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INSTITUTO CULTUS

FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL

ROSA TOMÉ

A VACUOTERAPIA COMO TÉCNICA EFICAZ NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA


GELOIDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Instituto Cultus como
requisito para obtenção do título de
especialista em Fisioterapia Dermato
Funcional, sob a orientação da
Professora Erilaine Gregório.

BRASÍLIA
2021
A VACUOTERAPIA COMO TÉCNICA EFICAZ NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA
GELOIDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Rosa Tomé1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO - O Fibro Edema Geloide (FEG), popularmente conhecido como “celulite”, é uma patologia de
origem multifatorial que pode ser ocasionada tanto por mudanças corporais e hormonais quanto por má
circulação e processos inflamatórios associados a outros fatores como: genética, tabagismo, alimentação
inadequada, sedentarismo, estresse, idade, sexo, dentre outros. Este distúrbio, que acomete
principalmente as mulheres, não se trata apenas de uma questão estética, tendo em vista que causa dor,
incomodo tátil e visual, baixo autoestima e, por consequência, diminuição das atividades sociais e
funcionais. O presente artigo tem o intuito de apresentar a eficiência da vacuoterapia no tratamento do
FEG. Para o desenvolvimento do tema aborda informações pertinentes sobre o FEG, tais como:
conceituação, fatores de predisposição e características das fases e graus. Em relação à técnica da
vacuoterapia é esclarecido como é feito o procedimento, bem como os benefícios e contraindicações. A
metodologia usada nesta pesquisa é a revisão bibliográfica de artigos publicados entre os anos de 2011 a
2021. Como resultado verifica-se que a vacuoterapia, aliada a alguns cuidados e práticas, melhora
satisfatoriamente ao aspecto de “casca de laranja” da pele. Conclui-se assim que esse procedimento
estético é eficaz no combate do FEG.

PALAVRAS-CHAVE: Fibro Edema Geloide. Vacuoterapia. Tratamento.

ABSTRACT - Fibro Edema Geloide (FEG), popularly known as “cellulite”, is a pathology of multifactorial
origin that can be caused by both bodily and hormonal changes as well as poor circulation and
inflammatory processes associated with other factors such as: genetics, smoking, inadequate diet ,
sedentary lifestyle, stress, age, sex, among others. This disorder, which mainly affects women, is not just
an aesthetic issue, given that it causes pain, tactile and visual discomfort, low self-esteem and,
consequently, decreased social and functional activities. This article aims to present the efficiency of
vacuotherapy in the treatment of EGF. For the development of the theme, it addresses pertinent
information about the EGF, such as: conceptualization, predisposition factors and characteristics of the
phases and degrees. Regarding the vacuotherapy technique, it is clarified how the procedure is
performed, as well as the benefits and contraindications. The methodology used in this research is the
bibliographic review of articles published between the years 2011 to 2021. As a result, it appears that
vacuotherapy, combined with some care and practices, satisfactorily improves the “orange peel” aspect of
the skin. It is concluded that this aesthetic procedure is effective in combating the FEG.

KEYWORDS: Fibro Edema Geloide. Vacuoterapia. Treatment.

1 E-mail: turbinadaclinicadeestetica@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

As mulheres, desde os primórdios, sempre se preocuparam com a beleza,


antigamente tal “ânsia” por se sentir bela era concretizada pelo o uso de adornos, lindos
vestidos e penteados excêntricos. Com o passar dos séculos as vestimentas femininas
foram diminuindo, destacando, dessa forma, a beleza corporal. Desde então a mulher
passou a se empenhar para conseguir ter um corpo esbelto e dentro dos padrões
estabelecidos pela sociedade. Com o extremo avanço tecnológico nas últimas décadas,
a “ditatura da beleza” - que é uma das protagonistas das redes sociais - tem exigido
cada vez que as mulheres tenham um corpo perfeito. Agora não basta mais ser magra,
tem que, dentre diversos requisitos, ter a pele firme e lisa, isto é, sem celulite.

