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ATUALIZAÇÃO EM ORTOPEDIA

E TRAUMATOLOGIA

ILUSTRAÇÕES:
JOSÉ FALCETTI

REDAÇÃO:
PROF. RAMES MATTAR JUNIOR
PROF. RONALDO J. AZZE

DOENÇA
REUMATÓIDE
VISÃO DO ORTOPEDISTA
CIRURGIÃO DA MÃO
DOENÇA REUMATÓIDE
VISÃO DO ORTOPEDISTA CIRURGIÃO DA MÃO
Prof. Rames Mattar Júnior
Prof. Ronaldo J. Azze

DEFINIÇÃO
Doença difusa do tecido conectivo que afe-
ta principalmente a sinovial das articulações e
dos tendões (Cruickshank, 1957)

HISTÓRICO
• múmias egípcias (2750 a.c.) portadoras
de doença reumatóide;
• pinturas de Flemish (1400) e Rubens
(séc. XVII) retrataram pacientes portado-
res de doença reumatóide;
• Beauvais (1800): diferencia a artrite da
gôta;
• Garrot (1859) introduziu o termo artrite
reumatóide;
• Cruikshank (1957) e Cossermelli (1962)
introduziram o termo doença reumatóide.
"Altar Panels with Donors"

ETIOLOGIA
Ainda desconhecida. Discute-se várias teo-
rias.
Multifatorial:
• fatores ambientais: vírus (Epstein-Barr),
bactérias, micoplasmas)
þ através de mímicas moleculares;
• fatores psicossomáticos
þ personalidade artrítica;
• patrimônio genético;
• desequilíbrio imunológico Visão do artista - "Mão Reumatóide" M. Van
• alterações neuro-endócrinas Heemskerck

Publicação Oficial do Instituto PRODUÇÃO GRÁFICA:


de Ortopedia e Traumatologia Coordenação Editorial:
Dr. F. E. de Godoy Moreira Ábaco Planejamento Visual
da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo. Colaboradores:
R. Dr. Ovidio Pires de Campos, 333 Rodrigo R. Tonan, Carmen T. Bornacina,
Tel/Fax: (011) 3069-6888 Bruno Vigna, Marize Zanotto, Adalberto Tojero.
CEP 05403-010 – São Paulo – SP Ilustrações Médicas:
José Falcetti

REDAÇÃO: Diagramação e Editoração Eletrônica:


ábaco digital print
Prof. Dr. Rames Mattar Junior
Fotolito: Bureau Digital Bandeirante
Professor livre Docente da FMUSP Impressão: Nova Página
Chefe do Grupo de Mão do Departamento Tiragem: 10.000 exemplares
de Ortopedia e Traumatologia FMUSP
CARTAS PARA REDAÇÃO:
Professor Ronaldo J. Azze Atualização em Traumatologia do Aparelho Locomotor
Professor Titular do Departamento Rua Batataes, 174 – 01423-010
de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP São Paulo – SP – Tel/Fax.: (011) 3885-4277

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DOENÇA REUMATÓIDE

INCIDÊNCIA ou em nódulos (Allison-Ghormley), rica neofor-


mação vascular e formação de folículos linfói-
• 1% da população de países desenvolvidos;
des com centros germinativos
• comprometimento inicial em adultos entre
30 a 50 anos de idade;
PATOLOGIA ARTICULAR
• freqüência maior no sexo feminino (4:1)
• Lesões cápsulo-ligamentares:
• incidência maior nos parentes de 1º grau
dos portadores de doença reumatóide; – instabilidade
– deformidade
• risco de comprometimento é 30 vezes
maior em gêmeo univitelínico de portador, • Lesões tendinosas
e 6 vezes em bivitelínico. – ruptura
• gasto anual nos EUA é de 25 mil dólares – deficiência funcional
por paciente; – deformidade
• Lesões da cartilagem articular
FISIOPATOLOGIA – quadro degenerativo
– anquilose
OSTEOARTICULAR
A sinovial na doença reumatóide é caracte-
rizada por proliferação celular (células lineares DIAGNÓSTICO
tipo A,B e C), angiogênese e aumento do Quadro clínico insidioso, com sintomas sis-
número de linfócitos nas áreas perivasculares têmicos (astenia, fadiga, mal-estar, febre baixa)
Caracterizam a sinovite na doença reuma- e sintomas articulares (dor, sinais inflamatórios,
tóide: rigidez matinal, diminuição de movimentos e
• exsudação; posição viciosa). As articulações mais compro-
metidas são as distais (interfalangicas proxi-
• derrame articular (com polimorfonucleares); mais, metacarpofalangicas e punhos) e de for-
• aumento de linfócitos (aumento dos indu- ma simétrica.
tores CD4 em relação aos supressores As manifestações extra-articulares incluem:
CD8) ;
– pele: nódulos subcutâneos (indicam pior
• liberação de leucotrienos (LTB4), pelos prognóstico)
linfócitos CD4, que são quiomiotáticos – vasculites: arterites, necrose digital, arte-
para polimorfonucleares; rite visceral (coração,pulmão, rins, etc.)
• liberação de interleucinas, pelos linfócitos – neuropatia
CD4, que estimulam linfócitos B;
– miopatia
• secreção de enzimas (colagenases, elas-
tases, proteases, catepsina D) Exames de laboratório:
• degradação de colágeno e proteoglica- • Hemograma:
nos;
– anemia moderada, normocítica e hipo-
• metabolismo anaeróbio - liberação de /normocrômica
radicais livres;
– leucocitose, eosinofilia e trombocitose
• prostaglandinas contribuem para reabsor-
• Provas de atividade inflamatória inespecí-
ção óssea;
ficas alteradas:níveis elevados na Veloci-
• linfócito B - plasmócito liberam imunoglo- dade de hemossedimentação (VHS), pro-
bulinas (Fator Reumatóide); teína C reativa e alfa 1 glicoproteína
• alteração da relação entre macrófagos, • Provas imonulógicas alteradas: fator reu-
linfócitos B e T. matóide (latex ou Waler-Rose), anticor-
A sinovite caracteriza-se por uma membra pos anti-nucleares, complemento e antí-
na sinovial hiperplasiada e hipertrofiada, for- genos de histocompatibilidade.
mando o "pannus", que destrói a cartilagem • Fator reumatóide é caracterizado pela
articular, tendões, ligamentos e cápsula, dire- presença de auto-anticorpos de diferen-
tamente, ou através de mediadores enzimáti- tes classes de imunoglobulinas (IgM, IgG,
cos ativados. IgA) dirigidas contra antígenos do frag-
mento Fc das IgG. A positividade do teste
de Latex é de 80% e do Waler-Rose de
ANATOMIA PATOLÓGICA 60%. O Fator Reumatóide pode ser posi-
Infiltrado linfohistioplasmocitário, com pre- tivo em doenças crônicas como sífilis,
domínio de linfócitos espalhados difusamente hepatite, sarcoidose e hanseníase.

