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Sendo assim, considera-se na fala de João Breno Pinto suas lembranças

que passam de meras informações.

João Breno Pinto foi um militante e sindicalista no bairro de Perus,


durante a longa greve dos Trabalhadores do Fábrica de Cimento Portland instalada
no bairro. Nasceu no dia 06 de outubro de 1932, em Piedade do Bagre, cidade hoje
conhecida como Felixlândia, que fica no interior de Minas Gerais. A cidade faz divisa
com outras cidades como Curvelo, Pompéu, Três Marias e Morro da Garça. A
história de Felixlândia está ligada à fé religiosa de seus moradores 1.

Desde muito cedo João Breno Pinto começou a trabalhar para conseguir
dinheiro e ajudar a família. Trabalhou como engraxate, carregador de malas,
ajudante de caixeiro viajante e de biscateiro. João Breno também foi guia de seu
pai. Nesta atividade ficava na frente dos bois, com ferrão na ponta, controlando o
gado. Aos 13 anos João Breno foi trabalhar na Coletoria Estadual 2. Mas João
também participava juntamente com sua família das atividades da igreja. Segundo
contava:

“Bom… então quando começou eu to dizendo quando eu comecei a


entender um pouco o meu pai é… um pouco a gente ia na igreja era um
pouco na marra… e acho que por aí eu tinha uma certa revolta assim é não
da igreja, mas da cerimônia da igreja, que era muito… eu achava até muito
bonita mas só que era muito demorada porque eu não entendia porque era
em latim, mas achava muito bonita aquela ornamentação, aquelas vestes e
tudo mais.”.

A região onde João Breno morava foi fundada por coronéis que
mantinham relações de exploração e autoritarismo. Os vínculos de
compadrinhamento mantinham essa situação. A família morava na beira das roças
de arrozal, no Córrego do Bagre (MG), um afluente do Rio São Francisco. A região
era montanhosa e ocorriam enchentes. Estes fatos marcaram com episódios que
João Breno contava de medos que passara:

1
A festa de Nossa Senhora da Piedade, realizada em agosto, reúne milhares de
fiéis e visitantes de cidades vizinhas. Uma procissão encerra o evento na Praça da
Matriz, onde está localizado o santuário de Nossa Senhora da Piedade.
2
Coletoria Estadual – TOK de HISTÓRIA (tokdehistoria.com.br) Acessado em 03/05?2022.
Seus pais eram Raimundo Gregário Pinto e Dona Tereza Gonçalves de
Souza. Seu pai sabia ler e escrever e atuava politicamente na região através da
igreja. O pai de João Breno manifestava preocupação quanto a falta de formação
para o filho naquele lugar. Manifestava o desejo de retirar a família de onde
moravam, pela falta de escolas próximas para dar condições de estudo à João
Breno, e João Breno reconhecia isto através de suas palavras:

E, em 1949 João veio para São Paulo em busca de melhores condições e


vida e trabalho. Se instalou no bairro de Perus. Em 1953 João Breno casou-se com
Teresinha do Rosário, com quem teve 07 filhos. Seu primeiro emprego no bairro de
Perus foi na extinta Fábrica Fundição Progresso, onde trabalhou como apontador de
produção, profissional que faz o registro dos dados da produção e do estoque da
empresa. Nesta empresa teve contato com operários que reivindicavam melhores
condições de trabalho e participou da greve geral em 1953 que teve adesão de
várias categorias, como metalúrgicos, madeireiros, gráficos e vidreiros. Essa greve
do proletariado brasileiro perdurou por quase um mês e contou com a participação
de ¼ do operariado paulista. Demitido, em janeiro de 1954, João Breno começou a
trabalhar na Cia. De Cimento Portland de Perus, como ½ oficial de mecânico de
manutenção, tendo participado ativamente do movimento dos trabalhadores da
indústria do Cimento, Cal e Gesso do Estado de São Paulo. João Breno Pinto lutou
em conjunto com outros trabalhadores da empresa para que a justiça lhes fosse
feita.

Em 1956 os trabalhadores passaram a eleger diretamente parte da


Diretoria do Sindicato e João foi escolhido para ocupar a suplência na instituição.
Nesse período o sindicato fez importantes conquistas em defesa dos trabalhadores,
como por exemplo o salário família e aumento salarial. João Breno foi escolhido
pelos operários para integrar, como suplente, a diretoria do Sindicato. Em 1960
João Breno foi eleito presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de
Cimento, Cal e Gesso de São Paulo. João Breno Pinto também participou da
fundação da 3Frente Nacional do Trabalho - F.N.T., que congregava trabalhadores
de Perus, Cajamar, Caieiras, São Paulo e Santo André.

