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,
Diretor: Paulo Martins
Vice-Diretora: Ana Paula Torres Megiani
CONSELHO CIENTÍFICO
Titulares Suplentes
Maria Helena de Moura Neves Marilúcia dos Santos Domingos Striquer
Margarida Maria Tadoni Petter Eliana Merlin Deganutti
Beth Brait Tânia Guedes Magalhães
Kazuê Saito Monteiro de Barros
Rodolfo Ilari
Vanessa Hagemeyer Burgo
Vanda Maria Elias
Sueli Cristina Marquesi
COMISSÃO EDITORIAL
Projeto NURC/SP – Núcleo USP FFLCH/USP
Área de Filologia e Língua Portuguesa
Cidade Universitária – Sala 4 – Letras
Caixa Postal 72042 – CEP 05508-900
São Paulo – SP – Brasil
Tel.: 3091-4864
e-mail: nurc@edu.usp.br
ISBN 978-65-87621-22-7
DOI 10.11606/9786587621227
Z E E
São Paulo,
Série Projetos Paralelos
“Esta obra é de acesso aberto. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e
autoria e respeitando a Licença Creative Commons indicada”
Coordenação Editorial
Maria Helena G. Rodrigues – MTb n. 28.840/SP
Projeto Grá co, Diagramação e Arte- nal da capa
Walquir da Silva – MTb n. 28.841/SP
Projeto de Capa
Joceley Vieira de Souza
Revisão
dos Autores
D Z
Apresentação..............................................................................................
R G Do D
O Projeto NURC-SP núcleo USP, por exemplo, conta com vasta produção a respeito
de estudos em oralidade e temas a ns seja por meio de publicações individuais de seus
pesquisadores, seja por meio dos livros Projetos Paralelos. Mais informações estão disponíveis
em: http://nurc. ch.usp.br/publicacoes_fase . Acesso em: maio .
sua pesquisa e, em especial, articulando-a ao ensino, porque essa mo-
dalidade segue sendo utilizada, quase que exclusivamente, como ins-
trumento de ensino (oral integrado, oralidade utilizada como meio/
recurso para o professor ensinar outros conteúdos, integrada a outros
conteúdos e, muito provavelmente, à escrita) em aulas de línguas e de
outras disciplinas (STORTO, ), e não como objeto de ensino
(oral autônomo, a oralidade ou um gênero oral é ensinado/ aprendido,
é o foco, o tema do ensino). Além disso, em geral, a oralidade é trata-
da com base nas características da escrita, desconsiderando-se, assim,
muitos de seus pormenores (BRASIL, ; LOUSADA; ROCHA;
GUIMARÃES-SANTOS, ).
Não utilizamos aqui o termo “oralidade” em relação ao termo “letramento”, mas como
sinônimo de “língua falada”.
A pesquisadora trabalha com formação de professores de línguas desde , atuando em
cursos de graduação, de pós-graduação, em projetos de ensino e de extensão. Ademais, ela
pesquisa a respeito da oralidade desde a iniciação cientí ca em e acerca do trabalho
com a oralidade em sala de aula desde , quando registrou seu primeiro projeto de
pesquisa na instituição onde leciona atualmente, Universidade Estadual do Norte do Paraná
(UENP).
Cf. Lousada, Rocha e Guimarães-Santos ( ).
Assim, no âmbito escolar, especialmente no Ensino Médio e no
Superior, a oralidade tem status secundário, já que não há quase ênfa-
se em atividades direcionadas ao desenvolvimento da habilidade oral
(ÁLVARES; ORTIZ- PREUSS, ). Isso pode levar à defasagem
na produção oral de muitos estudantes, que chegam à graduação e à
pós-graduação sem dominar gêneros orais e sem saber se apresentar
oralmente de modo adequado, o que pode vir a prejudicar seu de-
sempenho, tanto em atividades de pesquisa e de extensão quanto em
comunicações orais em eventos cientí cos e de ensino, como em es-
tágios. Isso revela que, mesmo havendo inúmeras possibilidades de
trabalho com a oralidade, essa ainda é deixada de lado no contexto
escolar, no qual são privilegiadas ações voltadas à escrita.
A m de abordar este assunto como ponto de partida para ou-
tras pesquisas, neste capítulo, analisamos um corpus formado por dez
apresentações de seminários para a compreensão do gênero e, com
base nos dados, exibimos uma sinopse de sequência de atividades para
o ensino do seminário em sala de aula. Assim, visamos a: a) analisar
o gênero discursivo seminário com base em um conjunto de exem-
plares do gênero produzidos em situação real de interação discursiva;
b) construir uma sinopse de sequência de atividades para o ensino e
a aprendizagem de seminários. Para tanto, realizamos um estudo de
cunho discursivo. Assim, de acordo com os procedimentos teórico-
-metodológicos utilizados, esta pesquisa classi ca-se como sendo bi-
bliográ ca e documental (GIL, ; MARCONI; LAKATOS, ),
cujos dados foram analisados descritiva e interpretativamente (GIL,
; MARCONI; LAKATOS, ).