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O exame radiográfico pode evidenciar o
comprometimento simétrico das articulações,
rarefação óssea periarticular, aumento das
partes moles, redução do espaço articular, ero-
sões ósseas, cistos subcondrais, deformida-
des articulares e anquilose.
São critérios para diagnóstico:
• American College of Rheumatology: pelo
menos 4 dos 7 sinais ou sintomas:
– rigidez matinal;
– artrite de mais de 3 articulações ;
– artrite de punhos, metacarpofalângicas e
interfalângicas;
– artrite simétrica;
– nódulos reumáticos;
– fator reumatóide positivo;
– alterações radiográficas.

• New York Diagnostic Criteria: primeiros


dois critérios associados ao terceiro ou
quarto:
– história de episódio de 3 articulações
dolorosas;
– edema, limitação da movimentação,
subluxação ou anquilose de 3 articula-
ções dos membros, sendo que uma mão,
um punho ou um pé deverão estar envol-
vidos;
– presença de erosões ósseas no RX;
– fator reumatóide positivo.

TRATAMENTO CLÍNICO
Deverá incluir apoio psicológico, controle
da doença inflamatória, repouso articular e
prevenção de deformidades.
Os medicamentos mais utilizados são os
anti-inflamatórios não hormonais (indometaci- Órteses de controle e apoio das articulações metacarpofa-
lângicas, prevenindo o desvio ulnar em repouso e em ativi-
na, diclofenaco, naproxem, cetoprofeno, piro- dades manuais.
xican, aspirina, inibidores específicos da ciclo-
oxigenase 2 e outros), anti-inflamatórios hor-
monais (cortocosteróides sistêmicos ou intra-
articulares), drogas remissivas (antimaláricos, TRATAMENTO CIRÚRGICO
sais de ouro, sulfasalazina, D penicilamida) e
O tratamento cirúrgico inclui procedimentos
agentes imunossupressores (methotrexate,
de tenossinovectomias, sinovectomias, cirur-
ciclofosfamida, azatioprina, clorambucil e
gias em tendões, artroplastias com ou sem
outros). próteses e artrodeses.
A utilização de órteses deve ser iniciada A tenosinovite caracteriza-se por aumento
logo após o diagnóstico e visa, principalmente, de volume, sinais inflamatórios, disfunção,
prevenir deformidades. As órteses podem ser podendo evoluir para ruptura tendinosa. O trata-
de manutenção (utilizadas em atividades mento da tenossinovite pode ser clínico ou
manuais), de repouso (utilizadas principalmen- cirúrgico. Cabe aos profissionais que assistem
te durante a noite) e de correção de deformida- o paciente indicar o tratamento cirúrgico. Há
des (tração elástica). As figuras ilustram a indi- necessidade de um perfeito entrosamento entre
cação da utilização das órteses na doença reu- o reumatologista, o terapêuta e o cirurgião de
matóide. mão para determinar o tempo ideal desta indi-

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cação. É extremamente frustrante para o


paciente e para a equipe profissional observar a
persistência de uma sinovite ou tenossinovite,
apesar do tratamento medicamentoso, e a evo-
lução para deformidades progressivas ou perda
do sistema de funcionamento, e deslizamento
até a ruptura do tendão.
É preciso reforçar o conceito de que o trata-
mento do paciente portador de doença reuma-
tóide deve ser multidisciplinar, incluindo, além
do reumatologista,
coordenador geral
deste, o terapêuta, o
cirurgião de mão, o
ortopedista e o psi-
cólogo.
Todo esforço de-
ve ser realizado pa-
ra impedir a evolu-
ção natural desta
grave patologia.
Imagens da técnica cirúrgica para tenosinovectomia dos extensores ao nível do retináculo dor-
Lembramos uma figura clássica do com- sal (zona VII).
pêndio de Platt sobre a mão reumatóide, com
a legenda ressaltando: "10 anos passaram !"

