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Introdução às Terapias de Terceira Onda FAP ACT TAC DBT

Psicologia Comportamental (Universidade de Caxias do Sul)

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ANOTAÇÕES TCC – PROVA 2

Terapias comportamentais
Texto: O lugar da terapia analítico comportamental no cenário internacional [...]

Terapia comportamental => expressão que agrupa uma série de práticas que não estão necessariamente
relacionadas filosoficamente !

Diferentes abordagens:
- modificação do comportamento
- análise do comportamento aplicada
- (...)
= Estão vinculadas à expressão “comportamental”, mas tem diferentes bases filosóficas

- Final do séc. XX = Terapia Analítico Comportamental (TAC) = exclusivamente brasileira

História:
- extrapolar princípios validados empiricamente na pesquisa básica para a resolução de problemas aplicados.
- terapia comportamental: qualquer intervenção deveria partir do entendimento científico dos processos
comportamentais básicos
- Transposição de achados do condicionamento respondente para modificação de comportamento.
- Watson – Pequeno Albert = marco histórico

1924: os modelos (baseados em condicionamento respondente) mais bem sucedidos para diminuir medo
foram a exposição gradual ao estímulo temido -> dessensibilização sistemática (Wolpe, na África do Sul e
Eysenck, em Londres)

Enquanto isso:
- Skinner estudava condicionamento operante e aplicava seus achados
- Transposição pesquisa -> comportamento humano
- não começa no contexto clínico, os “modificadores de comportamento” trabalharam por 2 décadas em
instituições, planejando contingências.

Final dos anos 60:


- análise do comportamento aplicada -> divide-se em 2 áreas (ver texto)

- psicanalistas insatisfeitos -> influência dos comportamentalistas -> fundam as cognitivas comportamentais

- anos 70 e 80: expansão das terapias comportamentais


- final dos anos 80: fragmentação desse campo (terapias comportamentais ligadas ao Behaviorismo Radical de
Skinner).

-> Analistas do comportamento = instituições psiquiátricas


-> Terapeutas cognitivo-comportamental = consultório/clínicas

1990: analistas do comportamento dos EUA desenvolvem modelo mais consistente = análise do
comportamento clínico (CBA). Passa a considerar aspectos da clínica (Ex: relação terapeutica). (depois vai gerar
as terapias contextuais)

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- Terapias comportamentais – modelo respondente e operante (EUA) -> até o final dos anos 60, chamada de
1ª ONDA

- Terapias cognitivas -> a partir da década de 70 (revolução cognitiva), 2ª ONDA

- Terapias contextuais -> a partir da década de 90, 3ª ONDA

No Brasil: TAC (Terapia Analítico Comportamental)


- Fred Keller (parceiro de Skinner) = 1961, vem para o Brasil, introduz a comportamental no brasil

Brasil – Chegada da AEC:


Anos 60:
- FAP, ACT, DBT -> até anos 90
- TCC (anos 90)
Para alguns autotes, o termo 1ª,2ª e 3ª onda não se aplica no Brasil

FAP – Terapia Analítico Funcional


FAP: se situa no momento histórico em que os terapeutas repensaram o Behaviorismo Radical (baseia-se nele)
- proposta de intervenção que busca autoconhecimento, mudança, tem foco na relação terapêutica dentro da
análise do comportamento/behaviorismo.

Terapeuta: é uma audiência não punitiva, não aversiva para o cliente. -> Gera efeito de intimidade
(proximidade, confiança, respeitando o setting, é igual à relação terapêutica). A relação de intimidade entre
terapeuta e cliente é muito importante para a FAP.

Relação terapêutica (RT): repertório interpessoal, gera apego, proximidade, etc.

