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PATOLOGIA ESPECIAL

Dermatopatologia acomete a derme, como um infiltrado


inflamatório.
1- Qual a diferença entre mácula e mancha?
R: A mácula é menor que 5 mm. 7- O que é um nódulo?
R: É um processo arredondado, maior que 1 cm,
2- Correlacione a característica da mácula à sua que acomete a derme ou o subcutâneo. As
etiologia: seguintes doenças podem se apresentar como
a) Mácula acrômica de bordos nítidos nódulos: dermatofibroma, abscesso, carcinoma
b) Mácula hipercrômica na face de uma idosa, basocelular, sarcoma de Kaposi e algumas
correspondendo à proliferação de melanóticos e neoplasias de vasos sanguíneos.
hiperplasia da epiderme
c) Mácula hipocrômica com alteração de 8- Qual a diferença entre vesícula e bolha?
sensibilidade R: A vesícula é menor 5 mm.
d) Mácula hipercrômica vermelha que não
desaparece à digitocompressão 9- As vesículas e as bolhas podem ser intra-
R: epidérmicas e sub-epidérmicas. O que as
a) Vitiligo caracteriza?
b) Lentigo solar R: As intra-epidérmicas são caracterizadas
c) Hanseníase pela presença de espongiose e acantólise. A
d) Mácula purpúrica – indicativo de vasculites espongiose é o edema intercelular da epiderme,
que é favorecido pela acantólise – perda de
3- O que é ictiose? aderência entre os queratinócitos, por dissolução
R: É uma lesão congênita em que o paciente de desmossomas. Na acantólise as células ficam
sofre hiperceratose, com pele semelhante à redondas e passam a se chamar células
escama de peixe. acantolíticas. Ocorre, por exemplo, na dermatite
atópica.
4- O que é paraceratose? As subepidérmicas, por sua vez, são
R: É a existência de núcleos na camada córnea, caracterizadas por clivagem intra-membrana
por acelerado processo de cornificação da pele. basal ou sub-membrana basal e pela
degeneração hidrópica. Ocorre, por exemplo, na
5- O que é ortoceratose / líquen simples crônico? epidermólise bolhosa (clivagem sub-membrana
R: É um aumento da camada córnea, da camada basal), pênfigo bolhoso (clivagem intra-
granulosa e até da espinhosa, tornando a pele membrana basal) e dermatite herpetiforme
áspera e espessa. É uma conseqüência de (clivagem sub-membrana basal).
condições que levam o paciente a se coçar
repetidamente. 10- Qual a diferença entre erosão e úlcera?
O líquen plano é caracterizado pela presença de R: A erosão se restringe à epiderme, enquanto a
pápulas e placas poligonais, pruriginosas e úlcera abarca a derme.
púrpuras. É uma dermite de interface, pois o local
acometido é o limite dermoepidérmico. 11 – Quais são os padrões de dermatites?
R:
6- Qual a diferença entre pápula epidérmica e - Superficial: caracterizado por máculas e placas
dérmica? (não dão nódulos).
R: Na pápula epidérmica, o processo que a - Nodular e difuso: doenças que podem provocar
originou se restringe à epiderme, podendo ser granulomas cutâneos (ex.: estrongiloidíase).
uma acantose (hiperplasia difusa da epiderme) ou Celulite ou paniculite é uma dermatite difusa que
uma hiperceratose. Na pápula dérmica, a acomete o subcutâneo, formando nódulos
elevação é formada por um processo que
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profundos que, à palpação, dão sensação de R:


acometimento muscular. - Placa bem delimitada, de coloração rosa a
- Folicular: acne vulgar salmão, com escamas brancas pouco aderentes.
- Alopécias - Sinal Auspitz (pontos hemorrágicos).
- Fibrosante: queloides, por exemplo. - Acantose acentuada com paraqueratose.
- Sinal da Gota de Orvalho (alongamento regular
12- Como é uma reação urticariforme? descendente das cristas epiteliais).
R: A urticária se dá pelo contato com algum - Ausência de camada granulosa.
substrato que desencadeie reações de - Agregados de neutrófilos.
hipersensibilidade do tipo I (IgE, degranulação de
mastócitos, histamina e eosinófilos). A lesão 16- Onde está a pústula (agregado de neutrófilos)
formada é eritematosa, mole e fica branca à do impetigo?
compressão. Na histologia se vê sinais de R: Está abaixo da camada córnea (pústula
congestão e um infiltrado neutrofílico e subcórnea).
eosinofílico.
17- Qual processo dermatopatológico acontece no
13- Como se caracteriza o eritema multiforme? lúpus?
R: O eritema multiforme consiste em uma reação R: Atrofia dérmica, acompanhada de eritema e
de hipersensibilidade a certas infecções e drogas. edema. Na camada basal, há a deposição de
Os indivíduos acometidos manifestam uma série imunocomplexos.
de lesões “multiformes”, incluindo máculas,
pápulas, vesículas e bolhas, assim como uma 18- Qual o marcador histológico do herpes
lesão característica em forma de alvo, consistindo simples?
em uma mácula ou pápula avermelhada com um R: É a visualização do efeito citopático viral:
centro claro, vesicular ou erodido. Existem duas vesículas com queratinócitos multinucleados com
variações graves do eritema multiforme: a inclusões intranucelares virais.
síndrome de Stevens-Johnson (forma febril
extensa e sintomática da doença, que pode levar 19- O que é a ptiríase rósea?
à morte devido a infecções secundárias das áreas R: É uma lesão eritematoescamosa, que se
envolvidas por perda da integridade da pele) e a concentra no tronco e na raiz dos membros. Está
necrólise epidérmica tóxica (necrose difusa e associada ao final do inverno e ao início da
descamação das superfícies epiteliais cutâneas e primavera.
mucosas, produzindo situação clínica análoga a
uma queimadura extensa). 20- Como está a epiderme nas dermatites
nodulares e difusas?
14- O que é dermatite eczematosa aguda? R: Está preservada.
R: É a dermatite de contato, com formação de
lesões iniciais papulares eritematosas, 21- Como diferenciar o granuloma da sarcoidose
edematosas e pruriginosas. Surgem do da hanseníase?
microvesículas exsudativas e a exposição R: Deve-se pesquisar BAAR, encontrado apenas
prolongada pode levar à acantose. É um tipo de na hanseníase. Ademais, o granuloma da
hipersensibilidade do tipo tardio. Há espongiose sarcoidose é mais epitelioide e não apresenta
com infiltrado linfocitário perivascular superficial, coroa de linfócitos. O granuloma da hanseníase é
edema dérmico papilar e degranulação dos histiocitário.
mastócitos.
22- Quais as diferenças entre as fomas
15- Quais as características principais para o tuberculoide e virchowiana da hanseníase?
diagnóstico de psoríase?
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R: A hanseníase tuberculoide é pouco bacilar e O pênfigo bolhoso apresenta bolhas


