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Revista Brasileira de Terapias Cognitivas

2013•9(2)•pp.93-100 Artigos de Revisão | Review Articles


Thiene Salazar Livio 1
Joelma do Nascimento Lameu 2
Intervenção clínica para o transtorno de
Wanderson Fernandes de Souza 3 adaptação: uma revisão sistemática
Clinical intervention for adjustment disorder: a
systematic Review

Resumo
Contexto: O transtorno de adaptação tem recebido pouca atenção no Brasil e na
literatura internacional. É importante identificar as opções disponíveis de tratamento,
tanto farmacológicos como psicoterápicos. Objetivos: Realizar uma revisão
sistemática sobre os artigos já publicados que investigaram ou mencionaram algum
método de intervenção clínica voltado para o transtorno de adaptação. Métodos:
Análise sistemática dos estudos indexados em dois acervos bibliográficos: PsycINFO
e PubMed/Medline. Resultados: Da década de 1980 até hoje poucos estudos sobre o
assunto foram encontrados. Entre os trabalhos que apresentaram alguma modalidade
de tratamento, 9 referem-se à psicoterapia, 4 à farmacoterapia e 2 à fitoterapia.
Diferentes abordagens psicoterapêuticas foram mencionadas, porém, a terapia
cognitivo-comportamental aparece com maior frequência. Na farmacoterapia, os
mais citados foram os benzodiazepínicos, os antidepressivos atípicos e os ansiolíticos
1
Mestre em Psicologia - (Departamento de não benzodiazepínicos. Entre os fitoterápicos foi citado o uso de Ginkgo Biloba e
Psicologia, Instituto de Educação, Programa Euphytose®. Conclusões: O tratamento para o transtorno de adaptação ainda requer
de Pós-graduação em Psicologia, Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, mais atenção do campo acadêmico e maior número de pesquisas empíricas. Estudos
Brasil.) - Rio de Janeiro - RJ - Brasil. adicionais são necessários, principalmente no que se refere à farmacoterapia.
2
Mestre em Psicologia - (Departamento de
Psicologia, Instituto de Educação, Divisão de Palavras-chave: transtorno de adaptação, tratamento, revisão sistemática.
Saúde, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Seropédica, Brasil.).
3
Doutor em Saúde Pública - (Departamento
de Psicologia, Instituto de Educação, Profes- Abstract
sor do curso de Mestrado em Psicologia,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Background: Adjustment Disorder has received little attention, both in Brazil and in the
Seropédica, Brasil.). international literature. It is important to identify the available options for pharmacotherapy
and psychotherapy. Objectives: A systematic review of the published articles which study or
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Departamento de Psicologia. Instituto de mention any method of clinical intervention for Adjustment Disorder. Methods: Systematic
Educação. Programa de Pós-graduação em review of studies indexed in two databases: PsycINFO and PubMed/Medline. Results: From
Psicologia.
the 80’s to the current decade, few studies were found. Among the studies that reported any
Correspondência: kind of treatment, nine refer to psychotherapy, four to pharmacotherapy and two refer to
Thiene Salazar Livio phytotherapy. Different psychotherapeutic approaches have been mentioned; however,
Avenida das Américas, 16355, Sala 212,
Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, RJ, cognitive-behavioral therapy appeared more frequently. Among pharmacotherapeutic
Brasil. approaches, the most cited were benzodiazepines, atypical antidepressants and non-
CEP: 22790-703
E-mail: thienesalazar@gmail.com
benzodiazepine anti-anxiety medications. About phytotherapy, the use of Ginkgo Biloba and
Euphytose® was cited. Discussion: the treatment of adjustment disorder still requires more
Este artigo foi submetido no SGP (Sistema attention from the academic field as well as a larger number of empirical research. Additional
de Gestão de Publicações) da RBTC em 07 de
julho de 2014. cod. 274. studies are needed, especially regarding pharmacotherapy.
Artigo aceito em 05 de março de 2015.
Keywords: adjustment disorder, systematic review, treatment.
DOI: 10.5935/1808-5687.20130013

