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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL
2010 -2013

MUNICÍPIO DE ILHA SOLTEIRA – SP

1
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS 03
LISTA DE GRÁFICOS 03
LISTA DE QUADROS 03
LISTA DE TABELAS 04
APRESENTAÇÃO 05
1. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 06
1.1.Histórico 06
1.2. Dados Geográficos/Localização 07
1.3. Divisão Populacional 20
1.4. Caracterização ambiental 35
1.5. Dados Agropecuários 36
2. DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO 47
2.1. Análise das Cadeias Produtivas 47
2.2. Análise geral do município 70
2.3. Avaliação das dificuldades das principais cadeias produtivas. 71
2.4. Avaliação das oportunidades/potencialidades das principais cadeias 73
produtivas.
3. DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL 74
4. PLANEJAMENTO DA EXECUÇÃO 76
4.1. Iniciativas para o desenvolvimento rural em andamento 76
4.2. Novas iniciativas necessárias para atendimento das diretrizes 77
do plano.
5. INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 80
ELABORAÇÃO E COLABORAÇÃO 81

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização do Município em Relação ao Mapa de São Paulo 07


Figura 2. Principais Vias de Acesso ao Município 08
Figura 3. Distribuição de Classes de Solos no Município 13
Figura 4. Espelho d´água formado pelo Reservatório da Usina Hidrelétrica16 de
Ilha Solteira e suas sub-divisões (São José dos Dourados, Leito Principal, Rio
Grande e Rio Paranaíba), braços estudados para a implantação do Parque
Aquícola e a localização das estações agrometeorológicas disponíveis na
região em Ilha Solteira e Marinópolis e os braços estudados.
Figura 5. Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos – 18 17
Figura 6. Situação Locacional da Zona Produtora. 61

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Distribuição das Áreas do Município de Ilha Solteira. 09


Gráfico 2. Evolução Populacional do Município entre os anos de 1996 e 10
2007
Gráfico 3. Aumento da população e a divisão entre população urbana e 10
rural ao longo dos últimos levantamentos do censo.
Gráfico 4. Uso e Ocupação do Solo no Município de Ilha Solteira 11
Gráfico 5. Aumento da População e Divisão entre População Urbana e 12
rural
Gráfico 6.. Extrato do Balanço Hídrico Mensal Variação dos dados 15
mensais meteorológicos de precipitação (P), Evapotranspiração potencial
(ETP) e evapotranspiração real (ETR).
Gráfico 7 . Variação dos dados mensais meteorológicos de precipitação 16
(P), Evapotranspiração potencial (ETP) e evapotranspiração real (ETR).
Gráfico 8. População rural do município de Ilha Solteira 20
Gráfico 9. População rural por idade no município de Ilha Solteira. 21
Gráfico 10. Uso e Ocupação do Solo no Município de Ilha Solteira. 37
Gráfico 11. Dados Agropecuários do Município. 38
Gráfico 12: Participação do município no PIB estadual. 39
Gráfico 13. Total do valor adicionado por setor ao PIB (em milhões de 40
reais correntes), Ilha Solteira-SP.
Gráfico 14: Preços Médios de Terras para Pastagens na EDR de 57
Andradina.
Gráfico 15. Ocupação das Áreas agrícolas do município de Ilha Solteira. 58
Gráfico 16. Efetivo dos bovinos no município de Ilha Solteira. 59
Gráfico 17.:Análise dos Principais Produtos Comercializados no Município 69
de Ilha Solteira, SP.

LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Área urbana e rural do município. 07
Quadro 2: Ano de realização das informações sobre a população urbana 08
e rural do município.
Quadro 3. Bacia São José dos Dourados com área (A), população (P), 17

3
municípios (M), classificação (C), geomorfologia (G) e aquífero (Aq).
Quadro 4. Estradas pavimentas e não pavimentadas do município. 19
Quadro 5. Classificação da frota municipal. 30
Quadro 6. Ações e programas desenvolvidos na área de Promoção Social 33
Quadro 7. Ocupação do Solo 37
Quadro 8. Principais explorações agrícolas do município. 38
Quadro 9. Principais Explorações Pecuárias do município. 38
Quadro 10. Principais Atividades Econômicas Não Agrícolas do 39
município.
Quadro 11. Total do valor adicionado por setor ao PIB (em milhões de 39
reais correntes), Ilha Solteira-SP
Quadro 12. Valores de exploração, produção anual, unidade e valor de 40
produção.
Quadro 13. Informações das principais cadeias produtivas. 40
Quadro 14. Máquinas, Implementos e Benfeitorias, Município de Ilha 41
Solteira, Estado de São Paulo, 2007/08.
Quadro 15. Benfeitorias, quantidade e número de UPAs no município. 41
Quadro 16. Fatores positivos e negativos dos ambientes internos e 55
externos da Cadeia do Leite no município de Ilha Solteira
Quadro 17. Distribuição do rebanho no município. 59
Quadro 18. Gargalos, elos faltantes e pontos de estrangulamento. 65

LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Principais culturas cultivadas no município de Ilha Solteira. 14
Tabela 2. Balanço Hídrico do Município de Ilha Solteira, jan 2000 a set. de 15
2010
Tabela 3. Quantidade de alunos residentes na área rural. 29
Tabela 4. Estatisticas vitais e de saúde do municipio 30
Tabela 5. Estrutura Fundiária. 36
Tabela 6. Volume de hortaliças comercializadas por produtores familiares 44
especializados do município de Ilha Solteira a(abril/2010).
Tabela 7 – Produtos agroalimentares comercializados na feira livre de Ilha 45
Solteira/SP novembro de 2008.
Tabela 8. Contingente de animais da pecuária bovina no município de Ilha 49
Solteira
Tabela 9. Rebanho bovino no mundo, principais países (valores em 55
milhões de cabeças)
Tabela 10. Produção de carnes bovina e de vitelo no mundo, principais 56
países equivalente-carcaça) (milhões de toneladas
Tabela 11: Volume das Principais Hortaliças Comercializadas – Ilha 68
Solteira SP ( Pesquisa realizada a partir de 7 produtores).
Tabela 12. Volume de Escoamento semanal de Hortaliças no Município de Ilha 69
Solteira – SP.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
Prefeitura Municipal de Ilha Solteira
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural
Casa da Agricultura de Ilha Solteira
Período de vigência: 2010 a 2013

APRESENTAÇÃO

Este Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (2010-


2013) foi elaborado com o objetivo de caracterizar o município de Ilha Solteira e
suas principais cadeias produtivas, elencando suas principais fortalezas, bem
como suas fraquezas, ameaças e também suas oportunidades, para que seja
possível a aquisição de recursos pelo município frente ao Banco Mundial, com
o intuito de proporcionar melhores condições aos pequenos e médios
produtores da região que compõe as cadeias citadas neste trabalho. O
presente estudo contou com o apoio e a participação de docentes e discentes
da UNESP – Ilha Solteira, funcionários da prefeitura municipal e funcionários
da CATI – ISA, entre estes a Eng. Agrônoma Helena Adélia da Silva Salles,
membros do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e técnicos do
setor.
Este documento torna-se de suma importância para o município, uma
vez que a partir das informações contidas neste, pode-se ter idéia das
condições estruturais, econômicas e sociais deste.
A metodologia usada foi a de diagnóstico rápido participativo e contou
com a colaboração de vários setores da comunidade e do poder público,
inicialmente foram feitas reuniões com a comunidade rural e posteriormente
com a participação dos demais setores como Prefeitura Municipal,
Departamentos (Saúde, Obras Públicas, Educação, Agricultura, Esporte, Lazer
e Cultura), o Legislativo, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural,
UNESP, Delegacia de Policia, etc. A coordenação ficou por conta Casa da
Agricultura que mantém convênio com a Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral (CATI), posteriormente a elaboração e organização dos dados contou
com o apoio dos docentes da UNESP que analisaram, propuseram e
planejaram estratégias e ações para o acesso do setor agropecuário às
diversas políticas públicas nas esferas municipal, estadual e federal,
disponíveis
O plano não visa somente a aquisição de recursos do Bando Mundial,
mas o acesso do produtor às principais políticas públicas existentes, sejam
municipal, estadual ou federal

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1. Identificação e Caracterização do Município

1.1. Histórico

Ilha solteira data de 30 de novembro de 1944,quando tornou-se distrito


do municipio de Pereira Barreto denominada de Bela Floresta. Foi uma das
poucas cidades planejadas do Brasil, comecou a receber seus primeiros
habitantes em 1968 com o propósito de abrigar os trabalhadores da Usina
Hidrelétrica de Ilha Solteira, a maior do Estado de São Paulo e terceira maior
do Brasil,sendo de fundamental importância para a operação do sistema
interligado nacional, localizada na Bacia do Rio Parana e inaugurada em 1974.
A denominação do municipio ocorreu devido a existencia de uma ilha
fluvial denominada “Ilha Solteira”, existente no Rio Paraná. A referida Ilha
segundo dados da própria CESP, apresentava antes da construção da Usina
Hidrelétrica, em 1961, area total de 28,20 hectares, sendo ocupada em sua
totalidade por 64,60% de vegetação arbórea conservada e o restante
principalmente por solo exposto, totalizando 35,40%. Após a realização do
projeto de implantação da usina na região estas areas de vegetação sofreram
forte impacto, principalmente com a ocupação antropica da ilha de forma
desordenada e tudo isto somado a porcessos erosivos, sendo que durante o
periodo de 1967 a 1978, a area ocupada por vegetação arbórea sofreu uma
redução de 83,92%, e de sua totalidade houve uma redução de 21,13% da
area original.
Localizado na divisa de São Paulo com o Mato Grosso do Sul, Ilha
Solteira tornou-se municipio apenas em 30 de dezembro de 1991 e atualmente
conta com uma população de aproximadamente 25.144 habitantes. Construída
e administrada pela CESP, na época, Centrais Elétricas de São Paulo e depois
Cia. Energética de São Paulo.
Em relação ao núcleo rural este se apresenta bem expressivo para a
economia do municipio quanto para a da região, apesar que a maior
arrecadação do municipio vem da geração de energia, a área rural constitui-se
de grandes latifundios voltados para a monocultura da cana e de áreas
menores como o assentamento denominado Cinturão verde e que foi
implantado pela CESP em 1984 e que atualmente apresenta cerca 122
familias (área variando de 5,0 a 10 ha por lote) , conta também com 500 roças
familiares com area média de 0,2 ha implantado pela Prefeitura Municipal num
regime de cessão de uso; uma horta comunitaria atendendo 96 familias e dois
assentamentos implantados pelo INCRA a partir de 2005.
Além da geração de energia o municipio abriga um dos campus da
UNESP- Universidade Estadual Paulista, que oferece 8 cursos de graduação,
alem dos programas de pós graduação.
Esta região do estado, durante sua ocupação, caracterizava-se
principalmente pela pecuária extensiva, pelos latifúndios, pela baixa densidade
populacional e pela grande distância dos centros mais significativos. Somente a
partir da construção da usina hidrelétrica de Ilha Solteira, que o município
passou a ter maior representação populacional, sendo necessário desenvolver
uma infra-estrutura mínima para a construção de alojamentos e vilas operárias
para os trabalhadores. Até então, o povoado possuía uma rede urbana
precária, ou quase inexistente. Contudo, a partir da implantação de uma

6
adequada infra-estrutura e contingente populacional, o município deixou de ser
exclusivamente dependente dos grandes latifúndios para tornar-se mais
urbanizado e comercialmente mais ativo.
Atualmente, o município economicamente, conta com pequenos e
médios produtores de produtos agropecuários, e uma rede urbana
caracterizada por um manter um expressivo comercio, hotéis, hospitais, redes
de ensino desde o infantil ao superior, restaurantes e infra-estrutura adequada,
proporcionando aos moradores e turistas ótimas opções tanto relacionadas á
lazer quanto a necessidades básicas da população.

1.2 Dados Geograficos/ Localização

O município de Ilha Solteira localiza-se na margem paulista do Rio Paraná ,


logo abaixo da confluência com o rio são José dos Dourados na longitude 51 0
06’ 35” e Latitude 200 38’ 44”, com área igual a 639,0 km2. Limita-se, ao Norte,
com Rubinéia; ao Sul, com Itapura; ao Leste, com Pereira Barreto; ao Oeste,
com Selvíria; ao Nordeste, com Suzanápolis e ao Sudeste, com Andradina. Na
Figura 1 está a localização do município no mapa de São Paulo:

Figura 1. Localização do municipio em relação ao mapa de São Paulo


Fonte: Prefeitura municipal de Ilha Solteira

Em relação à capital do estado de São Paulo, o município encontra-se a


665 km de distancia, sendo que o trecho pode ser percorrido através das
rodovias Feliciano Sales da Cunha, Waschington Luis, Anhanguera e
Bandeirantes. Na Figura 02 temos o esquema com as principais vias de acesso
ao municipio :

7
Figura 2. Principais vias de acesso ao municipio .

Divisão Populacional:

 População Urbana e Rural:

Segundo dados do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, o


municipio de Ilha Solteira conta com uma área total de 63.900 ha, sendo que
deste total, 39.745 ha encontram-se na area urbana e 24.155 ha, encontram-se
na area rural. Altitude média de 347,36m.

Quadro 1. Área urbana e rural do município.


Area Total/ha Area Urbana/ha Area Rural/ha
63.900 39.745 24.155
Fonte: Censo IBGE, 2007

Quadro 2: Ano de realização das informações sobre a população urbana e


rural do município.
Ano 1991 2000 2007

Pop total 21852 23991 25144

Urbana 20503 23218 23506

Rural 1349 778 1638

Fonte: Censo IBGE, 2007 (modificado)

Abaixo, no Gráfico 1, temos a representação esquemática destes dados:

8
Gráfico 1- Distribuição das Áreas do Município de Ilha Solteira.
Fonte: Censo IBGE, 2007

Ainda a partir de dados do IBGE, nota-se que em relação á ocupação do


município existe uma concentração maior, cerca de 62% na área urbana contra
38% de ocupação da área rural. Nos últimos anos observamos uma migração
da área urbana para a área rural, principalmente na área do assentamento do
Cinturão verde, esta migração tem acontecido devido ao parcelamento dos
lotes e ao baixo custo das moradias.

Demografia:

Dados Populacionais:

Segundo dados do IBGE censo - 2007, a população total do municipio


de Ilha Solteira é formada por 25.144 habitantes sendo que deste total, 23.506
habitantes ocupavam a área urbana, e apenas 1638 habitantes na área rural. A
taxa geométrica de crescimento anual da população 2000/2010 no município é
de 0,73% a.a, enquanto que no estado é de 1,32% a.a. Alem disso, o grau de
urbanização do municipio no ano de 2009, foi de 94,19%, segundo dados do
Seade. Em relação a faixa etária do municipio, o indice de envelhecimento da
população é de 73,72%, no estado, este percentual cai para 48,56%; a
população com menos de 15 anos de idade representa 18,15% e a razão de
sexos 95,92.

9
Gráfico 2.- Evolução populacional do Município entre os anos de 1996 e 2007.
Fonte: Censo IBGE, 2007 (Modificado)

De acordo com dados do IBGE (2007), representados no Gráfico 2,


observa-se que a evolução populacional do município de Ilha Solteira contou
com grande crescimento a partir do ano de 1996 e estagnação a partir de 2000
até 2007. Este crescimento deveu-se principalmente ao fato da emancipação
ter ocorrido no ano de 1992 o que proporcionou um desenvolvimento maior em
relação à infra-estrutura e ao desenvolvimento econômico e social do
município.

Gráfico 3. Aumento da população e a divisão entre população urbana e rural


ao longo dos últimos levantamentos do censo.
Fonte: Censo IBGE, 2007 (Modificado)

10
Em relação ao Gráfico 3 temos a considerar que o incremento na
população urbana no último censo pode ser atribuído a instalação de dois
novos assentamentos no município. O municipio pertence a Região
Administrativa de Araçatuba e a região de Governo de Andradina, possui o 10º
IDH do Estado de São Paulo e 33º do país.

Condições climatologicas e de relevo

Clima:. A média de temperatura máxima ao longo dos ultimos anos é de


35,1°C, enquanto que a média de temperatura mínima é 15,5°C, de acordo
com o departamento de Irrigação da UNESP-FEIS Universidade Estadual
Paulista. O clima no município é o Aw segundo Köeppen, com invernos secos e
verões chuvosos, variando entre 1100mm e 1300mm, com excedente hídrico
de 178mm entre outubro a março e déficit hídrico de 74mm, entre abril e
setembro. Este fato influencia as atividades agrícolas ao longo do ano, com a
maioria da agricultura de culturas anuais sendo realizada entre outubro e
março, pela maior disponibilidade hídrica para as plantas no início de seu
desenvolvimento e colheita no início da seca. Para as chamadas culturas do
¨seco¨e ¨de inverno¨, há necessidade de irrigação suplementar.
Para as pastagens é grande a influência do clima, com drástica redução de
produção no meio do ano, devido deficiência hídrica e comprimento do dia,
havendo a necessidade do uso de silagem, capineiras, irrigação etc.

Relevo: as altitudes regionais são bastante modestas, variando


grosseiramente de 280 a 380 metros, e o relevo que se assenta sobre as
estruturas areníticas, varia de plano e moderadamente ondulado. Os vales têm
vertentes amplas, de gradientes suaves e, somente em áreas bastante
restritas, a topografia toma formas fortemente onduladas. Pode-se afirmar que,
a área em questão não apresenta grandes problemas conservacionistas, assim
como permite ampla liberdade na escolha dos traçados das vias de transportes
regionais. Este tipo de relevo da região, assim como as variações climáticas
como temperatura e índices pluviométricos, são fatores predominantes em
relação ao uso e ocupação do solo, e também em relação a estrutura fundiária
não só do município, mas também de toda esta região do estado de São Paulo.

Uso e Ocupacao do Solo (Area Rural)

50000
40717,1 41572,9
40000

30000

20000 15041

10000
820,2 989,9
0

Area UPA Area com Perene Area com Temporaria


Pastagem Vegetacao Natural

Gráfico 4. Uso e Ocupação do Solo (Área Rural) município de Ilha Solteira.


Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto
LUPA - 2008

11
Gráfico 5. Comparativo em relação à ocupação do solo no município de Ilha
Solteira.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto
LUPA - 2008

Observando o Gráfico 5, notamos a evolução de áreas com cultura semi-


perene, devido principalmente ao avanço da cana de açúcar, e de produtos
oriundos da agricultura familiar, resultado influenciado pela criação dos
assentamentos no município. Outra avaliação que podemos fazer em relação
ao gráfico acima se deve á redução da área com pastagens, passando de
33829 ha para apenas 24154,8 ha. A expectativa e de que as áreas de
pastagens tenham se reduzido ainda mais devido a entrada maciça da cana-
de-açúcar nestas áreas

Tipos de solos: em relação aos tipos de solos do município temos a


considerar que na sua maioria são solos profundos, com boa fertilidade e sem
limitação de uso. Nas áreas em que há predominância de solos argilosos a
agricultura depende de um bom manejo e de praticas adequadas, mas nada
que inviabilize a produção (Figura 3).

12
Figura 3. Distribuição de classes de solos no município.
Fonte: Prefeitura Municipal de Ilha Solteira (Departamento de Urbanismo).

As culturas freqüentemente cultivadas no município sofrem alem de


influências econômicas, influencias ambientais, como clima (temperatura,
indicies pluviométricos, entre outros), tipo de solo e relevo. Na tabela 01 temos
uma relação das culturas implantadas no município, este levantamento foi feito
em 2008 através do LUPA.
Em análise a Tabela 01 observamos uma predominância da área de
pastagem em relação a cana-de-açúcar, as culturas de feijão , milho neste
período eram usadas na reforma das pastagens. No entanto, ao longo dos
últimos anos observou-se um aumento da área de cana-de-açúcar, em
detrimento das demais culturas, mas estas constatações só poderão ser feitas
após um novo levantamento LUPA.

13
Tabela 1. Principais culturas cultivadas no município de Ilha Solteira.

A vegetação predominante no município é formada principalmente pela


Mata Tropical Latifoliada Semidecícua (formações: cerrado, cerradão e campos
antrópicos). A hidrografia é composta pelos Rios Paraná (Oeste), Rio Tietê
(Sul) e São José dos Dourados (Centro), sendo que os dois últimos
desembocam no primeiro, além destes, recortam o município os córregos Água
Suja, Lagoa, Onça, Caçula, Pernilongo, Piracanjuba, Três irmãos e Ponte Alta.
A tabela 2 abaixo, e figuras 2 e 3 apresentam a distribuição da
precipitação pluviométrica anual e balanço hídrico para a região de Ilha
Solteira, os dados referem-se a médias mensais compreendendo o período
janeiro de 2000 a setembro de 2010, provenientes do banco de dados da Área
de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira coletados pela estação
climatológica localizada na Fazenda de Ensino e Pesquisa com coordenadas
geográficas de 20º25'16” Sul e 51º20'43”.
Oeste e altitude de 335 metros em relação ao nível do mar. O balanço
hídrico foi determinado a partir dos dados médios mensais de precipitação (P)
e evapotranspiração de referência ou potencial estimada pela equação de
Penman-Monteith.