TENOSSINOVECTOMIA
DORSAL DO PUNHO
Na face dorsal do punho temos os 6 compar-
timentos revestidos por tecido sinovial e que
podem ser sede de uma tenossinovite na doen-
ça reumatóide. Estes compartimentos incluem:
1º compartimento – abdutor longo e exten-
sor curto do polegar
2º compartimento – extensores radiais longo
e curto do carpo
3º compartimento – extensor longo do polegar
4º compartimento – extensor comum dos de-
dos e extensor próprio
do indicador
5º compartimento – extensor próprio do
dedo mínimo
6º compartimento – extensor ulnar do carpo
O tecido sinovial hiperplasiado pode conter
pequenos corpos à semelhança de grãos de
arroz ("rice bodies"). Podem aparecer nódulos
inflamatórios intratendinosos. Os tendões
apresentam-se isquêmicos, friáveis e sujeitos
a rupturas.
A via de acesso para a tenossinovectomia
dorsal do punho consta de incisão em "S" ou
oblíqua dorsal, interessando pele e tecido celu-
lar subcutâneo, e abertura do retináculo exten- Esquema da técnica cirúrgi-
ca para tenosinovectomia no
sor envolvido. A sinovectomia deve ser ampla. retináculo dos extensores.
Para evitar o efeito de corda, o retináculo deve (veja a seqüência das ilus-
ser reconstruído. Se houver grave comprometi- trações)
mento do leito, parte do retináculo pode ser uti-
lizado como assoalho dos tendões. A hemosta-
sia deve ser rigorosa, assim como deve ser uti-
lizado um dreno por período de 1 a 2 dias.

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TENOSSINOVECTOMIA
VENTRAL DO PUNHO
A tenossinovite volar no punho não é tão
evidente quanto a dorsal, pois o ligamento
transverso do carpo não permite a palpação
do tecido sinovial hiperplasiado e, pela mes-
ma razão, o aumento de volume não é tão
notado. A sinovite no canal do carpo causa
uma síndrome de compressão do nervo
Tenosinovite dos flexores do dedo mínimo, desde o canal de Guyon até o túnel osteofibroso. O
mediano, caracterizada clinicamente por paciente apresentava sintomas de compressão do nervo ulnar no canal de Guyon.
hipoestesia na região ventral do polegar,
dedos indicador, médio e metade radial do
anular, associada a algum grau de paresia
dos músculos abdutor curto, oponente e fle-
xor curto do polegar. No exame clínico, os
testes de Phalen e Tinel são positivos. O
diagnóstico da sinovite volar do punho deve
ser precoce e, a ausência de resposta clíni-
ca com o tratamento medicamentoso, asso-
ciada a sinais clínicos de compressão do
nervo mediano, deve ser uma indicação
para tenossinovectomia cirúrgica precoce. Tenosinovite hemorrágica dos flexores ao nível do punho.
A via de acesso inclui uma incisão retilínea
entre as eminências tenar e hipotenar, cru-
zando oblíquamente a prega de flexão do
punho, e progredindo proximalmente de for-
ma curvilínea. O retináculo dos flexores deve
ser seccionado próximo à sua inserção ulnar.
A sinovectomia deve ser ampla, a hemostasia
rigorosa e a drenagem utilizada por cerca de
1 a 2 dias.

Esquema da técnica cirúrgica para


tenosinovectomia dos flexores do
canal do carpo (zona IV).
(veja seqüência das ilustrações)

Tenosinovite exuberante ao nível do canal do carpo (zona


IV) com grave compressão do nervo mediano. Paciente
apresentava grave comprometimento da função da mão.
Observar aspecto após a secção do ligamento transverso
do carpo e tenosinovectomia.

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TENOSSINOVECTOMIA DOS SINOVECTOMIA


