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Varizes de Membros Inferiores

1 - DEFINIÇÃO

2 - EPIDEMIOLOGIA

Estudo dos diferentes fatores que intervêm na difusão e propagação de doenças, sua frequência, seu
modo de distribuição, sua evolução e a colocação dos meios necessários a sua prevenção.

3 - ETIOPATOGENIA (Fisiopatogenia)

5 - DIAGNÓSTICO

5.1 - QUADRO CLÍNICO

5.2 - ANAMNESE (história clinica)

Uma história médica completa é fundamental para estabelecer o diagnóstico de varizes primárias ou
secundárias. Deve-se questionar o paciente sobre a ocorrência de trombose venosa profunda, ebites,
traumatismos, fraturas, cirurgias ou procedimentos nos membros inferiores ou em outras localizações,
antecedente familiar de doenças trombóticas, além de medicações utilizadas, principalmente
anticoncepcionais, reposição hormonal e bloqueador de canal de cálcio.

5.3 - EXAME FÍSICO

5.4 - EXAMES COMPLEMENTARES

- Plestimogra a

- Fleboscopia Transcutânea

- Doppler colorido venoso (Mapeamento com doppler)

Padr o-ouro o ultrassom com Doppler colorido.

- Flebogra a

- Ultrassom intravascular (IVUS)

Pacientes com síndrome de Cockett / May Thurner.

6 - TRATAMENTO (conduta terapêutica)

6.1 - TRATAMENTO CLÍNICO

- Orientações gerais.

• Evitar o ortostatismo por tempo prolongado.

• Controle do peso.

• Atividades físicas regulares.

• Suporte elástico nos MMII (meias elásticas).

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- Terapia medicamentosa.

A maioria dos ebotônicos constituem de compostos destinados a reduzir o extravasamento de


líquido e macro moléculas pelos capilares, aumentando o tonus da musculatura venosa e a
peristalse do sistema linfático, além do efeito anti in amatório e pela inibição da in ltração parietal
de granulocitos e macrófagos.

- Terapia compresiva.

O suporte elástico externo promove aumento da pressão dos compartimentos super ciais e
profundos das pernas, diminuindo o gradiente pressórico transmural, o que leva a melhora do
funcionamento do mecanismo de bomba muscular, através da diminuição do re uxo do sistema
venoso super cial, direcionando o uxo para o profundo e diminuindo o calibre das veias, o que
leva ao aumento da e ciência das válvulas venosas.

6.2 - ESCLEROTERAPIA

É o tratamento de escolha para as telangiectasias e vênulas dérmicas venulectasias.

O procedimento escleroter pico consiste na inje o de determinada substancia irritante ao


endot lio vascular na luz de uma veia doente. V rias substancias tem sido utilizadas com esse
prop sito (solu o salina hipert nica, glicose hipert nica, glicerina cromada, oleato de
monoetanolamina, polidocanol, lcool, entre outros . Apesar de representar um m todo seguro,
riscos como tromboembolismo, injeção intra arterial e piora estética deve ser pesado quando
indicado o tratamento.

6.3 - LASER TRANSDÉRMICO

6.4 - TRATAMENTO CIRÚRGICO

6.4.1 - CIRURGIA CONVENCIONAL

6.4.2 - TERMOABLAÇÃO VENOSA

- Endolaser

- Radiofrequência

6.4.3 - ABLAÇÃO QUIMICA

- Terapia com espuma / Escleroterapia com Espuma (EE) (Espuma densa de polidocanol)

6.5 - TRATAMENTO DAS ESTENOSES DO SEGMENTO ILIACO-CAVA

7 - COMPLICAÇÕES

- Lesões vasculares (arterial e venosa)

- lesão neural (nervo motor ou sensitivo)

- Trombose venosa profunda

- Flebite super cial

- Infecção

- Linfedema e linforragia

- Pigmentação

- Cicatrizes não estéticas



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Varizes de Membros Inferiores

1 - DEFINIÇÃO

Varizes é o termo utilizado para de nir as veias que, por diferentes


processos, tornam-se dilatadas, alongadas e tortuosas, apresentando perda
da função valvar e alterações da parede associadas a hipertensão venosa.
São extremamente comum nos nos membros inferiores, podendo também,
acometer o funículo espermático (varicocele), o esôfago (varizes esofágicas)
e o canal anal (hemorroidas).