14
Tabela 2. Balanço Hídrico do Município de Ilha Solteira, jan 2000 a set, 2010

Fonte: Fonte: http://www.agr.feis.unesp.br/pdf/conird2010_damiao.pdf

Pluviometria: segundo apresentado na tabela 2, uma precipitação média anual


de 1.354,2 mm e evapotranspiração potencial de 1.505,8 mm (4,1 mm.dia-1)
resulta em um déficit hídrico de 442 milímetros, compreendendo os meses de
abril a outubro. O excesso ocorre de dezembro a março e totaliza 290
milímetros, em média. Os indices pluviométricos em 2009 atingiram cerca de
1300 mm, sendo considerado abaixo dos indices anuais anteriores que em
média atingem 1500 mm.

Gráfico 6.. Extrato do Balanço Hídrico Mensal Variação dos dados mensais
meteorológicos de precipitação (P), Evapotranspiração potencial (ETP) e
evapotranspiração real (ETR).
Fonte: http://www.agr.feis.unesp.br/pdf/conird2010_damiao.pdf

15
Gráfico 7. . Variação dos dados mensais meteorológicos de precipitação (P),
Evapotranspiração potencial (ETP) e evapotranspiração real (ETR).
Fonte: http://www.agr.feis.unesp.br/pdf/conird2010_damiao.pdf

Figura 4. Espelho d´água formado pelo Reservatório da Usina Hidrelétrica de


Ilha Solteira e suas sub-divisões (São José dos Dourados, Leito Principal, Rio
Grande e Rio Paranaíba), braços estudados para a implantação do Parque
Aquícola e a localização das estações agrometeorológicas disponíveis na
região em Ilha Solteira e Marinópolis e os braços estudados.
Fonte: Imagem CBERS, julho de 2006.

16
A temperatura anual (UNESP-FEIS) apresenta uma pequena variação,
como pode ser observado abaixo:
Máxima – 26,2°C
Média: 24,9 °C
Mínima –23,6°C

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFIA SÃO JOSÉ DOS DOURADOS

Hidrografia: o município pertence ao Comitê da Bacia Hidrográfica São José


dos Dourados. O Rio São José dos Dourados tem extensão de 334,50 Km
(PRODESP/2005), sua nascente está localizada no município de Mirassol e
deságua em Pereira Barreto no Rio Paraná, passando por diversos municípios
paulistas, é constituído por aproximadamente 35 afluentes em toda sua
extensão.

Quadro 3. Bacia São José dos Dourados com área (A), população (P),
municípios (M), classificação (C), geomorfologia (G) e aquífero (Aq).
Á P M
Bacia C G Aq
(KM²) (HAB.) Nº
São José Baurú, Serra
6783 215.000 Planalto
dos 25 Agropecuária Geral e
Km² Hab. Ocidental
Dourados Guaraní

O Rio São José dos Dourados tem extensão de 334,50 Km


(PRODESP/2005), sua nascente está localizada no município de Mirassol e
deságua em Pereira Barreto no Rio Paraná, passando por diversos municípios
paulistas, é constituído por aproximadamente 35 afluentes em toda sua
extensão.
Por ser um rio de corredeira, favorecia a piracema do dourado, peixe
que já foi encontrado em abundância no rio e “empresta” seu nome.

Figura 5. Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos – 18

17
A Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI 18, Bacia
do São José dos Dourados possui área territorial de 6.783,2 km 2 (IPT/2004),
abrangendo a área de 41 municípios, sendo 25 com sede na UGRHI, e 16 com
sede em outras UGRHIs. A população dos 25 municípios com sede na UGRHI
é de aproximadamente 215.000 habitantes (IBGE-2000).
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São José dos Dourados,
instalado em 7 de agosto de 1997, é composto por 26 municípios: Aparecida
d’Oeste, Auriflama, Dirce Reis, Floreal, General Salgado, Guzolândia, Ilha
Solteira, Jales, Marinópolis, Monte Aprazível, Neves Paulista, Nhandeara, Nova
Canaã Paulista, Palmeira d’Oeste, Pontalinda, Rubinéia, Santa Clara d’ Oeste,
Santa Fé do Sul, Santa Salete, Santana da Ponte Pensa, São Francisco, São
João das Duas Pontes, São João de Iracema, Sebastianópolis do Sul,
Suzanápolis, Três Fronteiras.
A Bacia do São José dos Dourados foi dividida em seis Sub-Bacias, a
saber:
(1) Baixo São José dos Dourados (área 2.247,1 km 2), (2) Ribeirão Ponte
Pensa (área 305,6 km2), (3) Ribeirão Coqueiro/Rio São José dos Dourados
(área 637,3 km2), (4) Ribeirão Marimbondo/Rio São dos Dourados (área 933,9
km2), (5) Médio São José dos Dourados (área 1.281,5 km 2) e (6) Alto São José
dos Dourados (área 1.387,8 km2);
A disponibilidade hídrica superficial total da bacia é de 10,72 m³/s, sendo
que a sub-bacia do Baixo São José dos Dourados conta com a maior
disponibilidade, ou seja, uma vazão mínima (Q7,10) igual a 3,13 m³/s. A sub-
bacia com menor disponibilidade é a do Ribeirão Ponte Pensa com 0,51 m³/s
de vazão mínima (Q7,10).
A ocorrência das águas subterrâneas é condicionada a presença de três
unidades aquíferas: Bauru, Serra Geral e o Guarani. O aqüífero Bauru, o mais
explorado, ocupa 94% da bacia e apresenta profundidade de até 250 m na
Bacia, já o Aquífero Guarani abrange a totalidade da bacia, sendo ainda pouco
explorado devido a sua profundidade (varia de 800 a 1.100m na UGRHI-18) o
que acarreta alto custo para sua utilização.
Dos municípios que compõem a Bacia do Rio São José dos Dourados,
19 se abastecem totalmente por meio de águas subterrâneas, enquanto 06
deles usam fontes mistas e apenas um se utiliza exclusivamente de águas
superficiais. Em termos de vulnerabilidade à poluição dos aquíferos, o
IG/CETESB/DAEE (1997) constatou nível Médio-baixo na maior parte da Bacia.
Atualmente o sistema de água e esgoto municipal é operado pela
SABESP em 21 dos 26 municípios da Bacia.
Muitos córregos apresentam processo de assoreamento por não serem
mais protegidos por matas ciliares. Poucos deles são utilizados para irrigação
de lavouras, destacando apenas o Córrego das Lagoas. Em boa parte o
volume de água é satisfatório e não apresenta Índice elevado de poluição e
também sofreram mudanças de seus cursos normais por terem sido
represados quando da construção da barragem da Usina Hidrelétrica de Ilha
Solteira.
Os principais cursos de água situados no município são:
Córrego do Limoeiro, do Paraíso, Três Irmãos, Parobi, Onça, Dois de
Abril, Pernilongo, Caçula, Boa Sorte, Quinze, Água Sumida, Mutum, Anta, das
Lagoas.

18
Caracterização socioeconômica: A Bacia do São José dos Dourados tem
como principais atividades econômicas a pecuária de leite e a fruticultura, com
destaque para o plantio de uva. Localiza-se nesta bacia um centro de
pesquisas da EMBRAPA que auxilia os produtores em especial das diversas
variedades de uva, além de outras frutas como pinha, coco, carambola, caju,
castanha e acerola. O setor comercial concentra-se nos municípios de Jales e
Santa Fé do Sul atraindo compradores da região, assim como de outros
estados (Minas Gerais e Mato Grosso do Sul). A Ponte rodoferroviária,
localizada na rodovia Euclides da Cunha, permite a interligação das regiões
produtoras para os portos exportadores e em consonância com a Hidrovia
Tietê-Paraná possibilitará o desenvolvimento regional em especial do setor
agrícola e do agronegócio. A Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira destaca-se na
produção de energia elétrica, sendo considerada uma das principais fontes de
renda do município.

Malha viária municipal: o município possui 55.079km de estradas rurais


pavimentadas e 165.197km de estradas não pavimentadas, contando as
estaduais e as vicinais. As principais estradas são:
As principais estradas de asfalto são:
SP 595 – Rodovia Gerson de Oliveira que faz a ligação do município com o
Assentamento santa Maria da Lagoa, Itapura, Andradina e Três Lagoas, MS.
SP 595 – Rodovia dos Barrageiros que faz ligação para os assentamentos
Estrela da Ilha, Estrada rural da Vitória, Cova da Onça e liga Ilha Solteira a
Santa Fé do Sul.
SP-310 – Rodovia Feliciano Salles da Cunha, que faz a ligação para o
Assentamento Estrela da Ilha e liga o município à Selvíria, MS e à Pereira
Barreto.
Nos últimos anos, após a introdução da cultura da cana de açúcar, as
estradas municipais de terra que dão acesso aos canaviais receberam
conservação também por parte das usinas interessadas, diminuindo assim
os problemas de manutenção durante o ano, inclusive trechos Melhor
Caminho foram implantados (Vide anexo – Mapa viário do município)

Quadro 4. Estradas pavimentas e não pavimentadas do município.


Extensão (Km)
Estado De Conservação/
Estrada/Código Não
Pontos Críticos Pavimentada
Pavimentada
SP 595 – Rod dos BarrageirosBom 19.652 -
Sp 310 Bom 13.381 -
Sp 595 Rodovia Gerson Dourado
Bom 22.046 -
Vitória Isa 0010 Melhor Caminho/ Regular - 37.832
Cova Da Onça Isa 0010 Melhor Caminho/ Regular - 52.880
Lagoinha Melhor Caminho/ Regular - 37.290
Santa Maria Da Lagoa Melhor Caminho/ Regular - 27.713
Buriti Regular - 9.482
TOTAL 55.079 165.197

19
Mapas anexo

Mapa 1 - Localização do município no Estado de São Paulo


Mapa 2 - Pedológico
Mapa 3 - Malha viária municipal
Mapa 4 - Localização das Microbacias no Município
Mapa 5 - Hidrografia (nascentes, riachos, córregos, ribeirões, rios

1.3 Dados Sócio- culturais:

População rural: de acordo com o censo 2010 IBGE, a população rural do


município é de 1.638 habitantes.
A área rural é constituída de grandes latifúndios, onde predomina a
monocultura da cana-de-açúcar, pastagem e de áreas menores como:
- Assentamento do Bairro Cinturão Verde com 122 famílias, com lotes de
variando de 5,0 a 10,0 ha.
- Assentamento Estrela da Ilha criado pelo Incra, com lotes variando de
2,0 a 5,0 ha.
- Assentamento Santa Maria da Lagoa criado pelo Incra com lotes de 5,0
ha.
A população rural no município é de 1544 habitantes, perfazendo um
percentual de 6,2% da população total do município (Gráfico 6).

Gráfico 8. População rural do município de Ilha Solteira


Fonte:http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/default.php?cod1=35&co
d2=352044&cod3=35&frm=ph_urb_rur

Acesso da População Rural a Serviços Básicos:

- Assistência técnica e extensão rural: são realizadas assistência técnica e


extensão rural pelos técnicos da Cati, Prefeitura Municipal de Ilha Solteira,
através do Departamento de agronegócio, Pesca e Meio Ambiente e Incra. O
público atendido é na maioria assentados e pequenos agricultores e muito
raramente grandes produtores. O atendimento é realizado a campo quando
solicitado e por meio de visitas técnicas ao longo do ano. Sendo que os
trabalhadores rurais também acabam procurando os serviços e informações no
departamento.

20
Crédito rural e microcrédito: entre os estabelecimentos bancarios existentes
do municipio contabilizamos três agências:
- Banco Bradesco, Banco do Brasil e Banco Santander.
Abaixo estão listadas as principais linhas de crédito disponíveis nestas
instituições e voltadas para o setor agropecuário :
- Banco do Brasil – custeio e investimento agropecuário – Linhas do pronaf e
FEAP – juros de de 1,5% a.a até 6,75% a.a
- Banco Bradesco – custeio e investimento agropecuário – juros de 6,25% a.a
-Banco Santander – custeio agropecuário – juros de 6,75 % a.a
OBS: Para maiores detalhes ou informações referentes ás linhas de
crédito citadas acima, procurar as agencias bancárias, ou estabelecimentos
responsáveis.

Educação: o acesso a Educação para as crianças, jovens e adultos residentes


na área rural são atendidos nas escolas localizadas na zona urbana. No gráfico
7 podemos identificar a população que reside em toda a área rural, de 0 a 80
anos ou mais.

Gráfico 9. População rural por idade no município de Ilha Solteira.


Fonte: dados recebidos do IBGE de Pereira Barreto.

Educação: o município não conta com escolas na área rural, porém oferece
todas as condições necessárias, como transporte e alimentação para atender
os alunos na cidade. O transporte escolar é realizado pela frota municipal, nos
três períodos (manhã, tarde e noite). O convívio dos alunos da área rural com
os da área urbana acontece de forma harmoniosa, sem discriminação,
seguindo os princípios adotados pelo Sistema de Educação do município. A
rede Municipal de Educação conta com: três creches (CEI), 04 Escola
Municipal de Ensino Infantil (EMEI) e três Escola Municipal de Ensino
Fundamental – Ciclo I (EMEF), do 1º ao 5º Ano, como pode ser visto a seguir:

21
Ensino Infantil: no Ensino Infantil atende-se crianças na faixa etária de 4
meses a 6 anos incompletos, da seguinte maneira:
CEI Sorriso de Criança
CEI Sorriso de Crian
CEI Cantinho do Saber
EMEI Juliana Pimentel Barakat (Patinho D’Água)
EMEI O Pequeno Polegar
EMEI Gente Miúda
EMEI Eva Costa

Ensino Fundamental – Ciclo I (1º ao 5º Ano)


EMEF Profa. Lúcia Maria Donato Garcia (LMDG)
EMEF Aparecida Benedita Britto da Silva (ABBS)
EMEF Prof. Paulo Freire

Escola em Tempo Integral

Foi reformulada a Escola em Tempo Integral em 2009 com o objetivo de


proporcionar aos alunos uma ampliação na jornada de educação, contribuindo
para a construção de conhecimentos, atitudes e valores. A Escola em Tempo
Integral traz um elemento novo, importantíssimo, para o processo educacional:
a ampliação do tempo de permanência dos alunos na escola. Essa ampliação
permite uma transformação na qualidade do processo ensino-aprendizagem
proporcionando envolvimento, empenho e criatividade dos educadores,
direção, comunidade e família. A proposta curricular é voltada para os
interesses e as necessidades dos alunos e da comunidade. Devem ser
observados os avanços científicos, tecnológicos e culturais da sociedade
contemporânea. O Projeto Escola em Tempo Integral conta com uma matriz
curricular que privilegia a melhoria significativa da aprendizagem do aluno, por
intermédio de oficinas curriculares que abordam as áreas de linguagem,
matemática, esportivas e culturais e da formação social, através de um trabalho
diferenciado, por meio de projetos.
A escola é o espaço onde se trabalha as diversidades humanas e a
Educação Inclusiva garante o cumprimento do direito constitucional
indisponível a qualquer criança ao acesso à educação, já que pressupõe uma
organização pedagógica e práticas de ensino que atendam as diferenças entre
os alunos sem discriminações, beneficiando a todos o convívio e o crescimento
na diversidade. Não há dúvida que a implementação da Educação Inclusiva no
sistema educacional brasileiro não é uma tarefa simples. Trata-se de uma
enorme (porém, não impossível) desafio para o professor garantir o
aprendizado de alunos com deficiências ou grandes dificuldades cognitivas,
psicomotoras, sensoriais e psicológicas. As diversas dificuldades trabalhadas
na aprendizagem são: Deficiência Intelectual, Deficiência Visual, Deficiência
Auditiva, Deficiência Física, Deficiência Múltipla; Condutas Típicas (síndromes),
Paralisia Cerebral, Distúrbios de Aprendizagem, Altas habilidades
(Superdotação), Língua Brasileira de Sinais (Libras) e outras. Acreditamos que
“não é inclusão para todos e sim inclusão para cada um”, já que a
individualização do processo ensino-aprendizagem é a base em que se
constitui um currículo inclusivo.

22
A educação de jovens e adultos (EJA) atende jovens a partir de 15 anos
e adultos, oferecendo o Ensino Fundamental de 1ª a 8ª séries, no período
noturno (19 h às 23 h) na escola ABBS.
O Departamento Municipal de Educação conta com uma Equipe
Multidisciplinar. No Estado de São Paulo, Ilha Solteira se destaca pela ousadia
de implantar dentro da Educação uma equipe multidisciplinar. Parafraseando
Garcia (1994) é preciso participar com atividades de inovação e mudança para
encontrar sentido através de entendimentos e vontades. Mais do que ser
professor, psicólogo, assistente social, pedagogo ou fonoaudiólogo, é decisiva
a atribuição de significados que cada um coloca na sua participação no
processo educativo. Esta equipe atende as necessidades dos alunos, cada um
dentro de sua área trazendo contribuições para a resolução das necessidades
de cada educando. O trabalho multiprofissional implica em responsabilidade,
respeito aos colegas, onde realiza cada um o seu trabalho de forma que a
equipe cresça principalmente na qualidade dos serviços prestados. Nesta
parceria todos são privilegiados, pois o trabalho em conjunto amplia o
conhecimento e propicia novas aprendizagens.
Os projetos desenvolvidos na Escola em Tempo Integral são oferecidos
no Ensino Infantil e Ensino Fundamental e são:

Ensino Infantil:

Psicomotricidade: a Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a


formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal
incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança.
Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam
e se relacionam com o mundo em que vivem. A Psicomotricidade nada mais é
que se relacionar através da ação, como um meio de tomada de consciência
que une o ser corpo, o ser mente, o ser espírito, o ser natureza e o ser
sociedade. O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a
formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e
psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, de atividades
lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através da recreação a criança
desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do
comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental
de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades considerando
seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a
aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na
conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo.

Ensino Fundamental – Escola Em Tempo Integral:

Aprender, Crescer e Empreender: o desafio de desenvolver empreendedores


é formar indivíduos responsáveis pelo seu próprio futuro e das comunidades
em que vivem. Indivíduos solidários, cooperativos, éticos, responsáveis e
comprometidos com uma sociedade mais justa. Os objetivos são: desenvolver
nos alunos uma visão de mundo mais ampla e perspectivas de futuro; formar
crianças e jovens criativos, críticos, aptos a desenvolver idéias e motivados a
buscar auto-realização, através da interiorização de valores e competências

23
duráveis para suas vidas; introduzir noções básicas de empreendedorismo, e
transmitir valores.

Artes Visuais: durante a aula o aluno explora a expressão da emoção, os


sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades ao utilizar-se das
diferentes linguagens: corporal, musical, plástica, oral e escrita. Os objetivos do
projeto são: propiciar o desenvolvimento do pensamento artístico e da
percepção estética, caracterizando um modo próprio de ordenar e dar sentido a
experiência humana; - desenvolver a sensibilidade, a percepção e a
imaginação no domínio do conhecimento artístico, necessário para
compreender a arte como meio de humanização da realidade; - desenvolver o
equilíbrio emocional; - desenvolver a observação, expressão artística e a
criticidade; - reconhecer as Artes Visuais como forma de expressão das
emoções; promover o desenvolvimento integral da criança nos aspectos
conceituais, procedimentais e atitudinais.

Hora Almoço: momento de interação, socialização e prazer entre os alunos do


período. O almoço é fornecido pela equipe da Cozinha Piloto, onde é
inspecionada por nutricionista, profissional capacitado, integrante da equipe. A
alimentação é feita com dedicação, responsabilidade e carinho por todos, com
variações de cardápio balanceado, ajudando no desenvolvimento físico e
intelectual dos nossos alunos. A alimentação saudável é fundamental para se
ter qualidade vida.

Hora Tarefa: a realização da tarefa na escola, desenvolvido no Período


Integral, proporciona aos alunos um momento de reflexão e aprendizagem. No
campo pessoal, profissional e social a “tarefa” aparece sendo continuação de
responsabilidades assumidas durante nossa caminhada humana. O aluno
através desses momentos é acompanhado por um profissional especializado,
trabalham atividades curriculares, ensinando técnicas de organização pessoal
para estimular a concentração e facilitar o desempenho escolar.

Educação Ambiental: a Educação Ambiental tem como finalidade sistematizar


as informações e experiências de temas pertinentes ao meio ambiente e a
relação do homem com este. Trabalhar com os alunos os conceitos
necessários para uma postura de mudança de valores, aquisição de novos
saberes, conscientização e sensibilização, para serem mediadores desses
conhecimentos aos familiares e a comunidade, formando uma rede de
defensores do meio ambiente. As atividades desenvolvidas são realizadas por
meio de aulas dialógicas, atividades lúdicas, recursos audiovisuais, exposições
temáticas, passeios e visitas técnicas, exposição de trabalhos e participação
em eventos. A Educação Ambiental tem uma visão humanista, participativa e
holística, capaz de contribuir no processo educativo como componente
essencial no processo de formação e educação permanente, de maneira formal
e não formal em toda e qualquer esfera de ensino de acordo com a Lei nº
9795/99. Este trabalho busca despertar na criança a inter-relação e a
interdependência que há entre o homem e o meio ambiente, tornando-os
agentes de mudança para a construção de valores e princípios como da
participação, da solidariedade, da co-responsabilidade e da equidade na
comunidade em que vivem.

