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Engenharia Química
Júri
Presidente: Professor Sebastião Manuel Tavares da Silva Alves
Junho, 2016
Aos meus pais e à minha irmã que me apoiaram nesta
caminhada.
1
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a algumas pessoas que me apoiaram neste percurso e a alcançar esta
Em primeiro lugar, quero agradecer à minha orientadora Maria Teresa Reis pelo seu incansável
apoio e ajuda, em todos os momentos no decorrer da elaboração da tese, sem ela este percurso teria
Em segundo lugar, e não menos importante, gostaria de agradecer ao meu orientador Renato
Carvalho pelos seus conselhos, orientação e apoio, tanto a nível científico como pela sua
responder a todas as minhas dúvidas e me ajudaram para que o meu trabalho fosse conseguido da
melhor maneira.
Aos meus colegas de estágio, Miguel Poeira e Mónica Duarte, e ao David Faria pela ajuda e
explicando-me todo o seu trabalho e que sem ele, o meu trabalho de campo seria bastante mais
moroso.
Aos meus amigos, que me ajudaram e apoiaram durante todo o meu percurso académico e
Às minhas avós, que sempre me apoiaram nesta caminhada e se preocuparam sempre com o
meu sucesso.
À minha irmã, que me acompanha há 23 anos e que sem ela toda a minha vida não tinha
qualquer significado. Aos momentos em que pude descarregar todas as minhas ansiedades e medos
Aos meus pais, que me tornaram no que sou hoje, dando-me a melhor educação,
proporcionando uma vida fenomenal sem nunca pedir nada em troca. Graças aos meus pais eu
consegui enfrentar os meus medos, ultrapassar os meus obstáculos e alcançar os meus sucessos. Aos
meus pais agradeço todo o apoio, dedicação, colaboração e carinho em 23 anos de vida.
2
Este documento encontra-se redigido ao abrigo do novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa.
3
Resumo
comprimido, aplicando ao caso prático existente na Iberol S.A., para a redução dos custos excessivos
Para o desenvolvimento do trabalho foram criadas ferramentas em software Excel® (2013) para
o apoio à execução das metodologias criadas e de modo a avaliar os resultados obtidos para futuras
melhorias.
valências da rede de ar comprimido existente e quais os pontos a otimizar. Também foi possível
comprimido existente.
4
Abstract
The presented work has an essential objective, the management and optimization of
compressed air network, applying it to existing practical case study in Iberol S.A., to reduce the
excessive costs associated with the consumption of compressed air. To achieve the proposed objective,
a survey of the existing network and a survey of critical points in the network were proceeded and it was
For the development of the work, were created in Excel® software tools to support the implementation
of established methodologies and to evaluate the results obtained for future improvements.
With the execution of the work subsequently demonstrated, it was possible to know all the valences of
the existing compressed air network and which points to optimize. It was also possible to implement
some optimization and evaluate the importance of monitoring the existing compressed air network.
5
Índice
1. Introdução .................................................................................................................................. 10
1.1. A Iberol S.A. ....................................................................................................................... 10
1.1.1. Produção de Farinha de Soja e Farinha de Colza ............................................ 10
1.1.2. Produção de Biodiesel ............................................................................................ 13
1.1.3. Produção de Full-fat ................................................................................................ 13
1.2. Objetivo e âmbito do trabalho a desenvolver ............................................................... 14
2. O Ar Comprimido...................................................................................................................... 15
2.1. Composição do Ar Atmosférico ................................................................................... 15
2.2. Rede de Ar Comprimido ................................................................................................. 15
2.2.1. Produção de Ar Comprimido ................................................................................. 16
2.2.2. Distribuição de Ar Comprimido ............................................................................ 25
2.3. O Consumo de Ar Comprimido .................................................................................... 32
2.3.1. Medidas Para Otimizar Redes de Ar Comprimido ........................................... 34
3. Análise de Caso Prático – Iberol S.A. ................................................................................. 39
3.1. Rede de Ar Comprimido Existente .............................................................................. 39
3.1.1. Sala de Produção de Ar Comprimido.................................................................. 39
3.1.2. Distribuição de Ar Comprimido ............................................................................ 42
3.1.3. Consumo de Ar Comprido ..................................................................................... 43
3.2. Otimização da Rede de Ar Comprimido Existente .................................................. 57
3.2.1. Redução de Fugas ................................................................................................... 58
3.2.2. Eliminação de Pontos Obsoletos ......................................................................... 64
3.2.3. Ajuste da Qualidade do Ar Comprimido ............................................................ 67
3.2.4. Recuperação de calor para aquecimento de água industrial ....................... 69
4. Conclusão e Propostas Futuras ........................................................................................... 72
5. Bibliografia ................................................................................................................................. 74
6
Índice de Figuras
Figura 1 - Processo de produção de farinha de soja e farinha de colza. ............................................... 11
Figura 2 - Comparação das dimensões da semente de colza e do grão de soja. .................................. 12
Figura 3 - Processo de produção de Biodiesel. ..................................................................................... 13
Figura 4 - Processo de produção de Full-fat.......................................................................................... 14
Figura 5 - Exemplo de rede de ar comprimido típica. (Carbon Trust, 2005)......................................... 16
Figura 6 - Efeito da temperatura na energia fornecida ao compressor. (Electrobrás, 1985) ............... 19
Figura 7 - Permutador para arrefecimento do ar de admissão ao compressor. (eCompressedAir)..... 19
Figura 8 - Variação da pressão através da variação do volume da camara de compressão. (Atlas
Copco, 2015).......................................................................................................................................... 21
Figura 9 - Esquema de compressores alternativos. a) Compressor de diafragma; b) compressor pistão.
(PIP - Process Industry Practices Machinery, 2007); (Fialho, 2003) ...................................................... 22
Figura 10 - Esquema de compressores rotativos. a) Compressor de lóbulos; b) Compressor de
parafuso; c) Compressor de palhetas. (Fialho, 2003)............................................................................ 22
Figura 11 - Tipos de configuração para redes de distribuição de ar comprimido. a) Circuito aberto; b)
Circuito fechado. (TopRing) ................................................................................................................... 25
Figura 12 - Exemplo de ramificação correta de uma tubagem. (IEFP) .................................................. 27
Figura 13 - Exemplo de cotovelo de uma rede de ar comprimido. (Legris - Transair, 2005) ................ 28
Figura 14 - Válvula globo a) Totalmente aberta; b) e c) Semiaberta; d) Totalmente fechada. (The Flow
Control Valves, 2016) ............................................................................................................................ 29
Figura 15 - Válvula de esfera. (Volk Flow Controls Inc., 2003) .............................................................. 29
Figura 16 - Válvula de cunha. (The Free Dictionary, 2003) ................................................................... 30
Figura 17 - Filtro-Regulador-Lubrificador. (Draper Tools, 2016)........................................................... 30
Figura 18 - Purgador de válvula solenoide. (Jefferson) ......................................................................... 31
Figura 19 - Purgador de válvula flutuador. (Kaeser Compressors, 2015) ............................................. 32
Figura 20 - Distribuição de custos em compressores durante 10 anos. (Carbon Trust, 2005) ............. 33
Figura 21 - Distribuição da energia fornecida para o processo de compressão. (Compressed air
systems' waste heat improves plant economics, 2011)........................................................................ 33
Figura 22 - Distribuição de utilização e potenciais pontos de melhoria de redes de ar comprimido.
