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BIOSSEGURANÇA

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA E
ESTRUTURA LABORATORIAL
Andrea Rosa da Silveira

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Olá!
Você está na unidade Equipamentos de segurança e estrutura laboratorial. Conheça aqui os Equipamentos

de Proteção Individual (EPIs), como por exemplo, o uso de óculos de proteção, luvas, botas, sapatos bastante

densos, protetores faciais, jaleco, avental, dentro outros; e os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), como a

capela química, cabines de segurança biológica, chuveiro de emergência, etc. Além disso, serão abordados os

métodos específicos de limpeza, desinfecção e esterilização de materiais laboratoriais e hospitalares.

Serão apresentados, também, os níveis de biossegurança em laboratórios clínicos, inclusive para compreender

os métodos de avaliação da eficácia dos processos de esterilização de materiais laboratoriais, hospitalares e de

saúde.

Bons estudos!

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1 Equipamentos de proteção individual (EPI)
Aqui serão apresentados os equipamentos de proteção individual (EPI) e a sua importância de utilização, que

tem a finalidade de promover a proteção e biossegurança dos profissionais e trabalhadores dos serviços de

saúde quanto à exposição aos riscos e acidentes com materiais biológicos, perfurocortantes, dentre outros

instrumentos no ambiente de trabalho.

Conforme Ministério da Saúde (2006),

[o] equipamento de segurança também pode incluir itens para a proteção pessoal, como luvas,

aventais, gorros, proteção para sapatos, botas, respiradores, escudo ou protetor facial, máscaras

faciais ou óculos de proteção. O equipamento de proteção pessoal frequentemente é usado em

combinação com as cabines de segurança biológica e outros dispositivos que façam a contenção dos

agentes, dos animais ou dos materiais que estão sendo manipulados.

Assim, elementos de barreiras primárias, ou de contenção primária, constituem os equipamentos de proteção

individuais (EPIs) e equipamentos de proteção coletivos (EPCs) – que serão melhor explorados mais adiante.

Podendo ser a exposição dos profissionais que trabalham no laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente

aos agentes nocivos e potencialmente perigosos, minimizados ou eliminados com a utilização desses

equipamentos de segurança.

Nos casos de se tornar inviável trabalhar em cabines de segurança biológica, conforme Ministério da Saúde

(2006),

o equipamento de segurança pessoal deve formar a barreira primária entre os trabalhadores e os

materiais infecciosos. Os exemplos incluem certos estudos e necrópsias de animais, atividades de

produção do agente em grande escala e atividades relacionadas à manutenção, aos serviços ou ao

suporte de instalação do laboratório.

Assim, é necessária uma análise de risco para a definição da contenção necessária, que depende das práticas a

serem desenvolvidas no local e da escolha das substâncias que serão manipuladas, que podem ser agentes

químicos, físicos ou biológicos.

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De acordo com Molinaro et al (2009), "[a] contenção laboratorial tem como objetivo reduzir a exposição da

equipe de profissionais que trabalha num laboratório seja na bancada ou mesmo na limpeza, a riscos biológicos,

químicos e físicos, como a radiação ionizante."

Conforme Ministério da Saúde (2006),

[o] termo contenção é usado para descrever os métodos de segurança utilizados na manipulação de

materiais infecciosos em um meio laboratorial onde estão sendo manejados ou mantidos. O objetivo

da contenção é reduzir ou eliminar a exposição da equipe de um laboratório, de outras pessoas e do

meio ambiente em geral aos agentes potencialmente perigosos.

Assista aí

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/0e968613b536ed6298d5f03a12465135

Dessa forma, elementos de barreira ou contenção primária, os EPIs, são capazes de prevenir, minimizar, eliminar

e evitar a exposição aos riscos e agentes prejudiciais a saúde e a biossegurança. Então, pode ser denominada

como barreira primária, conforme o Ministério da Saúde, a contenção ou barreira que promove a proteção do

ambiente interno do laboratório. Já, no caso de assegurar a proteção no ambiente externo de trabalho, classifica-

se como contenção ou barreira secundária, sendo que, de acordo com Skaraba et al (2004), este meio de

contenção proporciona a combinação de práticas operacionais e infraestrutura do laboratório de saúde.

Os EPIs, que são de utilização individual, são especificados em aventais, jaleco, sapatos bastante densos, máscara

e óculos de proteção ou antiembaçamento, luvas, entre outros, que serão apresentados mais detalhadamente a

seguir:

Deve ser somente utilizado no ambiente ocupacional, em laboratórios, clínicas ou

hospitais. Esta vestimenta possui a finalidade de proteger as roupas e a pele do

profissional nas práticas executadas no trabalho. É necessário que as mangas sejam

longas e de preferência com elásticos nas extremidades. Os jalecos, portanto, segundo

Molinaro et al (2009) “são de uso obrigatório para todos que trabalham nos ambientes

laboratoriais onde ocorra a manipulação de microrganismos patogênicos, manejo de

animais, lavagem de material, esterilização, manipulação de produtos químicos.