FLEXORES DOS DEDOS DAS ARTICULAÇÕES
O canal osteofibroso é revestido por tecido As sinovectomias articulares devem ser
sinovial e pode ser sede do processo inflama- realizadas antes que ocorram lesões ósseas,
tório da doença reumatóide. A sinovial hiper- como erosões, e ligamentares, que causam
plasiada causa edema, perda da função de fle- instabilidades e luxações. Porém, mesmo
xão dos dedos envolvidos, associada ou não a quando alterações osteoarticulares tardias já
dedo em gatilho. tenham ocorrido, a sinovectomia articular
A cirurgia consiste na tenossinovectomia pode evitar e limitar o progresso da doença.
ampla preservando ao máximo as polias. A O maior desafio é determinar o momento
incisão cutânea mais utilizada é a de Bruner ideal para a realização das sinovectomias
(zigzag volar). Paciente portadores de tenossi- articulares.
novite no túnel osteofibroso que não respon-
dem ao tratamento medicamentoso devem ser SINOVECTOMIA DAS
submetidos a tratamento cirúrgico pois a sino- METACARPOFALÂNGICAS
vial pode destruir, de forma precoce, as polias, Temos preferido realizar as sinovectomias
causando dano irreversível no mecanismo fle- das articulações metacarpofalângicas através
xor dos dedos. de incisões longitudinais, preservando, ao
Após a tenossinovectomia o paciente deve máximo, a drenagem venosa e linfática dos
realizar movimentação precoce, sob supervi- dedos. Duas incisões, entre o 2º e 3º dedos, e
são de terapeuta, com o objetivo de evitar ade- entre o 3º e 4 º dedos, podem proporcionar
rências tendinosas. Nas cirurgias realizadas abordagem para todas metacarpofalângicas.
tardiamente, quando já houver comprometi- Incisões longitudinais ou em "S" também
mento de polias, há necessidade de realizar, podem ser realizadas para cada articulação. O
em uma primeira etapa, a tenossinovectomia tendão extensor deve ser individualizado e
associada a reconstrução de polias e,quando protegido. Realiza-se uma incisão parcial na
necessário, num segundo tempo, a tenólise banda sagital, preferencialmente na borda
dos tendões envolvidos e aderidos. radial, que permitirá a sutura com reforço (tipo

Sinovite exuberante na região do túnel osteofibroso (zona II) destruindo as polias e vinculas dos tendões flexores. Após a tenosinovectomia resta o gran-
de problema de reconstruir o túnel osteofibroso em um leito vascular inadequado.

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"jaquetão") para prevenir a luxação ulnar des- material termoplástico, mantendo a articulação
tes tendões. A cápsula é aberta através de inci- metacarpofalângica em extensão, protegendo
são transversa ou longitudinal e todo tecido a cicatrização do aparelho extensor. Esta órte-
sinovial hiperplasiado deve ser removido. se pode ser utilizada de forma intermitente, por
Deve-se tomar cuidado para remover todo período de 6 a 8 semamas, permitindo a reabi-
tecido sinovial patológico, especialmente litação articular e, ao mesmo tempo, protegen-
aquele aderido nas porções capsulares que do o aparelho extensor. Por outro lado, a mobi-
incluem os ligamentos colaterais. A cápsula e a lização precoce é muito importante para evitar
banda sagital são suturadas, realinhando o rigidez.
aparelho extensor. O fio utilizado pode ser Os procedimentos para sinovectomia da
absorvível ou não mas resistente para suportar metacarpofalângica do polegar são os mesmos.
as tensões da movimentação precoce A utilização de uma órtese mantendo a articula-
(4 ou 5 zeros). Normalmente utiliza-se uma ção metacarpofalângica em extensão é funda-
imobilização, preferencialmente com órtese de mental para prevenir deformidades em flexão.

Sinovectomia da articulação metacarpofalangiana.

SINOVECTOMIA DAS deformidade em pescoço de cisne e rigidez


INTERFALÂNGICAS PROXIMAIS articular.
O aparelho extensor é dividido respeitando-
A grande diferença com relação às sino- se suas expansões em tendão extensor cen-
vectomias das metacarpofalângicas reside tral (banda central) e tendões extensores late-
na abordagem do aparelho extensor. A inci- rais (bandas laterais).
são é dorsal e, normalmente, em forma de Após ampla sinovectomia a cápsula e o apa-
"S" . Alguns autores salientam a importância relho extensor são suturados de forma similar à
de realizar incisões maiores ("duplo S"), com articulação metacarpofalângica. A pele é sutura-
o objetivo de abordar, diretamente, a região da e a articulação mantida em extensão. Utiliza-
ventral da articulação, através de capsuloto- se uma órtese estática até a redução do edema
mia volar (entre os ligamentos colateral e e, a seguir, órteses dinâmicas que protegem o
placa volar) onde a sinovite abundante pode aparelho extensor e permitem a movimentação
ser responsável pelo desenvolvimento de articular e reabilitação precoce.

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DOENÇA REUMATÓIDE

Sinovectomia da articulação interfalangiana proximal.

SINOVECTOMIA DO PUNHO distal e estabilidade na rádio-carpica.


