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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER

CICLOS DE REVISÃO TJ/SP


PARTE III

Sumário
PROCESSO CIVIL
Princípios processuais em destaque .......................................................................................................... 3
Destaques legislativos ................................................................................................................................ 6
Tutela provisória ......................................................................................................................................... 9
Provas ......................................................................................................................................................... 11
Sentença, decisões e coisa julgada ...........................................................................................................12
Recursos e reexame necessário ................................................................................................................13
Cumprimento de sentença e execução ....................................................................................................17
Questões especiais .................................................................................................................................... 18
Jurisprudência importante ....................................................................................................................... 25

DIREITO DO CONSUMIDOR ...................................................................................................................... 28


Sujeitos e relação de consumo. ................................................................................................................ 28
Práticas abusivas e propaganda ................................................................................................................ 31
Direitos básicos, política consumerista e princípios correlatos. .............................................................36
Defesa do consumidor em juízo. .............................................................................................................. 40
Responsabilidade pelo fato ou vicio do produto / serviço. ..................................................................... 41
Temas diversos .......................................................................................................................................... 45

PROCESSO E DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ...................................................................... 47


Ato infracional ........................................................................................................................................... 48
Estatuto da primeira infância. .................................................................................................................. 50
Direitos da criança e do adolescente. ....................................................................................................... 51
Poder familiar ............................................................................................................................................. 52
Conselho tutelar. ........................................................................................................................................ 53
Guarda e adoção ......................................................................................................................................... 53
Temas diversos .......................................................................................................................................... 56
Novidade .................................................................................................................................................... 58

DIREITO ELEITORAL .................................................................................................................................. 59


Princípios e conceitos básicos eleitorais. ..................................................................................................59
Condições De Elegibilidade E Inelegibilidade .......................................................................................... 62
Registro de candidaturas. Impugnações ao registro de candidaturas .................................................. 69
Propaganda eleitoral .................................................................................................................................. 71
Ações eleitorais ..........................................................................................................................................78
Crimes eleitorais puros ou específicos. Crimes eleitorais acidentais .................................................... 80

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Meus amigos, futuros juízes paulistas. Vamos começar, agora, a nossa revisão de processo
civil. Considerando que essa será a primeira prova do TJSP após a edição do novo CPC, acredito
que o mais importante, nessa última hora, é relembrar alguns conceitos e institutos novos. Na
revisão abaixo, tentarei resumir os pontos de maior relevo do novo código. Vamos nessa?

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS EM DESTAQUE

Representa um conjunto de garantias que foram maturadas ao


longo da história, com o objetivo de defender as pessoas da tirania.
Devido Processo Legal
Se refere não só ao processo jurisdicional, como também ao
processo administrativo, legislativo e privados.
Dimensão formal: garante às partes o direito de participar do
processo e de atuar nele. Direito de ser informado sobre a
Contraditório existência do processo.
Dimensão substancial: Garante o direito de poder influenciar a
decisão.
A própria garantia do devido processo legal impõe uma série de
providências que devem ser tomadas que fazem com que o
processo demore (demora inerente ao processo), como a oitiva do
Duração razoável do
réu, recursos e produção de provas. O nome do princípio não é
processo
celeridade, que dá a ideia de rapidez, velocidade. Na verdade, o
processo tem que demorar o tempo necessário para se ter um
processo justo (deve ser examinado caso a caso).
Tem uma dupla dimensão:
Publicidade interna: dirigida aos sujeitos do processo.
Publicidade externa: dirigida a terceiros.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser
Publicidade autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de
defensores públicos ou do Ministério Público.
(...)
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em
segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio,
separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e

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adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à
intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de
carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na
arbitragem seja comprovada perante o juízo.
Deriva do princípio da igualdade de forma geral, mas possui
aplicação em âmbito processual. Pode ser extraído do art. 7º:

Igualdade Processual Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao


exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa,
aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Impõe que o juiz conduza o processo de forma eficiente. Está
relacionado à gestão do processo. Para ser eficiente, deve ter o
Eficiência
menor gasto possível e o melhor resultado possível. Essa é a nova
visão: juiz como gestor do processo (gerenciamento processual).
Processo efetivo é um processo que realiza o direito material
Efetividade
reconhecido pela decisão. Está relacionado, portanto, a resultado.
Adequação objetiva: É a adequação do processo ao seu objeto,
àquilo que está sendo discutido em juízo.
Adequação subjetiva: O processo tem que ser adequado aos
Adequação
sujeitos que vão se valer dele
Adequação teleológica: O processo deve ser adequado aos seus
fins.
O princípio da boa-fé se dirige a todos os sujeitos do processo,
inclusive ao juiz. O NCPC previu o princípio da boa-fé
expressamente em seu art. 5º:
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve
comportar-se de acordo com a boa-fé.
Boa-fé processual - O princípio da boa-fé processual impede o abuso de direitos
processuais;
- Possui função hermenêutica;
- O exercício abusivo de um direito processual é considerado ilícito.
- Proíbe comportamentos contraditórios.
O NCPC, em diversos momentos, estimula a autocomposição,
concretizando o princípio previsto. O primeiro artigo a tratar do
feito é o 3o:
Promoção da Solução
Consensual dos Conflitos Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a
direito.
[...]

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§ 3o

inclusive no curso do processo judicial.

Para o NCPC, o que importa é a apreciação do mérito pelo


Primazia da Decisão de
magistrado; ou seja, a decisão de mérito é prioritária em relação à
Mérito
decisão que não é de mérito.
Consoante o artigo 10 do Código de Processo Civil “o juiz não pode
decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
Vedação às decisões
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
surpresas
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir
de ofício. Esse princípio é aplicável em grau recursal (art. 933).
O NCPC é totalmente estruturado, do início ao fim, ao respeito do
autorregramento da vontade no processo. Isto porque uma de
suas premissas é a de que o processo, para ser considerado devido,
não pode ser um ambiente hostil para o exercício da liberdade.
A possibilidade de negócios jurídicos processuais representa
Autonomia da Vontade no aplicação do princípio, assim como a possibilidade de se prestigiar a
Processo arbitragem.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular
mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa
e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres
processuais, antes ou durante o processo.
Com o advento do NCPC, passou a contar com previsão expressa:
Cooperação Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
O princípio da decisão informada está previsto no art. 166, "caput",
do NCPC e aplica-se à conciliação e à mediação.
Segundo Daniel Amorim Neves, o referido princípio "cria o dever ao
Decisão Informada conciliador e ao mediador de manter o jurisdicionado plenamente
informado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual
está inserido". Assim, é uma forma de permitir que as partes
celebrem acordos tendo plena ciência do ato que estão praticando.

#OLHAOGANCHO – SISTEMA MULTIPORTAS DE JUSTIÇA


Mediação, Conciliação e Arbitragem são temas que ganharam atenção da doutrina e da
legislação, como meios para diminuir a sobrecarga de ações sobre o Judiciário. Uma visão
contemporânea sustenta que esses meios não são alternativos, mas que, na verdade, devem
estar INTEGRADOS à Jurisdição, por isso, compõem um sistema de múltiplos meios de solução
de conflitos. A expressão SISTEMA MULTIPORTAS DE JUSTIÇA é assim utilizada pelo

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Processualista Leonardo Carneiro da Cunha em alusão à metáfora do átrio do fórum em que
haveria várias portas e "a depender do problema apresentado, as partes seriam encaminhadas
para a porta da mediação, ou da conciliação ou da arbitragem, ou da própria justiça estatal"
(Fazenda Pública em Juízo. P. 637). Desse modo, ante a integração de mediação e da
conciliação como etapas do procedimento comum no Novo CPC, pode-se afirmar que a nova
ordem processual civil brasileira adotou um SISTEMA MULTIPORTAS DE JUSTIÇA.

DESTAQUES LEGISLATIVOS
- Julgamento da demanda em ordem cronológica preferencial (art.12): “Art. 12. Os juízes e os
tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir
ó ”. Deve ser elaborada uma lista nas varas e gabinetes com a ordem dos
processos, permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede
mundial de computadores.
- Condições da ação: existe divergência doutrinária se as condições da ação desapareceram, se
viraram pressupostos processuais ou se foram incorporadas ao mérito. Entretanto, pela leitura
da lei, a possibilidade jurídica do pedido desapareceu, mas permanecem previstos a
legitimidade a o interesse processual (Art.17), que ainda conduzem a extinção do processo
sem julgamento de mérito. Caso a demanda seja extinta, a propositura de nova ação depende
da correção do vício (art. 486, § 1o). Mesmo sem ser decisão de mérito, admite propositura de
rescisória.
- Jurisdição da autoridade brasileira com exclusão de qualquer outra (art.23): além das
hipóteses já previstas no CPC/73 (imóveis e sucessão hereditária), agora compete à autoridade
judiciária brasileira, “em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional”.
- “Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação
quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional,
arguida pelo réu na contestação.
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva
p C ”.
- O NCPC mantém a regra da perpetuatio jurisdictionis.
- Critérios de prevenção (art. 59): “Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna
”. No NCPC não interessa mais despacho, citação, etc.
- Competência ação possessória imobiliária: “ . 47. (...)§ 2o A ação possessória imobiliária será
ê ”. O NCPC aderiu ao
entendimento do STJ.
- Competência para ações de alimentos, casamento e união estável: “Art. 53. É competente o
foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou
dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do
casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo

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domicílio do casal; II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem
; (...)”.
- Possibilidade de reunião de processos semelhantes para julgamento conjunto mesmo que
não haja conexão: Art. 55. (...) § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles”.
- Modificação de competência e cláusula de eleição de foro: “Art. 63. As partes podem
modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta
ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de
instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2 o O foro contratual
obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se
abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao
juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de
”.
- Instrumentos de cooperação internacional: auxílio direto, carta rogatória e homologação de
decisão estrangeira.
- Não existe mais dualidade entre rito ordinário e sumário. O rito passa a ser comum, além dos
especiais que continuam existindo.
- Capacidade processual e União Estável: o NCPC, ao tratar sobre capacidade processual nas
ações que versam sobre direitos reais imobiliários, faz expressa menção à união estável. “Art.
73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito
real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. (...) § 3o
Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos”.
- Honorários Advocatícios (art. 85): Ler atentamente este artigo, pois ocorreram muitas
mudanças. É o maior artigo do CPC/2015, com 19 parágrafos!
- Possibilidade expressa de concessão da justiça gratuita de forma parcial (art. 98, §5 o e §6o):
essa concessão pode ocorrer pela gratuidade par alguns atos do processo ou apenas a
redução das despesas ou, até mesmo, o parcelamento dessas despesas.
- Recurso e justiça gratuita (art. 101): “Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a
que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for
resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação”.
- Intervenção de terceiros: no NCPC, oposição (passando a ser procedimento especial) e
nomeação à autoria não são mais intervenções de terceiros. Entretanto, houve inserção do
incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 133 a 137) e do amicus curiae (art.
138), além de manter a assistência, a denunciação e o chamamento ao processo.
- Denunciação da lide: não existe mais denunciação da lide obrigatória. O sistema passa a vedar
sucessivas denunciações dentro do mesmo processo. O processamento da denunciação não
suspende mais o processo. “Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz
passará ao julgamento da denunciação da lide. Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a

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ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do
denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado”.
- Inovação acerca dos processos que tramitam em segredo de justiça: “Art. 189. (...) § 2o O
terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da
á h ó ”.
- O NCPC prevê a existência de 4 cartas: precatória (entre comarcas distintas), rogatória
(realização de atos entre países distintos), de ordem (realização de atos entre graus de
jurisdição distintos) e uma novidade é a carta arbitral (realização de atos entre órgão do Poder
Judiciário e do juízo arbitral).
- Citação de pessoas físicas em condomínios edilícios ou loteamentos com controle de acesso:
“Art. 284. (...) § 4o Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será
válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de
correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as
penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente”.
- Citação por hora certa (art. 252): mudou o número de diligência necessárias à citação por
hora certa. “Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando
em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar
qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará
a fim de efetuar a citação, na hora que designar. Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou
nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a
funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência”.
- Reconhecimento da postura protagonista do advogado em termos de intimação: “Art. 269.
(...)§ 1o É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do
correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento. § 2o
O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença”.
- Intimação por meio eletrônico (regra): sempre que possível, as intimações serão realizadas
por meio eletrônico.
- Ordem preferencial de citação no NCPC: 1) meio eletrônico (art. 270); 2) pelo órgão oficial –
diários de justiça (art. 272) e 3) pessoal (art. 273).
- Audiência de conciliação/mediação: passa a existir, como regra, uma audiência de conciliação
antes da apresentação da defesa (que será oferecida 15 dias após frustrada a tentativa de
conciliação). Essa audiência pode ser dispensada entre as partes de comum acordo ou quando
não admitir composição (arts. 334 e 335).
- Ação indenizatória fundada em dano moral: “Art. 292. O valor da causa constará da petição
inicial ou da reconvenção e será: (...)V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral,
o valor pretendido”. Pela leitura deste inciso, o CPC exige que a parte quantifique o dano
moral.
- Petição inicial: não aparece mais como requisito a citação do réu; deve constar a opção do
autor pela realização ou não da audiência de conciliação/mediação. Por fim, saiba que o prazo
para emendar a inicial é de 15 dias.

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- Contagem de prazos (art. 219): somente dias úteis (durante os feriados declarados por lei, aos
sábados e domingos, além dos dias em que não haja expediente forense, a contagem do prazo
ficará suspensa). Obs.: a maioria dos prazos é de 15 dias. Se tiver dúvida, CHUTE 15. A exceção
são os Embargos de Declaratórios (5 dias)!
- Prazo para Fazenda Pública, MP e Defensoria Pública: em dobro para manifestarem-se nos
autos (art. 180, 183 e 186).
- Concentração de atos na contestação: Diferentemente do Código de 1973, no NCPC a
contestação concentrará quase todas as defesas, tendo em vista que as seguintes exceções
passaram ser preliminares da contestação: exceção de incompetência relativa (art. 337, II);
impugnação ao valor da causa (art. 337, III); Impugnação ao benefício da justiça gratuita (art.
337, XIII); Reconvenção (art. 343); Denunciação da lide passiva (art. 126); chamamento ao
processo (art. 131); demais preliminares (art. 337); impugnação específica (art. 341), etc.
- Prazo em dobro para advogados diferentes e de escritórios distintos: “Art. 229. Os
litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão
prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento. Resta claro que a nova lei condicionou à existência do
benefício, aos casos em que os procuradores atuem em escritórios de advocacia distintos.
Assim sendo, há a necessidade de que os procuradores sejam diferentes e não pertençam ao
mesmo escritório.

TUTELA PROVISÓRIA

- Tutela provisória: é expressão que abrange tanto a técnica da antecipação provisória dos
efeitos finais da tutela definitiva quanto a tutela cautelar1. O principal objetivo da tutela
provisória é abrandar os males do tempo sobre o processo, garantindo a efetividade da
jurisdição. Quer-se, em sede de tutela provisória fundada em urgência, afastar um perigo de
dano ou um risco ao resultado útil do processo. O esquema abaixo ajuda na visualização destas
figuras:

Incidental
Cautelar
Antecedente
Urgência
Tutela Provisória Incidental
Evidência Antecipada
Antecedente

1
CABALLERO, Berto Igor. LUZ, Danilo Rocha. RIBEIRO, Luiz Filipe. UCHÔA, Rostonio.
LIMA, Victor Emmanuel Cordeiro. Novo CPC: principais alterações. Teresina: Dinâmica
Jurídica, 2016. p. 102.
9
- Unificação entre as tutelas de urgência (antecipada e cautelar): Uma das principais
novidades trazidas com o advento do Novo Código de Processo civil é a unificação das tutelas
de urgência. Agora, não importa se a tutela de urgência é antecipada ou cautelar, uma vez que
para a concessão de ambas os requisitos passam a serem os mesmos = PROBABILIDADE DO
DIREITO + PERIGO DE DANO ou O RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO. Entretanto,
deve ser ressaltado que continuam sendo espécies distintas. Uma é satisfativa (antecipada) e
outra é preventiva (cautelar), apesar de possuírem os mesmos requisitos.
- Tutela de evidência: a tutela provisória no Novo Código de Processo Civil divide-se em tutela
de urgência (cautelar e antecipada) e a tutela de evidência. A diferença entre a primeira e a
segunda é a presença ou ausência do periculum in mora. Na tutela de evidência,
diferentemente das tutelas de urgência, o requisito urgência não é necessário. Ou seja, é uma
hipótese de tutela antecipatória não urgente, consistindo, na verdade, em uma técnica de
antecipação do resultado do processo, criados em casos que o direito pleiteado se mostra
evidente em sede de cognição não exauriente.
A tutela de evidência é considerada uma das principais “inovações” trazidas pela Lei nº
13.105/2015, o novo CPC.
- Tutela antecipada antecedente: “Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à
indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1o Concedida a tutela antecipada a que
se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de
sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em
15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a
audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; III - não havendo autocomposição,
o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. § 2o Não realizado o aditamento a
que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3o O
aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem
incidência de novas custas processuais. § 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo,
o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. §
5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto
no caput deste artigo. § 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela
antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias,
sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.
- Estabilização da tutela antecedente: “Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos
do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. § 2o Qualquer das partes poderá demandar
a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos
do caput. § 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou
invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2 o. § 4o Qualquer das partes
poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a
petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi
concedida. § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste
artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo,

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nos termos do § 1o. § 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade
dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo”.
- Não existe mais no NCPC disciplina acerca do processo cautelar.

#IMPORTANTE – TUTELA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA


Lei nº 8.437/92: Aponta, em seu art. 1°, que não será cabível medida liminar contra atos do
Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar
ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de
mandado de segurança, em virtude de vedação legal.
Lei n. 9.494/97: A Lei n. 9.494/97 disciplina a concessão de tutela antecipada contra a
Fazenda Pública. Em seu art. 1º, a referida Lei determina, entre outras vedações, que não será
cabível tutela antecipada contra o Poder Público visando obter a reclassificação ou
equiparação de servidores públicos ou a concessão de aumento ou extensão de vantagens
pecuniárias. Essa previsão foi considerada constitucional pelo STF.
Lei nº 12.016/2009 (MS): é importante destacar a redação do § 2º do art. 7º da Lei n.
12.016/2009, que aponta que não será concedida medida LIMINAR que tenha por objeto
(pedido) a:
 Compensação de créditos tributários;
 Entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;
 Reclassificação ou equiparação de servidores públicos; e
 Concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

PROVAS

- Teoria Dinâmica x Teoria Estática do Ônus da prova: Tradicionalmente, a distribuição do ônus


da prova no processo era feita de modo estático. Cuidado com assertivas que dizem que a
prova não cabe mais a quem alega. Essa ainda é a regra (art. 373, inc. I e II). Assim, a regra é a
distribuição estática no ônus da prova.
- E 0 que é preciso para haver a distribuição dinâmica do ônus da prova? 1) previsão legal
(como ocorre com CDC, por exemplo); 2) impossibilidade ou a excessiva dificuldade de cumprir
o seu ônus (prova diabólica); 3) maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário
(aptidão da prova); 4) decisão fundamentada 5) oportunidade de se desincumbir do ônus que
lhe foi atribuído. A desincumbência do encargo pela parte não pode ser impossível ou
excessivamente difícil. Em outras palavras, não se admite simplesmente a mera transferência
de prova, sob pena de apenas trocar de lugar as injustiças. A inversão só faz sentido se a outra
parte tiver melhores condições de obter o meio de prova.
- É possível a convenção das partes sobre distribuição diversa dos ônus probatório?
Perfeitamente - O negócio processual pode ocorrer antes ou durante o processo. Percebe-se,

11
assim, que o novo diploma legislativo está em consonância com os ditames do atual momento
vivido pelo processo, onde há a valorização da colaboração e da boa-fé no processo, sendo
vedada a decisão-surpresa que surpreende as partes com a inversão do ônus da prova na
sentença, sem conferir a oportunidade prévia de comprovar antes da prolação da decisão.
- Prova emprestada X NCPC. O NCPC prevê expressamente a possibilidade de prova
emprestada: Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. Lembre-se que o STJ
já admitiu que para haver prova emprestada não há necessidade das partes serem idênticas no
processo de onde deriva a prova emprestada, bem como ser admissível a oriunda do processo
criminal mesmo sem o transito em julgado desta. Quanto à forma, a prova emprestada é
sempre documental.
- Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora
e do local da audiência designada (art. 455). Descumprida essa exigência, importará
desistência da testemunha (texto de lei ótimo para prova objetiva).
- Destaque-se o art. 381, § 4º, do CPC/2015, o qual aponta que "o juízo estadual tem
competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade
autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal”.

SENTENÇA, DECISÕES E COISA JULGADA

- Os elementos da sentença continuam os mesmos no NCPC (relatório, fundamentação e


dispositivo).
- O autor somente pode requerer a desistência da ação até a sentença. Entretanto, em relação
ao MS, O Supremo Tribunal Federal decidiu que a desistência do MS é uma prerrogativa de
quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e
independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação.
Seria uma ação conferida em benefício do cidadão contra o Estado e, portanto, não gera
direito à autoridade pública coatora de ver o mérito da questão resolvido. Contudo, em outro
julgado posterior, o Supremo entendeu pela impossibilidade da desistência do MS, mas esse
caso concreto teve peculiaridades, onde se denotou que a intenção do impetrante era evitar a
coisa julgada material e posteriormente ajuizar ação ordinária, prolongando a pendência da
questão. Assim, pelo evidente abuso de direito processual, não se autorizou a desistência do
MS.
- Sentença e decisão: “Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e
487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2o
Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre
no § 1o”
- No NCPC, as questões decididas incidentalmente podem ser acobertadas pela coisa julgada,
independentemente do requerimento das partes: “ . 503. A decisão que julgar total ou
parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. §

12
1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e
incidentemente no processo, se: I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; II - a seu
respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III - o juízo
tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. § 2o A
hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à
q á q ”.
- Coisa julgada pro et contra: é a regra.
- Coisa julgada secundum eventum litis. Significa que a coisa julgada só se produz em um dos
resultados. Em casos tais só haverá coisa julgada se for procedente. Em outros casos só se for
improcedente. Ex: sentença penal.
- Coisa julgada secundum eventum probationis: a improcedência por insuficiência de provas
não faz coisa julgada. Ex: coisa julgada coletiva, Mandado de Segurança.
Por função negativa da coisa julgada entende-se o impedimento, verdadeira proibição, de que
se volte a discutir no futuro, em outros processos, a questão já decidida.

#JURISPRUDÊNCIA
FUNDAMENTAÇÃO DE DECISÃO: O julgador não está obrigado a responder a todas as
questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir
a decisão.
O julgador possui o dever de enfrentar apenas as questões capazes de infirmar (enfraquecer) a
conclusão adotada na decisão recorrida. Essa é a interpretação que se extrai do art. 489, § 1º,
IV, do CPC/2015.
Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015, não cabem embargos de declaração contra a
decisão que não se pronunciou sobre determinado argumento que era incapaz de infirmar a
conclusão adotada.
STJ. 1ª Seção. EDcl no MS 21.315-DF, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF
da 3ª Região), julgado em 8/6/2016 (Info 585). #IMPORTANTE
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO. RENÚNCIA: É possível reconhecer,
também na instância extraordinária, a possibilidade da homologação do pedido de renúncia ao
direito sobre o qual se funda a ação, quando postulado por procurador habilitado com poderes
específicos, desde que anterior ao julgamento final do recurso extraordinário. STF. 2ª Turma.
RE 514639 QO/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/5/2016 (Info 825).