Devem ser de mangas compridas, cobrindo os braços, o dorso, as costas e a parte

superior das pernas”. Também chamado de guarda-pó, o jaleco possui fechamento

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frontal, com botões de preferência possuindo pressão e usado fechado

permanentemente. Deve ter comprimento abaixo do joelho, sendo confeccionado em


Jaleco ou
tecido de algodão ou misto e não inflamável.Um jaleco para uso dos profissionais é

avental específico para a área restrita onde há manipulação de agentes biológicos classe 3,

como por exemplo histoplasma capsulatum ou mycobacterium tuberculosis. No

entanto, para a descontaminação destes jalecos, antes da lavação normal, é utilizado a

autoclave.

É importante ressaltar, de acordo com IMMES (2011), que o uso do jaleco é proibido

em outros locais públicos, fora da área técnica e do ambiente de trabalho, ou seja, não

é permitido o uso de jalecos em toaletes, refeitórios, copas, e outros locais fora do

laboratório. No ambiente ocupacional, o jaleco permanece em vestiários específicos,

em cabides. Somente, por sua vez, pode ser usado para o transporte de materiais

químicos e biológicos, em áreas comuns.

O avental impermeável, por sua vez, é vestido sobre


o jaleco para a proteção na lavagem de material.

Estes elementos de segurança também são utilizados como antiembaçamento e

protegem a face, na região dos olhos, principalmente, quanto às exposições de

radiações e outros riscos a profissionais no laboratório. Portanto, conforme Mello et al

(2017), os óculos de segurança “[s]ão usados em todas as atividades que possam

produzir salpicos, respingos e aerossóis, projeção de estilhaços pela quebra de

materiais que envolvam risco químico ou biológico, ou quando há exposição a

radiações perigosas (por ex. luz ultra-violeta), dando proteção ao rosto e,


Óculos de
especialmente, aos olhos. Lavar após o uso com água e sabão ou, no trabalho com
proteção ou
agentes biológicos, com solução desinfetante”.
escudo facial Os protetores faciais, de acordo com Molinalo (2009), “oferecem uma proteção à face

do trabalhador contra risco de impactos (partículas sólidas, quentes ou frias), de

substâncias nocivas (poeiras, líquidos e vapores), como também das radiações (raios

infravermelho e ultravioleta, etc.)”. Além disso, após o uso desse equipamento com o

manuseio de agentes biológicos, os óculos devem ser lavados com solução desinfetante

que deve ser feita, de acordo com Mello et al (2017), com “hipoclorito a 0,1% (o álcool

prejudica o material com que são fabricados os óculos) e guardá-los adequadamente”.

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São usadas para prevenção quanto à exposição do profissional, assim como o usuário

do contato com gotículas, saliva, muco, etc. Segundo Bahia (2001), “[a]s partículas de

aerossóis de diâmetros de 5 micras, ou menos, contaminam o ar e possivelmente as

pessoas devido ao seu maior período de permanência em suspensão; as partículas

maiores caem no chão e se misturam a sujidades, sendo ressuspensas pela

movimentação de pessoas no ambiente, contaminando roupas, superfícies de

mobiliário e pele das pessoas. Por conta destas constatações, as máscaras são

equipamentos de proteção imprescindíveis para proteção das vias aéreas superiores”.

Portanto, torna-se obrigatório o uso de máscara. É importante, além de levar luvas,

sempre levar também máscaras no jaleco, pois é indispensável a sua utilização no

decorrer do procedimento, no sentido de proteger as vias aéreas superiores dos

profissionais e pacientes. Segundo Mello et al (2017), “[e]xistem tipos de máscaras

com maior ou menor capacidade de retenção de partículas. A seleção é feita

considerando o agente biológico com o qual se vai trabalhar”.

Esse equipamento também possui a finalidade de evitar os riscos referentes à

contaminação do ambiente ocupacional e ainda da amostra com as partículas (muco,

saliva) produzidas pelo técnico ou usuário, a fim de que um usuário não seja atingido

por estas partículas, e não possam, eles mesmos, contaminar também um


Máscaras
equipamento ou instrumento de trabalho. Conforme IMMES (2011), “são usadas as do

tipo cirúrgico, sem sistema de filtro, para proteção do aparelho respiratório no

manuseio de material biológico, dependendo da sua classe de risco, assim como para

proteção do produto que está sendo manuseado”.

