Em relação às suas características mecânicas e elétricas os módulos são comumente asso-
ciados a dois grupos distintos:
1 – Módulos fotovoltaicos standard: Possuem 36 ou células fotovoltaicas associadas em sé-
rie (devido às características elétricas); a moldura tem, geralmente, 3 cm a 3,5 cm de altura;
são produzidos com potências entre 5 Wp e 150 Wp. A quantidade de células fotovoltaicas
tem em mente a tensão ideal para carga de baterias, considerando as possíveis perdas devido
à temperatura, é por isso que esse tipo de módulo fotovoltaico possui em sua “folha de da-
dos” a informação referente à “tensão nominal” (12 V para módulos de 36 células).
Figura 11 - Módulo fotovoltaico de 36 células (145 Wp) ao lado de módulo fotovoltaico de 60 células (240 Wp) - fon-
te: BlueSol
Hoje em dia a maioria dos módulos fotovoltaicos com potência acima de 40 Wp já pos-
suem, em suas caixas de conexão, os terminais-padrão para a conexão. Estes conectores -padrão
foram idealizados pela empresa Suíça Multi-Contact (segundo sua assessoria de marketing),
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mas são fabricados por diversas outras empresas. São dois padrões distintos: o tipo-3(MC-3) e o
tipo-4(MC-4):
Os conectores do tipo MC-3 são, na maioria das vezes, utilizados em módulos fotovoltai-
cos standard, enquanto os conectores do tipo MC-4 são utilizados, maioritariamente, em módu-
los on-grid.
Além dos conectores padrão MC-3 e MC-4 existem outros, produzidos por várias outras
empresas, que fabrica padrões próprios (ex.: Tyco Eletronics – TE; Phoenix AG), que não são
compatíveis com os modelos tipo-3 ou tipo-4. Lembrando que os modelos tipo-3 e tipo-4 não
são compatíveis entre si, também. Embora seja possível remover um tipo de conector e utilizar
outro, é preciso, antes de tudo, verificar a garantia contra defeito de fabricação, que pode ser
invalidada em caso de mudanças na construção dos módulos. Tanto a troca dos conectores,
quanto novas furações, são consideradas alterações físicas.
É preferível verificar o tipo de módulo, seus conectores e furação; assim como as estrutu-
ras, caixas de junção e demais componentes;antes de fechar uma cotação, evitando-se, as-
sim,possíveis problemas na hora de executar o seu projeto.
Figura 14 - Conectores para módulos fotovoltaicos do fabricante Tyco Electronics (TE Connectivity) – fonte: TE Con-
nectivity (www.te.com)
Apesar de cada fabricante alegadamente tentar melhorar o seu produto frente aos seus ri-
vais, no geral todos seguem, basicamente, os mesmos padrões, por isso vemos vários fabricantes
com módulos de potência semelhante, com tamanho semelhante, com pequenas diferenças de
potência e eficiência das células.
É comum uma diferença de potência de 5 Wp entre os modelos de um mesmo fabricante,
devido à seleção feita nas células fotovoltaicas, durante a sua fabricação. As potências mais co-
muns de módulos fotovoltaicos e suas dimensões são listadas na Tabela 1 abaixo:
Tabela 1- Potências e dimensões comuns a módulos fotovoltaicos comerciais – fonte: ENF-Solar (www.enf-
solar.com)
Dimensões Médias
Potência Pico N.º de Células
(em cm)
5Wp 36 20x30x2
10Wp 36 30x35x2
20Wp 36 65x30x2
30Wp 36 40x65x2
40Wp 36 54x66x3
50Wp 36 65x65x3
60Wp 36 75x65x3
75 Wp a 90 Wp 36 120x55x3
110Wp a 130 Wp 36 150x60x3
140Wp 36 150x70x3
150Wp a 185 Wp 40 160x80x4,5
210Wp a 265 Wp 60 165x100x4,5
270Wp a 310 Wp 72 200x100,4,5
Módulos menores que 40 Wp, muitas vezes têm a moldura com altura menor que o pa-
drão de 3 cm; apesar de possuírem as caixas de conexão comuns aos módulos de maior potência,
o que pode ser problema na hora da fixação. Também é comum,nos módulos de menor potência,
o reaproveitamento de células fotovoltaicas quebradas durante a fabricação, que são recortadas
em tamanho menor e associadas em série (e até em paralelo).