Em 1962 na qualidade de presidente do Sindicato, foi um dos principais


dirigentes na greve dos Quatro, declarada em 14 de maio de 1962, totalizando
3.500 trabalhadores de quatro sindicatos (Alimentação de Pirajuí, Têxteis de Jundiá,
Papel e Papelão de São Paulo e os “Queixadas” de Perus), que integravam
trabalhadores do Grupo Abdalla.

Durante o período da greve o movimento dos trabalhadores tinha uma


tática de luta que ficou marcada na história dos 7 anos de greve em Perus. E
conforme comenta João (A. Fragoso, 1977):

A “Perus” é uma fábrica de cimento, e o serviço é bruto. Por isso o


trabalhador de lá, no fundo, é um homem agressivo. Aquele grupo menor
tinha consciência de que alimentar a violência era facílimo, mas a gente
sabia que não ia dar em nada porque íamos encontrar uma violência mais
organizada das forças de repressão. Os companheiros ficavam até
revoltados por a gente não deixar que eles dessem o troco aos policiais e
aos traidores. Mas hoje, depois de terminado, nas conversas, a turma
reconhece, que embora não entendesse com profundidade a não-violência,
o caminho que foram convidados a seguir foi o melhor, porque senão, não
teriam alcançado esse resultado final.

Eles se baseavam nas ideias de Gandhi e primavam pela luta sem


violência e mais tarde passaram a entender que:

O violento tenta provocar o não-violento para que ele abandone sua arma
principal: o uso da não-violência-ativa. “ A. Fragoso, 1977, pág.35.

Primavam pela verdade e a justiça:

“A não-violência-ativa não respeita em primeiro lugar a legalidade, mas sim


a verdade e a justiça. ” A. Fragoso, 1977, pág. 35

Quando a greve começou, em 1962, não existia uma lei de greve,


portanto os trabalhadores estavam na ilegalidade. Lutavam por melhoria nas
condições de trabalho, e melhoria no salário.
3
Arquivos Coleção Frente Nacional dos Trabalhadores - CMQueixadas Acessado em 10/05/2022.
Até a repressão foi entendendo que nós não estávamos entrando no jogo
que eles esperavam. Por exemplo: um dia, no furo da greve, um operário
que estava no nosso grupo atirou uma pedra no para-brisa do carro do
delegado do DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social
de São Paulo), que acompanhava um caminhão de fura-greves. Claro que
houve pancadaria, embora sem reação do grupo grevista e muito menos do
companheiro que atirou a pedra. No outro dia, este companheiro estava
trabalhando na fábrica, em perfeito entrosamento com o delegado e com o
chefe da seção. Isso provou que era um esquema que a repressão havia
montado, usando aquele operário para provocar um ato de violência,
desencadeando um processo violento pelo qual eles teriam certeza de
ganhar. 

Hoje eu as vezes fico relutante em aceitar a não-violência apenas como


tática. Mas quando eu comecei, foi uma tática. A gente já vinha fazendo um
trabalho junto à base para não entrar no campo que os homens queriam,
que era o da pancadaria e do quebra-quebra. Estávamos compenetrados
que não aguentaríamos o tranco. A. Fragoso, 1977, pág.35, 36.

Durante a formação que ocorria em meio a greve surgiram em Perus em


1967, Hildegard e Jean Goss. Eram pesquisadores que liam as ações do movimento
como sendo uma tática da luta não-violenta. Na ocasião, João Breno lembra que
ficou nervoso com a informação. Achava que estavam sendo considerados como
Pelegos, (aquele fugia da luta e furava a greve) e entendia que aquela não era
atitude de homem. Porém, mais tarde entendeu a necessidade de adentrarem nos
conceitos de Gandhi, e começaram a usar seus slogans.

Segundo Santos 2018, os trabalhadores exigiam que a gestão da Fábrica


fosse cooperativa, entre o Estado e os princípios operários, e que o consórcio dono
da Companhia, pagasse o que devia aos seus funcionários. Santos, 2018, pág. 9.