Doença venosa crônica (DVC) é uma condição permanente de insu ciência


na circulação venosa. Quando acompanhada por um conjunto de sinais e
sintomas especí cos, recebe a denominação de insu ciência venosa crônica
(IVC). Um dos fatores constituinte dessa síndrome e a presença de varizes.

2 - EPIDEMIOLOGIA

As doenças venosas afetam milhões de pessoas no mundo todo,


constituindo a sétima patologia crônica mais frequente na espécie
humana, gera grande demanda para o serviço de saúde em virtude de
problemas estéticos, limitações de atividade e sofrimento que impõe aos
pacientes, assim como pela ocorrência de complicações.

Nos países ocidentais, sua prevalência é maior que 20%, aumentando com
a idade, chegando a 80% em uma população com idade média de 60 anos.

No Brasil, a prevalência da doença varicosa chega a 47,6%, com úlcera de


estase em 3.6% da população. Em um estudo de 10 anos, estima-se que
1,3% da população adulta necessitou de tratamento cirúrgico para varizes,
aumentando para 2,2% ao considerar-se apenas o sexo feminino.

Gasto do SUS com internações relacionada as varizes em 2017 foi de


Aproximadamente 43 milhões (42.781.251,89).

(Doenças mais comuns entre os brasileiros: 1. Diabetes, 2.Hipertensão, 3.Alzheimer, 4.Depressão, 5 AVC
(Acidente Vascular Cerebral), 6. Dislipidemia, 7. Câncer. …)

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A doen a venosa cr nica (DVC) prim ria caracterizada por anormalidades morfol gicas e funcionais do
sistema venoso, geralmente de longa dura o, manifestada por sinais como edema, dermatite ocre,
distro a e lceras, e sintomas que incluem dor, peso, sensa o de incha o e irrita o da pele. Geralmente
s o usadas classi ca es ou escalas cl nicas como, por exemplo, o Venous Clinical Severity Score
(VCSS). A categoriza o mais utilizada segue a classi ca o cl nica, etiol gica, anat mica e
siopatol gica (CEAP).1,2

Enquanto a DVC engloba todo o espectro de sinais e sintomas associados s classes C0 a C6, o termo
insu ci ncia venosa cr nica (IVC) reservado para os casos em que a DVC adquire car ter mais grave,
usualmente incluindo edema, altera es tr cas de pele ou ulcera es, ou seja, classes C3 a C6.1-4

A DVC, seja somente telangiectasias, veias varicosas ou IVC, uma das doen as mais comuns no
mundo ocidental e apresenta altos ndices de morbidade, o que leva os pacientes a procurarem
tratamento para essa variedade de sinais e sintomas que pioram a sua qualidade de vida.1

O tratamento da IVC visa melhora dos sintomas e preven o de complica es secund rias e de
progress o da doen a, por meio de medidas conservadoras e de mudan a de estilo de vida, como
atividade f sica e eleva o de membros inferiores, associadas ou n o a agentes farmacol gicos.5,6

3 - ETIOPATOGENIA (Fisiopatologia)

As varizes são classi cadas conceitualmente em primárias ou secundárias.

As varizes primárias, desenvolve-se espontaneamente, associando-se ao


sistema venoso profundo normal, com evolução menos frequente para
insu ciência venosa crônica.

A etiologia das varizes primárias é desconhecida, provavelmente, é o


resultado da interação de fatores hereditários e adquiridos ou
ambientais, culminando na doença varicosa.

Em todas as pessoas na posição ortostática, a coluna de sangue do sistema venoso


provoca uma pressão venosa no tornozelo de 90-100 mmHg.