envolve uma resposta TH1, responsável pela subepidérmicas não acantolíticas (junções
formação de granulomas. Já a virchowiana intercelulares íntegras). As lesões apresentam
acontece em pacientes anérgicos, que não são infiltrado linfocitário perivascular, eosinófilos em
capazes de desenvolver uma resposta TH1. Nela, número variável, neutrófilos ocasionais e edema
a resposta é TH2 e o paciente não apresenta dérmico superficial.
granulomas, mas sim uma reação histiocitária
difusa, nas quais os histiócitos estão repletos de 27- O que é o eritema nodoso?
bacilos. Essa forma é multibacilar e é muito R: É uma doença reumática, secundária a outras
contagiosa. doenças, como a hanseníase e a tuberculose, ou
ao uso de alguns fármacos. É uma paniculite,
22- O que é rosácea? com formação de nódulos eritematosos pelo
R: É uma reação granulomatosa associada à corpo.
foliculite, que ocorre preferencialmente na face.
Nela, encontramos ceratina no tecido conjuntivo, 28- Quais as características dos carcinomas
pois fora fagocitada por macrófagos. Está escamoso e basocelular?
relacionada com ingesta de alimentos como O escamoso se apresenta como placas
queijos e vinhos. eritematosas, escamosas e bem definidas. Na
fase avançada, as lesões invasivas são nodulares,
23- Como é a lesão da leishmaniose? apresentam produção variável de queratina
R: A lesão é ulcerosa, de bordas limpas elevadas. (escama hiperqueratótica) e podem ulcerar.
Microscopicamente, vê-se histiócitos com O basocelular se manifesta como pápulas
vacúolos grandes e repletos de amastigotas. peroladas que muitas vezes contêm vasos
sanguíneos subepidérmicos dilatados,
24- Em caso de micoses ulceradas, qual o melhor proeminentes (telangiectasias). Alguns tumores
método de biópsia? contêm melanina e, por isso, parecem similares
R: Biópsia incisional em cunha. aos nevos melanocíticos ou melanomas.

25- Quais os diagnósticos diferenciais em 29 – Em relação aos melanomas, o que marca o


suspeita de micose? desenvolvimento tumoral?
R: PLECT – Paracoco, Leishmaniose, R: São os crescimentos radial e vertical. O
Esporotricose, Carcinoma espinocelular e crescimento radial é o crescimento horizontal
Tuberculose. dentro da epiderme (in situ), estágio no qual o
melanoma não é capaz de metastatizar e induzir
26- Quais as semelhanças e as diferenças entre angiogênese.
os pênfigos vulgar, foliáceo e bolhoso Na fase vertical, o melanoma cresce para
(penfigoide)? as camadas mais profundas da derme e se torna
R: Os três são causados por reações de menos diferenciado (perda da maturação celular)
hipersensibilidade tipo II (mediada por Geralmente, ocorre, nessa fase, surgimento de
anticorpos). Apenas os pênfigos vulgar e foliáceo nódulo na lesão que antes era plana, e surgem
apresentam acantólise, seu marcador clones com potencial metastático.
histopatológico.
O pênfigo vulgar envolve mucosas e pele, 30- Quais os sinais de alerta para melanoma?
é mais profundo (o rompimento das vesículas Os melanomas, geralmente são
deixa erosões extensas) e a bolha acantolítica é assintomáticos, por isso os sinais de alerta,
suprabasal (acima da camada basal). conhecidos como ABCDE, são muito importantes.
O pênfigo foliáceo acomete apenas a pele, A- assimetria. B- bordas: irregularidade nas
é superficial e a bolha é subcórnea. bordas de uma lesão pigmentada. C- cor:
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variação de cor dentro de uma lesão pigmentada. epitélio, levando ao adelgaçamento da placa
D- dimensão: lesão grande, ou aumento rápido suprapapilar, predispondo úlcera.
de uma lesão pigmentada preexistente. E- 3- Metaplasia intestinal (esôfago de Barrett): o
evolução: alteração de um nevo ciclo vicioso de úlcera e reepitelização leva à
preexistente/desenvolvimento de nova lesão. metaplasia intestinal, na qual o epitélio escamoso
Além disso, dor ou prurido na lesão também é substituído por epitélio glandular cilíndrico.
configuram sintomas de alerta. 4- Displasia de leve a alto grau
5- Adenocarcinoma invasor
Esôfago
4- Como se dá o diagnóstico de esofagite
1- Por que neoplasias esofágicas têm maior eosinofílica?
facilidade de metástase? R: Pela presença de mais de 20 eosinófilos por
R: Porque o esôfago não apresenta barreira campo de grande aumento e pela eosinofilia e
serosa. aumento de IgE no sangue periférico.