Por outro lado, as máscaras utilizadas para isolamento, são as chamadas N95, que,

segundo Ministério da Saúde (2010), “[e]sta máscara possui 95% de eficiência de

filtração de partículas maiores que 0,3µm e seu uso é indicado visando a proteção

contra doenças por transmissão aérea (ex. tuberculose, varicela, sarampo e SARG)”.

Portanto, as máscaras N95 são necessárias para prevenção em situações de risco em

potencial, nos casos mais graves, no contato com gotículas, por exemplo em pacientes

que apresentam um quadro de tuberculose, utilizando-se, comumente, o termo BK ao

se referir à doença aos demais profissionais, uma vez que o termo é uma abreviação

associada a bactéria mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, causadora dessa

doença infectocontagiosa. Assim, conforme IMMES (2011), “[o]s profissionais que

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trabalham com amostras potencialmente contaminadas com agentes biológicos classe

3 (Mycobacterium tuberculosis ou Histoplasma capsulatum, por exemplo), utilizam

máscaras com sistema de filtração que retenha no mínimo 95% das partículas

menores que 0,3μ”.

Utilizados em áreas de alta contaminação, consistem nos elementos com sistemas de

filtro, tendo como objetivo proteger o aparelho respiratório e prevenir contra a

contaminação com materiais biológicos, aerossóis e manuseio de produtos químicos

Respiradores com alto grau de evaporação.

No entanto, de acordo com Mello et al (2017), “o uso do respirador não dispensa o uso

de Capela de Segurança Química ou da Cabine de Segurança Biológica. É necessário

que o funcionário receba treinamento para usá-los corretamente”.

Gorro ou Utilizado para a proteção contra salpicos e aerossóis nos cabelos, bem como protege o

touca ambiente ocupacional em relação a queda dos fios de cabelo provocando amostras de

contaminações.
descartável

Sapatilha ou Segundo Mello et al (2011), a sapatilha é recomendada “para a proteção dos calçados

pró-pé /pés, em áreas contaminadas ou para trabalhar em áreas estéreis”.

No trabalho em ambiente molhado, as botas de borracha são utilizadas para a proteção


Botas de
dos pés. São utilizadas também para proteger contra contaminação nos serviços de
borracha
limpeza, para transportar materiais e resíduos, etc.

De utilização obrigatória, tem como necessidade proteger as mãos quanto à

manipulação de qualquer produto químico ou material biológico.

Assim, conforme Molinaro et al (2009), as luvas “previnem a contaminação das mãos

do trabalhador ao manipular, por exemplo, material biológico potencialmente

patogênico e produtos químicos. Além de reduzir a probabilidade de que os

microrganismos presentes nas mãos dos trabalhadores possam ser transmitidos aos

pacientes durante um atendimento médico-hospitalar”.

Luvas

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Portanto, as luvas são elementos de barreira primária, que devem ser colocadas

quando se chega no plantão e no laboratório, e é recomendável que elas sejam levadas,

de preferência, no bolso do jaleco. Não se deve usar adornos, relógio, celular e evitar

fazer as unhas um dia antes do plantão, pois ao se retirar a cutícula, torna-se suscetível

a bactérias. São diversos os tipos de luvas e adequados para cada prática num

laboratório ou serviços de saúde e trabalho de limpeza.

Fique de olho
São especificadas algumas orientações para o uso da máscara N95, pois elas são necessárias
em casos graves de isolamento, sendo um elemento de contenção primária. Ficou curioso(a)?
Leia o material na íntegra "Respirador de partículas N95 (máscara N95)", cujo link se encontra
nas referências.

Figura 1 - Gorro descartável (EPI)


Fonte: Rocketclips, Inc., Shutterstock, 2020.

#PraCegoVer: a imagem mostra a utilização do gorro descartável como elemento de contenção primária para a

proteção dos cabelos contra agentes nocivos e aerossóis, além de evitar a queda de fios de cabelos nos produtos,

bancadas, instrumentos, etc., prevenindo a contaminação no ambiente ocupacional.

Segundo IMMES (2011), os tipos de luvas são os seguintes:

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Luvas de Utilizadas em atividades que requerem o contato com lesões e membranas mucosas e para

látex procedimentos diagnósticos que não exijam luvas estéreis.