Na pesquisa documental, são utilizados como fonte de estudo/
análise materiais (livros, artigos, vídeos, fotogra as etc.) cujos conteú-
dos não passaram ainda por análise, con gurando-se, por isso, como
matéria-prima de investigação (GIL, ). Já a pesquisa bibliográ ca
recorre a “trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem
capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema”
(MARCONI; LAKATOS, , p. ).
Sobre esse assunto, veja também, neste volume, o texto de Leite, “O lugar da oralidade no
livro didático”.
Os PCN (BRASIL, , p. - )
r R i R D iO GR GDGR
Fonte: A autora.
Excerto :
“pessoal boa noite... é:::... hoje nós vamos apresentar:: o tema do nosso
seminário... que é Psicolinguística::... [...]”
Excerto :
“[...] e:: podem perguntar pessoal... [...] então:: muito obrigado
pessoal... agora vamos fazer algumas atividades...”
Excerto :
“boa noite... ô:: ô:: nosso seminário é sobre...”
Excerto :
“((risos)) podemos começar?... boa noite... para você que tá aí me
gravando... também:::... [...] então... vamos começar aqui::: a falar::
da Pragmática...”
Uma equipe, após cumprimentar os colegas, agradeceu as
presenças:
Excerto :
“boa noite... é::... muito obrigada pela presença de todos... meu nome
é S *... A*... ((locutora aponta para a primeira colega à direita))... E*...
((locutora aponta para a segunda colega à direita))... e nós vamos...
falar da Sociolinguística... se surgir alguma dúvida... durante a
apresentação... quem à vontade e:: podem perguntar pessoal...”
Excerto :
“pessoal... boa noite... é:::... hoje nós vamos apresentar:: o tema do
nosso seminário... que é Psicolinguística::... nosso grupo é composto
pelo G*... a H*... a L*... L*... ((falante aponta para si mesma))... e S*...
(falante aponta para colega à esquerda))... ((pausa longa))... bom::...”
Excerto :
“[...] esse... então:: é o tema do nosso seminário... primeiro... L* vai
falar sobre interação... [...]”
Excerto :
“[...] e:: a gente assim::... formadores em Letras... em línguas... temos
que trabalhar contra isso... e não a favor disso... não reforçando... é um
cuidado que devemos ter desde pequeno::.. porque tudo isso faz parte
da nossa sociedade::... [[CONSIDERAÇÕES FINAIS]] aqui estão
as nossas referências... né::: referências que nós usamos para fazer o
trabalho...” [[REFERÊNCIAS]]
Excerto :
“e::: nós já veri camos aqui... né::... no nosso trabalho... o que a
professora LS sempre nos falava... que nós como futuros professores
de Letras... devemos respeitar o linguajar de cada pessoa ((barulho de
algo caindo)).... ensinando a norma culta... mas respeitando sempre
o linguajar de cada... cada pessoa, ensinando a norma culta... mas
respeitando sempre o linguajar de cada pessoa... [[CONSIDERAÇÕES
FINAIS]] estas são as nossas referências.... [[REFERÊNCIAS]]eu
queria neste momento fazer alguns agradecimentos... que foram
pessoas que contribuíram para este trabalho... a nossa querida
professora LS... que nos proporcionou este aprendizado... que nos fez
pesquisar sobre esse tema... e:: também porque ela forneceu alguns
sites... artigos... para a nossa pesquisa... né::... gostaria de agradecer
nosso amigo G* e o V*... que muito gentilmente nos cedeu material
para fazermos essa pesquisa... e também a nossa professora JS... pela sua
dedicação e atenção... que nos forneceu ajudando::... orientando... e::
e::... tirando todas as nossas dúvidas que surgiram durante a pesquisa
que estávamos fazendo... e:::... as dúvidas surgiram... e ela foi...
nos orientando e tirando as nossas dúvidas... e::... também por não
medir esforços para que esses seminários dessem sequência... você::...
não mediu esforços e::... fez de tudo para que eles se realizassem...
então:::... muito obrigado pessoal... [[AGRADECIMENTOS]]...
alguma dúvida ou alguma pergunta?...” [[ABERTURA PARA
PERGUNTAS]]”
Figura : Construção composicional do gênero seminário
Legenda: *: elementos que não apareceram em todos os seminários.
Fonte: a autora.
Excerto :
“[...] a gente já percebeu... com os outros colegas... que nos
antecederam... que a Linguística tem várias rami cações que foram
se desenvolvendo ao longo do século vinte... então::.. num primeiro
momento... a gente vai observar que a Linguística::.. ela vai se dividir
em dois polos... um polo Formalista... e um polo Funcionalista... esse
polo Formalista vai tratar a respeito... do sistema e da estrutura... e
quando... quando falamos da estrutura... Estruturalismo... e vamos
lembrar de::... Saussure::... e do que foi se organizando daí pra frente...
e quando nós falamos de estru/::... do polo Formalista::... nós vamos
falar... a respeito da função que essas palavras... que essa língua
vai... encontrando... vai criando... para que ela vá se consolidando...
e quando nós falamos no polo Funcionalista... nós vamos falar em
uso... e quando nós falamos em uso::... nós vamos falar na prática... na
Pragmática::... [...]”