2- Diferencie as esofagites virais por: 5- Quais são as lesões tumorais não neoplásicas
a) Herpes simples mais encontradas no esôfago?
b) CMV R: São as ectopias gástricas e pancreáticas.
c) HPV
R: 6- Quais são as alterações encontradas no
a) O herpes provoca bolhas, que podem se carcinoma epidermoide (neoplasia mais comum
romper provocando erosões. O efeito citopático do esôfago)?
viral resulta na formação de policários, células R: Um dos sinais mais precoces é a leucoplasia,
multinucleadas do epitélio escamoso. O efeito espessamento brancacento da mucosa esofágica.
ainda provoca degradação do epitélio e ulceração. Há um estágio de carcinoma in situ e o invasivo
Há um estágio de quiescência, que dificulta o pode se apresentar de forma vegetante,
diagnóstico por biópsia. estenosante, úlcero-estenosante ou úlcero-
b) O CMV aumenta o volume das células infiltrativo.
mesenquimais (endotélio, fibroblastos e outras
células do tecido conjuntivo do córion e da lâmina Estômago
própria).
c) O HPV provoca alterações displásicas no 1- Se não há inflamação na mucosa, mas há
epitélio escamoso. Ele forma papilomas edema, no que se deve pensar?
escamosos, neoplasias benignas marcadas pela R: Em injúria química.
coilocitose (formação de células com halo
perinuclear, os coilócitos). 2- Qual o local de maior acometimento nas
gastrites por H. pylori e autoimune?
3- Descreva os processos que acometem o R: As gastrites por H. pylori são mais severas no
esôfago desde a DRGE ao aparecimento do antro. Já as gastrites autoimunes acometem
adenocarcinoma invasor? principalmente o corpo gástrico.
R:
1- Esofagite: a agressão provoca hiperemia, 3- O que é gastropatia reativa?
erosões, além de um infiltrado inflamatório de R: É uma série de reações que acontecem na
eosinófilos, neutrófilos e linfócitos. mucosa gástrica em resposta a algum agressor,
2- Reparação / inflamação: em resposta à como uso crônico de AINEs e refluxo biliar. O
agressão, o epitélio sofre hiperplasia. No entanto, processo de erosão e reepitelização pode levar a
esse espessamento dificulta da vascularização do um aspecto de vilização da mucosa gástrica e à
metaplasia intestinal. No entanto, não vem
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acompanhada de aumento de componente do uso prolongado de inibidor de bomba de


linfoplasmocitário ou de neutrófilos. Se manifesta prótons. Não têm potencial de malignidade.
principalmente no antro.
9- O que são pólipos hiperplásicos?
4- Quais eventos demarcam a patogenia da R: São pólipos de natureza reacional, sem
gastrite aguda? evolução para lesão neoplásica, comuns em
R: Aumento da secreção, redução do fluxo gastrites crônicas. Neles, as glândulas são
sanguíneo, ruptura da camada mucosa e dano irregulares, não propriamente cistificadas, mas há
epitelial, levando à erosão. ampliação do tecido conjuntivo, criptas
alongadas, distorcidas e volumosas.
5- Quais as características da gastrite autoimune?
R: Há atrofia da mucosa gástrica com presença 10- O que diferencia o adenoma do pólipo
de espaço de córion entre as glândulas, por hiperplásico?
aumento da quantidade de tecido conjuntivo, R: O adenoma é uma neoplasia, que apresenta
irregularidade das glândulas, aumento do displasia de baixo a alto grau, podendo evoluir
infiltrado inflamatório e redução da população para adenocarcinoma quando rompe a lâmina
glandular, com falta de variação de tipos celulares basal. Ademais, não há redução da população
nas glândulas. A destruição das células principais, glandular, as glândulas ficam bem unidas, com
produtoras de fator intrínseco, pode levar à epitélio pseudoestratificado repleto de mitoses.
anemia megaloblástica (carência de B12).
11- Como é o adenocarcinoma gástrico difuso?
6- Como é o processo patológico envolvido na R: É geralmente composto por células desconexas
infecção por H. pylori? que não formam glândulas, mas, em vez disso,
R: O epitélio da mucosa é destruído pela apresentam grandes vacúolos de mucina que
inflamação, induzida pelo reconhecimento do LPS expandem o citoplasma e empurram o núcleo
bacteriano. Há, sucessivamente, processos de para a periferia, criando uma morfologia de
regeneração, metaplasia, atrofia e displasia. célula em anel de sinete. As células podem se
assemelhar a células inflamatórias, como
7- Dê exemplos de tumores gástricos: plasmócitos. Além disso, a liberação extracelular
a) Benignos epiteliais de mucina pode formar grandes lagos de mucina.
b) Benigno mesenquimal Podem ser encontradas reações desmoplásicas
c) Maligno epitelial que endurecem a parede gástrica.
d) Linfomas A linite plástica (achatamento difuso das
e) Estromal rugas da mucosa associado a uma parede
f) Neuroendócrinos espessada e rígida) é característica e dá um
R: aspecto macroscópico de cantil de couro.
a) Pólipos hiperplásicos e adenomatosos, ectopias Tumores Intestinais
pancreáticas
b) Leiomioma 1- Como a OMS (2010) classifica os adenomas
c) Adenocarcinoma intestinais?
d) Linfomas MALT e difuso de grandes células B R: Em adenomas tubulares (glândulas em forma
e) GIST de túbulos, sésseis ou pedunculados; são
f) Carcinoides pequenos), vilosos (forma projeções digitiformes
vilosas, alongadas; são maiores) e
8- O que são os pólipos de glândulas fúndicas? tubulovilositários.
R: São lesões císticas, volumosas e numerosas
encontradas nas glândulas fúndicas, decorrentes 2- O que são pólipos serrilhados hiperplásicos?
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R: São pólipos de etiologia desconhecida, A consequência mais grave é o