Utiliza-se uma incisão dorsal curvilínea
Normalmente é realizada associadamente a
ou em "S", ao nível da articulação rádio-
tenossinovectomia dos tendões extensores e
ulnar distal, individualiza-se o ramo sensitivo
da articulação rádio-ulnar distal. A via de aces-
dorsal do nervo ulnar e os tendões ulnar do
so é dorsal, com incisões curvilíneas ou em
carpo e extensor próprio do 5º dedo, abre-se
"S", e a cápsula articular é seccionada obser-
a cápsula articular longitudinalmente e
vando-se a anatomia ligamentar (incisão em
expõe-se a cabeça da ulna. Realiza-se uma
"V"). Todo tecido sinovial patológico é removido
osteotomia ao nível do colo da ulna, toman-
e as erosões ósseas curetadas. A indicação de
do-se o cuidado para não ressecar tecido
sinovectomia do punho não é tão freqüente,
ósseo em excesso, o que pode causar uma
sendo mais usual agir no punho realizando
instabilidade indesejável. As espículas
artrodeses segmentares ou totais. Observa-se,
ósseas são removidas por saca-bocados,
precocemente, que há desarranjo nos ossos do
goivas ou fresas, e a cápsula suturada com
carpo, provocado por lesões ligamentares, na
alguma tensão para conferir maior estabili-
maioria das vezes do padrão VISI ("volar inter-
dade à ulna distal.
caled segment instability"), responsáveis por
quadro degenerativo progressivo.
Na articulação rádio-ulnar distal, a cápsula é
aberta longitudinalmente e, se houver integrida-
de da cartilagem articular, associada a estabili-
dade ligamentar, a sinovectomia ampla pode
ser realizada e o prognóstico da evolução deve
ser favorável. Se houver comprometimento arti-
cular e instabilidade ou luxação, outros procedi-
mentos podem ser indicados como: ressecção
da cabeça da ulna, artroplastia de hemirresec-
ção e interposição (Bower’s), cirurgia de Sauvé
Kapandgi (ressecção da segmentar da ulna
com artrodese rádio-ulnar distal) e cirurgias de
estabilização da ulna.

EXCISÃO DA CABEÇA DA ULNA


(CIRURGIA DE DARRASH)
A cirurgia é indicada quando houver perda
da congruência entre o rádio distal e a ulna,
associada a lesão da cartilagem articular. A
ressecção da cabeça da ulna trará alívio da
sintomatologia dolorosa e melhora da movi-
mentação do punho. Estará indicada quando
houver desarranjo na articulação rádio-ulnar
Cirurgia de Darrash – ressecção da cabeça da ulna

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RUPTURAS
Rupturas TENDINOSAS
tendinosas dos tendões extensores dos dedos.

Transferência dos flexores


ulnar e radial do carpo para
extensores dos dedos.

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DOENÇA REUMATÓIDE

Esquemas da técnica cirúrgica de


solidarização dos tendões extensores
dos dedos anular e mínimo para
tratamento de ruptura patológica.

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Outra implicação grave da doença reuma-
tóide é a ruptura patológica dos tendões. As
rupturas ocorrem com maior freqüência nos
tendões extensores e ao nível dos retináculos.
As rupturas podem ocorrer com ou sem trau-
ma. Como o tendão é patológico, as suturas
não proporcionam bons resultados, pois a
cicatrização não se processa de forma ade-
quada (comprometimento da vascularização).
Da mesma forma, os enxertos tendinosos não
são utilizados pois o leito receptor está com-
prometido e as aderências, em geral, são fre-
qüentes e de grande magnitude, impedindo o
retorno funcional adequado.

RUPTURA DOS EXTENSORES DOS


DEDOS

Após o extensor longo do polegar são os


tendões que mais freqüentemente se rompem
da doença reumatóide, principalmente os do 4º
e 5º dedos, incluindo o extensor próprio do 5º
dedo.
Nas rupturas dos extensores dos dedos
ulnares, o coto distal destes pode ser sutura-
do, com tensão adequada, nos tendões exten-
sores dos dedos radiais íntegros. Este é o pro-
cedimento mais freqüentemente utilizado e
proporciona bom resultado funcional.
Nas rupturas de todos tendões extensores
as únicas alternativas são a utilização de
enxerto de tendão ou a transferência tendinosa
(flexores radial e ulnar do carpo e outros) para
os extensores dos dedos. Os flexores do cor-
po são utilizadas, particularmente, quando
houver comprometimento da movimentação
do punho, ou quando houver indicação de
artrodese deste.

Caso clínico – ruptura dos tendões extensores dos dedos


anular e mínimo tratada pela solidarização dos tendões
extensores.

