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PROLACTINOMAS

Sinônimos e Nomes populares

Adenomas Hipofisários Produtores de Prolactina; Tumores de Hipófise Produtores de


Prolactina; Hiperpituitarismo; Tumor na Cabeça; Problema na glândula da cabeça.

O que são?

São tumores benignos da glândula hipófise que provocam sintomas hormonais de modo
predominante, decorrentes da elevação do hormônio Prolactina. Raramente podem
provocar também sintomas neurológicos decorrentes de compressão ou invasão de
estruturas adjacentes, tais como o nervo ótico e nervos localizados ao lado da hipófise
(seio cavernoso).

São os tumores mais comuns da glândula hipofisária, sendo menores do que 10mm
(microadenomas) na grande maioria dos pacientes (mais de 80% dos casos).
Predominam no sexo feminino (também mais de 80% dos casos).

A elevação da Prolactina pode ocorrer também em decorrência de alteração do contato


entre o hipotálamo e a hipófise, seja por adenomas que não produzem qualquer
hormônio (adenomas não-secretores) ou por outras doenças localizadas na região da
hipófise (cuja origem não é a glândula hipófise).

Essas doenças podem se apresentar como tumores não-secretantes, provocando


sintomas neurológicos e hormonais. Entre esses "tumores" não funcionantes da região
hipofisária, estão doenças vasculares, infiltrativas, de origem embrionária e tumores de
outras origens, como os craniofaringeomas, os gliomas, os meningeomas e, muito
raramente, tumores metastáticos.

Mais recentemente, com os avanços de técnicas de imagem para avaliação de doenças


do sistema nervoso central e do crânio - que popularizaram os exames de tomografia
computadorizada e ressonância magnética do crânio - tem sido freqüente a descoberta
ocasional de "tumores da hipófise".

Esses tumores, descobertos ocasionalmente (incidentalmente), são denominados


"Incidentalomas Hipofisários", cuja abordagem está descrita em item específico desse
site. Entre as suas diversas causas estão os Prolactinomas, especialmente no sexo
masculino, que podem não provocar grande sintomatologia clínica.

Como se desenvolve?

Os Prolactinomas, como outros adenomas hipofisários, não possuem causa bem


definida, sendo provavelmente provocados por mutações isoladas de células hipofisárias
normais.

Uma parcela de 3 a 5 % dos casos apresenta distribuição familiar, estando associada a


mutações transmitidas hereditariamente. Esses casos podem envolver a ocorrência do
mesmo adenoma na mesma família (adenomas familiares) ou estarem associados a
adenomatoses endócrinas múltiplas. Nessa situação os pacientes podem exibir tumores
funcionantes de paratireóide, pâncreas e supra-renais.

O que se sente?

Os sintomas associados aos Prolactinomas, no sexo feminino, são:


 

galactorréia (surgimento de leite nas mamas fora do período puerperal)


alterações menstruais e cessação da menstruação (amenorréia)
diminuição de libido
infertilidade
sinais e sintomas de redução dos estrógenos (pele seca, diminuição da lubrificação
vaginal, dor na relação sexual, cabelos com pouca vitalidade, diminuição de volume
das mamas)
acne e aumento de pelos (hirsutismo)
osteoporose

Freqüentemente esses sinais ocorrem após o parto e um período longo de lactação


(amenorréia e galactorréia pós-parto), ou durante a utilização de pílula anticoncepcional
(amenorréia e galactorréia pós-pílula).

No sexo masculino os sintomas são de:


 

impotência sexual
redução de libido
infertilidade
diminuição de pêlos corporais e da freqüência de barbear
(raramente) aumento de volume das mamas e surgimento de leite (galactorréia)

Nesses pacientes, como na maioria das vezes, os adenomas são volumosos (maiores que
10 mm = macroprolactinomas). Podem ocorrer sinais e sintomas neurológicos tais como
dor de cabeça, alterações do campo e da acuidade visual e alterações de movimentação
ocular.