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para o painel fotovoltaico. Pra módulos fotovoltaicos de silício cristalizado necessita-se, em mé-
dia, de 10 m² para cada quilowatt-pico de potência instalada.
Figura 16 - Comparativo de área necessário para a instalação de 1 kWp para diferentes tecnologias de módulos
fotovoltaicos – fonte: GreenPro
Os módulos fotovoltaicos são construídos para operar sob as mais severas condições,
desde os severos invernos europeus, até o escaldante verão dos desertos mediterrâneos. Ainda
assim não são indestrutíveis, e a maioria das perdas de módulos fotovoltaicos são devido ao ar-
mazenamento e ao manuseio incorretos antes da sua instalação.O vidro temperado após a lami-
nagem se torna muito mais resistente, resistindo ao granizo, mas não a metal, como uma ponta
de ferramenta, por exemplo.
Os fabricantes fornecem garantias contra defeitos de fabricação, com períodos entre 5 e
10 anos, que cobrem os “vícios de produção”, como:
1 – Delaminação: soltura das lâminas que compõem o módulo;
2 – Comprometimento das caixas de conexão e cabos: como maus contatos e queima
dos diodos de “by-pass”;
3 –Desprendimento da moldura: e comprometimento do isolamento do laminado.
As garantias não cobrem as “forças da natureza”, como ventos de grande velocidade (fu-
rações, tufões, etc.) e nem descargas atmosféricas, seja diretas ou indiretas. Isso significa que não
há “garantia” contra granizo; embora, obrigatoriamente, os módulos fotovoltaicos devam ser
capazes de suportar o impacto de 11 esferas de gelo de 25 mm² com massa de 7,53 g, em veloci-
dade de 23 m/s (equivalente a 82 km/h).
Em relação às temperaturas máximas de trabalho, a maioria dos módulos fotovoltaicos
alegadamente suportam temperaturas em -40°C e 80° C. No Brasil é comum a temperatura mé-
dia de trabalho acima dos 50°C, principalmente quando instalados em telhados, com pouca pos-
sibilidade de arrefecimento, como no caso dos sistemas de suporte para usinas.
Figura 17 - Módulos fotovoltaicos suportante uma caminhonete, em "teste não válido" produzido e publicado pelo
fabricante SolarWord – fonte: SolarWord (www.solarword.com)
3 Características Elétricas
As características mecânicas e elétricas dos módulos fotovoltaicos são interdependentes
entre si, pois a quantidade de células fotovoltaicas associadas em série determina as tensões de
trabalho do módulo fotovoltaico. Para conseguir-se um módulo de maior potência, é necessário o
uso de maior quantidade de células (e/ou células maiores)o que fazcom que o módulo seja fisi-
camente maior.
Lembre-se que uma célula fotovoltaica gera uma tensão de, aproximadamente, 0,5 volt e
uma corrente proporcional à sua área – aproximadamente 30 mA por cm². Com a associação de
36 células em série, teremos um módulo com tensão de aproximadamente 18 volts. Quanto mai-
or for a célula (portanto, mais corrente gera), maior será a potência do módulo.
A escolha do número 36 células para alcançar a tensão de 18 volts é devido às perdas de
potência com o aumento da temperatura, poisem condições extremas, um módulo que gera 18
volts terá grande perda de tensão, mas ainda deverá fornecer tensão mínima de 15 volts, que
poderá ser regulada para realizar a carga de uma bateria de 12 volts. Para bateriasde 24 volts,
seriam utilizados dois módulos associados em série (ou um módulo de 72 células), e assim por
diante.
Informação:
Os sistemas fotovoltaicos autônomos foram o primeiro uso pa-
ra os módulos fotovoltaicos, por isso a escolha de 36 células em
série, de forma a se obter as tensões de recarga das baterias utili-
zadas à época..
A geração de corrente elétrica por uma célula fotovoltaica varia de acordo à intensidade
luminosa que recebem. Quanto maior a potência da radiação luminosa (irradiância), mais cor-
rente elétrica será gerada. A tensão também varia de acordo à irradiância, mas não tanto quanto a
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corrente; a diferença de potencial (tensão) é uma característica da junção-PN das células fo-
tovoltaicas, e estará presente mesmo na absoluta ausência de luz.