Essa pressão é transmitida a parede da veia, com aumento na sua tensão, mas apenas
alguns indivíduos desenvolve insu ciência venosa e doença varicosa. O mecanismo pelo
qual a pressão hidrostática transmitida inicia o estímulo no sistema venoso desses
pacientes não é claro.

As varizes secundárias são decorrentes de trombose venosa profunda,


malformação ou agenesia das veias profundas, fístulas artéria venosas
congênitas ou adquiridas, frequentemente manifestando-se com edema
hiperpigmentação dermato brose e úlcera de estase (IVC).

Das diversas teorias analisadas, as mais plausível seriam:

Teoria Valvar
As varizes dos membros inferiores teriam como causa essencial a
insu ciência valvar venosa. Em pacientes com veias varicosas, ocorre o
fenômeno de inversão do uxo venoso, em virtude da perda de função
valvar.

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Teoria Parietal
A gênese das varizes consistiria de alterações estruturais da parede das
veias, na musculatura ou no tecido conjuntivo, que levariam à dilatações
destas quando expostas a pressões hidrostática normais, tornando-se
varicosas.

Teoria Valvar Versus Teoria Parietal


As observações de que o re uxo venoso pode ser segmentar, e de
propagação ascendente, sugere que as alterações parietais podem surgir
antes da disfunção valvar.

H duas teorias para explicar o in cio e o desenvolvimento do re uxo venoso nas veias super ciais. A
primeira delas, mais antiga, a teoria descendente, defendida por Trendelenburg no s culo XIX, pressup e
que o re uxo se inicia na jun o safeno-femoral e progride para as veias mais distais. Contrariamente, a
segunda – teoria ascendente – defende que a progress o do re uxo ocorre no sentido oposto e baseia-se
no fato de que muitas vezes a incompet ncia das veias distais pode ocorrer mesmo na aus ncia de
insu ci ncia da jun o safeno-femoral. At hoje n o h consenso sobre essas teorias. Outro ponto n o
esclarecido e bastante controverso se a insu ci ncia valvular prim ria ou secund ria dilata o da
parede venosa nas varizes prim rias.1

Outras etiologias

Anastomoses Artériovenosas
Uma das causas das varizes seria anastomoses artériovenosas e adquiridas (traumáticas) ou congênitas,
sendo estas mais comuns nas extremidades. Esta teoria perdeu força, apesar do fato de que as
comunicações realmente existem e possam abrir sobre in uência da hipertensão venosa. O que
justi cariam, acidentes terríveis, que podem acontecer durante escleroterapia, quando o agente
esclerosado injetado em uma veia é desviado para o sistema arterial.

Insu ciências de Veias Perfurantes


A incompetência das veias perfurantes pode ser primária, o por trombose localizada após traumatismo,
gerando sobrecarga do sistema venoso super cial pelo uxo venoso retrógrado durante as contrações
musculares.

Hereditariedade

A maioria dos autores sugerem tendência hereditária para a ocorrência de varizes, podendo manifestar-se
por meio de qualquer mecanismo etiopatogênico já descrito. Possivelmente, a herança seria multifatorial,
pois a ocorrência da doença é maior no sexo feminino (43%) que no sexo masculino (19%).

Idade
As varizes na infância são raras (0,9%) e associando-se quase que exclusivamente a malformações
vasculares congênitas. A partir da adolescência, ocorre aumento progressivo da prevalência, chegando a
78% nos adultos com mais de 60 anos.

Etnia

Obesidade

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Sexo
Há maior prevalência da doença varicosa no sexo feminino, chegando a uma proporção de 1:8. O fato
desta diferença diminuir com a idade, sendo de 1:6 entre 20 - 34 anos e de 1:1,5 aos 65 - 74 anos, indica a
importância de fatores hormonais no desenvolvimento da doença varicosa.