Em agosto de 1979 João, ainda ligado à movimentos de Perus, fundou a


Comissão antiviolência de Perus que, posteriormente, transformou-se no Centro de
Defesa de Direitos Humanos” Carlos Alberto Pazzini 4”

João Breno Pinto foi militante do Partido dos Trabalhadores desde a


fundação do Diretório Distrital de Perus no ano de 1981 e antes de falecer em 2002,
participou da Associação dos Aposentados de Perus 5, da qual foi um dos
fundadores. O local hoje serve como espaço de convivência, desenvolvimento
cultural e de organização das lutas para melhoria da Previdência. João Breno
4
Arquivos Centro de Defesa dos Direitos Humanos Carlos Alberto Pazzini - CMQueixadas Acessado em
03/05/2022.
5
Arquivos Associação dos Aposentados de Perus - CMQueixadas Acessado em 03/05/2022.
também foi Diretor Social do Sindicato de Cimento, Cal e Gesso de Perus e
participou da nova composição do movimento dos trabalhadores da Fábrica de
Cimento Portland de Perus com ações voltadas a abertura de novas escolas no
bairro. No ano de 1997, João Breno Pinto foi homenageado na Câmara Municipal de
São Paulo pelo reconhecimento na qualidade de presidente do Sindicato como um
dos principais dirigentes da greve dos Quatro, declarada em 14 de maio de 1962.

Logo nos primeiros relatos sobre sua infância João questionava se de


fato o que teve foi uma infância. Contava que onde morava haviam dois coronéis
que fundaram a região e que sua família sofria forte influência destas pessoas, tanto
no trabalho, quanto na vida privada.
João contou nas entrevistas muitos episódios de sua infância na antiga
cidade de Piedade do Bagre. Lembrava de episódios tenebrosos que marcavam o
cotidiano da família e os vínculos de cuidado e proteção, conforme relata:

João percebia as diferenças nos tipos de casa que eram construídas na


região. Contava que:

João ressaltava em suas narrativas a presença da mulher e reconhecia sua


função junto ao homem na formação da família e na execução do trabalho:

João Breno tinha muitos questionamentos a respeito do envolvimento do seu


pai com a igreja e com a política e em algum momento de sua vida tentou buscar
histórias do seu pais de quando era trabalhador nas fazendas de Piedade do Bagre.

Até que em determinado momento João desistiu de procurar histórias de seu


pai e segundo ele, a sua consciência política o levava à militância.

A greve dos sete anos de Perus aconteceu em plena ditadura militar. E


João costumava relatar os períodos de repressão. Lembra que um dia, no furo da
greve, um operário que estava no grupo dos Queixadas de Perus (que era o grupo
da resistência do movimento), atirou uma pedra no para-brisa do carro do delegado
do Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo 6 (DEOPS), que
acompanhava um caminhão de fura-greves. Houve pancadaria, explica João,
embora sem reação do grupo grevista e muito menos do companheiro que atirou a
pedra.
No outro dia, segundo contou João Breno, este companheiro estava
trabalhando na fábrica, em perfeito entrosamento com o delegado e com o chefe da
seção. Isso provou que era um esquema que a repressão havia montado, usando
aquele operário para provocar um ato de violência, desencadeando um processo
violento pelo qual eles teriam certeza de ganhar. Sobre o fato João Breno refletiu da
seguinte forma:
6
:: APESP - Arquivo Público do Estado de São Paulo :: Acervo :: Acervos mais Consultados :: DEOPS ::
(arquivoestado.sp.gov.br) Acessado em 03/05/2022.
Hoje eu as vezes fico relutante em aceitar a não-violência apenas como
tática. Mas quando eu comecei, foi uma tática. A gente já vinha fazendo um
trabalho junto à base para não entrar no campo que os homens queriam,
que era o da pancadaria e do quebra-quebra. Estávamos compenetrados
que não aguentaríamos o tranco. A. Fragoso, 1977, pág.35, 36.

Em Perus o movimento das CEBs teve grande influência na formação de


professores de escolas da região e na formação de movimentos políticos na cidade.

Nas formações dentro das igrejas católicas havia uma ambiência para
discussões pautadas no educador Paulo Freire, que propunha uma leitura de
mundo, uma interpretação de mundo, e uma prática que produzia ideias,
posteriormente, problematizadas, e quando chega nesta etapa ela se estabelece
entre o desejo de viver, no caso a reflexão sobre a questão existencial com as
discussões dos movimentos e a questão da escola, do trabalho, tematizadas, nas
reuniões.

Segundo Arroyo, 2011:

“O fenômeno mais relevante na sociedade brasileira hoje está não nos bons
propósitos de abertura de seus dirigentes, mas na organização da
sociedade e especificamente, das camadas subalternas, o que implica uma
redefinição de forças que refletem, sem dúvida no Estado, em suas
políticas públicas e na política educacional. ” Pág. 167

Nas formações haviam também visitas a diferentes espaços, tais como,


escolas, sindicato, parques, na comunidade, mas não enquanto formação religiosa,
mas no sentido da proximidade e da preferência pela convivência e aproximação
dos mais pobres, no sentido da teologia da libertação 7.

