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PÓLO: CORNELIO PROCOPIO/PR

DISCIPLINA: Teoria Lacaniana

DOCENTE: Dr. Ricardo Baracho dos Anjos

DISCENTE: Jorge Luís Siqueira de Mello

TRABALHO

1 – Explique a seguinte frase de Lacan: “O inconsciente é organizado


como uma linguagem”.

Apesar de já estar presente na obra de Freud como uma noção Lacan pode
fazer uso da linguística, criando esta frase que ficou mundialmente conhecida.
Lacan explica que O significante é o som, a imagem acústica e o significado é
o que sentimento a sensação uma palavra transmite, da mesma forma qu e em
uma linguagem.

2 – Lacan disse que o campo psicanalítico é o campo do desejo humano.


Este campo é cindido em três registros: Real, Simbólico e Imaginário.
Descreva cada um desses três registros.

O registro psíquico do real o é a categoria da pulsão , e não deve ser


confundido com a noção corrente de realidade é aquilo que sobra como resto
do imaginário e que o simbólico é incapaz de capturar.  É aquilo que não
pode ser simbolizado.

O registro do simbólico esta na categoria do desejo, é o lugar do código


fundamental da linguagem. Ele é lei, estrutura regulada sem a qual não haveria
cultura. Lacan chama isso de grande Outro. O outro é o grande Outro da
linguagem, que está sempre já aí. É o outro do discurso universal, de
tudo o que foi dito.

O imaginário, é a categoria psicanalítica da demanda de amor, é basicamente


o registro psíquico correspondente ao ego (ao eu) do sujeito, cujo investimento
libidinal foi denominado por Freud de Narcisismo.

3 – O que é significante e significado? (1,5)

Significante e significado fazem parte da linguagem do inconsciente onde o


significante é uma realidade psíquica produzida por uma imagem acústica é a
representação de algo no inconsciente, já significado é um conceito, uma ideia
ligada à palavra, e não o objeto real a que se refere.

4 – Explique os três tempos do Complexo de Édipo segundo Lacan:


Psicose, Perversão e Neurose. (2,5)

Os três tempos do Complexo de Édipo de Lacan se referem às formas como


o sujeito lida com a falta, a ausência e como defende seu aparelho psíquico
dessa falta.

O primeiro tempo do Complexo de Édipo de Lacan – Psicose, caracterizado


pela fixação na fase oral, quando ocorre o desmame mas o bebe não aceita a
se tornar um sujeito. A psicose é uma reconstrução inconsciente de uma
realidade delirante e alucinatória (relação dual com a mãe), com perda da
razão e criação de uma realidade alternativa, já que não aceita a realidade de
separação com a mãe.

O psicótico deseja ser objeto de desejo do outro e mantém sempre a ligação


com a mãe. Ele não sente culpa em relação ao outro, não se preocupa com o
outro, apenas com seu eu. A psicose é um estado de alienação absoluta, no
qual o indivíduo cria sua própria realidade e não aceita a castração, ou seja, ele
não passa pelo Complexo de Édipo. Pode se apresentar como paranoia,
esquizofrenia ou psicose maníaco-depressiva.

Ao passar esta fase, entrará no Complexo de Édipo, com a entrada do pai


na relação para castrar a criança, impedindo-a de possuir a mãe, no caso do
menino, e o pai, no caso da menina. A criança se torna sujeito mas, ao não
aceitar a castração do pai entra no segundo tempo do Complexo de Édipo –
Perversão, caracterizado pela fixação na fase anal.
Neste caso, a criança não aceita a lei, a proibição do incesto, o recalque ou
a sublimação, o que o torna um sujeito com sexualidade selvagem, infantil, em
estado bruto. Não pode desenvolver o superego. Ele pode até cumprir a lei,
mas a camufla e burla sempre que possível para responder ao desejo
pulsional, ao prazer. Seu gozo geralmente ocorre no sofrimento alheio. O
perverso é o oposto do neurótico.

No caso de a criança passar pela separação da mãe e entrar no Complexo


de Édipo, ele pode reagir como o perverso, sem aceitar a castração, ou ao
contrário, aceitá-la, e então entrar no terceiro tempo do Complexo de Édipo –
Neurose, caracterizada pela fixação na fase fálica. A criança aceita a
castração, mas o sofrimento e conflito são imensos com o constante
recalcamento de sua pulsão, de sua busca por prazer.

A criança neurótica sente culpa por tudo, sempre se autossabota, sente


grande dificuldade com o gozo, está sempre angustiada e ansiosa. A neurose
pode se revelar como histeria obsessiva ou de angústia.

É importante esclarecer a neurose é a única passível de contar com a


vontade do sujeito na análise; na psicose e na perversão, o indivíduo não
acredita que necessita de auxílio. Também vale destacar que as pessoas
podem não ser fixamente neuróticas, ou psicóticas ou perversas. Podemos ter
nuances desses três tempos, ser mais neuróticos, mas sem apresentar uma
patologia como a histeria.

5 – “A psicoterapia conduz ao pior”. Na sua opinião, o que Lacan quis


dizer com esta frase? (1,0)

A psicoterapia muitas vezes produz um desconforto muito grande advindo


do próprio ato analítico: ele não responde à demanda que ele mesmo fomenta,
primeiro ela leva o analisando ao seu pior e a reconhecer este pior para assim
poder supera-lo.

Fazendo uso de um dito popular, ‘’Para fazer uma gemada temos que
quebrar o ovo’’, o quebrar o ovo é o pior é reconhecer os problemas e a
gemada é trabalhar e encara-los de frente.

6 – Qual é a diferença entre Sintoma e Sinthoma? (1,5)

O sintoma é o mal do qual o sujeito quer se livrar, e, portanto, é aquilo que o


leva a falar a um analista sob a forma de uma demanda, é fruto de um conflito
entre a necessidade de satisfação da libido e as proibições internas e externas.
O Sintoma seria, portanto a realização da fantasia.

No entanto, para o sinthoma não há interpretação, permanecendo um resto


inominável. Portanto, “o sintoma é curável; o sinthoma não”.

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