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A IVC de membros inferiores é caracterizada por sintomas e sinais produzidos pela hipertensão venosa como
resultado de alterações estruturais ou funcionais das veias. É o mau funcionamento do sistema venoso.
HIPERTENSÃO VENOSA
Quadro clínico
Sintomas
Dor (não é uma dor localizada, é um mal estar, dor subjetiva. Se a dor melhora ao demabular, relaciona-
se com insuficiência, se for o contrário, o problema pode ser na coluna ou ortopédico)
Sensação de peso e cansaço nas pernas
Cãibras (porque tem acúmulo de sangue venoso. Costuma ser no fim do dia e tem piora com o aumento
hormonal, em períodos menstruais, gestação ou uso de anticoncepcional, por exemplo)
Prurido
Edema (se o pct tem edema, é sinal de que a pele dele pode esticar, podendo voltar ao normal quando o
edema sair. Se não tem edema (dermatolipoesclerose), é pq já teve necrose do tecido celular
subcutâneo, onde se tem a elastina, não voltando mais ao normal, sinal de mau prognóstico)
Síndrome das pernas inquietas (tem sintomas, mas não tem varizes visíveis. Associado a IVC. Dissociar de
tiques, manias)
Todos os sintomas são agravados ao ortostatismo prolongado
OBS:
Telangectasias: vaso na derme com até 1mm.
Varizes: abaixo da derme com mais de 3mm.
Reticulares: subdérmica, entre 1 e 3mm.
Varizes podem causar IVC, mas se não tiver varizes e tiver sintomas, pode ser que tenhamos uma insuficiência do
sistema venoso profundo ou pode ser apenas de trabalhos exaustivos que envolvem ortostatismo. Isso é avaliado
através de Eco Doppler venoso profundo e superficial.
Telangectasias Grosso calibre Grosso calibre Eczema
Telangectasias: pelo fluxo de sangue nelas ser mais rápido, no tratamento não se deve usar espuma, porque esse
esclerosante será eliminado muito rápido e não trará o resultado esperado; usa-se muito o laser ou líquido. Elas
podem gerar varicorragia.
Veias tronculares: costuma-se usar escleroterapia com laser ou cirurgia.
-Capilares arteriais são melhores tratados com laser. Os venosos com qualquer um.
Eczema de estase: Surge, em geral, na região de hiperpigmentação ou de intensa congestão em torno de úlceras ou
cicatrizes. Frequentemente é desencadeada por alergia local a pomadas, pós secantes ou antissépticos e pela
própria borracha ou tecido das meias e faixas elásticas.
Celulite ou erisipela: Embora não faça parte da classificação clínica CEAP, a erisipela é uma complicação frequente
da IVC. Os germes penetram a pele pela própria úlcera venosa por meio de pequenas escoriações, ferimentos,
picadas de inseto etc., levando à infecção de pele e do tecido celular subcutâneo (celulite) e da vasta rede linfática
subcutânea (erisipela ou linfangite reticular. Pode atingir grandes extensões da perna, com dor intensa e hiperemia
pelo processo inflamatório, sendo normalmente acompanhada por sintomas gerais e febre alta. Essas crises de
celulite e erisipela frequentemente levam à piora do quadro por aumento da obstrução linfática.
Incidência e prevalência
25-30% em mulheres e 10-20 % em homens É mais vista no sexo feminino por causa do estrogênio e
progesterona, visto que o endotélio tem muito receptor para esses dois hormônios, por isso algumas
mulheres vão reclamar de edema em membros inferiores no período menstrual.
A prevalência de úlceras abertas na população ocidental é de 0,3 – 2 %.
A prevalência de úlceras abertas e cicatrizadas na população ocidental é de 1 %.
A proporção entre mulheres : homens é de 2 ou 3 para 1
Classificação de CEAP (SÓ VAI COBRAR A CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA)
Clínica
Etiológica
Anatômica
Patofisiológica
Só coloco na classificação 3 se eu ver o edema. Se o paciente relatar e eu não ver, não coloco.
4: hiperpigmentação
4a: 4 + eczema
4b: 4a + dermatolipoesclerose e/ou atrofia branca
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA ( C )
Classificação etiológica
• Congênita
• Primária
• Secundária,
• Não identificada causa venosa
Classificação anatômica
• Veias superficiais
• Veias profundas
• Veias perfurantes
Classificação patofisiológica
Refluxo, obstrução, obstrução e refluxo, nenhuma alteração fisiopatológica identificada
Causas:
Varizes dos membros inferiores de longa data
Trombose venosa profunda
Fistula arteriovenosa
Síndrome de cocket-may-turner
Síndrome do quebra-nozes
Obesidade
Fisiopatologia da IVC:
Alterações que levam a um quadro de hipertensão venosa crônica:
1) Insuficiência valvar
2) Obstrução completa ou parcial
3) Dilatação venosa
4) Mal funcionamento da bomba da panturrilha
Nessa 2º imagem acima, há afinação entre a mesentérica superior e aorta, dilatação próximo ao rim, na veia renal. O
meio é o foco da estenose. Aumento do volume do rim do lado acometido.
SÍNDROME DE COCKETT: variação anatômica que ocorre quando a veia ilíaca esquerda é comprimida pela artéria
ilíaca direita, apertando-a contra a coluna lombar. Essa compressão pode levar fibrose e levar à varizes e sintomas
nos membro inferior esquerdo.