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INTRODUÇÃO
O diagnóstico de transtorno de adaptação (TA) foi inclu-
ído na Classificação internacional de doenças (CID) somente a
partir de sua 9ª edição (Organização Mundial de Saúde [OMS],
1978; Casey, Dowrick, & Wilkinson, 2001). Antes de sua aparição
nos manuais diagnósticos, a manifestação de sintomas após um
estressor psicossocial era nomeada como distúrbio transitório
situacional (Casey & Baley, 2011). Atualmente na CID-10, sob
o código F43.2, o transtorno de adaptação está descrito como:
Estado de sofrimento e de perturbação emocional
subjetivos, que entravam usualmente o funcio-
namento e o desempenho sociais, ocorrendo no
curso de um período de adaptação a uma mudança
existencial importante ou a um acontecimento es-
tressante. O fator estresse pode afetar a integridade
do ambiente social do sujeito (luto, experiências de
separação) ou seu sistema global de suporte social
e de valor social (imigração, estado de refugiado),
ou ser, ainda, representado por uma etapa da vida
ou uma crise do desenvolvimento (escolarização,
nascimento de um filho, derrota em atingir um ob-
jetivo pessoal importante, aposentadoria) .... (OMS, Figura 1. Critérios diagnósticos para transtorno de adaptação. Adaptado do
2000, p. 337). DSM – IV-TR (APA, 2002). Fonte: Elaborada pelos próprios autores.
Quanto ao Manual diagnóstico e estatístico de trans-
tornos mentais (DSM), a classificação do TA foi considerada a evento), evitativos (evitar situações, pensamentos, sentimen-
partir da 3ª edição e entendida como um diagnóstico transitório, tos e comentários associados ao evento) e mal-adaptativos
não excedendo o período de seis meses (American Psychiatric (perda de interesse por atividades diárias, dificuldade de
Association [APA], 1987). Apenas na edição seguinte foi con- concentração, prejuízos no sono e redução da autoconfiança)
cebida a possibilidade da cronicidade do quadro nosológico (Maercker ., 2007).
(Strain & Frideman, 2011). Os critérios diagnósticos para a Estima-se que entre os pacientes ambulatoriais, cerca
identificação do TA, segundo o DSM-IV (APA, 2002), estão de 5 a 20% são diagnosticados com TA (APA, 2002). Entretanto,
apresentados na Figura 1. essas estimativas parecem enviesadas pela dificuldade do
Com a recente publicação do DSM-5 (APA, 2013a), fo- diagnóstico diferencial com outros quadros clínicos. Nota-se
ram feitas algumas alterações. O TA passou a ser um dos trans- que, nos últimos anos, ao mesmo tempo em que a frequência
tornos que compõem um conjunto heterogêneo de síndromes do diagnóstico de depressão maior aumentou nos hospitais
de resposta ao estresse, desencadeadas após a ocorrência de gerais, a do diagnóstico de TA diminuiu. Uma hipótese levantada
um acontecimento estressante, podendo ser traumático ou não. para a relativa baixa frequência desse diagnóstico é a de que
Quanto aos subtipos considerados no DSM-IV, permaneceram os profissionais de saúde estejam subestimando o TA por falta
inalterados na nova edição (APA, 2013b). de dados científicos (Casey & Baley, 2011).
Algumas modificações apresentadas no DSM-5 ha- O transtorno de adaptação não foi contemplado pelos
viam sido propostas por Marcker, Einsle e Kollner (2007), com principais estudos epidemiológicos realizados pela OMS,
base no conceito de Stress Response Syndromes, o qual era porém, em um estudo realizado na Espanha, em 2012, os
voltado para a descrição do transtorno do estresse agudo e pesquisadores estimaram a prevalência de TA em 2,94% en-
do transtorno do estresse pós-traumático (Horowitz, 1997). O tre 3.815 pacientes dos centros de saúde de atenção básica
ajustamento do TA a essa teoria de síndromes de resposta ao (Fernández, et al., 2012).
estresse resultou em critérios diagnósticos mais específicos. No que tange ao tratamento para o TA, a literatura cientí-
Na nova organização diagnóstica proposta, as respos- fica se apresenta escassa e pouco precisa. Praticamente todos
tas sintomatológicas a um estressor identificável devem ocor- os estudos são internacionais, tornando possível a observação
rer dentro de um mês após o evento estressante. Os sintomas da quase ausência desse tema entre as pesquisas no Brasil. Até
são classificados como intrusivos (lembranças angustiantes o presente momento, apenas um artigo nacional (Lipp, 2007)
involuntárias e pensamentos repetitivos constantes sobre o referindo-se ao conceito de TA foi encontrado.

