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Julio Cesar Santos
Julio Cesar Santos
82f. ; il.
Referências: f. 75 -82.
1. Compósitos
Titulo em Inglês: laminados
Textile Composite híbridos
Materials - Teses
of Glass 2. Tecido
and Carbon de fibraEpoxy
Reinforcing de Matrix with Micro and
Nano sílica.
vidro/carbono – Teses 3. Micro/nano sílica – Teses 4. Engenharia
Mecânica – Teses
Palavras-chave em Inglês: I. Chisttoforo,
Hibrids André Luis
laminated composites, (orientador)
woven II.Universidade
glass fibers, woven carbono fibers, micro sílica,
nano sílica. Federal de São João Del Rei – Departamento de Mecânica III. Título
1.
Área de concentração: Materiais e Processos de Fabricação CDU: 669.14
Titulação: Mestre
Banca examinadora: Prof. Dr. André Luis Christoforo, Prof. Dr. Túlio HallakPanzera, Prof. Dr.
André Luiz Zangiácomo
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao todo poderoso por me abrir caminhos valiosos e manter minha serenidade
para concluir os objetivos.
Agradeço minha irmã Michelle e aos professores do curso de mestrado da engenharia
mecânica pela oportunidade Prof. Dr.Vânia Regina Velloso Silva, Prof. Dr. Túlio Hallak
Panzera e ao Prof. Dr. André Luis Christoforo, pela confiança em meu trabalho e grande
apoio.
Não deixando de lado agradecimentos aos queridos amigos do mestrado, Zélia
Missagia, Luciano Vieira, Rubens Torres e todos demais, aos quais pude contar nos
momentos mais difíceis.
iii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha querida mãe que já se foi mais ainda permanece
juntamente comigo em espírito me dando forças para seguir em frente. A minha irmã e aos
meus tios Antônio Geraldo de Carvalho e Osvaldo Aparecido de Carvalho.
Descobri aos poucos que, citando a célebre frase de Antoine Lavoisier a natureza em
si é uma eterna transformação. O que julgamos perdas na verdade agregam experiências a
nossa vida. E o convívio com as pessoas modificam nossa existência, acrescentando saberes e
significados. Posso me dar por satisfeito por ter modelos de vida nos quais posso me espelhar.
A esses modelos só tenho a agradecer. Ao compartilharem um pouco de suas
referências de vida acrescentaram saberes, vivências, valores que sempre me baseio ao trilhar
minha caminhada.
iv
RESUMO
Nosso mundo constantemente passa por grandes modificações e não obstante, a tecnologia de
fabricação dos materiais acompanha essa evolução. Atualmente combinar materiais
convencionais contribui para obtenção de propriedades inéditas sejam mecânicas, físicas ou
químicas não antes imaginadas. O engenheiro moderno pode utilizar conhecimento técnico
para produzir materiais aos quais melhor se adaptam para suas necessidades, logo os materiais
compósitos tem maior poder de adaptação comparado aos materiais convencionais. Em
especial os polímeros reforçados fibras são os mais empregados devido a sua fácil
conformabilidade e elevada resistência específica. Em combinação às fibras, partículas em
escala micro e nano tem se tornado uma técnica promissora devido ao incremento nas
propriedades físico e mecânicas. Nanopartículas, devidamente dispersas, apresentam melhores
índices de incremento dessas propriedades quando comparadas as micropartículas. Este
trabalho objetivou-se em promover dispersão de nanopartículas de sílica e investigar os
efeitos da inclusão de frações mássicas (1%; 2%; 3,5%) de partículas de sílica (micro; nano)
em compósitos laminados em matriz epóxi reforçados com 5 camadas de 2 tipos de tecidos
(carbono; vidro) nas respostas: densidade relativa ou aparente (ρap), módulo de elasticidade na
tração (MOEt), resistência à tração (MORt), módulo de elasticidade na flexão (MOEf) e
resistência à flexão (MOR f). Para tanto dois planejamentos fatoriais completos do tipo 2 131
foram elaborados para cada tipo de fibra, fornecendo ao todo doze condições experimentais
(CE) distintas, possibilitando investigar os efeitos individuais (dimensão e proporção mássica
de partículas) ou a interação entre ambos nas repostas de interesse por tipo de tecido utilizado,
fazendo-se uso da análise de variância (ANOVA) e do teste de comparação de médias de
Tukey. Os testes indicaram que além da redução da densidade aparente do material a melhor
eficiência de ganho em módulo tanto em tração quanto em flexão podem ser conferidas às
nanopartículas. Contudo o aumento da fracão de fibras de vidro, promovem uma redução
referente à resistência do material em solicitação mecânica à flexão, devido a uma fraca
região de interface promovida pelos elevados valores de fração de fibras. Para fibras de
carbono, o efeito se mostrou oposto promovido por uma melhor adesão interfacial entre os
componentes.
ABSTRACT
It is a common sense that the world is always changing, and the tools that the technology
provides are great boosters of that evolution and the technologies of manufacturing materials
are not an exception. Nowadays combining conventional materials aids the achievement of
unprecedented mechanical, physical or chemical properties never imagined before. The
engineer can use modern technical knowledge to produce new materials which are best suited
for his needs, hence the composite material has higher adaptation compared to conventional
ones. In particular the reinforced fiber polymers are the most widely used due to its easy
formability and high specific resistance. The combination of fiber with the particles, in both
micro and nanoscale, have become a promising technique due to the increasing of physical
and mechanical properties. Nanoparticles, when properly dispersed, show higher rates
concerning the increasing of these properties as if compared to micro particles. This study
aimed to perform the dispersion of silica nanoparticles and investigate the effects of adding
mass fractions (1%, 2%, 3.5%) of silica (micro and nanoparticles) in laminated composites of
reinforced epoxy of 5 layers of two types of materials (carbon, glass) and their responses to
the following parameters: relative density (RD), tensile modulus of elasticity (E), tensile
strength (TS), bending modulus and bending strength. For this purpose two complete factorial
designs of type 2 131 were prepared for each type of fiber, providing twelve different
experimental conditions (EC) making possible the analysis of the individual effects (size and
mass proportion of particles) or the interaction between them on a specific aspect of
absorption by type of material employed. For that matter was used the analysis of variance
(ANOVA) and Tukey range test. In addition to the reduction of the relative density of the
material, the tests also indicated that an efficiently gain in module of both tensile and bending
may be assured by the use of nanoparticles. However the increase of the fraction of glass
fibers caused a reduction on the material's resistance to bending in mechanical stress due to a
weak interface zone fostered by the high fractional values of fiber. For carbon fibers, the
opposite effect was perceived due to a better interfacial adhesion between the components.
KEYWORDS: Hybrids laminated composites, woven glass fibers, woven carbon fibers,
micro silica, nano silica.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Efeito da orientação das impurezas. Adaptado (GAY E HOA E TSAI, 2003). ........ 4
Figura 2 - Ponte Fabricada pela Fiberline - Kolding, Dinamarca. Fonte: Site Owens Cornning.
