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Universidade Federal de Ouro Preto

Curso de Engenharia Mecânica

TERMODINÂMICA APLICADA – MEC 620

Aula 10 – Energia Interna, Entalpia e Calor Específico


de Gases Perfeitos
Prof. Marcelo Teodoro Assunção
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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
A energia interna de qualquer substância pura é função de duas propriedades
independentes que definem o estado termodinâmico (P e v, T e v).

Entretanto, quando a massa específica é baixa, a energia interna específica passa a


depender principalmente da temperatura e se altera pouco com as variações de P
ou v.

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Ex.: Tabela B1.3

A análise da tabela mostra que u é função de T e que varia pouco com alterações
da pressão. Verifica-se também que a dependência de u com P é menor quando a
pressão é baixa, ou seja, em estados onde a massa específica é baixa.

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Extrapolando este comportamento para estados onde a massa específica seja
suficientemente pequena para que o modelo de gás perfeito se torne adequado:

Pv  RT u  f (T )

A relação entre a energia interna u e a temperatura pode ser estabelecida


utilizando a definição de calor específico a volume constante:

 u 
cv   
 T  v

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Como a energia interna de um gás perfeito não é função do volume, pode-se
escrever:
du
cv 0  du  cv0 dT
dT

O índice 0 indica o calor específico de um gás perfeito. Para uma massa m:

dU  mcv0 dT

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Da definição de entalpia e da equação de estado de um gás perfeito, segue que:

 h 
h  u  pv  u  RT cp   
 T  p
R  CONSTANTE h  h(T ) dh
c p0 
dT
u  f (T ) dh  c p0 dT

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Como a energia interna e a entalpia são funções apenas da temperatura, os calores
específicos a volume constante e a pressão constante só dependem da
temperatura, ou seja

cv 0  f (T ) c p 0  f (T )
Relação entre os Calores Específicos:

c p 0  cv 0  R

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Como a diferença entre os calores específicos a pressão constante e a volume
constante é sempre constante, precisamos examinar somente a dependência da
temperatura de um deles.
Considerando o c p 0 , existes três possíveis análises a serem feitas.
- A mais simples resulta da hipótese de se admitir o calor específico constante:

Tabela A5

dh  c p0 dT h2  h1  c p 0 T2  T1 

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
A segunda possibilidade é a utilização de uma equação analítica para c p 0 em
função da temperatura.
A tabela A6 fornece equações de c p 0 em função da temperatura, que foram
ajustadas para diversos gases.

A terceira possibilidade é integrar os resultados dos cálculos da termodinâmica


estatística desde uma temperatura arbitrária de referência até qualquer outra
temperatura T
T
hT   c p 0 dT
T0

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Entre os estados 1 e 2:

T2 T1
h2  h1   c p 0 dT   c p 0 dT  hT 2  hT 1
T0 T0

A função hT 1 é apresentada para o ar na tabela A7 e para vários outros gases na


tabela A8.

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Resumindo os três casos apresentados, as tabelas de gases perfeitos, A7 e A8, são
as mais precisas.

A tabela A6 fornece boa aproximação, mas é um procedimento mais trabalhoso.

Admitir o calor específico como constante, tabela A5, fornece boa aproximação
para casos em que a temperatura é igual ou inferior à temperatura ambiente.

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Exemplo 1: Calcule o calor transferido para 1kg de oxigênio quando este é
aquecido de 300K a 1500K. Admita o comportamento de gás perfeito.
A resposta mais precisa: pela tabela A8:

1 Q2  m(h2  h1 )  1kg (1540,23  273,15)  1267,08kJ

Admitindo o calor específico constante: pela tabela A5:

1 Q2  m(h2  h1 )  mc p 0 T2  T1   1kg.0,9216(1500  300)  1105,92kJ

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Energia Interna, Entalpia e Calor
Específico de Gases Perfeitos
Exemplo 2: Um cilindro provido de pistão apresenta volume inicial de 0,1m³ e
contém nitrogênio a 150kPa e 25°C. Comprime-se o nitrogênio, movimentando o
pistão, até que a pressão e a temperatura se tornem igual a 1MPa e 150°C.
Durante esse processo, calor é transferido do nitrogênio e o trabalho realizado
sobre o nitrogênio é 20kJ. Determine o calor transferido no processo.
PV
m  0,1695kg
RT
1 Q2  m(u 2 u1 ) 1W2

1 Q2  mcv 0 (T 2T1 )1W2  (0,1695)(0,745)(150  25)  20  4,2kJ

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Equação da Primeira Lei em termos de
Fluxo
A Primeira lei da termodinâmica pode ser usada em termos de fluxo, expressando
a taxa média de energia que cruza a fronteira do sistema, como calor e trabalho, e
a taxa de variação da energia do sistema.

 dU d ( EC ) d ( EP) 
Q   W
dt dt dt

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