RECURSOS E REEXAME NECESSÁRIO

- Reexame necessário: as hipóteses de cabimento continuam as mesmas. Não ocorrerá


reexame: “Art. 495. (...) § 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o
proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil)
salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II -
500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas

13
autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e
fundações de direito público. § 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a
sentença estiver fundada em: I - súmula de tribunal superior; II - acórdão proferido pelo
Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou
de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante
firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação,
parecer ou súmula administrativa”.
- Recursos previsto no NCPC: apelação; agravo de instrumento; agravo interno; embargos de
declaração; recurso ordinário; recurso especial; recurso extraordinário; agravo em recurso
especial ou extraordinário; e embargos de divergência. O NCPC extirpou do ordenamento
jurídico a figura dos embargos infringentes e do agravo retido. Ademais, criou o agravo em
recurso especial e extraordinário, além de trazer expressa e específica ordenação acerca do
agravo interno.
- Juízo de admissibilidade: a regra geral é a de que tanto o juízo de admissibilidade quanto o
juízo de mérito do recurso são realizados pelo órgão ad quem. EXCEÇÕES: RECURSO ESPECIAL
E RECURSO EXTRAORDINÁRIO!
- O NCPC enumera diversas hipóteses em que é possível o juízo de retratação: apelação em
desfavor da sentença que indefere a petição inicial; apelação contra sentença de
improcedência liminar do pedido; apelação contra sentença que extingue o processo sem
julgamento de mérito; nos casos de agravo de instrumento; agravo interno; e recurso especial
e extraordinário repetitivos.
- Preparo recursal: O CPC trouxe algumas novidades com relação a essa questão. A primeira
delas se dá nos casos em que o recorrente, no ato da interposição do recurso, não comprova o
recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e retorno, e lhe é oportunizada mais uma
chance, sendo intimado a recolher o valor devido, porém, em dobro. Assim, se devidamente
intimado, cumprir a determinação, não haverá deserção. Outra novidade legislativa é o fato de
não se considerar imediata deserção qualquer equívoco observado no preenchimento da guia
de custas. Dessa forma, surgindo dúvida quanto ao recolhimento, o recorrente será intimado
para, no prazo de 05 (cinco) dias, sanar o vício. Também foi dispensado o recolhimento do
porte de remessa e retorno no processo em autos eletrônicos.

Recurso Prazo Preparo Efeito Suspensivo

Apelação 15 dias Há recolhimento Ope Legis

Agravo de 15 dias Há recolhimento Ope Judicis


Instrumento

Agravo interno 15 dias Varia em cada tribunal Ope Judicis

Embargos de 5 dias Isento Ope Judicis

14
Declaração

Recurso Ordinário 15 dias Há recolhimento Ope Judicis

Recurso Especial 15 dias Há recolhimento Ope Judicis

Recurso 15 dias Há recolhimento Ope Judicis


Extraordinário

Agravo em RESP ou 15 dias Isento Ope Judicis


RE

Embargos de 15 dias Há recolhimento Ope Judicis


Divergência

- Possibilidade de desistência do recurso escolhido como paradigma para fixação da tese:


“Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso. Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise
de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de
x á ”.
- Desaparecimento da figura do revisor no julgamento dos recursos: o NCPC retirou do
ordenamento jurídico a figura do revisor, uma vez que, em tempos de processo eletrônico, a
figura do revisor deixou de ter qualquer sentido, já que os autos estão à disposição de todos a
qualquer tempo.
- Agravo de instrumento no NCPC: prazo de 15 dias úteis (antigamente eram 10 dias); passou a
ter hipóteses taxativamente previstas em lei (art. 1.015) e, diferentemente do CPC/73, antes de
inadmitir o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja
sanado vício ou complementada a documentação exigível, independente de se tratar de peças
essenciais ou não essenciais à formação do instrumento. Conclui-se, portanto, que o novo
código permite o saneamento em fase recursal.
- Efeito Suspensivo Ativo: na verdade, trata-se de uma antecipação dos efeitos da tutela
pretendida ou ainda a concessão de uma medida liminar, em regra pelo relator de um agravo
de instrumento.
- Embargos de declaração: além de serem usados para contradição, omissão ou obscuridade,
passa a existir previsão expressa para a correção de erro material. Continuam com o prazo de 5
dias, mas agora são dias úteis. Sem preparo e passam a ter o efeito de interromper o prazo em
TODAS as hipóteses (inclusive no Juizado Especial). Existe previsão expressa de contrarrazões
e de utilização da fungibilidade com o agravo interno. Princípio da complementariedade: “Art.
1024. (...)§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão
embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o
direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15
(quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração”. Diante do advento
do § 5o do art. 1024, o Enunciado de Súmula 418 do STJ não deve ser mais aplicado: “§ 5o Se os

15
embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o
recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de
declaração será processado e julgado independentemente de ratificação”. Ampliação da multa
para embargos protelatórios (2% do valor atualizado da causa), continuando sendo possível a
majoração da multa até 10%. “Art. 1026, § 4o Não serão admitidos novos embargos de
declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios”. Passam a
gerar prequestionamento ficto para fins de especial e extraordinário (art. 1025).
- Apelação: com o fim do agravo retido, as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a
decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são acobertadas pela
preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação ou nas contrarrazões. O Capítulo
da sentença que confirma, concede ou denega a tutela provisória é impugnável por apelação.
A apelação interposta em desfavor da sentença que decreta a interdição somente é recebida
no efeito devolutivo.
- Ampliação do colegiado no NCPC: nos termos do artigo 941, §2o, em regra, no julgamento de
apelação e de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de
três juízes. Entretanto, caso o julgamento não seja unânime e como o NCPC extinguiu a figura
dos Embargos Infringentes, o legislador trouxe uma novidade, que é uma técnica de ampliação
do colegiado em caso de votação não unânime em julgamento de apelação cível e de agravo
de instrumento: “Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para
garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais
terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 1o Sendo
possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de
outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. § 2o Os julgadores que já
tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento. § 3o A
técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime
proferido em: I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse
caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. §
4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: I - do incidente de assunção de
competência e ao de resolução de demandas repetitivas; II - da remessa necessária; III - não
unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
- Aplicação da teoria da causa madura no NCPC: “Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o
conhecimento da matéria impugnada. (...) § 3o Se o processo estiver em condições de imediato
julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no
art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido
ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que
poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. § 4o Quando
reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o
mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de
”. A teoria da causa madura consiste na possibilidade de o tribunal avançar para
decidir o mérito, mesmo que o mérito não tenha sido examinado pelo juiz de primeiro grau. Ou

16
seja, é a possibilidade de julgamento direto pelo tribunal em apelação. O NCPC alargou um rol
de hipóteses em que é possível que o tribunal decida diretamente a lide.
- Ações de família: fomento à autocomposição, destacando que o juiz deve dispor do auxílio de
profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. “Art.
695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e
conc . 694. “§ 1o O mandado de citação conterá apenas os
dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial,
x q q ”. O réu não recebe
cópia da petição inicial nessas ações.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E EXECUÇÃO

- Cumprimento de sentença - o requerimento do exequente requer exigências minuciosas (art.


524)
- Impugnação na execução de sentença: no NCPC, a impugnação independe de prévia garantia
do juízo.
- Embargos do executado: igual ao CPC/73 – continua dispensando a garantia do juízo).

#OLHAOGANCHO: Impugnação ao cumprimento de sentença e garantia do juízo


O Novo CPC modificou o tratamento da impugnação ao cumprimento de sentença, permitindo
que seja ofertada, em qualquer caso, mesmo sem a garantia do juízo.
Como era mesmo antes do NOVO CPC?
MODALIDADE CPC OLDSTYLE NOVO CPC
DESNECESSIDADE DE GARANTIR O
IMPUGNAÇÃO AO JUÍZO
NECESSIDADE DE GARANTIR O
CUMPRIMENTO DE
JUÍZO *Execução é suspensa com a garantia
SENTENÇA
(desde que haja fumus + periculum)
DESNECESSIDADE DE
DESNECESSIDADE DE GARANTIR O
EMBARGOS À GARANTIR O JUÍZO
JUÍZO
EXECUÇÃO *Execução é suspensa com a
COMUM *Execução é suspensa com a garantia
garantia (desde que haja fumus
(desde que haja fumus + periculum)
+ periculum)

EMBARGOS À NECESSIDADE DE GARANTIR O JUÍZO


NECESSIDADE DE GARANTIR O
EXECUÇÃO EM *Execução é suspensa com a garantia
JUÍZO
EXECUÇÃO FISCAL (desde que haja fumus + periculum)

17
#OLHAOGANCHO: Execução Fiscal e necessidade de garantia do juízo por parte do beneficiário
de assistência gratuita e assistido da Defensoria.
Em caso de execução fiscal, o STJ entende2, com base no princípio da especialidade, que
mesmo o beneficiário da assistência gratuita deve oferecer garantia do juízo como
pressuposto de conhecimento dos embargos. STJ. 2ª Turma. REsp 1.437.078-RS, Info 538. No
entanto, matérias de ordem pública e que não exijam dilação probatória, antigamente
arguidas por meio de exceção de pré-executividade, podem ser arguidas sem garantia, por
simples petição nos autos de execução.

- O NCPC prevê hipótese de execução invertida: “Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado
para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que
entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo”.
- O NCPC admite a penhora de salário, desde que o devedor ganhe mais de 50 salários
mínimos (art. 833, §2o).
- No NCPC fica expressamente proibida a aplicação do parcelamento da dívida no
cumprimento de sentença, ou seja, só é possível o parcelamento nas execuções de título
extrajudicial (art. 916, §7o).
- Non liquet (STJ): se não há provas suficientes para definir o quantum debeatur, o juiz
extinguirá o processo de liquidação sem julgamento do mérito, sendo a parte autorizada a
propor nova liquidação caso reúna novas provas.

QUESTÕES ESPECIAIS

- Valorização dos precedentes: Fredie Didier Jr3 apresenta o seguinte conceito para
precedente: “é a decisão judicial à luz de um caso concreto, cujo núcleo essencial pode servir
como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos”. De acordo com a doutrina de
Leonardo Carneiro da Cunha4, precedente “é uma decisão judicial, que tem relação de
anterioridade a outras, servindo-lhes de premissa”.
Conforme afirma José Rogério Cruz e Tucci, “todo precedente é composto de duas
partes: a) circunstâncias de fato que embasam a controvérsia; b) a tese ou princípio jurídico
assentado na motivação do provimento decisório”. Este último elemento que consiste na tese
ou princípio jurídico expresso no fundamento da decisão é o que chama de ratio decidendi.
Trata-se da concreta expressão do resultado a que se chegou o juiz com a interpretação e a
aplicação da norma jurídica ao caso que lhe foi posto a julgamento. O conceito de obiter

2
Embora esse seja o entendimento do STJ, boa parte da doutrina e dos tribunais pátrios vêm entendendo
pela desnecessidade dessa garantia, já que tal exigência fulmina qualquer possibilidade do exercício do
direito de defesa.
3DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: o direito probatório, decisão judicial, cumprimento e
liquidação da sentença e coisa julgada. Vol. 2. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014. p. 381.
4CUNHA, Leonardo Carneiro da. O processo Civil no Estado Constitucional e os fundamentos do projeto do
novo Código de Processo Civil. Revista de processo. São Paulo: RT, 2012, ano 37, n. 209. p. 356.

18
dictum é o alcançado por exclusão: é tudo aquilo que não compõe a ratio decidendi da decisão.
Ele não faz parte da atividade hermenêutica inerente ao caso concreto; constitui, portanto,
uma mera afirmação estranha à interpretação e aplicação da norma jurídica. Segundo Lucas
Buril de Macêdo5, a diferença entre ratio decidendi e obiter dictum está pautada justamente em
separar, respectivamente, a parcela obrigatória de um precedente da não obrigatória. É
especialmente na fundamentação (mas não somente nela) que os julgadores subsequentes
devem pesquisa as razões de decidir (ratio decidendi) e os argumentos de passagem (obiter
dictum).
As distinções (distinguishing) são a principal forma de operar com precedentes.
Consistem na atividade dos juristas de fazer diferenciações entre um caso e outro. Ela pode ser
realizada por todo e qualquer órgão julgador, ou seja, tanto pelo tribunal do qual se emanou o
precedente como pelos juízes e tribunais inferiores, vinculados à norma do precedente.
Comparando quaisquer dois casos, diferenças existirão, mas em sentido técnico só se pode
falar em distinção jurídica quando esta se der entre os fatos substanciais. A utilização do
termo distinção (distinguishing) tem dois sentidos: um amplo (processo argumentativo) e um
estrito (referente ao resultado do processo argumentativo).
As mudanças no contexto social, econômico, político ou mesmo jurídico podem tornar
imprescindível a mudança de determinada norma jurídica, caso contrário injustiças serão
cometidas. Nesse cenário, a doutrina aponta o overruling e o overrding como técnicas para a
superação dos precedentes. Segundo Didier Jr., “ q
precedente perde a sua força vinculante e é substituído (overruled) por um outro precedente”. É
semelhante à revogação de uma lei por outra. Há o “q
o âmbito de incidência de um precedente, em função da superveniência de uma regra ou um
princípio legal”. Aqui, não existe a superação total do precedente, mas apenas uma superação
parcial. É uma espécie de derrogação.
O artigo 489 do novo CPC traz os elementos da sentença: relatório, fundamentação e
dispositivo. Até aí, não há novidade. As inovações surgem no §1º, dispositivo que elenca
parâmetros para que se tenha uma fundamentação adequada. Entre as diretrizes apontadas,
os precedentes são mencionados nos incisos V e VI. No primeiro, há nítida intenção de se
destacar a necessidade de se observar as circunstâncias fáticas e jurídicas que forma o
precedente e compará-lo com aquelas apresentadas com o caso concreto: não se considera
fundamentada qualquer decisão se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos.
Na sequência, o inciso VI, tem a cautela de apontar as 2 hipóteses de não aplicação de
precedentes: distinguish e overruling. Assim, não se considera fundamentada qualquer decisão
se deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Tais dispositivos estão em perfeita consonância com disposto no artigo 926: os tribunais devem
uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. Aliás, o §2º do referido

5 MACÊDO, Lucas Buril. Precedentes judiciais e o direito processual civil. Salvador: Editora Jus Podivm,
2015. p. 90/91.

19
artigo determina que: ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. Isso nos lembra a lição de
Didier Jr6 quando afirma a essência do precedente: uma norma geral construída pelo órgão
jurisdicional, a partir de um caso concreto (indutivamente) e que pode servir como diretriz
para demandas futuras. Portanto, a análise das circunstâncias fáticas é primordial para que a
norma geral a ser extraída do precedente possa ser aplicada nos casos futuros.
O § 5º do artigo 927, dispõe que: os tribunais darão publicidade a seus precedentes,
organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede
mundial de computadores. Além de reforçar o princípio da publicidade das decisões (art. 93, IX,
da CF/88), é preciso destacar que para seguir os precedentes, é preciso ter amplo
conhecimento das decisões, para que se possa cobrar a coerência e a estabilidades dos
posicionamentos judiciais. Nesse diapasão, o artigo 988 incluiu a desobediência ao precedente
como uma das hipóteses de utilização da Reclamação perante os tribunais caberá reclamação
da parte interessada ou do Ministério Público para garantir a observância de enunciado de súmula
vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de
assunção de competência. Por fim, o art. 1042 ao tratar do Agravo em Recurso Especial e em
Recurso Extraordinário apresenta para o agravante o ônus de fazer o distinguish entre o caso
em análise o precedente invocado: a existência de distinção entre o caso em análise e o
precedente invocado, quando a inadmissão do recurso.
- Microssistema de demandas repetitivas: “Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se
julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: I - incidente de resolução de demandas
repetitivas; II - recursos especial e extraordinário repetitivos. Parágrafo único. O julgamento de
casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual”. Depois de firmada a
tese do repetitivo, as novas demandas propostas em desacordo com o entendimento firmado
serão liminarmente julgadas improcedentes. Por sua vez, se a nova demanda estiver de
acordo, o juiz deverá conceder a tutela de evidência, sendo, nesse caso, dispensada a
prestação de caução para executar provisoriamente. Ademais, caso o julgador não aplique o
precedente e não faça a distinção ou a superação do precedente, não será considerada
fundamentada a decisão judicial.
- Não é admissível reclamação: proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada e
proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão
geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou
especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.

#JURISPRUDÊNCIA - RECLAMAÇÃO: O art. 988, § 5º, II, do CPC/2015 prevê que é possível
reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal contra decisão judicial que tenha
descumprido tese fixada pelo STF em recurso extraordinário julgado sob o rito da repercussão
geral. O CPC exige, no entanto, que, antes de a parte apresentar a reclamação, ela tenha
esgotado todos os recursos cabíveis nas "instâncias ordinárias". O STF afirmou que essa
hipótese de cabimento prevista no art. 988, § 5º, II, do CPC deve ser interpretada
restritivamente, sob pena de o STF assumir, pela via da reclamação, a competência de pelo

6DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: o direito probatório, decisão judicial, cumprimento e
liquidação da sentença e coisa julgada. Vol. 2. 9.ed. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014. p. 382.

20
menos três tribunais superiores (STJ, TST e TSE) para o julgamento de recursos contra
decisões de tribunais de 2º grau de jurisdição. Assim, segundo entendeu o STF, quando o CPC
exige que se esgotem as instâncias ordinárias, significa que a parte só poderá apresentar
reclamação ao STF depois de ter apresentado todos os recursos cabíveis não apenas nos
Tribunais de 2º grau, mas também nos Tribunais Superiores (STJ, TST e TSE). Se ainda tiver
algum recurso pendente no STJ ou no TSE, por exemplo, não caberá reclamação ao STF. Em
suma, nos casos em que se busca garantir a aplicação de decisão tomada em recurso
extraordinário com repercussão geral, somente é cabível reclamação ao STF quando
esgotados todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes. STF. 2ª Turma. Rcl 24686
ED-AgR/RJ, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/10/2016 (Info 845).

- Tabela retirada do Livro Diálogos sobre o Novo CPC (Prof. Mozart Borba):
Previsão Legal Exemplo
I - preservar a competência do tribunal; P. ex.: juiz de 1º grau inadmite apelação, quando
no novo CPC essa competência é do tribunal.
II - garantir a autoridade das decisões do P. ex.: juiz de 1º grau executa sentença que
tribunal; havia sido reformada pelo tribunal.

III – garantir a observância de enunciado de P. ex.: juiz que deixa de aplicar tese firmada
súmula vinculante e de decisão do Supremo numa ADIn. Perceba aqui que o dispositivo não
Tribunal Federal em controle concentrado de fala em desobediência de RESP ou RE
constitucionalidade; repetitivos. Em tais situações, não é admitida
reclamação (art. 988, §5º, II).

IV – garantir a observância de acórdão P. ex.: juiz de 1º grau não aplica tese firmada em
proferido em julgamento de incidente de IRDR. Aqui não haverá risco de supressão de
resolução de demandas repetitivas ou de instância, pois nesses casos a reclamação será
incidente de assunção de competência; oferecida ao TJ ou TRF, que naturalmente
seriam instâncias revisoras das decisões desse
juízo de piso.

- Incidente de demandas repetitivas: Trata-se de instrumento cabível quando houver,


simultaneamente, a efetiva repetição de processos com controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito e haja risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Através dele,
busca-se a isonomia, evitando-se o tratamento diferenciado para casos iguais, formando-se
uma jurisprudência firme já na segunda instância.
De acordo com o artigo 977 do novo CPC, o pedido de instauração do incidente será
dirigido ao presidente de tribunal: pelo juiz ou relator; pelas partes; pelo Ministério Público ou
pela Defensoria Pública. Aliás, o Ministério Público exerce um papel muito relevante no IRDR,
pois a parquet intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em
caso de desistência ou de abandono. O procedimento determina que o relator ouvirá as partes
e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia,
que poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a

21
elucidação da questão de direito controvertida. Além disso, prevê a possibilidade de realização
de audiências públicas e participação de amicus curiae.
Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais ou
coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do
respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado
ou região; bem como aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham
a tramitar no território de competência do tribunal. Após o julgamento do incidente e a fixação
da tese jurídica, o órgão colegiado julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o
processo de competência originária de onde se originou o incidente. Trata-se de decisão
vinculante, assim, caso não seja observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.

ENUNCIADOS DO FÓRUM PERMANENTE DOS PROCESSUALISTAS CIVIS

87. (art. 976, II) A instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas não
pressupõe a existência de grande quantidade de processos versando sobre a mesma
questão, mas preponderantemente o risco de quebra da isonomia e de ofensa à segurança
jurídica. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas)
88. (art. 976; art. 928, parágrafo único) Não existe limitação de matérias de direito
passíveis de gerar a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas e, por
isso, não é admissível qualquer interpretação que, por tal fundamento, restrinja seu
cabimento. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas)
89. (art. 976) Havendo apresentação de mais de um pedido de instauração do incidente de
resolução de demandas repetitivas perante o mesmo tribunal todos deverão ser
apensados e processados conjuntamente; os que forem oferecidos posteriormente à
decisão de admissão serão apensados e sobrestados, cabendo ao órgão julgador
considerar as razões neles apresentadas. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas)
90. (art. 976) É admissível a instauração de mais de um incidente de resolução de
demandas repetitivas versando sobre a mesma questão de direito perante tribunais de 2º
grau diferentes. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas)
92. (art. 982, I; Art. 313, IV) A suspensão de processos prevista neste dispositivo é
consequência da admissão do incidente de resolução de demandas repetitivas e não
depende da demonstração dos requisitos para a tutela de urgência. (Grupo: Recursos
Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas; redação revista no III
FPPC-Rio)
93. (art. 982, I) Admitido o incidente de resolução de demandas repetitivas, também
devem ficar suspensos os processos que versem sobre a mesma questão objeto do
incidente e que tramitem perante os juizados especiais no mesmo estado ou região.

22
(Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas)
94. (art. 982, § 4º; art. 987) A parte que tiver o seu processo suspenso nos termos do inciso
I do art. 982 poderá interpor recurso especial ou extraordinário contra o acórdão que
julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Recursos Extraordinários
e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas; redação revista no V FPPC-Vitória53)
95. (art. 982, §§3º, 4º e 5º) A suspensão de processos na forma deste dispositivo depende
apenas da demonstração da existência de múltiplos processos versando sobre a mesma
questão de direito em tramitação em mais de um estado ou região. (Grupo: Recursos
Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas)
205. (art. 982, caput, I e §3º) Havendo cumulação de pedidos simples, a aplicação do art.
982, I e §3º, poderá provocar apenas a suspensão parcial do processo, não impedindo o
prosseguimento em relação ao pedido não abrangido pela tese a ser firmada no incidente
de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas e Assunção de Competência)
206. (art. 990, § 5º da versão da Câmara dos Deputados78) A prescrição ficará suspensa até
o trânsito em julgado do incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo:
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e Assunção de Competência)
342. (art. 976) O incidente de resolução de demandas repetitivas aplica-se a recurso, a
remessa necessária ou a qualquer causa de competência originária. (Grupo: Precedentes)
343. (art. 976) O incidente de resolução de demandas repetitivas compete a tribunal de
justiça ou tribunal regional. (Grupo: Precedentes)
344. (art. 978, parágrafo único97) A instauração do incidente pressupõe a existência de
processo pendente no respectivo tribunal. (Grupo: Precedentes; redação revista no V
FPPC-Vitória)
345. (arts. 976, 928 e 1.03698). O incidente de resolução de demandas repetitivas e o
julgamento dos recursos extraordinários e especiais repetitivos formam um microssistema
de solução de casos repetitivos, cujas normas de regência se complementam
reciprocamente e devem ser interpretadas conjuntamente. (Grupo: Precedentes; redação
revista no V FPPC-Vitória)
348. (arts. 987 e 1.037, II, §§ 6º a 8º e seguintes99) Os interessados serão intimados da
suspensão de seus processos individuais, podendo requerer o prosseguimento ao juiz ou
tribunal onde tramitarem, demonstrando a distinção entre a questão a ser decidida e
aquela a ser julgada no incidente de resolução de demandas repetitivas, ou nos recursos
repetitivos. (Grupo: Precedentes)
349. (arts. 982, § 5º e 988) Cabe reclamação para o tribunal que julgou o incidente de
resolução de demandas repetitivas caso afrontada a autoridade dessa decisão. (Grupo:
Precedentes)
481. (art. 1037, §§ 9º a 13) O disposto nos §§ 9º a 13 do art. 1.037 aplica-se, no que couber, ao
incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos

23
Repetitivos e Assunção de competência)
605. (arts. 977; 985, I) Os juízes e as partes com processos no Juizado Especial podem
suscitar a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: IRDR,
Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
606. (arts. 982; 985). Deve haver congruência entre a questão objeto da decisão que
admite o incidente de resolução de demandas repetitivas e a decisão final que fixa a tese.
(Grupo: IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)

- Ação Monitória: as hipóteses de cabimento foram ampliadas (pagamento e quantia em


dinheiro, a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel e o
adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer).
- Direito intertemporal: “Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. (...). “Art. 1.046. Ao entrar em vigor
este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada
a Lei no 5.869 11 1973”. (...). “Art. 1.047. As disposições de direito probatório
adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir
da data de início de sua vigência”.
- Art. 1.059 do CPC/2015. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o
disposto nos arts. 1o a 4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992 (Art. 1° Não será cabível
medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer
outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não
puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal. § 1°
Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar,
quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à competência
originária de tribunal. § 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação
popular e de ação civil pública. § 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em
qualquer parte, o objeto da ação. § 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo
da comunicação ao dirigente do órgão ou entidade, o respectivo representante judicial dela
será imediatamente intimado. § 5º Não será cabível medida liminar que defira compensação de
créditos tributários ou previdenciários), e no art. 7o, § 2o, da Lei no 12.016, de 7 de agosto de
2009. (Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou
equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza).
- Intervenção Anômala: Art. 5º da Lei nº 9.469/1997 (Art. 5º A União poderá intervir nas causas
em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia
mista e empresas públicas federais. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público
poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica,
intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de
fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria

24
e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão
consideradas partes).
- Suspensão de Segurança: Art. 15 da Lei nº 12.016/2009 (Art. 15. Quando, a requerimento de
pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à
ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar
e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que
será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. § 1º Indeferido o pedido de
suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de
suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou
extraordinário. § 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1º deste artigo,
quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere
este artigo. § 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações
movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do
pedido de suspensão a que se refere este artigo. § 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao
pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito
invocado e a urgência na concessão da medida. § 5º As liminares cujo objeto seja idêntico
poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os
efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido
original.)
- Suspensão de Liminar: Art. 12 da Lei nº 7.347/1985 (Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado
liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo. § 1º A requerimento de
pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à
segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento
do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá
agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato. §
2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão
favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o
descumprimento).

JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE
- MS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Não cabe a fixação de honorários recursais (art. 85, § 11,
do CPC/2015) em caso de recurso interposto no curso de processo cujo rito exclua a
possibilidade de condenação em honorários. Em outras palavras, não é possível fixar
honorários recursais quando o processo originário não preveja condenação em honorários.
Assim, suponha que foi proposta uma ação que não admite fixação de honorários
advocatícios. Imagine que uma das partes, no bojo deste processo, interponha recurso
extraordinário. O STF, ao julgar este RE, não fixará honorários recursais, considerando que o
rito aplicável ao processo originário não comporta condenação em honorários advocatícios.
Como exemplo desta situação, podemos citar o mandado de segurança, que não admite
condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009, súmula 105-STJ e súmula
512-STF). Logo, se for interposto um recurso ordinário constitucional ou um recurso

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extraordinário neste processo, o Tribunal não fixará honorários recursais. Assim, pode-se dizer
que o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que veda a condenação em honorários advocatícios "no
processo mandamental", afasta a incidência do regime do art. 85, § 11, do CPC/2015. STJ. 2ª
Turma. RMS 52.024-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/10/2016 (Info 592)
- RECURSOS. FUNDAMENTAÇÃO. É vedado ao relator limitar-se a reproduzir a decisão
agravada para julgar improcedente o agravo interno. O novo CPC proibiu expressamente esta
forma de decidir o agravo interno (art. 1.021, § 3º). STJ. 3ª Turma. REsp 1.622.386-MT, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2016 (Info 592).
- REINTEGRAÇÃO DE POSSE. Não se exige a prévia notificação extrajudicial dos invasores para
que se proponha reintegração de posse. A notificação prévia dos ocupantes não é documento
essencial à propositura da ação possessória. STJ. 4ª Turma. REsp 1.263.164-DF, Rel. Min. Marco
Buzzi, julgado em 22/11/2016 (Info 594).
- EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. É válida a penhora realizada sobre bens de
sociedade de economia mista que posteriormente foi sucedida pela União É válida a penhora
em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada anteriormente à sucessão desta pela
União, não devendo a execução prosseguir mediante precatório (art. 100, caput e § 1º, da
Constituição Federal). STF. Plenário. STF. Plenário. RE 693112-MG, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 09/02/2017 (repercussão geral) (Info 853).
- AÇÃO MONITÓRIA. O correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão monitória,
desde que o juízo se convença da verossimilhança das alegações e da idoneidade das
declarações. STJ. 4ª Turma. REsp 1.381.603-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
6/10/2016 (Info 593).
- AÇÃO ANULATÓRIA: No caso em que particular e Fazenda Pública firmaram, sem a
participação judicial, acordo que tenha sido meramente homologado por decisão judicial - a
qual, por sua vez, apenas extinguiu a relação jurídica processual existente entre as partes, sem
produzir efeitos sobre a relação de direito material existente entre elas -, o prazo decadencial
para anular o ajuste por meio de ação ajuizada pelo particular é de 5 anos, contados da data da
celebração da transação, e não da decisão homologatória. STJ. 2ª Turma. REsp 866.197-RS, Rel.
Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/2/2016 (Info 581).
- AÇÕES POSSESSÓRIAS: Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre
exercício do uso de via municipal (bem público de uso comum do povo) instituída como
servidão de passagem. Ex: a empresa começou a construir uma indústria e a obra está
invadindo a via de acesso (rua) que liga a avenida principal à uma comunidade de moradores
locais. Os moradores possuem legitimidade para ajuizar ação de reintegração de posse contra
a empresa alegando que a rua que está sendo invadida representa uma servidão de passagem.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.582.176-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/9/2016 (Info 590).
- EXECUÇÃO/NOVO CPC: A ampliação do prazo para a oposição de embargos do devedor pela
Fazenda Pública para 30 dias, inserida no art. 1º-B da Lei nº 9.494/97, é constitucional e não
viola os princípios da isonomia e do devido processo legal. O estabelecimento de tratamento
processual especial para a Fazenda Pública, inclusive em relação a prazos diferenciados,
quando razoáveis, não constitui propriamente restrição a direito ou prerrogativa da parte
adversa, mas busca atender ao princípio da supremacia do interesse público. A fixação do

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prazo de 30 dias para a Fazenda apresentar embargos à execução não pode ser considerado
como irrazoável, afinal de contas esse é o mesmo prazo que o particular goza para apresentar
embargos em caso de execuções fiscais contra ele movidas pela Fazenda Pública (art. 16 da Lei
nº 6.830/80). STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info
824).
- MANDADO DE SEGURANÇA: O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança
contra redução do valor de vantagem integrante de proventos ou de remuneração de servidor
público renova-se mês a mês. A redução, ao contrário da supressão de vantagem, configura
relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito. Assim, o
prazo decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês. • Ato que
SUPRIME vantagem: é ato ÚNICO (o prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado
tomou ciência do ato). • Ato que REDUZ vantagem: consiste em prestação de TRATO
SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês). STJ. Corte Especial. EREsp 1.164.514-AM,
Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015 (Info 578).
- STF (INFO 829): o prazo de 5 dias previsto no parágrafo único do art. 932 do CPC/2015 só se
aplica aos casos em que seja necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou
de assinatura, e não à complementação da fundamentação. Assim, esse dispositivo não incide
nos casos em que o recorrente não ataca todos os fundamentos da decisão recorrida. Isso
porque, nesta hipótese, seria necessária a complementação das razões do recurso, o que não é
permitido. STF. 1ª Turma. ARE 953221 AgR/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016.
- STF (INFO 829): após 18 de março de 2016, data do início da vigência do Novo Código de
Processo Civil, é possível condenar a parte sucumbente em honorários advocatícios na
hipótese de o recurso de embargos de declaração, interposto perante Tribunal, não atender os
requisitos previstos no art. 1.022 e tampouco se enquadrar em situações excepcionais que
autorizem a concessão de efeitos infringentes. STF. 1ª Turma. RE 929925 AgR-ED/RS, Rel. Min.
Luiz Fux, julgado em 7/6/2016.
- STF (INFO 831): Não cabe a fixação de honorários recursais (art. 85, § 11, do CPC/2015) em caso
de recurso interposto no curso de processo cujo rito exclua a possibilidade de condenação em
honorários. Em outras palavras, não é possível fixar honorários recursais quando o processo
originário não preveja condenação em honorários. Assim, suponha que foi proposta uma ação
que não admite fixação de honorários advocatícios. Imagine que uma das partes, no bojo
deste processo, interponha recurso extraordinário. O STF, ao julgar este RE, não fixará
honorários recursais considerando que o rito aplicável ao processo originário não comporta
condenação em honorários advocatícios. Como exemplo desta situação, podemos citar o
mandado de segurança, que não admite condenação em honorários advocatícios (art. 25 da
Lei nº 12.016/2009, súmula 105-STJ e súmula 512-STF). Logo, se for interposto um recurso
extraordinário neste processo, o Tribunal não fixará honorários recursais. STF. 1ª Turma. ARE
948578 AgR/RS, ARE 951589 AgR/PR e ARE 952384 AgR/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados
em 21/6/2016.
- STJ (INFO 585): O julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas
pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão. O julgador
possui o dever de enfrentar apenas as questões capazes de infirmar (enfraquecer) a conclusão

27
adotada na decisão recorrida. Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015, não cabem
embargos de declaração contra a decisão que não se pronunciou sobre determinado
argumento que era incapaz de infirmar a conclusão adotada. STJ. 1ª Seção. EDcl no MS 21.315-
DF, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em
8/6/2016.
- STJ (INFO 564): A pessoa que pediu justiça gratuita e esta foi negada, para que possa recorrer
terá que pagar as custas do recurso e comprovar o pagamento no momento da interposição?
O CPC 2015 afirma que NÃO. O recorrente não precisará fazer o recolhimento das custas até
que haja uma decisão do relator sobre a questão, antes do julgamento do recurso (art. 101, §
1º). E antes do novo CPC, como a jurisprudência do STJ encarava o tema? A pessoa que pedia
justiça gratuita e esta era negada, no momento em que ia recorrer contra a decisão estava
DISPENSADA de pagar as custas do recurso? 1ª corrente: SIM. STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp
600.215-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 2/6/2015 (Info 564). 2ª corrente:
NÃO. Posição majoritária nas demais Turmas do STJ. Quando o novo CPC entrar em vigor esta
2ª corrente estará superada. STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 600.215-RS, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, julgado em 2/6/2015.
- Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de
ação pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado
causador do dano. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 13/05/2015, DJe 18/05/2015.
- STJ (Info 562): a depender do caso concreto, o valor de multa cominatória pode ser exigido
em montante superior ao da obrigação principal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.352.426-GO, Rel. Min.
Moura Ribeiro, julgado em 5/5/2015 (Info 562).
- O recurso adesivo pode sim ser interposto pelo autor da ação de indenização julgada
procedente, quando arbitrado, a título de danos morais, valor inferior ao que era almejado.
Isso porque, neste caso, estará configurado o interesse recursal do demandante em ver
majorada a condenação, hipótese caracterizadora de sucumbência material.

DIREITO DO CONSUMIDOR

Meus caros amigos, antes de começarmos a leitura do material de Direito do Consumidor,


gostaria de te lembrar que, nessa matéria, temos que focar (DEMAIS!) na leitura da legislação
seca e dos informativos do STJ. No início do material, te apresentarei alguns conceitos básicos
importantes e, depois, vamos, juntos, treinar algumas questões. Vamos juntos?

Sujeitos e relação de consumo.

Quem é consumidor pelo CDC?


Adota-se a TEORIA FINALISTA, segundo a qual somente pode ser considerado consumidor, para fins
de aplicação do CDC, o destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou
jurídica.

28
Com isso, em regra, fica excluído da proteção do CDC o consumo intermediário, assim entendido
como aquele cujo produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e,
portanto, o preço final) de um novo bem ou serviço.
Todavia, tem-se admitido a mitigação de tal teoria, podendo-se falar em teoria finalista mitigada,
abrandada ou aprofundada:
Teses, STJ: “O STJ admite a mitigação da teoria finalista para autorizar a incidência do CDC nas hipóteses em
que a parte (pessoa física ou jurídica), apesar de não ser destinatária final do produto ou serviço, apresenta-
se em situação de vulnerabilidade7.”
Quem é o consumidor por equiparação?
Há três previsões no CDC:
(i) A coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo;
(ii) Todas as vítimas de danos ocasionados pelo fornecimento de produto ou serviço;
(iii) Todas as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas comerciais ou contratuais abusivas.

Lembre-se do termo, muito utilizado, bystander:


Teses, STJ: “Considera-se consumidor por equiparação (bystander), nos termos do art. 17 do CDC, o terceiro
estranho à relação consumerista que experimenta prejuízos decorrentes do produto ou serviço vinculado à
mencionada relação , bem como, a teor do art. 29, as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas
. 30 54 ó .”

#OLHAOGANCHO#NOVIDADE#DEOLHONAJURIS: Embora haja divergência nas turmas do STJ, para o


Plenário do STF, em decisão recentíssima, indenizações por extravios e atraso de bagagens em voos
internacionais devem ser reguladas pelas Convenções de Varsóvia e de Montreal, prevalecendo sobre o
Código de Defesa do Consumidor (CDC). Decisão de maio de 20178.
Quem é fornecedor para o CDC?
Toda pessoa física ou jurídica – pública ou privada - nacional ou estrangeira – inclusive os entes
despersonalizados - que desenvolvam atividades (= necessário que haja HABITUALIDADE) de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização
de produtos ou prestação de serviços.
O que é produto para o CDC?
Qualquer bem móvel ou imóvel - seja material ou imaterial.
O que se entende por serviço?
Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, SALVO as de caráter trabalhista.
 STJ admite a caracterização de relação de consumo em caso de remuneração indireta!
Para que um profissional seja considerado fornecedor, o CDC exige a finalidade de lucro no exercício de
suas atividades?
Não há essa exigência - somente a habitualidade e o profissionalismo!
E, no caso, do serviço, de remuneração.
Quem é fornecedor para efeitos do Estatuto do Torcedor? 10.671/08.
1) Organizador do evento esportivo
2) O dono do campo

7
Essa vulnerabilidade pode decorrer de diversas formas, tais como: vulnerabilidade técnica, vulnerabilidade econômica,
vulnerabilidade jurídica/científica; vulnerabilidade informacional (lembrar dos 4Vs).
8
Para maiores informações: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=344530 .

29
 São os torcedores considerados consumidores!

#FACILITAAECOACH
APLICAÇÃO DO CDC - STJ
O CDC aplica-se:
 Às instituições financeiras (Súmula 297/STJ);
 À relação jurídica entre a entidade ABERTA de previdência complementar e seus participantes9
(Súmula 563/STJ);
 Aos contratos de plano de saúde (Súmula 469/STJ);
 Aos serviços públicos UTI SINGULI (remunerados mediante tarifa ou preço público)  É aplicado, então ao
serviço de fornecimento de água e esgoto10, telefonia, energia, transporte (...);
 Às relações concernentes aos serviços prestados por profissionais liberais;
 À compra de veículos por taxista;
 Ao relacionamento entre o canal de televisão e seu público;
 À relação entre o agente financeiro do SFH, que concede empréstimo para aquisição de casa própria
e o mutuário11;
 Às sociedades e associações sem fins lucrativos quando fornecem produtos ou prestam serviços
remunerados;
 À relação entre condomínio e concessionária de serviço público;
 À doação de sangue12;
 À relação travada entre os titulares do direito de uso dos jazigos situados em cemitério particular e a
administradora ou proprietária deste;
 Aos usuários dos serviços dos Correios13;
 À situação em que a microempresa celebra contrato de seguro com escopo de proteção do
patrimônio próprio contra roubo e furto – ocupa posição jurídica de destinatária final do serviço.
 À empresa que comprou avião para uso próprio, para atender necessidade própria da PJ, não se
incorporando ao serviço prestado aos clientes.

NÃO se aplica o CDC:


 Serviços públicos remunerados mediante taxa14;
 Quando o serviço prestado pelo banco tratar de política governamental (Ex.: FIES);
 Relação entre a Previdência Social e seus beneficiários (INSS);
 Relações entre condômino X condomínio;
 Relações decorrentes de contratos de locação predial urbana15;

9
Superada a Súmula 321 e editada a Súmula 563-STJ: O CDC é aplicável às entidades abertas de previdência
complementar, NÃO incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.
10
Mas lembre-se  Súmula 412: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo
prescricional estabelecido no Código Civil.
 Essa súmula justifica-se pelo de que o CDC não prevê prazos para repetição de indébito e é por essa razão,
que mesmo sendo uma relação consumerista, deve ser aplicado o CC.
11
Nos contratos do SFH com cobertura do fundo de compensação de variações salariais, por importar a garantia do
governo em relação ao saldo devedor, NÃO se aplica o CDC.
12
Segundo STJ, são dois os serviços prestados e relações de consumo, sendo que a primeira é uma em si mesma, a
captação de sangue pelo banco, mas faz parte de uma segunda, o fornecimento de sangue pelo banco ao recebedor. A
primeira tem um custeio, sim, mas indireto, visto que pela segunda o banco é remunerado de uma forma ou de outra.
13
Mas atenção!! NÃO se aplica aos contratos de prestações de serviços firmados com os Correios, uma vez que, aqui,
se trata de relação de Direito Administrativo!
14
Nesse caso, haverá relação administrativa tributária. Em qualquer relação tributária não haverá consumidor
propriamente dito, sim um contribuinte.

30
 Contrato de franquia (relação entre franqueador e franqueado).
 Execução fiscal;
 Relação entre o contador e o condômino (há, sim, entre o condomínio e seu contador);
 Relação entre o representante comercial autônomo e a sociedade representada;
 Relações entre os sócios/acionistas ou entre eles e a sociedade;
 Contratos firmados entre postos e distribuidores de combustíveis;
 Lojistas e administradores de shopping center;
 Serviços advocatícios (as relações entre clientes e advogados são regidas pelo Estatuto da OAB);

Práticas abusivas e propaganda

OFERTA
 Princípio da vinculação contratual da oferta (publicidade)
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de
comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, OBRIGA o fornecedor que a fizer
veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
o A oferta integra o contrato e deve ser cumprida, e a responsabilidade do fornecedor é
OBJETIVA.
o #ATENÇÃO = Os exageros (puffing), a princípio, NÃO obrigam os fornecedores, justamente
por lhes faltar a característica da precisão (“suficientemente precisa”).  Ex.: o melhor carro do
mundo, o mais elegante terno...
o Em respeito ao princípio da boa-fé objetiva, segundo o qual as partes deverão agir com base
na lealdade e confiança, tem-se admitido o chamado erro grosseiro como forma de não
responsabilizar o fornecedor.
o Destaque-se julgado recente do STJ: “Responde solidariamente por vício de qualidade do
automóvel adquirido o fabricante de veículos automotores que participa de propaganda
publicitária garantindo com sua marca a excelência dos produtos ofertados por revendedor de
veículos usados. (STJ, Info 562 - 2015)”

 Princípio da informação e da transparência


Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações CORRETAS, CLARAS,
PRECISAS, OSTENSIVAS e em LÍNGUA PORTUGUESA sobre suas características, qualidades, quantidade, composição,
preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde
e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão
gravadas de forma indelével16.
o O descumprimento deste artigo configura infração penal nos moldes do art. 66 do CDC17.

15
Mas, atenção!!!!! Aplica-se aos contratos de administração imobiliária (contrato efetuado entre o locador e a
imobiliária);
16
De forma duradoura, não podendo desaparecer com o tempo.
17
CDC, Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica,
qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

31
o De acordo com o STJ, a simples expressão “contém glúten” é insuficiente, tornando-se
necessária a advertência quanto aos eventuais malefícios que o alimento pode causar às
pessoas que possuem a doença celíaca. (Info 417 – Resp 722.940)
o STJ decidiu que, sob pena de ofensa a esse princípio, cerveja com teor alcoólico reduzido não
pode ter inscrição “sem álcool” no rótulo. (REsp 1181066 - 2011)
o STJ decidiu que na compra e venda de imóvel, a vaga de garagem, ainda que individualizada
e de uso exclusivo do proprietário da unidade residencial, não pode ser considerada no
cômputo da área total do imóvel vendido ao consumidor caso esse fato não tenha sido
exposto de forma clara na publicidade e no contrato. (REsp 1.139.285 / 2014 - Info 552)

 Responsabilidade pós-contratual do fornecedor


Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto
não cessar a fabricação ou importação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo,
na forma da lei.

o Veja que somente se aplica aos fabricantes e importadores  não utilizou o termo
“fornecedor” (gênero).
o Visando definir a expressão “período razoável de tempo”, o Dec. 2181/97 dispõe que este
nunca pode ser inferior ao tempo de vida útil do produto ou serviço.

 Venda por telefone


Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e
endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.
Parágrafo único. É PROIBIDA a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao
consumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008).

 Responsabilidade SOLIDÁRIA do fornecedor pelos atos de prepostos ou representantes


Art. 34. O FORNECEDOR do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou
representantes autônomos.

 Recusa de cumprimento da oferta por parte do fornecedor


Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o
consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada,
e a perdas e danos.

PUBLICIDADE
 Princípio da identificação da mensagem publicitária

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como
tal.
o É a PROIBIÇÃO da “publicidade clandestina” e da “publicidade subliminar”.
o O merchandising e o teaser NÃO são proibidos pelo CDC18.

18
MERCHANDISING é a técnica utilizada para veicular produtos e serviços de forma camuflada, inserindo-os
em programas de televisão, radio, espetáculos teatrais e filmes. Contudo, para ser legal, é preciso que o

32
 Princípio da transparência da fundamentação da publicidade

Art. 36. Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para
informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
o O não cumprimento do disposto no parágrafo acima é caracterizado como ilícito penal (art.
69).
 Princípio da veracidade da publicidade e Princípio da não abusividade da publicidade

Art. 37. É PROIBIDA toda publicidade enganosa ou abusiva.

 PUBLICIDADE ENGANOSA
Art. 37. § 1° É ENGANOSA qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados
sobre produtos e serviços.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado
essencial do produto ou serviço.

 PUBLICIDADE ABUSIVA

§ 2° É ABUSIVA, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o
medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores
ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança.
o Constitui crime a referida prática. (CDC, arts. 67 e 68).

Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigam os consumidores, se não lhes for dada a
oportunidade de tomar conhecimento prévio do seu conteúdo ou se os respectivos instrumentos forem
redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.

V ou F. Em certos casos, excepcionalmente, o CDC admite o silêncio do consumidor como forma de


aceitação.
FALSO. Isso é contrário ao sistema de proteção ao consumidor.

#VAICAIR É válida a cláusula que obrigue o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação.
VERDADEIRO, mas desde que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor.

V ou F. Cláusula abusiva celebrada em contrato individual de consumo não pode ter sua nulidade
pronunciada em ação coletiva, sem a anuência do consumidor que é parte da contratação.
FALSO.

telespectador saiba antes do filme ou novela, por exemplo, quais produtos serão apresentados como
merchandising.
TEASER é uma técnica que consiste em criar expectativa ou curiosidade em relação aos produtos ou
serviços que serão lançados. Ex.: “aí vem o filme mais esperado do ano, aguardem!”

33
Art. 51 § 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao MP que ajuíze a
competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste
Código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.

#DEOLHONASTERMINOLOGIASPARANÃOERRAR:
O que é merchandising? E teaser? O CDC permite?
“Merchandising”: É a inserção de produto ou serviço em programas, TV, teatro e etc. Lembre-se do BBB
em que ao final do programa aparecia o nome das marcas que eram utilizadas no programa. Caso não se
fizesse isso haveria ofensa ao princípio da identificação obrigatória da publicidade;
“Teaser”: É despertara curiosidade nos consumidores por meio de publicidade da publicidade (ex.: "vem
ai"). Esse tipo de publicidade é válida.

#COISINHABOADECAIR
Em que consiste o “Puffing” ou “Puffery”? Esse vincula o fornecedor?
São exageros na propaganda - não vincula se evidente o exagero. O art. 30 CDC diz que somente a
publicidade SUFICIENTEMENTE PRECISA vincula. Ex. Mais barato do bairro - vincula. Mais gostoso do
mundo – não vincula.

Qual publicidade é vedada pelo CDC?


Enganosa e abusiva
Enganosa: capaz de induzir a erro o consumidor a respeito de qualquer dado relevante sobre o produto
ou serviço - mesmo que seja de forma omissiva (publicidade enganosa omissiva).
Abusiva: discriminatória - incite violência - explore medo ou superstição - se aproveite de deficiência de
julgamento e experiência da criança - desrespeite valores ambientais - seja capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança.

Publicidade Enganosa X Abusiva.


Art. 37. § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário,
inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro
o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço
e quaisquer outros dados. § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de
julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

V ou F. Não existe publicidade abusiva por omissão.


Verdadeiro. Art. 37 CDC prevê a enganosidade por omissão e não a abusividade por omissão.

Abusiva ou não? - Exigência de entrevista prévia qualificada do idoso a pactuação dos contratos de plano
de saúde, negando-se o acesso ao contrato em caso de constatação de lesão ou doença preexistente, que
possa gerar impacto nos custos de modo a não se oferecer qualquer alternativa além da cobertura básica,
tais como cobertura parcial temporária e o agravo do contrato. SE MOSTRA ABUSIVA. -> O máximo que se
pode fazer é excluir a doença preexistente, mas não impedir totalmente a contratação. Art. 11 da 9.656/98
- L. Planos de Saúde.