(Sustainability Victoria, 2009), (Atlas Copco, 2012) .............................................................................. 34
Figura 23 - Equipamento de deteção de fugas. (Sonotec, 2016) .......................................................... 35
Figura 24 - Passos para a implementação de rotinas de inspeção. (Kaizen Institute, 2016) ................ 35
Figura 25 - Exemplos de utilização do calor reaproveitado na produção de ar comprimido. (Voltimum,
2009)...................................................................................................................................................... 37
Figura 26 - Medidor de temperatura e humidade do ar. (Amprobe) ................................................... 41
Figura 27 - Esquema de distribuição da rede de ar comprimido na unidade fabril. ............................. 43
Figura 28 - Esquema de estratégia de testes de consumo energético, onde t1 é o intervalo de tempo
de teste e t2 é o intervalo de tempo entre testes. ................................................................................ 44
Figura 29 - Histórico de consumos energéticos diários, os valores do eixo das ordenadas encontram-
se omitidos por questões de confidencialidade.................................................................................... 46
Figura 30 - Representação de pontos diários não incluídos no modelo, os valores do eixo das
ordenadas encontram-se omitidos por questões de confidencialidade............................................... 47
Figura 31 - Consumos e produções diárias dos diferentes processos, GS – Grão de Soja; SC – Semente
de Colza, os valores do eixo das ordenadas encontram-se omitidos por questões de
confidencialidade. ................................................................................................................................. 48
Figura 32 - Modelo de Boxplot. (Silva, 2011) ........................................................................................ 49
7
Figura 33 - Gráficos Boxplot para os diferentes consumos e produções diários, os valores do eixo das
ordenadas encontram-se omitidos por questões de confidencialidade............................................... 49
Figura 34 - Gráficos Boxplot para o consumo de energia elétrica diários, os valores do eixo das
ordenadas encontram-se omitidos por questões de confidencialidade............................................... 50
Figura 35 - Gráficos Boxplot para os diferentes consumos e produções diárias removendo os outliers,
os valores do eixo das ordenadas encontram-se omitidos por questões de confidencialidade. ......... 50
Figura 36 - Gráficos Boxplot para o consumo de energia elétrica diários removendo os outliers, os
valores do eixo das ordenadas encontram-se omitidos por questões de confidencialidade. .............. 51
Figura 37 - Distribuição de consumos de ar comprimido pelos diversos processos. ........................... 54
Figura 38 - Distribuição de consumo de ar comprimido nos dias utilizados para testar o modelo...... 55
Figura 39 - Distribuição de consumos de ar comprimido pelos processos principais. ......................... 57
Figura 40 - Distribuição de quantidade de fugas por secção. ............................................................... 58
Figura 41 - Ferramenta de gestão de Manutenção Autónoma. ........................................................... 60
Figura 42 - Gestão que permite a ferramentas Excel............................................................................ 60
Figura 43 - Gráficos de análise da performance da manutenção autónoma........................................ 61
Figura 44 - Quadro criado para a Manutenção Autónoma. .................................................................. 62
Figura 45 - Comparação do número de anomalias reparadas pelos operadores das diversas secções e
pela equipa de manutenção. ................................................................................................................. 63
Figura 46 - Comparação do número de anomalias requeridas à equipa de manutenção por
manutenção autónoma e fora do âmbito de manutenção autónoma. ................................................ 64
Figura 47 - Pontos obsoletos a eliminar nos Silos Mistos. .................................................................... 65
Figura 48 - Pontos obsoletos a eliminar na preparação-extração. ....................................................... 66
Figura 49 - Pontos obsoletos a eliminados na Sala de Produção de ar comprimido. ........................... 66
Figura 50 - Pontos obsoletos a eliminar na Central de Vapor. ............................................................. 66
Figura 51 - Ponto de orvalho do ar comprimido à saída do secador e o valor de referência de acordo
com a ISO 8573-1, os valores do eixo das ordenadas encontram-se omitidos por questões de
confidencialidade. ................................................................................................................................. 68
Figura 52 - Sistema de recuperação de calor, Atlas Copco®. ................................................................ 69
Figura 53 - Funcionamento do equipamento de recuperação de calor. 1) Agua fria; 2) Ar Comprimido;
3) Energia elétrica; 4) Ar; 5) Circuito de óleo; 6) Energia recuperada; 7) Agua aquecida. (Atlas Copco)
............................................................................................................................................................... 70
8
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Qualidade requerida por tipo de aplicação. (SEI- Sustainable Energy Ireland, 2007).......... 17
Tabela 2 - Especificações de classes do ar comprimido. (ISO, 2010) .................................................... 18
Tabela 3 - Especificações dos compressores existentes. (Atlas Copco) ................................................ 40
Tabela 4 - Especificações do secador de ar comprimido existente. (Atlas Copco) ............................... 40
Tabela 5 - Especificações filtro de ar comprimido existente. (Atlas Copco) ......................................... 40
Tabela 6 - Qualidade do ar comprimido obtida. (Atlas Copco) ............................................................. 41
Tabela 7 - Resumo de dados recolhidos para o ar atmosférico. ........................................................... 42
Tabela 8 - Resumo de dados recolhidos para o ar comprimido. .......................................................... 42
Tabela 9 - Parâmetros obtido para o modelo. ...................................................................................... 53
Tabela 10 – Análise de sensibilidade aos parâmetros em estudos....................................................... 56
Tabela 11 - Cálculo do payback nos diferentes cenários. (Atlas Copco), (Entidade Reguladora dos
Serviços Energético, 2016) .................................................................................................................... 71
9
1. Introdução
Xira. Em 1998, a empresa foi integrada no grupo NUTASA, passando a pertencer ao líder de mercado.
oleaginosas para produção de farinhas para rações animais e comercialização dos seus subprodutos.
tendo implementado uma Unidade de Produção de Biodiesel (UPB). Esta alteração foi pioneira em
Portugal, sendo a primeira empresa a produzir biodiesel em território nacional. Com esta alteração, o
Com esta alteração, a Iberol torna-se líder do mercado de biodiesel em território nacional,
Assim, a Iberol tem quatro produtos principais comercializados. Estes são biodiesel, farinha de
soja, farinha de colza, farinha de soja integral (Full-Fat), óleo de soja e óleo de colza. Os processos
para obtenção destes produtos são descritos de seguida. (Iberol, S.A., 2011)
A produção de farinha de soja e farinha de colza é bastante semelhante, Figura 1, tendo ligeiras
diferenças ao longo do processo que irão ser referidas. Estes dois produtos são obtidos a partir de grão
de soja e semente de colza, respetivamente, os quais são recebidos na Iberol por meio marítimo,
rodoviário ou ferroviário.
10
As matérias-primas são armazenadas em 38 silos e são alimentadas ao processo a partir do
silo 37.
Impurezas
(Paus, Cascas, Vagens,
Ferros e Pedras)
Grão de soja
ou Transporte Armazenamento Limpeza Preparação
Semente de colza
Farinha de Soja
ou Extração
Farinha de Colza
Ambas as matérias-primas são sujeitas a um processo de limpeza onde são removidas grande
parte das impurezas. Para isso, o grão de soja (ou a semente de colza) passam por um peneiro,
seguindo para um separador gravimétrico e por fim para um separador magnético. Após esta limpeza
condicionadores, o grão partido é aquecido entre 85-95C, com o objetivo de tornar a semente mais
plástica e de desnaturar os inibidores da tripsina, enzimas que afetam negativamente a digestão animal.
O grão partido aquecido é alimentado a laminadores que, devido à força mecânica, vão laminar
o grão, colocando-o na forma ideal de flocos para a extração química. Por fim, os flocos passam por
um expander, onde aumenta a área específica e diminui a densidade do sólido, mas ao serem
compactados aumenta a densidade da corrente. Esta fase do processo também promove a rotura das
paredes das células onde é armazenado o óleo. Com isto, o expandido está preparado para a extração
química.
11
No caso da semente de colza, o processo de
of particle size on the pyrolysis of rapeseed (Brassica napus L.): fuel properties of bio-oil, 2000)
Depois da preparação concluída, o expandido de soja (ou expandido de colza) segue para o
processo de extração química. A partir deste ponto o processo é idêntico com ambas as matérias-
Na extração, o expandido alimenta o extrator rotativo que circula em contracorrente com uma
miscela de óleo e hexano, com baixa concentração de óleo. Desta forma, o bagaço que sai do extrator
entra em contacto com a miscela mais concentrada em hexano, garantindo assim a maior extração de
óleo possível. No final deste processo obtém-se duas correntes, a miscela e o bagaço.
vapor a diferentes temperaturas ao longo dos andares do DTS. Esta ação tem como objetivo a remoção
no secador. O hexano presente no bagaço é arrastado pelo vapor, do qual é removido, a jusante, pela
óleo. O óleo é sujeito a um processo de desgomagem física com adição de água por centrifugação, de
forma a eliminar os fosfatídeos hidratáveis, as lecitinas. Esta remoção é feita com o objetivo de reduzir
a concentração de fósforo no óleo, ajustando a composição de óleo aos valores pretendidos. O óleo é
removidas no processo de limpeza que contêm fontes de fibra, tais como paus, cascas e vagens, são
O bagaço é armazenado em armazéns até seguir para expedição. O óleo bruto é armazenado
em tanques intermédios para ser alimentado à produção de biodiesel. O óleo bruto é também
comercializado diretamente.
A capacidade instalada na Iberol para este processo é de 170 000 ton de farinha de colza/ano
12
1.1.2. Produção de Biodiesel
Para a produção de biodiesel é necessária a neutralização do óleo bruto. Esta fase é
indispensável devido à presença de ácidos gordos livres e dos fosfatídeos não hidratáveis. Para isso
adiciona-se ácido fosfórico para converter os fosfatídeos não hidratáveis em fosfatídeos hidratáveis.
De seguida é adicionada soda cáustica que irá neutralizar os ácidos gordos, formando uma mistura de
sabões, denominada de Soapstock. Assim, é obtido o óleo neutro que segue para transesterificação.
O óleo neutro pode também ser comercializado para biodiesel ou outros fins.
Figura 3. O biodiesel, depois de lavado e centrifugado, é armazenado em tanques para seguir para
expedição.
purificação para remoção de sabões, metanol e evaporação de água para depois ser comercializada.
Ácido fosfórico
Soda caustica
Metanol
Soapstock Transesterificação Metilato de sódio
Glicerina
Biodiesel
A Iberol, com este processo, tem capacidade para produzir até 110 000 ton de biodiesel/ano.
(Faria, 2015)
do silo 1.
O grão de soja passa por moinhos de martelos onde é triturado e extrusoras onde é cozido e
conferido textura ao produto. De seguida passa num secador para remover a humidade, arrefecendo e
sendo posteriormente armazenado. Com o isto, o material está pronto para expedição.
13
A capacidade instalada para a produção de Full-fat é de 70 000 ton/ano.
Impurezas
(Ferros e Pedras)
Extrusão
Full-fat
proposto, não era totalmente conhecida. Os percursos realizados pela rede de ar comprimido não eram
Os consumos de ar comprimido nos diferentes processos realizados na Iberol S.A. não eram
secção era também desconhecido, conhecendo-se apenas o consumo global de eletricidade na central
de ar comprimido.