 Comportamento clinicamente relevante:


- desempenha fora e dentro da RT.
- tipo de padrão de comportamento que se repete, também, no setting
- o ambiente terapêutico é mais um dos ambientes do cliente
- alguns comportamentos tem especial relevância clínica. Ex: paciente com dificuldade em criar relação
de intimidade -> provável que manifeste isso na terapia (esquiva, etc). = princípio da generalização.
- Contexto de vida  GENERALIZAÇÃO  Contexto da Terapia
- A análise funcional que determina se é um comportamento relevante

Análise Funcional = ferramenta principal

Tipos de comportamento clinicamente relevante:

1. CRB1: Problemas do cliente que ocorrem na sessão


- ex: esquiva, agressividade, controlar tudo
- no início tem uma frequência alta, tendem a ir diminuindo ao longo da terapia
- deve diminuir, extinção

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2. CRB2: Progressos do cliente que ocorrem na sessão


- indicam mudança (“melhora)
- menos frequente no início, tendem a aumentar
- ex: cliente passa a ser mais afetivo, dá mãe, abraço, fala mais naturalmente, fala mais sobre o
tratamento
- sempre em relação ao CRB1
- as mudanças não são apenas CRB2, pode ser generalização de mudanças no exterior)
- deve aumentar, reforçamento (terapeuta foca em reforçar)

3. CRB3: Interpretações do comportamento segundo o cliente


- falar sobre seu próprio comportamento e interpretar (análise funcional)
- deve aumentar, reforçamento
Atenção: muitas vezes os terapeutas confundem repertório de CRB1 com CRB3.
Ex. de CRB3: “sempre me afasto quando me sindo dependente”
Ex. de CRB1: se distanciar durante a sessão porque se sente dependente do terapeuta

- um processo terapeutico não é FAP o tempo inteiro. Ela é um complemento de um processo comum. Ex:
terapia comportamental/behaviorista que usa a técnica FAP, e/ou ACT, e/ou DBT

Técnica terapêutica: As 5 regras (conceito Skinneriano):


- respostas que o terapeuta precisa ter para poder desenvolver a FAP

Regra 1) Prestar atenção nos CRB’s – Consciência:


- o terapeuta deve estar atento e consciente ao que acontece
-quanto maior a proficiência do terapeuta em identificar CRB’s, melhores resultados na sessão
- intensifica o processo
- o terapeuta se liberta do foco apenas no discurso verbal = vejo na sessão o próprio comportamento, sou
contingente desse comportamento, ele acontece comigo aqui e agora, posso intervir (reforçar, manejar, pedir
para o paciente se observar, etc, extinguir (como quando fala de coisas inúteis, só se queixa, etc), modelagem).
- na sessão, a consequência primária do comportamento do cliente é a reação do terapeuta
- caso o terapeuta não observe claramente o comportamento, pode acabar fazendo ações antiterapêuticas
- a gente pode vivvenciar o que os outros sentem com esse paciente = generalização não só do
comportamento do cliente

CRB2 e CRB3:
- reforçar o comportamento do cliente
- ajudar o cliente a discriminar os reforçadores naturais do comportamento (como as pessoas reagem, reagem
melhor a determinados comportamentos)

Habilidades do Terapeuta necessárias:


- responder de modo genuíno
- se vulnerabilizar
- observar e descrever contingências da sessão
- observar seus próprios comportamentos e seu possíveis evocadores

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- utilizar o que foi observado na formulação da análise funcional


- verificar se o comportamento do cliente é um CRB

Ex: paciente asperger desliga o ar condicionado do consultório sem pedir: faz análise topográfica e análise
funcional; qual outro comportamento poderia ter sido feito?

- não existe FAP sem análise funcional (AF)

Ex: paciente tem crise de raiva ao ser frustrada: se o terapeuta personalizar para si, prejudica o processo. Tem
que entender que aquilo é o repertório da pessoa.