Resumindo a fisiopatologia: o resultado final é sempre o mesmo: a elevação da pressão venosa durante o
ortostatismo e sua menor queda durante o exercício muscular
Exame físico:
Exame em ortostatismo
Avaliação de varizes, identificação de perfurantes, coroa fleboectásica, edema maleolar, alterações tróficas da pele,
presença de nevus, telangectasias, más-formações angiomatosas
Exame na posição supina
Pele, partes moles, simetria dos membros, alterações plantares, aticulações, perfusão tissular, temperatura, pulsos
Block de canais de cálcioo podem gerar edema de MMII (nifedipino, alodipino). Por isso deve peruntar o paciente se
ele faz uso de alguma medicação.
Quadro clínico:
Comprometimento estético
Dor ou sensação de peso nos membros inferiores
Claudicação venosa
Cãibras
Edema (unilateral de panturrilha súbito: trombose).
Hiperpigmentação
Dermatite
Dermatolipoesclerose
Atrofia branca
Úlcera venosa
Sintomatologia mais acentuada no final do dia (ou da jornada de trabalho), com ausência ou diminuição
dos sintomas pela manhã
Temperaturas elevadas exacerbam os sintomas
A ação hormonal influencia o quadro, com maior número de queixas durante o período menstrual,
reposição hormonal e uso de contraceptivos
História pregressa de trombose
História familiar de varizes, úlceras
Alterações na microcirculação:
Em condições normais, o volume de sangue que entra na extremidade arterial da alça capilar é praticamente
o mesmo que deixa a extremidade venosa. O excesso remanescente de líquidos é drenado pelo linfático
presente. O balanço final permanece sempre em zero.
O aumento da pressão venosa leva a uma menor reabsorção de líquidos nesta extremidade do capilar.
Nas fases iniciais, a drenagem linfática compensa essa alteração. Com o evoluir da hipertensão, esta
compensação torna-se inadequada, havendo acúmulo de líquidos no espaço intersticial.
O aumento da permeabilidade encontrado na hipertensão venosa faz com que componentes do plasma
como proteínas, fibrinogênio, fatores de coagulação, fatores da fibrinólise e também hemácias, leucócitos,
passem para o espaço intersticial.
Essas macromoléculas no espaço intersticial atuam como potentes mediadores de processos inflamatórios
A microcapilaroscopia demonstrou aumento da permeabilidade capilar, com tortuosidade dos capilares
contrastando com áreas com ausência de capilares visíveis devido à oclusão dos mesmos. Estas áreas
correspondem clinicamente a áreas de atrofia branca.
Estes leucócitos causam a oclusão dos capilares, levando à áreas de isquemia localizada e, tornando-se
ativados, liberam radicais livres, enzimas proteolíticas e substâncias quimiotáticas, sendo responsáveis pelo
aumento da permeabilidade que por sua vez ocasiona liberação de tromboxano e leucotrienos, criando
assim um ciclo vicioso.
Tratamento:
Se tiver causa, tratar a causa:
Varizes, trombose, compressão extrínsica
Tratamento cirúrgico
Escleroterapia com espuma ou cola
Ablação com laser ou radiofrequência
Exérese de veias tributárias varicosas
Safenectomia interna
Ablação química da veia safena interna e externa
Ablação química da veia safena interna e externa
TRATAMENTO
As varizes são uma doença crônica, de caráter evolutivo, sujeitas a recidivas, sejam quais forem os métodos de
tratamento empregados e a experiência de quem os executa. Há, portanto, necessidade de revisões periódicas. Há
de se adequar a cada situação um procedimento específico. As formas graves de IVC deixam de ser uma doença
puramente venosa para se transformarem em uma poliangiopatia, comprometendo veias, artérias e linfáticos, com
alterações histoângicas complexas.
Evitar a imobilidade dos membros inferiores. Tanto o ortostatismo quanto a posição assentada prolongados
são prejudiciais
Não usar vestes que dificultem o retorno venoso
Evitar o uso de sapatos sem saltos ou de saltos demasiadamente altos, uma vez que impedem a ação
hemocinética da bomba muscular da panturrilha e da rede venosa plantar
Combater a obesidade
Fazer breves repousos com os membros inferiores elevados, não colocando almofadas ou travesseiros sob
os joelhos, a fim de não comprimir os troncos venosos aí localizados
Corrigir alterações do aparelho locomotor: alterações do arco plantar, as artroses e a rigidez da articulação
do tornozelo, frequentes na IVC grave
Praticar exercícios físicos
Tratamento compressivo: a compressão é parte fundamental de qualquer esquema terapêutico proposto
para IVC. Em muitos casos, é o único recurso disponível, representando para o sistema venoso superficial o
mesmo que a aponeurose para o sistema venoso profundo. Muitos pacientes estão fadados a usá-la por
toda a vida, semelhantes àqueles que usam lentes para correção dos distúrbios visuais.
Medicações e escleroterapia
Meias de compressão:
10 a 20mmHg: pessoas que não tem a doença, mas querem evitar pernas edemaciadas em viagens longas, por
exemplo.
20 a 30mmHg: pacientes com IVC
30 a 40mmHg: pacientes com IVC em graus mais avançados de CEAP, com trombose, linfedema
O diâmetro das veias profunds diminuem com o uso da meia (compressão extrínseca da veia).
Paciente com doença arterial periférica não pode usar meia, visto que a meia dificulta a perfusão dos MMII do
paciente, piorando seu quadro.