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Por apresentar elevado sofrimento, o que interfere em


suas atividades cotidianas, a pessoa acometida pelo TA carece
de reabilitação. A possibilidade de ser um quadro transitório não
significa que o TA não precise ser tratado. No entanto, a falta de
pesquisas empíricas sobre o assunto dificulta a identificação
de uma terapia adequada para tais casos, além de reforçar a
vertente que defende a não medicalização do sofrimento. Esses
fatores podem fazer o sujeito que está apresentando sintomas
de TA deixar de receber a atenção clínica necessária (Casey
& Baley, 2011).
Assim como ocorre em outras psicopatologias, o sofri-
mento decorrente do TA envolve emoções como desesperança,
estresse e desespero, o que pode levar à ideação suicida e, em
casos mais severos, ao suicídio. A relação entre TA e suicídio
foi demonstrada em um estudo em que foram revisados os
prontuários de 82 pacientes que apresentavam tal transtorno
e estavam internados em um hospital universitário. A pesquisa
mostrou que a internação ocorreu por tentativa de suicídio em
27% dos casos (Bolu et al., 2012).
Um estudo de caso, realizado na zona rural da Índia,
teve a participação das famílias de todas as pessoas que foram
a óbito por suicídio entre 2006 e 2008. Entre as 122 pessoas
que se suicidaram ao longo do período de estudo, 37% haviam Figura 2. Fluxograma de identificação de estudos. Fonte: Elaborada pelos
próprios autores.
recebido algum tipo de diagnóstico psiquiátrico. Os quadros
mais comuns foram dependência alcoólica, com 16%, e TA, com
Após esse processo, 362 duplicatas foram eliminadas e 948
15%. Os autores concluíram que o estresse psicossocial teve
artigos foram mantidos para serem avaliados.
forte influência nos suicídios naquela região (Manoranjitham,
A terceira etapa teve como objetivo selecionar os
Rajkumar, & Thangadurai, 2010).
estudos que mencionassem em seu resumo (abstract) os
Observando-se a necessidade de ter conhecimento
termos “transtorno de adaptação” e “tratamento”. Nessa etapa,
a respeito de pesquisas sobre esse transtorno, notoriamente
os títulos e resumos das 948 referências foram avaliados por
pouco estudado e que pode ser diagnosticado pelos
dois dos presentes autores (JLN & TSL), e, após isso, 50 artigos
profissionais de saúde, este trabalho tem por objetivo realizar
foram mantidos para serem lidos integralmente.
uma revisão sistemática dos artigos científicos que fazem
A quarta etapa foi realizada com a leitura dos 50 artigos,
referência a algum tipo de tratamento para o TA.
na íntegra, com o propósito de averiguar se em seu conteúdo
havia informação sobre tratamento indicado para os indivíduos
MÉTODOS diagnosticados com TA. Constatou-se que três dos artigos não
Para o levantamento de estudos sobre o tratamento do estavam na língua inglesa, estando um na língua francesa e
transtorno de adaptação, realizado em 2013, foi iniciada uma dois na língua sérvia. Entre os 50 artigos lidos, 20 apresentavam
busca em duas bases de dados virtuais: PsycINFO e PubMed/ medidas de intervenção para o TA, mas 6 foram eliminados por
MedLine. Primeiro, usou-se a palavra-chave “transtorno de serem revisões da literatura. Ao fim dessa etapa, permaneceram
adaptação” em ambos os bancos, mas nenhum resultado foi 14 artigos originais.
obtido. Usando o mesmo termo na língua inglesa (Adjustment Na quinta etapa, foi realizada a releitura dos 14 artigos
Disorder), foram encontrados 823 resultados no PsycINFO e selecionados, visando extrair deles informações acerca do
622 no Medline, totalizando 1445 referências. tipo de estudo feito para que fossem classificados quanto ao
De acordo com o critério adotado, a seleção e a elimi- tipo de tratamento: psicoterápico, farmacoterápico ou medida
nação dos estudos obedeceram a cinco etapas, representadas alternativa. Além disso, esses artigos tiveram suas referências
na Figura 2. Na primeira, as referências classificadas como bibliográficas avaliadas, em busca de outros artigos que
livros, capítulos ou teses foram descartadas, permanecendo abordassem o tratamento do TA, mas que não tivessem sido
1310 artigos científicos. contemplados pela busca inicial. Essa avaliação resultou na
Na segunda etapa, com o auxílio do programa Microsoft adição de 2 artigos. Ressalta-se que antes da avaliação dos
Office Excel®, os artigos foram organizados em ordem alfabética resultados, concluída em fevereiro de 2014, uma nova busca foi
a fim de obter melhor precisão na eliminação de duplicatas. realizada para verificar o surgimento de publicações recentes.
No entanto, nenhum artigo foi encontrado.