O vocábulo “celulite” é equivocadamente utilizado pelas pessoas de modo geral


para descrever o fenômeno que modifica a anatomia lisa da pele para uma aparência
de furos que se assemelham à casca de uma laranja. A nomenclatura escorreita para
definir celulite ainda está em debate na comunidade médica, incluindo diversos termos,
tais como: hidrolipodistrofia ginoide, lipodistrofia ginoide, paniculopatia edemo
fibroesclerótica, fibro edema geloide, dentre outros. No entanto, o termo técnico mais
usual por teóricos para definir tal disfunção estrutural dos elementos existentes na
epiderme, derme e hipoderme é Fibro Edema Geloide (FEG).

A problemática dessa pesquisa gira em torno do fato do FEG não se tratar


apenas de uma mera preocupação estética vinculada à vaidade humana, visto que
pode ocasionar problemas emocionais, algia e consequentemente diminuição das
atividades sociais e funcionais. Em outras palavras, essa disfunção, ao comprometer o
bem-estar psicológico e físico do indivíduo, pode ser configurado como um problema de
saúde, pois interfere de maneira negativa e intrínseca na rotina da pessoa acometida.
Inclusive, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que o ser humano só
pode ser considerado sadio quando possui equilíbrio nos âmbitos biológico, psicológico
e social; desse modo, podemos afirmar que o FEG é sim uma questão de saúde e por
isso se faz tão relevante a pesquisa desse tema.
A importância desta pesquisa também é justificada pelo fato de o FEG afetar
milhares de pessoas no mundo, independente de etnia, e em variadas regiões do corpo
como coxas, nádegas, braços, abdome, dentre outros. A hipótese é que a identificação
de um tratamento eficiente no combate ao FEG seja de interesse tanto das mulheres
como dos homens, apesar de que no gênero masculino há menor incidência dessa
disfunção. Além disso, pressupõe-se que este estudo agregue informações relevantes
aos profissionais da saúde e da estética.

O presente artigo tem como objetivo geral apresentar a eficiência da


vacuoterapia no tratamento do Fibro Edema Geloide (FEG). Os objetivos específicos
são: definir o que é o FEG; identificar quais os fatores que ocasionam a formação do
FEG; Esclarecer as características das fases e graus do FEG; explicar o funcionamento
da técnica vacuoterapia e evidenciar a eficácia desse tipo de tratamento.

A metodologia escolhida para produzir este trabalho de conclusão de curso é


revisão bibliográfica. Os critérios de inclusão dos artigos científicos são: publicações no
idioma português entre os anos de 2011 a 2021. Já os critérios de exclusão são:
publicações anteriores ao ano de 2011; publicações em outros idiomas e artigos que
não continham as palavras chaves - fibro edema geloide, vacuoterapia, tratamento. O
método de abordagem usado é o qualitativo, devido ao levantamento teórico ter
passado por um processo de seleção, análise e reflexão do material a fim de descrever
apenas as informações de maior relevância sobre a temática.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Definição do Fibro Edema Geloide (FEG).

O FEG é uma patologia de origem multifatorial bastante recorrente, o qual


acomete cerca de 80% a 90% das mulheres de todo o mundo, independente da etnia e
características raciais. Configura-se como um fenômeno que modifica a anatomia lisa
da pele para uma aparência de furos que se assemelham a casca de uma laranja. Esta
alteração do relevo cutâneo ocorre com a puberdade e atinge, principalmente, a região
das coxas, quadris, braços, nádegas e abdômen. (FERREIRA; FERNANDES;
CAVENAGHI, 2014)

Para Pinto, Silva e Rocha Sobrinho (2019), trata-se de um distúrbio estrutural e


bioquímico responsável pelas produções de depressões e nódulos na pele, tais
alterações são evidenciadas pela formação edematosa do tecido conjuntivo
subcutâneo, seguida de reação fibrótica consecutiva, e que, geralmente, prejudica a
circulação sanguínea na parte do corpo acometida, propiciando não só o aspecto de
“casca de laranja” na pele, mas também a ocorrência de dor, flacidez cutânea e baixa
autoestima.