34
O prazo de 30 dias para que o fornecedor sane o vício do produto poderá ser alterado pelas partes?
SIM - para reduzir e ampliar.
Não pode ser inferior a 7 dias nem maior que 180 dias.
Sendo contrato de adesão: a cláusula deve estar em separado com manifestação expressa do
consumidor.

O que são CLÁUSULAS SURPRESA?


Se escondem atrás de estipulações que defraudam os deveres de lealdade e colaboração que são
pressupostos pela boa-fé, sujeitando o consumidor ao risco de se ver posto perante situações diversas
daquelas com que razoavelmente pudesse contar. São aparentemente legítimas, mas guardam oculto um
sentido que prejudica e surpreende o aderente ao provocar uma eficácia totalmente diversa da esperada,
de modo tal que não contrataria se tivesse ciência do real alcance da estipulação.

CROSS MARKETING. Art. 3 §2º do CDC - ação promocional entre produtos ou serviços em que um deles
embora não rentável proporciona ganhos decorrentes da venda de outro. EX. Programa de milhagem.

#CUIDADO- Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem
será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável.

#NÃOCONFUNDIRCOMCC/02: Veja que existe uma leve diferença na redação do CDCe do CC. As bancas
costumam confundir os candidatos.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as
quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no
primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele
exigir, salvo se houver prescrição.

STJ SÚMULA N° 359 Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do
devedor antes de proceder à inscrição.
Via de regra a ausência de prévia comunicação enseja indenização por danos morais.
Excepcionalmente, não haverá dano se o consumidor já tiver inscrição negativa ou se apenas estiver
reproduzindo informação negativa que conste de registro público.

#APOSTACICLOS - Nos contratos de plano de saúde é proibida a cláusula que fixa o reajuste das
prestações pecuniárias em razão da faixa etária de pessoas idosas?
Estatuto do Idoso art. 15 § 3º veda a discriminação do idoso nos Planos de saúde por valores diferentes,
mas STJ tem admitido se atendidos requisitos: a) previsão contrato; b) limites e requisitos da 9.656/98; e
c) boa-fé objetiva, que veda índices de reajuste desarrazoados ou aleatórios, que onerem em demasia o
segurado.
O STJ,em Recurso Repetitivo, se posicionou no sentido de que é possível a alteração do valor do Plano de
Saúde, desde que as faixas etárias estejam previstas no contrato;
sejam respeitadas as Resoluções da ANS; e as mudanças não sejam abusivas
em seus valores.

35
V ou F. A abertura de ficha em cadastro de consumidores só pode ser feita quando autorizada
previamente pelo consumidor
FALSO. Não se exige a autorização, apenas sua comunicação.

Qual é a consequência das cláusulas abusivas nas relações de consumo?


Art. 51 CDC. 1) Serão nulas de pleno direito. 2) Seu reconhecimento não invalida o contrato, exceto
quando sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
3) Não podem ser convalidadas, pois são nulas e não anuláveis. 4) Arguidas em qualquer tempo ou grau
de jurisdição não se sujeitando a preclusão.

A previsão de cláusula de arbitragem em contrato de consumo é abusiva? A previsão de cláusula de


arbitragem facultativa não. No entanto, a imposição ou obrigatoriedade de cláusula de arbitragem é
abusiva.

Como deverão ser redigidos os contratos de adesão?


CDC art. 54 § 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo 12, de modo a facilitar sua
compreensão pelo consumidor.

Direitos básicos, política consumerista e princípios correlatos.

Quando o CDC considera um produto impróprio para o consumo? I - os produtos cujos prazos de
validade estejam vencidos; II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados,
corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as
normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer
motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.

Como devem ser interpretados os produtos enviados ao consumidor sem prévia requisição deste?
Como amostras grátis.

SÚMULA 532 DO STJ: Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e
expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa
administrativa. STJ. Corte Especial. Aprovada em 03/06/2015.

A incidência do princípio da interpretação mais favorável ao consumidor pressupõe presença de


cláusulas ambíguas ou contraditórias em contratos de consumo e de adesão?
Não há essa necessidade pelo CDC art. 47 - Diferente do 423 do CC/02 que exige cláusulas ambíguas ou
contraditórias.

#IMPORTANTE
A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.
Em caso de contrato de seguro prevendo cláusula resolutiva expressa, como o STJ entende que essa
resolução deve se dar?
Mesmo nesse caso, o consumidor deverá ser notificado.

36
Súmula 469-STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde.

Súmula 412-STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto se sujeita ao prazo
prescricional estabelecido no Código Civil.

V ou F. A garantia contratual independe de ser escrita ou oralmente pactuada sendo tal fato repercussão
apenas no campo da prova.
FALSO. Deverá sempre ser escrita.

O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação decai em 30 dias para bens não
duráveis e 90 para duráveis. Essa decadência pode ser obstada?
SIM. Art. 26 § 2º do CDC.
-> Reclamação perante fornecedor até resposta negativa.
-> Com a instauração de inquérito civil até seu encerramento.
Obs. STJ entende que reclamação frente aos órgãos de proteção ao consumidor não obsta o prazo
decadencial.

Qual a teoria utilizada pelo CDC para a desconsideração da personalidade jurídica? Quais os requisitos
que esta exige?
Teoria menor. Sempre que sua personalidade de alguma forma for obstáculo ao ressarcimento dos
prejuízos pelo consumidor.

Recall: Instrumento pelo qual o fornecedor busca impedir que consumidor sofra algum dano ou perda em
função de vício que o produto ou serviço tenha apresentado após sua comercialização.

Quais os princípios da política nacional das relações de consumo?


1. Reconhecer vulnerabilidade. 2. Ações governamentais para proteção efetiva. 3. Harmonia de interesses
4. Educação e informação consumidores. 5. Incentivo de controle de qualidade pelos fornecedores e
mecanismos alternativos de solução conflitos. 6. Coibição e repressão de todos os abusos praticados no
mercado e concorrência desleal. 7. Racionalização serviços públicos. 8. Estudo das modificações no
mercado de consumo.

Como deve se dar a harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo?
1. Compatibilizando da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e
tecnológico. 2. De modo a viabilizar os princípios a que se fundam a ordem econômica. 3. Com base na
boa-fé e equilíbrio nas relações consumidor / fornecedor.

Quais os instrumentos que contará o poder público para a execução da Política nacional das relações de
consumo?
1. Manutenção de assistência jurídica integral e gratuita para consumidor carente. 2. MP terá atribuição
para fiscalizar as relações de consumo. 3. Delegacias para vítimas de acidente consumo. 4. Juizados e
varas especializadas do consumo. 5. Criação de associações para a defesa do consumidor.

V ou F. O MP por meio das promotorias de justiça de defesa do consumidor é instrumento do poder


público para executar a Política Nacional das Relações de Consumo.
VERDADEIRO

37
Como o CDC trata a proteção da vida, saúde e segurança contra riscos no fornecimentode produtos tidos
por perigosos ou nocivos?
Como um direito básico do consumidor

Como deve se dar a educação e a informação vistas como direito básico do consumidor?
(1) Educação e divulgação sobre consumo adequado / Assegurados a liberdade de escolha / Igualdade de
contratações. (2) Informação - adequada e clara -> sobre os diferentes produtos e serviços ->
especificando: a) características b) composição c) qualidade d) preço e) bem como os riscos que
apresentem. (3) Proteção contra publicidade enganosa e abusiva - métodos coercitivos ou desleais -
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produto e serviço.

Como se dá o acesso aos órgãos judiciários e administrativos sob a óptica dos direitos básicos do
consumidor?
1) Acesso aos órgãos judiciais e administrativo visando a prevenção e reparação dos danos patrimoniais e
morais individuais, coletivos e difusos. 2) Sendo assegurada a proteção jurídica, administrativae técnica
aos NECESSITADOS. 3) Facilitação da defesa dos direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova,
QUANDO A CRITÉRIO DO JUIZ, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiência.

O que se entende por PRAZO DE REFLEXÃO? —> Direito de desistir do contrato em 7 dias da assinatura
ou recebimento produto ou serviço -> Direito de arrependimento. -> Quando ocorrer fora do
estabelecimento comercial. -> Valores pagos são devolvidos -> Art. 49 CDC

V ou F. Nas relações de consumo a indenização por parte do fornecedor deve ser sempre integral.
FALSO Art. 51 I: Sendo o consumidor pessoa jurídica possível que a indenização seja limitada, em situações
justificáveis.

Por quanto tempo tem validade o orçamento dado pelo fornecedor?


Se não pactuado de forma diversa, 10 dias.

STJ SÚMULA N° 385: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por
dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.

O Código do Consumidor obriga a comunicação ao devedor de que seu nome será inscrito nos órgãos de
proteção ao crédito. No caso de protesto a legislação exige alguma comunicação antecipada antes de
remeter o título ao cartório de protesto?
Não. A legislação do protesto é específica e não faz tal exigência. O devedor terá oportunidade de pagar
sua dívida ou questioná-la judicialmente.
Súmula 323-STJ: A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito
por até o prazo máximo de cinco anos, independentemente da prescrição da execução.

Em que consiste o "Dialogo sistemático de Subsidiariedade" nas relações de consumo?


Aplicação prioritária do CDC (e microssistema) e subsidiaria do CC/02.

38
A adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral está incluída como direito básico do
consumidor do art. 6 do CDC.

A possibilidade de modificação das cláusulas contratuais é um direito básico do consumidor. Quando


essa será possível?
1) Quando tenham prestações desproporcionais (de início). Ou, 2) Em razão de fatos supervenientes
tornem a obrigação excessivamente onerosa.
Quando a critério do juiz será possível a inversão do ônus da prova?
1) Verossímil a alegação. Ou, 2) For hipossuficiente – tendo como norte as regras ordinárias de
experiência.

Há diferença entre a modificação das cláusulas contratuais e de sua revisão por excessiva onerosidade?
1) Modificação: decorre da quebra do sinalagma genético da relação contratual. Se refere a desequilíbrio
desde a formação do contrato. 2) Revisão: Decorre de uma onerosidade excessiva por fato superveniente

#CAIMUITO
O CDC adotou a teoria da imprevisão?
Não - Adotou a Teoria da Base Objetiva do Negócio Jurídico.
Qual é a diferença entre a teoria da imprevisão e a teoria da base objetiva do Negócio Jurídico?A teoria da
imprevisão requer imprevisibilidade e extraordinariedade, já na teoria da base objetiva do negócio
jurídico, o fato não precisa ser imprevisível nem extraordinário, sequer precisa ser um fato superveniente.

V ou F. O CDC adotou hipóteses de inversão do ônus da prova, porem estas serão sempre opejudicis, ou
seja, haverá um critério racional do magistrado nessa determinação.
FALSO .
1. No art. 6º VIII, do CDC :opejudicis.
2. Nos art. 12 § 3º II, no art. 14 §3º, I e no art. 38, todos os CDC: ope legis.
Art. 12 §3 II. Fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando
provar que não colocou o produto no mercado
Art. 14 §3. Fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar que prestado o serviço,
defeito inexiste;
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a
quem as patrocina.

Existe algum caso em que poderá o consumidor pedir a substituição ou abatimento ou mesmo a
restituição de imediato? Sem aguardar o interim de 30 dias?
SIM - sempre que em razão da extensão do vício a substituição das partes puder comprometer a
qualidade ou características do produto, diminuir o seu valor ou se tratar de produto essencial.

V ou F. Tendo o consumidor optado pela substituição do bem e não sendo possível esta, poderá haver a
substituição por outro da mesma espécie mediante complementação ou restituição da diferença.
VERDADEIRO.

V ou F. Tratando-se de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos a saúde ou segurança,


restará resguardado o fornecedor que de maneira ostensiva e adequada informe a respeito de sua
nocividade ou periculosidade.

39
FALSO -> Princípio da informação - art. 9 ->. Deverá no caso concreto adotar outras medidas que se
mostrem adequadas.

Defesa do consumidor em juízo.

Pedro, sabendo que José tem contrato de seguro, pode ajuizar ação de indenização cobrando seu
prejuízo apenas contra a “Seguradora X”?
NÃO – posição do STJ. Terceiro prejudicado NÃO pode ajuizar, direta e exclusivamente contra seguradora.

É admitida a condenação direta da seguradora denunciada? Pode ser condenada a pagar diretamente
sem que o segurado pague antes e depois o seguro faça apenas o ressarcimento?
Sim. Pode ser condenada direta e solidariamente junto com o segurado nos limites contratados na
apólice. Poderá a vítima executar tanto o denunciante como a denunciada.
Fundamentos:
Pacificação social; Efetividade da tutela judicial prestada; Garantia da duração razoável do processo;
Indenizabilidade plena do dano sofrido

Vitima poderá ajuizar diretamente a ação de indenização contra Segurado e a “Seguradora X”, em
litisconsórcio passivo?
SIM. Desde que os réus não tragam aos autos fatos que demonstrem a inexistência ou invalidade do
contrato de seguro. Não haverá nenhum prejuízo para a seguradora, considerando que ela, certamente,
seria convocada para compor a lide, por meio de denunciação da lide, pelo segurado.

V ou F. O STJ tem firme entendimento de que não é possível a cumulação de dano estético com dano
moral, por ser o primeiro espécie do segundo.
FALSO. Súmula 387 STJ: E lícita a cumulação das indenizações de dano estético e moral. -Devem ser
apurados em separado mesmo que oriundo do mesmo fato.

V ou F. O contrato de seguro por danos pessoais não compreende os danos morais, salvo se houver
cláusula expressa dizendo que assim o faz.
FALSO. Súmula 420 do STJ. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo
cláusula expressa de exclusão.
São três os critérios avaliados na quantificação do dano moral.
1) Grau da culpa.
2) Gravidade e repercussão da ofensa.
3) Situação econômica do ofensor e do ofendido.
O que é dano moral coletivo?
1) É injusta lesão a esfera moral de certa comunidade.
2) Violando determinado círculo de valores coletivos.
STJ hoje admite.

Há diferença entre vulnerabilidade e hipossuficiência?


1) Vulnerabilidade: fenômeno de direito material / presunção absoluta.
2) Hipossuficiência: índole processual / analise casuística.

40
V ou F. Na ação de responsabilidade civil o fornecedor demandado que houver contratado seguro de
responsabilidade poderá chamar ao processo seu segurador para o exercício da ação incidente de
garantia que constitui a denunciação da lide.
FALSO. Não cabe denunciação da lide e sim o CFIAMAMENTO AO PROCESSO, art. 101 II CDC.

#DEOLHONAJURIS
O art. 88 do CDC proíbe que o fornecedor que foi acionado judicialmente pelo
consumidor faça a denunciação da lide, chamando para o processo outros
corresponsáveis pelo evento. Esta norma é uma REGRA PREVISTA EM BENEFÍCIO DO
CONSUMIDOR, atuando em prol da brevidade do processo de ressarcimento de seus
prejuízos devendo, por esse motivo, SER ARGUIDA PELO PRÓPRIO CONSUMIDOR, em
seu próprio benefício. Assim, se o fornecedor/réu faz a denunciação da lide ao
corresponsável e o consumidor não se insurge contra isso, haverá preclusão, sendo
descabido ao denunciado invocar em seu benefício a regra do art. 88.
Em outras palavras, não pode o denunciado à lide invocar em seu benefício a regra de
afastamento da denunciação (art. 88) para eximir-se de suas responsabilidades perante
o denunciante. (INFO 592 DO STJ).

Sempre que nas ações coletivas consumeristas a sentença for procedente, a condenação deverá ser
certa?
Não. Sendo um direito individual homogêneo, a condenação será genérica nos termos do art. 95 CDC.

Em uma ação coletiva, um consumidor lesado veio a falecer, sem deixar sucessores, logo após o
proferimento de sentença de mérito favorável. Nesse caso poderá ainda assim haver a liquidação e
execução da sentença?
Sim. A liquidação será realizada pelo MP e demais legitimados.

Sobre o que versa a "Convenção coletiva de consumo"?


Sobre as relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições relativas a preços,
qualidade, quantidade, garantia e características de produtos e serviços. Art. 107, caput do CDC.

Responsabilidade pelo fato ou vicio do produto / serviço.

Pelo CDC quem só não será responsabilizado se provar que não colocou o produto no mercado?
1) Fabricante. 2) Construtor. 3) Produtor 4) Importador.
Pelo CDC, quando o prestador de serviço terá sua responsabilidade afastada?
1) Quando prestado o serviço demonstrar que não tem defeito.
2) Ou culpa exclusiva da vítima.
Fato é, que a regra do CDC é que haja responsabilidade SOLIDÁRIA dos autores da ofensa ao consumidor.
Existe exceção a solidariedade no CDC?
SIM - Responsabilidade EXCLUSIVA do fornecedor imediato ou comerciante quando fizer pesagem ou
medição do produto e o instrumento utilizado que não estiver aferido segundo os padrões oficiais.

41
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que,
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha: — § 2º O fornecedor imediato será responsável quando fizer a
pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.

V ou F. Nenhum produto ou serviço colocado no mercado poderá acarretar risco a saúde ou segurança
dos consumidores.
FALSO. Exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência da sua natureza e fruição, obrigando
em qualquer hipótese os fornecedores a dar a informações necessárias e adequadas a seu respeito.

V ou F. O Recall não elide a responsabilidade do fornecedor, porém, uma vez que este tenha informado
do risco por anúncios publicitários tomando todas as precauções necessárias e mesmo assim o
consumidor não ter atendido ao recall e se efetivado o dano, os Tribunais entendem que seria típica
aplicação da "culpa concorrente".
FALSO. -> STJ Resp. 1010392RJ 3T de 13/5/08. -> A circunstância de o adquirente não levar o veículo para
conserto em atenção ao recall não isenta o fabricante de indenizar.

Quando um produto é considerado defeituoso?


Quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera levando-se em consideração as
circunstancias relevantes, (art. 12).

#IMPORTANTE
Quais as circunstâncias relevantes que devem ser consideradas para aferir se um produto é defeituoso ou
não?
1) Sua apresentação. 2) O uso e riscos que razoavelmente dele se esperam. 3) A época em que foi
colocado em circulação.

Diferencie FATO de VÍCIO referente a produtos e serviços.


(1) Fato: art. 12, 14 e 27. Vício: art. 18 a 20 e 26
(2) Fato. É um prejuízo extrínseco ao bem e a inadequação que gera danos. Vício: É um prejuízointrínsecoe
a desconformidade com o fim a que se destina.
(3) Fato: garantia da incolumidade físico-psicológica do consumidor. Vício: incolumidade econômica.
(4) Fato: Prescrição Vício: Decadência.

#DEOLHONAJURIS.#AJUDAMARCINHO: Apesar de o próprio texto de lei afirmarem que fato do produto diz
respeito a circunstâncias que gerem a insegurança do produto ou serviço, o STJ e a doutrina não
interpretam o dispositivo de forma literal. Vejamos o julgado para que vocês não errem na prova.

O aparecimento de grave vício em revestimento (pisos e azulejos), quando já se encontrava devidamente


instalado na residência do consumidor, configura FATO DO PRODUTO, sendo, portanto, de 05 anos o prazo
prescricional da pretensão reparatória (art. 27 do CDC). O art. 12, § 1º do CDC afirma que defeito diz respeito
a circunstâncias que gerem a insegurança do produto ou serviço. Está relacionado, portanto, com o acidente
de consumo. No entanto, a doutrina e o STJ entendem que o conceito de “fato do produto” deve ser lido de
forma mais ampla, abrangendo todo e qualquer vício que seja GRAVE a ponto de ocasionar dano indenizável
ao patrimônio material ou moral do consumidor.

42
Desse modo, mesmo o produto/serviço não sendo “inseguro”, isso poderá configurar “fato do
produto/serviço” SE O VÍCIO FOR MUITO GRAVE a ponto de ocasionar dano material ou moral ao
consumidor. Foi nesse sentido que o STJ enquadrou o caso acima (do piso de cerâmica)(INFO 557 DO STJ).

V ou F. O fabricante, produtor, comerciante, construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador


respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projetos, fabricação, construção, montagem, formas,
manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como informações
insuficientes sobre sua utilização e riscos.
FALSO. O artigo 12 do CDC não menciona o comerciante.

Quando o comerciante responderá por defeitos decorrentes de projetos, fabricação, construção,


montagem, formas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como
informações insuficientes sobre sua utilização e riscos?
1. Se o fabricante, construtor, produtor ou importador não puder ser identificado.
2. Produtos sem identificação clara do fabricante, produtor, construtor ou importador.
3. Não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

Quando se compra uma TV e o volume desta não funciona podemos dizer que incide defeito sobre ela?
Na verdade, seria vício. O vício torna o produto ou o serviço inadequado.

V ou F. O direito de pleitear a reparação por fato do produto ou serviço (acidente de consumo) decai em
5 anos contados do dano e do conhecimento de sua autoria.
FALSO. O prazo não é decadencial e sim prescricional. Cuidado para não se preocupar só com o tempo
dos prazos e esquecer a natureza destes.
Qual a natureza e quais os prazos para ressarcimento por vício do produto?
1) Prazo decadencial
2) Se aparentes ou fácil constatação, 30 dias para não duráveis e 90 dias duráveis.
3) Inicia com entrega efetiva do produto ou término da execução do serviço.

Fortuito Interno: relaciona-se com os riscos da atividade desenvolvidas pelo fornecedor. Linha de
previsibilidade da atividade. Não exclui a responsabilidade.
Fortuito Externo: Estranho à organização do negócio, não guarda nenhuma ligação com à atividade
negocial. Exclui a responsabilidade.
O que é risco do desenvolvimento?
É o risco que não pode ser identificado quando da colocação do produto ou serviço no mercado,
posteriormente com o desenvolvimento técnico descobre-se seus riscos, não é tido como excludente da
responsabilidade.

V ou F. A individualização do fabricante na colocação do produto no mercado é apta a afastar a


responsabilidade do comerciante.
VERDADEIRO. O comerciante só responderá nas hipóteses do art. 13 do CDC.

V ou F. Diferente do fato do produto onde o CDC resguarda uma responsabilidade, em princípio,


subsidiária do comerciante, no fato do serviço não há responsabilidade diferenciada para o comerciante
- sendo igual para todos os agentes de forma solidária.
VERDADEIRO -> Art. 14 fala em fornecedores.

43
Como é a responsabilidade do profissional liberal pelos prejuízos causados ao consumidor?
Em regra, subjetiva. Entretanto deve-se diferenciar em obrigações de meio e de resultado. Sendo de
resultado permanece subjetiva, mas poderá haver inversão do ônusda prova (culpa presumida).

#DEOLHONAJURIS.#AJUDAMARCINHO:
I – A obrigação nas cirurgias meramente estéticas é de resultado, comprometendo-se o
médico com o efeito embelezador prometido.
II – Embora a obrigação seja de resultado, a responsabilidade do cirurgião plástico
permanece subjetiva, com inversão do ônus da prova (responsabilidade com culpa
presumida) (INFO 491 STJ).

#DERRUBACANDIDATO
Sendo produto in natura, quem seria responsável perante o consumidor?
Em regra, o fornecedor imediato - exceto quando identificado claramente seu produtor (as bancas
costumam substituir por distribuidor).
Sociedades consorciadas – responsabilidade solidária. Lembrar de consórcio para adquirir bem. São todos
iguais. Sociedades coligadas – só respondem por culpa. Lembrar Coligadas começa com “C” de culpa.
Sociedades Integrantes dos Grupos Societários e Controladores. Tem responsabilidade subsidiária.
Lembrar que se são controlados são subservientes, responsabilidade subsidiária.

Princípio da vinculação contratual da oferta pela publicidade no CDC.


Toda informação ou publicidade deve ser suficientemente precisa em qualquer meio de comunicação e
integra o contrato a ser celebrado.

Havendo cláusula manifestamente abusiva, porém não arguida na apelação pode ser reconhecida pelo
tribunal? Em regra sim, pois é matéria de ordem pública. No entanto, a súmula 381 do STJ afirma que é
vedado aos juízes e ao Tribunal julgar com fundamento no art. 51, sem pedido expresso, a abusividade de
cláusulas em contratos bancários.
CDC Art. 51 § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de
sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
CC/02 Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o
prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das
obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

Súmula 296 – STJ: Os juros remuneratórios, não cumuláveis com a comissão de permanência, são devidos
no período de inadimplência, à taxa média de mercado estipulada pelo Banco Central do Brasil, limitada
ao percentual contratado.

O STJ entende que não é abusiva a cláusula de renovação automática do contrato de abertura de crédito.

Súmula 302-STJ: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a
internação hospitalar do segurado.

