Você está na página 1de 5

Cadernos de Psicanálise – SPCRJ, v. 33, n. 1, p.

8-12, 2017

Tema em Debate

Crítica da concepção normativa do fim da análise:


uma leitura genealógica
Joel Birman*
Psicanalista, membro do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos e do Espace Analytique, Professor Titular do
Instituto de Psicologia da UFRJ, Diretor de Estudos em Letras e Ciências Humanas, Universidade Paris VII, Pesquisador
associado do laboratório “Psicanálise e Medicina e Sociedade” e Professor associado da École Doctoralle de
Psychanalyse da Université Paris VII. Pesquisador e Consultor Ad-hoc do CNPq, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Resumo: A intenção primordial deste ensaio é a de sustentar a leitura de que segmentos significativos do campo psicanalítico na
contemporaneidade se mostram sensíveis aos argumentos normativos da eficácia terapêutica da Psicanálise, norteados pelos
discursos teóricos das neurociências e do cognitivismo. Esse processo evidencia uma brecha presente no campo psicanalítico desde
os anos 20 e 30 do século passado, no tempo histórico do percurso freudiano na Psicanálise, não obstante a crítica freudiana
sistemática a esta leitura normativa da experiência psicanalítica.
Palavras-chave: normalização; eficácia; fim de análise.

Criticism of the normative conception of the end of analysis


Abstract: The aiming of this paper is to demonstrate that if segments of the psychoanalytic field are sensibles for the criticisms
and normatives arguments in the psychoanalytic experience, by neurosciences discours and cognitive therapy, this process shows
the presence of this question in the psychoanalytical tradition from the 20s and 30s of the last century, in the historical time of
Freudian course in psychoanalysis, notwithstanding Freud made the systematic criticism of this reading in psychoanalysis.
Keywords: normalization; efficacy; end of analysis.

Neurociências e cognitivismo social e econômica. Com efeito, além de custar muito


Nas últimas décadas, a Psicanálise, como prática caro, a experiência analítica levaria muito tempo, e
clínica, tem sido permanente e sistematicamente seus efeitos terapêuticos, além disso, seriam
criticada em escala internacional (CASTEL; CASTEL; limitados e, assim, relativamente precários.
LOVELL, 1979). Se esse processo seguramente se A contrapartida disso, nos registros teórico, clínico
iniciou social e historicamente nos Estados Unidos, e histórico, foi a disseminação ostensiva das
esta crítica logo em seguida se disseminou também na neurociências em escala planetária, assim como a
Europa, atingindo então, finalmente, a América Latina. constituição correlata das denominadas terapias
Esta crítica pretende fundamentar os limites cognitivo-comportamentais. Foram estas as fórmulas
efetivos da eficácia da terapêutica psicanalítica, teóricas inventadas no Ocidente para se confrontar
considerando aqui como eficácia a conjunção de três decisivamente com a dita pequena eficácia
dimensões diferentes de leitura, a saber: os efeitos terapêutica da Psicanálise e propor, então, outros
limitados daquela terapêutica sobre as perturbações procedimentos clínicos para lidar com as
psíquicas, a longa duração das análises e o seu custo perturbações psíquicas. Além disso, tais fórmulas
econômico elevado. Pode-se depreender disso como teóricas teriam a vantagem de diminuir
a crítica em questão é desconjuntada e mal significativamente o tempo do tratamento e seu
ajambrada, pois conjuga um argumento de ordem desdobramento tangível, a saber, seus elevados
estritamente clínica com dois argumentos de ordem custos econômicos.

* Endereço para correspondência: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Medicina Social. Rua São Francisco Xavier, 524 Pav. João Lyra Fº 7ºandar
Blocos D e E. Maracanã. Rio de Janeiro, RJ – Brasil. CEP: 20550900. E-mail: joelbirman@uol.com.br
Crítica da concepção normativa do fim da análise: uma leitura genealógica