Luvas de

látex Utilizada para manipular determinados produtos químicos.

nitrílico

Utilizadas para serviços gerais de limpeza, nos processos de descontaminação e limpeza de

instrumentos. Conforme IMMES (2011), [a] imersão por 12h em solução de hipoclorito a

0,1% é o procedimento que pode ser realizado para descontaminar as luvas de borracha,

Luvas de as quais podem ser reutilizadas ainda após serem lavadas, enxaguadas e secas.

borracha Porém, quando as luvas apresentarem qualquer sinal


de deterioração, devem ser descartadas para
prevenção de riscos com materiais biológicos
contaminados.

Luvas de

cloreto Para práticas com manipulação de alguns produtos químicos e manuseio de citostáticos.

de vinila

Luvas

térmicas Para contato com práticas a temperatura até 35 graus celsius negativos.

de nylon

Luvas de

fio de
Para proteção nas atividades que precisam utilizar temperaturas até 250 graus celsius.
Kevlar

tricotado

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Luvas de Utilizadas para a proteção no contato com materiais cortantes.

fibras de

vidro

Conforme IMMES (2011), algumas observações são importantes em relação às luvas:

deve-se observar, antes de calçar as luvas, se existe presença de furos;

as luvas de procedimento ou cirúrgicas, para serem reutilizadas, não devem ser lavadas ou desinfetadas, visto que

a lavagem pode ocorrer o aumento da permeabilidade da luva e a dilatação dos poros;

é possível a ocorrência de deterioração desses materiais a partir da utilização de agentes desinfetantes;

apenas poderão usar luvas fora do laboratório se forem para transportar materiais estéreis, químicos, biológicos,

ou seja, resíduos entre uma unidade de saúde para outra. Fora isso, não se deve usar luvas fora do ambiente

laboratorial;

quando estiver de luvas e manipulando material biológico, principalmente material potencialmente contaminado,

além de produtos radioativos ou químicos nunca se deve tocar em telefones, computadores, maçanetas,

puxadores de armários, mesas, bancadas, cadeiras e outros objetos de utilização comum.

Figura 2 - Equipamento de proteção individual (EPI)


Fonte: Vuvuzella, Shutterstock, 2020.

#PraCegoVer: a imagem mostra um profissional manipulando produtos químicos num laboratório, utilizando os

EPIs específicos, tais como luvas e jaleco fechado de mangas longas.

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No entanto, conforme Molinaro et al (2009),

[q]uando as práticas laboratoriais padrão não forem suficientes para controlar os perigos associados

a um agente ou a um procedimento laboratorial em particular, medidas adicionais poderão ser

necessárias. O diretor do laboratório será o responsável pela seleção das práticas adicionais de

segurança, que devem estar relacionadas aos riscos associados aos agentes ou aos procedimentos.

O equipamento de segurança, tanto o EPI quanto o EPC, devem estar associados a um projeto eficaz de instalação

em conjunto com a definição da arquitetura e com as práticas de gerenciamento, complementando as técnicas do

laboratório, assim como com as ações de segurança e a equipe profissional.

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2 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
Aqui, serão apresentados o que são os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e como eles se aplicam na

proteção em diferentes atividades no laboratório.

Os EPCs, conforme IMMES (2011), "[s]ão equipamentos de contenção que possibilitam a proteção do

trabalhador, do meio ambiente e do produto ou pesquisa desenvolvida. Podem ser utilizados por um ou mais

trabalhadores."

É preciso, portanto, que os EPCs sejam colocados em locais de fácil acesso e devem ser sinalizados, uma vez que

estes equipamentos são comuns a toda a equipe.

De acordo com Chaves (2016),

[o]s equipamentos de proteção coletiva (EPC) têm a função de proteger o ambiente e a saúde dos

laboratoristas, além da integridade dos mesmos. São eles as cabines de segurança biológicas, capelas

de exaustão química, extintores de incêndio, chuveiro de emergência e lava-olhos.

A seguir, será especificado cada um deles, bem como suas respectivas funções no ambiente de trabalho:

Utilizado para emergência em caso de riscos que envolvam acidentes com fogo ou com

agentes biológicos e químicos, conforme Lima e Silva (1998).

Na falta de outros chuveiros disponíveis, são usados para emergências, os chuveiros

convencionais, que precisam estar restritos somente para esta função de emergência e
Chuveiro devem estar alocados próximos aos locais de risco.

d e Numa situação de emergência, ocorrendo acidentes como incêndio ou com produto

químico, é imprescindível que o chuveiro para banhos emergenciais seja construído de


emergência
maneira que possa ser acionado por alavancas utilizando-se as mãos, os cotovelos ou os

joelhos, de acordo com IMMES, 2011.

Esses chuveiros precisam estar em locais de fácil acessibilidade e próximo aos locais de

risco e ainda devem ser sinalizados conforme as normas de biossegurança.