formados pelo encalhamento de células desenvolvimento de adenocarcinoma, causa mais
caliciformes e células absortivas por reposição provável de morte desses pacientes.
diminuída de células epiteliais e atraso na Obs.: É fenotipicamente indistinguível da polipose
descamação das células epiteliais superficiais. São MUTYH, embora o critério diagnóstico da última
benignos (superficiais e com maturação) e, envolva menos pólipos (5 pólipos proximais no
morfologicamente, caracterizados por tamanho sigmoide) e seja autossômica recessiva.
inferior a 5 cm e superfície arquitetônica
histológica serrilhada. Acometem mais o cólon 7- O que é a síndrome de Peutz-Jeghers?
distal. R: É uma síndrome autossômica dominante, que
leva à formação de pólipos hamartomatosos no
3- O adenoma serrilhado séssil deve ser TGI associados à pigmentação mucocutânea
diferenciado do pólipo serrilhado hiperplásico, (sardas na mucosa oral e genital).
pois tem maior tendência à transformação
maligna (adenocarcinoma). Quais suas 8- O que é a síndrome da polipose juvenil?
características? R: Também é um polipose hamartomatosa, que
R: É plano e acomete mais o cólon proximal. está ligada à displasia. Seus critérios incluem: 5
Nele, o serrilhamento é exagerado e acomete não pólipos juvenis em colorreto, pólipos juvenis em
só a superfície, mas toda a extensão da cripta, TGI em qualquer número, mas associados à
que se ramifica horizontalmente em sua base e se história familiar de SPJ. Esses pólipos, por serem
prolifera para baixo em aspecto estrelado. Não hamartomatosos, apresentam glândulas císticas,
apresenta displasia. cheias de muco e com proliferação adjacente de
tecido conjuntivo, o que não ocorre no adenoma,
4- Quais características do adenoma serrilhado visto que este é uma proliferação do epitélio
tradicional o diferenciam do adenoma serrilhado glandular.
séssil?
R: Presença de displasia de baixo grau, eosinofilia Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST)
citoplasmática proeminente, padrão de
crescimento mais viloso que o habitual e Qual a primeira hipótese diagnóstica em adulto
formação de uma lesão mais elevada, com com anemia ferropriva?
proliferação e pseudoestratificação maior. Além R: Tumor colônico.
disso, esses adenomas são menos comuns.
1- Qual a origem histológica do GIST?
5- O que é síndrome de Linch? R: O GIST é um tumor mesenquimal, que se
R: É uma síndrome hereditária comum associada origina nas células de Cajal (células marca-passo
ao carcinoma colorretal hereditário, que acomete do TGI, que compartilham características de
principalmente o cólon direito. A tendência é a células musculares e nervosas).
formação de adenocarcinomas mucinosos, pouco
diferenciados ou indiferenciados, muito 2- Qual a etiologia do GIST?
agressivos. R: O GIST ocorre por mutação de ganho de
função no gene KIT (tirosina quinase). Com a
6- Quais os critérios diagnósticos da polipose superprodução da proteína KIT, que é um
adenomatosa familiar? Qual a consequência grave receptor para fator de crescimento de células
dessa doença? tronco, há um super-estímulo à proliferação das
R: Os critérios são a presença de 100 células de Cajal.
adenomas ou mais, história familiar de PAF e a Em 8% dos casos, a mutação é no gene
ocorrência em pacientes jovens (20 a 30 anos). PDGFR alfa, promovendo a transcrição do
receptor alfa para fator de crescimento de células
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tronco. Estes têm melhor prognóstico. As duas R: A exérese tumoral com margem de
mutações são mutuamente exclusivas. segurança é o tratamento de escolha. Como a
metástase para linfonodos é rara, a
3- Quais as características macro e microscópicas linfadenectomia é desnecessária.
do GIST? Para casos inoperáveis, existem os
R: Macroscopicamente, o GIST forma uma inibidores do receptor KIT – mesilato de
massa intramural, com preservação da camada imatinibe.
mucosa. Uma pseudocápsula pode envolver a
massa. No entanto, com o avançar da doença, o Doença Inflamatória Intestinal (Doença de
impacto dos alimentos e do peristaltismo pode Crohn e Retocolite Ulcerativa)
levar à ulceração da mucosa, que adquire pontos
hemorrágicos e necrose. Áreas císticas também 1- Como é a macroscopia da doença de Crohn?
podem ocorrer. R: O acometimento pode ser transmural. São
Quanto à microscopia, em 70% dos GISTs muito indicativos de doença de Crohn o padrão
se encontra células fusiformes, as quais são salteado e a mucosa em “pedra de calçamento”.
alongadas, com núcleo ovoide e citoplasma A mucosa em “pedra de calçamento” é uma
eosinofílico mal definido, lembrando células evolução de úlceras, a alteração inicial da doença
musculares. Elas se depositam em feixes, espiral, de Crohn. No início elas têm aparência aftoide e
“espinha de peixe” ou em paliçada. 20% dos com o tempo se tornam longitudinais e
GISTs é rico em células epitelioides, que são serpentiformes.
arredondadas, de citoplasma eosinofílico bem Edema, fibrose submucosa e hipertrofia
delimitado, organizadas em linhos ou lençóis. Por muscular também são características e levam à
fim, 10% dos casos apresenta aspecto misto. estenose.
Outros acometimentos incluem fissuras,
4- Qual o papel da imunohistoquímica no fístulas (com bexiga, vagina e pele) e perfuração,
diagnóstico de GIST? que leva à formação de abscessos peritoneais,
R: É essencial para diferenciar o GIST de uma abrindo um quadro de abdome agudo.
neoplasia muscular. Nele, a proteína KIT é
pesquisada usando o marcador CD117. Na 2- Como é a microscopia da doença de Cronh?
negatividade do CD117, utiliza-se o CD34 e o R: A característica principal é a presença de
DOG 1. infiltrado inflamatório crônico, rico em
linfócitos, plasmócitos e macrófagos, podendo
5- Qual o local mais comum de metástases? formar, inclusive, folículos linfoides.
R: Fígado. A metástase pode ocorrer em até 30 Na agudização, há neutrófilos no epitélio
anos após a retirada do tumor. glandular (criptite) e no lumen glandular
(abscesso de cripta).
6- Qual o prognóstico do GIST? Também é característico a ramificação e a
R: O prognóstico depende da localização e da tortuosidade das glândulas, bem como a atrofia
agressividade do tumor, medida pelo tamanho e mucosa, indícios de cronicidade.
pelo índice mitótico. Pode acontecer enteropatia manifestada
Os GISTs de estômago apresentam o através de metaplasia pseudopilórica, nas
melhor prognóstico. Aqueles com tamanho entre quais as glândulas adquirem aparência de
2 e 5 cm e índice mitótico menor que 5 possuem glândulas antrais com perda de células
potencial de malignidade baixo. Já os que caliciformes, bem como através da metaplasia
ultrapassam esses valores passam a ter das células de Paneth, nas quais as células de
prognóstico ruim. Paneth são normalmente ausentes.
Por fim, pode-se encontrar granulomas
7- Qual é o tratamento do GIST? malformados não caseosos.
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imunossupressores e corticoides. A cirurgia é