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DOENÇA REUMATÓIDE

RUPTURA DO TENDÃO A incisão é ventral, medio-lateral ou tipo


EXTENSOR LONGO DO POLEGAR Bruner, no polegar, e curvilínea ou oblíqua
ventral no punho. Os tendões flexor longo do
É o tendão que rompe com maior freqüência polegar e aqueles utilizados para transferência
na mão, normalmente ao nível do tubérculo de ou enxerto são identificados e a sutura dos
Lister, no terceiro compartimento dorsal. A pre-
tendões é realizada através das técnicas habi-
sença de sinovite persistente neste local, rela-
tuais já descritas.
ciona-se com o comprometimento deste tendão
O paciente deve ser mantido com o punho fle-
e deve ser uma das indicações de sinovectomia
tido cerca de 40º a 60º, com uma proteção para
precoce.
a extensão do polegar, seja através de aparelho
A ruptura do extensor longo do polegar pro-
gessado ou, preferencialmente, órtese.
voca uma perda da função de extensão da
interfalângica do polegar. O tratamento cirúrgi-
co de escolha é a transferência tendinosa do RUPTURA DOS FLEXORES
extensor próprio do indicador ou do extensor DOS DEDOS
curto do polegar. Em pacientes portadores de Os dedos mais comprometidos são o indi-
doença reumatóide há preferência na utiliza- cador e o médio e os sítios mais freqüentes
ção do extensor curto do polegar, principal- são na porção distal do canal do carpo e na
mente quando houver comprometimento asso- entrada do túnel osteofibroso. Quando a ruptu-
ciado da articulação metacarpofalângica.
ra ocorre no túnel osteofibroso, a reconstrução
Nestes pacientes, freqüentemente, há indica-
é realizada com enxerto tendinoso, em geral
ção de artrodese da metacarpofalângica e o
do palmar longo ou plantar delgado. Se houver
extensor curto do polegar pode ser transferido
ruptura do profundo com integridade do super-
sem prejuízo de função. Além disso, este ten-
ficial, o procedimento de escolha deverá ser a
dão está próximo do extensor longo do pole-
manutenção do superficial intacto e a estabili-
gar, exige menor dissecção e proporciona uma
zação da interfalângica distal através de teno-
extensão do polegar com alguma abdução
dese ou artrodese. Nas rupturas proximais é
associada, o que pode proporcionar melhor
função para a mão. possível utilizar o tendão flexor superficial
A abordagem é realizada através de incisão como enxerto para reconstruir o flexor profun-
dorsal, individualiza-se os tendões que serão do, tomando-se o cuidado para utilizar seg-
utilizados para a transferência e o extensor lon- mentos de tendão não comprometidos pela
go do polegar. Se houver indicação, a articula- patologia.
ção metacarpofalângica pode ser artrodesada.
O tendão a ser transferido é seccionado ao ARTRODESES
nível da metacarpofalângica e suturado através Quando houver comprometimento grave da
da técnica em "casa de botão" (diâmetros superfície articular, com lesão irreversível do
semelhantes) ou "Pulvertaft" (diâmetros dife- tecido cartilaginoso, grave comprometimento
rentes), com fio inabsorvível 4 zeros. Após a da função, quadro degenerativo progressivo
sutura da pele, o polegar deve ser imobilizado associado à sintomas dolorosos, a artrodese
em extensão. O paciente deve ser encaminha- da articulação deve ser considerada como um
do precocemente para reabilitação, onde será bom procedimento terapêutico na doença reu-
confeccionada órtese de proteção e iniciada matóide.
movimentação passiva precoce. A movimenta- As artrodeses são principalmente indicadas
ção ativa normalmente é iniciada por volta da
nas articulações interfalângicas do polegar,
4º a 6º semana de pós-operatório.
interfalângicas proximais dos dedos, metacar-
pofalângica do polegar e no punho.
RUPTURA DO FLEXOR Temos dado preferência para procedimentos
LONGO DO POLEGAR de artroplastia, com ou sem prótese, para as
É o tendão flexor que mais freqüentemente articulações metacarpofalângicas dos dedos,
se rompe na doença reumatóide. A ruptura com o objetivo de preservar mobilidade e pro-
pode ocorrer em 3 sítios: porcionar função para a mão comprometida.
1. por avulsão em sua inserção - reconstru- Existem várias técnicas de artrodeses.
ção normalmente realizada com enxertos Temos preferido realizar o desbridamento arti-
de tendão cular e retirada da cartilagem articular rema-
2. ao nível da metacarpofalângica - recons- nescente com auxílio de serras, osteótomos
trução através da transferência de tendão ou saca-bocados e a osteossíntese com fios
flexor superficial (4º dedo) ou, mais rara- de Kirschner, associados ou não à amarrias
mente, através de enxertos de tendão. com fios de aço. O paciente é mantido com a
3. no canal do carpo - reconstrução através articulação imobilizada, com aparelhos gessa-
da transferência de tendão flexor superfi- dos ou órteses, até a consolidação da artrode-
cial (4º dedo) ou, mais raramente, atra- se, determinada através de exames clínico e
vés de enxertos de tendão. radiográfico.

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No punho as artrodeses podem ser parcial cirurgias em partes moles com o objetivo de
ou total. As artrodeses parciais são indicadas melhorar a função articular e os sintomas dolo-
quando a doença comprometeu apenas um rosos.
segmento do punho, causando quadro dege- Na articulação trapézio-metacarpeana, as
nerativo ou instabilidade localizada. Nesta cirurgias de ressecção do trapézio, associadas
situação, a artrodese pode restabelecer a à reconstrução ligamentar (ligamentoplastia),
estabilidade e eliminar a dor, preservando utilizando o flexor radial do carpo ou o abdutor
alguma função. longo do polegar, podem proporcionar alívio
Caso clínico – deformidade ca-
racterística com desvio ulnar e dos sintomas dolorosos e melhorar a amplitu-
grave comprometimento carti- de de movimentação do polegar, mantendo
laginoso das metacarpofalan- ARTROPLASTIAS SEM PRÓTESE sua estabilidade. A escolha da técnica deve
gianas que apresentam-se pra-
ticamente luxadas. Em algumas situações, é possível realizar basear-se na preferência do cirurgião e nas

Esquema da técnica cirúrgica para


artroplastia metacarpofalangiana
com prótese de swanson.
(veja seqüência das ilustrações)

22
DOENÇA REUMATÓIDE

23
Técnica cirúrgica para artroplastia metacarpofalangiana.

Caso clínico – mão direita operada com correção


das deformidades nas metacarpofalangianas e
melhora da amplitude articular.