De acordo com Braga et al (2019), o FEG é um processo de defesa do próprio


organismo que, ao produzir tramas de colágeno com o intuito de barrar o
extravasamento do adipócito e abrir passagem para os vasos sanguíneos, acaba
gerando um excesso de tramas de colágeno. Ou seja, na tentativa de descomprimir as
células nervosas, o organismo acaba gerando certas alterações estéticas na camada
superficial da derme.

Em termos etimológicos, o FEG é considerado uma espécie de anomalia


metabólica no tecido subcutâneo capaz de modificar o formato da pele das mulheres, e
em casos mais raros, dos homens. Tal discrepância entre os gêneros se dá devido a
estrutura da derme masculina possuir arquitetura subcutânea diferenciada. (BESSA;
BESSA, 2019).

Sobre a maior ocorrência do FEG em mulheres, Freitas, Figueiró e Kochan


(2019, p.03) explicam:

O volume do adipócito e a estrutura do tecido feminino contribuem na


visualização dos nódulos do FEG. Esses adipócitos estão situados dentro de
alojamentos fibrosos, que são septos de tecidos conjuntivos onde ligam a
derme reticular à fáscia muscular. Ocorre uma diferença desses septos no
corpo feminino e no masculino; sendo no corpo masculino septos diagonais e
mais rígidos, que alojam adipócitos pequenos, então, quando comprimida a pele
do homem não ocorre irregularidades na superfície cutânea, pois os nódulos
deslizam uns sobre os outros; já nas mulheres os septos formam alojamentos
maiores e frouxos, encontrando-se retangulares e perpendiculares à pele,
ocorrendo deslocamento dos nódulos e formando irregularidades no tecido.
Segundo esses teóricos, as alterações histológicas mais importantes são as que
ocorrem no interior da hipoderme e constitui-se como hipertrofia ou afrouxamento do
tecido conjuntivo separando os glóbulos de gordura. Esses teóricos afirmam também
que quando o indivíduo tem quadro clínico de retenção de líquido há alteração na
oxigenação da pele, o que colabora para a diminuição na elasticidade do tecido,
destacando ainda mais a aparência de “colchão”.

Em consonância com o que Freitas, Figueiró e Kochan (2019) postulam, Borges


e Scorza (2016) argumentam que o FEG é ocasionado pelo funcionamento errôneo dos
adipócitos quando contém lipídios alterados; uma vez que eles causam maior retenção
de líquidos propiciando um volume maior da célula, comprimindo dessa maneira os
vasos e prejudicando a circulação sanguínea. Na figura abaixo é verificada as
alterações estruturais de cada camada da pele.

Figura 1 - Compressão do sistema circulatório pelo tecido adiposo e formação do FEG.

Fonte: (BORGES; SCORZA, 2016, p.609).

Os fatores que via de regra são responsáveis pela produção do FEG são
subdivididos em três categorias, conforme está relatado no quadro 1 abaixo.
Quadro 1 - Fatores que normalmente ocasionam a formação do FEG.

Fatores predisponentes genética, idade, sexo, desequilíbrio hormonal.

Fatores determinantes sedentarismo, fumo, maus hábitos alimentares,


estresse, desequilíbrios glandulares.

Fatores condicionantes tendência a retenção linfática nos espaços intersticiais,


dificuldade de reabsorção linfática, aumento da pressão
capilar.

Fonte: (GONÇALVES; ROSA; LIMA, 2018).

Dessa forma, se torna equivocada a afirmação que o FEG é decorrente da


obesidade, visto que há variados fatores que influenciam na formação dessa patologia.
Pedroso (2017) afirma que o FEG é ocasionado por desequilíbrios multifatoriais, tais
como: falha na microcirculação, alterações anatômicas, produção insuficiente de
determinados hormônios, processos inflamatórios e metamorfoses no tecido conjuntivo
dérmico.

Em termos de evolução, o FEG é classificado por Kuhnen (2016) em quatro


fases distintas, conforme é demonstrado no quadro abaixo:

Quadro 2 - Classificação das fases do FEG.

Primeira fase É uma fase de curta duração, configurada somente como


circulatória, a qual ocorre de uma estase venosa e linfática, por isso,
o(a) paciente nem percebe.