44
Temas diversos

V ou F. A gradação da multa pode se dar de acordo com o grau de hipossuficiência do consumidor.


FALSO. Os fatores de gradação da multa são: 1) Gravidade infração. 2) Vantagem auferida. 3) Condição
econômica do fornecedor.
A pena de multa se sujeita a um valor mínimo? Sim. O montante não deverá ser inferior a 200 nem
superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que
venha a substituí-lo.

V ou F. As convenções coletivas de consumo, tornam-se obrigatórias após a ratificação do poder público


e publicação no D.O ou jornal de grande circulação.
FALSO. Torna-se obrigatória após o registro no cartório de títulos e documentos.
CDC Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de
categoria econômica podem regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto
estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de
produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de consumo. —§ 1º A convenção
tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório de títulos e documentos. § 2º A
convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias. § 3º Não se exime de cumprir a
convenção o fornecedor que se desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.

CDC Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da
atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento
administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior
gravidade.
§ 2º A pena de intervenção adm. será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a
cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.

#VAICAIR
SÚM. STJ N° 321 O CDC é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus
participantes.
Se a afirmação acima constar de uma assertiva será tentadora, pois o enunciado foi por muito tempo
aplicado pelo STJ e já foi objeto diversas vezes de questões de concurso. Entretanto este encontra-se
cancelado sendo o verbete 563 o aplicável.
Súmula 563 STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência
complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.
Não que a súmula 321 esteja errada, mas o STJ a cancelou por diferenciar entre as entidades de
previdência privada fechadas e abertas. Nas fechadas não incide o CDC por não haver finalidade de lucro.

Havendo composição civil judicial entre o consumidor lesado e o fornecedor poderá haver a imposição de
multa por órgão de proteção ao consumidor?
Sim. Pois a multa do 56 CDC não visa reparação e sim punição.

Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes
sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas: I

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- multa; / II - apreensão do produto; / III - inutilização do produto; / IV - cassação do registro do produto
junto ao órgão competente; / V - proibição de fabricação do produto; / VI - suspensão de fornecimento de
produtos ou serviço; / VII - suspensão temporária de atividade; / VIII - revogação de concessão ou
permissão de uso; / IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; / X - interdição, total ou
parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; /XI - intervenção administrativa; / XII - imposição de
contrapropaganda.

#DEOLHONAJURIS #PARANÃOERRAR #AJUDAMARCINHO

Vamos ver algumas jurisprudências recentes que podem estar na sua prova.
 A Justiça brasileira é absolutamente incompetente para processar e julgar demanda indenizatória
fundada em serviço fornecido de forma viciada por sociedade empresária estrangeira a brasileiro
que possuía domicílio no mesmo Estado estrangeiro em que situada a fornecedora, quando o
contrato de consumo houver sido celebrado e executado nesse local, ainda que o conhecimento
do vício ocorra após o retorno do consumidor ao território nacional. A vulneralidade do
consumidor, ainda que amplamente reconhecida em foro internacional, não é suficiente, por si só,
para alargar a competência da justiça nacional prevista nos arts. 21 a 23 do CPC 2015.
o Nas hipóteses em que a relação jurídica é firmada nos estritos limites territoriais nacionais,
ou seja, sem intuito de extrapolação territorial, o foro competente, aferido a partir das
regras processuais vigentes no momento da propositura da demanda, não sofre
influências em razão da nacionalidade ou do domicílio dos contratantes, ainda que se trate
de relação de consumo (INFO 580 DO STJ).
 NÃO SE APLICA O CDC às relações entre as operadoras de planos de saúde constituídas sob a
MODALIDADE DE AUTOGESTÃO e seus filiados. Assim, os planos de saúde de autogestão podem
ser considerados como uma EXCEÇÃO À SÚMULA 469 DO STJ: "Aplica-se o Código de Defesa do
Consumidor aos contratos de plano de saúde."
o A operadora de plano privado de assistência à saúde na modalidade de autogestão é
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO SEM FINALIDADES LUCRATIVAS que, vinculada
ou não à entidade pública ou privada, opera plano de assistência à saúde COM
EXCLUSIVIDADE PARA UM PÚBLICO DETERMINADO DE BENEFICIÁRIOS. A constituição
dos planos sob a modalidade de autogestão diferencia, sensivelmente, essas pessoas
jurídicas QUANTO À ADMINISTRAÇÃO, FORMA DE ASSOCIAÇÃO, OBTENÇÃO E
REPARTIÇÃO DE RECEITAS, DOS CONTRATOS FIRMADOS COM EMPRESAS QUE
EXPLORAM ESSA ATIVIDADE NO MERCADO E VISAM AO LUCRO. Em razão disso, não se
aplica o CDC ao contrato de plano de saúde administrado por entidade de autogestão, por
inexistência de relação de consumo (INFO 588 DO STJ).
 Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses em que
atua na defesa dos interesses dos seus condôminos frente a construtora ou incorporadora(INFO
592 DO STJ).

46
PROCESSO E DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Meus amigos, futuros juízes de São Paulo, vamos começar, agora, a nossa brevíssima revisão do
estatuto da criança e do adolescente. Neste tópico, considerando a forma de cobrança pela banca
(exigência preponderante da legislação seca!!!!), vamos mudar um pouquinho o modo de exposição.
Dessa vez, nossa revisão será feita sob a forma de perguntas e respostas. Com isso, esperamos te auxiliar,
com maior eficácia, a memorizar os principais artigos do ECA!!

Prontos? Então vamos lá!!!

NOÇÕES E IDEIAS GERAIS

Anote aí algumas observações de caráter geral que podem ser cobrados na nossa prova:

 Com a vigência do Novo Código de Processo Civil, Lei n° 13.105/15 (vigência a partir de 18 de março
de 2016, consoante STJ), e considerando as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente, a
contagem de prazo para oferecimento de alegações finais por memoriais no processo de apuração
de ato infracional continua a ser contado em dias corridos, porque nos processos de apuração de
ato infracional aplica-se, subsidiariamente, o Código de Processo Penal, que tem previsão própria
de contagem de prazos.

 As normas do NCPC são aplicáveis ao ECA naquilo que não for incompatível com as disposições da
legislação especial. Entretanto, quando for compatível com as diretrizes do estatuto, são
plenamente cabíveis, tais como: contagem de prazos processuais em dias úteis, a nova sistemática
recursal e a ordem preferencial dos processos.

 PREPARO: Os processos que tramitam perante a Justiça da Infância e da Juventude são isentos do
preparo recursal (art. 198, I1, do ECA), ou de qualquer outra verba, custas ou emolumentos
processuais (art. 141, § 2º2, do ECA). A Justiça da Infância é essencialmente gratuita, de modo a
facilitar o acesso. Portanto, esse requisito extrínseco de admissibilidade dos recursos previsto no
CPC/15 não se aplica aos procedimentos de competência da Justiça da Infância e Juventude,
tampouco as disposições doArt. 198.

 TEMPESTIVIDADE: O novo Código de Processo Civil, no art. 1.003, manteve o prazo de 15 dias para
interposição dos recursos enumerados no art. 994, à exceção dos embargos de declaração cujo
prazo continua de 5 dias. Além de unificar os prazos recursais, uma das grandes inovações do novo
Código foi computá-los tão somente em dias úteis. Assim, os recursos interpostos no âmbito da
Justiça da Infância de Juventude devem continuar seguindo o procedimento previsto na lei especial
em respeito ao princípio da celeridade que permeia todos os processos que nela tramitam,
mantendo-se, portanto, o prazo de 10 dias para interposição.No entanto, a regra de contagem de
prazo a ser observada será a da legislação de caráter geral, já que o ECA, no art.198, caput, adota a
sistemática recursal da legislação processual civil vigente, mas silencia quanto à forma de
contagem de prazos e, por sua vez, o art. 1.524, caput, remete à sistemática da norma geral.

 JUÍZO DE RETRATAÇÃO: O juízo de retratação nos processos afetos à Justiça da Infância e da


Juventude é de natureza obrigatória, devendo o juiz reapreciar a sua decisão final sempre que

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houver interposição de apelação. O momento propício para tanto é após a expiração do prazo para
a resposta do recorrido, tendo ele apresentado ou não suas contrarrazões em juízo. O julgador tem
05 dias para proferir despacho fundamentado mantendo ou reformulando a sua decisão (art. 198,
VII, ECA).

 Conforme o art. 148, IV do ECA, a Justiça da Infância e da Juventude é competente para "conhecer
de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos". Assim, tais ações dizem
respeito à necessidade de tutela de direitos fundamentais de crianças e adolescentes, não se
confundindo com direitos patrimoniais. No caso de direitos patrimoniais, a competência seria da
Vara Cível. Logo, as ações mandamentais, ações civis públicas, mandados de segurança (individuais
ou coletivos), ações de improbidade administrativa e ações populares que digam respeito aos
direitos fundamentais da criança e do adolescente serão processados na Justiça da Infância e da
Juventude (ECA Comentado, Luciano Alves Rossato, p. 440-441).

ATO INFRACIONAL

Enunciado da FONAJUV sobre reincidência em ato infracional: "19- A medida de internação absorve as
medidas anteriormente aplicadas, mas não isenta o adolescente de responder por outros atos
infracionais praticados durante a execução."

#DEOLHONAJURIS
Caso uma sentença aplique medida de internação a adolescente, tal medida pode ser iniciada
imediatamente, mesmo que esteja pendente o julgamento de apelação interposta contra a
sentença e ainda que o adolescente tenha permanecido em liberdade durante toda a
instrução processual. Não é ilegal o recebimento do recurso de apelação apenas no efeito
devolutivo, quando interposto contra sentença de procedência da representação que impõe
medida socioeducativa adequada ao caso do adolescente infrator, devendo o Juiz analisar a
necessidade ou não do efeito suspensivo, nos termos do art. 215 do ECA. Precedentes (STJ,
HC nº 382.801, j. 16/03/17).

Em relação à regulamentação da execução das medidas socioeducativas previstas na Lei nº 12.594/2012, é


correto afirmar que:
V ou F
A substituição de uma medida por outra mais ou menos gravosa deve ser fundamentada em parecer
técnico, relatório da Comissão de Disciplina e precedida de prévia audiência do adolescente e seus
genitores.
FALSO.
Art. 43, § 4º - A substituição por medida mais gravosa somente ocorrerá em situações excepcionais, após o
devido processo legal, inclusive na hipótese do inciso III do art. 122 da Lei no 8.069, e deve ser: I -
fundamentada em parecer técnico; II - precedida de prévia audiência, e nos termos do § 1º do art. 42 desta
Lei.

48
V ou F
A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida não são fatores que,
por si, justifiquem a não substituição da medida por outra menos grave.
CERTO.
12.594/2012 -Art. 42 § 2º - A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida
não são fatores que, por si, justifiquem a não substituição da medida por outra menos grave.

V ou F
Não sendo caso de internação provisória, se o juiz perceber que o adolescente, cujos pais não foram
localizados, está sem responsável legal, deve suspender o procedimento até que se defina sua situação
por meio da aplicação da medida protetiva pertinente (acolhimento ou colocação em família substituta).
FALSO – dará curador.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o
disposto no art. 108 e parágrafo. § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade
judiciária dará curador especial ao adolescente.

V ou F
A representação que dá início ao procedimento depende de prova pré-constituída da autoria e
materialidade, exceto se pleitear aplicação de medida de advertência.
FALSO
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do MP não promover o arquivamento ou conceder a
remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para
aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada. § 2º A representação independe
de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas
suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do
art. 127. §U. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios
suficientes da autoria.

V ou F
Na apuração de atos infracionais os atos processuais são concentrados em audiência una, na qual são
ouvidos, nesta ordem, os responsáveis pelo adolescente, vítima, testemunhas do Ministério Público,
testemunhas de defesa e o adolescente, passando em seguida aos debates orais.
FALSO
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à
oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado. § 4º Na AUDIÊNCIA EM
CONTINUAÇÃO, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as
diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do
Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.

V ou F
Não sendo o adolescente cientificado do teor da representação nem notificado a comparecer na
audiência por não ter sido localizado, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
determinando o sobrestamento do feito até a efetiva apresentação.

49
Certo
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o
disposto no art. 108 e parágrafo. § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária
expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
apresentação.
As medidas socioeducativas são aquelas previstas no ECA. Quais os objetivos destas?
1. Responsabilização quanto às consequências do ato - incentivando sua reparação.
2. Integração social e garantia dos seus direitos individuais e sociais por meio do cumprimento de
seu plano individual de atendimento.
3. Desaprovação da conduta infracional: efetivando as disposições da sentença como parâmetro
máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, observado os Imites da lei.

ESTATUTO DA PRIMEIRA INFÂNCIA.

A Lei n.º 13.257/2016 prevê a formulação e implementação de políticas públicas voltadas para as crianças
que estão na “primeira infância”. O que seria a primeira infância?
Considera-se primeira infância o período que abrange os primeiros 6 anos completos (72 meses) de vida
da criança.

O que trata a lei 13.257 acerca das políticas públicas em relação a primeira infância?
O Estado tem o dever de estabelecer políticas, planos, programas e serviços para a primeira infância. O
pleno atendimento dos direitos da criança na primeira infância constitui objetivo comum de todos os
entes da Federação, segundo as respectivas competências constitucionais e legais, a ser alcançado em
regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 8º). A sociedade
participa solidariamente com a família e o Estado da proteção e da promoção da criança na primeira
infância (art. 12).

Pelo estatuto da primeira infância – lei 13.257, criança pode ser considerada cidadã?
Em Constitucional e Eleitoral “cidadão” é a pessoa que goza de direitos políticos. Assim, é comum a
distinção doutrinária entre nacional e cidadão. Segundo esta lição, um brasileiro menor de 16 anos é
nacional, mas não é cidadão porque não goza de direitos políticos (não pode votar nem ser votado).
A Lei n.º 13.257/2016 menciona que a criança ostenta a condição de “cidadã” (art. 4º, I, V e parágrafo
único). Na prática, nada muda, sendo apenas um instrumento de retórica simbólica da Lei.

O estatuto da primeira infância alterou o ECA incluindo:


Art. 13 (...) § 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído
pela Lei nº 13.257/2016)

O estatuto da primeira infância alterou o ECA incluindo:


Art. 102 (...)

50
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de
nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade. (Incluído pela
Lei nº 13.257/2016)
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no
assento de nascimento e a certidão correspondente. (Incluído pela Lei nº 13.257/2016)

Alteração do estatuto da primeira infância a CLT


Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de
gravidez de sua esposa ou companheira; (Incluído pela Lei nº 13.257/2016)
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica. (Incluído pela
Lei nº 13.257/2016)

O estatuto da primeira infância teve alguma repercussão processual penal?


Sim. CPP
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: (...)X -
colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
(13.257/2016)
Art. 304 (...) § 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a
existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

Obrigação do magistrado, de, durante o interrogatório judicial, averiguar se o réu possui filhos e quem
está responsável por seus cuidados.
Art. 185 (...) § 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257/2016)

O estatuto da primeira infância gerou alguma repercussão em relação as cautelares segregatórias?


Sim – na prisão domiciliar
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for - IV - gestante; -
hoje basta a mulher ser gestante, antes teria que ter mais de 7 meses de gestação ou ser essa de alto
risco. E incluiu no mesmo art. 318 o inc. V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;
(não tinha isso antes) – e incluiu para homem o inc. VI - homem, caso seja o único responsável pelos
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos

DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

V ou F
Há responsabilização criminal de pais ou responsável que, injustificadamente, deixem de promover
vacinação de crianças sob sua guarda.
FALSO. Não há tipificação como crime.

51
"Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a
prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação
sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1º - É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias."

V ou F
É permitido trabalho em regime familiar para a criança: na condição de aprendiz a partir dos 12 anos,
trabalho protegido a partir dos 14 anos e trabalho regular a partir dos 16 anos.
FALSO
De acordo com o art. 7º, XXXIII da CF, é proibido o "trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
18 (dezoito) e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14
(quatorze) anos". E o art. 60 do ECA prevê que "é proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos
de idade, salvo na condição de aprendiz". Uma leitura precipitada do Estatuto pode levar à equivocada
ideia de que o adolescente com menos de 14 anos de idade pode trabalhar, desde que na condição de
aprendiz. A expressão "menores de quatorze anos" pode ser interpretada de duas formas: I) aquele de
idade inferior a 14 anos; I) o adolescente de 14 anos de idade. A segunda é a que encontra amparo
constitucional.

V ou F
O trabalho educativo não pode ser de qualquer forma remunerado dada a sua natureza essencialmente
pedagógica.
FALSO. - Art. 68, § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação
na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.

V ou F
São proibidos para menores de 18 anos a realização de horas extras, a remuneração variável ou
comissionada, o trabalho externo, noturno, perigoso e insalubre.
FALSO.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica,
assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: I - noturno, realizado
entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e
social; IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.

PODER FAMILIAR

É possível destituição sumária do poder familiar em caso de abuso sexual praticado ou facilitado pelos
genitores contra criança de até 6 anos de idade?
FALSO. Não há afastamento sumário.
Art. 101. § 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou
abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente
do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a
pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso,
no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.

52
Quando será extinto o poder familiar?
CC/02 - Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. (castigo imoderado – abandono – atos imorais –
reiteradamente abusar da autoridade, arruinar bens dos filhos)

CONSELHO TUTELAR.

Quais as medidas protetivas que o Conselho Tutelar não pode aplicar?


1 – colocação em família substituta.
2 – acolhimento familiar.
-> Mas pode acolhimento institucional. Art. 101 c/c 136, I, do ECA.

Quais os requisitos para ser membro do Conselho Tutelar?


 Idoneidade moral
 Maior de 21 anos
 Residir no município

De quem é a responsabilidade pela eleição do membro do Conselho Tutelar?


Do Conselho Municipal dos direitos da criança e do adolescente.

A função de conselheiro tutelar pode ou não ser remunerada?


Sempre será remunerada, não podendo ser inferior a um salário mínimo.

As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de
quem?
De quem tenha legítimo interesse.

GUARDA E ADOÇÃO

V ou F
A concessão da guarda, como forma de colocação em família substituta, pressupõe ou a concordância
dos pais ou a perda ou suspensão do poder familiar.
FALSO
Art. 33. (..) § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de
representação para a prática de atos determinados.

53
V ou F
Caso o detentor da guarda reincida no descumprimento, doloso ou culposo, dos deveres decorrentes da
guarda que lhe foi concedida se sujeita ao pagamento de multa de até quarenta salários de referência a
ser fixada pela autoridade judiciária.
VERDADEIRO.
É uma infração administrativa do ECA.
Art. 249 Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao pátrio poder (leia-se, poder
familiar) ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou
Conselho Tutelar.
Pena - multa de 3 a 20 salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência

V ou F
O deferimento da guarda implica, desde logo e nos mesmos autos, a fixação dos alimentos a serem
pagos pelos genitores à criança, salvo prova de sua incapacidade contributiva.
FALSO. Não é desde logo.
Art. 33, § 4º - Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária
competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de
criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o
dever de prestar alimentos, QUE SERÃO OBJETO DE REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA, A PEDIDO DO
INTERESSADO OU DO MINISTÉRIO PÚBLICO.

V ou F
Com a guarda, o guardião terá direito de representar a criança em todos os atos jurídicos, bem como de
se opor a terceiros, com exceção dos pais.
FALSO. Inclusive os pais.
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente,
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, INCLUSIVE aos pais.

V ou F
O sobrinho sobre guarda da tia assumirá, com a concessão desta, a condição de dependente e sucessor
da tia para todos os fins e efeitos de direito.
FALSO. Não assumirá a condição de sucessor.
Art. 33, § 3º - A guarda confere à criança ou adolescente a condição de DEPENDENTE, para todos os fins e
efeitos de direito, inclusive previdenciários.

V ou F
Joana comparece na Vara da Infância e Juventude e informa intenção de entregar em adoção bebê que
acabou de dar à luz. De acordo com regra expressa no ECA, se a intenção de Joana persistir após sua
inclusão em programas de orientação e auxílio, pode justificar, por abandono, a decretação judicial da
perda do poder familiar, sendo juridicamente irrelevante, por implicar renúncia aos deveres maternos,
sua concordância com a adoção.
FALSO. Deve haver a concordância.
Art.166 § 2º. O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e
esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em
especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. §3º. O consentimento dos titulares do

54
poder familiar será colhido pela autoridade judiciária competente em audiência, presente o Ministério
Público, garantida a livre manifestação de vontade e esgotados os esforços para manutenção da criança
ou do adolescente na família natural ou extensa.

V OU F
Joana comparece na Vara da Infância e Juventude e informa intenção de entregar em adoção bebê que
acabou de dar à luz. De acordo com regra expressa no ECA antes do nascimento do bebê, após avaliação
e orientação, Joana tivesse manifestado e formalizado em juízo sua intenção, já poderia o juiz deferir a
adoção do recém-nascido a pretendente cadastrado imediatamente após o parto.
FALSO.
Art.166, § 6º. O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança.

V ou F
Joana comparece na Vara da Infância e Juventude e informa intenção de entregar em adoção bebê que
acabou de dar à luz. De acordo com regra expressa no ECA se formalmente colhida a anuência de Joana
com a adoção, ela pode retratar-se até o início do processo adotivo.
FALSO.
O consentimento com a adoção é retratável até a data da publicação da sentença constitutiva da adoção.
(art. 166, §5º).

V ou F
Joana comparece na Vara da Infância e Juventude e informa intenção de entregar em adoção bebê que
acabou de dar à luz. De acordo com regra expressa no ECA se Luiza, amiga de Joana, fica sabendo da
entrega do bebê, e comparece posteriormente em juízo postulando sua adoção, por ser conhecida da
família, tem preferência em relação aos pretendentes cadastrados.
FALSO. Não se encaixa no art. 50 ECA.
Art. 50. (..) §13. (..) não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando:
I - se tratar de pedido de adoção unilateral;
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
afetividade;
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou
adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e
afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé.

V ou F
Joana comparece na Vara da Infância e Juventude e informa intenção de entregar em adoção bebê que
acabou de dar à luz. De acordo com regra expressa no ECA se o bebê não houver sido registrado, deve o
juiz requisitar a lavratura de seu assento de nascimento e, caso não definido quem seja o pai, deflagrar
processo de averiguação de paternidade.
VERDADEIRO.
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da regularização do
registro civil.
§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico destinado à sua
averiguação(..)

55
§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade
pelo MP se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele
atribuída, a criança for encaminhada para adoção;

Somente o maior de 12 anos deverá ser ouvido para a colocação em família substituta?
O maior de 12 anos deve dar seu consentimento. E sempre que possível a criança ou adolescente deve ser
ouvido por equipe interprofissional e terá sua opinião devidamente considerada.

O adotando deve contar com 18 anos à data do pedido de adoção. Logo, deve-se concluir que nunca um
jovem de 19 anos poderá ser adotado pelo procedimento do ECA?
FALSO. É possível, desde que já esteja sob guarda ou tutela dos adotantes.

Quando poderá ser deferida adoção em favor de candidato não cadastrado previamente?
Nas seguintes hipóteses:
1 - adoção uniIateraI
2 - por parente da criança ou adolescente com quem mantenha vínculo de afinidade.
3 - por quem já tenha a tutela ou guarda Iegal de criança com mais de 3 anos de idade ou adolescente,
desde que presente vínculo de afinidade e afetividade, e não haja má-fé.

TEMAS DIVERSOS

O que se entende por castigo físico para fins do ECA?


Castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança
ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;

O que se entende por tratamento cruel ou degradante para fins do ECA?


Conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.

Tanto crianças como adolescentes necessitam de autorização judicial concedida por meio de alvará para
participarem de espetáculos públicos e seus ensaios.
VERDADEIRO.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
[...] II - a participação de criança e adolescente em: a) espetáculos públicos e seus ensaios.

V ou F
É dever das entidades que executam programa de internação, semiliberdade e liberdade assistida
garantir inserção no mercado de trabalho aos adolescentes por elas atendidos.
FALSO.
Essa incumbência é obrigatória apenas no regime de LIBERDADE ASSISTIDA, devendo, em verdade, ser
observada pelo próprio ORIENTADOR designado.

56
V ou F
Inexistindo conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente no Município, cabe à
autoridade judicial efetuar o registro de entidades não governamentais que executem, na comarca,
programas de acolhimento institucional, bem como efetuar a inscrição de seus programas.
VERDADEIRO
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, os registros, inscrições
e alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a
autoridade judiciária da comarca a que pertencer a entidade.

V OU F
A autoridade judiciária tem competência para disciplinar, por meio de portaria, a entrada e permanência
de crianças e adolescentes em casas de jogos que realizem apostas e em estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere.
FALSO.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere
ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para
que NÃO SEJA PERMITIDA A ENTRADA e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando
aviso para orientação do público.