3- O que, essencialmente, diferencia a retocolite reservada para casos complicados, doença
ulcerativa da doença de Crohn? extensa e doença intratável.
R: A retocolite é limitada ao reto e ao cólon e seu
caráter não é salteado, mas sim ascendente e
contínuo, podendo se manifestar através de
proctite, protossigmoidite e pancolite. Além disso,
não é transmural, pois suas alterações se
restrigem às camadas mucosa e submucosa
(obs.: A biópsia não é útil para diferenciar RTU de
DC, pois só pega mucosa).

4- Quais os achados macroscópicos da RTU?


R: Transição abrupta entre área de
mucosa doente e sadia, hiperemia, granulação da
mucosa e úlceras extensas isoladas não
serpentiformes. Ilhas isoladas de mucosa
regenerativa formam pseudopólipos, cujas
pontas podem se fusionar para criar pontes
mucosas. Também pode ocorrer atrofia da
mucosa. Diferentemente da DC, o
espessamento mural não está presente, a
serosa é normal e as estenoses não 8- Qual a principal preocupação diante de uma
ocorrem. DII?
Uma complicação grave é o megacólon R: A principal preocupação é o desenvolvimento
tóxico, que se refere à dilatação colônica por de um adenocarcinoma e, por isso, os pacientes
pertúrbio da função neuromuscular devido à são rastreados a partir dos 8 anos após o
inflamação. Ele pode levar à perfuração intestinal diagnóstico de DII, anualmente. O patologista
e consequente abdome agudo. avalia a presença de displasia epitelial.