Gestação e Hormônios Femininos


Alguns trabalhos veri cam o aumento da incidência de varizes em pacientes que já estiveram grávida,
chegando a 63%, comparando com as nulíparas 21%.

Observa-se que o surgimento de varizes antes da puberdade (0,9%) e após a menopausa (7,1%) é pouco
comum.

Pro ssão
Pro ssões que demandam ortostatismo prolongado e/ou com mínima movimentação, pelo aumento
crônico da pressão hidrostática por longos períodos, com dilatação velozes e insu ciência valvar.

Outros:
Constipação intestinal, hábito de car sentado em cadeiras, roupas justas,
consumo de álcool etílico em excesso, tipo de calçado utilizado, presença
de pés planos e a falta de exercícios físicos.

4 - EVOLUÇÃO VARIZES

As varizes, Doença Venosa Crónica (DVC), podem evoluir para


Insu ciência Venosa Crônica (IVC), principalmente as secundárias.

C4 alterações cutâneas ou subcutâneas decorrentes da IVC

C4a pigmentação (dermatite ocre) eczema,

C4b lipodermatoesclerose ou atro a branca,

C5 cicatriz de úlcera varicosa,

C6 úlcera varicosa aberta

Outras complicações: Trombo ebites super ciais, varicorragia

5- DIAGNÓSTICO

5.1 - QUADRO CLÍNICO

As varizes dos membros inferiores são muito variáveis na sua forma de


apresentação. Pode-se considerar como varizes, desde pequenas veias
dérmicas com menos de 2 mm de diâmetro, até veias colaterais e tributárias
do sistema das veias safenas, com diâmetro aumentado.

Veias reticulares 1-3mm, varizes >3mm

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A anamnese detalhada relevante em especial para diagn stico diferencial com patologias n o venosas
associadas, como doen as reumatol gicas, ortop dicas, neurol gicas e arteriais. A correta avalia o do
impacto dos sintomas na qualidade de vida do paciente fundamental para decis o do tratamento.

Anamnese dirigida com perguntas objetivas sobre antecedentes de trombose venosa profunda, trombo lia,
uso de estr genos ou tamoxifeno e cirurgias venosas pr vias tamb m s o de extrema import ncia para
determina o das op es terap uticas e estrat gias de tratamento.

Sintomas habituais de varizes

Tríade: Dor, fadiga e sensação de peso nos MMII.

Menos frequentes: Ardor, prurido, formigamento, calor, edema e câimbras.

DOR
A dor atribuídas as varizes é difícil de ser bem caracterizada.

Os pacientes refere a ela, algumas vezes, como queimação, outras vezes


como dor latejante ou tipo picada. Outras vezes de nida com um peso ou
dor cansada. A dor é mais intensa no período vespertino, após longos
períodos sentados ou em pé e nas mulheres durante o período pré
menstrual. A dor é aliviada por um ato de caminhar e pelo repouso com os
membros inferiores elevados.

5.2 - ANAMNESE (história)

Uma história médica completa é fundamental para estabelecer o diagnóstico


de varizes primárias ou secundárias. Deve-se questionar o paciente sobre a
ocorrência de trombose venosa profunda, ebites, traumatismos, fraturas,
cirurgias ou procedimentos dos membros inferiores ou em outras
localizações, antecedente familiar de doenças varizes e trombose venosa
profunda, além de medicações utilizadas, principalmente anticoncepcionais,
reposição hormonal e bloqueador de canal de cálcio.

5.3 - EXAME FÍSICO

Exame físico vascular deve ser minucioso e criterioso, tendo como objetivo
obter dados a respeito da anatomia e siologia do sistema venoso,
detectando alterações do sistema super cial, profundo e perfurante, com
identi cação dos pontos de re uxo, diferenciando as varizes primárias da
secundárias.

Exame f sico
O exame do paciente realizado em posi o ortost tica para avaliar:

Distribui o e extens o das dilata es venosas, e suas rela es com os


grandes vasos super ciais, bem como a presen a de varizes at picas.