Equipamento utilizado para diminuir os danos, promovendo a remoção da substância em

situações de acidentes na mucosa dos olhos. O lava olhos pode ser fixo ou portátil.

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Lava olhos Conforme IMMES (2011) “é utilizado para lavação dos olhos em casos de respingos ou

salpicos acidentais. Pode fazer parte do chuveiro ou ser do tipo frasco lava olhos”.

É importante, no entanto, levar em conta que o olho ao receber jatos fortes de água, pode

ser ainda mais prejudicado. Para a utilização deste EPC, é necessário, portanto, o

treinamento da equipe laboratorial.

Consiste num equipamento voltado para acidentes que tem a presença de fogo, sendo

específicos conforme o material utilizado no incêndio. De acordo com IMMES (2011), “[o]
Extintores
laboratório deve possuir saídas suficientes para rápida retirada do pessoal em serviço
de incêndio
em caso de incêndio, e equipamentos em condições de funcionamento e em número

adequado para combater o fogo em seu início”.

Tem a finalidade de minimizar os aspectos de contaminação no meio ambiente dos

resíduos e materiais, os quais são produzidos em laboratório e passam por um processo

de esterilização.

Segundo Silva et al (1997), “[o] autoclave é um equipamento para esterilização de artigos


Autoclave
que utiliza o vapor úmido sob pressão para destruição de todas as formas de

microorganismos (bactérias na sua forma vegetativa e esporulada, fungos e vírus) [,

assim a] destruição dos microorganismos ocorre pela termocoagulação e desnaturação

das proteínas dos microorganismos”.

Durante o manuseio dos materiais biológicos, é possível que os aerossóis potencialmente

infectantes sejam espalhados no ambiente ocupacional. No entanto, a CSB tem a função

de proteger o profissional nas suas atividades laboratoriais.

De acordo com Molinaro et al (2009), “[s]ão equipamentos concebidos para manter uma

área, denominada zona de trabalho, livre de partículas ou de prováveis contaminantes,

tais como bactérias, que possam alterar o produto com o qual se trabalha, afetar a saúde

do trabalhador e o ambiente. A proteção se efetiva mediante a combinação de elementos

eletromecânicos/eletrônicos (motor, ventilador, filtro, dutos e iluminação) e processos

físicos (fluxo laminar, diferença de pressão) que impulsionam o ar através de filtros

especiais (Hepa) de grande superfície, que têm uma eficiência mínima de retenção de

partícula de 99,99%, quando o tamanho das mesmas é de 0,3 m (micrômetros)”.

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Para evitar contaminação, alguns tipos de cabine podem proteger ainda produtos

manipulados do contato com o ambiente exterior. Assim, conforme o Ministério da Saúde

(2006), “a CSB é o dispositivo principal utilizado para proporcionar a contenção de

borrifos ou aerossóis infecciosos provocados por inúmeros procedimentos

microbiológicos”.

No entanto, segundo o Ministério da Saúde (2006), “[o] equipamento de segurança inclui

as cabines de segurança biológica (CSB), os recipientes adequados e outros controles da


Cabine de
engenharia de segurança projetados para remover ou minimizar exposições aos
Segurança
materiais biológicos perigosos”.

Biológica Existem três tipos de cabines de segurança biológica utilizadas nos laboratórios que são

(CSB) designadas em cabines classe I, II e III.

Conforme a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (2006), “[a]s

cabines de segurança biológica classes I e II, que possuem a frente aberta, são barreiras

primárias que oferecem níveis significativos de proteção para a equipe do laboratório e

para o meio ambiente quando utilizados com boas técnicas microbiológicas”. A proteção

contra a contaminação do meio externo de materiais é fornecida por esse tipo de cabine

de segurança biológica, por exemplo, para a cultura de células, as quais só podem ser

manuseadas dentro desse tipo de ambiente.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde (2006), “[a] cabine de segurança biológica

classe III hermética e impermeável aos gases proporciona o mais alto nível de proteção

aos funcionários e ao meio ambiente”.

De preferência, as cabines devem ser localizadas em áreas protegidas e exclusivas, ou

ainda, com a finalidade de evitar a interferência no fluxo de ar vindo do meio externo.

Assim, a CSB, se possível, precisa estar o mais afastado da porta de entrada do

laboratório clínico. Conforme IMMES (2011), “[s]ão constituídas por um sistema de fluxo

laminar unidirecional (por isto são conhecidas como capelas de fluxo laminar), projetado

para criar uma área de trabalho isenta de contaminação externa, onde se manipula com

segurança os materiais biológicos ou estéreis que não podem sofrer contaminação do

meio ambiente”. E, para que a barreira de contenção não seja comprometida, não

provocando rompimento do fluxo, o movimento nas cabines devem ser lentos.