.......................................................................................................................................................... 6
Figura 3 - Tanques de Mergulho. Fonte: Site Owens Cornning. ................................................. 6
Figura 4 - Composição de um Boeing Dreamliner 787. Fonte: Griffiths (2005). ....................... 7
Figura 5 - Ilustração das fases presentes nos compósitos. ............................................................ 8
Figura 6 - Classificação dos materiais compósitos. Fonte: Ventura (2009). ............................. 10
Figura 7 - Empilhamento de camadas sucessivas reforçadas com fibras. Fonte:
Callister(2007). .............................................................................................................................. 11
Figura 8 - Diferentes formas de fibra. Adaptado de: Gay, Hoa e Tsai (2003). ......................... 12
Figura 9 - Células unitárias para tecidos simples e tecidos bidirecionais. Adaptado de: ASTM
D6856/D6856M. ........................................................................................................................... 12
Figura 10 - Óxido de etileno. ........................................................................................................ 15
Figura 11 - Grupo Glicidil. ........................................................................................................... 15
Figura 12 - Representação da interface em compósitos reforçados por fibras. Adaptado de:
Ratna (2009). ................................................................................................................................. 16
Figura 13 - Interação do agente de acoplamento com as nanopartículas e o polímero.
(MENDONÇA, 2008). .................................................................................................................. 20
Figura 14 - Tecido simples (a) Fibra de Vidro (b) Fibra de Carbono. ....................................... 27
Figura 15 - Micropartículas de sílica peneiradas na faixa granulométrica 325-400 US-Tyler. 27
Figura 16 – (a) Contêiner da SIGMA-ALDRICH (b) Nanopartículas de SiO 2. ...................... 28
Figura 17 - Formação Tetraédrica da Sílica. ............................................................................... 28
Figura 18 - Balança de precisão Shimadzu. ................................................................................ 29
Figura 19 - Banho de ultrassom na solução composta por água destilada e nano sílica. ......... 29
Figura 20 - Solução composta por água e nano sílica em agitação magnética. ........................ 29
Figura 21 - Recobrimento partículas de SiO2 com PDDA. Adaptado de: Peng et al. (2007). . 30
Figura 22- Centrifuga. ................................................................................................................... 30
Figura 23 - Solução antes (a) e depois (b) da centrifugação. ..................................................... 30
Figura 24 - Trituração da nano sílica com almofariz de Ágata. ................................................. 31
Figura 25 - Processo de laminação HandLay-up. ....................................................................... 31
Figura 26 - Tecidos com dimensão 200×200mm. ....................................................................... 32
Figura 27 - Processo de Laminação. ............................................................................................ 34
Figura 28 - Laminado final: (a) de tecido de vidro (b) de tecido carbono................................. 34
Figura 29 - Demarcação corpos de prova para ensaios. ............................................................. 34
Figura 30 - Máquina de ensaio SHIMADZU AG-X Plus. ......................................................... 35
Figura 31 - Extensômetro fixado nos compósitos. ...................................................................... 35
Figura 32 - Corpos de prova para os ensaios de flexão estática. ................................................ 36
Figura 33-Detalhes do ensaio de flexão. ...................................................................................... 36
Figura 34 – Curvas análise TGA: (a) Laminados de vidro (b) Laminados de carbono. ........... 41
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 28 - Agrupamento por Tukey para o MORt dos compostos fabricados com 2% e 3,5%
de partículas micro sílica (fibra de vidro). ................................................................................... 63
Tabela 29 - Resultados dos ensaios de tração para os compostos fabricados com fibra de
carbono e resina reforçada com micro e nanopartículas de sílica. ............................................. 63
Tabela 30 - Resultados da análise da ANOVA para o MOEt (fibra de carbono)...................... 64
Tabela 31 - Resultado da análise de Variância para o MORt (fibra de carbono). .................... 65
Tabela 32 - Agrupamentos por Tukey para o MOR t dos compostos fabricados com fibras de
carbono........................................................................................................................................... 66
Tabela 33 - Agrupamento por Tukey para o MORt dos compostos fabricados com
nanopartículas de sílica nas três proporções investigadas (fibra de carbono). .......................... 67
Tabela 34 - Resultados dos ensaios de tração e flexão para os compostos fabricados com fibra
de vidro e resina reforçada com 0% e 2% de nanopartículas de sílica. ..................................... 68
Tabela 35 - Resultados da ANOVA entre as condições 0% e 2% de partículas de sílica (fibra
de vidro). ........................................................................................................................................ 68
Tabela 36 - Agrupamento por Tukey do fator proporção de nanopartículas (0% e 2%) nos
compostos fabricados com fibras de vidro. ................................................................................. 69
Tabela 37 - Resultados dos ensaios de tração e flexão para os compostos fabricados com fibra
de carbono e resina reforçada com 0% e 2% de nanopartículas de sílica.................................. 69
Tabela 38 - Resultados da ANOVA entre as condições 0% e 2% de partículas de sílica (fibra
de carbono). ................................................................................................................................... 70
Tabela 39 - Agrupamento por Tukey do fator proporção de nanopartículas (0% e 2%) nos
compostos fabricados com fibras de carbono. ............................................................................. 70
Tabela 40 - Porcentagens de ganho nas propriedades mecânicas dos laminados em fibras de
vidro e carbono com a inclusão de 2% de nanopartículas de sílica. .......................................... 71
x
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................................. 1
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1
1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 2
1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 2
1.2 Justificativa ........................................................................................................................ 2
CAPÍTULO 2 ................................................................................................................................. 4
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................... 4
2.1 Breve Histórico sobre os Materiais Compósitos ............................................................. 4
2.1.1 A Era dos Polímeros................................................................................................... 5
2.1.2 Fibra de Vidro ............................................................................................................. 5
2.1.3 Fibra de Carbono ........................................................................................................ 6
2.2 Materiais Compósitos: Aspectos Fundamentais ............................................................. 8
2.2.1 Fase Matriz ................................................................................................................. 9
2.2.2 Fase Reforçadora ...................................................................................................... 10
2.3 Materiais Compósitos Laminados .................................................................................. 11
2.3.1 As Fibras ................................................................................................................... 11
2.3.2 Polímeros Termorrígidos e Termoplásticos........................................................... 14
2.3.3 Resina Epóxi ............................................................................................................ 15
2.3.4 Região de Interface em um Material Compósito Laminado................................. 16
2.4 Materiais Compósitos Híbridos: Revisão de Literatura ............................................... 17
2.4.1 Benefícios da Adição de Partículas em Laminados ............................................... 18
2.4.2 Dispersão de nanopartículas .................................................................................... 20
2.4.2.1 Poly Diallyldimethylammonium Chloride (PDDA) ....................................... 21
2.4.3 Laminados e particulados em uma mesma matriz polimérica ............................... 22
CAPÍTULO 3 ............................................................................................................................... 25
METODOLOGIA EXPERIMENTAL ..................................................................................... 25
3.1 Materiais .......................................................................................................................... 26
3.1.1 Fase Matriz: Araldite (Renlam M) .......................................................................... 26
3.1.2 Fase Dispersa: Tecido de Fibra de Vidro e Carbono ............................................. 26
3.1.3 Fase Dispersa: Micro e Nanopartículas de Sílica ................................................... 27
3.1.3.1 Micro Partículas de Sílica ................................................................................. 27
3.1.3.2 Nano Partículas de Sílica .................................................................................. 27
3.2 Métodos ............................................................................................................................ 28
3.2.1 Procedimento de Tratamento com PDDA .............................................................. 28
3.2.2 Método de Laminação Manual: Hand Lay-up e Vacuum Bag .............................. 31
3.2.3 Ensaios Mecânicos ................................................................................................... 35
3.2.3.1 Ensaio de Tração ............................................................................................... 35
xiii
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Devido ao uso crescente de materiais compósitos em vários domínios tecnológicos
modernos, uma recente atenção considerável tem sido focada nas teorias de materiais
reforçados e processos avançados de produção destes materiais.