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RESULTADOS Um estudo prospectivo randomizado e controlado


foi realizado em uma empresa privada na Holanda com 192
Os 16 estudos encontrados foram desenvolvidos fora do funcionários afastados com diagnóstico de TA. O grupo de
Brasil, com predominância de estudos na Europa. Foi identifica- intervenção foi submetido ao treino de inoculação do estresse
da uma variedade de medidas de intervenção, sendo possível e à TCC, e o grupo de controle, a uma intervenção informativa
distribuí-las em três categorias principais: psicoterapia, farmaco- sobre estresse, estilo de vida e problemas ocupacionais.
terapia e fitoterapia. Tais estudos estão representados na Tabela 1. Os resultados das intervenções foram comparados em dois
períodos, após 3 e 12 meses, e foram avaliados em três
Psicoterapia categorias: intensidade dos sintomas, duração da doença e
Entre os artigos publicados, o tipo de tratamento mais retorno ao trabalho. Constatou-se que, aos 3 meses, um número
investigado para o transtorno de adaptação é o psicoterapêutico, maior de pacientes do grupo de intervenção havia retornado ao
havendo múltiplas abordagens psicoterápicas sob avaliação. trabalho e que, aos 12 meses, todos os pacientes retornaram
Em 1981, a eficácia de terapias distintas nos casos de ao trabalho. Quanto à intensidade de sintomas, não houve
TA com ansiedade e/ou humor depressivo foi avaliada. Para diferença entre os grupos (Van der Klink, Blonk, Schene, &
tal investigação, 44 sujeitos atendidos por uma organização Van Djik, 2003).
de saúde foram separados aleatoriamente em três grupos A partir de um estudo prospectivo com coorte de 190
de tratamento: terapia cognitivo-comportamental (TCC) em sujeitos embasado nos conceitos da TCC, foram investigadas
grupo, terapia cognitivo-comportamental individual e terapia as crenças irracionais em grupos com diferentes diagnósticos
interpessoal de grupo. Todos foram submetidos a 10 sessões, e analisado se a diminuição delas estava relacionada à
sendo uma sessão por semana, com duração de 50 minutos, recuperação dos sintomas. Os sintomas foram medidos em
para terapia de grupo, e de 1 hora para terapia individual. quatro momentos: no início do estudo, após 3, 6 e 12 meses.
Após as sessões, os autores constataram que a TCC em Os resultados mostraram que as crenças irracionais diferem
grupo e a TCC individual apresentaram-se igualmente eficazes de acordo com o diagnóstico, sendo os níveis mais elevados
na redução de sintomas e no aumento da assertividade. A de irracionalidade observados no grupo de diagnóstico
hipótese de que a TCC em grupo resultaria em mudanças mais duplo de ansiedade e de depressão. Os participantes com
significativas do que a terapia interpessoal de grupo não foi TA apresentaram menor presença de crenças irracionais,
corroborada (Shaffer, Shapiro, Sank, & Coghlan, 1981). comparável à amostra da comunidade. A pesquisa concluiu

Tabela 1. Estudos que avaliam o efeito de tratamentos para o Transtorno de Adaptação


Estudo País Tratamento N amostra
Psicoterapia
Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)/TCC em grupo/ Terapia
Shaffer, et al. (1981) Estados Unidos 44
interpessoal em grupo.
Van der Klink, et al. (2003) Holanda Treino de Inoculação do Estresse e TCC 192
Gonzáles, et al. (2003) México Terapia do Espelho 144
Jojic, et al. (2005a) Sérvia Treinamento Autógeno 31
Jojic, et al. (2005b) Sérvia Treinamento Autógeno 35
Kramer, et al. (2009) França Psicoterapia Dinâmica 32
Kramer, et al. (2010) França Psicoterapia Dinâmica 532
Nieuwenhuijsen, et al. (2010) Holanda Terapia Cognitivo-comportamental 190
Presicci, et al (2010) Itália Psicoterapia 27
Farmacoterapia
Ulhenhuth, et al (1995) Estados Unidos Benzodiazepinicos/Antidepressivos/Azapirone 66
Ansseau, et al. (1996) Bélgica Tianeptina/Mianserina/Alprazolam 152
De Wit, et al. (1999) Bélgica Trazodona/Clarazepato 21
Nguyen, et al. (2006) França Etifoxine/Lorazepam 191
Sarkar and Kruger (2008) Alemanha Bupropiona 1(Estudo de caso)
Fitoterapia
Bourin, et al. (2006) França Euphytose 91
Woelk, et al. (2007) Alemanha Ginkgo Biloba 107