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Conhecida também como cabine de segurança química, tem a função de proteger o

profissional contra a contaminação de reagentes químicos.


Capela
Segundo Mello et al (2017), “[é] uma cabine de exaustão que protege o profissional da
química inalação de vapores e gases liberados por reagentes químicos e evita a contaminação do

ambiente laboratorial”.

Conforme IMMES (2011), “[q]ualquer atividade em capela química deve ser monitorada,

principalmente quando se faz uso de equipamentos que geram calor ou chamas. Ao final

do trabalho, limpa-se a superfície interna da capela e verifica-se se os equipamentos

elétricos e bicos de gás estão desligados”.

Assista aí

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3 Níveis de biossegurança em laboratórios
Os laboratórios de saúde são especificados pela sua classificação de acordo com seu nível de biossegurança (NB),

que constituem em quatro estruturas laboratoriais.

Uma vez que, segundo IMMES (2011),

[a] contenção secundária diz respeito ao planejamento e a construção das instalações do laboratório,

de forma a contribuir para a proteção da equipe de trabalho, das pessoas que se encontram fora do

laboratório e da comunidade e meio ambiente contra agentes infecciosos que podem ser liberados

acidentalmente do laboratório.

Portanto, os níveis de biossegurança em laboratórios funcionam como contenção ou barreira secundária e,

conforme Molinaro et al (2009), "[u]ma instalação adequada é aquela que está de acordo com o funcionamento

do laboratório e com o nível de biossegurança recomendado para os agentes manipulados no local, atuando

também como uma barreira de contenção secundária."

Desta forma, os quatro níveis de biossegurança, de acordo com IMMES (2011),

consistem em combinações de práticas e técnicas de laboratório, equipamentos de segurança e

instalações do laboratório. Cada combinação é especificamente adequada para operações realizadas,

vias de transmissões documentadas ou suspeitas de agentes infecciosos e funcionamento ou

atividade do laboratório.

Os níveis de biossegurança de laboratórios são classificados em:

NB1

Constitui no nível básico, com estrutura simples e uma bancada. Conforme o Ministério da Saúde (2006), “[o]

nível de biossegurança 1 representa um nível básico de contenção que se baseia nas práticas padrão de

microbiologia sem uma indicação de barreiras primárias ou secundárias, com exceção de uma pia para a

higienização das mãos”.

NB2

São mais elaborados, estrutura para análises clínicas, possui cabines de biossegurança. De acordo com a

Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (2006), “o nível de biossegurança 2 é adequado para

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qualquer trabalho que envolva sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de células humanas

primárias em que a presença de um agente infeccioso pode ser desconhecida”.

NB3

Possui semelhança com o nível 2, com a diferença de trabalho com agentes infecciosos. É necessário que haja

uma circulação negativa de ar. Segundo Molinaro et al (2009), “[o]s laboratórios de Nível de Biossegurança 3

(NB-3) são aqueles onde são manipulados microrganismos de alto risco individual e moderado risco para a

comunidade”.

NB4

Consiste numa estrutura em prédio anexo, possuindo duas salas, uma suja e uma limpa, também utilizado como

laboratório para pesquisa em que se trabalha com material contaminante. Nesses laboratórios, segundo

Molinaro et al (2011), de “[n]ível de Biossegurança 4 (NB-4) são manipulados agentes biológicos com alto risco

individual e para a comunidade”.

Fique de olho
Assim, em relação à biossegurança, como devem ser contornados os problemas do laboratório
clínico? Tendo-se consciência dos problemas e medidas para saná-los, é necessário que sejam
adotados parâmetros, tais como o treinamento de pessoal, equipe de proteção, utilização das
boas práticas laboratoriais, ou seja, aplicação no dia-a-dia de práticas corretas para prevenir a
ocorrência de acidentes e incidência de doenças ocupacionais.

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4 Limpeza e descontaminação nos serviços de saúde
Aqui, serão abordados os principais métodos de limpeza e como deve ocorrer o processo de desinfecção e

esterilização dos materiais presentes nos laboratórios clínicos de saúde e nos hospitais.

Conforme IMMES (2011),

[o]s materiais utilizados em laboratórios de saúde e os locais onde são executados os procedimentos

de laboratório podem veicular agentes infecciosos se não forem descontaminados após cada uso.

Assim, a limpeza, desinfecção ou esterilização dos materiais e a limpeza dos ambientes são ações

preventivas de biossegurança.