Sob a ação do Sol, quanto maior a Irradiância sobre a superfície do módulo fotovoltaico,
maior será a tensão e mais corrente elétrica será gerada. A Figura 18, abaixo, mostra a variação
da geração de um módulo fotovoltaico de 36 células, que recebe diferentes valores de Irradiân-
cia.
Figura 18 - Curvas de tensão e corrente de um módulo fotovoltaico em diferentes irradiâncias – fonte: GreenPro
Figura 19 - Influência da temperatura sobre a tensão e corrente gerada pelas células fotovoltaicas – fonte: GreenPro
Por isso a geração de energia elétrica pelos módulos fotovoltaicos é tão variável, tanto ao
longo do dia, quanto ao longo do ano, devido às diversas variações climatológicas e ao movi-
mento aparente do Sol no céu, que provocam grandes alterações na irradiância e na “temperatu-
ra ambiente”.
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Para que o efeito fotovoltaico não eleve a temperatura das células fotovoltaicas, durante a
incidência da luz do “simulador solar”, os testes são feitos através de “flashes” de luz com du-
ração máxima de 5 milissegundos. O ambiente é climatizado, e os módulos fotovoltaicos deve
estar à temperatura indicada para cada teste.
3.2.1 Grandezas Elétricas Padrão
A tabela abaixo mostra os valores e grandezas das características elétricas principais dos
módulos fotovoltaicos, em condições padrão de teste (STC). São os valores que os fabricantes
costumam apresentar nas “folhas de dados” e nas etiquetas coladas na parte traseira dos módulos
fotovoltaicos.
Tabela 3 - Grandezas elétrica de módulos fotovoltaicos em condições padrão de teste - STC - fonte: IEC-61730-
2:2004
Como os testes são feitos em condição ideal simulada, os valores das grandezas elétricas
são relativas ao funcionamento dos módulos fotovoltaicos ao receberem o máximo de radiação
solar, e em baixa temperatura. Por isso que a classificação de potência dos módulos fotovoltaicos
recebe a adição do termo “pico”; resultando na “(pseudo)unidade de medida”: watt-pico, aplicá-
vel à potência dos módulos fotovoltaicos em condição de plena atividade solar. Em campo difi-
cilmente os módulos fotovoltaicos apresentarão os mesmos resultados dos testes de laboratório;
as grandezas mostradas nas “folhas de dados” (datasheet) e etiquetas são “referenciais”, e neces-
sitam de “compensações” quando se realiza os cálculos para projeto, em especial sobre a in-
fluência da temperatura no rendimento das células fotovoltaicas.
3.2.2 Ponto de Máxima Potência
A máxima transferência de potência de um gerador qualquer ocorre quando um este es-
tá fornece os valores máximos de tensão (em volts) e corrente (em amperes) que combinados
formam o maior valor de potência (em watts). Para que isso ocorra, a carga(consumidora de
energia) deve possuir resistência (ou impedância) igual à resistência internado gerador.
No caso de um gerador fotovoltaico, o ponto de máxima potência, é dado pelos valores
limitados da “tensão em máxima potência” e da “corrente em máxima potência” (vide Tabela
3), que variam em função da irradiância solar, e da temperatura de trabalho das células fotovol-
taicas; o que faz com que o “ponto de máxima potência” de um módulo fotovoltaico flutue,
acompanhando tais variações. Ao decorrer do dia um módulo fotovoltaico terá diferentes “pon-
tos de máxima potência”, e sua “resistência interna” (resultado da divisão da sua tensão má-
xima pela sua corrente máxima) será, também variável. Se a carga não puder variar a sua resis-
tência, acompanhando as variações da resistência interna a potência máxima dificilmente será
extraída dos módulos fotovoltaicos, que terão sua potência efetiva bem menor que os valores de
laboratório.
Figura 20 - Gráfico exemplificando a variação do Ponto de Máxima Potência de um módulo fotovoltaico de 36 células
(50 W) – fonte: GreenPro
Na Prática:
Enquanto a maioria dos inversores interativos possuem a “função
SPMP (ou MPPT)”, somente os controladores mais caros é que
oferecem essa função. Apesar de isso estar mudando, com o ofere-
cimento de modelos mais simples com essa função, principalmente
de fabricantes asiáticos (chineses, coreanos, e taiwaneses).