Após décadas de restrições a indústria moderna tem ampliado a utilização desses
materiais. Como exemplo, as indústrias automotivas, esportivas e de construção civil têm
experimentado um aumento dessa tecnologia a cada ano, pois esses são materiais que
apresentam baixo peso, baixa densidade e um maior desempenho em relação aos materiais
convencionais utilizados.
O Brasil tem ampliado a sua experiência de inovação na aplicação dos compósitos
estruturais, principalmente no setor aeronáutico, utilizando este tipo de material em
componentes externos e internos de aviões e helicópteros e, em menor escala, na estrutura de
foguetes (RESENDE e BOTELHO, 2000).
Nos últimos anos, têm se desenvolvido métodos de mistura de diferentes tipos de
aditivos como reforço especialmente para polímeros e assim obter novos materiais com
propriedades desejáveis. Técnicas iniciadas na Alemanha e difundidas nos Estados Unidos e
China que consistem na combinação de polímeros com partículas rígidas tem ganhado grande
interesse de estudo pela comunidade científica. Micropartículas incrementam as propriedades
mecânicas dos polímeros conferindo ganhos em módulos de rigidez e resistência a
propagação de trincas, contudo estudos têm sido direcionados para partículas em escala
nanométrica. Devido ao seu tamanho, nanopartículas conseguem abranger maior área
superficial dos polímeros, resultando em um material com modulo e resistência superiores.
Devido à existência de forças interatômicas na superfície das nanopartículas, um
obstáculo se faz presente no quesito dispersão. Ganhos significativos somente são
evidenciados quando uma dispersão total dessas partículas é promovida no polímero.
2
Introdução
Novas formas de dispersão são o grande foco da comunidade científica atual. Na área
aeroespacial, por exemplo, as aplicações dos nanodispositivos são de fundamentais
importância para o desenvolvimento de novas tecnologias que se utilizam de nanopartículas
dispersas em matrizes. A nanotecnologia está associada à síntese de novos materiais, tais
como, plásticos especiais, cerâmicas e outros materiais de alta confiabilidade que poderão
produzir, por exemplo, maleabilidade, dureza, resistência mecânica e resistência à corrosão
quando sob o efeito de um agente catalisador.
1.2 Justificativa
De acordo com a Agência Senado, existe um projeto de lei (55/2008) que determina aos
fabricantes de veículos automotores uma adequação visando uma redução de 10% do
consumo de combustíveis. Essa medida vem a complementar as ações do PROCONVE
(Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores), visando aspectos
ambientais. Além da redução de peso uma aerodinâmica aperfeiçoada gera redução no
consumo de combustíveis fosseis contribuindo na preservação do meio ambiente.
A engenharia pode lançar mão dos materiais compósitos, que atualmente são candidatos
ideais para substituir alguns materiais tradicionais como os metais sendo menos densos mas
3
Introdução
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Breve Histórico sobre os Materiais Compósitos
A importância e o uso da combinação de materiais são reportados em diversas fases
históricas do desenvolvimento da humanidade. No antigo Egito a utilização de feixes de palha
em tijolos era uma técnica bastante usada para aumentar a integridade estrutural de suas
construções. Este método, contudo, ainda pode ser encontrado em construções do mundo
moderno. Em outra forma de combinação, se utilizava o papiro para construção de barcos,
velas e cordas. Vislumbrados com uma gama de possibilidades, os artesãos egípcios
começaram a usar a tecnologia de combinação de materiais para melhorar a eficiência de
moldagem de seus trabalhos, utilizando papéis em camadas e diferentes tamanhos,
favorecendo a obtenção de um melhor acabamento final de seus trabalhos (VENTURA,
2009).
Em caráter militar, o exército de Genghis Khan utilizava a combinação de milho,
madeira e tendões de vaca colados para produção de seus arcos, tornando-os extremamente
poderosos e precisos. Os arcos “compostos” Mongóis de Genghis Khan foram as armas mais
poderosas da terra até a invenção da pólvora (GAY e HOA e TSAI, 2003; VENTURA, 2009).
Não muito diferente, os Japoneses produziam as lâminas de suas espadas ou sabres da
combinação de ferro e aço, onde a parte de aço era estratificada em pequenas “folhas”, com a
orientação de defeitos e impurezas na direção longitudinal ao comprimento da espada (Figura
1). Os espadachins dessa forma observavam que suas espadas, em um confronto se tornavam
muito mais resistentes, pois havia um ganho na resistência ao impacto e na resistência à
flexão perante a espada inimiga (GAY e HOA e TSAI, 2003).
Figura 1 - Efeito da orientação das impurezas. Adaptado (GAY E HOA E TSAI, 2003).
5
Revisão Bibliográfica
Figura 2 - Ponte Fabricada pela Fiberline - Figura 3 - Tanques de Mergulho. Fonte: Site
Kolding, Dinamarca. Fonte: Site Owens Owens Cornning.
Cornning.
A ponte ilustrada na Figura 2 foi projetada para suportar um carregamento de até 500
kg/m. Contudo, esta resistência é provida por um passadiço compósito de 12 toneladas que,
em aço pesaria 28 toneladas, e 90 toneladas em concreto. Além da leveza, os compósitos
possibilitaram a montagem da ponte em apenas 18 noites, minimizando assim a interrupção
do tráfego da rodovia (OWENS CORNNING).
A modelagem dos compósitos por enrolamento de resina epóxi reforçada com fibra de
vidro S-2® ("S-2Glass®"), confere aos dispositivos cilíndricos, como por exemplo tanques de
mergulho (Figura 3), uma flutuação neutra, permitindo que o mesmo não irá afundar nem
subir dentro d´água (OWENS CORNNING).
No que se refere a materiais compostos avançados para a indústria aeroespacial,
automotiva e artigos esportivos, materiais que combinam fibra de carbono, mesmo sendo mais
caros, têm se tornado dominantes devido à sua alta resistência, módulo elevado e baixa
densidade em comparação as fibras de vidro (CHUNG, 1994).
2.3.1 As Fibras
Callister (2007) admite que tecnologicamente, os compósitos que tem maior
importância são aqueles em que a sua fase dispersa está na forma de fibra. As fibras consistem
em milhares de filamentos, apresentando diâmetros variando entre 5 e 15 micrómetros. Os
principais tipos de fibras existentes são: vidro, aramida ou kevlar, carbono, boro e carbeto de
silicio. Na fabricação de materiais compósitos, as fibras podem assumir as seguintes formas:
12
Revisão Bibliográfica
Figura 8 - Diferentes formas de fibra. Adaptado de: Gay, Hoa e Tsai (2003).