4.1 Métodos de limpeza, desinfecção e esterilização de materiais


laboratoriais e hospitalares

A conscientização em relação aos fatores inerentes aos métodos de limpeza e descontaminação, além de

identificar o risco de transmissão de infecções é muito importante para uma seleção mais eficaz do processo ser

indicado.

De acordo com o Manual de Biossegurança (2014),

[p]reconiza-se a limpeza com água e sabão líquido e havendo presença de matéria orgânica na

superfície inanimada, remove-se a sujidade utilizando meios mecânicos, realiza-se a limpeza e na

sequência a desinfecção com a solução preconizada. Exemplo: hipoclorito de sódio a 1% ou solução

cloro orgânico.

No processo de descontaminação, os microorganismos são completamente ou parcialmente eliminados, tendo

como finalidade a segurança para a reutilização e o descarte final. Assim, as etapas deste processo consistem em

limpeza, desinfecção e esterilização.

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4.2 Métodos de limpeza e desinfecção

A limpeza consiste no processo que tem a função de remover materiais orgânicos e partículas. Já a desinfecção

tem o objetivo de eliminar total ou parcialmente os microorganismos, exceto esporos bacterianos, sendo o

produto utilizado o desinfetante.

Segundo UNIFESO (2014),

[o]s desinfetantes são germicidas dotados de nível intermediário de ação. Ex: Hipoclorito de sódio

1% por 30 minutos. • Antissépticos: São soluções germicidas pouco irritantes, utilizadas em pele e

mucosa. • Desodorizante: Formulações que contém em sua composição substâncias bactericidas,

capazes de controlar odores desagradáveis.

No entanto, o método de limpeza deve ser realizado diariamente, visto que o laboratório e o hospital são

ambientes de risco para a saúde. Assim, podem ainda ser utilizados neste processo, de acordo com (LIMs, 2015),

"álcool a 70% (etanol ou isopropílico): para desinfecção da pele, bancada e equipamentos"; sabões-detergentes,

que são produtos solúveis em água que contém tensoativos em sua formulação, com a finalidade de emulsificar e

facilitar a limpeza; germicidas, que são agentes químicos que inibem ou destroem os microorganismos, podendo

ou não destruir esporos. Essas substâncias são classificadas, portanto, em: esterilizantes, desinfetantes e

antissépticos, conforme UNIFESO (2014).

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4.3 Processo de esterilização

A esterilização compreende a destruição ou eliminação completa de todas as vidas por meio de agente físico-

químico. Conforme Molinaro et al (2009),

[o] ato de esterilizar visa a destruição de qualquer microrganismo existente, incluindo esporos,

enquanto o ato de desinfetar preocupa-se apenas com a destruição de formas vegetativas. A

esterilização, dessa forma, é o processo que promove a completa eliminação de todos os

microrganismos presentes (protozoários, vírus, fungos e bactérias), incluindo os esporos, em um

determinado material ou ambiente. Utilizam-se agentes físicos e químicos, diferente de limpeza e de

assepsia, uma vez que estes conceitos estão mais ligados ao controle de microrganismos, ao passo

que a esterilização se refere à eliminação total dos mesmos.

O glutaraldeído a 2%, por exemplo, é uma solução química esterilizante capaz de eliminar esporos de bactérias,

assim como todas as diversas formas de microorganismos. Além dessa, tem-se, ainda, como exemplos de

esterilização, de acordo com LIMs (2015):

por calor úmido: autoclavagem; por calor seco: aquecimento em forno estufa ou Forno de Pauster;

por filtração: filtros com membranas de 0,2 µ para produtos líquidos que se alteram com o calor.

Exemplos: plasma, soro e ar atmosférico (filtro HEPA); por agentes químicos: utilizado em materiais

que não suportam os processos com altas temperaturas. Um dos agentes utilizados é o óxido de

etileno.

- 20 -
5 Métodos de avaliação da eficácia dos processos de
esterilização de materiais hospitalares e laboratoriais
Aqui, será apresentada a eficiência e os métodos de avaliação quanto à esterilização de determinados materiais e

do ambiente ocupacional.

A esterilização por processos físicos, por exemplo, pode ser por meio do calor úmido, seco ou radiação.

Destacando-se a esterilização por calor úmido, em que se utiliza a autoclave, de acordo com Oppermann et al

(2003),

[o]s indicadores químicos podem ser internos ou externos. Os indicadores químicos internos

avaliam os parâmetros vapor, temperatura e pressão. São fitas que reagem quimicamente alterando

sua cor e são colocadas no interior de cada pacote, e conferidas na abertura do pacote. Os

indicadores químicos externos, na forma de fita adesiva, são utilizados apenas para diferenciar os

pacotes que passaram pelo processo de esterilização daqueles que ainda não passaram, através da

mudança da cor da fita por sensibilidade a temperatura. Este indicador não avalia a qualidade da

esterilização, apenas a passagem pelo processo.