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Topogra a e extens o das altera es cut neas da doen a venosa cr nica
como dermato brose, dermatite ocre, cicatrizes, lceras ativas.

Atro a muscular, limita es articulares, altera es posturais, sensitivas e


motoras das extremidades inferiores.

Tamb m deve fazer parte do exame vascular a palpa o de pulsos e a


medida do ndice press rico tornozelo/bra o. O estado geral do paciente e
sua mobilidade devem ser rigorosamente avaliados pois in uem na
elegibilidade do tratamento cir rgico.

Inspeção: inicialmente, o paciente examinado em pé, o que permite o enchimento venoso e a


visualização vasos varicosos, sobre um tablado, facilitando inspeção e palpação simultânea em posição
confortável para o examinador. Observa se a características das varizes, morfologia, topogra a, calibre,
veias reticulares, telangiectasias e presença de corona ebectásica.

Palpação: Dos pulsos distais, junções safeno femoral, poplitea, vericação presença de
dermato brose, edema, aumento da temperatura, defeitos nas aponeuroses na topogra a de
perfurantesextensão.

Percussão: Prova de Shwarts (mão na JSF e percussão do trajeto safeno).

Auscuta: Presença de sopros em varizes associadas a MAV e fístula artério venosa.

Além da anamnese e exame físico, os exames complementares são de importância fundamental


para avaliar sistema venoso dos membros inferiores

5.4 - EXAMES COMPLEMENTARES

Exames de imagem
O objetivo principal dos exames de imagem nas varizes prim rias
identi car e quanti car o re uxo das veias super ciais, perfurantes e do
sistema venoso profundo, estimar o calibre das safenas e detectar
obstru es e compress es venosas.

Os mais utilizados s o os exames n o invasivos, evitando-se uso de radia o e contraste. Na pr tica


diagn stica, o padr o-ouro o ultrassom com Doppler colorido. Atualmente a rotina do uso de
ultrassom com Doppler pr -operat ria na cirurgia de varizes considerada extens o do exame cl nico e
mandat ria para indica o e estrat gia de tratamento cir rgico.6 Nos dias de hoje a ebogra a indicada
para situa es complexas em que haja concomit ncia de patologias nas veias super ciais e profundas.

Plestimogra a
Avaliam a variação de volume de determinado segmento corpóreo.

Fleboscopia Transcutânea
Transiluminação da pele e TCSC, facilita a marcação pré operatória das varizes, opção são aparelhos de
realidade aumentada (ex: Vein Viewer).


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Doppler colorido venoso (Mapeamento com doppler)

Na pr tica diagn stica, o padr o-ouro o ultrassom com Doppler colorido. Atualmente a rotina do uso
de ultrassom com Doppler pr -operat rio na cirurgia de varizes considerada extens o do exame cl nico e
mandat ria para indica o e estrat gia de tratamento cir rgico.6

O mapeamento duplex revolucionou o diagnóstico em cirurgia vascular,


permitindo avaliação anatômica e funcional de determinado vaso
analisado individualmente. Esse método permite medir o diâmetro das
veias safenas, a presença e o volume do re uxo( uxo retrogrado do sangue por
mais de 0,5 segundos), as variações anatômicas, principalmente na crossa da
safena externa, a presença de veias perfurante insu ciente, veia de
Giacomini e outras origens de re uxo. A principal limitação desse tipo de exame é o fato de
ser altamente dependente do operador do operador do equipamento disponível.

Importante durante a marcação venosa pré operatória, em procedimentos


de ablação térmica (endolaser, radiofrequência) e ablação química (EE com
espuma densa).

Angio TC e Angio RM Avaliação síndrome May Thurner Cockett

Flebogra a
Consideradas padrão ouro no passado, hoje os exames ebográ cos estão reservados a casos
selecionados de obstrução de veia ilíaca (síndrome Cockett / May Thurner) síndrome da congestão venosa
pélvica, síndrome do quebra nozes e etc.