Atualmente os materiais compósitos desenvolvidos para indústria aeroespacial e
automotiva são reforçados com fios de fibra contínuos na forma bi ou tridimensionais,
confeccionados na forma de tecidos trançados. Devido à natureza do reforço, esses materiais
passaram a ser referidos como compósitos “têxteis” (ASTM D6856/D6856M).
O padrão de repetição do tecido é denominado de “células de unidade têxtil” ou
simplesmente de “célula unitária”. Esse é um padrão de repetição geométrica baseado em
parâmetros de fabricação que os compósitos têxteis possuem. A célula unitária é considerada
como a menor secção da arquitetura necessária para repetição do padrão têxtil. A Figura 9
ilustra duas células unitárias diferentes para as arquiteturas de tecidos trançados (ASTM
D6856/D6856M:2003(2008)e1).
Figura 9 - Células unitárias para tecidos simples e tecidos bidirecionais. Adaptado de:
ASTM D6856/D6856M.
13
Revisão Bibliográfica
O
Figura 10 - Óxido de etileno.
A este grupo dá-se a denominação de grupamento α-epóxi. Esse tipo de resina exibe
uma elevada adesão por consequência da grande polaridade dos grupos ésteres e hidroxilas
alifáticas, que frequentemente constituem a cadeia da resina inicial e a rede do sistema curado
(RUSHING, THOMPSON e CASSIDY, 1994).
Outro grupo muito comum é o grupo glicidil (Figura 11) que contém no anel epóxi um
carbono secundário (RATNA, 2009).
H2C
CH CH3
O
Figura 11 - Grupo Glicidil.
A polaridade desses grupos serve para criar forças de interação entre a molécula epóxi e
o substrato, otimizando o seu uso como adesivo e revestimento. As resinas epóxi podem ser
usadas como fase matriz na produção de compósitos com fibras sintéticas e naturais. Essas
resinas são quimicamente compatíveis com a maioria dos substratos e tendem a molhar as
superfícies muito facilmente, justamente devido aos grupos polares que minimizam os
problemas relativos à interface resina/reforço (RUSHING, THOMPSON e CASSIDY, 1994).
Sabe-se que é por intermédio da região de interface que as interações químicas e físicas
entre a matriz e o reforço são estabelecidas ou combinadas. Logo, da mesma forma que altos
16
Revisão Bibliográfica
valores de resistência mecânica podem ser alcançados, falhas no material podem ser
facilmente propagadas por uma região de interface fraca (FU et al., 2008; RATNA, 2009).
fratura prematura. Essas tensões são ocasionadas pela falha das fibras no sentido transversal
ao laminado, região exclusiva onde o polímero exibe baixa rigidez.
pode ser feito através da produção de uma série de nano compósitos com proporções distintas
de nanopartículas diversas (DONG et al., 2011).
T700SC, e de 12% para os compósitos laminados com fibras de carbono T300B, sendo este
efeito relacionado à resistência ao cisalhamento interfacial. O atrito interfacial, a ligação
química e o endurecimento da resina foram os fatores responsáveis pelo aumento da
resistência à tração destes materiais (LI et al., 2013).
Finalmente, a partir desta revisão sobre adição de partículas em compósitos laminados,
conclui-se que a sua dispersão se apresenta como um fator dominante na melhoria das
propriedades mecânicas destes materiais, visto que aglomerações e baixas regiões de interface
causadas pela grande concentração e área superficial de nanopartículas, refletem diretamente
na minoração das propriedades mecânicas.
Neste trabalho, são investigados, com o uso dos ensaios mecânicos de tração e flexão,
os efeitos da inclusão de micro e nanopartículas de sílica em compósitos laminados em matriz
epóxi reforçados fibras de vidro ou de carbono, sendo utilizada uma metodologia alternativa
para o tratamento à dispersão das nanopartículas de sílica, possibilitando avaliar a sua
eficiência.
25
Metodologia Experimental
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Este trabalho consiste em investigar os efeitos da inclusão de frações mássicas (1%; 2%;
3,5%) de partículas de sílica (micro; nano) em compósitos laminados em matriz epóxi
reforçados com 5 camadas de tecidos simples de carbono e vidro nas variáveis-respostas:
densidade aparente (ρap), módulo de elasticidade na tração (MOEt), resistência à tração
(MORt), módulo de elasticidade na flexão (MOEf) e resistência à flexão (MORf). Dois
planejamentos fatoriais completos do tipo 2 131 foram elaborados para cada tipo de fibra,
fornecendo ao todo doze condições experimentais (CE) distintas (Tabela 3), possibilitando
investigar os efeitos individuais (dimensão e proporção mássica de partículas) ou a interação
entre ambos nas variáveis-repostas de interesse por tipo de tecido utilizado, fazendo-se uso da
análise de variância (ANOVA) e do teste de comparação de médias de Tukey.
3.1 Materiais
3.1.1 Fase Matriz: Araldite (Renlam M)
Como fase matriz do presente trabalho, foi utilizada uma matriz termorrígida epóxi
Araldite-M (RenLam M) com endurecedor RenShape HY 956 da empresa Huntsman ®,
fornecidos pela empresa Maxepoxi Indústria e Comércio Ltda ®, localizada em São Paulo (SP)
- Brasil.
A proporção utilizada de resina e endurecedor obedeceu a relação em proporção
mássica fornecida pelo fabricante, sendo 100 partes de resina para 20 de endurecedor (5:1) em
peso (MAXEPOXI).
com gramatura de 200 g/m2 . O tecido de fibra de carbono utilizado no trabalho foi doado pela
empresa ALLTEC Materiais compósitos®, localizada em São José dos Campos (SP). A fibra
foi fornecida em forma de tecido simples (ASTM D6856/D6856M), sendo constituído de
tecido de fibra de carbono T300 com gramatura de 300 g/m2 (Figura 14).
(a) (b)
(a) (b)
3.2 Métodos
3.2.1 Procedimento de Tratamento com PDDA
As nanopartículas de sílica foram inicialmente tratadas à dispersão, consistindo o
tratamento (alternativo) em uma adaptação baseada nos estudos e observações frutos das
pesquisas de Peng et al. (2007) e MENDONÇA (2009). O processo de tratamento foi
realizado nas dependências do laboratório de síntese de materiais do grupo (GPQM) do
Departamento de Ciências Naturais (DCNAT) da Universidade Federal de São João del-Rei.
A unidade estrutural básica das formas da sílica e da maioria dos silicatos é um arranjo
tetraédrico de 4 átomos de oxigênio ao redor de um átomo de silício centralizado (Figura
17). A distância entre o oxigênio e o átomo de Silício é inversamente proporcional ao
tamanho das partículas e a energia necessária para se dispersar esses estados agregados se
torna grande considerado um tamanho médio de ordem 10 -9 m (SEEKKUARACHCHIA e
TANAKA e KUMAZAWA, 2008).
Inicialmente foi medida em uma balança de precisão da marca Shimadzu ®, modelo BL-
320H, 8 gramas de nano-sílica (Figura 18).
29
Metodologia Experimental
Figura 19 - Banho de ultrassom na solução composta por água destilada e nano sílica.