Regra 2) Evocar CRB’s – Coragem


- terapeuta procura evocar CRBs
- evocar: manejar as contingências de sessão de modo a aumentar a probabilidade de que os CRBs aconteçam
ex: frustrar paciente para evocar crise de raiva

- se usa FAP quando se identifica comportamento disfuncional durante a sessão

- vulnerabilização do Terapeuta = diminui a distância, diminui verticalidade, aumenta intimidade, mas tem que
ser terapêutico para o cliente, ex: compartilhar que não sabe o que fazer no momento, mas que não vai
desistir

Regra 3) Reforçar CRBs – Amor


- os únicos naturais disponíveis na sessão são as ações e reações interpessoais cliente-terapeuta (Ex: ficar feliz,
prestar atenção, reforçar verbalmente, sorrir, elogiar autocuidado). -> importante a espontaneidade do
comportamento do terapeuta! O estilo do terapeuta é moldado pela técnica, teoria, mas também pela sua
história de vida.
- o comportamento do terapeuta vai ser o agente primário de mudança terapêutica = elogia na hora, não
depois

- O importante é não punir!!!

- se usar reforçadores atípicosm usar em tempo limitado. Ex: com ciranças, pacientes com deficiência mental.

Regra 4) Observar o quanto os nossos comportamentos estão aumentando comportamentos CRB2 (os que
queremos que aumentem)

Regra 5) Promover a generalização de CRB2


- precisa planejar essa generalização
- Explicitação da análise funcional do comportamento do cliente
1) conduzir a uma instrução ou regra
2) Ampliar o contato com as variáveis de controle e aumentar a densidade de R+ e R-

Ex: sugerir para o paciente tentar novos comportamentos no trabalho.

- não podemos esperar apenas generalização espontânea. A terapia é um ambiente diferente e controlado.

O autoconhecimento do Terapeuta: supervisão e terapia pessoal


- é uma técnica que exige muito do terapeuta
- terapeutas efetivos estão sempre em contato com suas próprias experiências emocionais = habilidades que

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representam tanto uma força quanto uma vulnerabilidade.


Sentimentos do terapeuta => relação com o cliente, história pessoal, terapia pessoal, supervisão clínica.

Comportamento verbal: Tato (descrever) ; Mando (regras que orientam o comportamento do cliente)

ACT – Terapia de Aceitação e Compromisso


Palestra Igor Finger

O que nos diferencia é a linguagem. O sofrimento nos acompanha 100% do tempo. O fator aversivo, que nos
faz sofrer, se torna verbal.

A ACT quer ajudar as pessoas a saírem do Reforço Negativo para terem mais Reforço Positivo (quem é
importante para você?)

A ACT ajuda a discriminar se os comportamentos servem para afastar a pessoa do sofrimento (reforço
negativo) ou se servem para aproximá-la de uma vida “com sentido” (reforço positivo). ACT foca no reforço
positivo.

Busca por flexibilidade psicológica = equilibrar afastamento e aproximação da vida/pessoa que se quer ser.

Terapeuta é bastante autorrevelador => intimidade = compartilhar potencialidades e vulnerabilidades

SLIDES ACT:

Aceitar e mudar: como a Terapia de Aceitação e Compromisso e as terapias contextuais funcionam

ACT – Terapia de Aceitação e Compromisso:

É uma terapia comportamental - Foco na Exposição para a regulação emocional - Norteada por princípios do
condicionamento operante - Considera que grande parte da dificuldade na mudança comportamental está na
relação que a pessoa faz com a sua linguagem enquanto evento privado.

- Para ampliar possibilidades de exposição, entende que seja necessário modificar a forma como a pessoa se
relaciona com seus próprios eventos privados, sem querer modificá-los.

- É direcionada ao público-geral e, por isso, usa conceitos gerais e, por vezes, não comportamentais (ex:
mente)

- Utiliza-se de muitas metáforas


- Quer ampliar a presença de reforçadores positivos naturais

Terapia de terceira geração.


- Terapia vivencial / contextual.
- Centrada no comportamento clínico (o que está acontecendo aqui e agora).
- Eixos técnicos: valores e mindfulness.