Segunda fase Denominada como fase exsudativa, há a ocorrência de dilatação


arteriocapilar devido a estase, processo que causa a invasão de um
composto mucopolissacarídeos e eletrólitos no tecido celular. É
nesta fase que as fibras conjuntivas são separadas, gerando assim
alterações das terminações nervosas do local acometido.

Terceira fase É o momento em que os nódulos aparecem e os fibroblastos iniciam


a produção de estruturas fibrosas, as quais vão se convertendo em
colágeno.

Quarta fase A fibrose se torna atrófica, cicatricial e irreversível nesta etapa. Ao


alcançar as arteríolas, são geradas a endoarterite e a periarterite, e,
como consequência, os nervos são reprimidos pelo conjunto fibroso.

Fonte: (KUHNEN, 2016).


Além da classificação de evolução das fases do acometimento do FEG, há ainda
a classificação dos estágios dessa patologia, também denominados como graus, os
quais diferenciam-se a partir das características visíveis e táteis.

Quadro 3 - Classificação dos graus do FEG.

Grau 1 Possui a aparência de casca de laranja, entretanto, é visualizada


apenas quando a região é comprimida pelos dedos ou quando há
contração muscular voluntária. Neste estágio ainda não há dor.

Grau 2 Neste estágio a aparência de casca de laranja é perceptível mesmo


sem comprimir o local com os dedos e sem a necessidade de
contração muscular voluntária. É notável também a baixa temperatura
no local, pouca elasticidade da pele e até mesmo coloração pálida.

Grau 3 A aparência agora lembra mais a casca de uma noz, tornando-se


assim mais evidente em qualquer local do corpo. Há baixa
temperatura no local, pouca elasticidade da pele, coloração pálida e,
também, o aparecimento de nódulos palpáveis e doloridos.

Grau 4 Possui as mesmas características do estágio 3, porém a fibrose é


mais profunda e perceptível com a presença de nódulos mais
palpáveis e mais doloridos. Além disso, neste último estágio fica
extremamente visível a flacidez da pele e o pouco tônus muscular da
pessoa.

Fonte: (BORGES; SCORZA, 2016 e CAROBREZ; SANTOS, 2015).

Ao analisar o processo evolutivo dos estágios do FEG, bem como das


características desagradáveis aos acometidos por essa patologia, é compreensível que
as pessoas, principalmente as mulheres, se sintam incomodadas e desenvolvam baixo
autoestima, ainda mais pelo fato da sociedade atual estar cobrando um padrão de
beleza cada vez mais rígido. E é exatamente por essa supervalorização da aparência
que inúmeras mulheres buscam incessantemente por tratamentos estéticos invasivos e
não invasivos que minimizem esta imperfeição.

Segundo Andrade e Souza (2020, p. 88):


A demanda por procedimentos estéticos e cirurgias plásticas vem aumentando
consideravelmente e, ainda mais, durante o verão, onde há exposição corporal
em praias e piscinas. Dessa forma, torna-se necessário o conhecimento sobre
as etiologias do FEG e, baseado nisso, escolher os melhores tratamentos
estéticos empregados para melhor satisfação.
Em conformidade com Andrade e Souza (2020), Fluhr e Costa (2016) afirmam
que o principal fator para o público feminino estar cada vez mais buscando métodos e
técnicas estéticas é justamente a preocupação elevada em obter o dito “corpo perfeito”.
E que esse desejo de alcançar bons resultados as fazem pesquisar sobre quais
procedimentos estéticos - disponíveis atualmente no ramo dermatofuncional - são mais
eficientes no tratamento da FEG .

2.2 A vacuoterapia como procedimento eficaz no tratamento do FEG.

A vacuoterapia, também denominada como endermologia, é uma opção


promissora de tratamento para os pacientes acometidos e incomodados com o FEG.
Esta técnica não invasiva funciona por meio de sucção. Trata-se de um mecanismo
composto por rolos de compreensão e ventosas. Os rolos motorizados exercem certo
tipo de pressão positiva em harmonia com a pressão negativa do sistema à vácuo. Ao
passo que as ventosas deslizam sobre o corpo, a derme é pressionada e sugada. Este
acionamento mecânico de drenagem linfática age rompendo as cápsulas que revestem
os nódulos responsáveis pelo FEG, minimizando, dessa maneira, o aspecto de “casca
de laranja”. Tal resultado só é alcançado porque os rolos giram em direções opostas
estimulando a circulação sanguínea e linfática, atuando diretamente nas camadas
cutâneas e subcutâneas da pele. (LIMA; SOUZA; OLIVEIRA, 2017).