Assim este trabalho teve como principais objetivos o mapeamento da rede de ar comprimido e
evitados, tais como fugas de ar comprimido, e alguns pontos em que o ar comprimido poderá ser
comprimido dos seus custos e da importância da correta gestão da rede de ar comprimido. Esta
14
2. O Ar Comprimido
O ar comprimido é uma utilidade comummente requerida na indústria. Este é produzido pela
elétrica. Recorre-se a este tipo de energia em fábricas que tem limitações devido à sua atmosfera
relativamente acessíveis.
Para uma correta utilização do ar comprimido nos diversos equipamentos é importante ter em
conta a qualidade do ar comprimido requerida. Para essa definição, deve ter-se em conta a norma
europeia ISO 8573-1, referida seguidamente. Nesta norma encontram-se descriminados os valores de
tratamento deve ser melhor avaliado em áreas urbanas, pois é nestas que o ar se encontra com uma
(21%), para além de conter também outros constituintes (1%), tais como Árgon, Hidrogénio, entre
O ar atmosférico numa cidade movimentada, ou seja com bastantes automóveis, tem uma
quantidade de partículas muito superior ao de uma zona menos povoada. A pressão do ar atmosférico
também varia com a altitude a que se encontra, isto é, o ar atmosférico no topo de uma montanha tem,
complexidade. Uma rede de ar comprimido pode ser dividida em duas secções. A secção de produção
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A Figura 5 demonstra como deve ser composta uma rede de ar comprimido e todos os pontos
A pressão normal utilizada na indústria é 7 bar (100 psig), sendo esta definida tendo em conta
A qualidade, como referido anteriormente, é definida de acordo com a ISO 8573-1. Esta norma,
classes de qualidade desejada. Na Tabela 1 encontram-se as classes recomendadas para cada tipo de
equipamento, garantindo assim o maior tempo de vida do equipamento. A classe selecionada deve ser
a do equipamento que possui mais restrições, garantindo que a qualidade estará de acordo com todos
os equipamentos da rede. É importante ter em conta as impurezas que se podem acumular durante o
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Tabela 1 - Qualidade requerida por tipo de aplicação. (SEI- Sustainable Energy Ireland, 2007)
Agitação com ar 5 3 3
Motores de ar 4-1 5 4
Construção 5 5 4
Transportadores de produtos em pó 3 2 2
Circuitos elétricos 4 4 4
Sensores 2-1 2 2
Máquinas de fundições 4 5 4
Alimentos e bebidas 3 1 2
Exploração mineira 5 5 4
Manufatura microeletrónicas 1 1 1
Cilindro pneumático 3 5 3
Ferramentas pneumáticas 4 4 4
Pulverização de tinta 3 3 3
Jato de areia 3 3 -
Máquinas de solda 4 5 4
17
Tabela 2 - Especificações de classes do ar comprimido. (ISO, 2010)
Partículas Óleo
Humidade
Classe (Nº de partículas/m3) (Concentração
(Ponto de orvalho ºC)
0,1 md≤0,5 m 0,5 md≤1,0 m 1,0 md≤5,0 m mg/m3)
0 - - - - -
4 - ≤10 000 ≤3 ≤5
necessidades de ar de todos os equipamentos que irão constituir a rede de ar comprimido. Após esta
soma, deve-se adicionar um fator para fugas de ar e também para perdas de carga ao longo do percurso
do ar comprimido até aos equipamentos. Quanto mais acessórios e pontos de fuga o percurso tiver,
O passo seguinte será dimensionar os equipamentos que irão constituir a secção de produção.
possível. Como tal, quando instalada uma rede de ar comprimido, é necessário ter em conta a
arrefecedor primário.
em 1%, Figura 6. (Electrical Energy Equipment: Compressors and Compressed Air Systems, 2006)
18
12
10
fornecida (%) 4
2
0
-2
-4
-6
-8
0 10 20 30 40 50 60
Temperatura de admissão de ar (C)
temperatura do ar, maior será a quantidade de moléculas por unidade de volume e maior será a
água, Figura 7, que consiste num permutador de tubos. O ar circula nos tubos e é arrefecido ao longo
(eCompressedAir)
pois a quantidade de água despendida para o arrefecimento torna-o pouco rentável para pequenas
variações de temperatura.
19
2.2.1.2. Compressor
O compressor é o equipamento principal para a produção de ar comprimido. É nele que ocorre
a elevação de pressão do ar atmosférico. Por este motivo, a seleção correta do compressor é um passo
podem ser centrífugos ou axiais e os compressores de deslocamento positivo podem ser de parafuso,
Compressores Dinâmicos
compressores deste tipo, através da rotação de um veio, o rotor, é impelido para as paredes da câmara
de compressão e assim é elevada a sua pressão. A compressão ocorre pela transformação da energia
compressores centrífugos.
dentro do compressor. No caso dos compressores axiais, como o nome indica, o ar circula na direção
do eixo de rotação. Nos compressores centrífugos, o ar entra com direção axial e abandona o
caudal de ar elevado (140 – 340 000 m3/h). Os compressores dinâmicos também são vantajosos,
Por outro lado, este tipo de compressores comportam um elevado investimento inicial, e por
20
Compressores de Deslocamento Positivo
volume da câmara de compressão. Por este motivo, o funcionamento destes ocorre de forma
descontínua. (Figura 8)
Figura 8 - Variação da pressão através da variação do volume da camara de compressão. (Atlas Copco, 2015)
No caso dos compressores de deslocamento positivo existe a possibilidade destes serem
lubrificados com óleo. Este tipo de compressores podem ser de pistão, diafragma, parafuso, entre
giratório que obriga o pistão (ou diafragma) a diminuir e aumentar o volume da câmara. Assim, quando
o volume diminui, o ar é comprimido até atingir a pressão desejada, abrindo-se uma válvula para que
21
válvula de saída é fechada e abre-se a válvula de entrada obrigando o ar a entrar, devido ao aumento
a) b)
a) b) c)
Nos compressores de lóbulos, a ar entra na câmara e com a rotação dos lóbulos o volume da
câmara vai diminuindo, comprimindo o ar. No caso dos compressores de parafuso, o ar ocupa as
cavidades do rotor e com a rotação o volume das cavidades vai diminuindo. Por fim, nos rotores de
palhetas o ar ocupa os espaços entre as palhetas que estão em rotação, com a rotação o volume do
uma larga gama de pressões com uma elevada eficiência. Estes compressores são benéficos também
por terem um baixo valor de investimento inicial e um design simples. Apesar destes pontos, estes
22
compressores podem, por vezes, não ser utilizados por produzirem um elevado ruído e precisarem de
ação de compressão. Esta fase é de extrema importância, devido à remoção de humidade. Ao diminuir
a temperatura do ar comprimido, a humidade presente irá condensar, tornando-se mais fácil a sua
Para este arrefecimento pode ser utilizado o ar atmosférico que se encontra na sala. O ar
comprimido flui em tubos e o ar atmosférico é forçado a passar pelo exterior dos tubos, por uma
o arrefecedor seja conduzido ao exterior da sala, para que não seja admitido ao compressor.
2.2.1.4. Filtro
Como referido, para que seja alimentado a alguns equipamentos, o ar comprimido tem de
A escolha do ponto onde deve ser colocado o filtro também é fundamental para garantir a
máxima eficiência possível do filtro selecionado. O filtro deve ser colocado imediatamente a seguir ao
arrefecedor para filtrar a água que condensou no arrefecedor devido à diminuição da temperatura
Para a escolha de um meio filtrante adequado é importante ter em conta a especificação exigida
pelo equipamento mais restritivo. Essa escolha, como referido, é feita com o auxílio da Tabela 1 e da
Tabela 2. Outro ponto essencial a ter em conta para a escolha do meio filtrante a utilizar é a qualidade
do ar atmosférico à entrada.
Assim, os tipos de filtros mais comuns para redes de ar comprimido são os filtros tipo ciclone,
Nos filtros tipo ciclone, o tratamento é feito devido à força de inércia que é imposta ao ar
comprimido, impelindo as partículas para as paredes do filtro. Este tipo de filtro é de elevada eficiência
para a remoção de partículas de água, enquanto a eficiência na remoção de partículas varia com a
velocidade que o ar comprimido atinge, sendo mais eficiente para partículas pesadas.
humidade e o óleo não são significativamente removidos. Neste tipo de filtros é importante ter em
23
Os filtros de alto desempenho são utilizados quando existe a necessidade de operar com ar
comprimido de alta qualidade. Com este tipo de filtros são obtidos valores de concentração de óleo na
ordem de 0,01 mg/m3 e a remoção de partículas sólidas tem uma eficiência de 99,9999%. A filtração
neste tipo de equipamentos ocorre pela passagem do ar comprimido por fibras de textura porosa. Para
a utilização deste tipo de filtros é importante ter em atenção a temperatura do ar comprimido alimentado,
Por fim, os filtros de carvão ativado são aconselhados quando a concentração de partículas
sólidas não é fundamental. É também necessário, a remoção de humidade, pois esta reduz
em óleo de cerca de 0,005 mg/m 3. Os filtros de carvão ativado, quando atingem o seu nível de
Com isto, a escolha do filtro adequado tem de ser ponderada. O excessivo tratamento do ar
comprimido não é aconselhado, pois irá provocar perda de carga e gastos desnecessários em
comprimido não é significativo, possa ficar em stand-by proporcionando uma redução do consumo de
energia elétrica.
finais.