A solução permaneceu em banho de ultrassom por aproximadamente 30 minutos,
sendo em seguida transferida para um agitador magnético CorningStirrer (Figura 20) com
velocidade de rotação (stir) de 8. Com esse procedimento se garante uma dispersão
momentânea das partículas. Naturalmente sem a influência da vibração de ultrassom ou
agitação, os estados agregados, provavelmente voltarão a ser formar.
do processo temos uma mistura homogênea, considerando uma perfeita dispersão das
nanopartículas de SiO2 em meio aquoso.
Posteriormente o PDDA foi pesado conforme estequiometria indicada, em um valor de
2,016g. Sendo um polímero catiônico muito solúvel em água, o mesmo foi diluído em 25 mL
de água destilada antes de ser adicionado à solução aquosa de nano sílica. Assim, a solução
final permaneceu em mistura no agitador magnético por 2h e 30 min.
As cargas negativas das nanopartículas de SiO 2 atuam como moldes para absorver as
cadeias moleculares de PDDA carregadas positivamente, através da adsorção eletrostática
(Figura 21).
Figura 21 - Recobrimento partículas de SiO2 com PDDA. Adaptado de: Peng et al. (2007).
Após o período de agitação a solução com pH:10, água destilada, nano sílica e PDDA,
foi dividida em pequenos tubos de ensaios de plástico, preenchendo-se 45ml do seus
respectivos volumes, e levados a uma centrífuga (Figura 22) por 15 minutos.
(a) (b)
Figura 23 - Solução antes (a) e depois (b) da centrifugação.
31
Metodologia Experimental
(a) (b)
Para se atingir um material laminado de fibra de carbono de alto padrão, é exigido pela
indústria que o mesmo possua de 50 a 65% de teor de fibras (reforço) com uma porosidade
máxima de 2%. Entretanto para se obter tais especificações, é primordial que o material sofra
rigosoro controle de compactação. Essa compactação é facilmente controlada aplicando-se
uma pressão à vácuo na amostra durante o processo de cura da resina. Além de uma perfeita
compactação, o vácuo retira o excesso de bolhas formadas no processo de mistura da resina,
reduzindo a sua porosidade (STRINGER, 1989; GIOVEDI, MARINUCCI e ROUSE, 2004;
SHIMOKAWA et al., 2007, ABOT et al., 2008).
A utilização da compactação à vácuo consiste em uma técnica que atulamente se
expande não somente na laminção de fibras de carbono, mas também na laminação das fibras
de vidro na tentativa de se melhorar o ganho de desempenho mecânico dos compostos
(GIANCASPRO, 2009; MOHAN, NATARAJAN e KUMARESHBABU, 2011; SEVKAT e
BRAHIMI, 2011; MELO e VILLENA, 2012).
A etapa de laminação foi realizada nas dependências do laboratório CITEC do
departamento de engenharia Mecânica da Universidade Federal de São João del-Rei.
Inicialmente foram medidos (200×200mm) e cortados cinco camadas de tecido simples de
fibras de vidro (Figura 26) e carbono, sendo posteriormente pesados em uma balança.
A fração volumétrica de fibras foi obtida mediante o valor da massa medida de acordo
com a Equação 1, sendo df a densidade da fibra (obtida na literatura), mf a massa total da fibra
e vf o volume da fibra.
mf
df (1)
vf
15 v f
vm (2)
10
Uma vez calculado o volume total de matriz, o valor mássico de resina a ser medido foi
obtido reutilizando-se a Equação1. Conhecida a densidade da mistura (dm= 1,13 g/cm3) resina
e endurecedor, a massa de matriz (mm) foi obtida com o uso da Equação 3.
mm 1,13 vm (3)
Esse valor forneceu a quantidade base para a massa das partículas de sílica que foram
usadas em relação massa de matriz.
Com os cálculos (massa matriz, massa reforço) realizados, iniciou-se o processo de
laminação manual. A bancada foi devidamente forrada para se evitar qualquer tipo de
contaminação. Um tecido teflon do tipo Armalon® foi cortado para acomodar e facilitar a
posterior desmoldagem dos laminados (Figura 27 - a).
Cada uma das cinco camadas de tecido foi devidamente impregnada com resina epóxi
(Figura 27 - b). Roletagem foi utilizada para melhor compactação e uma eliminação de bolhas
(Figura 27 - c).
Após término do procedimento nas cinco camadas, o laminado foi encoberto com
outra camada de tecido teflon Armalon, e inserido entre duas lâminas de vidro para posterior
processo à vácuo (Figura 27 - d).
34
Metodologia Experimental
(a) (b)
(c) (d)
A bomba utilizada para criação do ambiente à vácuo foi da marca SURYA ® de 5CFM.
Após tempo de cura de aproximadamente 15 horas à temperatura ambiente, o material foi
retirado do vácuo e deixado para pós-cura por mais 6 dias. É importante ressaltar que o tempo
de cura e pós-cura estão de acordo com a norma do fabricante da resina HUNTSMAN ®.
Todas as condições foram feitas seguindo esse mesmo procedimento. Para as condições
em que a fase matriz foi reforçada com partículas, estas foram previamente misturadas e
homogeneizadas às partículas para posterior continuidade do processo de laminação dos
materiais. O resultado final do processo pode ser visto nas Figura 28.
(a) (b)
Para os testes de flexão, assim como nos testes de tração, foram fabricadas 2 placas de
compósito (200×200mm) por condição experimental investigada, sendo extraídos 5 amostras
por placa para realização dos ensaios.
Tabela
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Densidade Aparente
A Tabela 4 apresenta os resultados referentes as estatísticas descritivas (média (X m);
desvio padrão (DP); coeficiente de variação (CV) para a densidade aparente (ρ ap) dos
compósitos de fibra de vidro/carbono sem e com adição de micro e nanopartículas de sílica.
As densidades dos materiais fabricados estão próximas dos valores apresentados por
Chawla (1987) e Gay, Hoa e Tsai, (2003).
Para avaliação das possíveis diferenças na densidade causadas pela inclusão de
partículas de sílica nos compostos foram investigados doze grupos, formados pela
combinação das frações de partículas (0%; 1%; 2%; 3,5%), tipo de fibra (vidro e carbono) e
tamanho das partículas (micro; nano). Para cada grupo realizou-se a ANOVA, e constatada
significância (P-valor inferior a 0,05-5%) dos níveis investigados sobre o fator avaliado
utilizou-se na sequência o teste de comparação de Tukey (Tabela 5). Ressalta-se que os
quesitos para validação da ANOVA (homogeneidade, normalidade e independência dos
resíduos) e do teste de Tukey (equivalência entre variâncias) foram verificados, utilizando-se
40
Resultados e Discussões
para tanto os gráficos de resíduo e do teste de hipótese para equivalência entre variância s
(teste t) respectivamente.
que a porcentagem de peso obtida dos gráficos é referente ao material polimérico (resina), que
se degrada bem antes das fibras.
(a) (b)
Figura 34 – Curvas análise TGA: (a) Laminados de vidro (b) Laminados de carbono.