5- Como é a microscopia da RTU? 9- Quais os critérios diagnósticos da síndrome do


R: É muito parecida com a da DC, com infiltrado intestino irritável? Qual seu tratamento?
inflamatório, abscessos crípticos, distorção da R: O paciente deve apresentar todos os
arquitetura das criptas e metaplasia epitelial. No seguintes:
entanto, o processo inflamatório é difuso e - 3 episódios ou mais de dor abdominal por mês
geralmente limitado à mucosa e à nos últimos 3 meses;
submucosa superficial e os granulomas não - Melhora com a defecação;
estão presentes. - Alteração na frequência ou consistência das
fezes.
6- A DC e a RTU possuem algumas manifestações Além disso, não há alterações
extra-intestinais. Dê exemplos. macroscópicas identificáveis.
R: Artrites, redução da massa óssea, fraqueza O tratamento envolve psicoterapia e
muscular, alterações oculares (uveite), colangite antidepressivos, mudanças na dieta e
esclerosante primária e pericolangite. antibioticoterapia em casos de gastroenterite
associada.
7- Qual o tratamento da DII?
R: Geralmente, é clínico, buscando remissão. Linfomas Gastrointestinais
Envolve mudança comportamental,
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1- O que é necessário para considerar um linfoma R: CD20, que é o marcador de linfócitos B. Além
como primário do TGI? disso, haverá muita marcação pela citoqueratina
R: Que não haja acometimento de fígado, baço, AE1AE3 devido à lesão linfoepitelial. Os
linfonodos mediastinais e medula óssea. No marcadores CD3 (linfócito T) e ki67 (proliferação
entanto, se esse acometimento ocorrer após o celular) estarão muito pouco marcados.
diagnóstico ele continua sendo definido como
primário. Cabe ressaltar, que o acometimento de 7- Qual o tratamento do linfoma MALT?
linfonodos locais não descaracteriza o linfoma R: No estágio 1, quando o acometimento é
como primário. intramural e sem comprometimento de
linfonodos, utiliza-se a associação de inibidor de
2- Qual é a célula clonal do linfoma MALT? bomba de próton, amoxicilina e claritromicina
R: Linfócito B. (tratamento para H. pylori).
Em pacientes que não respondem à
3- Como a infecção por H. pylori se relaciona com antibioticoterapia, que apresentam a translocação
o linfoma MALT? (11,18) ou que apresentam metástases deve-se
R: A infecção por H. pylori (ou qualquer outro lançar mão de radio e/ou quimioterapia e, até
estímulo antigênico) age através de duas vias, mesmo, ressecção cirúrgica.
induzindo uma transformação maligna. A primeira
é através da atração de neutrófilos, que 7- O que diferencia o linfoma difuso de grandes
produzem radicais livres. A segunda é através da células B do MALT?
ativação dos linfócitos TCD4, que produzem R: A presença de infiltrado não monomórfico no
interleucinas que ativam linfócitos B que, por sua linfoma difuso de grandes células B.
vez, produzem Igs, inclusive autoanticorpos que
levam à autoativação de linfócitos B. 8- Quais as características da doença
imunoproliferativa do intestino delgado?
4- Explique o papel das mutações na R: A doença é marcada por uma plasmocitose na
fisiopatologia do linfoma MALT gástrico. mucosa. Ela acomete principalmente crianças do
R: A principal mutação descrita é a mediterrâneo. No final da adolescência ou em
translocação (11,18), que atua em fatores de adultos jovens pode se transformar em linfoma,
transcrição aumentando a sobrevida celular. sendo associada à síndrome da má absorção e à
Geralmente, os linfomas MALT com essa perda de peso antecedentes.
translocação são refratários ao tratamento e têm
pior resposta terapêutica, necessitando 9- Disserte sobre o linfoma de células T.
comumente de radio e quimioterapia. R: Geralmente, se apresenta na forma de
Outra mutação é da p53, muito associada síndrome de má absorção (doença celíaca),
com a transformação do linfoma MALT em acometendo indivíduos mais jovens (30-40 anos)
linfoma difuso de grandes células B. e apresentando mau prognóstico. O marcador é o
CD3 e CD5. Ele pode ter um infiltrado neutrofilico
5- O linfoma MALT geralmente apresenta e eosinofílico misturado e não apresenta lesão
características microscópicas inespecíficas. Qual é linfoepitelial (as glândulas são íntegras).
o importante marcador desse linfoma?
R: A lesão linfoepitelial, marcada pela destruição Patologia do Fígado
das glândulas e das fovéolas pelos linfócitos.
1- Quais as diferenças entre degeneração em
6- Na imuno-histoquímica, qual é o marcador balão e degeneração espumosa?
utilizado para definir o diagnóstico de linfoma R: A degeneração em balão é a tumefeção
MALT? celular, que ocorre por acúmulo de água e sais
dentro da célula. Ela é um distúrbio agudo e
PATOLOGIA ESPECIAL