2.2.1.6. Secador
Uma alternativa ao arrefecedor posterior, anteriormente referido, é a utilização de um secador.
- Airpower, 2010)
Os tipos de secadores mais utilizados são os secadores por refrigeração e por adsorção.
arrefecido até 0 C, para garantir a máxima condensação de água e óleo, evitando o congelamento dos
mesmos, e depois são removidos os condensados. Para o ar ser alimentado à rede de ar comprimido
24
é aquecido até à temperatura ideal de circulação na rede (cerca de 15 C). Para este aquecimento é
Os secadores por adsorção operam diminuindo o ponto de orvalho para valores muito baixos
e provocando a adsorção, fenómeno de atração de moléculas de gases e líquidos para uma superfície
sólida, das moléculas de água no sólido adsorvente. Este tipo de secadores são compostos por dois
leitos iguais, para que enquanto é feita a regeneração de um leito, remoção de água e óleo que foi
adsorvida pelo sólido adsorvente, a outra possa continuar a operar garantindo o correto tratamento do
para a remoção de partículas sólidas que possam contaminar o leito e outro filtro à saída do secador
da melhor forma possível. Assim, é importante garantir que todos os constituintes sejam corretamente
selecionados e dimensionados.
Considera-se uma rede de distribuição eficaz quando a perda de carga desde o ponto de
produção até ao ponto de uso final não é significativa, até a 0,2 bar, e que as perdas de ar comprimido
por fugas equivalem a menos de 5% do uso total de ar comprimido. (Carbon Trust, 2005)
fechado, Figura 11. É importante ter um planeamento correto dos pontos onde irá ser necessário ar
comprimido.
a) b)
Figura 11 - Tipos de configuração para redes de distribuição de ar comprimido. a) Circuito aberto; b) Circuito fechado.
(TopRing)
25
O circuito aberto, Figura 11 a), é vulgarmente utilizado em instalações simples e que o ponto
de uso final se encontra relativamente perto do ponto de produção. É também utilizado em pontos
distantes da restante rede de ar comprimido. Este tipo de circuitos devem ser evitados devido à maior
probabilidade de ocorrência de fugas, pois este tipo de circuitos carecem de mais acessórios que
dificultam o isolamento das tubagens e facilitam a perda de ar pelas uniões. São também evitados
devido à acumulação de água por condensação ao longo da rede e acumulação no final da linha.
O circuito fechado, Figura 11 b), também denominado circuito em anel, é mais recorrente em
instalações fabris. Neste tipo de circuitos a distribuição para consumos intermitentes, por exemplo
da rede é mais facilmente mantida. Por outro lado, em circuito fechado como o ar circula nos dois
sentidos, a remoção de condensados torna-se mais difícil. (Parker Hannifin Corporation, 2006)
2.2.2.1. Tubagem
Os parâmetros essenciais para o dimensionamento correto da tubagem são o material de
O material de construção da tubagem deve ser o menos rugoso possível, para minimizar o
atrito à passagem de ar, pouco oxidável, para que não se crie ferrugem que seja arrastada pelo ar até
aos equipamentos de uso final, e resistentes à longa exposição solar e ao calor. Os tipos de materiais
mais utilizados são o aço galvanizado, o aço carbono, o ferro preto, o cobre, o alumínio, o aço inoxidável
e o PVC.
O PVC deve ser utilizado em distâncias muito curtas e protegidas, pois a exposição à atmosfera
ou a temperaturas elevadas deteriora o PVC e, por isso, este tipo de material implica uma manutenção
regular. Por outro lado, a utilização deste material é vantajosa devido à sua maleabilidade e facilidade
O ferro preto e o aço galvanizado são materiais de baixo custo e com flexibilidade para juntas
roscadas e uniões. Contudo, este tipo de material é bastante suscetível a ferrugem e descamação da
tubagem, que irá libertar partículas que irão contaminar o ar que será alimentado aos equipamentos de
uso final.
manuseamento, pois implica soldaduras, e portanto todas as alterações posteriores terão de ser
planeadas aquando da instalação inicial da rede. Por outro lado, este material tem um baixo coeficiente
26
O aço carbono também é bastante utilizado, apesar da sua resistência à corrosão ser limitada.
O seu preço é acessível e é fácil de moldar, contudo não se prescinde da necessidade de efetuar
soldaduras.
O aço inoxidável, apesar do seu elevado custo, é uma boa opção. Este material é resistente à
O alumínio é o material menos suscetível à corrosão, com baixo coeficiente de atrito e leve, o
que facilita o manuseamento. É também o material mais versátil e com uma longa duração. (Ingersoll
Rand, 2016)
A inclinação da tubagem é um fator a ter em conta para evitar acumulações de água e resíduos
no interior da tubagem. Assim é aconselhável uma inclinação entre 0,5 e 2%. (Parker Hannifin
Corporation, 2006)
Por fim, o diâmetro é selecionado para que a velocidade no interior da tubagem seja inferior a
6 m/s. Para este cálculo é utilizada a Equação 1, onde é calculado o diâmetro da tubagem, D, sabendo
𝜋𝐷2
𝑄=𝑣× Equação 1
4
Em circuitos fechados recomenda-se que o diâmetro da tubagem de alimentação ao circuito
Para evitar a corrosão das tubagens aconselha-se a pintura das mesmas com uma tinta
protetora. A cor aconselhada para tubagens de ar comprimido, de acordo com a norma português NP-
As ramificações, Figura 12, nas tubagens principais devem ser sempre feitas pela parte
superior, pois desta forma é possível minimizar o arrastamento de condensados da tubagem principal
para as ramificações. Assim, é possível aumentar a longevidade dos equipamentos que utilizam ar
comprimido.
(IEFP)
27
2.2.2.3. Acessórios
Ao longo das tubagens são utilizados acessórios para reduzir diâmetros de tubagens, cotovelos
para efetuar curvas, tês para dividir correntes, ou válvulas de corte, entre outros. Este tipo de acessórios
devem ser minimizados, pois todos eles implicam perda de carga do ar comprimido.
A união dos acessórios nas tubagens deve ser feita da melhor forma possível, para que não se
torne um ponto de fuga. Estas uniões podem ser feitas por flanges, roscas ou soldadas.
Quando utilizadas uniões por rosca é fundamental serem isoladas por fita adesiva (PTFE),
necessitam de manutenção. Por vezes não podem ser utilizadas, devido à natureza do material utilizado
As ligações flangeadas são uma opção dispendiosa e, por vezes, a vedação não é a mais
eficaz. Normalmente são utilizadas em tubagens de diâmetro superior a 2 polegadas. (Novais, 2014)
Cotovelos
Os cotovelos, Figura 13, são acessórios para efetuar as curvas do percurso da rede de ar
comprimido. A seleção do ângulo de curva do cotovelo deve ser feita de modo a que a perda de
turbulência seja mínima. Deste modo, o raio da curva deve ser equivalente ao dobro do valor do
Válvulas
As válvulas são utilizadas para o corte de um troço da rede ou para controlo do fluxo que passa
num determinado ponto. Estes acessórios devem ser corretamente dimensionados ao local onde serão
colocados e devem ser estudados de forma a evitar perdas de carga desnecessárias. Existem
diferentes tipos de válvulas para os diferentes pontos onde estas serão colocadas.
28
Válvulas de Globo
São utilizadas para regulação do fluxo e, como tal, devem ser minimizadas devido às perdas
a) b) c) d)
Figura 14 - Válvula globo a) Totalmente aberta; b) e c) Semiaberta; d) Totalmente fechada. (The Flow Control Valves,
2016)
Válvulas de Esfera
Este tipo de válvulas, Figura 15, é o mais aconselhado para as redes de ar comprimido. As
válvulas de esfera são válvulas de corte e, como tal, apenas têm duas posições, ou totalmente abertas
ou totalmente fechadas. Este tipo de válvulas tem uma perda de carga muito inferior às anteriormente
mencionadas.
29
Válvulas de Cunha
As válvulas de cunha, Figura 16, são muito semelhantes às válvulas de globo, pois o seu
Figura 17. Como o nome indica, este equipamento filtra, regula e lubrifica o ar comprimido antes de
Figura 17 - Filtro-Regulador-Lubrificador.
A filtração serve para remover as partículas que foram arrastadas pelo ar ao longo do percurso
desde a produção e também retém a condensação que se formou. A regulação serve para atenuar as
variações de pressão que existam na rede e garantir que a pressão que é alimentada ao equipamento
é constante. A lubrificação serve para colocar no ar comprimido uma percentagem de óleo que irá
diminuir o atrito e lubrificar os equipamentos por onde o ar passa, aumentando-lhes o tempo de vida.
(PneumaticTips, 2012)
30
2.2.2.5. Purgadores
Os Purgadores são utilizadas para reter a condensação ao longo da tubagem de ar comprimido.
Estas devem ser colocadas nos pontos mais baixos da rede para aproveitar a ação gravítica para a
recolha de condensados. Devem também ser colocadas com distâncias entre elas de cerca de 20-30
Estas válvulas, Figura 18, estão programadas para abrir durante um determinado período de
tempo, removendo todos os condensados existentes. Estas válvulas são vantajosas devido à reduzida
manutenção que acarretam. Contudo, só devem ser utilizadas em redes muito bem dimensionadas,
pois se a válvula estiver aberta tempo a mais, será desperdiçado ar desnecessário e, se pelo contrário,
estiver aberta tempo a menos, os condensados não serão removidos na totalidade e existirá uma
(Jefferson)
31
Válvulas Flutuador Mecânico
flutuador sobe, eliminando os condensados. Este tipo de purgador, Figura 19, requer uma grande
manutenção, pois um pequeno desajuste no flutuador irá originar uma grande perda de ar comprimido.