As formações vindas das comunidades eclesiais de base (CEBs),


refletiam nas décadas de 80 até 90 ações que rompiam com o ritual mais arcaico da
igreja, com atividades inovadoras, como construção de peças teatrais,
apresentações de fantoches, na hora da homilia, para explicar alguns ensinamentos
do evangelho, por exemplo, nas comunidades menos favorecidas.

Estes movimentos das CEBs acabam por serem ações levadas e trazidas
pela escola e os sermões da igreja acabavam afinados com a realidade dos alunos
das escolas.

Esse momento da escola estar mais próxima das vivências da população e


do bairro afetou muito o bairro de Perus. Na escola Cândido Portinari na década de
90, começaram a surgir as questões da Firmeza Permanente, lema dos
Trabalhadores da Fábrica de Cimento Portland nas lutas operárias, algo que já
vinha sendo pautado e defendido dentro das igrejas locais, com forte apoio aos
operários.
A caminhada ecológica, que passou a fazer parte da agenda local, na
ocasião também entrou na agenda do bairro. Nestas caminhadas, para além de
professores, alunos e comunidade, sempre estavam presentes representantes do
sindicato, das CEBs e também de outras igrejas, como a Presbiteriana (que
levavam bandas para tocar), todos pautados na defesa e preservação da fábrica,
juntando as questões ambientais, na busca da manutenção da qualidade do ar que
respiravam, prejudicado pela falta de filtros na Companhia de Cimento.
A primeira das CEB, a João XXIII, tinha uma demanda recorrente que era o
tema da Água. As Vilas em Perus tinham que perfurar poços muito profundos para
conseguirem água. A igreja conseguia articular pessoas em prol das demandas
sociais. A necessidade de poços artesianos na região era uma delas.
Acervo completo.pptx - Apresentações Google

7
Teologia da libertação
Importante relatar sobre as teses e vivências de Elcio Siqueira e Adilson.
Relatam sobre as presenças em Perus e também sobre as mulheres Queixadas.
Depois, além dele e do Adilson vieram outros trabalhos e o DPH que foi a Perus
fazer um estudo detalhado da história da fábrica, do patrimônio.

Nas escolas, naquelas décadas, as crianças eram muito envolvidas nos


trabalhos de conscientização sobre a Fábrica, mesmo que nem sempre haviam
autorizações para as visitas realizadas pelas escolas. Entravam pelo túnel inundado
da Fábrica, pois não era um consenso com o proprietário a preservação da Fábrica
no sentido da memória coletiva. Missas foram realizadas ali na porta da fábrica com
todo o envolvimento da própria população e hoje é muito próximo da escola
também.

Quando a candidata Luiza Erundina ganhou a eleição municipal para


assumir a prefeitura de São Paulo começaram a realizar o programa de governo
com Paulo Freire à frente da secretaria da educação, um projeto interdisciplinar.
Esse projeto interdisciplinar usando as ideias de tema gerador de Paulo Freire as
relações de expansão das atividades, de andar pelo território, de buscar outros
lugares para estudar e isso servir para o conhecimento de sala de aula faziam parte
das inovações.
Santana de Parnaíba que fica muito próximo de Perus foi uma das visitas
dos projetos desenvolvidos com as escolas de Perus devido a primeira hidrelétrica
que passou a ser uma parte da energia da fábrica. Havia gerador próprio. A escola
realizou Santana do Parnaíba pra fazer um estudo a respeito da hidrelétrica que
tinha relação com Perus e aí começaram a descobrir uma série de coisas lá.
Ficaram em Santana de Parnaíba por um ou dois dias, capital paulista, e teve uma
festa, visitaram os casarios.
Era o início da abertura para outros olhares e lugares.

A partir dos anos 2000, a relacão da área da cultura com as escolas de


Perus se intensificaram bastante e as expressões do RIP ROP entraram na escola. 

Havia uma estrutura regional que permitia e atraia estudantes de outras


escolas de Perus para as inovações pedagógicas.
Na ocasião eram instituídos os conselhos escolares. Houve uma manifestação na
escola CÂNDIDO PORTINARI acerca do fechamento da sala de comunicação para
a ampliação de sala de aula e devido ao movimento a Diretoria não conseguiu
fechar. Porém, foi aberto um anexo (hoje seria a EMEF Philó). Mas as qualidades
das inovações alcançadas foram mantidas. A participação dos pais nos conselhos
de escola nas escolas de Perus sempre foi um ponto forte da época. Surpreendia a
participação da comunidade Bom Samaritano. Também eram presentes a atuação
dos grêmios escolares para a escuta dos alunos. Na Escola Cândido Portinarti havia
resistência às imposições vindas da secretaria. Muitos documentos históricos
comprovam tal atuação e são mantidos junto às narrativas da comunidade.
Fotografias também fazem parte da preservação das memórias escolares em Perus,
possibilitando que as individualidades ecoam na coletividade. Tais memórias
também ecoam pela região Noroeste fazendo parte do processo de aprendizagem,
da formação e transformação locais, criando vínculos integrais com a cidade e com
a urbanidade.