Ultrassom intravascular (IVUS)


Avaliação da compressão ou obstrução da veia ilíaca, monitorização e controle após implantes stents em
pacientes com síndrome de Cockett / May Thurner.

6 - TRATAMENTO (conduta terapeutica)

Do ponto de vista didático o tratamento das varizes está fundamentado na


classi cação destas:

____________________________________________________________________

Classi cação CEAP (Clínica, Etiológica, Anatômica e sioPatológica.

Clínica
- C0: Ausência de sinais ou sintomas de doença venosa.

- C1: Telangiectasias e veias reticulares.

- C2: Varizes.

- C3: Edema.

- C4: Lipodermatoesclerose com eczema e dermatite ocre.

- C5: Úlcera cicatrizada.

- C6: Úlcera em atividade.


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Etiológica
- Ec: Congênita.

- Ep: Primária.

- Es: Secundária (Pós trombóticas).

- En: Sem causa de nida.

Anatômica

- A1: Telangiectasias e veias reticulares.

- A2: Safena interna insu ciente acima do joelho.

- A3: Safena interna insu ciente abaixo do joelho.

- A4: Safena externa insu ciente.

- A5: varizes não relacionadas com o sistema das safenas.

FisioPatológico

- Pr: Re uxo.

- Po: Obstrução.

- Pro: Re uxo e obstrução.

- Pn: Sem siopatologia de nida.

Clínica CEAP, revisão 2020


C0 Sem sinais visíveis ou palpáveis de doença venosa

C1 Telangiectasias ou veias reticulares

C2 Veias varicosas

C2r Veias varicosas recorrentes

C3 Edema

C4 Alterações cutâneas ou subcutâneas decorrentes da IVC

C4a Pigmentação ou eczema

C4b Lipodermatoesclerose ao atro a branca

C4c Corona ebectásica

C5 Úlcera varicosa cicatrizada

C6 Úlcera varicosa aberta

C6r Úlcera varicosa aberta recorrente

- Telangiectasias (0,1 a 1 mm)

- Vênulas dérmicas / venulectasias (1 a 2mm)

- Veias reticulates (1 a 3 mm)

- Varizes (> 3 mm) associadas a insu ciência das sanefas

- Varizes (> 3 mm) sem associação com o sistema das sanefas

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O tratamento das varizes pode ser subdividido em:

Tratamento clínico
• Orientações gerais.

• Terapia medicamentosa.

• Terapia compresiva.

Escleroterapia

• Telangiectasias e vênulas dérmicas dilatadas venulectomias.

Laser transdérmico

• Telangiectasias e vênulas dérmicas dilatadas venulectomias.

Tratamento cirúrgico

• Flebectomia com mini incisões das tributárias varicosas.

• Ligadura das perfuro comunicantes insu cientes.

• Safenectomia, quando indicada, segmentar ou total

• Abração térmica (endolaser, radiofrequência).

• Abração química (escleroterapia com espuma densa).

Tratamento das complicações da doença varicosa.

6.1- TRATAMENTO CLÍNICO - CONSERVADOR

O tratamento clínico tem como objetivo aliviar os sintomas, auxiliar na


cicatrização de úlceras e resolução de quadros in amatórios que possam
aparecer.

A solução das varizes como entidade anatômico e funcional passa pela


necessidade de escleroterapia, cirurgia clássica ou por ablação.

O tratamento clínico exclusivo será bem indicado quando a doença for discreta, se o paciente for idoso e
com risco cirúrgico maior do que o benefício do procedimento, caso apresente contra indicação para
cirurgia ou se recusa a operar.

ORIENTAÇÕES GERAIS:

• Evitar o ortostatismo por tempo prolongado.

• Controle do peso.

• Atividades físicas regulares.

• Suporte elástico nos MMII (meias elásticas).