24
Educação Física: a Educação Física é uma disciplina que integra o educando
na cultura corporal, formando o cidadão que irá produzi-la, reproduzi-la e
transformá-la através dos jogos, dos esportes, das lutas, da ginástica e das
danças, na busca do exercício crítico da cidadania e de uma melhor qualidade
de vida. Ela é considerada como um meio educativo privilegiado, pois abrange
o ser na sua totalidade, objetivando o equilíbrio, a saúde do corpo, a aptidão
física para a ação e o desenvolvimento dos valores morais. Não se pode falar
de um corpo fragmentado, mas de uma totalidade capaz de conectar
pensamentos e movimentos através de ligações de sensibilidade. Nesta
relação corpo e emoção o que importa não é o gesto pelo gesto, mas o
significado deste diante do mundo. Esta disciplina permite ao educando exercer
todas as suas potencialidades, desenvolve as funções mentais, a coordenação
motora, a criatividade, a livre expressão e a sociabilidade, também auxilia no
desenvolvimento global do individuo, isto é, no aspecto cognitivo, psicomotor e
afetivo. Observação: Este projeto também é desenvolvido no Ensino Infantil.

Cidade da Criança: têm por objetivo proporcionar momentos de intenso prazer


e entretenimento aos alunos. As atividades são desenvolvidas e orientadas
pelos profissionais de educação física, que estabelecem as regras de
convivência e brincadeiras, desenvolvendo no educando habilidades de
socialização, interação, coordenação e construção, ajudando-o no ensino-
aprendizagem através de brincadeiras e jogos. “Brincar com criança não é
perder tempo, é ganhá-lo, se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda
é vê-los sentados, em salas sem ar com exercícios estéreis, sem valor para
formação do homem” (Drummond)

Tênis de Mesa: o tênis de mesa é uma modalidade esportiva olímpica que


trabalha com diversas capacidades físicas, auxiliando na sociabilização de
seus praticantes e nos aspectos cognitivos dos mesmos. É um esporte onde o
grau de dificuldade é mínimo, com uma evolução muito rápida, proporcionando
um alto nível de prazer e satisfação para seus praticantes iniciantes,
principalmente para as crianças, podendo ser praticado pelos diversos biótipos.
A análise do tênis de mesa tem como finalidade o desenvolvimento humano,
desenvolvimento motor, desenvolvimento técnico, aprendizagem motora,
treinamento desportivo, características específicas da modalidade e da
formação esportiva.

Dança: a dança promove a expressividade nos alunos e torna-se um meio de


apoio educacional que desenvolve a técnica aplicada à correção, coordenação
motora, reflexo, memorização, concentração, conscientização corporal,
percepção rítmica, postura, flexibilidade, resistência, força muscular e também
incentiva a sociabilização, apreciação e valorização das artes, fortalece a auto-
estima, gera bem estar e combate o stress, melhoram funções vitais como
digestão, respiração e circulação, além de estimular a criatividade e colaborar
para a discriminação de valores, julgamento, comunicação, cooperação,
decisão e ação.

Damas: jogo de Damas pode desenvolver raciocínio, concentração, facilidade


de analisar com precisão antes de tomar decisões, criação artística, controle
nervoso, o estudo sistematizado, o gosto pelos estudos, a prática desportiva

25
saudável. Ele constitui uma distração sadia, que leva a criança ao treinamento
da memória, à reflexão, melhorando a aplicação nos estudos. É uma prática
que prende a atenção, obriga a concentrar-se a refletir muito e ter mais rapidez
de raciocínio. Muitos alunos encontram neste jogo um meio de desenvolver seu
potencial intelectual, que, às vezes, demoraria muito para se desenvolver pela
falta de estímulos adequados.

Xadrez: a ideia básica de se levar o xadrez às escolas reside no fato que o


xadrez oferece um ambiente ímpar para desenvolvermos nossa criatividade,
além de ser um excelente meio de recreação e de formação do caráter dos
alunos. Neste particular, o Xadrez é uma atividade primordial por excelência,
não só por atender às características de desporto, estimulando, entre outros, o
espírito competitivo e autoconfiança, como se adequando às exigências da
educação moderna. O imenso mérito do xadrez é que ele responde a uma das
preocupações fundamentais do ensino moderno: dar a possibilidade de cada
aluno progredir segundo seu próprio ritmo, valorizando assim a motivação
pessoal do escolar.

Capoeira: a Capoeira enquanto instrumento pedagógico de intervenção no


âmbito da escola prioriza o desenvolvimento da auto-estima, autonomia e
construção da identidade por parte dos alunos como uma possibilidade de
construção de um espaço de integração, formação, confraternização e
aprendizagem, voltado para os alunos das escolas municipais. Os movimentos
da capoeira não apresentam um fim em si mesmo e, através deles, a criança
conhece seu corpo e busca desenvolver ao máximo sua capacidade motora,
afetiva e cognitiva, explorando e vivenciando suas possibilidades. A capoeira
adquire um papel importante na medida em que pode estruturar um ambiente
facilitador e adequado para a criança, oferecendo experiências que vão resultar
num grande auxiliar de seu desenvolvimento motor.

Natação: a natação ajuda no desenvolvimento físico e mental, melhora o


condicionamento através da estimulação dos sistemas cardiovascular e
respiratório, além de propiciar uma simetria de movimentos entre braços e
pernas. Essa movimentação simultânea de braços e pernas desenvolve a
coordenação e a lateralidade. É considerada um dos exercícios mais completos
na atualidade, a ponto de exceder o simples divertimento ou a prática
desportiva, para ser utilizado com finalidades terapêuticas na recuperação de
atrofias musculares e tratamento de problemas respiratórios. Além dos
benefícios físicos, a natação também relaxa sua mente e ativa sua memória já
que garante ótima oxigenação para o cérebro. A natação exige grande
concentração na respiração e nos movimentos fazendo com que você alivie as
tensões e esqueça os problemas do dia-a-dia.

Iniciação Esportiva (Handebol, Basquete, Voleibol e Futsal): o objetivo


principal é a iniciação aos jogos desportivos coletivos, nos quais acontecem os
primeiros contatos das crianças e adolescentes com as atividades desportivas.
Dessa forma, as fases seguintes não devem limitar-se exclusivamente a esse
método, ou seja, tornam-se necessárias outras possibilidades de ensino, que
contemplaremos mais adiante. A educação física escolar tem função primordial
nessa fase, aumentando a quantidade e a qualidade das atividades, visando

26
ampliar a capacidade motora das crianças, a qual poderá facilitar o processo
de ensino-aprendizagem nas demais fases. De qualquer modo, seja na escola
ou no clube, a efetividade da preparação e da formação geral que constituirão
a educação geral dos atletas no futuro só poderá ser maximizada na interação
professor/técnico, escola, aluno/atleta e demais indivíduos que têm influência
no desenvolvimento dos jovens. Sendo assim, o sucesso da educação das
crianças e adolescentes depende muito da capacidade do professor/treinador e
de cada cenário onde o trabalho é desenvolvido. A literatura especializada do
treinamento infantil demonstra que, nessa fase, devem-se observar as
condições favoráveis para o desenvolvimento de todas as capacidades e
qualidades na aplicação dos conteúdos do ensino, por meio de uma ação
pedagógica sistematizada.

Inglês: ensinar a Língua Inglesa nas séries iniciais é construir um caminho


comunicativo para que a criança seja capaz de transmitir e assimilar o
conhecimento da sociedade e do mundo em que vive. O ensino da Língua
Inglesa nos anos iniciais, fortalecido com uma visão crítica, pode encaminhar a
criança para a construção de seu próprio conhecimento, permitindo que ela se
inicie na sociedade como agente transformador e construtor de uma nova
mentalidade. Integrada à área de linguagens, códigos e suas tecnologias, a
Língua Inglesa assume a condição de fonte indissolúvel do conjunto de
conhecimento que permite à criança dos anos iniciais aproximar-se de várias
culturas, propiciando sua integração num mundo globalizado.

Laboratório de Informática: o Laboratório de Informática Educacional tem a


intenção de potencializar aos alunos o acesso às diversas tecnologias. O
professor propõe pesquisas na Internet, sugere sites, atividades de desenho,
leitura e escrita e desafios matemáticos aos alunos. Apresenta como objetivo
geral possibilitar ao aluno a capacidade de utilizar as tecnologias de informação
e comunicação da forma mais adequada à realização de suas ações como
estudante e como cidadão. Observação: Este projeto também é desenvolvido
no Ensino Infantil.

Oficina de Leitura: a prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde


o momento em que começamos a “compreender” o mundo à nossa volta, no
desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de
perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional
com a que vivemos no contato com os livros. O projeto de leitura vem
desenvolver nos alunos essa competência: ler por prazer. Ler deve ser
prazeroso e significativo. Lugar onde o aluno possa viajar no mundo da
imaginação, propiciando momentos de prazer, aprendizagem e descoberta. Os
livros levam a vivenciar estes momentos de magia e sedução. O trabalho de
leitura na biblioteca escolar tem por finalidade construir nos alunos hábitos de
leitura, formando bons leitores, com autonomia e capacidade de: interpretar,
questionar, compreender, refletir, compartilhar, sonhar se emocionar,
proporcionado ao aluno saberes, auxiliando-o no ensino-aprendizagem e na
construção de seus conhecimentos.

Oficina de Matemática: na oficina curricular os princípios básicos a serem


valorizados serão: a reflexão crítica, a curiosidade científica, a investigação e a

27
criatividade, associado ao conteúdo desenvolvido na escola regular, para
proporcionar significado e conseqüentemente o interesse do aluno, passar para
eles que a oficina apesar de ter práticas pedagógicas diferentes das aulas
regulares, ela não deve ser entendida como parte distinta e estanque das aulas
regulares e sim uma ação de natureza contínua, com dinâmicas, onde
desenvolvem a criatividade de forma mais livre e prática. As oficinas devem
trabalhar o desenvolvimento das habilidades específicas, permitindo ao aluno
construir seu conhecimento, sem desvalorizar o papel do professor como
mediador deste conhecimento. Desenvolve o senso crítico do aluno, para que
ele possa juntamente com o professor encarar os problemas da escola dentro
de um contexto social e educacional, cumprindo o compromisso de gerar
aprendizagens e formar cidadãos.

A rede estadual conta com duas escolas de Ensino Fundamental, que


oferece ensino de 6º ao 9º ano e uma escola de Ensino Médio (1º, 2º e 3º
Anos).

ENSINO FUNDAMENTAL CICLO II:


EE Professora Léa Silva Moraes
EE Arno Hausser

ENSINO MÉDIO
EE Urubupungá

ENSINO PROFISSIONALIZANTE

Etec de Ilha Solteira


Implantada pelo Centro Paula Souza em 1993, com a habilitação
profissional de Técnico em Máquinas Navais. A criação da escola foi motivada
pelo desenvolvimento da Hidrovia Tietê - Paraná. Em outubro do mesmo ano, a
escola foi transferida para o Centro Paula Souza, oferecendo mais duas
habilitações: Enfermagem e Eletrotécnica em cursos regulares.
Em 1997, passou a oferecer cursos de Qualificação Profissional IV em
Processamentos de Dados e Eletrotécnica. No ano seguinte, todos os cursos
passaram a modulares, sendo também implantado o curso de Turismo em três
módulos.
Atualmente a Etec oferece Enino Médio e vários cursos
profissionalizantes, tais como:
Açúcar e Álcool; Comércio; Eletrotécnica; Enfermagem; Hospedagem;
Informática; Informática para Internet; Mecânica; Meio Ambiente e Turismo
Receptivo.

ENSINO SUPERIOR

A UNESP de Ilha Solteira, além de oferecer ensino de qualidade, tem se


revelado como um pólo de desenvolvimento regional e um centro de excelência
em suas atividades de pesquisas científicas e tecnológicas. Para isso, mantém
inúmeros laboratórios de ensino e pesquisa, e uma fazenda experimental. A
universidade oferece oito Cursos de Graduação: Período integral: Agronomia,
Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Zootecnia.

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Período noturno: Licenciaturas em Ciências Biológicas, Física e Matemática.
Oferece também cinco Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu:
Agronomia (Mestrado/Doutorado), Ciência dos Materiais (Mestrado/
Doutorado), Engenharia Civil (Mestrado), Engenharia Elétrica
(Mestrado/Doutorado) e Engenharia Mecânica (Mestrado), além de Cursos de
Extensão e de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização.
A Faculdade de Ilha Solteira – FAISA, oferece cursos de nível superior
na área de administração, pedagogia e direito. Oferece também cursos de pós-
graduação em: Especialização em Administração; Especialização em Direito e
Especialização em Pedagogia.
O acesso do ensino para os alunos residentes no meio rural e que
estudam na área urbana está disposta na tabela abaixo.

Tabela 3. Quantidade de alunos residentes na área rural.


Tipos de Ensino Nº alunos
Infantil 58
Fundamental- Ciclo I 251
Ensino Fundamental- Ciclo II 74
Ensino Médio 63
EE Urubupungá e Etec
EJA 49
Ensino Profissionalizante 04
ETEC
Superior 08
TOTAL 507
Fonte: Secretaria de Educação, Ilha Solteira.

Saúde: Em relação à estrutura voltada para a área de saúde, o municipio,


conta com uma Unidade Hospitalar implantada pela CESP e atualmente esta
sendo admistrado pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência
de Deus. Além da unidade hospitalar o municipío conta ainda com duas
unidades basicas de saúde , tres unidades de PSF , um centro odontológico ,
um centro de reabilitação dos disturbios da fala – CERDIF , um centro de
controle de zoonoses , um centro de atendimento ao trabalhador e uma
farmácia municipal toda esta infraestrutura voltada para a prevenção de
doenças tem garantido uma qualidade de vida excelente aos moradores. Na
Tabela abaixo podemos observar qua as estatisticas vitais e de saúde do
municipio estão na sua maioria acima dos indices da região administrativa e do
estado de São Paulo. (Fonte: IBGE – 2009). De acordo com informações do
Departamento de Saúde, são ministradas mensalmente palestras nos
assentamentos sobre: Saúde Feminina, DST, Programa Mãe Menina, Gravidez
na Adolescência. São realizadas buscas ativas sobre as crianças que estão
com a carteira de vacinação em atraso. Acontecem visitas médicas domiciliares
para os pacientes impossibilitados de ir até o PSF (Posto de Saúde Familiar),
além de visitas realizadas por auxiliares de enfermagem para pacientes
acamados e para procedimentos de: medicação, curativos, aferição de pressão
arterial entre outros procedimentos.

29
Tabela 4. Estatisticas vitais e de saúde do municipio

Fonte: SEADE (modificado)

Segurança:

O patrulhamento rural no município é realizada por uma equipe composta por


12 policiais militares ambientais em três viaturas, os quais são responsáveis
também por mais 9 municípios na região. O patrulhamento é realizado
conforme a demanda de ocorrências. Os tipos mais frequentes de problemas
encontrados são: áreas degradadas, presença de gado em APP, caça e pesca
predatória, corte de árvores e furto de gado. Nos casos onde se registram as
ocorrências policiais mais comuns, tais como furtos nas casas, furto de gado e
de máquinas, óleo diesel, baterias e outros equipamentos agropecuários, são
feitos boletins de ocorrência na Delegacia de Polícia local e encaminhados
para investigação pela Policia Civil. Tal problema pode ser sentido com mais
constância nas propriedades próximas à área urbana, onde são constantes os
furtos de animais, frutas, fios, equipamentos, material de alvenaria, invasões.

Transportes: A frota do município, avaliada no ano de 2008, era composta por


10.183 veículos, classificados no Quadro 5 em:

Quadro 5. Classificação da frota municipal.

Tipo de Veículo Unidades


Automóvel 6021
Caminhão 215
Caminhão Trator 12
Caminhonete 532
Micro-Ônibus 24
Motocicleta 2478
Motoneta 830
Ônibus 69
Trator de Rodas 02
Fonte: Secretaria de Transportes, Ilha Solteira 2009.

30
Saneamento: apesar de o município ter o esgoto 100% tratado nas residências
da zona urbana, o esgoto produzido nas propriedades agrícolas é recolhido por
fossas negras em praticamente todas e esse fator contribui enormemente para
a contaminação do lençol freático, como pode ser observado na análise das
águas provenientes de poços comuns, contaminadas com coliformes fecais
em 98% das amostras. Temos ainda o problema de algumas propriedades
localizadas ao longo dos córregos não possuírem nem a fossa negra
instalada, sendo o esgoto jogado diretamente nestes córregos. O lixo
doméstico produzido nas propriedades é jogado em buracos e queimado, em
quase a maioria delas. Em algumas propriedades localizadas próximas à
zona urbana e quando o proprietário mora na cidade e tem contato diário
com a propriedade, há o recolhimento para reciclagem, porém este fato é
exceção. Não existe a prática de compostagem nas propriedades rurais, e os
cadáveres animais em sua grande maioria são jogados nas pastagens ou em
valas próximas às áreas de preservação de permanente. Com relação às
embalagens de agrotóxicos não existe no município um ponto de coleta deste
material. Apesar das atividades de divulgação para produtores rurais, poucos
realizam a tríplice lavagem das embalagens ou utilizam do equipamento de
proteção individual (EPI) para proteção durante o preparo e aplicação dos
agrotóxicos.

Abastecimento de Água: nas propriedades rurais do município o


abastecimento de água é fornecido por poços comuns tipo “cacimba” ou
“caipira” na maioria delas e como já foi relatado, contaminados em 98% das
amostras devido a grande quantidade de fossas negras existentes. Quando
a propriedade possui poço semi-artesiano este fato diminui bastante, pois a
água fornecida por este tipo de poço é de melhor qualidade. Quase nenhum
dos poços artesianos instalados possui Outorga de Uso da Água e esse
fator influencia negativamente quando o produtor necessita de financiamento
para irrigação com uso desta água, pois as instituições bancárias exigem a
Outorga. De acordo com dados do DAE (Departamento de Água e Esgoto) da
prefeitura municipal de Ilha Solteira, o abastecimento de água do município
ocorre exclusivamente através de poços semi-artesianos, totalizando 15 poços.
Em relação à estrutura do abastecimento de água, o DAE mantém um sistema
de captação, recalque e distribuição capaz de atender todo o município. Conta
com uma capacidade de produção de 22.780 m3/dia (no poço), capacidade de
reserva de 8.133m3, capacidade de tratamento 16.848m 3/dia e o consumo
médio do município é de 10.084,66m 3/dia. Segundo o DAE, 100% do município
é abastecido com água, o sistema ainda permite aumento da produção em
30%.

Energia elétrica: A Usina Hidrelétrica Ilha Solteira é a maior usina da CESP e


do Estado de São Paulo e a terceira maior usina hidrelétrica do Brasil. Está
localizada no Rio Paraná, entre os municípios de Ilha Solteira (SP) e Selvíria
(MS). Em conjunto com a UHE Engenheiro Souza Dias (Jupiá), compõe o sexto
maior complexo hidrelétrico do mundo. Sua potência instalada é de 3.444,0
MW e tem 20 unidades geradoras com turbinas tipo Francis. A usina foi
concluída em 1978. É uma usina com alto desempenho operacional que, além
da produção de energia elétrica, é de fundamental importância para o controle
da tensão e freqüência do Sistema Interligado Nacional. Sua barragem tem

31
5.605 m de comprimento e seu reservatório tem 1.195 km 2 de extensão. O
Canal Pereira Barreto, com 9.600 m de comprimento, interliga os reservatórios
da Usina Hidrelétrica Ilha Solteira e da Usina Hidrelétrica Três Irmãos,
propiciando a operação energética integrada dos dois aproveitamentos
hidrelétricos. Segundo LUPA 2008, 483 propriedades, sendo que 100% tem
acesso a energia elétrica, e não costuma ocorrer quedas com frequência.. A
empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no município é a
Elektro.

Meios de Comunicação: no Assentamento Estrela da Ilha e Cinturão Verde


existe acesso a internet via rádio, e apenas no Assentamento Santa Maria da
Lagoa não possui, mas mesmo assim, alguns possuem o serviço de internet
via celular. O acesso a informação se dá por meio de rádio (mídia falada) na
frequência modulada FM e mídia escrita, Jornal do Assentado, Folha da Ilha,
Voz do Povo e Jornal online do município. A telefonia fixa está disponível no
Cinturão Verde, porém ainda não nos outros assentamentos, que utilizam o
celular. A agência local do ECT (correios e telégrafos) não faz distribuição de
correspondência fora da zona urbana, porém é bastante procurada pelos
moradores das áreas rurais para o recebimento das correspondências da
posta restante.

Cultura: recentemente foi instalada uma biblioteca no Assentamento Cinturão


Verde. Também é oferecido o Cinema nos Bairros em todos os assentamentos.