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sempre estarão presentes nas “folhas de dados” (data-sheets). Os fabricantes fornecem pelo me-
nos três coeficientes de temperatura, a saber:
1 – Coeficiente de Temperatura da Potência Máxima: variação da potência-pico em
função da temperatura das células fotovoltaicas. O coeficiente é negativo; a potência diminui
com a elevação da temperatura.
2 – Coeficiente de Temperatura da Tensão de Circuito Aberto: variação dos valores
da tensão de circuito aberto (e todos os valores de tensão) em função da temperatura dascélulas
fotovoltaicas. Coeficiente negativo; a tensão cai, com a elevação da temperatura.
3 – Coeficiente de Temperatura da Corrente em Curto Circuito: variação da corrente
de curto circuito (e demais correntes) em função das temperaturas das células fotovoltaicas. Coe-
ficiente positivo; a corrente aumenta, com a elevação da temperatura.
Tabela 4 - Coeficientes de temperatura de um módulo fotovoltaico comercial (240 Wp) - fonte: Shufeng/Suntech
Características de Temperatura
Tabela 5 - Valores genéricos coeficientes de temperatura para módulos fotovoltaicos – fonte: GreenPro
Coeficiente de
Silício Cristalizado Película Fina
Temperatura
Isc +15x10-6 A por cm² de célula +1,3x10-5 A por cm² de célula
Voc -2,3x10-3 V por célula -2,8x10-3 V por célula
Wp -0,5% por módulo -0,5% por módulo
∆𝒕° = 𝟎, 𝟎𝟑𝟒 ∗ 𝑮 − 𝟒
Onde:
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Ainda assim, a capacidade de geração de energia dos módulo fotovoltaico é maior em lo-
cais de maior temperatura, pois a irradiância solar é muito maior do que nas localidades com
temperaturas mais amenas.
Na Prática:
Entre os dois extremos de Irradiância Solar (200 W/m² e 1.100
W/m²) estão os valores-padrão médios de 400 W/m², 600
W/m² e 800 W/m².
O valor de 25°C é aceito, internacionalmente, como referência de
média da diferença de temperatura entre as células fotovoltaicas
e o ambiente externo onde o módulo fotovoltaico está instalado.
𝑻𝒓𝒆𝒂𝒍 = 𝑻𝒂𝒎𝒃 + ∆𝒕
Onde:
𝝌𝒄 = 𝑹°𝑪 ∗ 𝝌𝑺𝑻𝑪
Onde:
χC = estimativa de grandeza elétrica em campo – a unidade varia de acordo à grandeza
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Módulos Fotovoltaicos: Características Técnicas e Rendimento Energético
Figura 21 - Detalhe do mapa exibindo o Estado do Rio de Janeiro e sua estimativa anual de médias de temperaturas
máximas (entre 27°C e 29° C) – fonte: INMET (www.inmet.gov.br)
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Módulos Fotovoltaicos: Características Técnicas e Rendimento Energético
Figura 22 - Valores de radiação solar para o Rio de Janeiro (referência: Penha) – fonte: CRESESB/SUNDATA
Utilizando a equação acima, juntamente com o valor da radiação solar em média anual para o
plano horizontal, e o valor da potência-pico compensada, calculada no item 4.1.6.5, teremos:
Atenção:
6 Bibliografia
GREEN-
PRO.EnergiaFotovoltaica:ManualdeTecnologias,ProjectoeInstalação.Disponívelem:http://green
pro.de/po/fotovoltaico.pdf.2004
QUASCHNING, V. Understandig Renewable Energy Systems. London: Earthscan,
2006
CERAGIOLI, Paulo César. Manual de Energia Solar Fotovoltaica. 1997
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.—. NBR-11877: Sistemas
Fotovoltaicos. Rio de Janeiro, 1991.
—. NBR-11704: Sistemas Fotovoltaicos – Classificação. Rio de Janeiro, 2008.
—. NBR-10899: Energia Solar Fotovoltaica – Terminologia. Rio de Janeiro, 2006.
—. NBR-11876: Módulos Fotovoltaicos – Especificação. Rio de Janeiro, 2010.
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