V ou F
A justiça da infância e da juventude tem competência exclusiva para conhecer das ações de adoção de
criança e adolescentes bem como das ações de destituição do poder familiar.
FALSO.
Apenas quando haja situação de risco.
Art. 148 Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de: b) conhecer de ações de destituição
do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou guarda.

V ou F
Com o advento do ECA, o juiz da Infância e Juventude deixou de exercer atividades fiscalizatórias
diretas, passando a apreciar e julgar ações decorrentes de irregularidades em entidades de
atendimentos constadas pelo Conselho Tutelar, Ministério Público e Defensoria Pública nas inspeções
ordinárias realizadas pelos órgãos.
FALSO.
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serãofiscalizadas pelo
Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.

V ou F
Tem o juiz a competência, concorrentemente com o Conselho Tutelar, de determinar o afastamento da
criança ou adolescente do convívio familiar, cabendo a ambos os órgãos, sempre que optarem pelo
acolhimento institucional, expedir a respectiva guia.
FALSO.

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Art. 101, § 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou
abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente
do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a
pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso,
no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.

V ou F
Pode a União realizar o desenvolvimento e a oferta de programas próprios de atendimento?
FALSO.
São vedados à União o desenvolvimento e a oferta de programas próprios de atendimento.

O que deverá prever, obrigatoriamente, os planos de atendimento socioeducativo?


Deverá prever ações articuladas nas áreas de:
(a) educação
(b) saúde
(c) assistência social
(d) cultura
(e) capacitação para trabalho
(f) esporte.

O que gera o descumprimento dos requisitos obrigatórios para a inscrição do programa de


atendimento?
Sujeita as entidades de atendimento, os órgãos gestores e seus dirigentes à aplicação das medidas
previstas no art. 97 do ECA -> advertência / afastamento provisório ou definitivo dirigentes / fechamento
da unidade / suspensão de verbas / cassação do registro.

V ou F
Marcos, engenheiro, com comprovada experiência no trabalho com adolescentes e de reputação ilibada,
pode ser dirigente de programa de atendimento em regime de semiliberdade ou de internação.
FALSO.
O dirigente precisa ter formação compatível com a natureza da função.

Qual é o prazo máximo de permanência de criança e adolescente em programa de acolhimento


institucional?
Não se prolongará por mais de 2 anos, salvo comprovada necessidade com autorização judicial.

NOVIDADE

#SELIGANANOVIDADE

Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança
e de Adolescente na internet.

Quanto ao tema, saiba que:


 (1) Deve haver autorização judicial fundamentada prevendo os limites para a obtenção da prova,
desde que ouvido o MP;

58
 (2) Será realizada por requerimento do MP ou representação do Delegado;
 (3) O prazo será de 90 dias, mas poderá ser renovado, desde que não exceda 720 dias;
 (4) Cria uma subsidiariedade parecida com da lei de interceptação telefônica, ou seja, a infiltração
será ultima ratio;
 (5) Uma vez concluída a infiltração, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação
deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público,
juntamente com relatório circunstanciado.

DIREITO ELEITORAL

Meus queridos alunos, chegamos, enfim, ao estudo do último tópico de nosso edital. Em
direito eleitoral, você precisa conhecer, com detalhes, a legislação, pois a banca cobra,
exaustivamente, a lei seca. Sendo assim, vamos manter o esquema de perguntas e perguntas,
pois acredito que essa é uma excelente forma de consolidarmos o conteúdo.

Como não nos veremos mais, aproveito para te desejar uma excelente prova no dia 25.06!

Princípios e conceitos básicos eleitorais.

PRINCÍPIO DA ANUALIDADE (ART. 16, CF): A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Incapacidade civil absoluta:


O juiz cível que decretar a interdição deverá comunicar esse fato ao juiz eleitoral ou ao TRE, de maneira
que seja cancelado o alistamento do interditado, com a consequente exclusão do rol de eleitores (CE, art.
71, II e § 2º).

#JURISSAINDODOFORNO #AJUDAMARCINHO:

Além da previsão expressa no Código Penal, a perda do mandato eletivo encontra justificativa
na CF/88. Isso porque, para a pessoa exercer um mandato eletivo, ela precisa estar no pleno
gozo de seus direitos políticos, e o indivíduo condenado criminalmente fica com seus direitos
políticos suspensos enquanto durarem os efeitos da condenação.
Tal conclusão está prevista expressamente no art. 15, III c/c art. 14, § 3º, II da CF/88: Art. 15. É
vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: III –
condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; Art. 14 (...) § 3º
São condições de elegibilidade, na forma da lei: II – o pleno exercício dos direitos políticos; A
grande controvérsia reside no caso de condenação criminal de Deputados Federais e
Senadores.
A discussão jurídica é a seguinte: a condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por
si só, para acarretar a perda do mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador? Se o STF
condenar um parlamentar federal e decidir que ele deverá perder o cargo, isso ainda
dependerá de uma deliberação (decisão) da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
respectivamente? Existem três correntes principais a respeito do tema.

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Qual é a posição que devo adotar em concursos? O tema ainda não está pacificado no STF. No
entanto, para fins de concurso, penso que se deve adotar a corrente do julgado 863 do STF,
porque se trata do julgado mais recente. Veja a conclusão resumida do julgado. Se o STF
condenar um parlamentar federal e decidir que ele deverá perder o cargo, isso acontece
imediatamente ou depende de uma deliberação da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal respectivamente?
• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a
perda do cargo será uma consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à
Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que houve a perda (sem poder
discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88.
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou
semiaberto: a condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário
da Câmara ou do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado
deverá ou não perder o mandato. STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 2/5/2017 (Info 863).

Súmula no 9 do TSE: “A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em


julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou prova de
reparação de danos”.

Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado:


 O artigo 12, § 4º, I, da Constituição determina a perda da nacionalidade do brasileiro naturalizado que
tiver cancelada sua naturalização em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
 Somente por decisão judicial se pode cancelar naturalização.
 É da Justiça Federal a competência para as causas referentes à nacionalidade e à naturalização (CF, art.
109, X).
 O Ministério Público Federal tem legitimidade para “promover ação visando ao cancelamento de
naturalização, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional” (LC no 75/90, art. 6º, IX).

Justiça Eleitoral e competência


A Justiça Eleitoral apresenta natureza federal, sendo mantida pela União. Seus servidores são federais.
Seu orçamento é aprovado pelo Congresso Nacional. Em matéria criminal, é a Polícia Judiciária Federal
que detém atribuições para instaurar e conduzir inquéritos policiais com vistas à apuração de crimes
eleitorais, o que é feito corriqueiramente.

#SELIGANASÚMULA:

Súmula 374 STJ: Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para anular débito decorrente de
multa eleitoral.

Súmula 368 STJ: Compete à Justiça comum estadual processar e julgar os pedidos de retificação de
dados cadastrais da Justiça Eleitoral.

A Justiça Eleitoral desempenha várias funções, notadamente as seguintes: administrativa,


jurisdicional, normativa e consultiva.

60
O que se entende por processo eleitoral para fins do princípio da anualidade ou da anterioridade
eleitoral?
Três entendimentos.
1º -> norma para apuração de votos - diz respeito apenas a interpretação da vontade do eleitor.
2º -> seriam as normas de caráter instrumental e não as que tratam de direito material.
3º -> Visa apenas impedir alterações casuísticas condenáveis.
Atual posicionamento STF: Proc. Eleitoral -> é o complexo de atos que visa receber e transmitir a vontade
do povo, sendo o art. 16 - garantia fundamental dos eleitores e candidatos - Princípio da confiança -
proteção das minorias - garantia do processo legal eleitoral.

#OLHOOGANCHO: Segundo o STF, no julgamento RE 637.485, julgado em 2013, entendeu que as


chamadas viradas jurisprudenciais que alterem o entendimento das Cortes sobre o processo eleitoral
devem observância ao princípio da segurança jurídica, que está esculpido no art. 16 da CF/88. Com efeito,
as decisões do TSE no curso do pleito (ou logo após o encerramento), que impliquem alteração de
jurisprudência, não tem aplicabilidade imediata, mas, tão somente, em outros pleitos eleitorais.

Qual a natureza jurídica quanto a espécie normativa do Código Eleitoral?


Foi recepcionado com dupla natureza: LC e LO. Na parte que disciplina a organização e competência da
Justiça, foi recepcionado como lei material complementar (STF. MS 26.604, J. 4-10-2007, P, DJE DE 3-10-
2008) e o restante foi recepcionado como lei ordinária.

Quantos códigos eleitorais o Brasil já teve?


Majoritário (Joel Cândido) - foram quatro.
1 - 1932 - D21.076 2 - 1935 - L48 3 - 1950 - L1164. 4 - 1965 - L4.737
Minoritário (Pinto Ferreira) - 5 -> agrega o DL 7.586/45 que não se auto denomina Código, mas por sua
relevância pode-se assim considerar, já que fez renascer a Justiça Eleitoral no Brasil que fora extinta na
CR37.

Estado membro pode legislar sobre plebiscito?


Competência privativa da União art. 22, inc. I - inclui eleitoral.
Porém quanto ao plebiscito trata-se de mecanismo de democracia direta onde Estados e DF podem
legislar especificamente e supletivamente.
STF diferencia direito eleitoral sentido estrito de matéria política.

Qual o prazo para a ação rescisória eleitoral e quais são seus legitimados?
120 dias da decisão irrecorrível. Partidos / coligações / candidatos / MP

Quais as fases do processo eleitoral?


1 - Alistamento eleitoral 2 - Registro dos candidatos. 3 - Atos preparatórios a votação (ex. distribuição de
seções eleitorais) 4 - votação 5 - apuração 6 - diplomação

Resolução do TSE pode alterar o Código Eleitoral?


Depende. Res. TSE tem força de lei ordinária podendo alterar a parte do CE que tem essa natureza, ou seja
a que não versa sobre competência.

Lei que altera processo eleitoral entrara em vigor quando?

61
Na data de sua publicação. Só que não se aplicará a eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência.

Qual a natureza da Democracia? Quais seus princípios basilares?


Democracia tem natureza de regime político tendo três princípios basilares. 1) Supremacia popular. 2)
Preservação da liberdade. 3) Igualdade de direitos.

O que é o princípio da imediaticidade do sufrágio?


O voto deve resultar imediatamente da vontade do eleitor, sem intermediários.

Condições De Elegibilidade E Inelegibilidade

Como se divide a capacidade eleitoral?


1 – Ativa: é o direito de o cidadão participar como eleitor de eleições e consultas populares, bem como
propor ação popular e outras prerrogativas decorrente do sufrágio.
2 – Passiva: capacidade de ser votado, pleiteando mandatos populares, ligando-se as condições de
elegibilidade e causas de inelegibilidade.

Diferencie condições de elegibilidade das causas de inelegibilidade.


Pela Teoria Clássica (majoritária – adotar em prova, salvo questionamento específico): condição de
elegibilidade são condições fixadas em lei para que se possa concorrer a uma eleição. Pré-requisitos para a
candidatura. Já a inelegibilidade (aspecto negativo) são impedimentos que restringem a capacidade
eleitoral passiva que se não afastados por quem preencha os pressupostos de elegibilidade obstam a que
concorra a eleições.
Teoria de Adriano Soares – condições de elegibilidade e causas de inelegibilidade são na verdade faces da
mesma moeda sendo verdadeiras condições de registrabilidade.

Quais as condições de elegibilidade previstas na Constituição?


Nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicilio eleitoral na
circunscrição, filiação partidária e idade mínima para o cargo.
Obs. Mera lei ordinária pode prever condições de elegibilidade. Já as hipóteses de inelegibilidade devem
estar na Constituição Federal ou em Lei Complementar.

Quais as hipóteses de inelegibilidade previstas na Constituição.


Inalistáveis e analfabetos.

V ou F. As hipóteses de inelegibilidade podem ser arguidas at o prazo da ação de impugnação de


registro de candidatura (AIRC).
FALSO - As inelegibilidades constitucionais podem ser arguidas mesmo após o prazo para ajuizar AIRC, ao
contrário das infraconstitucionais que encontram esse limite temporal. Atente ao que a questão falar.

Menores de 16 podem se alistar desde que na data da eleição tenham completado 16 anos, da mesma
forma os que tiveram seus direitos políticos perdidos ou suspensos.

62
V ou F. A inelegibilidade acarreta a inalistabilidade. FALSO. A inelegibilidade atinge só a capacidade
passiva, a inalistabilidade diz respeito à ativa.

TA E A DAS IDADES MÍNIMAS.


1 – PR – SR: 35
2 – GOVERNADOR: 30
3 – DEPUTADO – PREFEITO – JUIZ DE PAZ: 21
4 – VEREADOR: 18

Quando deve ser aferida a idade mínima para o cargo a que se pretenda concorrer?
Pelo art. 11 §2º da 9.504 (lei eleições) com nova redação dada pela 13.165/15 – a regra é a data da posse,
mas no caso de vereador (menor de 18 anos) a idade deve ser aferida para a data-limite do pedido de
registro da candidatura.

Lembre-se que em regra o estrangeiro não tem capacidade passiva ou ativa, mas por conta do tratado da
amizade, os Portugueses que aqui residirem podem ter tanto a ativa quanto a passiva.

Como o TSE interpreta a capacidade eleitoral passiva do analfabeto funcional?


“Na escola sempre sentei no fundo da sala, pois no fundo no fundo todos somos uma boa pessoa.”
Deputado Tiririca. Nesse tema lembre-se das manchetes em que o MP questionava ser o atual deputado
analfabeto.
Pode ser eleito analfabeto funcional. Havendo dúvida fundada acerca do analfabetismo pode ser
realizado teste de alfabetização, desde que individualmente para evitar constrangimentos.
Analfabeto funcional é aquele que mesmo com grande dificuldade consegue ler um texto e fazer uma
interpretação básica deste.

Quais as espécies de inelegibilidade?


RELATIVAS E ABSOLUTAS.
Relativas – para determinados cargos. Decorrem de motivos funcionais e parentesco.
Absolutas – para qualquer cargo.
COMINADAS E INATAS.
Cominadas – inelegibilidade sanção. Decorrem de ilícitos. Podem ser simples quando para uma única
eleição ou potenciadas quando para eleições futuras.
Inatas – visam equilíbrio das disputas e moralidade administrativa. Decorrem de parentesco ou exercício
de determinados cargos.

É possível a reeleição em cargos eletivos?


Sim, no caso do Poder Legislativo, é possível as reeleições subsequentes indefinidamente. Já para o Poder
Executivo essa não era possível na CR88, mas com a EC 16/97 os chefes do executivo podem se reeleger
por um único período subsequente.

“Vice” dos chefes do executivo podem se reeleger?


Para esses sempre foi possível a reeleição desde CR 1946, mas o atual entendimento é que esses não
podem exercer tais cargos por três vezes consecutivas.

63
Prefeito já reeleito poderia disputar uma terceira eleição municipal consecutiva em outro município?
O TSE entende que não. Seria o caso do prefeito itinerante, que é uma forma indevida de perpetuação no
poder. Haveria a perpetuação do poder e apoderamento de unidades federadas para a formação de clãs
políticos e hegemonias familiares.

Como se dá a desincompati ilização dos chefes do executivo?


Art. 14 §6º CF diz que devem renunciar 6 meses antes do pleito.
LC 64 prevê outras regras de desincompatibilização.
ATEN O – para concorrer ao mesmo cargo não precisa (reeleição).

Vice-Governador tem que se desincompatibilizar para concorrer a Senador?


Não. A regra é apenas para os titulares. Mas esses não podem nos 6 meses anteriores ao pleito
assumirem, seja por substituição ou sucessão, o cargo do titular.

V ou F. O Chefe do poder executivo pode licenciar-se de seu cargo, 6 meses antes, querendo concorrer a
outro, para após, se for indicado em convenção converter esta licença em renúncia.
Não. Res. 21.053 TSE – não atende o disposto do art. 14 § 6º o chefe do executivo licenciar-se e tentar
converter essa licença em renúncia.

V ou F. Pela jurisprudência do TSE, o vice que passou a ser chefe do Poder Executivo somente disputa
reeleição se pleiteia o cargo de titular que ocupa por sucessão.
VERDADEIRO. A Sucessão é definitiva. O Vice passa a ser realmente o chefe do executivo, diferente da
substituição que é temporária.

V ou F. São inelegíveis no territ rio de jurisdição do titular o c njuge e os parentes consanguíneos ou


afins at o terceiro grau ou por adoção.
FALSO. É até o 2º grau apenas. Art. 14, §7 da CF.

Qual o nome que recebe a inelegibilidade decorrente de parentesco?


Inelegibilidade reflexa.

V ou F. São inelegíveis o c njuge e os parentes consanguíneos ou afins at o segundo grau ou por


adoção, dos senadores e deputados.
FALSO. Apenas para os chefes do executivo.

V ou F. Esposa de prefeito pode ser candidata a prefeita ou vereadora de outro município brasileiro,
onde tenha domicílio eleitoral, uma vez que a inelegibilidade apenas no territ rio de jurisdição de
prefeito.
VERDADEIRO. Não confunda com o raciocínio do prefeito itinerante.

V ou F. Parentes do prefeito podem ser candidatos a deputados no mesmo estado deste sem que tal fato
gere inelegibilidade reflexa.
VERDADEIRO. Isso porque o território de “jurisdição” do prefeito é menor do que a circunscrição das
eleições para deputado estadual.

64
A Res. 21.79 do TSE prevê que mesmo havendo separação de fato, ou mesmo divórcio durante o curso
do mandato, tal fato não impede a inelegibilidade reflexa.

SÚMULA VINCULANTE 18 DO STF: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do


mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

João e Marcela são namorados. Joao prefeito. Marcela pode se candidatar a vereadora nesse
município?
Sim, o TSE entende que a união estável atrai a inelegibilidade reflexa, bem como a união homoafetiva. No
entanto, o mero namoro não se enquadra na hipótese.

A LC 135/10 alterou LC 64 fazendo diversas alterações sobre inelegibilidade. A referida lei chamada de
“Ficha Limpa”, substituiu diversas penas de 3 anos para anos, bem como possibilitando a inelegibilidade
por decisões colegiadas sem trânsito em julgado. Quais as conclusões dos Tribunais Superiores acerca das
inconstitucionalidades arguidas em relação a este diploma?
1 – Quanto à ausência do trânsito em julgado haveria uma flexibilização da presunção de inocência
ponderando este com a moralidade eleitoral.
2 – Princípio da anualidade eleitoral. Apesar de inicialmente entender que se aplicaria as eleições de 2010
por não dispor sobre privilégios e desequilíbrios eleitorais, o STF voltou atrás com a entrada do ministro
Fux no STF, prestigiando a segurança jurídica.

V ou F. A inelegibilidade dos que forem condenados por crimes contra a Administração Pública e o
patrimônio público, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, prevista
pela Lei da Ficha Limpa, não se aplica aos crimes culposos.
A inelegibilidade dos que forem condenados por crimes contra a administração pública e o patrim nio
público, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, prevista pela Lei da
Ficha Limpa, não se aplica aos crimes culposos.
Base legal: Art. 1º, I, "e", LC/90. A inelegibilidade prevista na alínea "e" do inciso I deste artigo não se aplica
aos crimes culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de
ação penal privada

V ou F. A jurisprudência do TSE vem se firmando no sentido de que membro do Ministério Público que
ingressou na instituição depois da CRFB, porém antes da EC n. 45/2004 (que estendeu ao parquet as
mesmas regras de inelegibilidade destinadas aos magistrados), possui direito adquirido candidatura.
FALSO. Para o TSE, a vedação trazida pela EC n. 45/04 do exercício de atividade político-partidária, aplica-
se IMEDIATAMENTE, ou seja, pouco importa se o ingresso do membro do MP se deu antes ou depois da
referida emenda. Logo, o afastamento deverá ser DEFINITIVO para ambos os casos. A única exceção é
para quem entrou na carreira ANTES da promulgação da CF/88 e optar, a qualquer tempo, pelo regime
anterior.

O que heterodesincompati ilização?


Segundo orientação do TSE, se o titular do mandato eletivo se afastar definitivamente do cargo seis
meses antes das eleições e não se candidatar à reeleição evitará a inelegibilidade dos respectivos
parentes. Tal fen meno é conhecido no meio jurídico por heterodesincompatibilização.

65
considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa todo aquele que for condenado por decisão de órgão
judicial colegiado pela prática de improbidade?
Art. 1º, L da LC 64 – diz que são inelegíveis: L) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos,
em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ATO DOLOSO de
improbidade administrativa que importe LES O AO PATRIM NIO P LICO E ENRI UECIMENTO IL CITO,
desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o
cumprimento da pena.

Condenação por crime eleitoral sujeito a multa gera inelegibilidade pela LC 64?
Não. Tem que ser crimes eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade.

V ou F. Para que um partido político possa participar das eleiç es, preciso que “at seis meses antes do
pleito tenha registrado seu estatuto no Tri unal Regional Eleitoral”, e ainda, “tenha at a data da
convenção rgão de direção constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto”.
Falso. Poderá participar das eleições o partido que, até um ano antes do pleito, tenha registrado seu
estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha, até a data da convenção,
órgão de direção constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto.

Cada partido ou coligação deverá reservar um quantum para a candidatura de cada sexo. ual seria
esse?
Cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo de 30 e o máximo de 70% para candidatura de cada
sexo.

LC 64 - Art. 17. É facultado ao partido político ou coligação que requerer o registro de candidato
considerando inelegível dar-lhe substituto, mesmo que a decisão passada em julgado tenha sido proferida
após o termo final do prazo de registro, caso em que a respectiva Comissão Executiva do Partido fará a
escolha do candidato.

LC no 64 (Lei de Ilegibilidade), Art. 8° Nos pedidos de registro de candidatos a eleições municipais, o Juiz
Eleitoral apresentará a sentença em cartório 3 (três) dias após a conclusão dos autos, passando a correr
deste momento o prazo de 3 (três) dias para a interposição de recurso para o Tribunal Regional Eleitoral.

Tanto os militares quanto os servidores civis estão sujeitos ao prazo de 1 ano de domicílio na
circunscrição eleitoral como condição de elegibilidade. A única exceção que existe para essas pessoas é
no caso de transferência do título eleitoral. Reza o Art. 55 do Código eleitoral que a transferência de
títulos de uma localidade para outra só pode ocorrer após um ano da inscrição primitiva. Todavia,
tratando-se da transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro
de sua família, por motivo de remoção ou transferência tal, regra não se aplica. (Art. 55, §2º).

Brasileiro naturalizado pode ser ministro de Estado?


SIM. Desde que não seja Ministro da Defesa.

A LC64 traz uma série de crimes dolosos que geram a inelegibilidade após decisão transitada em julgado
ou por órgão judicial colegiado - qual o prazo?

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Cumprida a pena, conta-se 8 anos.

Administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos da Administração Pública
direta e indireta que tenham suas contas rejeitadas por irregularidade INSANÁVEL - que configure ato
DOLOSO de improbidade e decidida por decisão IRRECORRIVEL de órgão competente - tem qual prazo
de inelegibilidade?
Pega-se a data da decisão. Eleições que se realizem 8 anos após tal data.

Detentores de cargos na Administração Pública que beneficiarem a si ou terceiros por: abuso do poder
econômico ou poder político e sejam assim condenados por decisão transitada em julgado ou por órgão
colegiado judicial. Qual o prazo de inelegibilidade?
Para a eleição a qual concorreram ou que tenham sido diplomados e as que se realizem nos 8 anos
seguintes.

Em estabelecimentos de crédito e seguro que estejam em liquidação judicial ou extrajudicial os que


tenham sido ocupantes nos 12 meses antes de funções de direção. Quanto tempo são inelegíveis?
Enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade na liquidação.

Presidente que renuncie ao mandato ficara inelegível durante o período remanescente de seu mandato
e nos 8 anos subsequentes ao termino da legislatura?
Depende da renúncia. Se for para fim de desincompatibilização não gera a inelegibilidade. Se renunciar
para fins de evitar representação capaz de autorizar processo por infringência a dispositivo da CF, ficara
inelegível.

Advogado excluído do quadro da OAB pode se sujeitar a inelegibilidade?


SIM. Qualquer profissional liberal excluído por decisão sancionatória do órgão profissional em
decorrência de infração ético- profissional, ficará inelegível pelo prazo de 8 anos.

"A" prefeito de ITABI - "B" e sua esposa. Para que esta se candidate a vereadora neste município,
obrigatoriamente terá "A" que se desencompatibilizar 6 meses antes do pleito?
Em regra, sim, salvo se sua esposa já for detentora de mandato eletivo e for candidata à reeleição.