Lazer: no Cinturão Verde comemora-se a Festa do Peão e a Festa Junina. Na


Fazenda Lagoinha é realizada a Cavalgada, Boi no Rolete e Prova do Laço. E
no assentamento Estrela da Ilha também é realizada a Cavalgada. Todos os
eventos são anuais.

Programas Sociais: a população do municipio tem acesso á programas de


assitencia social do governo apartir do SUAS (Sistema Unico de Assitência
Social), proporcinado pela prefeitura muncipal, que têm como principais
funções a vigilância sócio-assistêncial, defesa social e institucional e a proteção
básica e especial. Além disso o Departamento Municipal de Ação Social
disponibiliza 60 cestas básicas mensalmente para os assentados que
necessitam. No Quadro 6 estão listados todos os programas desenvolvidos na
área de promoção socila do municipio .

32
Quadro 6. Ações e programas desenvolvidos na área de Promoção Social.
Programa Ação Desenvolvida Dificuldades da Dificuldades do serviço
população/profissionais
-Reuniões informativas semanais; -Falta de emprego ( instabilidade -Falta estrutura física
-Entrevistas para cadastramento e financeira); -Dificuldade em manter adequada ( equipamentos,
recadastramento; as necessidades básicas ( gastos recursos humanos)
-Reuniões sócio educativas quinzenais; com aluguel, energia elétrica...); - -Para centralizar as
Bolsa Família -Controle da freqüência escolar; Dificuldades na educação dos filhos; informações do PBF e ações
-Controle antopométrico; - Percepções profissionais: Apatia sejam realizadas com coesão,
-Visitas domiciliares e acompanhamento na condução do desenvolvimento eficiência, eficácia e
das famílias e encaminhamento para a familiar;Falta de limite na educação efetividade.
rede de serviços dos filhos; Drogadição/ alcoolismo.
-Reuniões sócio-educativas quinzenais;- -IDEM ao PBF -Idem na infraestrutura e,
Entrevista para inclusão; Visitas -Percepções profissionais: -Falta de concretude na
Renda Cidadã domiciliares e acompanhamento das -apatia na condução do articulação da rede de serviço
famílias; Acompanhamento do desenvolvimento familiar; (isso gera duplicidade de
rendimento escolar e vacinação dos -Falta de limite na educação dos atendimento e/ou não
filhos;-encaminhamento para a rede de filhos; cobertura das demandas
serviços -Drogadição/alcoolismo existentes.
-Frequência e rendimento escolar dos -Dos Adolescentes: Valor da Bolsa -Falta de
Criança e Adolescente adolescentes; Apoio psicossocial aos insuficiente para manter suas equipamentos(computadores ,
adolescentes e as famílias; Oficinas necessidades; Muita cobrança estufas, veiculo, entre outros
Projeto Agrícola Social sócio-educativas com os adolescentes; /pouco investimento específicos para o
e Oficinas sócio-educativas com os pais; -Dos pais: Falta de emprego; desenvolvimento do projeto).
Ilha de Papel Atendimento individual com os Dificuldades nas relações familiares;
adolescentes e/ou pais para Falta de limites dos filhos -Falta de recursos Humanos
encaminhamentos e orientações. -Percepções Profissionais: Falta de (Ilha de papel)
Orientações técnicas e sociais para os planejamento financeiro;
adolescentes-Participação em curso e Adolescentes sem projeto de futuro;
eventos; Visitas domiciliares, Apatia na condução das relações
Acompanhamento da freqüência e familiares
rendimento escolar dos adolescentes;
Apoio psicossocial aos adolescentes e

33
as famílias.
Projetos de inclusão produtiva: trabalho Conciliar o papel de mãe e dona de Organização do projeto
artesanal visando retorno financeiro às casa com o trabalho e eventuais enquanto empresa; acesso a
famílias, incentivo ao trabalho em grupo, “bicos”; organização relacionada a classe média para vendas;
acompanhamento famílias renda familiar; em alguns casos aquisição de novos materiais.
Projeto Cursinho Social ETE Incentivo e dificuldade de comprometimento Captação de professores
apoio a educação profissionalizante; com o projeto voluntários, manutenção no nº
Oferecimento de aulas periódicas Conciliar estudo com trabalho; ter inicial de alunos,
visando a preparação para o ingresso a persistência e freqüência nas aulas. remanejamento de aulas em
CRAS Escola Técnica; Freqüência e interesse em caso de faltas de professores
Atividades Ocupacionais: participar; (“troca” de horários).
Ginástica aeróbica e localizada; Divisão do espaço físico entre
Bordado; os grupos, adesão das
Crochê e Tricô. pessoas acompanhadas aos
grupos.
Ações Comunitárias Padaria Artesanal; trabalhos manuais; Distância do centro para as vendas Não participação dos
JNH esporte/ lazer; entrega do leite (padaria) moradores do bairro nas ações
Supervisão das ações de toda a política incompreensão do novo controle Ausência de equipe para
de Assistência social; (execução direta e sobre as ações; incompreensão planejamento e análise dos
Ações de gestão indireta); Controle dos recursos públicos sobre o que é prioridade na As. dados; insuficiência de
da As. Social; Apoio aos Conselhos de Social profissionais para a execução
Direitos e de cidadania da proposta; insuficiência de
equipamentos
-Reuniões informativas semanais; -Falta de emprego (instabilidade -Falta estrutura física
-Entrevistas para cadastramento e financeira); Dificuldade em manter adequada ( equipamentos,
recadastramento; as necessidades básicas (gastos recursos humanos)
-Reuniões sócio educativas quinzenais; com aluguel, energia elétrica...); -Para centralizar as
Bolsa Família -Controle da freqüência escolar; Dificuldades na educação dos filhos informações do PBF e ações
-Controle antopométrico; Percepções profissionais: Apatia na sejam realizadas com coesão,
-Visitas domiciliares e acompanhamento condução do desenvolvimento eficiência, eficácia e
das famílias e encaminhamento para a familiar; Falta de limite na educação efetividade.
rede de serviços dos filhos; -Drogadição/ alcoolismo.
Fonte: Prefeitura Municipal.

34
Organização Rural:

Associações e Cooperativas:
O municipio conta com um total de 8(oito) associações e/ou cooperativas
relacionadas a agropecuaria, sendo que grande parte destas é formada por
pequenos produtores vindos principalmente dos assentamentos do municipio.
Dentre estas contamos com, Associação de Pequenos Agricultores do Projeto
Cinturão Verde de Ilha Solteira - APAPCVIS; Associação dos Produtores das
Roças Familiares - APROFISA; Associação dos criadores de Organismos
Aquaticos de Ilha Solteira; Associação dos Trabalhadores Rurais de Ilha
Solteira - Renascer; Associação dos Trabalhadores Rurais de Ilha Solteira -
Terra e Vida; Cooperativa de Produção Agropecuaria, Hortifrutigranjeiro e
Piscicultura Campo Verde; Associação Sol Nascente; Associação União da
Vitória.

Administração e Departamentos Municipais: A prefeitura municipal conta


com a seguinte estrutura administrativa :
-Administração
-Agronegócios, Pesca e Meio Ambiente
-Assuntos Jurídicos
-Bem Estar Social
-Cultura
-Desenvolvimento do Trabalho e Emprego
-Desenvolvimento, Economia, Ciências e Tecnologia
-Educação
-Esportes
-Finanças
-Habitação, Saneamento e Urbanismo
-Manutenção e Serviços
-Saúde
-Secretaria Municipal
-Segurança e Trânsito
-Turismo

1.4. Caracterização ambiental

Áreas de Proteção: no levantamento Lupa 2008 o município apresentou


1.044,70ha de vegetação natural, distribuídos em 58 propriedades e
ocupando 2,26% da área do município e 2.099,70ha de brejos e várzeas,
distribuídos em 72 propriedades, ocupando 2,26% da área do município. E a
área de reflorestamento foi de 21,30ha distribuídas em 3 propriedades
ocupando 0,05% da área do município.

Impactos Ambientais: A degradação ambiental tem sua origem desde a


construção da barragem da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira na década de
1980, que inundaram grande área de solo bastante fértil, causaram perda de
matas ciliares, afetando também a fauna da região. Com a introdução nos
lagos da hidroelétrica, as espécies de peixes de hábitos alimentares
carnívoros não pertencentes às espécies nativas, houve também impactos
nessas populações. Ocorreram impactos ambientais na ocasião de

35
desmatamento para a formação de pastagens e lavouras e devido à sua
disposição, do espigão até os cursos d`água, fator que aliado ao tipo de
solo arenoso da região, concentração de chuvas durante poucos meses do ano
e retirada da mata ciliar, causaram assoreamento dos córregos e rios. O uso
indiscriminado de grades aradoras que fez aparecer camadas compactadas de
solo e não adoção da prática do terraceamento, fez com o problema
agravasse ainda mais. Os tipos de erosões que mais ocorrem no município
são: laminar, sulcos e algumas voçorocas. Ilha Solteira possui Aterro Sanitário
afastado 8km da cidade. A coleta de lixo orgânico é realizada todos os dias e
a coleta seletiva de materiais recicláveis é realizada às quarta-feiras pela
prefeitura e destinada para uma cooperativa de catadores (COOPERSELI).
O município possui sistema de esgoto em 100% residências urbanas, com
tratamento de 100%, levado por recalque até 1 lagoa de tratamento
localizada a 2km da cidade. Na grande maioria das propriedades rurais o
esgoto é recolhido em fossas e este fato pode resultar em contaminação do
lençol freático.
Visando a diminuição de problemas ambientais o município aderiu ao Projeto
Município Verde em 2008, visando adotar processos de planejamento
ambiental, com 10 diretivas e respectivos critérios para avaliação. Na última
avaliação, o município ficou em 42º lugar no estado, recebendo a
classificação para a certificação dada aos municípios com mais de 80 pontos.

1.5. Dados Agropecuários:

Área total das UPAs: 46.254,30 hectares


Número de UPAs: 483
Módulo Rural (Incra): 30 hectares
Na Tabela 5 estão representados os dados agropecuários do município e,
estas informações foram coletadas durante o levantamento LUPA 2008
realizado pela Secretaria da Agricultura em parceria com a Prefeitura Municipal
de Ilha Solteira. No Gráfico 9 temos o detalhamento do uso e ocupação do solo
no município , observamos uma predominância de pastagem seguida pelas
culturas temporárias. Outro fato que nos chama a atenção é a baixa quantidade
de vegetação natural, provavelmente devido ao impacto gerado pela
construção da usina Hidrelétrica.

Tabela 5. Estrutura Fundiária.


Estrato UPAs Área total
(ha)
Nº % ha %
0 – 10 163 44,58 610,40 1,32
10 – 20 259 53,62 3.478,90 7,52
20 – 50 02 0,41 73,20 0,16
50 – 100 5 1,04 352,90 7,53
100 – 200 7 1,45 1.078,70 2,33
200 – 500 17 3,52 4.952,30 10,71
500 – 1000 9 1,86 6.678,40 14,44
1000 – 2000 11 2,28 14.095,60 30,47
2000 - 5000 6 1,24 14.930,20 32,28
> 5000 - - - -
Fonte:Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA – 2008

36
Entre os anos 1996 e 2008 ocorreu aumento de Unidades de Produção Agrícolas
(UPAs) devido a dois assentamentos novos no município, sendo eles Estrela da Ilha
e Santa Maria da Lagoa.
Os dados referentes ao uso e ocupação do solo estão apresentados no Quadro 7
e Gráfico 10.

Quadro 7. Ocupação do Solo


Descrição de uso do solo N° de UPAs Área (ha) %
Cultura Perene 73 568,40 1,23
Reflorestamento 3 21,30 0,05
Vegetação Natural 58 1.044,70 2,26
Área Complementar 471 426,00 0,92
Cultura Temporária 310 17.929,50 38,76
Pastagens 443 24.154,80 52,22
Área em descanso 1 10,00 0,02
Vegetação de brejo e 72 2.099,60 4,54
várzea
Área Complementar 471 426,00 0,92
Fonte:Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA
– 2008.

Entre os anos 1996 e 2008 ocorreu aumento de Unidades de Produção Agrícolas


(UPAs) devido a dois assentamentos novos no município, sendo eles Estrela da Ilha
e Santa Maria da Lagoa.

Uso e Ocupação do Solo no Municipio de Ilha Solteira

1
50000
40000
30000 1
1
20000
10000 1 1 1 1 1 1
0
Tota: 46254,3l Cultura Perene: 568,4
Cultura Temporaria: 17929,5 Pastagem: 24154,8
Reflorestamento:21,3 Vegetação Natura: 1044,7l
Vegetação Brejo: 2099,6 Descanso: 10
Complementar: 426

Gráfico 10. Uso e Ocupação do Solo no Município de Ilha Solteira.


Fonte:Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA
- 2008

37
c. Principais atividades agropecuárias

Quadro 8. Principais explorações agrícolas do município.


Principais Explorações Área (ha) N° UPAs
Agrícolas
Cana de açúcar 14.295.6 222
Milho 3.066.0 142
Feijão 749.7 56
Olericultura 6,6 17
Fonte:Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA
– 2008

Quadro 9. Principais Explorações Pecuárias do município.


Principais Explorações Nº Unidade N° UPAs
Pecuárias
Bovinocultura corte 33.284,0 cabeça 43
Bovinocultura misto 9.568,0 cabeça 341
Bovinocultura leite 595,0 cabeça 13
Equinocultura 565,0 cabeça 177
Suinocultura 1.036,0 cabeça 69
Avicultura de corte 2.008,0 cabeça 29
Fonte:Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA
– 2008

No Gráfico 11 temos os dados agropecuários do município, observamos


uma predominância do gado de corte (33.284). A pecuária leiteira é insipiente
na região e limitada às pequenas propriedades.

Dados Agropecuarios do Municipio de Ilha Solteira

40000

30000

20000

10000

Bovino Corte: 33284 Bovino Leite: 595 Bovino Misto: 9568


Bubalinocultura: 1 Asinino/Muares: 10 Avicultura Corte: 2008
Avicultura Ovos: 460 Caprinocultura: 383 Cunicultura: 1
Equinocultura: 565 Ovinocultura: 255 Suinocultura: 1036
Fonte: LUPA 2008.
Gráfico 11. Dados Agropecuários do Município.
Fonte:Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA
– 2008

38
Quadro 10. Principais Atividades Econômicas Não Agrícolas do município.
Principais Atividades Nº Unidade Nº
Econômicas Não Agrícolas Famílias
envolvida
s
Hotel Fazenda 01 estabeleci 02
mento
Fonte:Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA - 2008

d. Participação da Agropecuária na Economia Municipal

Produto Interno Bruto:

O produto Interno Bruto do Municipio esta relacionado às atividades


realizadas no municipio e na região, sendo parte deste, dependente do valor
adicionado bruto da agropecuaria que registra 16.011 mil reais, valor
adicionado bruto da industria 879.179 mil reais, valor adicionado bruto dos
serviços 191.849 mil reais, impostos sobre produtos liquidos de subsidios
17.234 mil reais. Sendo que o PIB a preços correntes é de 1.104.273 mil reais
e o PIB per capita: 45.667 mil reais (Fonte: IBGE – 2009). Estes valores
podem ser comparados no Gráfico 10 e 11 abaixo :

Participação PIB Estadual

120
99,87
100

80

60

40

20
0,122319
0

Municipio Estado

Gráfico 12: Participação do município no PIB estadual.


Fonte: Fundação SEADE -2006

Quadro 11. Total do valor adicionado por setor ao PIB (em milhões de reais
correntes), Ilha Solteira-SP.
Valor Adicionado ao PIB
Serviços Impostos
+
Município Administração 17,91 PIB
Agropecuária Indústria
Ilha Solteira Pública (1.119,03
24,82 860,73
215,57

Fonte: Fundação SEADE, 2006 http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/)

39
Gráfico 13. Total do valor adicionado por setor ao PIB (em milhões de reais
correntes), Ilha Solteira-SP.
Fonte: Fundação SEADE, 2006 http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/)

e. Valor Bruto da Produção Anual da Agropecuária

Quadro 12. Valores de exploração, produção anual, unidade e valor de


produção.
Exploração Produção Anual Unidade Valor da
produção
Cana-de-açúcar 1.253.862 ton
Bovinocultura corte 510.000 arroba
Bovino leite 5.950 litro
Milho 271.040 saco
Arroz 510 Saco
Fonte: SAA – IEA, 2012.

f. Identificação e descrição das principais cadeias produtivas

Quadro 13. Informações das principais cadeias produtivas.


Produto Fornecedores de Prestadores Mão-de- Canais de
insumos de serviço obra comercialização

Piscicultura Rações Fri-Ribe Próprio Familiar Feirantes;


-alevinos- Contratada Geneseas
Acquabel(Rolândi
a-PR)
Leite -Revendas Próprio Familiar -Laticínio
locais,regionais -Prefeitura local:Isalat
Municipal
Carne -Revendas Próprio Familiar Frigorífico Frigo
locais,regionais Ilha
Olericultura -Revendas Próprio -Mão de feira livre,
Locais: Prefeitura familiar supermercados e
Municipal varejo e cozinha
piloto (PAA)

40
g. Infraestrutura da Produção nas Propriedades

Quadro 14. Máquinas, Implementos e Benfeitorias, Município de Ilha Solteira,


Estado de São Paulo, 2007/08.
Máquinas e Equipamentos Qtde. Nº UPAs
Arado comum (Bacia, Aiveca) 39 24
Arado escarificador 15 8
Arado subsolador 7 7
Batedeira de cereais 3 1
Colhedeira acoplada 1 1
Colhedeira automotriz 1 1
Conjunto de irrigação autopropelido 1 1
Conjunto de irrigação pivot central 1 1
Conjunto de irrigação 19 19
gotejamento/microaspersão
Desintegrador, picador, triturador 172 162
Distribuidor de calcário 13 9
Ensiladeira 2 2
Grade aradora (tipo romi) 34 29
Grade niveladora 46 31
Implementos para tração animal 152 132
Microtrator 1 1
Misturador de ração 1 1
Ordenhadeira mecânica 6 6
Pulverizador tratorizado 27 20
Resfriador de leite, tanque expansão 4 4
Semeadeira/adubadeira para plantio conv 12 9
Semeadeira/plantadeira para plantio dir 4 4
Terraceador 8 8
Trator de esteira 7 6
Trator de pneus 89 53
Fonte:Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA
- 2008

Quadro 15. Benfeitorias, quantidade e número de UPAs no município.


Benfeitorias de Produção Qtde. Nº UPAs
Açude ou represa 64 28
Almoxarifado/oficina 8 7
Armazém para grãos ensacados 6 4
Balança para bovinos 11 11
Balança para veículos 3 3
Barracão para granja/avicultura 3 2
Barracão/galpão/garagem 34 30
Biodigestor 2 2
Casa de moradia habitada 458 341
Casa de moradia (total) 519 329
Curral/mangueira 229 224
Depósito/tulha 215 177

41
Engenho 1 1
Estábulo 2 2
Estufa/plasticultura 56 12
Fábrica de farinha 2 2
Pocilga 58 45
Poço semi-artesiano 76 74
Posto metereológico 1 1
Secador de grãos 1 1
Silo para grãos 1 1
Silo para silagem 3 2
Fonte:Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA
- 2008

h. Infraestrutura e Serviços Públicos de Apoio à Produção /


Processamento / Comercialização
Armazéns: não há armazéns no município.

Patrulha agrícola: no assentamento Santa Maria da Lagoa está a disposição


dos produtores 2 patrulhas agrícolas com máquinas e implementos acoplados,
divididos em 2 associações. No assentamento Estrela da Ilha também há 2
patrulhas agrícolas com máquinas e implementos acoplados, divididos em 2
associações. No Cinturão Verde há uma patrulha agrícola com máquinas e
implementos acoplados e nas Rocinhas Familiares também existe uma
patrulha agrícola com máquinas e implementos acoplados.

Entrepostos: não há entreposto no município.

Viveiros: há um viveiro municipal que produz mudas nativas, frutíferas e


ornamentais para a arborização urbana, paisagismo e recomposição de matas
ciliares e reflorestamento. Também há um viveiro mantido pela CESP que
produz exclusivamente espécies nativas para fins de reflorestamento.

