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Pontos positivos e negativos do trabalho home office para as empresas

Pontos positivos:

O trabalho home office para as empresas proporciona excelentes vantagens para a


corporação, as quais beneficiam determinadas circunstâncias, desde que planejado
antecipadamente e com consultas de especialistas na área. As melhores características
são:

a descoberta de novos talentos (os brasileiros que trabalham no estilo trabalho home


office tendem a equilibrar com mais facilidade a vida pessoal e profissional, o que
estimula a qualidade do serviço e constitui mais autonomia para adaptar a rotina de
demandas junto à pessoal);
redução de gastos (as empresas que adotam o sistema home office com seus
funcionários gastam menos com a manutenção das dependências, minimizando custos
como locação do espaço físico, equipamentos, materiais em geral, energia elétrica,
refeitório, serviços de apoio, entre outras fontes de receita passiva); e
produtividade (o trabalho remoto equivale a maiores índices de concentração e redução
de tempo nos deslocamentos para o trabalho e demais preparativos reservados
especialmente à higiene e vestimenta social adequada ao serviço, o que resulta na
elevação da produtividade).
Pontos Negativos:

As desvantagens do estilo de contratação de trabalho home office às empresas está,


basicamente, na não desvinculação das responsabilidades trabalhistas posteriores à
Reforma.

Dentre os aspectos negativos, há destaque para a nítida dificuldade de comunicação (por


se manter longe do ambiente físico da empresa, os teletrabalhadores dificilmente
conseguem estabelecer diálogos virtuais ou por telefone com tanta rapidez, como se
pessoal fosse, limitando os canais de troca de ideias, soluções para demandas e reuniões
em grupo, por exemplo), relações interpessoais com a equipe (o isolamento dificulta a
interação com os demais componentes da organização, e reflete negativamente no
direcionamento e finalização de processos) e custos com a adoção do teletrabalho à
empresa (os principais gastos estão relacionados com a disponibilização de
equipamentos modernos e ágeis aos funcionários, além da aquisição de bons planos de
internet e telefonia, softwares e profissionais de T.I. para auxílio nas alterações de
regime).

Importante entender que quanto mais tecnológica for a empresa, menores serão as
dificuldades de adaptação dos funcionários. Isso porque além da comodidade já
existente, a rotina corporativa não sofre mudanças drásticas e repentinas, como ocorreu
a partir da oficialização da quarentena aos brasileiros e trabalhadores em geral, exceto
àqueles que se enquadram como empregados das funções essenciais à sociedade.

Home office e quarentena


As novas adequações impostas ao Direito do Trabalho em virtude da pandemia de
Coronavírus, embora já previsto pelo artigo 6°, da CLT, como trabalho no domicílio do
empregado, também cumprem os requisitos caracterizadores do vínculo empregatício,
quais sejam, subordinação, habitualidade, onerosidade, pessoa física e pessoalidade.
Logo, o trabalho em regime home office também goza dos mesmos direitos trabalhistas
dispostos aos empregados que laboram na empresa.

Entretanto, com a adoção da quarentena pelas autoridades brasileiras, as empresas


visualizaram como escapatória a execução de serviços por trabalho home office. Há,
inclusive, doutrinadores que diferenciam o regime home office do teletrabalho, por ser o
primeiro de responsabilidade da empresa para assegurar equipamentos ao trabalho do
empregado, o que não ocorre no teletrabalho estipulado na CLT.

Fato é que a partir do Termo Adicional Contratual, ou ainda, da simples alteração de


contrato em vigência, o empregador precisa verificar se há equipamentos adequados
para que o empregado exerça o trabalho em casa, cumprindo as diretrizes do isolamento
social.

Sendo possível perceber a insuficiência de equipamentos do empregado, é de


responsabilidade da empresa fornecer todos os materiais necessários para o empregado
desempenhar suas tarefas, estes descritos em contrato de comodato, instrumento legal
cabível ao caso e compreendido popularmente como uma espécie de locação de bens
móveis pelo período que se julgar necessário, até que se finda o estado de calamidade
pública no país.

O contrato de comodato também determina os cuidados imprescindíveis com os


equipamentos fornecidos, e as responsabilidades subjetivas do empregado para sua
manutenção.

Todas as medidas apresentadas até então visam igualar os tratamentos entre os


trabalhadores em regime de teletrabalho daqueles que laboram presencialmente nas
dependências da empresa. Assim, há de se compreender que os direitos de ambos
regimes são os mesmos, inclusive com relação ao cômputo de jornada diária, horários
de intervalos e prazos de envio das tarefas, por exemplo.

Neste regime, teoricamente compulsório aos trabalhadores brasileiros isolados, o


controle da carga horária é de responsabilidade do próprio empregado, seja por meio
digital ou escrito, desde que devidamente entregue à empresa para conhecimento e
pagamento correto da remuneração devida.

A Medida Provisória n° 927, que surte efeitos até 31 de dezembro de 2020 apresenta
regras específicas para o trabalho home office, respeitando parcialmente as regras
estabelecidas pelo artigo 75, da CLT.

Convém ressaltar, ainda, que o fornecimento de internet, câmera de vídeo, linha


telefônica, computador, smartphone, em determinados casos, devem ser estruturados
pela empresa, uma vez que a imprevisibilidade da pandemia não pode prejudicar os
trabalhadores, sequer ser motivo para constituição de dívidas consumeristas sabendo
que fica a cargo do empregador se responsabilizar pelos riscos das atividades
empresariais, como elucida a própria CLT.
Por este motivo, o contrato de comodato resguarda os interesses da empresa, e
possibilita assinatura por e-mail, zelando pela saúde de seus funcionários quanto à
facilitação de contágio com o vírus.