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que os grupos com diferentes diagnósticos diferiram mais em facilitadora para a recuperação dos sintomas advindos do
relação à presença do que quanto ao tipo de crença irracional. TA, tanto fisiológicos quanto psicológicos e sociais (Jojić &
O resultado foi o mesmo no início e ao longo de um ano. Além Leposavić, 2005b).
disso, ao longo do período, todos os grupos demonstraram Uma nova técnica terapêutica (terapia do espelho)
diminuição nas crenças irracionais junto com a diminuição dos também foi proposta para ser comparada a outras terapias.
sintomas. Com esse resultado, os autores sugerem que a TCC O objetivo foi selecionar três tipos diferentes de tratamentos
pode abranger intervenções cognitivas semelhantes para todos psicoterápicos e observar seus efeitos em pacientes cardíacos
os transtornos mentais comuns (Nieuwenhuijsen, Verbeek, de com TA. A pesquisa, de desenho quase-experimental, foi
Boer, Blonk, & van Dijk, 2010). elaborada no México com 144 pacientes de três hospitais
Os efeitos da psicoterapia dinâmica sobre o processo diferentes. Os sujeitos foram separados em três grupos, e
adaptativo foram analisados em 32 pacientes com diagnóstico cada um recebeu medidas de intervenção distintas: terapia
principal de transtorno de adaptação. O estudo, realizado na do espelho, acompanhamento médico e gestalt terapia. Os
França, destacou como parte do processo adaptativo dois resultados mostraram melhora significativa entre os pacientes
comportamentos: a defesa e o enfrentamento, e foi observada do grupo da terapia do espelho em relação aos demais grupos
também a influência da aliança terapêutica sobre esses (Gonzales-Jaimes & Turnbull-Plaza, 2003).
comportamentos. A amostra foi submetida a 40 sessões de Entre 60 crianças e adolescentes encaminhados para
psicoterapia dinâmica de curto prazo. Após o tratamento, uma unidade neuropsiquiátrica da Universidade de Bari, na
verificou-se que a aliança terapêutica pode ser mediadora para Itália, 27 receberam o diagnóstico de TA e fizeram psicoterapia,
que mudanças nos mecanismos de defesa do paciente ocorram. cuja abordagem terapêutica não foi especificada pelos autores.
Os pesquisadores observaram mudança no comportamento O resultado do tratamento sugere que os sujeitos submetidos
defensivo dos pacientes, mas não houve mudança significativa à psicoterapia apresentaram melhora significativa (Presicci et
no coping, ou seja, na capacidade de os pacientes enfrentarem al., 2010).
o estresse (Kramer, De Roten, Michel, & Despland, 2009).
Outro estudo semelhante submeteu 32 universitários
Farmacoterapia
com diagnóstico principal de TA, atendidos pelo centro de Na década de 1990 foi realizado um estudo para avaliar
saúde universitária, a 40 sessões de psicoterapia dinâmica. os tratamentos mais indicados por profissionais da saúde.
Para acompanhar as mudanças ocorridas durante o tratamento, Nele, 73 especialistas em farmacoterapia dos transtornos de
dois instrumentos foram aplicados: Escala de Avaliação de ansiedade e depressão foram questionados sobre o tratamento
Mecanismos de Defesa (Defense Mechanism Rating Scales) adequado para algumas psicopatologias, entre elas o transtorno
e Padrões de Ação de Coping (Coping Action Patterns). Os de adaptação com ansiedade. Entre os profissionais, 66
resultados mostraram que a psicoterapia dinâmica de curto responderam ao questionário, correspondendo a 90% dos
prazo pode gerar mudanças na reação defensiva do paciente. participantes. Quanto ao tratamento para o transtorno de
Em contrapartida, o modo como o paciente enfrenta o estresse adaptação, 64% recomendaram medicamento junto ao
permaneceu estável durante todo o tratamento, apontando que tratamento psicológico, 14% psicoterapia individual, 11%
tal abordagem psicoterapêutica não interferiu no funcionamento farmacoterapia e 13% outras modalidades terapêuticas. Entre
global de enfrentamento (Kramer, Despland, Michel, Drapeau, aqueles que indicaram a farmacoterapia, 63% citaram o uso
& de Roten, 2010). de benzodiazepínicos, 14% de antidepressivos (sendo 10%
O treinamento autógeno, método de relaxamento para antidepressivos tricíclicos), 8% de azapironas e 8% para
psíquico e corporal, foi apontado como uma possibilidade de a combinação de dois ou mais agentes (Uhlenhuth, Balter,
psicoterapia para adolescentes com TA. Em 2005, foi realizada Ban, & Yang, 1995).
uma avaliação da influência do treinamento autógeno em uma Uma comparação entre os efeitos de três psicofármacos
amostra de 31 indivíduos com idade média de 17 anos. O objetivo sobre os sintomas do TA misto de depressão e ansiedade foi
da pesquisa foi avaliar a eficácia desse método terapêutico no desenvolvida por meio de um estudo duplo cego realizado com
TA por meio de indicadores biofísicos e bioquímicos. Segundo 152 sujeitos submetidos por seis semanas aos medicamentos
os autores, as hipóteses preliminares foram confirmadas. Tianeptina (37,5 mg/dia), Mianserina (60 mg/dia) e Alprazolam
Por meio da mensuração da pressão arterial, do colesterol (1-5 mg/dia). Os resultados mostraram melhora muito
e das concentrações de cortisol dos adolescentes, antes e semelhante nos três grupos de tratamento. Do mesmo modo, o
após o treinamento autógeno, foi detectado que os valores número de pacientes que exibiram efeitos colaterais não diferiu
posteriores mostraram-se significativamente inferiores aos entre os três grupos (Ansseau et al., 1996).
valores iniciais (Jojić & Leposavić, 2005a). Ainda em 2005, a A utilidade da Trazodona e do Clorazepato foi testada
mesma metodologia de pesquisa foi aplicada a uma amostra para os casos de TA com sintomas depressivos e ansiosos em
de 35 adultos com TA e obteve-se resultado semelhante, 21 pacientes portadores de HIV a partir de um desenho duplo
concluindo-se que o treinamento autógeno é uma intervenção cego e randomizado. Após 28 dias da terapia medicamentosa,