Cozinha industrial: no município existe a cozinha industrial para atender os


alunos da rede pública. Existe também uma cozinha industrial na Unesp para
atender a alimentação dos universitários.
Foi criada uma Cozinha Comunitária para organização e capacitação
das mulheres visando a produção e agregação de valor aos produtos, no
Assentamento Estrela da Ilha. O Projeto de Extensão “Cozinha comunitária:
organização e capacitação para a produção e agregação de valor aos
produtos, no Assentamento Estrela da Ilha” ao Depto de Fitotecnia, Tecnologia
de Alimentos e Sócio Economia, através do prof Antonio Lázaro Sant´ana e
contou com o apoio da Pro-Reitoria de Extensão Universitária da UNESP
(PROEX). Este Projeto originou-se de um Convênio firmado entre a Unesp e o
Banco Real (atual Santander) que possibilitou a compra de vários
equipamentos e utensílios para a montagem de uma cozinha comunitária no
Assentamento Estrela da Ilha. Após aquisição de bens e utensílios, a cessão
dos mesmos pela UNESP foi feita à Caritas Paroquial de Ilha Solteira que é a
entidade que ficou responsável por gerenciar a utilização dos bens da cozinha
comunitária. No entanto, o local de instalação da cozinha, uma casa na sede
do Assentamento, precisa ser reformada de modo a possibilitar a instalação da

42
cozinha comunitária no Assentamento, de acordo com as normas sanitárias
vigentes. A Prefeitura de Ilha Solteira dispunha de uma verba que poderia ser
utilizada para tal fim, mas em função de problemas de ordem burocrático-legal
não possível utilizá-la na reforma. Durante o ano de 2011 foram feitas gestões
junto à Prefeitura e Câmara Municipal de Ilha Solteira e também junto ao Incra-
SP, mas a reforma não foi realizada. Após uma exposição na Tribuna Livre da
Câmara (com a presença de grande parte do Grupo de Mulheres), o vereador
líder do governo entrou em contato com a Prefeitura, mas esta alegou que a
área da sede do Assentamento Estrela da Ilha pertence ao Incra-SP. Em
contato com o Incra, o Superintendente declarou que não possuía verba para
tratar de projetos específicos, mas se dispôs a repassar para a Prefeitura de
Ilha Solteira o prédio, onde poderá ser realizada a reforma. Em resumo: a
UNESP adquiriu bens e utensílios para a montagem de uma cozinha
comunitária de apoio a produtores e voltada para processamento e agregação
de valor aos produtos, porém ainda não foi possível instalar a cozinha
comunitária no Assentamento.

Feira do produtor: A seguir são colocadas algumas inferências sobre


abastecimento agroalimentar no município e o papel da feira; o tema é
estudado pelo Departamento de Fitotecnia da UNESP, profa Silvia Maria A.
Lima Costa. Em Ilha Solteira/SP, a feira livre constitui o principal equipamento
de varejo disponível aos produtores rurais para comercialização direta dos seus
produtos por praticamente inexistir restrições normativos, taxas e reduzidos
custos de transação. É conhecida como feira de domingo. Enquanto cidade
planejada, em Ilha Solteira o poder público destinou um local especificamente
destinado para este fim, com infra-estrutura divida em boxes constituídos de
alvenaria com bancadas e passarelas para acesso e circulação dos
consumidores cobertos.
O município conta com 2 recentes assentamentos de Reforma Agrária
implantados nos anos 2005 e 2007 e um mais antigo (de 1984) concebido
originalmente como reassentamento para realocar ribeirinhos e agricultores
impactados em sua atividade produtiva quando da implantação do Reservatório
da Usina de Ilha Solteira, é implantado em área periurbana de uso do solo
agrícola do Município. Um total de 284 famílias nos assentamentos e 92
famílias no projeto de reassentamento foram contempladas com áreas
produtivas. Outro projeto contido no espaço rural do município e bastante
atuante na oferta de alimentos é o Projeto Horta dos Aposentados. Este surgiu
como resposta a uma demanda da Associação dos Aposentados de Ilha
Solteira, criada em 1985, cujos integrantes reivindicaram um espaço para
trabalhos em uma horta comunitária.
Do conjunto de produtores que atuam na produção de hortifrutícolas, foi
possível identificar apenas 7 produtores que passíveis de serem classificados
como especializados na produção hortifrutícola. Entende-se por especializados
aqueles produtores que declaram gerar excedentes comercializáveis cujo valor
relativo do produto principal (ou grupo de explorações em relação ao total do
valor da produção colhida/obtida) no estabelecimento ultrapassa 50%. Dentre
este conjunto de produtores especializados, nenhum pertence aos projetos de
assentamento mais recentes, sendo 5 do projeto mais antigo, concebido como
reassentamento (Projeto Cinturão Verde), e 2 do projeto de agricultura

43
periurbana da cidade (Horta dos Aposentados). Na tabela 6 encontram-se os
volumes produzidos pelo conjunto de produtos familiares especializados.

Tabela 6. Volume de hortaliças comercializadas por produtores familiares


especializados do município de Ilha Solteira a(abril/2010).
Quantidade comercializada de produtos hortícolas por
produtor/ mês
Produtos Unidade
Produtores
Total
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7
alface maço 1500 1200 1000 3000 1000 2000 2500 12200
almeirão maço 500 300 50 200 200 500 300 2050
cebolinha maço 500 500 200 300 500 600 2600
Couve-
maço 500 500 200 200 500 1200 3100
manteiga
salsinha maço 400 500 100 200 300 500 600 2600
rúcula maço 700 800 100 200 300 500 600 3200
couve-flor unidade 200 200
beterraba kg 100 100
rabanete maço 1000 100 200 300 1600
quiabo kg 300 300
coentro maço 600 500 100 200 300 500 600 2800
chicória maço 100 50 200 350
espinafre maço 200 200
mostarda maço 70 70
brocólis maço 200 200

A comercialização de produtos hortícolas em Ilha Solteira se caracteriza


predominantemente por circuitos curtos de comercialização ou canal direto de
comercialização (sem intermediários), destacando-se, no caso dos produtores
especializados, a entrega direta para o varejo alimentar e supermercados da
cidade. Interessante constatar que mesmo no caso de municípios pequenos,
como no caso em referência, o varejo tradicional, caso de supermercados de
porte pequeno ou médio1 recusam-se a desenvolver parcerias comerciais e
efetivar aquisições de agricultores familiares que não sejam capazes de
oferecer garantias de quantidade e regularidade dos produtos acordados.
Desta forma, quando da ocorrência de alguma eventualidade ou sinistro que
comprometa a manutenção do acordo de entrega, cinco dos sete produtores
especializados declararam que, mesmo assumindo o risco de ter que incorrer
em custos não reembolsáveis pela renda recebida, tomam para si a tarefa de
buscar em municípios circunvizinhos ou da região outros produtores do
segmento capazes de satisfazer a demanda necessária para honrar as
entregas,
A seguir discute-se a representatividade dos produtores rurais na feira
livre do município. Do diagnóstico realizado junto aos 52 agentes de
comercialização presentes à feira livre em 2011, 36 são também produtores
rurais usuários deste equipamento para praticar a venda direta de seus

1
Um critério popularmente utilizado para dimensionar o porte de equipamentos de varejo é o
número de caixas registradoras (check-outs) existentes.Considera-se equipamentos de varejo
de porte pequeno aqueles que contam com até 4 caixas e de porte médio com até 12 caixas.

44
produtos aos consumidores; seis foram identificados como agentes de
intermediários de comercialização2 de gêneros diversos (cereais, ervas e
outros) e os dez restante atuam na comercialização de produtos não agrícolas
(enxovais, artesanatos e vestuário).
No ano de 2008 havia 26 agentes de comercialização de produtos
agroalimentares, dos quais 20 eram produtores familares. Em 2011 36
produtores familiares que utilizam a feira como equipamento para assumir suas
funções de comercialização, este número representa 69% do conjunto de
comerciantes atuantes, destes, apenas 1 é também inserido no grupo anterior,
dos produtores familiares especializados.
A forma de disposição dos produtos agroalimentares presentes nos dois
períodos da abordagem encontra-se na tabela 7. Vê-se que, de 2008 para
2011, junto com aumento no número de produtores familiares comercializando
seus produtos, há também um sutil aumento no numero de produtos
processados artesanalmente (minimamente processados e
agroindustrializados).

Tabela 7 – Produtos agroalimentares comercializados na feira livre de Ilha


Solteira/SP novembro de 2008.

Tipos de produtos comercializado


2008
2011
Nº de
Nº de
% banca %
bancas
s
Somente produtos in natura 15 57,69 15 35,71
Somente produtos minimamente 0 0,00 2 4,76
processados
Somente produtos agroindustrializados 0 0,00 3 7,14
Produtos in natura e minimamente 4 15,38 7 16,67
processados
Produtos in natura e agroindustrializados 5 19,23 8 19,05
Produtos in natura, minimamente 29 7,69 7 16,67
processados e agroindustrializados

São considerados produtos in natura produtos que possuem aparência


idêntica àqueles encontrados na natureza, enquanto os produtos minimamente
processados embora possam preservar as características originais são
submetidos a procedimentos que podem que conduzem a alteração de forma
mas não de constituição (lavagem, picagem, empacotamento, etc.).
Já na agroindustrialização artesanal, ocorre o beneficiamento dos
produtos agropecuários (secagem, classificação, limpeza) e/ou transformação
de matérias-primas gerando novos produtos. Em 2011, do total de barracas,
apenas 35,71% comercializam unicamente produtos in natura, enquanto que
64,29% das bancas expõem produtos com algum grau de agregação de valor
(minimamente processados e/ou agroindustrializados). Em 2008, as bancas

2
Intermediários são entendidos como agentes não envolvido com o processo produtivo nem com o
consumo final (COUGHAN, et.al. 2002).

45
que comercializavam somente produtos in natura respondiam por 57,69%,
enquanto que as barracas que apresentavam produtos com algum grau de
processamento representavam 42,31%. Comparando com os dados de 2011
(Tabela 7), houve decréscimo de 21,98% na quantidade de bancas que
comercializavam somente produtos in natura. Este pode ser um aspecto
positivo, uma vez que mais produtores passaram a oferecer produtos
processados, sendo processamento uma oportunidade de oferecer mais
opções ao consumidor num mesmo local e, para os produtores, esses fatores
são relevantes por reduzir a sensibilidade à sazonalidade da produção.
O processamento é uma operação que melhora as possibilidades de
ganhos do produtor porque quanto mais elaborado o produto maior o seu valor
no mercado. Além da possibilidade que a transformação dos produtos tem de
tirá-los da condição de perecível, as feiras constituem ambiente propicio para a
interação entre os agentes produtores e consumidores que não procuram
apenas a satisfação de suas expectativas materiais, mas também aquelas
simbólicas e subjetivas oferecendo a possibilidade de fortalecer laços de
afetividade e relacionamentos sociais.
Além daqueles aspectos, lembre-se que o consumo de bens alimentares
é fortemente influenciado por fatores culturais que expressam modos de vida
que também explicam aspectos técnico-produtivos e até mesmo atributos
qualitativos.

Serviço de inspeção municipal: Criado por lei municipal, porém não possui
atualmente estrutura para funcionamento.

Outros: Cooperativa Campo Verde situado no assentamento Estrela da Ilha,


que comercializa produtos agrícolas dos produtores rurais em geral.

46
2. DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO

2.1. Análise das Cadeias Produtivas

CADEIA PRODUTIVA: LEITE

A cadeia produtiva do leite divide-se em quatro segmentos: o setor de


fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos, que vão desde
pastagens para o rebanho à assistência técnica veterinária, entre outros; o
setor de produção, que é constituído por produtores especializados e não
especializados; a indústria do leite, composta pelas usinas de beneficiamento
(laticínios, cooperativas e mini-usinas); o último setor da cadeia refere-se à
distribuição para o consumidor final, no varejo, em padarias, supermercados,
instituições ou, ainda, pode ser comercializado no mercado informal.
O conhecimento dos fluxos da cadeia produtiva permite a avaliação da
viabilidade da propriedade rural, visando à garantia de mercado e
comercialização da produção, pois, permite identificar as limitações e os
gargalos da atividade, avaliar os preços de insumos, preços competitivos de
produtos, e encontrar novos mercados e nichos de comercialização, parcerias,
resultados de pesquisa e outras "facilidades" para competir no mercado.
E a organização dos elos da cadeia do leite possibilita o controle da
qualidade, o melhoramento dos sistemas de produção, o crescimento e a
estruturação da bacia leiteira, e a geração de empregos, renda e serviços no
meio rural e urbano.

Introdução

O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes da


agropecuária brasileira, ficando à frente de produtos tradicionais como café
beneficiado e arroz. O Agronegócio do leite e seus derivados desempenham
um papel relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e
renda para a população (DIAS et al, 2007).
A produção leiteira nacional e as principais indústrias estão bastante
concentradas na região Centro-Sul, na qual os cinco maiores estados
produtores (Minas Gerais, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo) são
responsáveis por 66,7% da produção total do país. Alimento rico em uma
grande quantidade de nutrientes essenciais ao crescimento e a manutenção de
uma vida saudável. Além da sua importância nutricional, o leite desempenha
um relevante papel social, principalmente na geração de empregos. O país
tem, hoje, mais de 1 milhão e 100 mil propriedades que exploram leite,
ocupando diretamente 3,5 milhões de pessoas. Para ter uma idéia mais
objetiva do impacto deste setor na economia, a elevação na demanda final por
produtos lácteos em 400 mil dólares gera 195 empregos permanentes. Este
impacto supera o de setores tradicionalmente importantes como o
automobilismo, o de construção civil, o siderúrgico e o têxtil (VILELA, 2002).
De acordo com Campos & Neto (2008), propriedades destinadas à
agricultura familiar dedicam-se, principalmente, às atividades agropecuárias,
sendo que a produção leiteira está presente na grande maioria dos
assentamentos de reforma agrária. Sendo ela a principal forma de obtenção de
renda mensal, comercialização garantida e boa combinação com outras

47
atividades da fazenda, aspectos importantes para os pequenos produtores que,
geralmente, dispõem de pouco capital de giro.
Em setembro de 2002, a regulamentação da produção, transporte e
armazenamento de leite tornam-se regidos pela Instrução Normativa 51,
objetivando melhorar a qualidade do leite produzido no Brasil (Revista Balde
Branco, 2002).
Tal normativa somada a anteriores transformações no setor leiteiro
advindas da liberação comercial culminaram na redução das margens de lucro
ao produtor, o que torna a competitividade fundamental neste ambiente, seja
na forma de eficiência técnica e alocativa dos fatores terra, trabalho e capital,
objetivando a eficiência econômica, auxiliando ao produtor no enfrentamento
deste cenário de ameaças, com perda da margem de lucro e renda.

Estruturação:

A pecuária leiteira constitui a principal exploração produtiva da maioria


dos assentamentos de reforma agrária da região extremo oeste do Estado de
São Paulo.
A produção leiteira do município de Ilha Solteira foi dinamizada nos
últimos anos, com a oferta proveniente de dois assentamentos recentes: o
assentamento “Estrela da Ilha” e o “Santa Maria da Lagoa”, o primeiro
constituído em 2005 e o segundo em 2007. Além destes, tem-se um projeto
mais antigo, de 1984, o reassentamento de populações impactadas pela
construção da usina hidrelétrica, o “Projeto Cinturão Verde de Ilha Solteira”.
No setor de fornecimento de insumos e equipamentos da cadeia
produtiva leiteira os participantes com atuação representativa foram a
cooperativa Coapar (Cooperativa de Produção dos Assentados da Região
Noroeste do estado de São Paulo), e CRAQUETUPI sediada em Andradina,
além de insumos e equipamentos essas juntas com a Casa da Agricultura e
UNESP (Universidade de São Paulo), ambas localizadas em Ilha Solteira,
fornecem assistência técnica aos produtores.
Na produção de matéria prima da cadeia produtiva do leite de Ilha
Solteira estudaram-se alguns aspectos do segmento produtivo dos projetos
sociais dos assentamentos e reassentamentos, anteriormente citados. De
acordo, com dados do LUPA (2008), esses somam 379 unidades produtivas
agropecuárias (UPAs), distribuídas da seguinte forma: Santa Maria da Lagoa
(75 UPAs), Estrela da Ilha (197 UPAs) e Cinturão Verde (107 UPAs) de um
total de 483 UPAs, existentes no município. Ocupando uma área de 5.398 ha,
sendo 63,97% ocupada por pastagem. E um rebanho de 3.488 cabeças de
gado, destinados prioritariamente a produção leiteira.
A Tabela 8 apresenta o contingente de animais do município, incluindo
os de assentamentos e o de reassentamento. A coluna outros relaciona o
efetivo de animais existente nas demais propriedades rurais. Segundo
informações de técnicos da área de sanidade animal, é razoável considerar-se,
do total de animais do grupo ”misto” e “leite” existentes nos 3 projetos e nas
demais propriedades, que 70% sejam vacas e destas, cerca de 30% em
lactação. Assim tem-se um contingente de 731 animais em lactação nos três
projetos, e de 973 animais nas outras propriedades. Tomando-se 5 litros por
animal como produtividade média para os sistemas produtivos de
assentamentos, e 8 litros para as demais propriedades resultando em uma

48
capacidade produtiva média para o município de 11.439 litros por dia. A média
de produtividade local acompanha a média nacional, cerca de 5 a 7
l/vacas/dias, porém é considerada baixa. No entanto, alguns produtores
destacam se por apresentarem uma produtividade mais alta, cerca de
12L/vacas dia.

Tabela 8. Contingente de animais da pecuária bovina no município de Ilha


Solteira
Estrela da Ilha Cinturão Verde Sta. M. Lagoa Outros Total
Leite 42 10 0 185 237
Misto 1874 669 887 4447 7877
Corte 0 331 0 27373 27704
Fonte: LUPA (2008)

O escoamento da produção é realizado por dois pequenos laticínios


Perlat, localizado em Pereira Barreto e Isalat, localizado em Ilha Solteira, e
ainda conta com a cooperativa Coapar (Cooperativa de Produção dos
Assentados da Região Noroeste do estado de São Paulo), sediada em
Andradina, responsável por grande parte da captação de leite e por
disponibilizar tanques de resfriamento localizados nos assentamentos.
A distribuição para o consumidor final, no varejo, é realizada,
principalmente, por três redes de supermercados: Bom Preço, Pelachim e
Proença.

Infraestrutura e manejo:

O sistema de produção, quase que em sua totalidade, é a pasto,


caracterizado pelo baixo nível tecnológico, sem uso de pastagens melhoradas
e adubação, resultando em uma baixa conservação, produtividade e qualidade
nutritiva das mesmas; pastos sem divisória e baixa lotação; suplementação
alimentar apenas mineral; além de rebanho não especializado e monta natural,
portanto animais de baixo potencial produtivo sendo composto por gado misto,
praticamente. Somado a isso, temos a falta de controle do cruzamento, o que
reduz ainda mais a produtividade e genética do rebanho.
Em contrapartida alguns produtores passam a investir na melhoria
genética de seus rebanhos através da aquisição de touros com maior pureza
genética (com maior porcentagem de genes de raças com aptidão leiteira) e
adoção da inseminação artificial, fornecida pela Prefeitura Municipal. Ao
mesmo tempo adotam outras tecnologias como o pasto rotacionado, adubação
e suplementação alimentar através de concentrados como sal proteinado e
ração, também volumosos como cana e/ou napier triturados, em especial, na
época das secas.
Em relação ao controle sanitário, segundo o veterinário do setor de
Agronegócio, Pesca e Meio ambiente, do município, as vacinações
obrigatórias: Aftosa e Brucelose, além de Clostridioses, carbúnculo sintomático
são suficientes para obter uma boa produção e sanidade, entretanto, devem
ser complementadas com controle de endo-ectoparasitas (verminoses e
carrapatos, por exemplo). Complementação realizada, em muitos casos, de
maneira precária sem conhecimentos técnicos do ciclo do parasito no ambiente
e no animal, suas formas de resistência, imunidade e faixa etária do

49
hospedeiro, controle químico ou biológico e o manejo estratégico dos princípios
ativos disponíveis no mercado.
A ordenha predominante é a manual, muitas vezes, realizada de forma e
em locais inadequados. A falta desses cuidados também é observada na
ordenha mecânica e ambos os casos resultam no desenvolvimento de doenças
como a mastite e perdas na qualidade do leite. Também, de acordo, com o
veterinário, o local adequado para a ordenha deve conter piso ladrilhado e
limpo, o teto do animal e as mãos do ordenhador devem ser bem higienizados,
deve se ainda evitar a entrada de insetos (moscas, mosquitos, em especial) e
pessoas estranhas, os quais podem causar a contaminação local e estresse
animal. E quando a ordenha for mecânica a máquina deve ser desinfetada e
regulada a cada ordenha. Outros cuidados como testes para mastite (Caneca
Telada e de Fundo Preto), Células Somáticas Totais, Pré e Pos-DIB para que
haja um bom controle da qualidade do leite.
O ciclo de produção é compostos por 3 fases, cria, recria e engorda,
portanto fechado. Porém a venda de bezerros após o desmame é
predominante em relação à engorda.