A especificação dos itens no contrato de comodato demonstra, ainda, a necessidade ou


desnecessidade do pagamento de reembolso das despesas do empregado pelo
empregador, e outras informações que interessam mutuamente às partes, por exemplo,
com relação às disponibilidade de horários e expediente.

A insegurança jurídica instaurada pela Medida Provisória 927/20 aos empregados


reflete positivamente às empresas, pois embora transparecem riscos de ações
trabalhistas, incorpora uma rápida solução para evitar o desfalque de faturamento das
pessoas jurídicas.

As demandas requeridas após o limite de jornada deverão ser pagas como horas
extraordinárias ao empregado em regime de teletrabalho. Já os benefícios de vale
alimentação (utilizado em mercados) e refeição (utilizado em restaurantes) devem
seguir as diretrizes da convenção ou acordo coletivo deliberado à classe do empregado,
existindo uma solução incerta.

O trabalho home office é um tipo de trabalho flexível de horários, consultorias ou


trabalhos. Entretanto, ainda que a flexibilidade do regime seja característica do
teletrabalho, os empregadores podem estipular horários padrões para que os
colaboradores sigam o expediente do escritório físico, por exemplo, inclusive
respeitando horários de almoço.

Todos os colaboradores em regime de trabalho home office possuem os mesmos direitos


trabalhistas descritos na CLT, estes como férias, FGTS, 13° salário, bônus, dentre outras
garantias aliadas ao recebimento de benefícios como seguro de vida, assistência médica
e odontológica, vale alimentação e/ou vale refeição etc.

O fato de haver a dispensa do cumprimento de controle da jornada de trabalho pelo


empregado em estilo home office com a marcação nos famosos pontos eletrônicos, por
exemplo, impõe superioridade com relação às metas de desempenho de, no mínimo,
15%, se comparado a outros trabalhadores que executem as mesmas tarefas dentro das
dependências da empresa, por força do artigo 62, inciso III, da CLT.

Home office e Covid-19

Com a fácil e rápida propagação do vírus no Brasil, as autoridades públicas tiveram que
tomar atitudes repentinas para que as contaminações por vias orais e gotículas no ar
fossem controladas.

A limitação de pessoas a partir das regras de isolamento social, que priva a circulação
dos indivíduos para que as vias de contaminação como os olhos, nariz e boca sejam
prevenidos.
Já mentalizando os impactos econômicos que este distanciamento social poderia causar,
o Poder Público, por força da Medida Provisória 927/20, estabeleceu direitos reservados
aos trabalhadores em home office, regime que possibilita as empresas a continuidade de
suas operações, integral ou parcialmente, com este trabalho remoto.

A opção de trabalho fora das dependências do empregador, embora devidamente


prevista na CLT, exige uma aplicação desburocratizada no atual momento de combate
contra o Coronavírus, explicando a publicação da Medida Provisória mencionada.

Dentre as diretrizes estabelecidas pela Medida aos trabalhadores em home office


enquanto percorrer a pandemia está a separação entre os profissionais que antes mesmo
da chegada do vírus no país já laborava com este estilo remoto, daqueles que foram
praticamente obrigados à mudança de regime após a necessidade de distanciamento
social. Para o primeiro caso, há aplicação das normas contidas na CLT, não havendo
alterações contratuais, diferente do que ocorre aos novos trabalhadores deste modelo de
prestação de serviços, que são regidos pela Medida Provisória.

Outra principal diferença está no prazo de alteração do trabalho na sede do empregado


para trabalho home office, que passa de 15 dias, de acordo com a CLT, para 48 horas,
independentemente de dia útil. Este encurtamento explica as mudanças repentinas que
milhares de trabalhadores passaram com a implementação da situação de calamidade
pública no Brasil devido ao Coronavírus.

Outrossim, permanecem intactas as normas quanto aos materiais, manutenção e prazos


de trabalho, sendo indispensável acordo individual, que corresponde como aditivo
contratual temporário.

Considerações finais
A Reforma Trabalhista adicionou à sociedade a possibilidade de inserção e legalização
do teletrabalhador com a fundamentação de adaptar a antiga legislação às modernidades
que rodeiam o contexto social.

O regramento do teletrabalho demonstra nitidamente a diminuição de direitos e


garantias aos empregados insertos neste regime, com prejuízos que refletem diretamente
nas questões financeiras desta classe trabalhadora.

Em tempos de pandemia, o home office exprime uma saída para que as empresas
continuem alimentando a economia brasileira. A publicação da Medida Provisória
927/20 ostentou normas que extravasam a CLT, especificando comportamentos rápidos
e adequados ao Estado de Calamidade Pública decretado a partir da disseminação do
vírus.

É fundamental compreender que o teletrabalhador, ainda que relativamente obrigado a


manter o contrato nesta natureza, deve ficar atento quanto ao pleno acesso a direitos
constitucionais e entendimentos judiciais explanados para sua proteção na Justiça do
Trabalho, não devendo se ocultar diante de injustiças. A proteção jurídica ao
teletrabalhador durante a quarentena deve ser efetivo e preservador da dignidade da
pessoa humana e do valor social do trabalho, princípios expressos na Constituição
Federal.

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