#DEOLHONASSÚMULAS

O TSE, recentemente, editou diversas súmulas, as quais poderão ser exigidas na sua prova.
Portanto, atenção para não errar.

 SÚMULA 05 TSE: Serventuário de Cartório, celetista, não se inclui na exigência do art. 1º, II, “l”,
da Lei Compl. 64/90.

 SÚMULA 06 TSE: São inelegíveis para o cargo de Chefe do Executivo o cônjuge e os parentes,
indicados no § 7º do art. 14 da Constituição Federal, do titular do minandato, salvo se este,
reelegível, tenha falecido, renunciado ou se afastado definitivamente do cargo até seis meses
antes do pleito.

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 SÚMULA 09 TSE: A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal
transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de
reabilitação ou de prova de reparação dos danos.

 SÚMULA 12 TSE: São inelegíveis, no Município desmembrado e ainda não instalado, o cônjuge e
os parentes consaguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Prefeito do
Município-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato eletivo.

 SÚMULA 13 TSE: Não é autoaplicável o § 9º, art. 14, da Constituição, com a redação da Emenda
Constitucional de Revisão 4/94.

 SÚMULA 15 TSE: O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de
comprovar a condição de alfabetizado do candidato.

 SÚMULA 19 TSE: O prazo de INELEGIBILIDADE decorrente da condenação por ABUSO DO


PODER ECONÔMICO ou POLÍTICO tem início no dia da eleição em que este se verificou e finda
no dia de igual número no oitavo ano seguinte (Lei Complementar 64/1990, art. 22, XIV).

 SÚMULA 41 TSE: Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões
proferidas por outros Órgãos do Judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de
inelegibilidade.

 SÚMULA 44 TSE: O disposto no art. 26-C da LC no 64/90 não afasta o poder geral de cautela
conferido ao magistrado pelo Código de Processo Civil.

 SÚMULA 49 TSE: O prazo de 05 dias, previsto no art. 3o da LC no 64/90, para o Ministério


Público impugnar o registro inicia-se com a PUBLICAÇÃO DO EDITAL, caso em que é
excepcionada a regra que determina a sua intimação pessoal.

 SÚMULA 50 TSE: O pagamento da multa eleitoral pelo candidato ou a comprovação do


cumprimento regular de seu parcelamento após o pedido de registro, mas antes do julgamento
respectivo, afasta a ausência de quitação eleitoral.

 SÚMULA 54 TSE: A desincompatibilização de servidor público que possui cargo em comissão é


de 03 meses antes do pleito e pressupõe a exoneração do cargo comissionado, e não apenas
seu afastamento de fato.

 SÚMULA 59 TSE: O RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA pela


Justiça Comum não afasta a inelegibilidade prevista no art. 1o, I, e, da LC no 64/90, porquanto
não extingue os efeitos secundários da condenação.

 SÚMULA 60 TSE: O prazo da causa de inelegibilidade prevista no art. 1o, I, e, da LC no 64/90


deve ser contado a partir da data em que ocorrida a prescrição da pretensão executória e não
do momento da sua declaração judicial.

 SÚMULA 61 TSE: O prazo concernente à hipótese de inelegibilidade prevista no art. 1o, I, e, da


LC no 64/90 projeta-se por oito anos após o cumprimento da pena, seja ela privativa de
liberdade, restritiva de direito ou multa.

 SÚMULA 66 TSE: A incidência do § 2o do art. 26-C da LC no 64/90 não acarreta o imediato


indeferimento do registro ou o cancelamento do diploma, sendo necessário o exame da

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presença de todos os requisitos essenciais à configuração da inelegibilidade, observados os
princípios do contraditório e da ampla defesa.

 SÚMULA 69 TSE: Os prazos de inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do inciso I do art. 1o da


LC no 64/90 têm termo inicial no dia do primeiro turno da eleição e termo final no dia de igual
número no oitavo ano seguinte.

 SÚMULA 70 TSE: O encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui


fato superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do art. 11, § 10, da Lei
no 9.504/97.

REGISTRO DE CANDIDATURAS. IMPUGNAÇÕES AO REGISTRO DE CANDIDATURAS

Art. 27 […] § 12. As condiç es de elegi ilidade e as causas de inelegi ilidade devem ser aferidas no
momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou
jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade (Lei no 9.504/1997, art. 11, § 10). § 13.
As ressalvas previstas no § 12 também se aplicam às hipóteses em que seja afastada a ausência de
condiç es de elegi ilidade. ” De maneira que a ausência de “condição de elegi ilidade” existente
quando do pedido de registro de candidatura deve ser desconsiderada se, após aquele momento, não
subsistir, devendo, ao final, haver o deferimento do pedido de registro de candidatura.

Súmula 3 do TSE: “No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o
suprimento de defeito da instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado o
indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário.” Tornou-se pacífico esse entendimento: “1. A
jurisprudência deste Tribunal admite a apresentação de documento faltante até a oposição de embargos
de declaração na instância ordinária, desde que não tenha sido aberto o prazo de 72 horas previsto no art.
32 da Res. – TSE no 23.373/2011. […].” (TSE – AgR-REspe no 27609/RJ – PSS 27-9-2012).

Súmula 11-TSE: No processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem
legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional.

O militar, para candidatar-se, não precisa estar filiado a partido político. Exige-se, no entanto, que seja
escolhido em convenção partidária.

O Plenário do STF reconheceu que o Ministério Público Eleitoral possui legitimidade para recorrer de
decisão que deferiu registro de candidatura, mesmo que não tenha apresentado impugnação ao pedido
inicial desse registro.
O STF, com essa decisão, modifica a posição até então dominante no TSE inclusive constante de verbete
(N.11).

O Ministério Público Eleitoral, qualquer candidato, partido político ou coligação podem impugnar
(contestar) os registros. Qual é esse prazo?
O prazo para essa impugnação é de cinco dias após a publicação do edital com o nome dos candidatos
ofertados por partidos e coligações feita na Justiça Eleitoral.

69
O Código Eleitoral tinha previsto que qualquer eleitor poderia impugnar candidaturas, a LC nº 64/90 não
previu essa possibilidade, derrogando aquela norma.
O cidadão poderá dar conhecimento ao Ministério Público quando souber de alguma causa impeditiva
da candidatura.

Por ser matéria de ordem pública, no processo de registro é dado ao órgão judicial afirmar de ofício a
ausência de condição de elegibilidade. Também a pessoa legitimada pode impugnar o pedido de
registro, valendo-se, para tanto, da ação de impugnação de registro de candidatura – AIRC.

A ausência de condição de elegibilidade pode acarretar negação do registro de candidatura ou sua


cassação na superior instância da Justiça Eleitoral, se já tiver sido deferido (LC no 64/90, art. 15).

Caso a falta de condição de elegibilidade não seja arguida na ocasião do registro, e o candidato venha a
ser eleito, poderá ter seu diploma impugnado via recurso contra expedição de diploma (RCED),
conforme prevê o artigo 262 do CE, com a redação dada pela Lei no 12.891/ 2013.

É facultado ao partido político ou à coligação substituir candidato que tiver seu registro indeferido,
inclusive por inelegibilidade, cancelado ou cassado, ou, ainda, que renunciar ou falecer após o termo
final do prazo do registro (Lei n° 9.504/97, art. 13, caput; LC n° 64/90, art. 17; Código Eleitoral, art. 101, §
10). O pedido de registro do substituto deve ser feito até 10 dias contados do fato ou da notificação do
partido da decisão judicial que deu origem à substituição (Lei n° 9.504/97, art. 13, § 1°). A substituição
poderá ser requerida até 20 dias antes do pleito, exceto no caso de falecimento, quando poderá ser
solicitada mesmo após esse prazo (art.61, § 2º, da Resolução nº 23.405/14)

Perda superveniente de condição de elegibilidade: em razão do relevante interesse público que se


encontra em jogo, impõe-se que a Justiça Eleitoral possa cancelar o registro de candidatura ou, pelo
menos, que se admita a legitimidade ativa do Parquet eleitoral para pleitear tal cancelamento sempre
que houver perda superveniente de condição de elegibilidade. De todo modo, no caso de cancelamento,
é preciso lembrar que, por força do artigo 5º, LIV, da Lei Maior, o ato respectivo deve ser precedido de
processo próprio, no qual seja o interessado cientificado para, querendo, se defender. Sendo ferido
direito líquido e certo, pode-se cogitar a impetração de mandado de segurança.

No que concerne à negação de diploma, vale registrar que a impugnação à diplomação é feita pelo
recurso contra expedição de diploma (RCED), previsto no art. 262 do CE.
A Lei no 12.891/2013 conferiu nova redação a esse dispositivo, prevendo expressamente, o cabimento de
RCED no caso de “falta de condição de elegi ilidade”. Devido sua natureza constitucional, essa mat ria
não se submete à preclusão temporal. Logo, poderá ser arguida tanto a falta de condição de
elegibilidade já existente na fase de registro de candidatura, quanto a surgida posteriormente.

70
PROPAGANDA ELEITORAL
A reforma eleitoral promovida pela Lei nº 13.165/2015 mudou outras regras sobre propaganda
eleitoral. Veja, no quadro a seguir, como estava disciplinada a realização de propaganda eleitoral nas
eleições municipais de 2016:

CAVALETES, BONECOS, CARTAZES E BANDEIRAS MÓVEIS


O QUE PODE O QUE NÃO PODE
É permitida a colocação de mesas para a É vedada a veiculação na propaganda de
distribuição de material de campanha e a qualquer natureza, inclusive pichação,
utilização de bandeiras ao longo das vias estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e
Públicas, desde que móveis e que não assemelhados nos bens cujo uso dependa de
dificultem o bom andamento do trânsito de cessão ou permissão do poder público, ou que
pessoas e veículos. Devem ser colocados e a ele pertençam, e nos bens de uso como,
retirados entre as 6h e as 22h. inclusive postes de iluminação pública,
sinalização de tráfego, viadutos, passarelas,
pontes, paradas de ônibus, e outros
equipamentos urbanos, bem como em árvores
e nos jardins localizados em áreas públicas,
muros, cercas e tapumes divisórios.

Atenção: bens de uso comum, para fins


eleitorais, são aqueles a que a população geral
tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas,
centros comerciais, templos, ginásios, estádios,
ainda que de propriedade privada.

FAIXAS, PLACAS, CARTAZES, PINTURAS OU INSCRIÇÕES EM PAREDES OU MUROS


O QUE PODE O QUE NÃO PODE
Pode ser realizada propaganda eleitoral apenas
em adesivo ou papel, observado o limite Não é permitida a propaganda mediante faixas,
máximo de 0,5m², desde que seja feita em bens placas, cartazes, pinturas ou inscrições.
particulares, independentemente de licença A propaganda nos bens particulares deve ser
municipal ou autorização da Justiça Eleitoral. gratuita e espontânea, sendo proibida a troca
Partidos e coligações podem inscrever o nome oferecimento de dinheiro ou qualquer tipo de
que os designa na fachada de suas sedes e pagamento pelo espaço utilizado.
dependências

OUTDOORS
É totalmente proibida a propaganda eleitoral mediante outdoors, inclusive eletrônicos,
sujeitando-se a empresa responsável, os partidos, as coligações e os candidatos à imediata
retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no valor de R$ 5.000 (cinco mil reais) a
R$ 15.000 (quinze mil reais).

71
DISTRIBUIÇÃO DE FOLHETOS E OUTROS IMPRESSOS (SANTINHOS)
O QUE PODE O QUE NÃO PODE
Material gráfico pode ser distribuído até as 22 No dia das eleições, é proibido o derrame ou a
horas da véspera da eleição e não depende da anuência com o derrame de material de
obtenção de licença municipal e de autorização propaganda (santinhos) no local de votação ou
da Justiça Eleitoral. nas vias próximas, ainda que realizado na
Todo material impresso de campanha deverá véspera da eleição, sujeitando-se o infrator à
conter o número de inscrição no Cadastro multa, sem prejuízo da apuração de crime
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o eleitoral. De acordo com a Resolução TSE º
número de inscrição no Cadastro de Pessoas 23.457/2015, que acolheu sugestão apresentada
Físicas (CPF) do responsável pela confecção, pelo Ministério Público Eleitoral.
bem como de quem a contratou, e a respectiva
triagem. Também no dia das eleições, é vedada a
arregimentação de eleitor ou a propaganda de
boca de urna e a divulgação de qualquer
espécie de propaganda, ressalvada a
manifestação individual e silenciosa da
preferência do eleitor por partido político,
coligação ou candidato, revelada
exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches,
dísticos e adesivos (Lei nº 9504/97, art. 39-A,
caput).

COMÍCIOS
O QUE PODE O QUE NÃO PODE
Podem ser realizados entre os dias 16 de agosto É proibida a realização de showmício ou de
e 1º de outubro (art. 240 do CE), das 8h às 24h, evento assemelhado e apresentação,
com exceção do comício de encerramento da remunerada ou não, de artistas com a
campanha, que poderá ser prorrogado por mais finalidade de animar comício e reunião eleitoral
2 horas. Também podem ser utilizadas
aparelhagem de sonorização fixa e trio elétrico,
este desde que permaneça parado durante o
evento, servindo como mero suporte para
divulgação de jingles e mensagens do
candidato.

AUTO-FALANTES OU AMPLIFICADORES DE SOM


O QUE PODE O QUE NÃO PODE
A partir do dia 16 de agosto até a véspera das Os alto-falantes só podem funcionar a mais de
eleições, entre as 8h e as 22h, partidos e 200 metros das sedes dos poderes Executivo e
coligações podem instalar e fazer funcionar Legislativo da União, dos Estados, do Distrito
alto-falantes ou amplificadores de som em sua Federal e dos municípios, das sedes dos órgãos
sede e dependência, em veículos seus ou à sua judiciais, dos quartéis e de outros
disposição. estabelecimentos militares, dos hospitais e
casas de saúde, das escolas, bibliotecas

72
públicas, igrejas e teatros, quando em
funcionamento.

CAMINHADA, CARRETA E PASSEATA


O QUE PODE O QUE NÃO PODE
Podem ser realizadas a partir do dia 16 de É proibida a utilização dos microfones do
agosto até as 22 horas da véspera das eleições. evento para transformar o ato em comício.
Também é permitido a distribuição de material Além disso, devem ser realizadas a uma
gráfico e o uso de carro de som que transite distância mínima de 200 metros de órgãos
pela cidade divulgando jingles ou mensagens públicos (nos moldes do que vale para alto-
de candidatos. falantes e amplificadores de som).
Considera-se carro de som qualquer veículo,
motorizado ou não, ou ainda tracionado por
animais, que transite divulgando jingles ou
mensagens de candidatos.
No dia das eleições, é permitida apenas a
manifestação individual e silenciosa da
preferência do eleitor por determinado partido
ou candidato, revelada pelo uso
exclusivamente de bandeiras, broches e
adesivos.

CAMISETAS, CHAVEIROS, BONÉS, CANETAS E BRINDES


O QUE PODE O QUE NÃO PODE
É permitida sua comercialização pelos partidos É proibida a confecção, utilização ou
políticos e coligações, desde que não distribuição realizada por comitê de candidato
contenham nome ou número de candidato nem ou com a sua autorização durante a campanha
especificação de cargo em disputa. Essa eleitoral. Essa vedação também vale para
restrição também vale para qualquer outro quaisquer outros bens ou matérias que possam
material de divulgação institucional. proporcionar vantagens ao eleitor.

RÁDIO E TELEVISÃO
O QUE PODE O QUE NÃO PODE
Podem veicular apenas a propaganda eleitoral É vedada a transmissão ao vivo por emissoras
gratuita, nos 35 dias anteriores à antevéspera de rádio e televisão das prévias partidárias,
da eleição (art. 47 da Lei nº 9605/97) sem prejuízo da cobertura dos meios de
comunicação social.

A partir do dia 30 de junho, é proibido às


emissoras de rádio e televisão transmitires
programas apresentados por pré-candidato,
posteriormente escolhido em convenção.

A partir do dia 5 de agosto, ou após a


realização da convenção para escolha dos
candidatos, é vedado às emissoras de rádio e

73
televisão, em sua programação normal e em
seu noticiário: 1) transmitir, ainda que sob a
forma de entrevista jornalística, imagens de
realização de pesquisa ou qualquer outro tipo
de consulta popular de natureza eleitoral em
que seja possível identificar o entrevistado ou
em que haja manipulação de dados; 2) usar
trucagem, montagem ou outro recurso de
áudio ou vídeo que, de qualquer forma,
degradem ou ridicularizem candidato, partido
ou coligação, ou produzir ou veicular
programa com esse efeito; 3) veicular
propaganda política ou difundir opinião
favorável ou contrária a candidato, partido,
coligação, a seus órgãos ou representantes;
4) dar tratamento privilegiado a candidato,
partido ou coligação; 5) veicular ou divulgar
filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro
programa com alusão ou crítica a candidato
ou partido político, mesmo que
dissimuladamente, exceto programas
jornalísticos ou debates políticos; 6) divulgar
nome de programa que se refira a candidato
escolhido em convenção, ainda quando
preexistente, inclusive se coincidente com o
nome do candidato ou com a variação
nominal por ele adotada. Sendo o nome do
programa o mesmo que o do candidato, fica
proibida a sua divulgação, sob pena de
cancelamento do respectivo registro

INTERNET
O QUE PODE O QUE NÃO PODE
Pode ser feita propaganda eleitoral, a partir do É proibido qualquer tipo de propaganda
dia 16 de agosto, em sites de partidos e eleitoral paga na internet. Também não é
candidatos, desde que comunicados à Justiça permitida propaganda em sites de pessoas
Eleitoral e hospedados em provedores jurídicas, em portais de notícias, com ou sem
estabelecidos no Brasil. É permitida também a fins lucrativos, e em sites oficiais ou
propaganda eleitoral por meio de blogues, hospedados por órgãos ou entidades da
redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter administração pública. São vedadas ao
etc.) e sites de mensagens instantâneas. As provedor de conteúdo ou de serviços de
propagandas eleitorais veiculadas por e-mail multimídia a utilização, doação ou cessão e a
são permitidas, mas deverão conter mecanismo venda de cadastro eletrônico de seus clientes
que possibilite ao destinatário solicitar seu em favor de candidatos, partidos ou coligações
descadastramento. É permitida ainda a

74
reprodução de jornal impresso na internet,
desde que seja feita no sítio do próprio jornal,
respeitados integralmente o formato e o
conteúdo da versão impressa. Não se aplica à
internet proibição de veiculação nas 48h
anteriores e 24h posteriores às eleições de
propaganda eleitoral veiculada gratuitamente
na internet, no sítio eleitoral, blog, sítio
interativo ou social, ou outros meios
eletrônicos de comunicação do candidato, ou
no sítio do partido ou coligação, nas formas
previstas no art. 57-B da Lei n° 9.504/97 (Lei n°
12.034/2009, art. 71).

JORNAIS E REVISTAS
O QUE PODE O QUE NÃO PODE
Pode ser realizada, até a antevéspera das Exceder o limite por candidato, de mais de 10
eleições, a divulgação paga de propaganda anúncios de propaganda eleitoral, por veículo
eleitoral na imprensa escrita. A propaganda de comunicação social, que deverão ser
eleitoral em veículos impressos: - deve ocupar, publicados em datas diversas, no espaço
por edição, para cada candidato, partido máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de
político ou coligação, espaço máximo página de jornal padrão e de 1 /4 (um quarto)
correspondente a 1/8 de página de jornal de página de revista ou tabloide (Lei n°
padrão e 1/4 de página de revista ou tabloide; - 9.504/97, art. 43, caput)
cada anúncio deve trazer, de modo visível, o
valor pago pela inserção. Além disso, cada
candidato pode fazer publicar até dez anúncios
por veículo, em datas diversas; - não há
vedação à reprodução das páginas do jornal
impresso na internet, desde que feita no site do
próprio jornal, independentemente do seu
conteúdo, devendo ser respeitado
integralmente o formato gráfico e o conteúdo
editorial da versão impressa. Atenção: é
permitida a divulgação de opinião favorável a
candidato, a partido político ou a coligação pela
imprensa escrita, desde que não seja matéria
paga.

Fiscalização da propaganda eleitoral: os juízes eleitorais detêm o que se chama poder de polícia,
que é o poder de emanar ordens administrativas para retirada da propaganda irregular. Exemplo: mandar
retirar da internet sites de propaganda eleitoral que não obedecem à legislação.
As promoções do poder de polícia podem ser dirigidas a qualquer juiz eleitoral do local do dano,
independentemente do tipo de eleição que está acontecendo. A única diferença é que, no caso das
eleições municipais, também é o juiz eleitoral quem julgará as representações por propaganda irregular,
decidindo sobre a aplicação da multa. No caso das eleições gerais, após a retirada da propaganda

75
irregular, os procedimentos serão instruídos e posteriormente remetidos ao Tribunal Regional Eleitoral,
que, por sua vez, os encaminhará à Procuradoria Regional Eleitoral para a propositura, se for o caso, da
representação

TRANSPORTE DE ELEITORES DAS ZONAS RURAIS


Art. 1º Os veículos e embarcações, devidamente abastecidos e tripulados, pertencentes à União,
Estados, Territórios e Municípios e suas respectivas autarquias e sociedades de economia mista, excluídos
os de uso militar, ficarão à disposição da Justiça Eleitoral para o transporte gratuito de eleitores em zonas
rurais, em dias de eleição.
§ 1º Excetuam-se do disposto neste artigo os veículos e embarcações em número justificadamente
indispensável ao funcionamento de serviço público insusceptível de interrupção.
§ 2º Até quinze dias antes das eleições, a Justiça Eleitoral requisitará dos órgãos da administração
direta ou indireta da União, dos Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios os funcionários e as
instalações de que necessitar para possibilitar a execução dos serviços de transporte e alimentação de
eleitores previstos nesta Lei.
Art. 2º Se a utilização de veículos pertencentes às entidades previstas no art. 1º não for suficiente
para atender ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleitoral requisitará veículos e embarcações a particulares, de
preferência os de aluguel.
Parágrafo único. Os serviços requisitados serão pagos, até trinta dias depois do pleito, a preços que
correspondam aos critérios da localidade. A despesa correrá por conta do Fundo Partidário.
Art. 3º Até cinquenta dias antes da data do pleito, os responsáveis por todas as repartições, órgãos
e unidades do serviço público federal, estadual e municipal oficiarão à Justiça Eleitoral, informando o
número, a espécie e lotação dos veículos e embarcações de sua propriedade, e justificando, se for o caso,
a ocorrência da exceção prevista no parágrafo 1º do art. 1º desta Lei.
§ 1º Os veículos e embarcações à disposição da Justiça Eleitoral deverão, mediante comunicação
expressa de seus proprietários, estar em condições de ser utilizados, pelo menos, vinte e quatro horas
antes das eleições e circularão exibindo de modo bem visível, dístico em letras garrafais, com a frase: "A
serviço da Justiça Eleitoral."
§ 2º A Justiça Eleitoral, à vista das informações recebidas, planejará a execução do serviço de
transporte de eleitores e requisitará aos responsáveis pelas repartições, órgãos ou unidades, até trinta
dias antes do pleito, os veículos e embarcações necessários.
Art. 4º Quinze dias antes do pleito, a Justiça Eleitoral divulgará, pelo órgão competente, o quadro
geral de percursos e horários programados para o transporte de eleitores, dele fornecendo cópias aos
partidos políticos.
§ 1º O transporte de eleitores somente será feito dentro dos limites territoriais do respectivo
município e quando das zonas rurais para as mesas receptoras distar pelo menos dois quilômetros.
§ 2º Os partidos políticos, os candidatos, ou eleitores em número de vinte, pelo menos, poderão
oferecer reclamações em três dias contados da divulgação do quadro.
§ 3º As reclamações serão apreciadas nos três dias subsequentes, delas cabendo recurso sem efeito
suspensivo.
§ 4º Decididas as reclamações, a Justiça Eleitoral divulgará, pelos meios disponíveis, o quadro
definitivo.
Art. 5º Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleitores desde o dia anterior
até o posterior à eleição, salvo:
I - a serviço da Justiça Eleitoral;
II - coletivos de linhas regulares e não fretados;