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os pesquisadores observaram que a melhora foi maior naqueles placebo, sugerindo, inclusive, a tendência de um efeito dose-
que utilizaram Trazodona, mas não consideraram a diferença resposta (Woelk, Arnoldt, Kieser, & Hoerr, 2007).
significativa devido ao pequeno número de participantes. No
entanto, concluíram que a Trazodona pode vir a ser uma opção DISCUSSÃO
de tratamento para os pacientes com HIV que desenvolvem TA
(De Wit et al., 1999). Quando comparado a outros transtornos associados
Outro medicamento psicoativo foi sugerido para o TA: ao estresse (p. ex., transtorno do estresse pós-traumático e o
o antidepressivo não serotonérgico Bupropiona. Os autores transtorno do estresse agudo), o tratamento para o transtorno
verificaram sua eficácia a partir de um estudo de caso de adaptação ainda pode ser considerado pouco investigado no
envolvendo um paciente com TA do subtipo misto depressão e meio acadêmico. Isso se evidencia na quantidade de estudos
ansiedade. Antes do tratamento, o paciente respondeu a alguns disponíveis na literatura que enfocam essa temática.
questionários e, no decorrer de três semanas, foi medicado com O estudo mais antigo encontrado na presente revisão
150 mg de Bupropiona por dia. Ao término desse período, os data do início da década de 1980, constatando-se ainda que,
mesmos instrumentos foram aplicados, apontando que tanto os no decorrer das últimas três décadas, poucos pesquisadores
sintomas depressivos quanto os sintomas ansiosos diminuíram comprometeram-se a investigar as opções de tratamento para o
consideravelmente (Sarkar & Krüger, 2008). TA. Uma possível justificativa para esse desinteresse deve-se à
Em 2006, foi testada a eficácia de dois medicamentos possibilidade de seus sintomas serem amenizados e até mesmo
ansiolíticos no tratamento de TA com ansiedade: a Etifoxina de desaparecerem espontaneamente na fase aguda, na qual,
(ansiolítico não benzodiazepínico) e o Lorazepam (benzodia- de acordo com o DSM-IV, o transtorno não perdura por mais
zepínico). Médicos de clínica geral da França foram treinados que seis meses. Outra justificativa poderia ser atribuída à pouca
para diagnosticar TA em seus pacientes. Após esse procedi- especificidade da descrição diagnóstica do TA (Strain & Frideman,
mento, 191 indivíduos foram convidados a participar de um 2011; Maercker et al., 2007).
estudo duplo cego, randomizado e controlado, onde foram Na revisão sistemática, foi possível separar as medidas
direcionados aleatoriamente para serem medicados durante 28 de intervenção em três categorias: psicoterapia, farmacoterapia e
dias com 150 mg de Etifoxina ou 2 mg de Lorazepam. Como fitoterapia. Ressalta-se que os estudos relativos à farmacoterapia
critério de avaliação, foi utilizada a Escala de Hamilton para e à fitoterapia se ativeram em investigar apenas os subtipos do
ansiedade. Ambas as drogas agiram sobre a ansiedade, e os transtorno de adaptação relacionados à depressão e à ansiedade
resultados foram equivalentes. Entretanto, entre os pacientes (Uhlenhuth et al., 1995; Ansseau et al., 1996; De Wit et al., 1999;
que receberam Etifoxina, foi notável um efeito terapêutico sem Sarkar & Krüger, 2008; Nguyen et al., 2006; Bourin et al., 1997;
reações colaterais (Nguyen et al., 2006). Woelk et al., 2006), enquanto os outros subtipos (com perturbação
da conduta; com perturbação mista das emoções e da conduta; e
Fitoterapia não especificado) não foram abordados nas pesquisas.
Em 1997, pacientes diagnosticados com TA com Ao focalizar a psicoterapia como forma de tratamento para
ansiedade em um ambulatório participaram de um estudo o TA, é possível verificar que diferentes abordagens foram testadas
controlado com o objetivo de testar a eficácia, no tratamento pelos pesquisadores que têm se dedicado a esse tema. Observa-
do TA, de uma combinação de seis ervas com efeito ansiolítico, se que a terapia cognitivo-comportamental, em alguns estudos, é
denominada Euphytose®. Durante 28 dias o grupo composto por considerada adequada para um bom prognóstico do transtorno
91 pacientes ingeriu a Euphytose® três vezes ao dia, enquanto de adaptação (Shaffer et al., 1981; Van der Klink et al., 2003;
o grupo de controle, também composto por 91 sujeitos, Nieuwenhuijsen et al., 2010). Uma de suas contribuições consiste
recebeu placebo. Para aferir o resultado, foi aplicada a Escala no retorno do indivíduo às atividades cotidianas, interrompidas
de Hamilton para ansiedade, constatando-se uma diferença devido à presença do transtorno.
estatisticamente significativa entre os dois grupos, onde o grupo A psicoterapia dinâmica, apesar dos respectivos autores
que utilizou o extrato de ervas apresentou maior redução dos mencionarem ser um método eficaz para os casos de TA, mostrou
sintomas do que aqueles do grupo-placebo (Bourin, Bougerol, interferir positivamente em apenas um dos pontos relevantes do
Guitton, & Broutin, 1997). tratamento para esse diagnóstico no que tange à capacidade de
Uma década depois investigou-se o uso do extrato de defesa do paciente. Todavia, entre os sujeitos do estudo, não houve
Ginkgo Biloba (EGb 761) nos transtornos de ansiedade. Em mudança na capacidade de enfrentamento ao estresse, indicando
uma amostra de 107 sujeitos, 82 com transtorno de ansiedade que tal terapia não teve influência sobre esse aspecto (Kramer et
generalizada (TAG) e 25 com transtorno de adaptação com al., 2009; Kramer et al., 2010).Outros dois métodos psicoterápicos,
ansiedade foram randomizados em doses diárias de 240 mg o treinamento autógeno e a terapia do espelho, apresentaram
para EGB 761 e de 480 mg para EGB 761 ou de placebo durante resultados favoráveis no tratamento dos sintomas do TA (Jojić &
28 dias. Os autores identificaram que as duas doses de EGB Leposavić, 2005a; Jojić & Leposavić, 2005b; Gonzales-Jaimes &
761 apresentaram mudança significativa em comparação ao Turnbull-Plaza, 2003).