Escoamento:

A Isalat, empresa com alcance de mercado local, não possui tanque de


resfriamento nos assentamentos e reassentamento, esses estão restritos a
unidade da empresa, portanto a coleta é realizada em galões, transportados
por caminhões.
A capacidade produtiva da microempresa é de 3.000 litros/dia,
entretanto, ela opera com produção ociosa de cerca de 2000 litros/dia. Tendo
como único produto o leite pasteurizado e homogeneizado, não havendo
derivados do leite (queijo, ricota, requeijão e outros). Além de possuir um
contingente trabalhador bastante restrito, formado por dois funcionários, um
administrador e um motorista para captação do leite nos assentamentos e no
reassentamento e pelo próprio microempresário, responsável pelo controle do
maquinário e produção. A relação comercial com produtores se restringe a
compra da matéria prima, não fornecendo assistência técnica ou insumos aos
mesmos.
A Coapar é uma cooperativa regional fundada em 3 de outubro de 2000,
por 24 membros em núcleos de diversos municípios (Andradina, Castilho,
Itapira , Mirandópolis e Pereira Barreto). Tendo mercado regionalmente
relevante, comercializa cerca de 12000 litros de leite por dia. E conta com uma
captação diária, no município de Ilha Solteira, de 2.000 litros, através de
tanques de resfriamentos encontrados na sede do assentamento Estrela da
Ilha. A responsabilidade de transportar o leite da propriedade ao tanque é
inteiramente do produtor. Após captar o leite junto aos produtores, a empresa
envia um caminhão para coletar a matéria prima, geralmente essa coleta é
realizada duas vezes ao dia, exceto no período de seca quando a produção de
leite cai de forma considerável.
A empresa não possui nenhum contrato ou vínculo com os produtores, o
produto fornecido pelo produtor é anotado e ao final do mês é somado o valor
do produto e a quantidade fornecida para ser pago. O pagamento é feito por
meio de cheque a vista todo 15º dia do mês. Não há qualquer pagamento por
qualidade do leite ou quantidade da produção. E os valores dos insumos

50
(ração, sais, vermífugos e outros) e equipamentos (pás, inchadas, carriolas e
outros) adquiridos pelos produtores da cooperativa são descontados do
montante a ser recebido no mês.
Ambas as empresas realizam os testes obrigatórios, os quais asseguram
a chegada de um produto com boas condições higiênico-sanitário ao
consumidor final. Sendo testes obrigatórios os de acidez, prova do álcool-
alizarol, prova de redutase do azul de metileno e outras complementares, como
a contagem total de bactérias (Embrapa, 2005).

Aspectos sócio-econômicos:

Entrevistas realizadas com moradores mostraram que a faixa etária


média entre aqueles advindos dos assentamentos Santa Maria da Lagoa e
Cinturão Verde está entre 40 para homens e 34 para mulheres. Já no
reassentamento Cinturão Verde, foi encontrada uma média etária maior que 44
anos para homens e 40 para mulheres (Colomba et al, 2007). Dentre os
entrevistados, cerca 90% possuem nível de escolaridade muito baixa como
ensino básico incompleto ou mesmo analfabetos, 8% possuem ensino básico
completo, 2% ensino médio incompleto ou completo. Foi verificado um morador
com ensino técnico. Cerca de 90% relataram que participaram ou participam de
cursos ou minicursos direcionados a produção leiteira oferecidos por órgãos
públicos em geral.
O número de filhos por família verificada foi bastante variada obtendo-se
uma média de 2 filhos por família.
Poucos produtores tiveram contato anterior com atividade leiteira ou
atividade agrícola e quase que a totalidade não teve contato com a parte
administrativa ou financeira. A maioria dos homens antes de serem
assentados exerciam atividades ligadas à construção civil, já a maioria das
mulheres não exerciam atividades remuneradas. Dentre os produtores que
tiveram experiências anteriores nesse ramo, alguns eram gerentes em
fazendas e outros arrendatários, tendo conhecimento prévio da produção
leiteira além de conhecimentos administrativos e financeiros.
Para Novaes (2004), o pequeno produtor necessita organizar os fatores
que envolvem a produção leiteira, “tais como ordenha, sanidade, conforto e
genética, além do gerenciamento eficiente que envolve desde o planejamento
inicial até o monitoramento dos indicadores zootécnicos e econômicos”, para
que as unidades familiares possam acompanhar a evolução do consumo, que
cada vez mais busca produtos de qualidade com custos reduzidos.
Durante a obtenção de dados da cadeia leiteira, foram levantados os
aspectos positivos e as fragilidades associadas aos sistemas produtivos e aos
canais de distribuição (Quadro 16).
Sendo que os principais gargalos no segmento produtivo da cadeia
associam-se ao ainda baixo nível tecnológico da exploração, a falta de
experiência, conhecimento e organização dos produtores, bem como a
ocorrência de condutas antiéticas, com adulterações na qualidade do leite
comercializado. Estes dados foram especialmente relatadas em entrevistas
realizadas com dirigentes da Coapar.
Através das visitas realizadas a produtores e laticínios com o intuito de
verificar como ocorre o funcionamento da comercialização do leite entre esses.
Foi observado que muitos dos produtores não estão satisfeitos com os preços

51
(R$0,59 à R$0,63) praticados pelas empresas e com a falta de
correspondência das variações dos valores pagos ao produtor com a variação
sazonal de preços, uma vez que, o aumento do preço do produto (leite)
passado ao consumidor final, principalmente, durante a época das secas, não
são repassadas de maneira proporcional ao produtor.
Baixa lucratividade, essa que também pode ser relacionada à falta de
eficiência de uso dos fatores de produção e do baixo poder aquisitivo dos
consumidores.
Ainda referente à lucratividade, no seguimento do processamento, o
laticínio Isalat encontra dificuldades em comercializar seu produto diretamente
com mercados e supermercados, havendo a necessidade de um intermediário,
diminuindo as margens de lucro da empresa. Essa intermediação tem sido
necessária para o microempresário, devido principalmente á falta de não
capital financeiro para manter um quadro maior de funcionários.
Dentre os principais fatores sócio-econômicos que prejudicam a
produção nos assentamentos antigos, à evasão dos filhos da propriedade em
busca de trabalho nos centros urbanos, tendo como conseqüência a diminuição
da mão de obra, restando na terra, apenas os titulares com 60/ 65 anos de
idade, que não tem muito força e disposição para o duro trabalho de uma
propriedade.
O relato de um pequeno produtor de destaque na produção de leite, no
município, deixa evidente a relação existente entre a implantação de uma nova
tecnologia e aumento da produção, alem da necessidade de capitais externos
para implantação da mesma, em pequenas propriedades. Segundo ele, a
implantação de um sistema de irrigação de pasto (uma tecnologia) elevaria a
produção, atual, de 200 litros de leite por dia para 500 litros de leite por dia.
Entretanto, o produtor não possui recursos próprios para fazer o investimento
necessário (R$ 9.000,00) para implantação do sistema.
(...) a implantação de tecnologias nas pequenas propriedades permite a
diversificação e racionalização do mercado de produção permitindo
maiores ganhos, reduzindo os custos e proporcionando resultados
financeiros que permitam a continuidade dos trabalhos de exploração da
empresa rural, fixando o produtor na atividade e aumentando a sua
renda (...) e bastante dependente das condições de credito.

Embora, a tecnologia relatada, acima, refira-se a maquinas e/ou


implementos (tratores e implementos), ainda há necessidade de implantação
de novas tecnologias e disponibilidade de crédito para as pequenas
propriedades.
A agricultura, no Brasil, é alvo de programas de incentivo à produção,
como o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar) “é a primeira política federal voltada exclusivamente a esse setor.
Trata-se de um programa de apoio técnico e financeiro ao desenvolvimento
rural, tendo como base o fortalecimento da agricultura familiar.” (CRUZ e
VALENTE, 2004).
Todavia, o acesso ao crédito ainda é bastante restrito, dificultando a
atividade leiteira nas propriedades analisadas, tanto para produtores que
iniciam a atividade, quanto para aqueles que querem ampliar a produção.
Alguns por não conseguirem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP),
utilizada como instrumento de identificação do agricultor, adquirida a partir de

52
um órgão ou entidade credenciado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), como a Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (CATI),
também é necessária para acessarem a outros programas de políticas publicas
além do PRONAF. Outros, embora, possuam a DAP, não conseguem
aprovação do crédito junto as agencias financeiras, em virtude, de dívidas
pendentes. Um exemplo, bastante comum dessas dívidas, no município,
segundo a engenheira agrônoma da Casa da Agricultura de Ilha Solteira
Helena Adélia da Silva Sales , são aquelas advindas do Programa Especial de
Crédito para Reforma Agrária (Procera). A mesma também relata que a
reprovação também ocorre por irregularidades na DAP, ou seja, muitos
produtores para terem acesso ao financiamento, não modificam informações
sobre área, número de pessoas residentes, composição da força de trabalho e
da renda do estabelecimento de produção durante a aquisição da DAP.
Somando-se a essas causas, temos a baixa renda ou dificuldade de
comprovação da mesma, por causa da não emissão ou adulteração de nota
fiscal, por alguns participantes da cadeia. Assim, os produtores não conseguem
atingir a renda mínima exigida para eventuais financiamentos, principalmente,
créditos do PRONAF, diferente do grupo A, os quais exigem uma maior renda e
possuem maiores juros.
Neste mesmo contexto, relação social e econômica entre os agentes da
cadeia, verifica-se uma grande dificuldade organizacional entre produtores,
onde a falta de ética, comprometimento e fidelidade são as principais causas
citadas. Além da falta de conhecimento, notada durante as visitas. Alguns, para
aumentar a quantidade de leite fornecida aos tanques, adicionam água ao
mesmo, outros entregam nos tanques, leite com acidez maior que a permitida e
até mesmo com alta concentração de antibióticos, acarretando perda da
qualidade do produto e em certas ocasiões perda de toda a produção
depositada nos tanques.
Embora, haja um crescimento das expressões sociais dos movimentos
sociais e das experiências conjuntas de produção e comercialização na
economia, tanto do meio rural como no urbano (Tarsitano et al, 2005) e alguns
produtores acreditem que a formação de cooperativas e associações seria
capaz de aumentar o poder de negociação, em virtude, do aumento do volume
produzido, as razões, acima apresentadas, fazem com que optem pela
comercialização individual.
A refrigeração em nível de produtor e a coleta em galões esotéricos
foram medidas para aumentar a produtividade e compensar a queda de preços
através da melhoria da qualidade do leite. Com isso, outro, suposto fator, que
comprometeria a qualidade do leite e a produção no assentamento, é a falta de
condições de uso de dois dos três tanques de resfriamento, adquiridos em
pregão, através de um programa do governo federal, que apresentaram
problemas antes de um ano de utilização. Entretanto, existem dúvidas sobre a
quantidade da produção que seria entregue nesses tanques, ou seja, se não
haveria capacidade ociosa, portanto, um suposto fator.
A diversificação de produtos e/ou a criação de linhas de produção lacteis
regionais são formas de potencializar a cadeia, agregando valor e aumentando
o nicho mercadológico. Entretanto, não se encontram no município quantidades
expressivas de derivados do leite como queijos, coalhadas, doces e outros.
Essa falta de usinas de processamento (derivação) também impede o

53
aproveitamento de subprodutos como o soro e aproveitamento do leite
impróprio para in natura, reduzindo a eficiência produtiva.
Um fato que chama atenção no cenário mundial é a fusão de grandes
lacticínios, fato que vem reduzindo a concorrência neste setor com
concentração do mercado consumidor, ocasionando o fechamento de
empresas regionais, projetando uma situação de risco para a cadeia, tendo em
vista que dentre seus participantes estão os pequenos lacticínios. .
Em contrapartida, a atividade leiteira proporciona aos pequenos
agricultores, rendas mensais fixas, em muitos casos a única fonte de renda, por
não demandar uma grande quantidade de mão de obra e investimento, quando
se considera um nível baixo de produção.
No município, a proximidade entre dos lacticínios e produtores, permite
que a captação da matéria prima seja feita tanto em tanque de resfriamento,
quanto a granel em tanques esotéricos, sem interferência na qualidade exigida
para comercialização. Foram destacadas pelos produtores algumas vantagens
de cada tipo de coleta praticada, mostradas a seguir:

``... fica mais fácil de fazer o controle da qualidade do leite, além


de evitar perdas, devido a má intenção de alguns produtores que
para obter maior lucro modificam e/ou mascaram a qualidade do
leite. Alguns produtores colocam água no leite, outros levam leite
com acidez maior que a permitida e até mesmo com alta
concentração de antibióticos... [o texto refere-se à fala de um
primeiro morador relatando a vantagem da captação em galões].

``... Podemos entregar o leite em vários horários do dia não


precisamos levantar muito sedo... ... Podemos fazer outras
atividades de manhã, como ir à cidade, e depois retirar e entregar
o leite, sem preocupação de perder a venda... ``[o texto refere-se
à fala de um segundo morador da captação em tanques de
resfriamento].

A produção se encontra amparada por uma considerável assistência que


inclui engenheiros agrônomos, veterinários, zootecnistas e técnicos agrícolas
através de órgãos e instituições municipais, estaduais e federais, destacando-
se a Casa da Agricultura municipal, Universidade Estadual de São Paulo
(UNESP) e o Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAR). Dentre as
atividades realizadas por esses, temos cursos e programas, como o Programa
de Inseminação Artificial, da prefeitura municipal, para contornar o problema do
baixo potencial reprodutivo do rebanho, onde oferece assistência técnica e o
produtor entra com custeio do sêmen que varia de R$ 15,00 a R$ 60,00.
Ainda dentre as assistências recebidas pelos produtores temos
programas voltados á incrementação de renda nessas propriedades, através
da associação da atividade leiteira a outras atividades, um exemplo é o sistema
silvipastoril (consórcio pasto com eucalipto) projeto realizado em parceria com
a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) e CESP - Companhia
Energética de São Paulo.

54
Quadro 16. Fatores positivos e negativos dos ambientes internos e externos da
Cadeia do Leite no município de Ilha Solteira
Ambiente Interno Ambiente externo
Pontos Fortes Oportunidades

-possibilidade de renda fixa mensal; -Captação por meio de tanques de


- grande suporte em assistência resfriamento;
técnica por organizações presentes -Boa logística de captação
no entorno, destaque para a prefeitura -Programa de Inseminação – poder
e universidade. público local

Pontos Fracos Ameaças

-Falta de genética e manejo; -Baixos preços para venda do


-Baixo nível de escolaridade vivência produto;
na atividade; -Acirramento da concorrência entre
-Baixa adesão ao programa de laticínios com fechamentos de
inseminação oferecido pela prefeitura; pequenas empresas regionais;
- Conduta inadequada, adulteração da -Aquisição de materiais sem
qualidade por alguns produtores; condições de funcionamento;
- Potencial de perdas pela baixa -Pequeno número de linhas de
capacidade de aproveitamento do produção dos laticínios regionais;
produto com nível baixo de qualidade - Baixa capacidade de
ou de subprodutos aproveitamento de subprodutos.

Considerações finais

A necessidade da criação de programas que possam trazer informações


sobre o potencial e sobre os mercados reais para os produtos, capacitação
gerencial e organizacional dos setores participantes (fornecedores de insumos,
máquinas e equipamentos; o setor de produção; a indústria do leite e
distribuição para o consumidor final visando uma utilização eficiente dos
recursos disponíveis nas mesmas). E, sobretudo, a conscientização dos
participantes sobre a importância desses programas.
Alem de políticas publicas que incentivem a adoção de tecnologia, pois o
não acesso às novas tecnologias tem como conseqüência a comercialização
abaixo do custo de produção, proporcionando prejuízos de grande proporção
em todos os setores e em vários casos no abandono da atividade.

CADEIA PRODUTIVA: CARNE BOVINA

A cadeia de carne bovina ocupa posição de destaque no contexto da


economia rural brasileira, ocupando vasta área do território nacional e
respondendo pela geração de emprego e renda de milhões de brasileiros.
(MAPA)
O Brasil ocupa uma posição de destaque na produção de carne bovina.
A Tabela 9 vem nos mostrar que o Brasil ocupa desde 2003 a primeira posição

55
em numero de rebanhos, esses são dados da FAO (2007). A Tabela 10 mostra
que o Brasil, tem uma importante contribuição na produção de carne,
exportando seus produtos para diversos países, principalmente para EU.

Tabela 9. Rebanho bovino no mundo, principais países (valores em milhões de


cabeças).

Tabela 10. Produção de carnes bovina e de vitelo no mundo, principais países


equivalente-carcaça) (milhões de toneladas.

Transformações intensas marcaram a pecuária de corte brasileira nas


últimas décadas, que foram propiciadas pela ampliação da infra-estrutura para

56
a produção, pela estabilização de energia elétrica, nas Regiões Norte e Centro-
Oeste, e pela ampliação da capacidade instalada dos frigoríficos abatedores.
Esse processo foi acentuado pela desvalorização cambial de janeiro de 1999,
pela simultânea concentração do capital, na indústria, e redistribuição
geográfica de modernas unidades frigoríficas de abate.
Atualmente, os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul possuem o
maior número de estabelecimentos cadastrados na categoria matadouro
frigoríficos no Sistema Federal de Inspeção (SIF).
No ano de 2006, do total das exportações de carne bovina do Brasil,
São Paulo exportou 80% da carne industrializada, 33,3% da carne resfriada
sem osso e 45% da carne congelada sem osso (ANUALPEC, 2007). Em 1995,
do valor total da produção agropecuária da EDR Andradina, a carne bovina
representou 43,3%, passando para 49,5% no ano 2000, bem acima da
proporção apresentada para o Estado de São Paulo, em que os produtos de
origem animal respondem por cerca de 25% do valor da produção
agropecuária.
A história da agropecuária na região do extremo oeste do Estado de São
Paulo (microrregião de Andradina ou EDR de Andradina na classificação da
Secretaria de Agricultura do Estado) sempre foi marcada pela elevada
concentração da posse de terras, sendo esta uma de suas características mais
evidentes. No ano agrícola 1995/96 a área média dos estabelecimentos da
região de Andradina foi de 125,7 hectares enquanto a área média do Estado foi
de 79,6 hectares, sinalizando para a maior concentração fundiária regional.
Portanto, a pecuária nessa região foi marcada principalmente por questões
fundiárias e um dos fatores relevantes para isso é o preço atribuído nesses
últimos anos a terra.

Gráfico 14: Preços Médios de Terras para Pastagens na EDR de Andradina.


Fonte: IEA/Cati (2010).

Apesar do preço da terra vir aumentando ao longo dos anos este fator
não foi limitante para que os produtores abandonassem esta prática (Gráfico

57
14). O Gráfico 15 abaixo nos mostra que entre 2007 e 2008 cerca de 52,22%
da área total estava ocupada com pastagem, apesar do avanço das culturas
semi-perenes principalmente a cana-de-açúcar. A redução na participação das
áreas com pastagens em relação ao total de área dos municípios da EDR era
esperada uma vez que se constataram mudanças na composição da produção
agropecuária do estremo oeste do Estado de São Paulo. As reduções na área
cultivada com aumento de produtividade para as culturas de arroz e milho, bem
como notável expansão da área e produtividade da cultura da cana-de-açúcar,
cultura que em 1999 passou a ocupar a maior área explorada na composição
da produção agrícola da microrregião.

Gráfico 15. Ocupação das Áreas agrícolas do município de Ilha Solteira.


Fonte: IEA/Cati (2010).

Na realidade, uma característica da pecuária bovina de corte é seu baixo


desempenho por área frente à outras opções de produção agrícola, por isso a
atividade é deslocada para regiões de fronteira, à medida que outras opções de
produção agropecuária tornam-se mais rentáveis que a produção animal.
No gráfico 16 nota-se que o efetivo de bovinos no município entre os
anos de 1995 e 2008 não sofreram mudanças significativas em número de
cabeças, sem que em 2003 foi o pico maior de efetivo de bovinos.

58
Gráfico 16. Efetivo dos bovinos no município de Ilha Solteira.
Fonte: Pesquisa Pecuária Municipal-IBGE

Considerações Finais:

Apesar de todas as possíveis barreiras para que o pecuarista


abandonasse a prática, o número de bovinos em Ilha Solteira permaneceu
estável durante os anos, não ocorrendo uma queda brusca no número de
cabeças com exceção em 2007.

Quadro 17. Distribuição do rebanho no município.

Bovino de Corte Bovino de Leite Bovino Misto Total


LUPA
14140 0 28746 42886
1995/1996
LUPA
33284 595 9568 43447
2007/2008
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Projeto LUPA
– 1995-1996, 2008

CADEIA PRODUTIVA: PEIXE

Introdução

O Brasil detém 13,7% de toda água doce do mundo (ANA 2004), sendo
assim, caracteriza-se como um dos países com maior potencial hídrico e
competitividade para produção de pescados a partir de atividades aqüícolas.
Porém, todo este potencial não tem sido explorado adequadamente, tendo em
vista os dados apresentados pela aqüicultura brasileira, que revelam números
muito modestos.

59
Grande número de espécies nativas e exóticas são exploradas, mas os
índices de produtividade do país encontram-se abaixo das medias mundiais, (
SEAP-IBAMA, 2005). O Brasil produz apenas 1.015.914 toneladas de peixe por
ano. Esta baixa produção ocorre em decorrência principalmente das práticas
de produção adotadas, que em muitos casos são de caráter doméstico e
amador.
Diante deste contexto apresentado pela aqüicultura brasileira, a Bacia
Hidrográfica do Rio Paraná destaca-se devido às intervenções e
represamentos a que foi submetida ao longo dos anos, para construção de
barragens. Em conseqüência destas intervenções, o Rio Paraná e seus
tributários tornaram-se grandes lagos sucessivos, provocando sérios impactos
sociais, econômicos e ambientais para pesca extrativa. A partir destas
implicações, a aqüicultura torna-se uma importante alternativa de geração de
renda e emprego para populações impactadas por construções de barragens,
como no reservatório de Ilha Solteira (Carvalho e Silva, 2006).
Este trabalho tem por objetivo, avaliar e elencar as principais
dificuldades e entraves, assim como as principais fortalezas encontradas na
cadeia produtiva do peixe no município de Ilha Solteira, São Paulo, na bacia do
Rio Paraná, através de análises de dados oficiais e questionários aplicados aos
componentes da cadeia.