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TERAPIA MEDICAMENTOSA:

A maioria dos ebotônicos constituem de compostos destinados a reduzir


o extravasamento de líquido e macro moléculas pelos capilares,
aumentando o tônus da musculatura venosa e a peristalse do sistema
linfático, além do efeito anti in amatório e pela inibição da in ltração
parietal de granulócitos e macrófagos.

Até agora, nenhum medicamento mostrou resultado na resolução das


veias varicosas. Mas, sem dúvida um grande número desses pacientes
apresenta sinais (edema) e sintomas (dor, queimação, sensação de peso,
cansaço, cãibras etc.), que podem ser amenizados ou controlados por essa
terapêutica.

TERAPIA COMPRESSIVA

O suporte elástico é muito importante no tratamento das doenças venosas dos membros inferiores.

O suporte elástico externo promove aumento da pressão dos compartimentos super ciais e profundos das
pernas, diminuindo o gradiente pressórico transmural, o que leva a melhora do funcionamento do
mecanismo de bomba muscular, através da diminuição do re uxo do sistema venoso super cial,
direcionando o uxo para o profundo e diminuindo o calibre das veias, o que leva ao aumento da e ciência
das válvulas venosas.

O suporte elástico pode ser promovido por meio de ataduras elásticas ou


meias elásticas.

• Meias de baixa compressão: 15 a 20 mmHg.

• Meia de média compressão: 20 a 30 mmHg.

• Meia de alta compressão: 30 a 40 mmHg.

• Meias de extra alta compressão: 40 a 50 mmHg.

Contra indicação:

• DAOP com ITB abaixo de 0,5.


• Infecções locais (erisipela, celulite).
• Pele delicada ou friável.

• Neuropatia inspira atenção.

6.2 - ESCLEROTERAPIA

É o tratamento de escolha para as telangiectasias e vênulas dérmicas


(venulectasias).

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O procedimento escleroter pico consiste na inje o de determinada
substancia irritante ao endot lio vascular na luz de uma veia doente. V rias
substancias tem sido utilizadas com esse prop sito (solu o salina
hipert nica, glicose hipert nica, glicerina cromada, oleato de
monoetanolamina, polidocanol, lcool, entre outros).

Apesar de representar um m todo seguro, riscos como tromboembolismo,


injeção intra arterial e piora estética devem ser pesado quando indicado o
tratamento.

Principais complicações:

Ana laxia, reações alérgicas menores, quadros de lipotimia, cefaleia, perda


visual, escotomas cintilantes, caimbras, formigamento labial e de
extremidades, dor articular, ulceração no local da injeção, pigmentação pele
(hipercromia), ebite super ciais, trombose venosa profunda e aparecimento
de manchas telangiectásica.

6.3 - LASER TRANSDÉRMICO

As indicações do laser transdérmico são as mesmas da escleroterapia,


tratamento das telangiectasias e vênulas dérmicas dilatadas.

O laser transd rmico pode ser uma alternativa em casos espec cos (alergia
ao esclerosante, fobia a agulhas, matting / mancha telangiectásica) e falha da
escleroterapia (tratamento de telangectasias e veias reticulares dos membros
inferiores), entretanto vem se mostrando menos e ciente que a
escleroterapia, necessitando mais sess es para alcan ar o resultado
esperado e com um custo maior.

6.4 - TRATAMENTO CIRÚRGICO

Na cirurgia de varizes, o objetivo é resolução estética e funcional, que


pode ser alcançado por técnica cirúrgica já bastante desenvolvida, e
objetivamente avaliada pelas informações do paciente, por exame físico
e exames complementares no pós operatório. (us doppler e
plestimogra a).

A tática cirúrgica ideal a ser empregada em uma extremidade com varizes


seria aquela que, por meio do procedimento mais simples possível,
pudesse trazer resultado imediato efetivo, do ponto de vista estético e
funcional, e evitasse, por maior prazo, a ocorrência de recidivas.

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O tratamento cir rgico se demonstrou superior em termos cosm ticos e


com melhora de sintomas atribu veis a doen a venosa quando comparado
ao tratamento conservador.