Neste contexto, a Psiquiatria procurou construir da Psicanálise. Ao lado disso, a Psicanálise passou a ser
de forma positiva um espaço de existência separado declinada curiosamente com tais paradigmas teóricos,
da Psicanálise, marcado pela autonomia efetiva em seja pela inclusão de pressupostos cognitivistas no seu
relação a esta. Este espaço de existência pretendeu discurso teórico, seja pela constituição desta forma
ser, ao mesmo tempo, epistemológico institucional e estranha de saber intitulado neuropsicanálise, pela
social. Isso porque, fundado desde então no campo qual o discurso da Psicanálise seria conjugado ao
das neurociências, o discurso psiquiátrico passou a discurso das neurociências.
reivindicar a sua autonomia em relação à Psicanálise, No entanto, o que não foi devidamente
uma vez que, anteriormente, desde o início do século considerado por tais segmentos do campo
XX, a Psicanálise ocupava uma posição relevante no psicanalítico, assim como pelos campos psiquiátrico e
discurso psiquiátrico. Foi em decorrência disso que se cognitivista, é que a questão da eficácia dos
constituiu a Psiquiatria dinâmica (ALEXANDER; ROSS, procedimentos terapêuticos é um problema de
1954) nos anos 40 e 50 do século passado, signo enormes proporções e fonte de grandes polêmicas
eloquente que seria da conjunção orgânica existente desde o século XIX, que sempre esteve em aberto e
entre Psiquiatria e Psicanálise. No entanto, este que ainda continua assim até hoje. Não me refiro,
amálgama discursivo assim foi definitivamente com isso, apenas aos campos da Psiquiatria e da
desfeito com a emergência histórica do paradigma Psicologia, mas, principalmente, ao campo da
das neurociências no campo da Psiquiatria. Medicina. Portanto, nada é mais controverso, no
Da mesma forma, a construção teórica do registro estrito da clínica, na modernidade, do que a
paradigma do cognitivismo procurou fundamentar problemática da eficácia das práticas terapêuticas,
diferentemente o antigo campo de nos diferentes campos da Medicina, da Psiquiatria, da
comportamentalismo, conferindo, assim, a esse Psicologia e da Psicanálise.
outro, rigor teórico. Com efeito, a terapia cognitiva- Em conexão com esta problemática, é preciso
comportamental procurou criticar igualmente a evocar como na leitura decisiva que empreendeu da
Psicanálise no registro estrito da prática clínica, Psiquiatria norte-americana, no final dos anos 70,
buscando ocupar, assim decididamente, o seu espaço Castel e demais colaboradores franceses
simbólico e social no campo dos saberes sobre o responderam prontamente as críticas da Psicanálise,
psíquico, remanejando então as linhas de força não obstante Castel ser um crítico importante da
constitutivas desse campo de saberes. Psicanálise, colocando em evidência a pequena
Contudo, a conjunção patente entre estes eficácia terapêutica dos novos dispositivos clínicos,
paradigmas críticos à Psicanálise é delineada pelo nos diferentes registros (clínico, econômico e social)
solo naturalista que os funda do ponto de vista em que o discurso da Psicanálise foi
epistemológico. Além disso, esta conjunção se realiza sistematicamente criticado pelos discursos da
nos registros social, institucional e clínico pela Psiquiatria e do cognitivismo (CASTEL; CASTEL;
construção do sistema classificatório de perturbações LOVELL, 1979).
psíquicas, denominado DSM desde os anos 60, mas Contudo, não resta qualquer dúvida de que a
que acabou por se impor internacionalmente de construção teórica e histórica dos paradigmas das
forma hegemônica a partir da tradição norte- neurociências e do cognitivismo promoveu um limite
americana de Psiquiatria. Contudo, as mais ostensivo da clínica psicanalítica, em certos
significativas transformações desse código segmentos do campo psicanalítico. Porém, se tais
classificatório de perturbações mentais aconteceram segmentos da Psicanálise se mostraram sensíveis ao
desde os anos 80, com a constituição do DSM III. argumento da normalização das práticas terapêuticas
Além disso, é preciso evocar ainda é que a no campo dos saberes sobre o psíquico (FOUCAULT,
construção teórica daqueles novos paradigmas 1974, 1999, 2003), pois é disso que se trata no campo
teóricos, acima citados, teve também efeito crucial desta suposta polêmica sobre a eficácia da prática
negativo no campo da Psicanálise, atingindo assim, de psicanalítica, de forma a estabelecer bricolagens
forma significativa, contingentes importantes deste. teóricas do discurso psicanalítico com os discursos
Vale dizer, segmentos importantes do campo da das neurociências e do cognitivismo, isso evidencia a
Psicanálise passaram a considerar os limites impostos existência de forma ostensiva de algo que é anterior
por aqueles paradigmas, promovendo então uma na história da Psicanálise. Vale dizer, é preciso
retração significativa no espaço clínico de legitimidade reconhecer assim que esta brecha teórica já existia