Metodologia

O presente trabalho teve como base a concepção de análise de cadeias


produtivas agroindustriais proposta em Batalha (2001). A análise se restringe
aos macrosseguimentos da produção de piscicultura no município. O trabalho
encontra-se em andamento e subsidiará relatórios que a Secretaria de
Agricultura do Estado deverá submeter para credenciar o município a participar
da segunda fase do Projeto Microbacias Hidrográficas, que provê recursos
públicos e externos para conservação ambiental e produção agrícola.
Na produção de matéria prima da cadeia produtiva do peixe de Ilha
Solteira estudaram-se alguns aspectos do segmento produtivo de duas
associações que produzem peixe em regime intensivo em tanques-rede. A
APROAQUA (Associação dos Produtores de Organismos Aquáticos de Ilha
Solteira) – caracterizado no presente trabalho por empreendimento 1 - que
possui atualmente 5 ha. de espelho d´água, divididos em 106 tanques de 18m³
cada e a PISCIS (Associação de Piscicultores de Ilha Solteira) – caracterizado
por empreendimento 2 - que possui 44 tanques de 22,5m³ e 14 tanques de
8m³. Para a análise dos fatores condicionantes internos e externos,
representativos de potencialidades ou dificuldades associadas aos ambientes
de produção e distribuição foi realizada uma análise SWOT. Esta sigla significa
strenghts (forças), weakness (fraquezas), oportunizeis (oportunidades) e
treathes (ameaças) (KOTLER, KELLER, 2006). Os dados foram obtidos do
Projeto LUPA da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, ano 2008 e
de entrevistas junto a produtores e técnicos do serviço de extensão rural do
município. Para captar as impressões sobre as dificuldades e oportunidades,
foram entrevistados,engenheiros, funcionários e estagiários, responsáveis pela
parte técnica das associações.

Resultados e discussão

60
O reservatório de Ilha Solteira, inserido na bacia hidrográfica do Alto Rio
Paraná, tendo uma área da bacia de drenagem de 1.195 Km². A barragem tem
um talude de 5.605 m de comprimento, no qual está implantado a Usina
Hidroelétrica de Ilha Solteira, sobre o gerenciamento da CESP (Centrais
Energéticas de São Paulo). O clima da região é tropical, quente e úmido, com a
temperatura do ar variando entre 15 e 35ºC. A bacia do rio Paraná, nesta área
envolve 15 municípios, pertencentes quatro microrregiões geográficas, sendo a
de Jales (municípios Populina, Mesópolis, Santa Albertina, Santa Rita d´Oeste,
Santa Clara d´Oeste, Santa Fé do Sul, Três Fronteiras, Nova Canaã Paulista) e
Andradina (municípios de Ilha Solteira, Pereira Barreto e Suzanápolis) no
estado de São Paulo, e as microrregiões de Paranaíba (municípios de Selvíria
e Aparecida do Taboado) no estado de Mato Grosso do Sul e microrregião de
Frutal no estado de Minas Gerais (município de Carneirinho).
O Rio São José dos Dourados deságua no Rio Paraná a montante do
reservatorio da UHE de Ilha Solteira a aproximadamente 4 Km da cidade
(Figura¨6)

Figura 6. Situação Locacional da Zona Produtora.


Fonte: The Northest of São Paulo State, in Brazil, and the water potential for irrigation
represented by Companhia Energética de São Paulo - CESP's (São Paulo Power
Corporation) dams.

Caracterização geral das propriedades estudadas

As associações existentes localizam-se em área adquirida pela


prefeitura municipal, cada associação teve a cessão de uso do terreno e tem a
responsabilidade de conservar e recompor a área de APP. O acesso a água e
a utilização do espelho d’água ainda encontra-se em processo de
licenciamento ambiental.Com a implantação do projeto Parque Aquícola, as

61
águas que já estão sendo cultivadas entram no processo e segundo
informações do Ministério da Pesca terão os seus processos de licenciamento
agilizados .

Tecnologia empregada
A criação de peixes é caracterizada como intensiva, no sistema de
tanques-rede. Esses tanques se caracterizam por estruturas que flutuam
compostas basicamente de um chassi, confeccionado em aço galvanizado,
bóias de plástico, tela metálica galvanizada, revestida com plástico, onde se
alojarão os peixes em produção. Esses tanques, são ancorados no fundo dos
reservatórios ou açudes, através de poitas ou lastros de concreto.(PROJETO
ÁGUA VIVA DIRETO)
Mantém-se uma média de 35/40 Kg/m³ o que confere uma média de
10000 peixes/tanque inicialmente.
Faz-se a biometria, de 7-15 dias dependendo da necessidade e da
época do ano. A ração é dada com base nos resultados obtidos na biometria. A
conversão alimentar é de 1,7Kg de ração para cada 1Kg de peixe vivo.
O ciclo de produção é basicamente dividido em duas fases nos dois
empreendimentos: de 1,5g até 60g, com duração de 70 a 90 dias. O segundo
ciclo vai de 60g a 750g, com duração de 6 a 7 meses (180 – 210 dias).A fase
de terminação é em média de 750g, num ciclo total de 250 a 300 dias.

Comunidade produtora agrícola

As associações são compostas por investidores que não participam da


mão-de-obra propriamente dita. Participam somente com o capital. A mão-de-
obra é parcialmente tecnificada. O empreendimento 1 conta com um
engenheiro agrônomo, o que confere tecnologia mais avançada e atual ao
segmento.
Conta também com um presidente administrativo, que é um dos
associados e três funcionários contratados para a execução do manejo da
produção.
O empreendimento 2 conta com 1 gerente, 2 ajudantes no manejo e 1
filetador. Vale ressaltar que a criação de peixes, não é a principal fonte de
renda de nenhum dos associados.
O município conta com uma comunidade de pescadores artesanais
significativa, porém esta não está entre os segmentos produtores em questão.
Recentemente, o Ministério da Pesca e Aqüicultura têm incentivado o
melhor aproveitamento das águas públicas abertas, na forma de seleção de
áreas para implantação de parques aquícolas, utilizando sistema de tanques-
rede.

Origem/destino do produto

Os alevinos vêm do Paraná de uma empresa especializada a uma


média de preço de R$100,00 a R$125,00 o milheiro de alevinos de 1,5g. O
transporte é por conta da empresa e a quantidade de alevinos mortos nos três
primeiros dias é reposta pela mesma.
Uma forma de agregar valor ao produto final é a filetagem. O
empreendimento 1 não tem autorização para tanto por falta de selo de

62
inspeção municipal e de órgãos gestores de qualidade sanitária. Já o
empreendimento 2 o faz.
Os peixes são vendidos para frigoríficos que compram e pagam pelo kg
do peixe vivo. Atualmente as associações têm abastecido um frigorífico de
Promissão/SP. Um entrave para a venda, é que o frigorífico busca o produto
somente quando há uma quantidade mínima de 5000kg.
A venda é somente no atacado. O frigorífico encaminha o filé do peixe
para exportação e abastecimento interno do estado de São Paulo.
Uma parte da produção também é vendida para a prefeitura municipal,
para o programa de aquisição de alimentos produzidos no próprio município e
utilizados na alimentação escolar desenvolvida na cozinha piloto, entretanto a
prefeitura municipal não cedeu os dados sobre a quantidade adquirida.

Volume e valor bruto da produção agrícola

A APROAQUA – Associação de Produtores de Organismos Aquáticos


de Ilha Solteira - produz uma média de 230 toneladas/ano. Os preços oscilam
ciclo a ciclo. No ano de 2007/08 a produção foi de 300 toneladas e o preço
pago pelo peixe foi de R$2,50 o kg. Em 2009 a produção caiu devido a
intempéries e foi a 160 toneladas, já o preço aumentou, devido a escassez do
produto, e atingiu a marca de R$3,50 o kg. Em 2010 espera-se uma produção
de 250 toneladas e a média de preço continua na marca de R$3,00.
Já a PISCIS – Associação de Piscicultores de Ilha Solteira – produz em
média, 71 toneladas por ano de peixe vivo e 7,5 toneladas de filé. Os preços do
peixe vivo variam de acordo com os preços já citados acima.O preço do filé gira
em torno de R$15,00 o Kg.
Como não é hábito brasileiro o consumo de peixe semanal, o pico do
consumo é na quaresma, época em que os preços sobem.

Ambiente institucional:
Decreto N. 41.258 de 31-10-96 e PORTARIA DAEE 717 de 12-12-96
Lei Federal Nº9.433 de 8 de Janeiro de 1997
Lei Estadual Nº6.134 de 2 de Junho de 1988
Decreto Estadual Nº32.955 de 7 de fevereiro de 1991
Lei Estadual Nº7.663 de 30 de Dezembro de 1991
Decreto Estadual Nº41.258 de 31 de Outubro de 1996
Portaria DAEE Nº717 de 12 de Dezembro de 1996
Decreto Nº37.300 de 25 de Agosto de 1993
Deliberação CRH Nº01/93 de 25 de Novembro de 1993
Deliberação CRH Nº02/93 de 25 de Novembro de 1993
Relação dos municípios contidos nos Grupos de Bacias Hidrográficas
discriminados no Inciso II, do Decreto Nº36.787, de 18 de maio de 1993 e
conforme a Divisão Hidrográfica aprovada pelo Conselho Estadual de Recursos
Hídricos em sua reunião de 25 de novembro de 1993

Fornecedores de Insumos
Empreendimento 1 (APROAQUA) :
Piscicultura Aquabel – produção de alevinos
Rações Fri-Ribe : Fri Acqua 40 – 2,5mm(para alimentação de alevinos)

63
Fri Acqua 35 – 4,0mm (para alimentação na engorda)
Fri Acqua 32 – 4,0 a 6,0mm (para alimentação na engorda)

Empreendimento 2 (PISCIS) :

Piscicultura Aquabel – produção de alevinos


Rações Fri-Ribe: Fri-Acqua 56 - 0,8 mm(para alimentação de alevinos e pós
larvas)
Fri Acqua 40 – 2,5mm(para alimentação de alevinos)
Fri Acqua 32 – 4,0 a 6,0mm (para alimentação na engorda)

Sistemas produtivos

APROAQUA – Associação de Produtores de Organismos Aquáticos de Ilha


Solteira – (empreendimento 1)
PISCIS – Associação de Piscicultores de Ilha Solteira – (empreendimento 2)

Agroindústrias

Geneseas – unidade industrial de processamento de pescados opera dentro


dos padrões nacionais e internacionais de certificação (SIF e HACCP).
Processo de filetagem do empreendimento 2.

Varejistas

Feirantes
Geneseas – unidade industrial de processamento de pescados opera dentro
dos padrões nacionais e internacionais de certificação (SIF e HACCP).

Mercado consumidor

Estudantes da rede pública de ensino do município de Ilha Solteira, através da


merenda escolar.
População frequentadora das feiras.
Mercado exterior através das exportações da Geneseas.
Mercado interno do estado de São Paulo clientes da Geneseas.

Ambiente organizacional

CATI – EDR Andradina


Casa da agricultura do município
MAPA
Unesp - FEIS

Quadro 18. Gargalos, elos faltantes e pontos de estrangulamento.

64
Pontos positivos Pontos negativos
Forças Fraquezas
-Possuem técnicos especializados; -Dificuldade no abastecimento dos
- Tradição e alto consumo de peixe na insumos (distância);
Quaresma; -Falta de selo de inspeção municipal;
-Alta temperatura da água é favorável -Comercialização apenas no atacado;
à produção; -Não obtém descontos na compra dos
insumos por falta de capital para
pagamentos à vista;
-Dificuldade de obtenção de crédito
para insumos;
Oportunidades Ameaças
-Legalização de sua área de -Instabilidade do preço de venda do
exploração através da implantação do produto;
projeto Parque Aquícola; -Ser necessário atingir um volume
-Agregar valor ao produto, por meio mínimo exigido pelo frigorífico por
da filetagem; compra;
-Recomendações da OMS são ainda -Falta de projeto adequado para uso
maiores que o consumido atualmente; de APP;
-Construção de novo frigorífico e -Mudança contínua da qualidade da
fábrica de ração no município; água, e conseqüente aumento da
quantidade de algas;
-Ciclo de chuvas desordenado;
-Não é a principal fonte de renda dos
associados;

Conclusão

A produção de tilápias no município de Ilha Solteira tende a ser


altamente viável, porém, se mostrou aquém do seu potencial devido a entraves
decisivos para o desenvolvimento do empreendimento.
Os locais onde estão inseridas as associações possuem clima quente,
profundidade do leito do rio, grande fluxo e boa qualidade da água. Esses
fatores ligados ao fato de as associação possuírem técnicos especializados
para o manejo da produção são determinantes no sucesso da criação de
peixes em sistema intensivo.

65
É de suma importância para o crescimento da viabilidade, aproveitar ao
máximo as oportunidades que estão surgindo com a implantação do projeto
“Parque Aquícola” do governo federal, como a construção de um frigorífico e de
uma fábrica de ração na cidade.
Seria importante que as associações conseguissem o selo de inspeção
municipal para legalizar a filetagem de seus empreendimentos, poderem
agregar valor ao seu produto e vender diretamente no varejo para assim,
possuir uma alternativa à venda do pescado quando, por alguma intempérie,
não for possível atingir a produção mínima de venda para o frigorífico. Uma
alternativa aos altos preços dos insumos, e a falta de capital para compra dos
insumos, seria promover uma parceria entre as associações e conseguir
acordos comerciais com os abastecedores, como prazos, juros menores ou
descontos.
Também é importante ressaltar que a qualidade da água ainda que em
níveis favoráveis, deve ser rigorosamente controlada para que não seja
prejudicada ao longo dos anos, principalmente pela mudança dos ambientes ao
redor do reservatório.
Por fim, vale lembrar que a cadeia do peixe está em plena expansão,
recebe cada vez mais incentivo governamental e as recomendações de
nutrição humana incluem a cada dia porções expressivas de pescado nos
cardápios saudáveis, fazendo com que o setor se torne um dos mais
promissores dentro de poucos anos.

CADEIA PRODUTIVA: OLERICULTURA

Introdução

O agronegócio de hortaliças no Brasil, embora tenha participação menos


significativa em relação a outros commodites, como soja, carne bovina e
outras, participa com o valor da produção de 10 bilhões de reais, com uma área
plantada de 780 mil hectares, com produção de 17,5 milhões de toneladas de
alimentos, resultando em 4 milhões de empregos diretos (Emater---DF, 2010).
Dentro contexto, horticultura, temos a olericultura cujo crescimento
ocorreu de maneira a partir da década de 40, durante a 2ª Guerra Mundial. As
pequenas explorações diversificadas, localizadas nos “cinturões verdes” dos
arredores das cidades, se deslocaram para áreas maiores e mais
especializadas. Melhorando se as condições agroecológicas e de ordem
econômica e essa exploração comercial passa ter características bem
definidas.
Posteriormente, na década 50, instituições oficiais de pesquisa e ensino
passaram a apoiar a olericultura, surgindo uma retaguarda técnico-científica
composta por professores, pesquisadores e extensionistas. O efetivo empenho
do governo federal na implantação e funcionamento das Centrais de
Abastecimento (CEASA’s), ao longo da década de 70, também foi decisivo,
racionalizando a comercialização, beneficiando a produção e a oferta de
produtos de melhor qualidade.
O melhoramento genético através de pesquisas oficiais, na década de
80, promoveu o lançamento de cultivares de hortaliças adaptadas às mais

66
diversas condições climáticas do território nacional, sendo, portanto
considerada uma data importante para olericultura brasileira (Incaper, 2002).
E na ultima década a produção de olerícolas vem passando por diversas
transformações que visam atender as necessidades dos produtores, dos
atacadistas, dos supermercados como também dos consumidores. O cultivo
convencional, nos últimos anos, vem cedendo lugar a cultivos diferenciados
com destaque para aqueles em ambiente protegido e sob sistemas orgânicos.
E aumento das exigências na qualidade pôr parte dos atacadistas e
supermercados tem levado a classificação, padronização, embalagens, origem
do produto. Produtos congelados ou minimamente processados ("fresh cut")
são também segmentos em franca expansão, principalmente nos grandes
centros consumidores. O crescimento vertiginoso de empresas de alimentação
do tipo "fast food" tem também contribuído significativamente para o aumento
deste segmento.
Tal atividade e caracterizada por exigir altos investimentos, em contraste
com outras atividades agrícolas extensivas, além de maiores riscos. Entretanto,
permite a obtenção de elevada produção física e de altos rendimentos por
hectare cultivado e por hectare/ano dependendo do valor agregado do produto
e da conjuntura de mercado. E também, gera de grande número de empregos
devido à elevada exigência de mão-de-obra desde a semeadura até à
comercialização. Estima-se que cada hectare plantado com hortaliças possa
gerar, em média, entre 3 e 6 empregos diretos e um número idêntico indiretos (
MELO e VILELA, 2005).
No estado de São Paulo este setor esta representado por 63000
produtores de hortaliças, sendo que estes produzem 55 diferentes tipos de
vegetais. Estes produtores geralmente são caracterizados por serem de
agricultura familiar e, portanto, associados à baixos níveis de tecnologia.
Portanto o estudo e analise de sua cadeia, tornam-se fundamentais,
tendo em vista sua importância no contexto da economia nacional e sua
influência sob a agricultura familiar.

Analise da Cadeia

No Brasil o mercado de hortaliças tem fundamental importância, sabe-se


que para a agricultura familiar este meio produtivo torna-se uma importante
solução, principalmente devido á sua demanda. De acordo com dados do
Censo Agropecuário 2006, foram identificados 4.367.902 estabelecimentos da
agricultura familiar, o que proporciona boas perspectivas para grande produção
de produtos, principalmente hortícolas, ademais 60% da produção esta
concentrada em propriedades de exploração familiar com menos de 10 ha
(MELO, 2006).
Os dados apresentados neste estudo são oriundos de uma pesquisa
exploratória, que visa buscar informações de produtores especializados de
hortaliças e seus agentes de comercializações de produtos hortícolas no
município de Ilha Solteira. A grande totalidade dos dados aqui citados foram
levantados pelo engenheiro agrônomo Rafael Luís da Silva, por meio de
pesquisas, entrevistas e analises realizadas à campo e apartir de dados
obtidos em documentos oficiais.
O município conta com dois assentamentos, Estrela da Ilha e Santa
Maria da Lagoa, e conta ainda com o reassentamento Cinturão Verde e com a

67
Horta dos Aposentados, estes quatro locais, representam os principais
produtores de produtos agropecuários do município. No que diz respeito aos
produtos hortícolas, os produtores de maior destaque, localizam-se no
reassentamento Cinturão Verde e na Horta dos Aposentados.
Esta analise encontrou algumas dificuldades no que diz respeito ao
acesso á informações, em função da falta de controle dos produtores, em
relação ao volume produzido e comercializado. Outro problema encontrado
durante a captação de dados foi à falta de dados oficiais (dados não
fornecidos), em relação ao volume adquirido e consumido pela prefeitura
municipal de Ilha Solteira.

Infra-estrutura e manejo
O Projeto de Reassentamento Cinturão Verde caracteriza-se como a
área com maior número de produtores de hortaliças no município, sendo que
esta, segundo (MÊRCES, 2004), é a principal exploração do projeto. A partir
disso podemos inferir que existe algum tipo de planejamento e utilização de
tecnologias que auxiliem em relação à estrutura, comercialização e/ou manejo
das culturas. Porem, Souza et al (2002), constataram que 64% do total dos
produtores não planejam como irão comercializar a produção ao semear sua
cultura ou iniciar uma nova atividade.
A partir de tabela a seguir, podemos verificar os principais produtos
comercializados no município.

Tabela 11: Volume das Principais Hortaliças Comercializadas – Ilha Solteira


SP ( Pesquisa realizada a partir de 7 produtores).
Produtos Unidade Total/ Mensal
Alface Maço 12200
Almeirão Maço 2050
Cebolinha Maço 2600
Couve-manteiga Maço 3100
Salsinha Maço 2600
Rúcula Maço 3200
Couve-flor Unidade 200
Beterraba kg 100
Rabanete Maço 1600
Quiabo kg 300
Coentro Maço 2800
Chicória Maço 350
Espinafre Maço 200
Mostarda Maço 70
Brócolis Maço 200
Fonte: Trabalho de Conclusão de Curso (Rafael Luís da Silva, 2010). – Modificado

A partir dos dados obtidos através da analise da tabela 11 e do gráfico


17, podemos observar o volume mensal de produtos hortícolas comercializados
no município. Apesar destes números, e de ainda ser a principal atividade
econômica no projeto Cinturão Verde, nota-se uma redução no número de
indivíduos envolvidos na prática de cultivo de hortaliças. O número de

68
produtores em 2004, dos 25 lotes irrigados, seis cultivavam hortaliças, porém
em 2008, de acordo, este número reduziu para cinco, sendo quatro de
produtores e um onde esta instalado o PAS ( Projeto Agrícola Social).