De acordo com Andrade e Souza (2020), esse método é considerado eficaz no


combate do FEG pois realiza uma profunda mobilização da pele e do tecido
subcutâneo, eliminando toxinas, propiciando hipervascularização e devolvendo a
elasticidade necessária de uma pele saudável. Outro ponto positivo é o fato desse
equipamento conter diferentes intensidades, permitindo assim que o tratamento seja
mais rápido e mais adequado ao grau de FEG da(o) cliente. Devido a tais fatores, a
vacuoterapia é mencionada pelos profissionais da área dermatofuncional como uma
técnica superior à massagem manual.
Para Ferrari e Souza (2017), os resultados alcançados com a técnica da
vacuoterapia são decorrentes das trocas gasosas ocasionadas pela sucção das
ventosas. Os autores destacam também outro fator favorável dessa técnica, que é a
formação de edema que possibilita o trânsito de moléculas e proteínas na região capilar
dos tecidos, processo esse capaz de viabilizar o aumento da pressão osmótica do
tecido intersticial e de estimular os gânglios linfáticos por meio do reflexo simpaticolítico.

Além da eficácia no tratamento do FEG, a vacuoterapia também é um


procedimento bastante recomendado para revitalizar a pele, tratar estrias, cicatrizes e
queimaduras; bem como para combater a gordura localizada. (FERRARI; SOUZA,
2017). Vale ressaltar que a eficiência desse procedimento depende do correto
manuseio, por isso apenas profissionais capacitados podem operar o vácuo. Afinal,
somente o especialista saberá usar de forma adequada todas as peças deste
equipamento, corroborando, desse modo, para o sucesso do tratamento e a satisfação
do cliente.

A fim de esclarecer como funciona o equipamento de Vacuoterapia, serão


descritas as funções de cada utensílio. O aplicador maior é usado nas regiões das
coxas, do dorso, dos flancos, do abdômen e das nádegas. Já os aplicadores menores,
os quais possuem formatos diferentes, são utilizados nos ombros, nos braços, na parte
superior das costas, na parte interna dos joelhos e nas panturrilhas. Mas, em
determinadas áreas tais como rosto, pescoço, mamilo e aréola não podem ser
utilizados esses aplicadores. (MAIO, 2011). Durante as sessões é vedado o uso de
adereços metálicos como piercings, relógios, joias e/ou bijuterias. (FERRARI; SOUZA,
2017)

Maio (2011, p. 41) postula:


O procedimento não pode ser doloroso, as sessões iniciais devem ser aplicadas
em uma pressão baixa para que o paciente passe a se adaptar com a sucção e
assim o profissional irá aumentando gradativamente. No caso de pacientes que
apresentarem muita sensibilidade à aplicação, é indicado manter um nível mais
baixo de sucção e prolongar o número de sessões; e para que o paciente
suporte a sétima aplicação, orienta-se que contraia o músculo onde está sendo
aplicado o vácuo por quarenta segundos, isso fará com que consiga manter
este procedimento.
Lima, Souza e Oliveira (2017) afirmam que a fim de prevenir a flacidez do tecido
é importante que as manobras durante o procedimento de vacuoterapia sejam
realizadas no sentido das fibras musculares e linhas de tensão da pele. No entanto,
eles salientam que apesar da vacuoterapia ser capaz de otimizar a maleabilidade do
tecido de pacientes com grau severo do FEG, esse procedimento não é recomendado
em indivíduos que estejam em nível elevado de flacidez pelo fato de promover, nesses
casos específicos, mais flacidez.