Cadernos de Psicanálise – SPCRJ, v. 33, n. 1, p. 8-12, 2017 9


Joel Birman

anteriormente no campo psicanalítico, de forma periódicos psicanalíticos e dos critérios psicanalíticos


eloquente, bem antes, portanto, do advento destes então estabelecidos para o final da análise. O que
novos paradigmas teóricos triunfantes no campo dos tudo isso coloca em evidência é que, social e
saberes sobre o psíquico na contemporaneidade. historicamente, o processo de normalização de
Normalização Psicanálise atingiu naquele contexto o seu apogeu, se
Assim, desde os anos 40 e 50 do século passado, o materializando assim pela listagem de critérios
debate clínico sobre o fim da análise se voltou positivos de cura pela Psicanálise, pela qual não existe
decididamente para a tentativa de estabelecer qualquer consideração efetiva de ordem
critérios supostamente objetivos sobre essa estritamente metapsicológica em pauta.
problemática. Pretendia-se, assim, delinear critérios O correlato disso foi a constituição de um campo
que fossem não apenas positivos, mas também social de demanda para a formação em Psicanálise
relevantes, que pudessem nortear o analista na nas instituições analíticas, marcados pela ostensiva
avaliação da experiência analítica, por um lado, e para normalização dos analisantes e candidatos. Esta
conceber o final da análise, pelo outro. Este debate questão já preocupava bastante o campo
pode ser seguido de maneira sistemática em diversas psicanalítico internacional desde o final dos anos 40 e
publicações relevantes do campo do Internacional durante os anos 50, se evidenciando por diversos
Psychoanalytic Association, tais como o International artigos publicados por Balint (1948a, 1948b), Gitelson
Journal of Psychoanalysis, o Psychoanalytic Quartely (1954, 1958), Nacht (1954) e Lacan (1966). Portanto,
e o American Journal of Psychoanalysis, nos anos 40 e a demanda para a formação dos analistas estava
50 do século XX. permeada pela presença eloquente da normalização
Quais eram, então, os tais critérios supostamente no campo dos analisantes, que se enunciava pela
objetivos? Antes de tudo, a heterossexualidade dos figura retórica e teórica do analisante dito normal, e
analisantes, de forma que a homossexualidade era que se evidenciava pela feroz resistência deste na
considerada uma impossibilidade para o fim da experiência analítica.
experiência analítica, pois evidenciaria a presença no Pode-se afirmar, assim, que existia neste contexto
sujeito de algo de ordem perversa e narcísica. Em social e histórico uma conjunção curiosa e
seguida, se colocava em destaque se os analisantes inquietante entre os critérios de normalização da
eram casados e se suas famílias eram bem experiência analítica e os do fim da análise, com uma
constituídas. Além disso, o que se indagava era se os nova demanda de análise e de candidatos à formação
analisantes eram efetivamente monogâmicos. psicanalítica empreendida por analisantes
Finalmente, o último critério que se enunciava era se caracterizados pela normalização.
os analisantes tinham aprendido a ganhar dinheiro. Construção da problemática
Portanto, o analista deveria nortear a experiência Porém, se este campo clínico pautado
analítica de seus analisantes pela tentativa de que marcadamente pela normalização foi consolidado e
esses pudessem atingir todos estes objetivos e que o se disseminou amplamente desde os anos 40 do
final da análise seria assim configurado finalmente século passado no campo psicanalítico, esta
quando tais objetivos fossem então bem problemática já estava em pauta neste
estabelecidos, de forma segura e definitiva. anteriormente, entretanto, desde os anos 20 e 30.
Desta maneira, se coloca claramente em Com efeito, o momento pós-freudiano do movimento
evidência que os ditos critérios objetivos definidores psicanalítico, no que tange a problemática da
de fim da análise seriam assim de ordem estritamente normalização, já estava delineado historicamente no
normativa, sendo tais critérios efetivamente momento freudiano da Psicanálise.
estabelecidos nos registros sexual, social e No que concerne a isso, é preciso colocar em
econômico, na ausência eloquente então de qualquer devido destaque que o ensaio de Freud (1985)
critério metapsicológico para a leitura do fim da intitulado A análise com fim e a análise sem fim,
análise e da experiência analítica. publicado em 1937, condensou o debate desta
Pode-se afirmar que tudo isso que foi acima problemática de maneira crucial. Daí a grande
enunciado é uma caricatura da suposta normalidade atualidade deste texto de Freud na
psíquica e não resta qualquer dúvida que contemporaneidade, quando o processo de
efetivamente é, mas é isso o que infelizmente normalização da Psicanálise atingiu novos e
encontramos na leitura sistemática daqueles espetaculares limiares de positivação, em