Compressors, 2015)
Estos Purgadores são as que contêm a configuração mais simples, e como tal são também as
mais económicas. Consistem num depósito colocado na rede de ar comprimido que tem uma válvula
manual na sua base. Para este tipo de Purgadores é necessário a execução de rotinas de forma a
transformação é bastante benéfica para a indústria, pois permite a sua utilização em situações em que
nenhuma outra pode ser utilizada. O ar comprimido é utilizado na pneumática, ou por outras palavras,
A pneumática é bastante vantajosa por ser mais simples e por ter maior rendimento. Pode
também considerar-se uma vantagem o baixo custo de utilização, quando bem mantida, o que nem
ambiental. Como tal, nas indústrias farmacêutica e alimentar, em que as restrições são elevadas, o ar
perigo de explosão é elevado, devido à natureza dos materiais que se trabalham. Assim, neste tipo de
indústrias, o ar comprimido é uma das energias utilizadas, pois minimiza o risco de explosão por não
32
ser fonte de ignição e permite a utilização de ferramentas pneumáticas que facilitam o trabalho dos
O ar comprimido está entre as quatro utilidades mais requeridas na indústria. Como uma das
suas principais matérias-primas é o ar atmosférico, logo abundante, a sua produção não é posta em
causa. É também uma utilidade requisitada devido à sua facilidade de transporte e armazenamento.
Contudo, o ar comprimido é uma das utilidades em que mais se desperdiça energia. Ao longo
de dez anos de trabalho de um compressor, cerca de 70% do custo total refere-se à energia elétrica
Da energia elétrica consumida por um compressor, apenas 15% é utilizada diretamente para a
ruído (Figura 21). (Electrical Energy Equipment: Compressors and Compressed Air Systems, 2006)
existentes.
33
Tendo em conta que 90% das indústrias instaladas utilizam ar comprimido como utilidade
direta ou indiretamente, e que 3% da energia elétrica consumida nas indústrias europeias é destinada
A produção de ar comprimido, apesar de não ser dos custos mais significativos nas indústrias,
é aquele que contém uma margem de otimização maior e, por este motivo, é uma de oportunidades de
existente e as capacidades dos equipamentos que nela estão inseridos. Para isso é importante recorrer
Depois de analisada a rede que se está a otimizar é necessário avaliar os pontos que são
comprimido e reparação ou substituição dos materiais obsoletos. A inspeção de fugas nem sempre é
fácil, pois em zonas industriais ruidosas, ou quando as fugas são de pequenas dimensões, a deteção
não é possível. Por este motivo, inúmeros fabricantes comercializam equipamentos de deteção de
34
Figura 23 - Equipamento de deteção de fugas.
(Sonotec, 2016)
A aquisição deste tipo de equipamentos é rentável pois podem ser utilizado posteriormente
Rotinas de Inspeção
As rotinas de inspeção são uma das estratégias utilizadas na metodologia Kaizen® para
para que quem trabalha diariamente com os equipamentos esteja capacitado a realizar algum tipo de
Para uma correta implementação de Manutenção Autónoma existem vários passos a seguir,
comprimido consiste em verificar toda a rede, desde os equipamentos de produção até diversos pontos
de uso final. Neste ponto, não se considera a substituição de equipamento, mas sim a tentativa de
35
De seguida é feita uma análise de pontos que possam afetar o funcionamento da rede e eliminá-
los.
Por fim são construídas as rotinas de inspeção. Esta ação consiste em criar circuitos que
necessárias.
No caso das redes de ar comprimido industriais, existe algum material específico que deve ser
utilizado, como por exemplo, uma lanterna e um detetor de fugas, como o referido anteriormente.
operadores. Esta formação deve incidir em pontos técnicos, tais como a manutenção dos equipamentos
Manutenção Autónoma e como deve ser feita, para que sejam obtidos resultados.
Na implementação destas rotinas deve-se analisar quais os pontos da rede mais deficitários
em manutenção e optar por iniciar as rotinas por estes pontos. Assim os resultados obtidos serão
visíveis mais rapidamente e a motivação para a execução de Manutenção Autónoma torna-se mais
simples.
Esta ação pode gerar economias de energia entre os 15 a 50%. (Voltimum, 2009)
seja, existem equipamentos que se tornam inutilizados e o aparecimento de novos. Assim, as redes de
obsoletas, isto é, zonas que já não são utilizadas e que por este motivo não são necessárias. Assim, a
eliminação destes pontos reduz a dimensão da rede de ar comprimido, diminuindo os pontos com
Esta ação não irá gerar economias visíveis e quantificáveis, mas irá evitar investimentos
final. O equipamento que requer maior pressão de trabalho será o que irá definir o valor da pressão de
trabalho. O valor da pressão requerida nos equipamentos é definido pelos fornecedores dos mesmos.
(Voltimum, 2009)
36
2.3.1.4. Recuperação de Calor
Como esquematizado na Figura 21, existe uma grande oportunidade de reaproveitar o calor
gerado na produção de ar comprimido. O calor pode ser recuperado instalando permutadores de calor
(Voltimum, 2009)
Esta ação pode gerar economia de cerca de 60% da energia produzida. (Voltimum, 2009)
este motivo, quanto menor for a temperatura de admissão, maior será a quantidade de ar alimentado
por unidade de tempo o que irá produzir maior quantidade de ar comprimido por unidade de tempo.
consumida. (Electrical Energy Equipment: Compressors and Compressed Air Systems, 2006)
acordo com as necessidades dos equipamentos de uso final. Contudo, um tratamento excessivo do ar
comprimido torna-se um gasto desnecessário e perdas de carga elevadas. Assim, é importante verificar
37
Existem equipamentos que, devido à sua utilização, a sua necessidade é bastante variável.
Esta ação não desencadeia economias diretamente mensuráveis, mas evita o arranque
(Voltimum, 2009)
que o ar circula, é bastante utilizado para eliminação de poeiras. Este tipo de utilização não é a mais
Assim, neste tipo de utilização aconselha-se o uso de aspiradores elétricos, que além do
benefício para as condições de trabalho dos operadores, contribui com cerca de 40% para a economia
38
3. Análise de Caso Prático – Iberol S.A.
A Iberol S.A. usufrui de uma rede de ar comprimido bastante vasta e com bastante importância
oscilantes nos silos mistos, a utilização de electroválvulas para controlo processual, entre outros pontos
essenciais.
Estima-se que a empresa gaste cerca de 35 000 € por ano em produção de ar comprimido e
cerca de 10 000 € por ano em manutenção de compressores. Por este motivo é de todo o interesse
todos os caminhos percorridos pelas tubagens e quais as origens e destinos das mesmas.
Iberol era quase inexistente. Os pontos conhecidos da rede cingiam-se à sala de produção de ar
Com isto, e de forma a atenuar esta situação, foi iniciado o estudo da rede de ar comprimido.
Para isso recorreu-se à colaboração de um estagiário de curta duração para que fosse possível mapear
Assim, no decorrer dos meses de Julho e Agosto, foi possível mapear grande parte da rede de
ar comprimido.
mapeamento e verificaram-se todos os pontos de forma a garantir que todos os percursos estavam
corretamente representados, Anexo II. Para uma correta análise posterior da rede de ar comprimido,
39
Tabela 3 - Especificações dos compressores existentes. (Atlas Copco)
exista uma economia de energia associada a esse ajuste. Quando o caudal máximo atingido pelo
segue para os reservatórios pulmão. O ar comprimido antes de seguir para o consumidor final é
alimentado a um secador, Tabela 4, para retirar a humidade existente, e por filtros coalescedores,
Atlas 3,7
FD 280 16,8 0,24 13
Copco
Caudal volumétrico
Marca Modelo
(m3/min)
40
Teoricamente, obtém-se ar comprimido a alimentar os equipamentos de uso final com as
Água 4
Partículas 1
Óleo 1
Produzido
Com o objetivo de avaliar as condições de trabalho, foram medidos alguns parâmetros do ar
atmosférico à entrada dos compressores e do ar comprimido à saída do filtro. Para isso, recorreu-se a
um equipamento disponível em armazém, Figura 26, e foi possível medir a temperatura, o ponto de
Após a recolha dos dados que se encontram nos Anexos III e IV, foi possível verificar os valores
máximos e mínimos atingidos e o valor médio para cada parâmetro nos dois pontos. Estes valores
41
Tabela 7 - Resumo de dados recolhidos para o ar atmosférico.
Ar atmosférico
Ar comprimido
tubagens flexíveis.
A rede é composta por válvulas de corte de globo, cunha e esfera, dois reservatórios pulmão,
42
Manutenção
Central de
Vapor
Parque de
Tanques
Sala de
produção de ar
comprimido
UPB
Extracção Preparação
Silos Armazéns
produção de água osmotizada. Por este motivo, a forma de obter um consumo de energia para a
produção de ar comprimido mais aproximado do valor real será retirando o consumo energético relativo
Como referido anteriormente, ao longo da rede existem dois depósitos de ar comprimido que
permitem o isolamento de determinadas zonas da rede. Com estes depósitos, é possível cortar a
43
Ação 1
- Fechar o reservatório pulmão Contagem 1 Contagem 2
de ar comprimido da - Fazer leitura - Fazer leitura
Preparação – Extração; t1
de contadores de contadores
- Fechar o reservatório pulmão de energia de energia
de ar comprimido dos Silos
Mistos e Armazéns.