A partir da massa de fibra obtida das análises de TGA, a fração volumétrica de fibra
pôde ser obtida de acordo com as Equação 5, sendo Vf o volume de fibra, Ma a massa da
amostra e Mf a massa de fibra da analise TGA (BANDEIRA et al., 2012).
Mf c
Vf 100 (5)
Ma f
De acordo com Wu et al. (2008), o material não oxidado representa o material de
reforço, contudo, as amostras híbridas aqui fabricadas apresentam valores restantes de massa
que correspondem ao somatório das fibras e partículas (Mf), logo: Mf = mf + mp (mf - massa de
fibra; m p - massa de partícula). A massa de partícula (mp) pode ser obtida pela relação de
porcentagem em peso de matriz (Equação 6), sendo p corresponde a porcentagem de
partículas (1%, 2% e 3,5%) usadas em fração mássica de resina e mr obtida diretamente do
gráfico.
mp mr p (6)
Sabendo-se que o valor de massa restante da analise TGA (𝑀𝑓 ) é resultado do
somatório de massa de fibra e de partículas, a massa total fica então determinada pela
Equação 7.
M f m f mp
M f m f mr p
m f M f mr p (7)
42
Resultados e Discussões
O valor final da fração volumétrica de fibras foi determinado com o uso da Equação 8,
sendo considerados os valores de densidades das fibras de vidro e carbono (2,5 g/cm 3 e 1,77
g/cm3) obtidos da literatura. As densidades dos compósitos foram obtidas por meio de ensaios
físicos de densidade seguindo norma standard ASTM D792.
M f mr p c
Vf 100 (8)
Ma f
As estatísticas descritivas referentes aos resultados da análise termogravimétrica dos
laminados em fibras de vidro e carbono são apresentadas Tabela 6 respectivamente, sendo
utilizadas sete amostras por tipo de fibra.
4.3 Dispersão das Partículas de Micro e Nano Sílica - Microscopia MEV e MET
A Figura 35 ilustra a foto obtida do MEV para uma amostra em epóxi contendo 3,5%
micropartícula (entre 45 e 37 µm) após processo de cura do período de sete dias.
(a) (b)
Figura 36 - Análise via MET: (a) Sem tratamento (b) Com tratamento.
44
Resultados e Discussões
Tabela 7- Resultados dos ensaios de flexão para os compostos fabricados com fibra de vidro e
resina reforçada com micro e nanopartículas de sílica.
MOEf (MPa) MORf (MPa)
Xm DP CV(%) Xm DP CV(%)
1% 19698,0 566,96 2,88 372,00 20,82 5,60
1%-Rp 20918,3 494,88 2,37 362,7 27,3 7,54
2% 19832,2 1416,80 7,14 376,26 19,68 5,23
Micro
2%-Rp 20697,0 862,99 4,17 382,5 23,1 6,03
3,5% 22325,1 1221,32 5,47 279,09 18,28 6,55
3,5%-Rp 22593,1 367,919 1,63 298,35 9,97 3,34
1% 21105,5 876,355 4,15 346,5 22,5 6,50
1%- Rp 21258,7 722,225 3,40 360,86 16,79 4,65
2% 22664,3 406,299 1,79 212,91 9,10 4,27
Nano
2%- Rp 23028,7 480,706 2,09 223,01 11,71 5,25
3,5% 21618,2 1031,72 4,77 264,3 27,6 10,45
3,5%-Rp 21632,2 1260,48 5,83 283,7 36,3 12,78
46
Resultados e Discussões
99,9
99
Mean -6,66963E-13
95
StDev 671,1
Porcentagem
90
80 N 60
70 AD 0,341
60
50 P-Value 0,485
40
30
20
10
5
0,1
-2000 -1000 0 1000 2000
Módulo de Elasticidade
Assim como discutido para a densidade aparente, todos os quesitos para validação da
ANOVA e do teste de comparação de Tukey foram atendidos também para o MOE f dos
compostos, sendo apresentado apenas gráfico de normalidade dos resíduos. Este
procedimento se repetiu para todas as demais variáveis respostas investigadas neste trabalho.
Os efeitos de interação entre os fatores de um planejamento estatístico, quando
considerados significativos, se mostram mais importantes que os fatores individuais por
melhor explicar o comportamento da variável-resposta em análise, sendo investigados apenas
47
Resultados e Discussões
23000 Dimensão
Partícula
22500 Micro
Nano
Média MOE
22000
21500
21000
20500
20000
1% 2% 3,5%
Proporção de Partícula (%)
Tabela 9 - Agrupamentos por Tukey para o MOEf dos compostos de fibras de vidro.
Média Agrupamento
Micro 20308,1 B
1%
Nano 21182,1 A
Micro 20264,6 B
2%
Nano 22846,5 A
Micro 22459,1 A
3,5%
Nano 21625,2 A
O teste de Tukey foi utilizado novamente com o intuito de verificar as diferenças do uso
de 1% e 2% e logo seguida entre 2% e 3,5% de nanopartículas (dimensão que forneceu os
melhores valores para o MOE f) (Tabela 9), possibilitando identificar o melhor reforço
particulado para ganho de módulo de elasticidade na flexão (Tabela 10), sendo este os
fabricados com 2% de nanopartículas, por se apresentarem como melhor entre os três maiores.
Tabela 10 - Agrupamento por Tukey para o MOEf dos compostos fabricados com 2% e 3,5%
e ou 1% e 2% de partículas nano sílica (fibra de vidro).
99,9
Mean -7,10543E-15
99 StDev 20,76
N 60
95
Porcentagem
90 AD 0,518
80 P-Value 0,182
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
-75 -50 -25 0 25 50
Módulo de Resistência a Flexão
A Figura 42 exibe o gráfico de interação dos fatores sobre o MOR f dos compostos
fabricados.
400 Dimensão
Micro
Nano
350
Média MOR
300
250
200
1% 2% 3,5%
Proporção de Particula (%)
Tabela 12 - Agrupamentos por Tukey para o MOR f dos compostos de fibras de vidro.
Média Agrupamento
Micro 365,16 A
1%
Nano 353,38 A
Micro 378,29 A
2%
Nano 216,30 B
Micro 286,34 A
3,5%
Nano 269,68 A
Tabela 13 - Agrupamento Tukey (MOR f): compostos fabricados com micropartículas de sílica
(fibra de vidro).
Média Ag. Média Ag. Média Ag.
1% 378,29 A 1% 378,29 A 2% 365,16 A
2% 365,16 A 3,5% 286,34 B 3,5% 286,34 B
400 S 27,9175
R-Sq 84,8%
R-Sq(adj) 81,0%
MOR - Flexão
350
300
250
200
0 0 0 0 0 0 0
00 50 00 50 00 50 00
20 20 21 21 22 22 23
MOE - Flexão
(a) (b)
Tabela 14 - Resultados dos ensaios de flexão para os compostos fabricados com fibra de
carbono e resina reforçada com micro e nanopartículas de sílica.