10 ____________ Cadernos de Psicanálise – SPCRJ, v. 33 n. 1, p. 8-12, 2017


Crítica da concepção normativa do fim da análise: uma leitura genealógica

decorrência da disseminação dos paradigmas indagação por critérios terapêuticos na Psicanálise se


teóricos das neurociências e do cognitivismo. realizava naquela conjuntura histórica, de forma a
Portanto, se este ensaio de Freud foi justamente não se indagar ao que a isso fazia obstáculo. Daí,
considerado por muitos intérpretes do discurso portanto, o viés significativo de normalização que já
freudiano não apenas como o testamento definitivo começava a se delinear no campo psicanalítico desde
daquele sobre a Psicanálise, mas também como um então e que se disseminou posteriormente de forma
testamento marcadamente trágico desta no registro vertiginosa em escala internacional, no tempo
estrito da clínica psicanalítica, com efeito, isso se deve histórico pós-freudiano do movimento psicanalítico.
à crítica contundente realizada por Freud nesse texto Seria em decorrência disso que Freud criticou
a qualquer leitura normalizadora da Psicanálise. incisivamente e de forma sistemática a leitura de Otto
Antes de tudo, é preciso dizer que, no registro Rank (1978) sobre a diminuição do tempo da análise
histórico, o ensaio de Freud foi uma resposta e sobre o traumatismo do nascimento, que já fazia
contundente ao Congresso Internacional de eco ao que ocorria sobre a normalização psicanalítica
Psicanálise, que se realizou em Marienbad, em 1936. O no outro lado do Atlântico, no movimento analítico
tema oficial deste congresso foi a questão dos norte-americano (RANK, 1976).
resultados terapêuticos da Psicanálise, que se Portanto, é preciso enfatizar decididamente que
condensou num simpósio específico sobre isso (Glover os problemas colocados no discurso freudiano, pela
et al, 1937), e foi sobre essa problemática que Freud se nova teoria das pulsões, não caminhavam na direção
pronunciou de forma eloquente no seu texto. da diminuição do tempo da análise, mas no sentido
A resposta de Freud (1985) no dito ensaio se oposto de que a análise não teria um fim
condensou inicialmente na consideração crítica de positivamente estabelecido, pois a conflitualidade
que o discurso psicanalítico já conhecia, desde os psíquica seria sempre relançada e exigia, assim, um
tempos originários de sua constituição histórica, o processo permanente de simbolização.
que seria terapêutico na prática clínica da Psicanálise, Em consequência, sob a forma do masoquismo e
de forma que, ao invés de se perguntar o que da pulsão de destruição (FREUD, 1971), a
promove a cura em Psicanálise, como se isso fosse conflitualidade psíquica estabelecida ente a pulsão de
uma questão enigmática, o que os analistas deveriam vida e a pulsão de morte impediria, assim, qualquer
se perguntar efetivamente é o que faria obstáculo a solução normalizadora para a experiência analítica.
esta cura. Vale dizer, se seria o amor o que Por isso mesmo, a Psicanálise, como a educação e a
promoveria a cura em Psicanálise no campo da governabilidade, seriam práticas sociais marcadas
transferência, seria o que se opõe decididamente a pelo traço do impossível (FREUD, 1971), pois a pulsão
isso no aparelho psíquico o que impediria que esta não seria assim passível de ser disciplinada e ser
cura pudesse se realizar efetivamente. então objeto de adestramento, pois o sujeito não
Assim, se seria a pulsão de vida (Eros) o que seria um animal de massa, mas um animal de horda
promoveria a cura em Psicanálise, seria a pulsão de (FREUD, 1971).
morte (Tanatos), em contrapartida, o que a isso faria Por isso mesmo, a problemática da economia
obstáculo, na leitura estratégica que então realizou psíquica ocupou um espaço bastante destacado neste
sobre a direção da experiência analítica. Desta ensaio de Freud (1971), francamente dominante face
maneira, Freud (1981) retomou neste texto a sua às dimensões tópica e dinâmica da metapsicologia
leitura inicial sobre a cura em Psicanálise para freudiana, como em todo o percurso teórico do
reinterpreta-la a partir de seu novo dualismo discurso freudiano desde os anos 20, enunciado pela
pulsional, enunciado no ensaio intitulado Além do problematização exaustiva da intensidade, o que
princípio do prazer, publicado em 1920. Lacan posteriormente enunciou como o campo do
Porém, Freud (1981) destacou numa passagem real em Psicanálise. Tudo isso se desdobrou em
eloquente do seu ensaio que esta nova leitura que exigência de trabalho para a problemática da
enunciou sobre as pulsões não era aceita pela construção como categoria da prática clínica em
comunidade psicanalítica como um todo, pois muitos Psicanálise, em oposição e conjunção com a categoria
analistas se oporiam a isso de forma eloquente. Desta de interpretação, como limite presente na
maneira, Freud enunciava que seria pelo viés da não experiência analítica e delineando o campo da
aceitação da teoria da pulsão de morte, por parcelas finitude como conceito, que se enunciaria como
significativas do movimento psicanalítico, que a imperativo no psiquismo na leitura enunciada pela