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Quanto ao tratamento medicamentoso, foi testada a em relação às opções de farmacoterapia. Os estudos


eficácia de benzodiazepínicos, antidepressivos atípicos e farmacoterápicos são escassos, com raras replicações de
ansiolíticos não benzodiazepínicos sobre os sintomas ansiosos resultados, levando apenas a sugestões terapêuticas sem
e depressivos, oriundos do TA. Alguns antidepressivos atípicos possibilitar a indicação de uma medicação principal para o
mostraram-se bons agentes redutores de sintomas. Também tratamento.
foram testados a Bupropiona, com base no estudo de caso Outro ponto a ser destacado é a dificuldade de comparar
(Sarkar & Krüger, 2008), a Tianeptina e a Mianserina (Ansseau os resultados entre as poucas pesquisas realizadas. O que se
et al., 1996). Nota-se que o benzodiazepínico Alprazolam observa são medidas interventivas distintas sendo ministradas
produziu o mesmo efeito que os antidepressivos atípicos. em populações diferentes, dificultando avaliações comparativas
O Lorazepam, que também é benzodiazepínico, parece dos efeitos terapêuticos alcançados. Essas comparações, se
ser capaz de reduzir os sintomas de ansiedade, mas seu realizadas, poderiam gerar a obtenção de evidências mais
uso causou efeitos colaterais significativos, enquanto o uso robustas. Do mesmo modo, a carência de pesquisas empíricas
do ansiolítico não benzodiazepínico Etifoxina foi eficiente e reforça a imprecisão e a diversidade de informações sobre o
não provocou reações adversas. Quanto ao Trazodona, seu tratamento para o transtorno.
efeito foi favorável, porém, não é possível afirmar que seja um
medicamento indicado para os casos de TA (De Wit et al., 1999). REFERÊNCIAS
Um artigo mais recente, publicado após o processo sistemático
American Psychiatric Association (APA) (1987). Manual diagnóstico e
de revisão, reforça a indicação de Etifoxina para o tratamento
estatístico de transtornos mentais: DSM-III-R. (3. ed. rev.). Porto
de TA, indicando melhores efeitos que o Alprazolam em longo Alegre. Artmed.
prazo (Stein, 2015).
American Psychiatric Association (APA) (2002). Manual diagnóstico
Entre as terapias fitoterápicas, os únicos estudos e estatístico de transtornos mentais: DSM-IV-TR. (4. ed. rev.).
encontrados na literatura apresentaram resultados semelhantes. Porto Alegre. Artmed.
Tanto o extrato de Ginkgo Biloba como a Euphytose® mostraram-
American Psychiatric Association (APA) (2013a). Diagnostic and statis-
se eficazes em reduzir os sintomas de ansiedade (Bourin et al., tical manual of mental disorders: DSM-5 (5th ed). Arlington: APA.
1997; Woelk et al., 2006).
American Psychiatric Association (APA) (2013b). Highlights of changes
from DSM-IV-TR to DSM 5. Recuperado de: http://www.dsm5.org/
CONCLUSÃO Documents/changes%20from%20dsm-iv-tr%20to%20dsm-5.pdf
Ansseau, M., Bataille, M., Briole, G., de Nayer, A., Fauchère, P. A.,
O quadro clínico abordado neste estudo acarreta
Ferrero, F., Mertens, C. ... van Moffaert, M. (1996). Controlled