MOEf (MPa) MORf (MPa)
Xm DP CV(%) Xm DP CV(%)
1% 51148,7 1018,74 1,99 578,11 43,18 7,5
1%-Rp 51740,5 574,429 1,11 556,83 27,18 4,9
2% 45660,4 330,814 0,72 527,143 19,14 3,6
Micro
2%-Rp 46783,1 647,039 1,38 531,79 29,03 5,5
3,5% 47494,0 198,671 0,42 559,67 28,38 5,1
3,5%-Rp 48552,3 236,620 0,49 543,66 30,33 5,6
1% 53280,5 724,073 1,36 589,91 25,95 4,4
1% - r 53984,4 775,940 1,44 600,52 29,932 4,9
2% 61946,7 503,368 0,82 610,59 14,22 2,3
Nano
2% - r 60105,1 639,641 1,06 599,398 10,47 1,7
3,5% 49358,2 463,620 0,94 556,067 44,08 7,9
3,5% - r 51213,7 854,897 1,67 547,067 28,34 5,2
53
Resultados e Discussões
99,9
Mean -3,63798E-12
99 StDev 859,4
95 N 60
Porcentagem
90 AD 0,349
80 P-Value 0,465
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
0 0 0 0 00 00 00
00 20 0 1 00 10 20 30
-3 - -
Módulo de Elasticidade
62500 Dimensão
Micro
60000
Nano
57500
Média MOE
55000
52500
50000
47500
45000
1% 2% 3,5%
Proporção de partícula (%)
Tabela 16 - Agrupamentos por Tukey para o MOEf dos compostos de fibras de carbono.
Média Agrupamento
Micro 51444,6 B
1%
Nano 53632,6 A
Micro 46221,8 B
2%
Nano 61025,9 A
Micro 48023,1 B
3,5%
Nano 50285,9 A
99,9
Mean 2,936910E-14
99 StDev 25,61
N 60
95
AD 0,534
Porcentagem
90
80 P-Value 0,165
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
-100 -50 0 50 100
Módulo de Resistência
A Figura 48 ilustra o gráfico de interação dos fatores principais sobre o MOR f dos
compostos fabricados com fibras de carbono.
610 Dimensão
600 Micro
Nano
590
Média MOR
580
570
560
550
540
530
520
1% 2% 3,5%
Proporção de partícula
Tabela 18 - Agrupamentos por Tukey para o MOR f dos compostos de fibras de carbono.
Média Agrupamento
Micro 567,47 B
1%
Nano 595,21 A
Micro 529,47 B
2%
Nano 604,99 A
Micro 551,67 A
3,5%
Nano 551,57 A
620 S 12,2513
610 R-Sq 85,4%
600
MOR - Flexão
R-Sq(adj) 81,8%
590
580
570
560
550
540
530
0 0 0 0 0 0 0 0
5 00 75 0 0 00 25 0 5 00 7 50 00 0 2 50
4 4 5 5 5 5 6 6
MOE - Flexão
(a) (b)
Além da boa relação adesão matriz/fibra cabe ainda mencionar que o reforço
particulado aumenta o atrito entre as fibras (MANJUNATHA, 2008) atribuindo um papel
importante no transporte de cargas, respaldando os incremento no MOR do laminado assim
como observado por Zhou et al. (2007).
Zheng, Ning e Zheng (2005) mencionam que o ganho em propriedades mecânicas de
flexão podem ser atribuídos ao ganho em propriedades de tração e compressão. Aumentos
dessas propriedades podem justificar ganho em MOE do material. Uma correlação entre o
MOE e MOR de tração sob condições de região de interface não pode ser estabelecida, pois
58
Resultados e Discussões
de acordo com Chung (1994) e Fu et al. (2008), a tração é totalmente indiferente à influencia
da região de interface. A seguir são apresentados os resultados dos ensaios de tração uniaxial
para complementar essa teoria.
Tabela 20 - Resultados dos ensaios de tração para os compostos fabricados com fibra de vidro
e resina reforçada com micro e nanopartículas de sílica.
MOEt (MPa) MORt (MPa)
Xm DP CV(%) Xm DP CV(%)
1% 20216,0 1196,14 5,92 289,169 21,253 7,35
1%-Rp 21703,9 796,108 3,67 275,341 16,023 5,82
2% 20798,7 935,935 4,50 197,877 2,934 1,49
Micro
2%-Rp 20881,3 645,95 3,09 204,839 6,256 3,05
3,5% 21146,1 526,305 2,60 160,743 4,862 3,03
3,5%-Rp 20253,7 933,513 4,39 153,221 7,144 4,66
1% 22182,6 734,216 3,31 409,581 18,159 4,43
1%-Rp 22570,5 710,508 3,18 376,902 21,80 5,78
2% 22420,6 440,778 1,95 428,521 8,620 2,01
Nano
2%-Rp 22342,2 546,025 2,44 401,198 17,937 4,47
3,5% 20891,6 1158,06 5,54 385,484 11,484 2,98
3,5%-Rp 20022,3 648,241 3,24 374,137 16,193 4,33
99,9
Mean 1,818989E-13
99 StDev 682,4
N 60
95
AD 0,600
Porcentagem
90
80 P-Value 0,114
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
-2000 -1000 0 1000 2000
Módulo de Elasticidade
22500 Dimensão
Micro
Nano
22000
Média MOE
21500
21000
20500
1% 2% 3,5%
Proporção de Partícula
equivalentes para a proporção de 3,5% micro e nano. Com o intuito de investigar a influência
da inclusão de micro nanopartículas nos materiais utilizou-se o teste de agrupamento de
Tukey, cujos resultados são apresentados na Tabela 22.
Tabela 22 - Agrupamentos por Tukey para o MOEt dos compostos de fibras de vidro.
Média Agrupamento
Micro 21000,4 B
1%
Nano 22251,5 A
Micro 20840,0 B
2%
Nano 22456,3 A
Micro 20432,9 A
3,5%
Nano 20335,1 A
Tabela 24 - Agrupamento por Tukey para o MOEt dos compostos fabricados com 1%, 2% e
3,5% de micropartículas de sílica (fibra de vidro).
Média Agrupamento
1% Micro 21000,4 A
2% Micro 20840,0 A
3,5% Micro 20432,9 A
99,9
Mean -2,84217E-14
99 StDev 16,10
N 60
95
AD 0,672
Porcentagem
90
80 P-Value 0,075
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
-50 -25 0 25 50
Módulo de Resistência Tração
A Figura 54 exibe o gráfico de interação entre os fatores para o MOR t dos compostos
fabricados com fibras de vidro.
450 Dimensão
Micro
400 Nano
Média MOR
350
300
250
200
150
1% 2% 3,5%
Proporção de Partícula
Tabela 27 - Agrupamento por Tukey para o MORt dos compostos fabricados com 1% e 2%, e
com 2% e 3,5% de partículas nano sílica (fibra de vidro).
Média Agrupamento
1% 393,24 B
1% Nano-2% Nano
2% 414,36 A
2% 414,36 A
2% Nano-3,5% Nano
3,5% 379,81 B
63
Resultados e Discussões
Tabela 28 - Agrupamento por Tukey para o MORt dos compostos fabricados com 2% e 3,5%
de partículas micro sílica (fibra de vidro).
Média Agrupamento
2% 201,36 A
2% Micro-3,5% Micro
3,5% 156,98 B
Assim como no MOEt dos materiais feitos com fibras de vidro, a melhor condição
obtida para o MORt pode ser atribuída ao tratamento com 2% nanopartículas, e os menores
valores desta propriedade foram provenientes dos materiais fabricados com 3,5% de
micropartículas de sílica.