- 21 -
5.1 Avaliação dos processos de esterilização por calor

Dentre os vários meios de avaliação da qualidade, tem-se, como exemplo, os indicadores de qualidade do

processo de esterilização por calor úmido, isto é, por um procedimento realizado a partir da autoclave. Conforme

Oppermann et al (2003),

[o]s indicadores biológicos são utilizados para testar a eficácia do processo quanto a destruição dos

microrganismos, através da utilização de tubetes com fitas impregnadas de bacillus

stearothermophillus, colocados dentro de alguns pacotes-teste (identificados assim) em locais

estratégicos da autoclave conforme seu tamanho. Em autoclaves pequenas, pode-se utilizar apenas

em um pacote próximo a área de exaustão. Em autoclaves grandes distribui-se em três pacotes

colocados na porta, no meio e no fundo. Um tubete deve ser reservado como controle da presença da

bactéria. Após o ciclo, os tubetes são incubados, e o processo foi eficaz se as colônias de bacillus não

apresentarem crescimento, mas apenas no tubete controle.

Por meio do crescimento bacteriano, caso o resultado seja positivo, é preciso que seja bloqueada toda a carga do

equipamento. A autoclave deve ser então, checada por um técnico. Assim, um novo teste biológico deverá ser

feito no retorno da manutenção. O ideal é que haja uma periodicidade de uma vez por semana.

Assista aí

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/ec422d1aa1820161465e6f65bb8d276b

é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer os EPIs;
• conhecer os EPCs;
• aprender sobre os níveis de biossegurança em laboratórios;
• entender como se dá a limpeza e descontaminação nos serviços de saúde;
• entender o processo de esterilização.

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Referências
BRASIL. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia. Ministério da Saúde. 3 ed. Brasília:

Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, 2006.

BRASIL. Biossegurança: em laboratórios biomédicos e microbiologia. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

CHAVES, M. J. F. Manual de Biossegurança e Boas Práticas Laboratoriais. São Paulo: Laboratório de Genética

e Cardiologia Molecular do Instituto do Coração, 2016.

IMMES - Instituto Macapense de Ensino Euperior. Manual de Boas Práticas: Fortalecendo a Biossegurança

nos laboratórios no IMMES. Macapá: Comissão de biossegurança (Cbioss), 2011.

LIMA e SILVA, F. H. A. Barreiras de contenção: Biossegurança em laboratório de saúde pública. Rio de

Janeiro: Fiocruz, 1998.

LIMs - Laboratórios de Investigação Médica. Guia de Boas Práticas Laboratoriais. São Paulo: FMUSP - Hospital

das Clínicas, 2015.

MELLO, A. R.; MARTIN, G.; PEREIRA, L. F.; BAPTISTELLA, M. Biossegurança Teórica e Aplicada. 1 ed. São Paulo:

Clube de Autores, 2017.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Respirador de partículas N95. Acesso em: http://www.hgb.rj.saude.gov.br/ccih

/Todo_Material_2010/ROTINA%20A%20-%20MEDIDAS%20DE%20PREVEN%C7%C3O%20E%20CONTROLE%

20DAS%20INFEC%C7%D5ES%20HOSPITALARES/ROTINA%20A%2019%20-%20Respirador%20de%20part%

EDculas%20N95%5B1%5D.pdf

MOLINARO, E. M.; CAPUTO, L. F. G.; AMENDOEIRA, M. R. R. (orgs.) Conceitos e métodos para a formação de

profissionais em laboratórios de saúde: volume 1. Rio de Janeiro: EPSJV; IOC, 2009.

OPPERMANN, C. M.; PIRES, L. C. Manual de biossegurança para serviços de saúde. Porto Alegre: PMPA/SMS

/CGVS, 2003.

SILVA, J. V.; BARBOSA, S. R. M; DUARTE, S. R. M. P. Biossegurança no contexto da saúde. 1 ed. São Paulo: Iátria,

2013.

SILVA, M. A. A; RODRIGUES, A. L.; CESARETTI, I. U. F. Enfermagem na Unidade de Centro Cirúrgico. 2 ed. São

Paulo: EPU, 1997.

SKARABA, I; NICKEL, R.; WOTKOSKI, S. R. Barreiras de contenção: EPIs e EPCs. In: MASTROENI, M. F.

Biossegurana: aplicada a laboratórios e serviços de saúde. São Paulo: Atheneu, 2004.

TEIXEIRA, P.; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.

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