sofrimento psíquico e prejuízos no desempenho social, comparison of tianeptine, alprazolam and mianserin in the
afetando a qualidade de vida do indivíduo de tal forma que treatment of adjustment disorders with anxiety and depres-
a compreensão de seus mecanismos de tratamento torna- sion. Human Psychopharmacology: Clinical & Experimental,
se fundamental à saúde humana. No entanto, os resultados 11(4), 293-298. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1099-
-1077(199607)11:4<293::AID-HUP771>3.0.CO;2-Z
aqui obtidos revelam que, apesar de desencadear efeitos tão
prejudiciais às pessoas afetadas, esse transtorno tem recebido Bolu, A., Doruk, A., Ak, M., Özdemir, B., & Özgen, F. (2012). Suicidal behavior
in adjustment disorder patients. Dusunen Adam, 25(1), 58-62.
atenção acadêmica insuficiente, o que, por sua vez, pode ter
implicações na assertividade da conduta terapêutica. Bourin, M., Bougerol, T., Guitton, B., & Broutin, E. (1997). A combi-
nation of plant extracts in the treatment of outpatients with
Ao longo de três décadas, poucos artigos abordaram o
adjustment disorder with anxious mood: Controlled study versus
tratamento para o TA. Embora os estudos encontrados indiquem placebo. Fundamental & Clinical Pharmacology, 11, 127-32. DOI:
algumas diretrizes terapêuticas, percebe-se que os resultados http://dx.doi.org/10.1111/j.1472-8206.1997.tb00179.x
mais consistentes concentram-se na psicoterapia. Entre as inter- Casey, P., & Baley, S. (2011). Adjustment disorders: the state of the
venções psicoterápicas, a abordagem cognitivo-comportamental art. World Psychiatry, 10, 11-18.
aparece com maior frequência e com resultados promissores.
Casey, P., Dowrick, C., & Wilkinson, G. (2001). Adjustment disorders.
Além disso, métodos como psicoterapia dinâmica, treinamento Fault line in the psychiatric glossary. British Journal of Psychia-
autógeno e terapia do espelho, embora apresentados em número try,179, 479-81.
reduzido de estudos, produziram efeitos terapêuticos em pelo De Wit, S., Cremers, L., Hirsch, D., Zulian, C., Clumeck, N., & Kormoss,
menos algum aspecto da sintomatologia do transtorno. Esses N. (1999). Efficacy and safety of trazodone versus clorazepate in
resultados levam à compreensão de que abordagens breves the treatment of HIV-positive subjects with adjustment disorders:
com técnicas focais demonstram ser um método colaborativo A pilot study. Journal of Internal Medical Research, 27, 223-32.
para um bom prognóstico do transtorno de adaptação. Fernández, A., Mendive, J. M., Salvador- Carulla, L., Rubio-Valera, M.,
A revisão sistemática da literatura nos leva a concluir Luciano, J. V., Pinto-Meza A., Haro, J. M. ... DASMAP investigators.
que ainda são necessários mais estudos sobre intervenções (2012). Adjustment disorders in primary care: Prevalence, recog-
nition and use of services. The British Journal of Psychiatry, 201,
terapêuticas para o transtorno de adaptação, principalmente 137-142. DOI:http://dx.doi.org/10.1192/bjp.bp.111.096305

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