A dor de cabeça costuma ser na região frontal e lateral, do tipo constante, sem fatores
determinantes e usualmente alivia com analgésicos comuns. A perda visual ocorre na
acuidade visual e principalmente na visão para as laterais (perda de campo visual
lateral).

Mais raramente, em adenomas hipofisários volumosos com crescimento para os lados


da hipófise, podem surgir outros sintomas visuais como a visão dupla, o desvio de
posição dos olhos (estrabismo), a queda da pálpebra (paciente não consegue levantar a
pálpebra superior) e o desvio de um dos olhos para baixo e para o nariz.

Esse quadro caracteriza relativa gravidade, e freqüentemente se associa com dor ao


redor do olho envolvido e perda visual severa, chegando até a cegueira.
Como o médico faz o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser estabelecido a partir dos sintomas associados com a elevação da
Prolactina (Hiperprolactinemia) ou a partir das alterações neurológicas (dor de cabeça,
alterações visuais). Pode ser necessária a investigação também a partir de um achado
incidental de aumento de volume da hipófise (incidentaloma) em exame de imagem do
crânio (tomografia ou ressonância magnética).

Nos pacientes com suspeita da moléstia, deve ser realizada inicialmente a dosagem da
Prolactina no sangue, além da dosagem do T4 e do TSH. As dosagens do T4 e do TSH
são necessárias para se excluir a presença do hipotireoidismo, que se caracteriza como
uma causa comum de elevação da Prolactina, não decorrente de adenoma hipofisário.

Todo o paciente que apresenta suspeita de ser portador de adenoma hipofisário deverá
ser avaliado através de tomografia computadorizada da região da sela túrcica (região na
qual se localiza a hipófise) ou idealmente através de ressonância magnética desta região.

Detectado o adenoma e na presença de sinais e sintomas de aumento da Prolactina,


deverão ser realizadas também dosagens de todos os hormônios hipofisários ou, em
algumas situações, testes funcionais para análise do perfil de secreção de alguns
hormônios hipofisários.

A partir dessa investigação, o característico é que se observem níveis de Prolactina


maiores do que 200 mg/ml em pacientes com Prolactinomas, e que os exames de
imagem (TC ou RM) demonstrem microadenomas (adenomas menores que 10 mm =
microprolactinomas) ou macroadenomas (adenomas maiores que 10 mm =
macroprolactinomas).

Como se trata?

Independente do volume dos adenomas, ou seja, nos micro ou nos macroprolactinomas,


o tratamento é inicialmente clínico, com boa resposta em mais de 80% dos casos. Os
medicamentos utilizados são a bromocriptina, o lisuride e a cabergolina, em doses
progressivas até a obtenção da normalização da prolactina e redução do volume do
adenoma hipofisário.

Em situações nas quais não se alcançam esses objetivos, pode ser indicada a cirurgia
transesfenoidal para ressecção do adenoma. Essa cirurgia é uma microcirurgia realizada
através da região nasal, utilizando microscópio, e abordando o local da hipófise por sua
região inferior.

Após a correção da elevação da PRL os sinais e sintomas revertem completamente,


ocorrendo inclusive a normalização da fertilidade. Nessa situação, para as pacientes que
não desejam engravidar, é importante a orientação no sentido de se utilizarem métodos
anticoncepcionais.

Dentre esses métodos, devem ser empregados inicialmente os de barreira, reservando-se


a pílula anticoncepcional para situações nas quais a elevação da Prolactina já foi
adequadamente controlada.
Como se previne?

Não se conhecem métodos de prevenção. O diagnóstico precoce e um adequado manejo


endocrinológico e, quando necessário, neurocirúrgico são fundamentais para a adequada
resolução das diversas situações clínicas associadas aos adenomas hipofisários
produtores de prolactina (prolactinomas).

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