24
DOENÇA REUMATÓIDE

condições dos tendões que podem ser utiliza- e melhora da função da mão.
dos na estabilização do polegar. DEFORMIDADE EM BOTOEIRA DOS
Da mesma forma, é possível realizar artro- DEDOS
plastias nas articulações metacarpofalângicas
sem utilização de próteses. A cirurgia baseia- A deformidade em flexão da interfalângica
se no desbridamento articular, reposiciona- proximal é conseqüência da lesão do tendão
mento do aparelho extensor, redução da arti- extensor central (banda central), ao nível de
culação e tenotomia ou transferência dos mús- sua inserção na base da falange média, que
culos intrínsecos. provoca uma incapacidade de extensão desta
O desvio ulnar dos dedos é uma das defor- articulação. Há uma retração secundária dos
midades características da doença reumatói- músculos intrínsecos que provocam uma hipe-
de. A fisiopatologia do desvio ulnar é discutível, rextensão da interfalângica distal. Na doença
sendo que vários fatores podem contribuir con- reumatóide, normalmente encontramos um
comitantemente: alongamento, e não uma ruptura do tendão
extensor central, de tal forma que muitas
1. frouxidão cápsulo-ligamentar radial;
vezes não há uma hiperextensão da interfalân-
2. colápso do punho e desvio radial dos gica distal. De qualquer forma, a porção dorsal
metacarpeanos (Shapiro, 1968) dos ligamentos retinaculares transversos (-
3. desvio ulnar dos extensores dos dedos fibras entre o tendão extensor central e lateral)
por froxidão da banda sagital do lado e o ligamento triangular, do dedo envolvido,
radial (Vaughan-Jackson, 1962) encontram-se estirados. O ligamento retinacu-
4. ação dos músculos intrínsecos (Adamson, lar transverso, que se insere na banda lateral,
1968) vai retraindo, progressivamente, trazendo a
5. forças aplicadas durante a pinça digital banda lateral para uma posição cada vez mais
ou preensão de objetos provocando o ventral. As bandas laterais do aparelho exten-
desvio ulnar dos dedos. sor podem ultrapassar o eixo de movimenta-
ção da interfalângica proximal e se transforma-
Vários procedimento, isolados ou combina-
rem em agentes flexores, e não mais extenso-
dos, foram propostos por diversos autores,
res.
entre os quais destacamos:
Do ponto de vista terapêutico, quando a arti-
• Secção dos intrínsecos (Littler, 1954); culação encontra-se viável e a deformidade em
• Transferência dos intrínsecos (Straub, flexão da interfalângica é progressiva, a sino-
1959) vectomia articular, associada ou não à recons-
• Sinovectomia e reposicionamento do trução ou avanço do tendão extensor central,
extensor (Millender e Nalebuff, 1968); são os procedimentos de escolha. Quando hou-
• artroplastias sem prótese (Vanio, 1967) - ver comprometimento articular e a deformidade
incluindo o desbridamento articular, sino- em flexão for fixa deve-se considerar a estabili-
vectomia, reposicionamento articular, zação com artrodese como a cirurgia de esco-
secção e transferência dos intrínsecos. lha. Em casos excepcionais, onde houver com-
ARTROPLASTIAS COM PRÓTESE prometimento exclusivo de uma articulação e
As artroplastias com próteses foram descri- articulações vizinhas preservadas, a artroplastia
tas por Swanson em 1968. Sua indicação com próteses de silicone para a interfalângica
baseia-se na presença de articulação metacar- proximal pode ser considerada. Novamente
pofalângica com sinais degenerativos, luxada, Nalebuff classifica as deformidade em botoeira
instável e com desvio ulnar resultando em gra- com o objetivo de simplificar as indicações de
ve comprometimento da função da mão. As tratamento cirúrgico:
próteses de metacarpofalângica são de silico- Estágio I - alongamento da banda central
ne, algumas com componentes metálicos com discretas alterações na interfalângica dis-
associados. A incisão adotada por nós é a lon- tal. O tratamento pode ser suficiente com o uso
gitudinal, sendo que 2 incisões, entre o 2º e 3º de órteses estáticas e controle da sinovite.
e entre o 4º e 5º dedos, são capazes de pro- Dolphin descreve a tenotomia da banda lateral,
porcionar acesso para todas metacarpofalân- imediatamente distal ao ligamento triangular
gicas dos dedos. O procedimento consta de (desenvolvida por Fowler), para melhorar a
capsulotomia, ressecção do tecido sinovial ação extensora na interfalângica proximal.
patológico, ressecção da superfície articular Estágio II - progressão da deformidade para
distal do metacarpo e proximal da falange com 40º de flexão. As técnicas de reconstrução da
auxílio de uma serra ou saca-bocado (corrigin- banda central podem ser utilizadas quando
do o desvio ulnar), fresagem e curetagem do houver integridade, e função preservada, da
canal medular destes ossos, introdução da metacarpofalângica e interfalângica distal.
prótese, capsulorrafia e reposicionamento do Existem muitas técnicas descritas, todas com
aparelho extensor. A utilização da prótese a filosofia de reconstruir a banda central e
pode proporcionar correção das deformidades recuperar o equilíbrio entre as forças flexoras