Total/ Mensal

14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0

Total/ Mensal

Gráfico 17.:Análise dos Principais Produtos Comercializados no Município de


Ilha Solteira, SP.
Fonte: Trabalho de Conclusão de Curso (Rafael Luís da Silva, 2010). – Modificado
(Resultados obtidos a partir de pesquisa com 7 produtores)

As principais fontes de escoamento destes produtos, são as redes de


supermercados do município, alem de feira livre e os varejinhos (Tabela 12).

Tabela 12. Volume de Escoamento semanal de Hortaliças no Município de Ilha


Solteira – SP.
Produtos Feira – Livre Supermercados Varejinhos PAS Total %Feira
Alface 319 1750 510 62 2641 12,07
Almeirão 53 205 144 10 412 12,86
Cebolinha 80 696 240 24 1040 7,7
Couve 26 454 132 15 627 4,14
Salsinha 135 696 174 24 1029 13,12
Rúcula 46 205 156 10 417 11,04
Fonte: Trabalho de Conclusão de Curso (Rafael Luís da Silva, 2010). – Modificado

Nota-se que dentre as principais dificuldades encontradas por estes


produtores, as de ordem técnica como manejo de pragas, doenças, manejo
adequado do solo e área do lote, ainda são fatores determinantes para um
melhor aproveitamento produtivo do setor. Porém, na fase de comercialização
do produto é que são apontados os maiores problemas.
A cadeia hortícola, no município de Ilha Solteira, ainda necessita de
investimentos principalmente no que diz respeito a conhecimento e capacidade

69
de comercialização por parte dos produtores. Isso requer algum ou melhor
planejamento, do que plantar, de que forma realizar o plantio, manejo da
cultura e principalmente para quem e como comercializar seus produtos.

2.2. Análise geral do município

As áreas de latifúndio existentes no município ainda contribuem para o maior


ganho do município. Com a reforma agrária a partir de 2005, houve uma
melhoria na economia local, tanto no aspecto econômico como social, onde
famílias que se encontravam em extrema pobreza tiveram oportunidade na
melhoria de vida, contribuindo desta forma para a economia local e na
diversificação de produtos oferecidos, tais como leite, carne, hortifrutos, etc.
Com o passar do tempo pode-se verificar a importância da contribuição destas
famílias para a sociedade. Apesar da perda das grandes áreas das pastagens
para a cana-de-açúcar, a economia do município tornou-se cada vez mais
forte. O pequeno agricultor vem cada vez mais se fortalecendo com programas
que visam melhorias de conhecimento nas cadeias produtivas de
associativismo. Aos poucos, mas conscientemente tanto produtores rurais
como munícipes em geral vem se conscientizando da importância da
preservação do meio ambiente em que vivem. Programas de reflorestamento
de matas ciliares da Casa da Agricultura-CATI, Departamento de Agronegócio,
Pesca e Meio Ambiente, vem promovendo e disponibilizando trabalhos
voltados para a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente, juntamente
com a Prefeitura, Incra, Cesp e a Unesp

70
2.3. Avaliação das dificuldades das principais cadeias produtivas.
Cadeia Produtiva Dificuldades Causas Efeitos Ações propostas
Capacidade de pagamento das Falta de planejamento; Inadimplência Capacitação
dividas;
Baixa qualidade genética do Baixa tecnologia; Baixa produtividade Investimento em melhoramento
rebanho; genético
Nutrição do rebanho; Baixa disponibilidade e/ou uso Queda da Produtividade; Capacitação dos produtores e
Índices zootécnicos abaixo do inadequado de alimentos; Baixa produtividade técnicos em gestão da
desejado; Baixa tecnologia; Insucesso na atividade atividade e planejamento
LEITE Gestão ineficiente dos negócios; Investimento em tecnolo
Perda do valor por falta de Falta de Conhecimento; Baixa rentabilidade Capacitação
qualidade Reativar o serviço de
Falta de órgão de defesa Manejo e práticas incorretas Gestão junto ao Poder Público
sanitária animal no município
para emissão de GTA e Falta de prioridade para o setor
atestados de vacina;

Nutrição do rebanho Baixa disponibilidade e/ou Baixa produtividade Capacitação


Índices zootécnicos abaixo do uso inadequado de Queda da Produtividade; Investimento em
desejado; alimentos; Insucesso na atividade melhoramento genético
Desconhecimento dos custos Baixa tecnologia; Baixa rentabilidade Capacitação dos produtores e
efetivos do produto; Falta de Conhecimento; Gastos de tempo e de técnicos em gestão da
Perda do valor por falta de Manejo e práticas incorretas recursos para se locomover atividade e planejamento
qualidade Falta de abertura de novos até Pereira Barreto Investimento em tecnologia
Falta de órgão de Defesa escritórios de defesa pelo Estado Dificuldades na execução e/ou capacitação
CARNE Sanitária Animal no município Falta de fiscalização dos trabalhos necessários Gestão junto ao poder público
(Emissão do GTA), Falta de investimento e inviabilidade Gastos de recursos para Fiscalização dos órgãos
Abate clandestino de animais, econômica aquisição de insumos fora competentes
Falta ponto vendas de insumos Desapropriação de áreas de do município Criação de incentivos fiscais
no município; pastagem para a reforma agrária, Redução da área de que viabilizem o investimento
Arrendamento para cana de elevados rendimentos da cultura da pastagens não município
açúcar; cana-de-açúcar , baixa rentabilidade Otimização da área de
relativa da atividade pastagem remanescente

71
Qualidade do meio ambiente Poluição dos recursos Dificuldades na produção Gestão do poder público junto
Qualidade dos alevinos hídricos Desuniformidade dos lotes aos agentes poluidores
Animais predadores Falta de oferta no mercado de produção, baixa Investimento em pesquisas
Espécies indesejáveis como o e investimento em qualidade do pescado Investimento em alternativas
mexilhão dourado pesquisa Redução na produção de controle
Problemas relacionados a Alimento confinado e de Depreciação dos Pesquisas em espécies
logística fácil captura equipamentos predadoras para manter o
PEIXE Baixo consumo, sazonal Inserção de espécies Elevação do custo de equilíbrio
Acesso ao crédito rural exóticas produção Investimento em transporte e
indiscriminadamente Consumo sazonal, queda rotas alternativas para
Grandes distancias entre as áreas de preços ofertados ao escoamento da produção
de beneficiamento e consumo produtor Investimento em campanhas
Hábitos alimentares Falta de investimento para aumentar o consumo
Falta de enquadramento dos Criação de novas linhas de
beneficiários crédito
Acesso ao crédito rural \endividamento financeiro Falta de investimento na Acesso ao credito facilitado
Gestão ineficiente dos negócios dos beneficiários produção Capacitação dos produtores
Perda de valor por falta de Falta de planejamento na Insucesso na atividade Capacitação em manejo
OLERICULTURA qualidade produção Baixa rentabilidade
Aquisição de insumos Manejo e práticas
incorretas
Desunião dos agricultores

72
2.4. Avaliação das oportunidades/potencialidades das principais cadeias produtivas.
Cadeia Oportunidades/
Por que não Explora Efeitos da Exploração Ações propostas
Produtiva Potencialidades
Logística, Falta de informação Melhorar a rentabilidade Divulgação/Capacitação
pesquisa,desenvolvimento do
setor;
Falta de liderança/união Aumento do poder de Insistir na organização rural
Organização Rural competitividade
Falta de conhecimento Aumento da renda familiar Orientação e capacitação
LEITE
Agregação de valor ao produto, ,motivação e de um serviço
de inspeção municipal

Desconhecimento dos Melhora a eficiência da Capacitação dos técnicos ,


Assistência técnica serviços prestados e atividade/rentabilidade investimento na infraestrutura da
descrédito Casa da Agricultura
Logística, pesquisa e Falta de liderança/união Melhorar a rentabilidade Utilizar estratégias metodológicas
desenvolvimento do setor adequadas
CARNE BOVINA
Venda do boi somente a vista Tradição do mercado
Eliminação do risco Mobilização/União do setor

Logística, pesquisa e Falta de investimento Melhora da eficiência da Atividade Gestão pública


desenvolvimento do setor
PEIXE
Parque aquicola Falta de Investimento Desenvolvimento da região Capacitação e mobilização do
setor
Logística, pesquisa Falta de informação Melhorar a rentabilidade Divulgação/Capacitação
,desenvolvimento do setor;

Viabilização econômica de Falta de informação Fixação do produtor no campo Orientação e capacitação


OLERICULTURA pequenas propriedades

Possibilidade de fornecimento Falta de Informação Agregação de renda Divulgação


para a merenda escolar

73
3. Diretrizes para o Desenvolvimento Municipal.
Ordem Diretrizes Indicadores Estratégias Instituições
envolvidas
Número de Produtores Promover um intenso e permanente trabalho -Prefeitura
organizados nas 4 ( extensionista com a finalidade de convencê-los Municipal
-ORGANIZAÇÃO DOS
1 quatro) cadeias sobre as vantagens do associativismo. Identificar -CATI/SAA
PRODUTORES RURAIS
produtivas priorizadas lideranças com esta mentalidade. - UNESP
-INCRA
Número de produtores Cadastrar o público envolvido em cada cadeia -Prefeitura
capacitados nas Identificar as diferentes necessidades e Municipal
-CAPACITAÇÃO DOS 4(quatro) cadeias proporcionar a capacitação -CATI/SAA
2
PRODUTORES produtivas priorizadas - SENAR
-UNESP

Serviço de fiscalização Mobilizar as lideranças rurais e políticas do -Prefeitura


município Municipal
-CRIAÇÃO DO SERVIÇO DE
3 -CMDR
INSPEÇÃO MUNICIPAL – SIM
-Organizações de
produtores rurais
KM de estradas rurais Mapear a malha viária identificando pontos -Prefeitura
adequadas críticos Municipal
-ADEQUAÇÃO DA INFRA-
Máquinas e Buscar políticas públicas adequadas -CATI/SAA
4 ESTRUTURA MUNICIPAL
equipamentos adquiridos -CODASP/SAA
PARA O SETOR RURAL
para a patrulha agrícola -MDA
-MAPA
Número de ocorrências Implementar ações de tal forma a oferecer mais -Prefeitura
-MELHORAMENTO DAS segurança à população rural, através do Municipal
CONDIÇÕES ATUAIS DE aumento do efetivo policial e de recursos -Secretaria
5
SEGURANÇA PÚBLICA NO materiais Estadual de
MEIO RURAL Segurança
Pública
6 -PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Número de produtores Promover atividades de capacitação e -Casa da

74
conscientizados sobre a conscientização. Agricultura
importância da - CBRN
sustentabilidade - UNESP
ambiental
APPs recuperadas Promover um intenso e permanente trabalho -Casa da
(hectares) extensionista com a finalidade de conscientizar e Agricultura
orientar os produtores interessados em mudas - CESP
fornecidas pelo viveiro municipal. Trabalhar em -Agência
parceria com o Projeto “Município verde e Azul” Ambiental
em desenvolvimento no município.
Produtores utilizando Conscientizar e treinar os produtores sobre a -CATI
corretamente os importância do uso do EPI, descarte correto de -SENAR
agroquímicos embalagens e técnicas de aplicação -UNESP
Produtos atendendo as Identificar as demandas; -CDA
-ADEQUAÇÃO DO SISTEMA
normas inerentes às Divulgar as legislações pertinentes aos setores de -SMA
DE PRODUÇÃO ÀS
boas práticas produção agropecuários; -POLICIA
7 LEGISLAÇÕES VIGENTES
agropecuárias Promover atividades educativas; AMBIENTAL
(BOAS PRÁTICAS
-ANVISA
AGROPECUÁRIAS)
Kg de leite/ha Demonstrar para os produtores que é possível -Prefeitura
Kg de carne/há aumentar a atual produtividade através do uso de Municipal
Kg de peixe /m3 de tecnologias adequadas -Casa da
-AUMENTO DA
água Incentivar e criar condições para os produtores Agricultura
8 PRODUTIVIDADE NAS
Kg de olerícolas/ha aprimorarem os índices zootécnicos dos - Ministério da
CADEIAS PRODUTIVAS
rebanhos Pesca
PRIORIZADAS
Incentivar e criar condições para os produtores - UNESP
promoverem o melhoramento genético dos
rebanhos

75
4. Planejamento da Execução

4.1 Iniciativas para o desenvolvimento rural em andamento


Recursos
Prioridade Nome Instituições Metas Prazos Beneficiários
Financeiros
- Conscientizar 100% dos produtores
e suas famílias sobre a importância
-Prefeitura da preservação do meio ambiente;
Municipal -Recuperar cerca de 20% de APP’s;
Preservação Ambiental
01 -CATI/SAA -Implantar o manejo correto de 2013 -------------------- Produtores rurais
-SMA efluentes em 50 propriedades;
-CESP -Introduzir a prática do uso correto
dos agroquímicos em 50% das
propriedades.
-CATI/SAA
-Produtores rurais capacitados nas Produtores rurais e
02 Capacitação -SENAR 2013 --------------------
diversas áreas produtivas suas famílias
UNESP
-Ampliar a quantidades de Patrulhas
-Prefeitura Agrícolas para melhorar o
Infra-estrutura municipal de
03 Municipal atendimento aos produtores ------------------- População rural
apoio ao setor rural 2013
-MDA -Adequar 50% dos trechos críticos
das estradas rurais
Associativismo e -Prefeitura
Produtores rurais e
04 cooperativismo -CATI/SAA -Fortalecer Associações já existentes 2013 -------------------
suas famílias
-MDA
-Elevar a produtividade média para
-Prefeitura 10.000 Kg de leite/ha/ano;
Municipal -Elevar a produtividade média para
-CATI/SAA 100 Kg de carne/ha/ano ou 200 Kg de
Aumento da produtividade nas
05 -UNESP peso vivo (carcaça)/ha/ano; 2013 ------------------- Produtores rurais
cadeias produtivas priorizadas
-Ministério da -Elevar os atuais índices de
Pesca produtividade na olericultura
-Elevar a produtividade média da
piscicultura

76
4.2 Novas iniciativas necessárias para atendimento das diretrizes do plano.

Prioridade Nome Instituições Metas Prazos Recursos Beneficiários


1 Desenvolver a CATI/PM/SINDICATO -capacitar produtores 2010-2013 -Humanos: agrônomos, -produtores
Agropecuária RURAL/SEBRAE - capacitar técnicos biólogos, técnicos e rurais do
Municipal -fortalecer as zootecnistas município
associações de -Financeiros: R$
produtores 100.000,00
2 Melhorar a CATI/PM /SEBRAE -capacitar técnicos 2010-2013 -Humanos: 01 agrônomo, -produtores
Assistência -realizar ações de 01 biólogo e 01 veterinário rurais do
Técnica e extensão rural e -Financeiros: R$ município
Extensão Rural assistência técnica 200.000,00
-adquirir multimídia,
impressora e máquina
fotográfica
3 Melhorar a Infra- -Governo Federal -adquirir 01 trator e 2010-2013 -Financeiros: 500.000,00 -produtores
estrutura -CATI/SAA equipamentos rurais do
Municipal de -PM -Identificar as município
Apoio ao setor necessidades de infra-
Rural estrutura
-Elaborar políticas,
programas, planos e
projetos específicos;
-adequação de
estradas
-Estimular o
fortalecimento de
instituições e órgãos
representativos;
-Estabelecer
convênios, acordos e
parcerias
4 Boas práticas de -SMA;- Departamento -Identificar as 2010-2013 -Humanos: 01 -produtores

77
manejo do de Meio Ambiente – demandas; agrônomo, 01 biólogo e 02 rurais do
Meio Ambiente PM;-Policia Ambiental -Oferecer técnicos; 06 policiais município
e CATI palestras/cursos ambientais
de divulgação das -Financeiros: R$
legislações 50.000,00
pertinentes aos
setores de produção
agropecuários;
-Promover
atividades
educativas;
-realizar
fiscalizações
5 Melhoria da - Departamento de -instalar 01 Associação 2010-2013 -Humanos: 02 policiais -produtores
Infra-estrutura Cultura e de Produtores (Santa Ambientais. rurais do
Municipal de Departamento de Maria da Lagoa) -Financeiros: município
Apoio a Cultura, esporte/PM -construir um mini- R$300.000,00
Esporte, lazer e -Policia Militar e campo de futebol
segurança Ambiental - Cinema nos Bairros
6 Programa SAA/CATI apoiar a iniciativa de 2010-2013 -humanos: -Humanos: 01 -produtores
Estadual De -SMA negócios de agrônomo, 01 biólogo e 02 rurais do
Microbacias associaçoes de técnicos município e
Hidrográficas agricultores - financeiros: até associações
Ii familiares do R$3000.000,00/associação
município
Obs: os recursos descritos para o cumprimentos das metas são valores estimados, podendo ser alocados ou não e recalculados no decorrer
do prazo estipulado no Plano.

78
5. Instituições Envolvidas:

INSTITUIÇÃO NOME CARGO ASSINATURA


Silvia Maria Almeida Lima Costa Professora – Dep. Fito,
Unesp
Tec Alim e Sóc-econ
CATI Josué Fermino dos Santos Assistente agropecuário I
Wilson Garcia Júnior Chefe Casa Agricultura
CMDR Silvia Maria Almeida Lima Costa Vice presidente
José Roberto da Costa Sales Presidente
Milton A Cassiano Sant’Ana Médico veterinário
Antonio Eugênio Guidorissi Técnico agropecuário
Helena Adélia da Silva Sales Chefe da Casa da
Casa da Agricultura Agricultura
Ilha Solteira Sueli da Silva Aquino Diret Dep. Agro, Pesca e
Meio Ambiente
Robson Dourado Técnico agropecuário
Manuelita Salomão secretaria
Francisco Persival Pereira Vital Secretário municipal
Prefeitura Municipal Sebastião Arosti Chefe administrativo de
transporte

O Prefeito Municipal e o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural


aprovam este plano .

Ilha Solteira, 13. de Abril de 2012.

__________________________________________
Dr. Edson Gomes
Prefeito Municipal

___________________________________________
José Roberto da Costa Sales
Presidente do CMDR de Ilha Solteira

79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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hortaliças. Disponível em:
www.abhorticultura.com.br/downloads/cadeia_produtiva.pdf. Acesso:
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www.ibge.gov.br/home/estatistica/populaçao/contagem2007. Acesso: 08/08/11

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(Incaper). Disponível em: www.incaper.es.gov.br/pedeag/setores.htm. Acesso:

EMATER-DF. Programa de Olericultura: Evolução, Tendência, Perspectivas e


Desafio Futuro do Agronegócio da Olericultura no Brasil e Distrito Federal.
Disponível em : www.emater.df.gov.br/sites. Acesso:

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BUOO, J. C. Caracterização do assentamento Estrela da Ilha, em Ilha Solteira
(S.P). In. CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA E
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COMITE DA BACIA HIDROGRÁFICA SÃO JOSÉ DOS DOURADOS.


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transmissão de preço para o leite paranaense utilizando modelos de séries
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11/02/2010

SEADE, FUNDAÇÃO SISTEMA ESTADUAL DE ANÁLISES DE DADOS.


Disponível em: www.seade.gov.br. Acesso: 06/05/2010.

80
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DO ESTADO DE SÃO
PAULO - Projeto LUPA - 2008

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, ILHA SOLTEIRA, 2010.

SECRETARIA DE TRANSPORTES, ILHA SOLTEIRA 2009

VIEIRA, L.V., KANEYOSHI, C.M, de FREITAS, H. Criação de gado leiteiro na


Zona Bragantina. Embrapa, 2005. Disponível em.

VILELA, D. A importância econômica, social e nutricional do leite. Revista


Batavo n° 111, dezembro 2002/janeiro

AGRADECIMENTOS
Médico Veterinário Dr Josué Fermino dos Santos Médico Veterinário Dr. Milton
Augusto Cassiano Sant’Ana; Técnico Agropecuário Robson Dourado;
Secretária Manuelita Salomão e funcionários do EDR de Pereira Barreto e
Ancradina; Sebastião Arosti; Francisco Persival Pereira Vital, Amandio Almeida
Júnior e Maria das Dores Mota Queiroz e os estagiários Felipe Moreira de
Souza; Paula Pereira Rosa; Tamires Azoia de Souza; Wanderson Rodrigues
Moraes; Danilo Augusto dos Santos Pereira;

ELABORAÇÃO
- Eng. Agr. Ms Helena Adélia da Silva Sales
- Profa Dra Silvia Maria Almeida Costa
- Prof. Dr. Alexandre Ninhaus Silveira
- Eng. Wilson Garcia Júnio
- Eng. José Antonio Pistori Buzachero
- Bióloga Drª Sueli da Silva Aquino
- Técnico Agropecuário Antonio Eugênio Guidorissi

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