Tabela 29 - Resultados dos ensaios de tração para os compostos fabricados com fibra de
carbono e resina reforçada com micro e nanopartículas de sílica.
MOEt (MPa) MORt (MPa)
Xm DP CV(%) Xm DP CV(%)
1% 54585,5 1431,51 2,62 646,48 13,84 2,14
1%-Rp 53472,5 917,615 1,71 635,88 10,08 1,59
2% 56240,3 788,23 1,40 601,02 11,95 1,99
Micro
2%-Rp 57323,9 808,20 1,41 580,02 42,61 7,34
3,5% 53742,7 572,87 1,07 621,14 11,38 1,83
3,5%-Rp 53870,8 505,074 0,94 618,76 19,70 3,18
1% 53927,4 652,77 1,21 738,19 31,65 4,29
1%-Rp 55652,2 605,611 1,09 711,65 25,14 3,53
2% 58430,6 743,44 1,27 720,62 16,39 2,27
Nano
2%-Rp 58587,0 1338,15 2,28 718,40 11,44 1,59
3,5% 55027,7 669,744 1,22 715,93 19,59 2,74
3,5%-Rp 55710,5 1145,45 2,06 719,99 16,52 2,29
64
Resultados e Discussões
99,9
Mean -1,94026E-12
99 StDev 897,8
95 N 60
Porcentagem
90 AD 0,461
80 P-Value 0,251
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
0 0 0 0 00 00 00
00 20 0 1 00 10 20 30
-3 - -
Módulo de Elasticidade
Média
56000 2,46%
55000
54000
Micro Nano 1% 2% 3,5%
Figura 56- Gráfico de efeitos principais sobre MOEt dos compostos (fibra de carbono).
99,9
Mean -6,63173E-14
99 StDev 14,66
N 60
95
AD 0,630
Porcentagem
90
80 P-Value 0,096
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
-50 -25 0 25 50
Módulo de Resistência
740 Dimensão
Micro
720
Nano
700
Média MOR
680
660
17,93%
640
620
600
1% 2% 3,5%
Proporção Partícula
Tabela 33 - Agrupamento por Tukey para o MORt dos compostos fabricados com
nanopartículas de sílica nas três proporções investigadas (fibra de carbono).
Média Agrupamento
1% 729,92 A
Nano 2% 719,51 A
3,5% 717,96 A
Assim como encontrado para o MOEt e MOR t dos compósitos fabricados com fibras de
vidro, os melhores resultados do MOEt e MOR t dos compostos com fibras de carbono foram
provenientes da inclusão de nanopartículas de sílica.
Já havia sido discutido por Fu et al. (2008), em seu trabalho, que o MOE em tração é
inversamente proporcional ao tamanho médio das partículas. Em outras palavras, a redução
do tamanho médio das partículas adicionadas em matriz polimérica proporciona ligeiro
aumento nas propriedades de tração, fato esse evidenciado nessa pesquisa, onde os compostos
fabricados com as nanopartículas (com diâmetro médio de 20ηm) promoveram um ligeiro
aumento no valor do MOEt em relação aos materiais feitos com micropartículas de sílica (45 e
37 µm).
Fu et al. (2008) afirmam ainda que a adição de partículas em um polímero pode
aumentar a rigidez à tração desde que as partículas utilizadas apresentem módulo de
elasticidade bem superior ao módulo de elasticidade do polímero (matriz), proporcionando
aumento consistente com o aumento das frações de partículas. Entretanto, dos resultados
obtidos do presente estudo, para frações mássicas superiores a 2% de partículas (3,5%) notou -
se minoração das propriedades mecânicas.
Pelos resultados obtidos dos ensaios de tração e flexão para os dois tipos de fibras,
ficou-se constatado que a inclusão de 2% de nanopartículas de sílica apresentou em geral os
melhores resultados, sendo esta condição comparada com a de referência (sem partículas).
68
Resultados e Discussões
Fibra de Carbono:
A Tabela 37 apresenta as estatísticas descritivas referentes aos ensaios de flexão e
tração dos compostos laminados em fibras de carbono com a inclusão 0% (referência) e 2%
de nanopartículas de sílica na matriz epóxi.
Tabela 37 - Resultados dos ensaios de tração e flexão para os compostos fabricados com
fibra de carbono e resina reforçada com 0% e 2% de nanopartículas de sílica.
MOE (MPa) MOR (MPa)
Xm DP CV(%) Xm DP CV(%)
0% 41021,8 801,89 1,95 501,81 31,81 5,83
0%-Rp 42193,5 496,67 1,18 507,32 33,88 6,68
Flexão
2% 61946,7 503,368 0,82 610,59 14,22 2,3
2%-Rp 60105,1 639,641 1,06 599,398 10,47 1,7
0% 53684,6 1088,01 2,03 671,91 23,42 3,49
0%-Rp 53369,9 606,159 1,14 691,75 14,12 2,04
Tração
2% 58430,6 743,44 1,27 720,62 16,39 2,27
2%-Rp 58587,0 1338,15 2,28 718,40 11,44 1,59
70
Resultados e Discussões
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
- A inclusão de micropartículas nos compósitos laminados nas três proporções investigadas
não proporcionou alterações significativas na densidade aparente, o mesmo não ocorreu com
relação à inclusão de nanopartículas, responsáveis por minorar a densidade dos materiais
(para ambos os tipos de fibra e frações de partículas) quando comparados com a densidade
dos compósitos das respectivas condições de referência (0% de partículas), explicada pelo
preenchimento de vazios na matriz epóxi;
- O método de funcionalização das nano sílicas com PDDA e testes iniciais de dispersão em
matriz epóxi se apresentaram eficientes, possibilitando melhorar a distribuição dos esforços
internos para os reforços e contribuindo por aumentar as propriedades de resistência e rigidez
investigadas;
- A inclusão de nano sílica nos materiais compósitos laminados em matriz epóxi reforçados
por fibras de vidro e carbono apresentou desempenho mecânico superior em MOE (tração e
flexão) quando comparados com os materiais elaborados com micropartículas de sílica;
- A inclusão de nano sílica nos materiais compósitos laminados em matriz epóxi reforçados
por fibras de carbono apresentou desempenho mecânico superior em MOR (tração e flexão)
quando comparados com os materiais elaborados com micropartículas de sílica, entretanto a
tendência se mostrou diferente para com os reforçados por fibras de vidro onde o MOR
obteve maiores resultados para com micropartículas. Não existem estudos na literatura para
confronte dos dados, logo a explicação mais provável poderia ser o enfraquecimento da região
de interface e redução da resistência ao cisalhamento interlaminar promovido pelo baixo
conteúdo de matriz somado ao alto volume que as nanopartículas (interface mais dominada
por partículas que as micro) promoveram no polímero.
- De maneira geral, das proporções de partículas investigas, notou-se aumento nas
propriedades mecânicas de 1% para 2% e decréscimos de 2% para 3,5%, sendo eleita a fração
de 2% como ideal para as propriedades mecânicas avaliadas;
73
Conclusões
TRABALHOS FUTUROS
REFERÊNCIAS
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