76
III - de uso individual do proprietário, para o exercício do próprio voto e dos membros da sua
família;
IV - o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel não atingidos pela requisição
de que trata o art. 2º.
Art. 6º A indisponibilidade ou as deficiências do transporte de que trata esta Lei não eximem o
eleitor do dever de votar.
Parágrafo único. Verificada a inexistência ou deficiência de embarcações e veículos, poderão os
órgãos partidários ou os candidatos indicar à Justiça Eleitoral onde há disponibilidade para que seja feita a
competente requisição.
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o Juiz Eleitoral até sessenta dias
após a realização da eleição incorrerá na multa de três a dez por cento sobre o salário mínimo da região,
imposta pelo Juiz Eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367, da Lei 4.737, de 15 de julho de 1965.
Art. 8º Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando imprescindível, em face da absoluta carência de
recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes refeições, correndo, nesta hipótese, as despesas por
conta do Fundo Partidário.
Art. 9º É facultado aos Partidos exercer fiscalização nos locais onde houver transporte e
fornecimento de refeições a eleitores.
Art. 10. É vedado aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de
transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.
Art. 11. Constitui crime eleitoral:
I - descumprir, o responsável por órgão, repartição ou unidade do serviço público, o dever imposto
no art. 3º, ou prestar, informação inexata que vise a elidir, total ou parcialmente, a contribuição de que ele
trata:
Pena - detenção de quinze dias a seis meses e pagamento de 60 a 100 dias - multa;
II - desatender à requisição de que trata o art. 2º:
Pena - pagamento de 200 a 300 dias-multa, além da apreensão do veículo para o fim previsto;
III - descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e 10º;
Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do Código
Eleitoral);
IV - obstar, por qualquer forma, a prestação dos serviços previstos nos arts. 4º e 8º desta Lei,
atribuídos à Justiça Eleitoral:
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos;
V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito,
veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e respectivas autarquias e
sociedades de economia mista:
Pena - cancelamento do registro do candidato ou de seu diploma, se já houver sido proclamado
eleito.
Parágrafo único. O responsável, pela guarda do veículo ou da embarcação, será punido com a pena
de detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e pagamento de 60 (sessenta) a 100 (cem) dias-multa.
Art. 12. A propaganda eleitoral, no rádio e na televisão, circunscrever-se-á, única e exclusivamente,
ao horário gratuito disciplinado pela Justiça Eleitoral, com a expressa proibição de qualquer propaganda
paga.
Parágrafo único. Será permitida apenas a divulgação paga, pela imprensa escrita, do curriculum-
vitae do candidato e do número do seu registro na Justiça Eleitoral, bem como do partido a que pertence.
Art. 13. São vedados e considerados nulos de pleno direito, não gerando obrigação de espécie
alguma para a pessoa jurídica interessada, nem qualquer direito para o beneficiário, os atos que, no

77
período compreendido entre os noventa dias anteriores à data das eleições parlamentares e o término,
respectivamente, do mandato do Governador do Estado importem em nomear, contratar, designar,
readaptar ou proceder a quaisquer outras formas de provimento de funcionário ou servidor na
administração direta e nas autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista dos Estados e
Municípios, salvo os cargos em comissão, e da magistratura, do Ministério Público e, com aprovação do
respectivo Órgão Legislativo, dos Tribunais de Contas e os aprovados em concursos públicos
homologados até a data da publicação desta lei.
§ 1º Excetuam-se do disposto no artigo:
I - nomeação ou contratação necessárias à instalação inadiável de serviços públicos essenciais, com
prévia e expressa autorização do governador ou Prefeito;
II - nomeação ou contratação de técnico indispensável ao funcionamento do serviço público
essencial.
§ 2º O ato com a devida fundamentação será publicado no respectivo órgão oficial.
Art. 14. A Justiça Eleitoral instalará, trinta dias antes do pleito, na sede de cada Município, Comissão
Especial de Transporte e Alimentação, composta de pessoas indicadas pelos Diretórios Regionais dos
Partidos Políticos Nacionais, com a finalidade de colaborar na execução desta lei.
§ 1º Para compor a Comissão, cada Partido indicará três pessoas, que não disputem cargo eletivo.
§ 2º É facultado a candidato, em Município de sua notória influência política, indicar ao Diretório do
seu Partido, pessoa de sua confiança para integrar a Comissão.
Art. 15. Os Diretórios Regionais, até quarenta dias antes do pleito, farão as indicações de que trata
o artigo 14 desta lei.
Art. 16. O eleitor que deixar de votar por se encontrar ausente de seu domicílio eleitoral deverá
justificar a falta, no prazo de 60 (sessenta) dias, por meio de requerimento dirigido ao Juiz Eleitoral de sua
zona de inscrição, que mandará anotar o fato, na respectiva folha individual de votação.
§ 1º O requerimento, em duas vias, será levado, em sobrecarta aberta, a agência postal, que, depois
de dar andamento à 1ª via, aplicará carimbo de recepção na 2ª, devolvendo-a ao interessado, valendo esta
como prova para todos os efeitos legais.
§ 2º Estando no exterior, no dia em que se realizarem eleições, o eleitor terá o prazo de 30 (trinta)
dias, a contar de sua volta ao País, para a justificação.

Ações eleitorais

Recurso contra a expedição de Diploma.


Desconstituir o diploma que foi conferido a candidato eleito.
Caberá somente nos casos de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de
condição de elegibilidade.
Legitimidade para propor – MP Eleitoral; partido político, candidato eleito e diplomado; e suplente. O TSE
também admite que as coligações têm legitimidade para ajuizar essa ação.
Devem ser propostos no prazo de 3 (três) dias contados da sessão de diplomação dos eleitos (arts. 258 e
276, CE). Após o recebimento da inicial, é concedido prazo de 3 (três) dias para o recorrido oferecer
contrarrazões. Se forem juntados novos documentos, abre-se vista de 48 horas para o recorrente. Após,
os autos são encaminhados para a instância superior.

78
Ação De Impugnação De Registro De Candidatura
Pode ser proposta 1) Falta de condição de elegibilidade; 2) Inelegibilidade; 3) Descumprimento de
formalidade legal (como apresentação de cópia da ata da convenção partidária que escolheu os
candidatos).
Tem legitimidade - Promotor Eleitoral; qualquer candidato, partido político ou coligação.
O prazo é de até 5 (cinco) dias após a publicação do edital contendo os pedidos de registro ou da abertura
de vista para o Ministério Público. Contestação: 7 (sete) dias após a notificação. Nos 4 (quatro) dias
seguintes, inquirição de testemunhas. Nos 5 (cinco) dias subsequentes, novas diligências determinadas
pelo juiz de ofício ou a requerimento das partes. Após, prazo de 5 (cinco) dias para partes se
manifestarem. Julgamento: 3 (três) dias após a conclusão dos autos. Prazo para recurso: 3 (três) dias após
a publicação da decisão.

Ha hipótese do Promotor Eleitoral não poder ingressar com AIRC? Ou seja, impedimento por partes
deste?
Se nos 2 anos anteriores tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido, ou atividade
político-partidária. Art. 3 § 2º LC64 (diz 4 anos) c/c LC75/93 art. 80 (2 anos - prevalece).

Quem deve figurar no polo passivo da AIRC?


O pré-candidato -> escolhido na convenção partidária, mas que não preenche os requisitos.

O partido político ou coligações devem figurar como litisconsortes passivos necessários na AIRC?
NÃO.

O próprio partido político teria legitimidade para propor AIRC em face de seu filiado?
O entendimento jurisprudencial majoritário afirma que não.

Ha algum caso em que há obrigatoriedade de se promover a formação de litisconsórcio necessário na


AIRC?
Sim. Nos casos de eleições majoritárias - chefia do executivo e Senado. Tem que citar os vices e suplentes.

V ou F. Após o prazo das alegações finais na AIRC o juiz terá no máximo 10 dias para proferir a decisão
final.
FALSO - deverá ser no dia IMEDIATO.

Qual o prazo para recorrer da decisão proferida em AIRC? 3 dias.

Ação de investigação judicial eleitoral.


Objetiva a Inelegibilidade e Cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado.
Pode ser proposta por uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou
utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido
político (art. 22, LC nº 64/90).
Tem legitimidade para a propositura Promotor Eleitoral; qualquer candidato ou pré-candidato, partido
político ou coligação.
Pode ser ajuizado desde a realização das convenções até a data da diplomação dos eleitos. Contestação: 5
(cinco) dias da notificação. Instrução (fase probatória e diligências): até 8 (oito) dias. Alegações finais: 2

79
(dois) dias (prazo comum para as partes). Parecer do MP: 48 horas. Julgamento: 3 (três) dias (eleições
municipais) e inclusão em pauta, se forem eleições gerais. Prazo para recurso: 3 (três) dias.

Ação De Impugnação De Mandato Eletivo


Objetiva a Cassação do mandato eletivo.
Pode ser proposta por: 1) Abuso do poder econômico. 2) Corrupção. 3) Fraude eleitoral.
A legitimidade para a propositura é do Promotor Eleitoral e qualquer candidato, partido político ou
coligação
Deve ser ajuizada em até 15 (quinze) dias contados da data da diplomação. Contestação: 7 (sete) dias da
notificação. Fase probatória: 4 (quatro) dias após a defesa. Alegações finais e manifestação do MP: 5
(cinco) dias depois das diligências (se houver). Decisão: 3 (três) dias depois das diligências. Recurso: 3
(três) dias após publicação da decisão.

Atenção: segundo o TSE, a AIME deve tramitar em segredo de Justiça. Só o seu julgamento é público.

Representação por captação ilícita de sufrágio (lei nº 9.504/1997, art. 41-a)


Objetiva a Cassação do registro ou diploma e multa.
Pode ser proposta por oferecimento, promessa ou entrega ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem
ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro de
candidatura até o dia da eleição.
A legitimidade é do Promotor Eleitoral; qualquer candidato, partido político ou coligação.
Prazos - Podem ser ajuizados a partir do pedido de registro da candidatura até a data da diplomação. A
representação segue o rito processual da Ação de Investigação Judicial Eleitoral

Representação por captação ou gasto ilícito de recursos (lei nº 9.504/1997, art. 30-a)
Objetiva a Cassação do mandato ou diploma do candidato.
Hipóteses em que pode ser proposta: Utilização de recursos oriundos de fonte ilícita ou obtidos de modo
ilícito, ainda que de fonte lícita, desde a campanha eleitoral.
Legitimidade para propositura Promotor Eleitoral; partido político ou coligação.
Podem ser ajuizados até 15 (quinze) dias após a diplomação. A representação segue o rito processual da
Ação de Investigação Judicial Eleitoral.

Ação rescisória eleitoral


Tem o prazo de 120 dias contado do trânsito em julgado da decisão que se pretende desfazer.
#ESQUECEALÓGICA - Competência: tão somente do TSE.
Objeto: rescisão de decisão do próprio Tribunal Superior Eleitoral, proferida no âmbito de sua
competência originária ou recursal. Não detém competência para rescindir julgado de Tribunal Regional,
tampouco de juiz eleitoral de 1º grau. Face à omissão legal, aceita-se a aplicação por analogia – e com as
adaptações necessárias – das hipóteses arroladas no artigo 966 do CPC.
Cabimento: somente contra decisão do Tribunal Superior Eleitoral e que verse sobre inelegibilidade. Note-
se que o termo inelegibilidade é aí compreendido em sentido estrito, de maneira que é incabível a ação
em apreço se o julgado rescindendo versar sobre “ausência de condição de elegibilidade”.

CRIMES ELEITORAIS PUROS OU ESPECÍFICOS. CRIMES ELEITORAIS ACIDENTAIS

80
Os crimes eleitorais puros (ou específicos) são aqueles que só podem ser cometidos na esfera
eleitoral.
Crimes acidentais são aqueles que estão previstos, além da legislação eleitoral, também na
legislação comum.
A apuração dos crimes eleitorais realizada pela polícia judiciária responsável está disciplinada na
Resolução TSE nº 22.376/06.

CAPÍTULO I – DA POLÍCIA JUDICIÁRIA ELEITORAL


Art. 1º. O Departamento de Polícia Federal ficará à disposição da Justiça Eleitoral, sempre que
houver eleições, gerais ou parciais, em qualquer parte do Território Nacional (Art. 2º do Decreto-Lei nº
1.064, de 24 de outubro de 1968, e Res.-TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).
Art. 2º. A Polícia Federal exercerá, com prioridade sobre suas atribuições regulares, a função de
polícia judiciária em matéria eleitoral, limitada às instruções e requisições do Tribunal Superior Eleitoral,
dos Tribunais Regionais ou dos Juízes Eleitorais (Res.-TSE nº 8.906, de 5 de novembro de 1970 e art. 94, §
3º, da Lei nº 9.504/97).
Parágrafo único. Quando no local da infração não existir órgãos da Polícia Federal, a Polícia
Estadual terá atuação supletiva (Res.-TSE nº 11.494, de 8 de outubro de 1982 e Acórdãos nos 16.048, de 16
de março de 2000 e 439, de 15 de maio de 2003).

CAPÍTULO II – DA NOTÍCIA-CRIME ELEITORAL

Art. 3º. Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal eleitoral
em que caiba ação pública deverá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la ao juiz eleitoral local (Art. 356
do Código Eleitoral e art. 5º, § 3º, do Código de Processo Penal).
Art. 4º. Recebida a notícia-crime, o juiz eleitoral a remeterá ao Ministério Público ou, quando
necessário, à polícia judiciária eleitoral, com requisição para instauração de inquérito policial (Art. 356, § 1º,
do Código de Processo Penal).
Art. 5º. Verificada a incompetência do juízo, a autoridade judicial a declarará nos autos e os
remeterá ao juízo competente (Art. 78, IV, do Código de Processo Penal).
Art. 6º. Quando tiver conhecimento da prática da infração penal eleitoral, a autoridade policial
deverá informar imediatamente o juiz eleitoral competente (Res.-TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).
Parágrafo único. Se necessário, a autoridade policial adotará as medidas acautelatórias previstas
no artigo 6º do Código de Processo Penal (Res.-TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).
Art. 7º. As autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em
flagrante delito pela prática de infração eleitoral, comunicando o fato ao juiz eleitoral competente em até
24 horas (Res.-TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).
Parágrafo único. Quando a infração for de menor potencial ofensivo, a autoridade policial
elaborará termo circunstanciado de ocorrência e o encaminhamento ao juiz eleitoral competente (Res.-
TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).

CAPÍTULO III – DO INQUÉRITO POLICIAL ELEITORAL


Art. 8º. O inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante requisição do Ministério
Público ou da Justiça Eleitoral, salvo a hipótese de prisão em flagrante quando o inquérito será instaurado
independentemente de requisição. (Res.-TSE nos 8.906, de 5 de novembro de 1970 e 11.494, de 8 de
outubro de 1982 e Acórdão nº 439, de 15 de maio de 2003).

81
Art. 9º. O inquérito policial eleitoral será concluído em até 10 (dez) dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante ou previamente, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão, ou em até 30 (trinta) dias, quando estiver solto (Acórdão nº 330, de 10 de agosto de 1999 e art. 10,
do Código de Processo Penal).
§ 1º. A autoridade policial fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará os autos ao
juiz eleitoral competente (Art. 10, § 1º, do Código de Processo Penal).
§ 2º. No relatório poderá a autoridade policial indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas (Art. 10, § 2º, do Código de Processo Penal).
§ 3º. Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado
pelo juiz (Art. 10, § 3º, do Código de Processo Penal).
Art. 10. O Ministério Público poderá requerer novas diligências, desde que necessárias ao
oferecimento da denúncia. (Acórdão nº 330, de 10 de agosto de 1999).
Art. 11. Quando o inquérito for arquivado por falta de base para o oferecimento da denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a nova investigação se de outras provas tiver notícia, desde que haja
nova requisição, nos termos dos artigos 4º e 6º desta Resolução.
Art. 12. Aplica-se subsidiariamente ao inquérito policial eleitoral o disposto no Código de Processo
Penal (Res.-TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
A condenação pela Justiça Eleitoral ao pagamento de multa por infringência às disposições contidas na
Lei n. 9.504/1997 (Lei das Eleições) não impede a imposição de nenhuma das sanções previstas na Lei nº
8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), inclusive da multa civil, pelo ato de improbidade
decorrente da mesma conduta. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 606.352-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães,
julgado em 15/12/2015 (Info 576).

Candidato que recebe ordem para não entrar na repartição pública para pedir votos não comete
desobediência se ingressa no local para fiscalizar o adversário. STF. 2ª Turma. Inq 3909/SE, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 17/5/2016 (Info 826).

O parágrafo único do art. 1' da LC 76/93 e a Resolução TSE 23.389/2013 (que alteraram o número de vagas
para Deputados para as eleições de 2014) são inconstitucionais por violarem o § ,1° do art. 45 da CF/88 e a
independência do Poder Legislativo; o Decreto Legislativo 424/201·3 (que sustou os efeitos da Resolução
acima), editado pelo Congresso Nacional, é inconstitucional por viciar o art. 49, v, da CF/88 e a
independência do Poder judiciário. E, nas eleições de outubro de 2014 deverão ser adotados os mesmos
critérios aplicados nas eleições de 2010, ou seja, o número de vagas de Deputados Federais não foi
alterado. " AO/ 4947. 2014. (lnfo 751)

Lei da "Ficha Limpa" é compatível com a Constituição e pode ser aplicada a atos e fatos ocorridos
anteriormente edição da C 135/2010. • ADC 29. 2012. (Info 655)

Assentou, sob o regime da repercussão geral, que: a) o art. 14, §5º. da CF, interpretar-se-ia no sentido de
que a proibição da segunda reeleição seria absoluta e tornaria inelegível para determinado cargo de
Chefe do Poder Executivo o cidadão que já cumprira 2 mandatos consecutivos (reeleito uma única vez)
em cargo da mesma natureza, ainda que em ente da federação diverso. (Info 673)

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A Lei Complementar 135/2010- que altera a Lei Complementar 64/90, que estabelece. De acordo com § 9º
do art. 14 da CF, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para
incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no
exercício do mandato- não se aplica às eleições gerais de 2010. 'RE 633703. 20JJ. (Info 620)

MP tem legitimidade para representar contra propagandas partidárias irregulares. AD/4617. 2013. (Info
711)

O art. 5º Lei 12.034/09, que dispõe sobre o voto impresso, é inconstitucional. (Info 727)

O militar, com menos de 10 anos de serviço, deve afastar-se definitivamente da atividade quando
concorrer a cargo eletivo, à luz do que dispõe o art. 14, § 8°, l, da CF. (Info 619).

DEBATES ELEITORAIS
A Lei nº 13.165/2015 alterou a redação do art. 46 da Lei nº 9.504/97, que trata sobre os debates
eleitorais no rádio e TV. Antes da Lei, as emissoras eram obrigadas a convidar todos os candidatos dos
partidos que tivessem representação na Câmara dos Deputados. Assim, se o candidato fizesse parte de
um partido político que tivesse, no mínimo, 1 Deputado Federal, ele deveria ser obrigatoriamente
convidado para o debate. Agora, as emissoras são obrigadas a convidar todos os candidatos dos partidos
que tenham representação na Câmara superior a 9 Deputados. Desse modo, para que a emissora seja
obrigada a convidar o candidato, ele deve fazer parte de um partido político que tenha, no mínimo, 10
Deputados Federais. Foram propostas diversas ADIs contra esta alteração, e o STF chegou a três
importantes conclusões, que podem ser assim resumidas:

I - É constitucional o art. 46 da Lei nº 9.504/97, com redação dada pela Lei nº 13.165/2015, que prevê que as
emissoras de rádio e TV somente são obrigadas a convidar para participar dos debates eleitorais os
candidatos dos partidos que tenham representação na Câmara superior a 9 Deputados Federais. Esta
regra não viola os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
II - Os candidatos aptos não podem deliberar pela exclusão dos debates de candidatos cuja participação
seja facultativa, quando a emissora tenha optado por convidá-los.
III - As emissoras de rádio e TV possuem a faculdade de convidar outros candidatos não enquadrados no
critério do caput do art. 46, independentemente de concordância dos candidatos aptos, mas esse
convite deverá ser feito conforme critérios objetivos, que atendam os princípios da imparcialidade e da
isonomia e o direito à informação, a ser regulamentado pelo Tribunal Superior Eleitoral. STF. Plenário.
ADI 5423/DF e ADI 5491/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 24 e 25/8/2016; ADI 5577 MC-Ref/DF, Rel.
Min. Rosa Weber, julgado em 24 e 25/8/2016; ADI 5487/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ acórdão
Min. Roberto Barroso, julgado em 24 e 25/8/2016 (Info 836).

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#FUNDAMENTAÇÃO: O STF conferiu interpretação conforme a Constituição ao § 5º do art. 46 e disse que
essa frase e o dispositivo todo devem ser interpretados da seguinte forma:

• A emissora pode convidar os candidatos que sejam filiados a partidos políticos com menos de 10
Deputados Federais. Caso ela convide, os candidatos aptos (filiados a partidos com 10 ou mais
Deputados) não poderão se opor a esse convite. O § 5º do art. 46 não confere esse poder aos candidatos
aptos;

• Se a emissora decidir convidar apenas os candidatos filiados a partidos com mais de 9 Deputados
Federais, estes candidatos aptos poderão decidir, desde que exista concordância de no mínimo 2/3 deles,
que o debate deverá contar também com a participação dos demais candidatos. Neste caso, a emissora,
que anteriormente havia convidado apenas os candidatos aptos, terá que aceitar;

• Desse modo, esta previsão de que os candidatos aptos (mínimo de 2/3) poderão definir "o número de
participantes" só vale caso eles queiram incluir os candidatos inaptos e não convidados. Esta previsão
não vale para impedir (vetar) que a emissora convide os demais candidatos com menos de 10 Deputados
Federais.

PROPAGANDA ELEITORAL
O tempo de propaganda eleitoral gratuita, nas emissoras de rádio e TV, é regulado pelo art. 47 da
Lei nº 9.504/97. A Lei nº 13.165/2015 alterou o § 2º do art. 47, mudando os percentuais dessa distribuição,
aumentando ainda mais o tempo dos partidos que tenham representação na Câmara dos Deputados. Essa
mudança foi atacada por meio de ADI, e o STF decidiu que: É constitucional o § 2º do art. 47 da Lei nº
9.504/97, com redação dada pela Lei nº 13.165/2015, que prevê que os horários reservados à propaganda
de cada eleição serão distribuídos entre os partidos e coligações proporcionalmente com base no número
de representantes na Câmara dos Deputados. STF. Plenário. ADI 5423/DF e ADI 5491/DF, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgados em 24 e 25/8/2016; ADI 5577 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 24 e 25/8/2016
(Info 836).
#FUNDAMENTAÇÃO: O STF entendeu que os incisos I e II do § 2º do art. 47 da Lei nº 9.504/97 são
compatíveis com a cláusula democrática e com o sistema proporcional. Esses incisos estabelecem uma
regra de equidade e asseguram um tratamento mais benéfico aos partidos maiores, mas essa distinção
não pode ser considerada odiosa (arbitrária), considerando que o critério para conferir maior tempo é
baseado nos partidos que possuem maior legitimidade popular (maior número de Deputados Federais, ou
seja, de "representantes do povo"). Além disso, se, por um lado, a Lei prevê maior tempo para quem tem
mais representantes na Câmara dos Deputados, por outro, nenhum partido fica sem participação e todos
eles terão tempo de rádio e TV.

ELEIÇÃO SUPLEMENTAR
O candidato ao cargo de prefeito que obtém o deferimento do registro de sua candidatura no juízo
eleitoral de primeiro grau, mas, depois de eleito, tem o registro indeferido pelo TSE, não deve indenização
à União por gastos decorrentes de eleição suplementar. Entende-se que, neste caso, o candidato, ao
tentar concorrer mesmo tendo sido impugnado, age no exercício regular de um direito, conduta que não
configura ato ilícito indenizável (art. 188, I, do CC). STJ. 1ª Turma. REsp 1.596.589-AL, Rel. Min. Sérgio
Kukina, julgado em 16/6/2016 (Info 586).
#FUNDAMENTAÇÃO: O art. 188 do Código Civil afirma que não se constitui ato ilícito quando o ato
do agente foi praticado "no exercício regular de um direito reconhecido" (inciso I). O candidato conseguiu

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concorrer por força de decisão liminar. Somente após as eleições é que esta decisão foi revertida.
Percebe-se que a realização da eleição suplementar foi ocasionada pela morosidade na prestação
jurisdicional. As novas eleições poderiam ter sido evitadas caso tivesse sido cumprido pelo TSE o prazo
que o próprio tribunal estabeleceu na Resolução nº 22.717⁄200 , que editou para regulamentar a escolha e
registro dos candidatos municipais na eleição de 2008.

JULGAMENTO DE CONTAS DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO


Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas de
prefeito, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio
dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de
dois terços dos vereadores. STF. Plenário. RE 848826/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão
Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834).
Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa,
competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder
Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. STF. Plenário. RE
729744/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834).

Então é isso!!! Boa sorte! Boa prova!! Nos vemos em breve, aqui no CICLOS!!!

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