João Breno continuou militando no Sindicato e na CIPA 8 até 1982,


quando se aposentou.

E os conflitos estão nos direitos 

Tanto que chegou um momento em que a fábrica não aguentou ficar lá 

Eles acabaram 

8
CIPA - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (guiatrabalhista.com.br) Acessado em 03/05/2022.
E ainda havia a matéria prima para a produção de cimento lá 

Mas a fábrica vai encerrando porque vai se produzindo uma outra cultura 

No século XX haviam características estratégicas para a fábrica se colocar lá 

A empresa tem uma proposta 

 O Estado tem outra proposta 

E à população tem outra proposta 

A questão ambiente foi se modificando 

Aí se exigiam os filtros para conter a poeira 

Mas quando ela começou isso não era cobrado 

Isso se tornou problema porque a questão do meio ambiente começa a aparecer 

E isso começou a aparecer na pauta 

Aí começam as pessoas dizendo que não podem ficar aqui 

Porque te. Gente ficando doente 

Morrendo 

Daí o próprio estado começa a intervir 

E se desloca a produção de cimento para outra área 


Porque o cimento ainda hoje continua a ser produzido 

E porque não continuaram a produzir em Perus?

Hoje só extraem de lá a matéria prima

O Abdalla faliu para resolver o seu problema político 

A falecia fez parte desde jogo 

A falência no Brasil naquela época ele deixava de pagar e ele continuou rico 

E continuou investindo no cimento 

Em outras …
O modelo econômico que mudou 

E não a questão política 

E como havia um grupo debatendo 

Os trabalhadores 

O Abdalla saiu fora e deixou os trabalhadores morrendo lá 

E nem as dívidas trabalhistas ele pagou 

Não pagou a indenização da população 

Porque muita gente ficou doente 

Estilo do processo da mineradora de 


Vc não tem saída 

Quem perdeu mais nesta luta?

Quem ficou sem emprego 

Muitas famílias lamentam

Tinham emprego, seus filhos estudavam 

Teve trabalhador que conseguiu pagar faculdade para os filhos 

A família Abdalla foi embora 

E está bem hoje

O que deixaram para à comunidade foi uma migalha de uma cultura como a escola

São duas as perguntas deste trabalho 

Porque a fábrica foi para Perus 

E porque ela saiu?

São questões que tem que aparecer quando eu falo do locus da pesquisa 

A fala do Breno é bem ideológica 

Ele só vê o lado dos trabalhadores e não vê a questão da economia 

Um Empresario nunca instala uma empresa  numa região se não existe algo 


E também não permanece se não tem algo contínuo 

Eles foram para o nordeste 

Os trabalhadores de São Paulo estavam muito politizados 

Lá o salário estava mais barato 

Lá tinham estradas onde podiam ir carretas 

Tem os portos do nordeste 

A fábrica de cimento pagou faculdade para filhos de trabalhadores?

Como era o modelo da Votorantin?

Perus teve uma ascensão uma chegada e uma queda

Para o povo da esquerda do campo democrático Fica feliz porque criou um caldo democrático um

Criou escola mas essas coisas não são suficientes


O trabalhador quer mesmo emprego

Essa cultura da música do teatro do cinema Da participação da política É uma questão de salvar s
nada

Na última eleição perus não conseguiu nem garantir governo

A população indígena da região está muito maltratada

Tenho cemitério vazio e as pessoas fizeram várias ocupações naquela região

E a miséria solucionando a miséria


Depois que a fábrica sai quais os atores que ficam

O que eles fazem e aí contar a história do movimento da escola dos queixadas


Fotos sindicato igreja fábrica quando chegou movimento

Das mulheres e aí entra outros Outros grupos no cenário que foi produzido Naquele quadro q
sindicato
 as pessoas reagiram Começaram a reivindicar vieram as autoridades
E nesse quadro de luta começou legado qual foi o legado
Essa é uma conquista da classe trabalhadora que é uma derrota Da classe trabalhadora
Só volta a funcionar a fábrica quando ele cumprir todas as obrigações
Cumprir as obrigações significa os trabalhadores ficar ficarem sem receber

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