Indicação Cirúrgica
Resolução do problema estético e correção do problema funcional
(hemodinâmico / re uxo venoso). Eliminar as varizes, os pontos de re uxo e
consequentemente estase venosa.

Indicação Cirúrgica Estética


Melhoria estética

Indicação Cirúrgica Funcional


Controle de sintomas: dor e/ou edema.

Prevenção das complicações: Eczema de estase, ebite super cial,


varicorragia, dermatoesclerose e úlcera venosa.

Pacientes com CEAP 3 a 6.

6.4.1 - CIRURGIA CONVENCIONAL:

Fleboextração das veias varicosas, veias varicosas tributárias, ligadura


de perfurantes insu cientes e safenectomia se indicada.

N o ha evidencia de benef cio ao se tratar perfurantes em CEAPs baixos (1-3)196,197, porem nos casos
mais severos (CEAP4-6), o tratamento de uma perfurante calibrosa (≥ 3,5mm) e com re uxo signi cativo (≥
0,5segundos) relacionada ao local das altera es cut neas parece melhorar de forma importante os
sintomas e aumentar de forma signi cativa a chance de cicatriza o de uma eventual lcera
venosa198-200.

Recomenda-se como primeira op o o tratamento atrav s de A safenectomia ou termoabla o das


safenas insu cientes nos CEAP C2 (sintom tico) e C 3 a 6.

6.4.2 - TERMOABLAÇÃO VENOSA:

- Endolaser
Abla o t rmica endovenosa por laser ou radiofrequ ncia a primeira
op o para tratamento da insu ci ncia venosa cr nica super cial
sintom tica dos membros inferiores de acordo com a recomenda o,
em 2018, de Natural Institute for Health and Care Excellence da Gr -Bretanha,1 Society for Vascular Surgery e American Venous
Forum dos Estados Unidos2 e European Society for Vascular Surgery da Comunidade Europeia,3 recentemente corroborados pela publica o
o tratamento da
do European College of Phle- bology Guideline for Truncal Ablation, em 2019, com grau de recomenda o I-A para
safena magna em rela o ao tratamento convencional e com espuma e II-b para safena parva em
rela o aos mesmos tratamentos.









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- Radiofrequência

RF foi indicada primordialmente para o tratamento da veia safena


magna; entretanto, em decorr ncia dos resultados obtidos, a sua
indica o foi estendida para o tratamento da safena parva e de veias
perfurantes insu cientes.1

6.4.3 - ABLAÇÃO QUÍMICA VENOSA (TERAPIA COM ESPUMA):

- Escleroterapia com espuma densa de polidocanol


A escleroterapia com espuma um m todo barato, de f cil execu o
por m dicos experientes, exige poucos equipamentos e pode ser
repetida v rias vezes para melhorar o resultado nal. Como o
procedimento muito r pido e minimamente doloroso, pode ser
realizado sob anestesia local ou at mesmo sem anestesia. Torna
poss vel ainda que o paciente realize suas atividades habituais
imediatamente ap s a interven o.6,7

6.5 - TRATAMENTO DAS ESTENOSES DO SEGMENTO ILIACOCAVA

Quando se opta pelo tratamento de estenoses do segmento iliacocava,


amplamente aceito que tal tratamento tenha por primeira op o a dilata o
percut nea com bal o seguida pelo posicionamento de um stent auto
expans vel.

Uma vez optado pelo implante de um stent, o ultrassom endovascular (IVUS)


parece ser mais preciso na caracteriza o da morfologia e extens o da
les o venosa il aca e visualiza melhor detalhes como o di metro da luz e a
presen a de les es intraluminais, tais como as trabecula es.

7 - COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA

- Lesões vasculares (arterial e venosa)

- lesão neural (nervo motor ou sensitivo)

- Trombose venosa profunda

- Flebite super cial

- Infecção

- Linfedema e linforragia

- Pigmentação

- Cicatrizes não estéticas.











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