- Desenvolvida por Steven Hayes

Pensamento x Observação - Feche os olhos por um minuto e veja o que a sua mente faz

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O EU PENSANTE (MENTE):
- Cognição associada a linguagem
- Avalia, julga, classifica
- Passado e Futuro

O EU OBSERVADOR (EXPERIÊNCIA)
Os sentidos
O que está acontecendo agora
Contemplação Cognição associada a atenção

Mindfulness
Observar/descrever, sem julgamentos, o que está acontecendo com a mente, as emoções e o corpo

VALORES!

O foco não está na modificação do Pensamento, mas na modificação do Contexto.


- Mudar a forma como nós os vemos, não mudá-los propriamente. (Hofmann, Sawyer & Fang, 2010)
- Utiliza estratégias de aceitação.
- Foco em desenvolver Flexibilidade Psicológica.

Flexibilidade Psicológica:
- Variabilidade comportamental no que é funcional naquele contexto, a partir de uma perspectiva de avaliação
(Valores), e não em qual comportamento em si é certo ou errado em executar.
- Ser consciente do que acontece no momento presente, aceitar a existência desta experiência e decidir
permanecer no mesmo tipo de comportamento, ou alterá-lo, conforme os mesmos sejam concordantes ou
discordantes com os valores de vida escolhidos (Levin & Hayes, 2009).

Treino de discriminação para saber quando a linguagem ESTÁ trabalhando bem e quando NÃO ESTÁ
trabalhando bem

OS PROCESSOS DA ACT
São vistos como processos emergentes da linguagem e cognição humana.

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- Ao direcionar esforço para o controle do sofrimento, diminuindo-o momentaneamente, (reforço negativo –


controle aversivo) , o indivíduo não se encoraja a dedicar-se em comportamentos que o levam aos seus
valores pessoais, aquilo que é importante para ele (reforço positivo de grande magnitude).

- A ACT auxilia na discriminação se os comportamentos do cliente o afastam de experiências/vivências internas


indesejadas (reforço negativo) ou se o aproximam ao que é importante/valioso para ele (reforço positivo).

- O foco da ACT, bem com das demais terapias contextuais, é no contexto e na funcionalidade dos fenômenos
psicológicos, não somente na forma e conteúdo.

MATRIZ: FERRAMENTA, BASEADA NA ACT, QUE PODE SERVIR COMO ANÁLISE FUNCIONAL DO
COMPORTAMENTO

ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO


- Identificar as relações funcionais entre os comportamentos e suas consequências.
- Ou seja... identificar a serviço de que determinado comportamento foi realizado em determinado contexto
(Moreira, 2007).

DIFERENÇA ENTRE CONTEXTO E COMPORTAMENTO


Comportamento = Ato
Contexto = Todo o resto

E POR QUE FAZER ESSA ANÁLISE FUNCIONAL? = Para desenvolver flexibilidade psicológica

A MATRIZ
- Forma de simplificar os processos da ACT para ser aplicado em diversas áreas de atuação
- Desenvolvida por Kevin Polk, Jerold Hambright e Mark Websterand

ESSÊNCIA DA ACT
Experiência dos sentidos e da mente
x
Como se sente ao realizar comportamentos de esquiva e de aproximação de experiências da menta

CONCEITOS PARA A MATRIZ


Experiências: Experiências são vivências, sensações, percepções
Sentido: O que pode ser observado pelos sentidos.
Mente: O que pode ser observado e que não vem diretamente dos sentidos (pensamentos, emoções,
memórias, imaginações).

Comportamentos Afastando-se de:


-Têm a função de afastar a pessoa das experiências mentais indesejadas. -Ao realizá-los, o sofrimento quase
que instantaneamente diminui ou desaparece, fazendo com que a pessoa se sinta melhor e/ou aliviada (Polk,
2014).

Comportamentos Em direção a:
-Têm a função de aproximar a pessoa do que lhe é importante. -Ao realizá-los, a pessoa está se aproximando
das ideias importantes (valores). -Não necessariamente faz se sentir bem a curto prazo, mas a longo prazo, sim
(Hayes, Strosahl, & Wilson, 2012).

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