Ação 2
Contagem 4 Contagem 3 - Abrir o reservatório pulmão
- Fazer leitura - Fazer leitura de ar comprimido da
de contadores t1 de contadores t2 Preparação – Extração;
de energia de energia - Fechar o reservatório pulmão
de ar comprimido dos Silos
Mistos e Armazéns.
Ação 3
- Fechar o reservatório pulmão Contagem 5 Contagem 6
de ar comprimido da - Fazer leitura - Fazer leitura
Preparação – Extração; t2 t1
de contadores de contadores
- Abrir o reservatório pulmão de de energia de energia
ar comprimido dos Silos Mistos
e Armazéns.
Ação 4
Contagem 8 Contagem 7 - Abrir o reservatório pulmão
- Fazer leitura - Fazer leitura de ar comprimido da
de contadores t1 de contadores t2 Preparação – Extração;
de energia de energia - Abrir o reservatório pulmão de
ar comprimido dos Silos Mistos
e Armazéns.
Figura 28 - Esquema de estratégia de testes de consumo energético, onde t1 é o intervalo de tempo de teste e t2 é o intervalo de tempo entre
testes.
intervalos de tempo controlados, t1. Como só é possível isolar dois dos consumidores, a Preparação-
Extração (P/E) e os silos Mistos e Armazéns (SM/A), existe um grupo de consumidores que não será
+PT+Manut).
UPB+CV+PT+Manut, fechando ambos os reservatórios pulmão e assim toda a energia consumida será
44
Com o valor obtido anteriormente, é possível determinar os consumos dos outros
consumidores. Para isso, primeiramente abre-se o reservatório pulmão que alimenta a P/E, Ação 2.
Para a leitura inicial, Contagem 5, é necessário deixar o sistema estabilizar, t2, para que sejam repostas
as condições iniciais do sistema. Desta forma é possível determinar o consumo de P/E de acordo com
a Equação 3.
Para o consumo energético para a produção de ar comprimido para o consumidor SM/A, Ação
Equação 4.
Para a seleção dos tempos corretos para se obter resultados coerentes, é necessário avaliar a
A sensibilidade dos contadores pode ser avaliada retirando valores dos contadores de dias
semelhantes e verificando a variação que ocorre. Com esta variação pode-se calcular o tempo
Para a avaliação dos contadores energéticos recorreu-se ao histórico das leituras dos
contadores. Os dias selecionados para a avaliação foram dias em que as produções das várias secções
Assim, foram selecionados 12 dias, num histórico de quatro anos, Anexo V. É importante referir
que os algarismos visíveis nos contadores são os seis primeiros, os restantes referem-se a acertos de
unidades. Em seguida, foi analisada a sua evolução horária, de modo a determinar qual o número de
horas necessárias. Para que a evolução do contador seja visível é necessária a evolução do sexto
algarismo. Verificou-se que o tempo ideal de teste seria de cerca de dez horas de análise, isto é, t1 =
10 horas.
evolução do contador é de um dígito, para que não haja erros devido aos valores de perdas. Assim, o
45
Após esta análise, verificou-se que, para que o teste seja feito com as mesmas condições de
trabalho em todas as etapas, é necessário que a unidade fabril mantenha as mesmas condições
durante 49 horas consecutivas, ou seja dois dias. Como é necessário uma repetição dos testes para
confirmação dos valores obtidos no primeiro, o tempo necessário do ensaio é de 98 horas, ou seja
quatro dias.
Como não foi possível obter as condições ideais para o teste durante as 78 horas necessárias,
optou-se por efetuar um teste com tempos inferiores. Para este teste, utilizaram-se intervalos entre
contagens de duas horas, t1 = 2 horas, e tempos de intervalos entre testes de quinze minutos, t 2 = 0,25
horas.
No entanto, os valores obtidos não foram concordantes e não permitiram obter consumos de
ar comprimido. Contudo, ficou verificado que os tempos iniciais são os mais adequados para a
consumos.
produções de matérias-primas e produtos. Para isso, foi possível reunir consumos de matérias-primas,
produções e consumos energéticos associados. Foi possível construir um histórico desde setembro de
2500
2000
1500
kWh
1000
500
0
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09/2013
12/2013
04/2014
07/2014
01/2015
05/2015
08/2015
11/2015
46
Como se verifica no gráfico da Figura 29, existe uma queda no consumo energético de ar
comprimido no final de 2013 que se mantém até à atualidade. A elevação do consumo durante o período
de 2013 pode dever-se a utilização de ferramentas pneumáticas para execução de obras de unidade
fabril ou por outro motivo que levou ao consumo excessivo de ar comprimido. Por este motivo, optou-
2000
1500
kWh
1000
500
0
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Figura 30 - Representação de pontos diários não incluídos no modelo, os valores do eixo das
47
Para a criação do modelo, os dias correspondentes a arranques e paragens também devem
ser desprezados pois são dias de consumos elevados de ar comprimido e que não correspondem ao
consumo real corrente. Para avaliar o consumo ou produção normal de cada processo, calcularam-se
180 0
160 0
140 0
120 0
100 0
ton/h
800
600
400
200
0
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12/2014
03/2015
06/2015
10/2015
Produção óleo neutro Produção Biodiesel GS consumido Farinha
GS consumido fullfat SC consumida
Os outliers são os pontos que se encontram desviados da distribuição normal dos pontos
experimentais. Para o cálculo destes pontos utilizou-se o método do desvios-quartil. Assim, calculou-
se, para cada conjunto de dados, a mediana, o quartil inferior e o quartil superior. Estes cálculos podem
48
Figura 32 - Modelo de Boxplot. (Silva, 2011)
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01/2016
180 0
160 0
140 0
120 0
ton/h
100 0
800
600
400
200
Figura 33 - Gráficos Boxplot para os diferentes consumos e produções diários, os valores do eixo
A avaliação dos pontos seguiu alguns critérios, os quais são, seguidamente, reportados.
Considerou-se a produção do óleo neutro como um todo, em vez de os especificar por tipo de
óleo, pois estes são produzidos com base numa determinada composição definida de acordo com o
49
Quanto à semente de colza e ao grão de soja, por não ser fácil e rigorosa a medição da
produção do processo, optou-se por se basear na semente consumida em cada um dos casos.
Assim, depois de retirar os outliers a cada processo, obteve-se o gráfico da Figura 35.
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180 0
175 0
170 0
165 0
160 0
155 0
150 0
145 0
140 0
135 0
130 0
125 0
120 0
115 0
110 0
105 0
ton/h
100 0
950
900
850
800
750
700
650
600
550
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
comprimido devido a obras ou para trabalhos inesperados. A forma de analisar esses pontos é fazendo
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200 0
180 0
160 0
140 0
120 0
kWh
100 0
800
600
400
200
Figura 34 - Gráficos Boxplot para o consumo de energia elétrica diários, os valores do eixo das
ordenadas encontram-se omitidos por questões de confidencialidade.
50
uma avaliação aos outliers semelhante à executada anteriormente, mas para a energia elétrica
Na Figura 36, encontram-se os pontos que foram considerados para o modelo, removendo os
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kWh
600
400
200
Figura 36 - Gráficos Boxplot para o consumo de energia elétrica diários removendo os outliers, os
valores do eixo das ordenadas encontram-se omitidos por questões de confidencialidade.
O modelo a construir tem como objetivo o cálculo dos consumos de ar comprimido específicos
para cada processo e também a estimativa de energia desperdiçada em fugas de ar comprimido. Para
constante, isto é, é independente dos processos a operar, pois a pressão nas tubagens
Para a construção do modelo, visto que o contador de energia elétrica não é apenas dos
compressores e engloba também o secador de ar comprimido, é necessário ter em conta alguns outros
A energia gasta pelos compressores tem em conta tanto a energia transferida para o ar
Estima-se que cerca de 70% da energia gasta por um compressor é desperdiçada de inúmeras formas.
51
A energia gasta para o ar comprimido é também desperdiçada em fugas e perdas de ar comprimido ao
Assim, a energia dos compressores engloba a energia gasta por cada processo, a energia
A energia despendida pelo secador não é possível estimar. Contudo pode-se estimar o seu
valor de acordo com a especificação do fabricante para a sua potência. A potência definida pelo
fabricante, como referido na Tabela 4, é de 3,7 kW. Com este valor, é possível estimar o consumo
fabril está armazenado nos reservatórios pulmão também localizados na sala de produção de ar
comprimido.
Assim, pode-se admitir que o secador está em funcionamento 24 horas por dia, pois todas as
O tempo de trabalho não pode ser similar ao tempo de trabalho dos compressores, pois os
compressores só trabalham quando a pressão nos depósitos de ar comprimido baixa até ao valor de
Set-Point definido nos compressores. Outro ponto que diferencia o tempo de trabalho dos
compressores como do secador é a potência de trabalho. Enquanto que o secador tem uma potência
constante, os compressores têm uma potência variável, isto é, se apenas estiver o compressor GA 37
VSD a trabalhar, a potência varia entre 0 e 37 kW, se estiver o compressor GA37 e o compressor GA
Assim, sabe-se que a energia consumida no secador é um valor constante de 88,8 kWh.