Cadernos de Psicanálise – SPCRJ, v. 33, n. 1, p. 8-12, 2017 11


Joel Birman

Psicanálise. Enfim, seria em decorrência deste GLOVER, E. et al. Symposium on the theory of the
conjunto de conceitos que a angústia de castração foi therapeutic results of psychoanalysis. International Journal
enfatizada neste ensaio de Freud, no seu fechamento of Psycho-analysis, Londres, v.XVIII, 1937. Partes 2 e 3.
formal, pois seria pela mediação dessa experiência
LACAN, J. Situation de la psychanalyse et formation du
decisiva que a leitura sobre a finitude e a infinitude da
psychanalyste. In: ____. Écrits. [S.l]: Seuil, 1966.
experiência poderia ser pensada.
Enfim, por tudo isso que foi enunciado, o fim da NACHT, S. The difficulties of didatic psychoanalysis in
análise se delinearia como uma problemática crucial relation to the therapeutic analysis. International Journal
para a Psicanálise, não sendo, assim, uma questão of Psychoanalyses, Londres, v.35, 1954.

banal, nem tampouco formal, pois seria através dela


RANK, O. (1924). Le traumatisme de la naissance Paris:
que a crítica da normalização em Psicanálise poderia Payot, 1976.
ser empreendida de forma consistente.
Referências ______. (1936). Will therapy. New York: Norton &
ALEXANDER, F.; ROSS, H. Dynamic Psychiatry. Chicago: The Company, 1978.
University of Chicago Press, 1954.
Recebido em: 20 de agosto de 2017
BALINT, M. Analytic training and training analysis. Aceito em: 20 de agosto de 2017
International Journal of Psychoanalyses, Londres, v.35,
1948b.

______. On the psychoanalytic training system.


International Journal of Psychoanalyses, Londres, v.20,
1948a.

CASTEL, F.; CASTEL, R.; LOVELL, A. La société psychiatrique


avancée: le modele américain. Paris: Grasset, 1979.

FOUCAULT, M. Le pouvoir psychiatrique. Paris: Gallimard;


Seuil, 2003.

______. Les anormaux. Paris: Gallimard; Seuil, 1999.

______. Surveiller et punir. Paris: Gallimard, 1974.

FREUD, S. (1921-1938). Analyse avec fin et analyse sans fin


In: Freud, S. Résultats, idées, problèmes. Paris : PUF, 1985,
p.231-268. v.II.

______. (1920). Au-delà du principe de plaisir. In: ____.


Essais de psychanalyse. Essais de psychanalyse. Paris: Payot,
1981.

______. (1924). Le problème économique du masochisme.


In: ____. La vie sexuelle. Paris : PUF, 1971.

______. (1921). Psychologie de foules et analyse du moi. In:


____. Essais de psychanalyse. Essais de psychanalyse. Paris:
Payot, 1981.

GITELSON, M. Problem of psychoanalytic training.


Psychoanalytic Quartely, New York, v.19, n.2, 1958.

______. Therapeutic problems in the analysis of the


'normal' candidate. International Journal of
Psychoanalyses, Londres, v.35, 1954.

12 ____________ Cadernos de Psicanálise – SPCRJ, v. 33 n. 1, p. 8-12, 2017

Você também pode gostar