reversível, ocasionado pela agressão por um 2. Interface: está na interface entre o espaço
tóxico ou metabólito à bomba de sódio e porta e o parênquima periportal e é uma
potássio. inflamação moderada.
A degeneração espumosa, por sua vez, 3. Parenquimatosa: está no lóbulo hepático e é
refere-se ao acúmulo de grânulos no hepatócito, uma inflamação acentuada.
que adquire aparência espumosa, devido a um
refluxo de bile para dentro dessa célula. Também 4- Quais são as características da regeneração
é uma alteração aguda. hepática? Em quais doenças não ocorre?
R: A regeneração pode ser vista através de
2- Quais as diferenças entre esteatose mitoses nos hepatócitos e espessamento do
microvesicular e esteatose macrovesicular? cordão de hepatócitos, que gera uma
R: A esteatose microvesicular é aguda e desestruturação arquitetural do parênquima.
caracterizada pelo acúmulo de pequenas Macroscopicamente, o fígado apresentará micro e
vesículas dentro do hepatócito, que não deslocam macronódulos. Não ocorre nas doenças
o núcleo. É típica da esteatose aguda da gravidez fulminantes.
e das fases da hepatite alcóolica em que o
paciente ainda está bebendo. 5- O que leva à fibrose hepática?
Já a esteatose macrovesicular ocorre na R: A ativação das células estreladas em
hepatite alcoólica crônica, na obesidade e no miofibroblastos, que passam a depositar colágeno
diabetes e é caracterizada pela formação de uma I e III no espaço de Disse.
gota única de gordura, que desloca o núcleo.
6- Quais as consequências da fibrose?
3- Qual é o tipo de necrose mais comum no R: A fibrose gera dois processos patológicos
fígado? importantes, a formação de derivações porto-
R: É a lítica, que ocorre por ação de vírus sistêmicas e a capilarização dos sinusoides. A
hepatotróficos. derivação porto-sistêmica se refere a uma
comunicação direta entre canais vasculares e as
4- O que são os corpúsculos de Councilman? veias centrolobulares, decorrente do processo de
Como estão os hepatócitos quando da sua angiogênese hepática que ocorre nas regiões de
presença? cicatriz fibrótica, de forma a não permitir que
R: São os corpos apoptóticos encontrados nos ocorra difusão de substâncias entre o sangue e os
hepatócitos em apoptose. Os hepatócitos ficam hepatócitos. A capilarização dos sinusoides se
arredondados, com núcleo picnótico e citoplasma refere à perda das fenestrações dos mesmos.
eosinofílico. Ambos processos ocasionam má depuração do
sangue e acúmulo de tóxicos, como amônia, na
5- A necrose hepática é zonal. Quais causas são circulação.
típicas de cada zona?
R: 7- Arquiteturalmente, como diferenciar a hepatite
Zona 3 (centro-lobular): isquemia. aguda da hepatite crônica?
Zona 2 (médio-zonal): eclâmpsia. R: A hepatite aguda é mais anárquica, o espaço
Zona 1 (periportal): febre amarela. fica rico em neutrófilos, os hepatócitos entram
em apoptose e pode haver algum processo
6- Quais são os 3 graus de manifestação de uma colestático (balonização). Já a hepatite crônica é
hepatite? mais organizada, o infiltrado no espaço porta é
R: linfocitário, mas também se vê apoptose de
1. Portal: está confinada ao espaço porta e é uma hepatócitos.
inflamação leve.
PATOLOGIA ESPECIAL

8- Quais alterações são observadas na hepatite C ferro ou sobrecarga de ferro parenteral, além de
e na B? atransferritina congênita e algumas doenças
R: A C é marcada pela degeneração gordurosa, hepáticas crônicas.
enquanto que a B por inclusão citoplasmática em A característica microscópica da
vidro fosco. hemocromatose é a presença de material
acastanhado no citoplasma dos hepatócitos. É
9- Como é a escala Metavir? diferenciada do acúmulo de bilirrubina através
R: das colorações de Prússia ou Pearls.
A0- sem atividade histológica O depósito acentuado de ferro gera
A1- atividade leve, limitada ao espaço porta inflamação, podendo levar à cirrose hepática e à
A2- atividade moderada, na interface fibrose pancreática.
A3- atividade acentuada, pegando parênquima
F0- fibrose ausente 12- Como se caracteriza a doença de Wilson?
F1- fibrose portal sem septos R: A doença de Wilson se refere a um acúmulo
F2- fibrose portal com raros septos para dentro o tecidual de ferro no fígado, no cérebro e na
parênquima córnea, por deficiência de ceruloplasmina. Os
F3- numerosos septos sem cirrose hepatócitos sofrem degeneração gordurosa, ficam
F4- cirrose, começa a ter nódulos regenerativos tumefeitos, apresentam necroses focais,
acumulam corpúsculos de Malory e sofrem outros
10- Explique a tríade da doença hepática processos de hepatites aguda e crônica. Uma
alcoólica. característica é o depósito de cobre na membrana
R: Primeiramente, pode ocorrer esteatose de Desçement no limbo da córnea.
hepática ou hepatite alcoólica, sendo que a última
pode evoluir da primeira. 13- O que a deficiência de alfa1-antitripsina pode
A esteatose hepática é marcada pela causar?
degeneração gordurosa, inicialmente R: Pode causar hepatite neonatal, fibrose, cirrose
microvesicular e depois macrovesicular. O órgão infantil, hepatite crônica arrastada, além de
fica aumentado, amarelo, amolecido e facilmente desenvolvimento de enfisema pulmonar. Isso
fraturável. porque essa enzima é responsável por inibir
Já a hepatite alcoólica é caracterizada por proteases liberadas nos locais de inflamação por
tumefação e necrose dos hepatócitos neutrófilos, para que essas proteases não
(degeneração balonosa), degenerações ataquem tecidos próprios. Nessa doença a via
gordurosas microvesiculares, presença de responsável pela secreção da alfa1-antitripsina
corpúsculos de Malory (emaranhados de fibras pelo hepatócito é interrompida, causando seu
proteicas e citoqueratina no citoplasma), reação acúmulo na célula. Assim, formam-se glóbulos
neutrofílica e fibrose. positivos ao PAS, mas resistentes à diastase.
A recorrência desses dois passos pode
evoluir, numa via de mão única, para a cirrose. 14- Quais as características iniciais da esteatose
hepática não alcoólica?
11- Explique os tipos de hemocromatose e suas R: O fígado apresenta uma esteatose hepática
características. simples, assintomática, macrovesicular, sem
R: A hemocromatose é o acúmulo de ferro no inflamação, necrose ou fibrose, apesar de
organismo, principalmente no fígado e no elevação de transaminases. No entanto, quando
pâncreas. A hemocromatose primária do fígado se transforma em esteatohepatite não alcoólica,
tem causa genética e cursa com absorção pode-se caminhar para a cirrose.
descontrolada de ferro no fígado. A forma
secundária, por sua vez, é a mais comum e 15- Quais as diferenças entre cirrose biliar
acontece devido ao aumento da ingestão oral de primária e secundária?
PATOLOGIA ESPECIAL