Por fim, o último parâmetro a considerar no modelo a construir é a eficiência dos compressores.
anteriormente, grande parte da energia consumida num compressor é dissipada na forma de calor.
Com isto, é importante no modelo colocar o parâmetro de eficiência no modelo pois representa grande
52
𝐸𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 = ∑(𝑚𝑖 × 𝑄𝑖 ) + 𝐸𝑓𝑢𝑔𝑎𝑠 + 88,8 + (∑(𝑚𝑖 × 𝑄𝑖 )) × (1 − 𝜂) [𝑘𝑊ℎ] Equação 10
Para a determinação das variáveis do modelo foi utilizado o Método dos Mínimos Quadrados.
que a soma do quadrado da diferença entre o valor experimental e o valor real seja o menor valor
Para isso, utilizou-se o suplemento Solver do Excel® para estimar os parâmetros desejados de
Assim, para os pontos utilizados, isto é, tendo em conta os pontos removidos anteriormente,
foi aplicado o Método dos Mínimos Quadrados e de seguida aplicado o Solver. Os valores dos
53
Fazendo uma breve análise aos parâmetros obtidos, é possível retirar algumas condições
obtidos para este tipo de compressores, entre os 65 e os 75% (Campbell, et al., 1984);
O específico para o processo de produção de farinha e óleo de soja deve ser um pouco
mais elevado que o processo de produção de farinha e óleo de colza, pois contempla
uma fase que no processo de colza não existe, como tal tem um aumento de utilização
Para verificar se o modelo se ajusta à realidade da unidade fabril, foram utilizados os dados
relativos ao ano de 2016. Assim, a partir de 1 de Janeiro de 2016 foram utilizados os parâmetros da
Tabela 9 para calcular a energia consumida e foi comparado esse valor com os valores obtidos nos
contadores energéticos. Foi também calculado o erro experimental associado a cada dia, Figura 38.
Com isto obteve-se um erro médio de 14% e uma distribuição de produções representadas no
4,88%
2,02%
8,38%
6,05%
1,13%
5,25%
0,60%
Perdas Neutralização Transterificação Central de Vapor Silos Armazéns Soja Full-Fat Colza
54
% de consumo de ar comprimido
0%
100%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
31/12/15 90%
2/1/16
4/1/16
6/1/16
8/1/16
10/1/16
12/1/16
Neutralização
14/1/16
16/1/16
18/1/16
20/1/16
22/1/16
24/1/16
26/1/16
28/1/16
Transterificação
30/1/16
1/2/16
3/2/16
5/2/16
7/2/16
9/2/16
11/2/16
13/2/16
Central de Vapor
15/2/16
17/2/16
19/2/16
Silos
21/2/16
23/2/16
25/2/16
Dia 27/2/16
29/2/16
2/3/16
Armazéns 4/3/16
6/3/16
8/3/16
Soja
10/3/16
12/3/16
14/3/16
16/3/16
18/3/16
Full-Fat
20/3/16
Figura 38 - Distribuição de consumo de ar comprimido nos dias utilizados para testar o modelo.
22/3/16
24/3/16
26/3/16
Colza
28/3/16
30/3/16
1/4/16
3/4/16
Perdas
5/4/16
7/4/16
9/4/16
11/4/16
|Erro|
13/4/16
15/4/16
17/4/16
19/4/16
55
21/4/16
23/4/16
0,0 0%
10, 00%
20, 00%
30, 00%
40, 00%
50, 00%
60, 00%
70, 00%
80, 00%
90, 00%
100 ,00%
Seguidamente, foi executada uma análise de sensibilidade para verificar quais são os
parâmetros que mais afetam o modelo. Para esta análise de sensibilidade, fez-se variar os parâmetros
com o valor do erro médio obtido e verificou-se qual o seu efeito no erro médio.
Parâmetro Δ
𝑚𝑁𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 0,08%
𝑚𝐵𝑖𝑜𝑑𝑖𝑒𝑠𝑒𝑙 0,03%
𝑚𝑆𝑖𝑙𝑜𝑠 0,09%
𝑚𝐴𝑟𝑚𝑎𝑧é𝑛𝑠 0,42%
𝑚𝐹𝑢𝑙𝑙−𝐹𝑎𝑡 0,19%
𝐸𝐹𝑢𝑔𝑎𝑠 0,61%
𝜂 0,11%
Apesar de, com este modelo, não ser possível retirar os consumos reais de ar comprimido é
comprimido da Iberol S.A. nos últimos anos, a perda energética em fugas representa
Verifica-se que os específicos que tem maior influência no modelo são os relativos à
produção de vapor e Full-fat e à movimentação de produto em armazéns.
contadores de ar comprimido ao longo da rede, para que se pudesse ser criterioso quanto à distribuição
56
Como se verifica na Figura 39, a distribuição atualmente feita pelos diversos consumidores,
não está totalmente errada, sendo que, segundo o modelo, a UPB deveria acarretar cerca de 49,7% e
o restante seria alocado à Preparação-Extração. Contudo, admitindo que o modelo não se ajusta, pode
considerar-se dois cenários: o primeiro é que o erro irá aproximar-se ao ajuste que é feito atualmente
de 50/50; ou então o erro irá provocar um maior desvio do consumo e, nesse caso, a UPB está a ser
1,13%
2,02%
5,25%
4,88%
0,60%
de produção de ar comprimido.
executar as ações que não implicam grande investimento, e, numa segunda fase, se necessário,
57
3.2.1. Redução de Fugas
Para a redução de fugas foi executado um plano de implementação de Manutenção Autónoma
(Figura 24).
Para iniciar o plano, foi necessário executar um levantamento dos pontos da rede em que
existiam fugas e verificar quais as zonas críticas. Com o auxílio dos diagramas referidos em 3.1.2,
Com esta avaliação do estado da rede de ar comprimido pode-se verificar quais os pontos onde
existe maior número de fugas e onde é necessário atuar com maior brevidade. Verificando o gráfico da
Figura 40 pode-se concluir que a secção dos Silos Mistos é a mais problemática, seguida do Parque
de Tanques e Preparação-Extração.
Armazéns
Central de Vapor
UPB
Preparação
Posto de carga
Extracção
Parque de Tanques
Silos
O ponto inicial foi repor as condições iniciais. Não é fácil disponibilizar uma equipa de
manutenção para este trabalho, pois são necessárias noutros pontos da unidade fabril. Assim, de forma
58
a ser possível iniciar a Manutenção Autónoma, selecionaram-se quais as reparações que seriam
Para que a Manutenção Autónoma seja mais simples de executar foram criadas rotas de
Manutenção Autónoma.
planta dos variados pisos da secção e a manutenção que é necessária fazer, Anexo VIII.
executarem a Manutenção Autónoma da melhor forma e que esta desenvolva resultados o mais rápido
possível.
Por fim, foi iniciada, em Novembro de 2015, a Manutenção Autónoma nos Silos Mistos. Para
isso, os operadores da secção foram acompanhados durante os primeiros dois meses para garantir
Para auxiliar a organização da calendarização das rotas e que para, futuramente, seja possível
Esta ferramenta funciona em ligação com as mascaras de processo de cada secção, ou seja
as ferramentas de gestão e registo dos dados processuais, para que os operadores que realizam a
manutenção autónoma possam registar todas as rotas que fazem e quais as anomalias detetadas que
podem ser reparadas pela operação, não recorrendo à equipa de manutenção deixando-a disponível
Assim, no início de cada mês, é gerada em cada secção uma calendarização de realização de
Em paralelo existe uma ferramenta em Excel® que serve para gestão de Manutenção
Autónoma de todas as secções. Nesta ferramenta é possível adicionar e remover rotas de Manutenção
Autónoma, alterar a sua periodicidade e os dias da semana em que ocorrem, Figura 41. Estas
59
alterações são atualizadas nas diversas secções no início de cada mês, antes de ser gerada a
calendarização.
No fim de cada mês, para avaliação da performance da Manutenção Autónoma é feita uma
atualização da ferramenta de gestão da Manutenção Autónoma onde são atualizados os gráficos e são
comparadas as performances de cada secção e também o tipo de anomalias, entre outras análises de
Ao longo do mês, para garantir que não há questões a apontar pelos operadores e para garantir
que a Manutenção Autónoma é feita com a máxima qualidade, é possível a realização de auditorias às
diversas secções. Para isso, a ferramenta de gestão da Manutenção Autónoma tem a possibilidade de
o auditor selecionar os dias e as secções que pretende auditar. Depois desta seleção, a ferramenta
devolve uma ficha que deve acompanhar o auditor ao local onde são registadas as avaliações, à
60
qualidade de execução da rota e algumas observações que possam se necessárias. No fim da
auditoria, o auditor, a partir da ferramenta em Excel®, pode realizar um relatório de auditoria que será
enviado aos chefes de secção correspondentes, de modo a que estes fiquem a par das melhorias a
fazer e das observações do auditor. Este auditor no caso da Iberol S.A., é o responsável da secção
mecânica que é especializado em todas as tarefas de manutenção e que está capacitado para auxiliar
os operadores com todas as dúvidas e questões que possam surgir durante a execução das rotas de
Manutenção Autónoma.