Excerto :
“[...] sobre autor... principal... protagonista... né::... do Gerativismo::...
é Noam Chomsky... e:: quem vai falar sobre isso depois... [...]
Chomsky... Chomsky classi cou com desempenho e competência...”
Excerto 12:
“[...] o David Cristal... ele tem um dicionário de Linguística e de
Fonética... que vai falar aquilo::: que eu já ressaltei... [...]”
Excerto :
“[...] é:: para Saussure a sua preocupação está relacionada à análise
das relações internas... entre os elementos linguísticos... ou seja... à
Linguística:: estrutural::... é:: sem preocupar né... com as relações
entre linguagem e sociedade... é::... para ele::... a língua é:: um fator
social::... é:: já::... na década de:: ... a reação... ela se::: operou
contra... o domínio de conceitos linguísticos de Saussure... é:: houve
um comportamento oposto por parte de alguns estudiosos... né...
é:: entre eles... é::: Bakhtin::... em ... Jakobson... ... (( ))...
em ... PARA esses estudantes... é:: a linguagem::... eles tinham
avisão que:: a linguagem... a cultura... e sociedade seriam consideradas
fenômenos inseparáveis... diferente da visão de Saussure...
Excerto :
“bom::... a Sociolinguística p uma área da ciência que surgiu na segunda
metade do século vinte... pra:: veri car de que modo os fatores de
natureza linguística e variação linguística estavam relacionados ao uso
da variante da língua... ((locutora lendo slides)).. é:: ((voltando-se à
ao auditório))”
Excerto :
“aí::... p situacional... que p a capacidade de:: empregar diferentes
formas da língua em situações comunicativas diversas...”
Excerto :
“então::... aqui entra a interacionista... a forma interacional... que p::
a forma com ela entendeu o gesto que ele fez... que para ele estava de
acordo com a cultura dele... mas:: não estava de acordo com a cultura
dela... então::: essa interação não houve... ela não sabia do contexto
dele... e::: ele não sabia do contexto dela... então::... houve essa falha
cultural e comunicativa...”
Excerto :
“cada uma dessas correntes busca abordar de um modo particular a
diversidade linguística existente... que aí vai estudar de uma forma
mais completa cada uma delas...”
Excerto :
“faz parte de um contexto comunicativo... que analisa o discurso... e:::
tem como foco... a nossa habilidade de interpretar::: o que os nossos
interlocutores intencionam comunicar na interação oral cotidiana...”
Excerto :
“e::: quando ele vai escrever... ele quer escrever tudo isso::: do jeito
que ele fala... porque p um traço cultural dele... é::: o jeito que ele
convive... ele tem uma oratória muito legal... ele se expressa muito
bem... e ele quer escrever todos os vícios de linguagem que tem...”
(VI UDV G ■ Conversa sobre as características básicas das esferas de circulação do seminário. Apesar
FLUF ODomR FR R GH H WXG QWH H W UHP HQ G QH H IHU F GrP F X H F U XQ SHFW
G SURG omR G GH HP HU UH W G F P S SH F G QWHU FXW UH IXQom G H F H G XQ HU
U F SomR REM L RV G GH
■ Após isso, os estudantes devem escolher os textos que serão utilizados no seminário e
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• “Como fazer pesquisa bibliográ ca”, de Agma Juci Machado Traina e Caetano Traina Jr.,
G S Qt H HP http://univasf.edu.br/~ricardo.aramos/comoFazerPesquisasBibliogra cas.pdf
FH HP P
UDoRV ■ É preciso falar em tom e velocidade de voz adequados. As palavras devem ser bem
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R SURV GLFRV SU S U XP G QkP F I U PX W UiS G GHS PX W GH U H WH W U WHQom H
compreensão do público; falar deitado no chão, sentado na carteira, olhando para baixo;
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■ J V V G O L UDV SDUD RV SURI VVRU V
• “ H H FtF R GH IR R G ROR H G FomR S R ”, de Edmar Oneda, disponível em:
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• “Aprenda 5 táticas de como melhorar a dicção”, de Cristiane Romano, disponível em
WWS FU W QHU P Q F P U W W F S U PH U U G FF FH HP P
• “12 exercícios para melhorar a oratória e se comunicar melhor”, no Catraca Livre,
G S Qt H HP WWS F WU F UH F P U F UUH U H HUF F S U PH U U U W U H H
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• “6 E FRPR PHO R G FomR HP S R ”, do Clube da Fala, disponível em WWS
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■ Exibição do vídeo “Power Point 2013/16 - Apresentação de slides pro ssional em poucos
P R ” (do prof. Silas Romanha, disponível em: WWS ZZZ XWX H F P Z WF
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■ Para que os alunos que assistem ao seminário prestem atenção nas apresentações, suge
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Organização do ambiente
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Desenvolvimento
Recapitulação e síntese
Considerações nais
Referências
Encerramento e agradecimento
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Informações de contato
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Domínio do assunto
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Noção espacial
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Considerações nais
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