R: A cirrose biliar primária é uma doença conjugada. Essa colestase causa retenção de
cirrótica autoimune, cujo acometimento é das todos os componentes da bile, cujo depósito na
vias biliares menores. Cursa com colestase pele gera prurido. Ainda é acompanhada de
crônica progressiva. Normalmente, formam-se elevação da ALP, da GGT e da 5'nucleotidase e
granulomas que atacam os ductos biliares nos má absorção intestinal de vitaminas lipossolúveis.
espaços porta, progredindo com inflamação,
fibrose e cirrose. 18- Explique os marcadores laboratoriais da
A secundária, por sua vez, ocorre por hepatite B.
colestase extra-hepática. O fígado fica verde e há R:
dilatação das vias biliares. 1. HbsAg: é o antígeno de superfície do vírus,
sendo marcador da doença aguda, crônica ou de
16- O que é colangite esclerosante primária? estado de portador. Quando presente por mais de
R: É uma doença autoimune, geralmente 6 meses indica cronicidade.
associada à retocolite ulcerativa. Cursa com 2. AntiHBc: é o anticorpo contra o core viral,
fibrose obliterativva dos ductos biliares maiores sendo encontrado em duas classes: IgM (que se
intra e extra-hepáticos, que leva à dilatação eleva na fase aguda) e IgG (presente na fase
distal. Na radiografia se vê um aspecto de crônica e na evolução para cura). Ele indica que o
“pérolas” atribuído a áreas de estenoses e paciente foi infectado e houve replicação no
dilatações irregulares dos ductos biliares organismo. Fica sempre positivo.
afetados. 3. HbeAg: indica que está havendo replicação
viral.
17- Disserte sobre as icterícias pré-hepática, 4. AntiHBe: indica que em algum momento houve
hepática e pós-hepática. replicação. Pacientes que soroconvertem para
R: antiHBe provavelmente não evoluem para
1. Pré-hepática: ocorre por produção excessiva de cronicidade, pois há uma resposta imune atuante
bilirrubina antes da metabolização hepática, ou contra o vírus que impede a replicação viral.
seja, há elevação da bilirrubina não conjugada. 5. AntiHBs: é o último a aparecer (4 meses após
Ocorre nas anemias hemolíticas, na reabsorção a infecção), confere imunidade e está presente no
de sangue de uma hemorragia interna e nas indivíduo vacinado.
síndromes da eritropoiese ineficaz (anemia
perniciosa, talassemia). 19- Como se faz o diagnóstico laboratorial de
2. Hepática: ocorre por redução da captação hepatite C?
(como por interferência medicamentosa e na R: O exame de eleição é a dosagem do anticorpo
síndrome de Gilbert), comprometimento da antiHCV. No entanto, as seguintes situações
conjugação (como na icterícia fisiológica do RN e requerem PCR: estabelecimento de diagnóstico
nas síndromes de Gilbert e Crigler Najjar, todas precoce de infeção aguda, avaliação de infecção
por deficiência da glicoronil transferase, sendo a em RN (já que os anticorpos maternos passam
síndrome de Crigler Najjar uma doença grave), para o filho), confirmar um antiHCV duvidoso, em
além de ocorrer por deficiência de transporte na pacientes imunossuprimidos (não têm resposta de
membrana canalicular (que é o caso da síndrome anticorpo) e para o diagnóstico de cura da
de Dubin Johnson) e por redução da excreção hepatite C.
hepática (que é a colestase por disfunção
hepatocelular). Haverá o aumento da bilirrubina 20- Quais são os principais fatores etiológicos do
não conjugada e, especialmente, da conjugada, carcinoma hepatocelular (principal neoplasia
lembrando que o hepatócito lesado conjuga mal maligna primária do fígado)?
mas excreta com mais dificuldade ainda. R: Infecção viral crônica (HBV e HCV), alcoolismo
3. Pós-hepática: ocorre por obstrução biliar intra crônico, esteato-hepatite não alcoólica e
ou extra-hepática, com elevação da bilirrubina
PATOLOGIA ESPECIAL

contaminantes alimentares (principalmente


aflatoxinas).

21- Como pode ser macroscopicamente o CHC?


R: Ele pode se apresentar como uma massa
unifocal, nódulos multifocais de tamanho variável,
amplamente distribuídos, ou como um câncer
difusamente infiltrativo, permeando
extensamente e, às vezes, envolvendo todo o
fígado. Eles são mais pálidos que o fígado normal,
podendo assumir um tom esverdeado quando
dotados de capacidade de secretar bile.

22- Qual a principal via de metástase do CHC?


R: É através do sistema da veia hepática.

23- A que tipo histológico pertence o


colangiocarcinoma?
R: Adenocarcinoma.

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