O desenvolvimento desta ferramenta teve o apoio de uma estagiária que estava a desenvolver
a sua tese de mestrado no âmbito da metodologia Kaizen e, como tal, apoio na estruturação da
foi criado em cada secção um quadro de Manutenção Autónoma. Este quadro resume todas as rotas
relativas ao mês atual e algumas informações úteis que sejam necessárias. Este quadro é uma mais-
valia, pois por trabalharem por turnos, por vezes os operadores têm dificuldade em saber se a rota já
61
foi efetuada ou se não houve oportunidade no turno anterior e, assim estando afixado a sua consulta é
Outra metodologia Kaizen aplicada à Manutenção Autónoma foi o cartão de Kamishibai. Este
cartão permite que o auditor coloque no quadro de Manutenção Autónoma um cartão verde, no caso
62
de a Manutenção Autónoma estar a decorrer consoante o previsto, e vermelho, caso existam pontos a
Esta metodologia foi implementada com bastante aceitação por parte dos operadores das
diversas secções, o que permitiu que se expandisse a manutenção autónoma aos equipamentos dos
diferentes processos.
250
200
Nº de Anomalias reparadas
UPB
150
Parque de Tanques
Armazéns
100
Preparção-Extracção
Silos
50
0
Operadores Manutenção
manutenção autónoma está implementada há mais tempo, os operadores começaram a reparar muitos
dos problemas e os que não conseguem reparar na totalidade são enviados para a equipa de
63
manutenção com mais antecedência, permitindo um maior planeamento e distribuição de trabalho por
300
250
Nº de Anomalias reparadas
200 UPB
Parque de Tanques
150
Armazéns
Preparção-Extracção
100
Silos
50
0
Manutenção Autónoma Reparações não detectadas
Na Figura 46, é possível comparar o número de anomalias que foram reportadas à equipa
não foi possível identificar previamente e que apenas se reportaram à equipa de manutenção quando
Esta comparação permite avaliar que o número de anomalias identificadas por manutenção
demonstra que os procedimentos de manutenção autónoma estão a ser executados com rigor.
obsoletos, isto é, todos os pontos da rede que outrora já foram utilizados, mas que atualmente já não
64
são necessário e, por este motivo, são pontos com probabilidade de fugas que podem ser eliminados
ou seccionados.
Para isso foi analisada toda a rede de ar comprimido e foram identificados inúmeros pontos.
Silos Mistos
armazenada, não são necessárias e, como tal, as ligações de ar comprimido, em tubagem flexível,
Também existem tubagens que estão ligadas a equipamentos que se destinavam a um circuito
que atualmente foi descontinuado e, por este motivo, pode ser desconectado da rede de ar comprimido.
Estes melhoramentos ainda não foram conseguidos, pois implicam a intervenção da equipa de
manutenção.
65
Preparação-Extração
decantador. Este decantador também já está descontinuado, pois destinava-se a uma purificação que
atualmente não é executada e que, caso seja retomada, será necessária a aquisição de novas técnicas.
Na sala de produção de ar comprimido existem dois pontos que podem ser eliminados.
Central de Vapor
Na central de vapor, tal como nos pontos anteriores, existem pontos que se destinavam a
equipamentos que neste momento estão descontinuados, que podem ser eliminados.
66
3.2.3. Ajuste da Qualidade do Ar Comprimido
1, é do tipo (2,3,2).
comprimido e são estes os equipamentos que exigem uma qualidade do ar comprimido mais restrita.
Assim, analisando a rede de ar comprimido existente, verifica-se que os filtros e secadores que
secador.
segue para os equipamentos de uso final. A linha horizontal inferior representa o valor objetivo para o
67
ponto de orvalho para cumprir os requisitos da qualidade do ar comprimido. Assim, conclui-se que o ar
Por este motivo é fundamental intensificar a manutenção do Secador para garantir que a
humidade possível.
5,0 0
Ponto de Orvalho (C)
0,0 0
-5,00
-10,00
-15,00
-20,00
-25,00
Figura 51 - Ponto de orvalho do ar comprimido à saída do secador e o valor de referência de acordo com a ISO 8573-1, os
valores do eixo das ordenadas encontram-se omitidos por questões de confidencialidade.
toda a água que é condensada ao longo da tubagem. Para isso utilizam-se Purgadores. Os Purgadores
existentes na Iberol S.A. encontram-se representadas nos diagramas no Anexo II. Estos Purgadores
são do tipo manual, e, como tal, a manutenção destes Purgadores está incluída nas rotas de
Contudo, os Purgadores existentes não são suficientes. De acordo com a bibliografia analisada,
os Purgadores devem ser distanciadas entre si por 20 a 30 metros. Como se verifica pelos diagramas
(Anexo II), ao longo de toda a rede de ar comprimido que alimenta a instrumentação de ar comprimido
68
na UPB não existem Purgadores. Esta é uma zona sensível à humidade de ar comprimido e a colocação
Esta ação não foi realizada, pois implica a paragem da produção de Biodiesel. Esta ação
apenas pode ser realizada durante uma paragem programada, pois implica a desgaseificação dos
Outro ponto na unidade fabril em que será fundamental a colocação de Purgadores será nos
pisos dos Silos Mistos, em que se encontram as raseiras oscilantes. Nestes pisos existe muita
instrumentação e, como tal, é fundamental que seja removida toda a humidade possível.
lhes retirada a água acumulada periodicamente, e, de acordo com o especificado nas rotas de
Manutenção Autónoma.
Para isso, a Atlas Copco®, fabricante dos compressores existentes na unidade fabril, possui
um sistema de recuperação de calor, Figura 52, que permite um reaproveitamento de cerca de 70% do
calor.
69
funcionamento do equipamento é semelhante ao funcionamento de um permutador de calor
A água aquecida neste tipo de sistemas com compressores de 37 kW, como é o caso do
compressor principal da Iberol S.A., consegue atingir entre os 50 e os 99 C, dependendo do caudal e
Esta medida poderá ser rentável no sistema da Iberol S.A., pois, devido à proximidade, o calor
vapor.
produção de vapor, considerou-se como valor pessimista os 70% da potência do compressor (25,9
kW), no entanto, segundo o fabricante dos compressores e que fornece este equipamento para
reaproveitamento de calor, Atlas Copco, a potência máxima recuperável é 32,5 kW, valor considerado
otimista. (Atlas Copco), O payback é possível calcular-se de acordo com a Equação 12.
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (€) Equação 12
=
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟á𝑣𝑒𝑙 (𝑘𝑊) × 𝑁ºℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜(ℎ⁄𝑎𝑛𝑜) × 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 (€⁄𝑘𝑊ℎ)
70
O valor do custo do equipamento pode variar entre os 3500 e os 5000€, segundo valores
Tabela 11 - Cálculo do payback nos diferentes cenários. (Atlas Copco), (Entidade Reguladora dos Serviços Energético, 2016)
Custo do equipamento
5 000 5 000 3 500 3 500
(€)
Potência recuperada
25,9 32,5 25,9 32,5
(kW)
Tempo de laboração
7 200 7 200 7 200 7 200
do compressor (h/ano)
Payback
0,84 0,67 0,59 0,47
(anos)
71
4. Conclusão e Propostas Futuras
De forma a gerir e otimizar a rede de ar comprimido existente na Iberol S.A realizaram-se várias
tarefas distintas.
quais os clientes que necessitam de ar comprimido e quais os percursos que as tubagens percorrem e
as suas derivações.
Paralelamente com este desenho foram identificados os pontos da rede que se encontravam
com fugas e a necessitar de intervenção. Estes pontos foram reduzidos em cerca de 60%.
A redução dos pontos de fuga foi conseguida devido à colaboração dos operadores das
diversas secções que, com a realização das rotas de Manutenção Autónoma definidas, repararam
grande parte das fugas existentes. Deste modo, as fugas existentes na unidade fabril atualmente são,
na sua maiorias, fugas de pequenas dimensões, não audíveis pelo ouvido humano, ou fugas que
Futuramente, para que as fugas sejam reparadas no momento em que aparecem e de modo a
impedir que o orifício das fugas aumente o seu tamanho, seria importante a obtenção de um
equipamento de deteção de fugas. Este equipamento atualmente seria útil, pois os operadores já detêm
a rotina de realização das rotas e seria uma mais-valia para a elevação da performance da Manutenção
Autónoma.
Outra iniciativa tomada no âmbito deste trabalho foi a realização de testes para a estimativa do
consumo de ar comprimido. Estes testes não conduziram a conclusões relevantes, pois o tempo de
teste disponível não permitiu uma evolução suficiente dos contadores. Por este motivo, fez-se uma
pesquisa pelo histórico de consumo de ar comprimido durante os últimos três anos na unidade fabril,
com vista a estimar, por modelo matemático, o consumo de ar comprimido em cada processo. Este
72
estudo permitiu verificar que o consumo desperdiçado em fugas é elevado e que a eficiência dos
temperatura da Sala de Compressores. Por benchmark, estima-se que por cada 4C reduzidos à
Para a determinação dos consumidores mais significativos e para uma distribuição dos gastos
Por fim, foi possível fazer-se uma breve análise dos benefícios do aproveitamento de calor que
é recuperável no processo de compressão para o aquecimento de águas industriais. Por uma questão
de proximidade, optou-se por estudar o reaproveitamento de calor para o aquecimento das águas de
alimentação das caldeiras. Conclui-se que o investimento terá o payback de cerca de um ano, como
tal, deveria ser estudado mais aprofundadamente pois poderá ser uma das formas de rentabilizar o
73
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