25
e extensoras. as lesões do tendão extensor terminal.
Estágio III - deformidade em flexão fixa, com Nalebuff descreve 4 tipos de deformidade
alterações articulares no exame radiográfico em pescoço de cisne:
caracterizada pela presença de erosões (dege- I. Mobilidade da interfalângica proximal nor-
neração). Os procedimentos possíveis são a mal. Estes pacientes apresentam dificuldade
artrodese ou a artroplastia com implante. em iniciar o movimento de flexão da interfalân-
gica proximal, referindo, ocasionalmente, tra-
DEFORMIDADE EM PESCOÇO vamento dos dedos. O tratamento pode ser
DE CISNE conservador através do uso de órteses estáti-
A deformidade em pescoço de cisne caracte- cas. O tratamento cirúrgico inclui:
riza-se por uma flexão da interfalângica distal • a artrodese da interfalângica distal - se a
associada a uma hiperextensão da interfalângi- causa primária for um dedo em martelo;
ca proximal. A causa da deformidade pode resi- • tenodese do flexor superficial (Swanson
dir em uma das 3 articulações: metacarpofalân- ou Curtis) - ténica estática para limitar a
gica, interfalângica proximal ou distal. hiperextensão da interfalângica proximal;
Os elementos que restringem a extensão da
• reconstrução do ligamento retinacular
interfalângica proximal são estáticos (placa
oblíquo e criação de um ligamento retina-
volar) e dinâmicos (flexor superficial). Por lesão
cular oblíquo espiral (Littler) - técnica
da placa volar, ligamentos colaterais e do flexor
superficial, causada pela sinovite, a força de estática que corrige, concomitantemente,
extensão, sem contenção volar, pode provocar as deformidades em flexão da interfalân-
uma hiperextensão da interfalângica proximal. gica distal e flexão da proximal;
Com o tempo, as bandas laterais deslocam-se • reconstrução do ligamento retinocular
para dorsal, alongando os ligamentos retinacu- oblíquo com a técnica dinâmica de Azze
lares transverso e oblíquo. À medida que a (ver fascículo sobre tendões extensores).
hiperextensão progride, ocorre uma flexão da II. A movimentação da interfalângica proxi-
interfalângica distal provocada pelo desequilí- mal esta limitada e sofrendo influência da posi-
brio de forças entre o flexor profundo e o apare- ção da metacarpofalângica. O teste de Bunnel
lho extensor, e pela contratura dos intrínsecos. para contratura dos intrínsecos demonstra que,
A postura do dedo em pescoço de cisne é des- com a extensão e desvio radial da metacarpo-
crita como atitude em "intrinseco plus". falângica, a mobilidade da interfalângica proxi-
A deformidade em pescoço de cisne tam- mal diminui. A flexão da metacarpofalângica
bém pode iniciar-se como uma deformidade relaxa os músculos intrínsecos e permite maior
em martelo, por lesão do tendão extensor ter- movimentação da interfalângica proximal.
minal. A força de extensão, concentrada na
Normalmente, nestes pacientes a deformidade
interfalângica proximal, causará uma deformi-
em pescoço de cisne inicia-se na metacarpofa-
dade em hiperextensão desta. Os elementos
lângica. O tratamento destes pacientes deve
contensores ventrais são progressivamente
incluir a tenotomia dos intrínsecos e/ou a corre-
atenuados pela ação extensora.
ção da deformidade na metacarpofalângica
A deformidade em flexão da metacarpofa-
lângica pode ser outra causa de desequilíbrio. (artroplastias com ou sem prótese). Se houver
Pode iniciar-se por lesão do aparelho extensor uma deformidade importante da interfalângica
(banda sagital), subluxação e contratura dos distal, realiza-se uma artrodese desta, conco-
intrínsecos. As causas da deformidade em fle- mitantemente.
xão da metacarpofalângica sobrepõem-se às III. Há uma limitação importante da movi-
do desvio ulnar da mesma articulação. Esta mentação articular do dedo envolvido, mas
deformidade em flexão provoca uma hiperativi- com sinais radiográficos de articulaçoes viá-
dade do aparelho extensor ao nível da interfa- veis. A causa da rigidez reside na contratura
lângica proximal. secundária de partes moles (aparelho exten-
Shapiro (1960) chegou a relacionar as sor, ligamentos colaterais e pele). A conduta
deformidades ao nível do punho como causas terapêutica baseia-se na transformação de um
de desequilíbrios que poderiam gerar deformi- articulação rígida em móvel, através de capsu-
dades ao nível dos dedos. lotomia, tenólise e manipulações. Após a recu-
A correção da deformidade deve, teorica- peração da mobilidade articular o dedo deverá
mente, agir no fator causal inicial. Podemos
ser tratado como nos tipo I ou II
inferir que não devemos corrigir a deformidade
em pescoço de cisne quando houver uma IV. Apresenta uma rigidez articular associada
deformidade em flexão da metacarpofalângica. a alterações radiográficas. A decisão reside em
É preciso corrigir, inicialmente, as deformida- escolher uma artrodese (mais usual) ou uma
des ao nível da metacarpofalângica, para artroplastia para corrigir a deformidade e melho-
depois agir na deformidade em pescoço de rar a função. A preservação da anatomia do apa-
cisne. Da mesma forma, é preciso diagnosticar relho extensor é fundamental para obtenção de

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