Oliveira, Perez e Vasconcelos (2014) em seus estudos alertam que a


vacuoterapia, além de ser contraindicada em mulheres grávidas é igualmente proibida
para pessoas que sofram de certas patologias, como por exemplo, hipertensão
descompensada, insuficiência renal e/ou cardíaca, neoplasias, flebites e tromboses,
bem como em pacientes que tenham fragilidade nos capilares sanguíneos, que estejam
acometidos por infecções, que possuam lesões na pele ou varizes inflamadas.

Já Gouveia et al. (2018) apontam contraindicações também para pacientes


diabéticos predispostos a alterações cutâneas, equimoses, hematomas, dermatites,
flebites, varizes calibrosas e anomalias de coagulação.

Em contrapartida, Bertolo (2015) defende que a técnica do vácuo pode ser


executada - sem nenhuma contraindicação - em indivíduos com tumores cancerígenos
e/ou que tenham feito radioterapia ou quimioterapia. Todavia, a autora faz um alerta em
relação aos pacientes no pós-operatório de lipoaspiração, nesse caso específico o
procedimento é recomendável apenas após 45 dias.

Para deslumbrar um resultado significativo no tratamento do FEG é necessário


que o procedimento seja aliado a uma dieta de baixa caloria e que a(o) paciente se
submeta a cerca de sete a dez sessões, podendo, conforme a necessidade de cada
caso, estender para até vinte sessões. De acordo com relatos, os resultados já são
nítidos a partir da sexta sessão. (FERRARI; SOUZA, 2017). Já Andrade e Souza (2020)
defendem a importância da associação do tratamento da vacuoterapia com a prática
regular de exercícios físicos, tendo em vista que eles auxiliam no emagrecimento e na
melhora da circulação. Esses pesquisadores, com o intuito de otimizar o resultado e a
satisfação da clientela, indicam ainda o uso de meias elásticas e de medicamentos que
ajam no meio intersticial, nos adipócitos e na microcirculação.

Portanto, verifica-se que a vacuoterapia possibilita inúmeros benefícios estéticos,


pois é um procedimento que estimula a diminuição dos nódulos, viabiliza a melhora do
sistema circulatório e propicia a maior maleabilidade do tecido, minimizando
consideravelmente a aparência de “casa de laranja ou de nozes” da pele dos(as)
pacientes.

3 CONCLUSÃO

De acordo com a revisão bibliográfica realizada foi possível entender que o fibro
edema geloide (FEG), muito mais que um problema estético, é uma patologia de origem
multifatorial que possui fases de evolução e graus de comprometimento, podendo
ocasionar algia, desconforto tátil devido aos nódulos, baixa temperatura no local, pouca
elasticidade da pele, coloração pálida, flacidez, bem como baixo autoestima,
impactando assim a vida das mulheres no âmbito social e funcional.

O presente estudo teve o intuito de verificar a eficiência da vacuoterapia no


combate ao FEG. Por isso empenhou-se em analisar e explicar como funciona a
técnica da vacuoterapia. E, a partir dos dados colhidos, foi possível compreender que
este mecanismo não invasivo é capaz de realizar uma intensa mobilização e
oxigenação da pele e do tecido subcutâneo, erradicando toxinas, auxiliando na
circulação sanguínea e linfática e propiciando mais elasticidade à pele. Os benefícios
identificados nesse tipo de procedimento foram: as diversas peças que se adaptam em
diferentes regiões do corpo; as opções de intensidade que possibilitam que o
profissional adeque de acordo com o grau do FEG da(o) paciente; a agilidade do
mecanismo de sucção que é superior a drenagem linfática manual; a capacidade de
revitalizar a pele, tratar estrias, cicatrizes, queimaduras e de combater a gordura
localizada; e, principalmente, a vantagem dessa técnica mostrar resultados bastante
satisfatórios já nas primeiras sessões.
Portanto, a análise realizada constatou que a vacuoterapia - aliada à prática
regular de exercícios e à alimentação balanceada – é, de fato, capaz de melhorar
consideravelmente a aparência de “casca de laranja” ou de “casca de noz” da pele,
proporcionando assim, bem estar e satisfação nos pacientes que recorrem a esse tipo
de tratamento estético.

REFERÊNCIAS

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