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RESUMO: Ao contrário do que é esperado durante a percolação de um fluido por um meio poroso,
em alguns casos, após a completa saturação, a permeabilidade não se mantém constante. Em
diversas áreas do conhecimento é conhecido o fenômeno da redução da permeabilidade (k) devido à
obstrução por dispersão da argila. Este trabalho utilizou ensaios de coluna realizados em amostras
compactadas de grandes dimensões com diferentes solos e sob diferentes condições de
compactação, mensurando ao longo da percolação a permeabilidade e analisando quimicamente o
fluido percolado coletado, permitindo a verificação da ocorrência de obstrução do meio poroso por
dispersão da argila. Os resultados obtidos indicam a obstrução do meio poroso pode reduzir a
permeabilidade do solo ao fluido em mais de mil vezes e que este fenômeno está relacionado à
concentração de sódio no fluido de percolação e à quantidade de argilo-mineral no solo.
Legenda: E=9
Solo Piçarra 15,19 1,840
kgf·cm/cm³
SC = Areia Argilosa
Proctor
14,95 1,880
Intermediário
Além dos ensaios de caracterização
geotécnica, foram realizados ensaios de
caracterização mineralógica do solo através dos
ensaios de Fluorescência de Raios-X (FRX) e
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
Vermelho
8,79 51,0 2,4 279
CP1 e CP2
Várzea
(CP1, CP2, 14,8 44,5 14,8 277
CP4)
Neste trabalho foram utilizados dois métodos Piçarra CP5 11,5 10,7 9,2 940
experimentais para a determinação/imposição
da sucção nas amostras de solo: a câmara de
pressão e método do ponto de orvalho “WP4 Piçarra CP6 0,3 1,0 13,6 417
Dewpoint Potencial Meter”. As curvas de
retenção obtidas foram modeladas ajustando os
Piçarra CP7
valores experimentais às equações de Van 122,2 0,9 4,5 498
e CP8
Genutchen (1980) e ao modelo Duplo Van
Genutchen (CADUCCI ET AL., 2011).
2.4. Ensaios de Coluna
2.3. Caracterização dos Fluidos
Os Ensaios de Coluna foram realizados em um
Os fluidos utilizados neste trabalho foram aparato composto pelos seguintes componentes:
caracterizados quimicamente, no Laboratório de torre, reservatório, colunas de percolação e
Estudos do Petróleo (Lepetro) determinando-se sondas. Os corpos de prova das colunas de
os seguintes parâmetros: concentração de percolação foram compactados com 40 cm de
cátions (Na, Ca, K e Mg) Condutividade altura e 19,2 cm de diâmetro em cilindros de
Elétrica (CE) e potencial de hidrogênio (pH). PVC. A ilustração do aparato está apresentada
A condutividade elétrica dos fluidos foi na Figura 2:
determinada de acordo com o método 2510 A/B Durante todo o ensaio foi monitorada,
("American Public Health Association", APHA, periodicamente, a altura da coluna do
2012) e variou de 1.780,00 μS/cm a 14.180,00S/cm a 14.180,00 reservatório. Deste modo, foi possível obter
μS/cm a 14.180,00S/cm. tanto a vazão do fluido no reservatório quanto a
O potencial de hidrogênio (pH) dos fluidos carga hidráulica aplicada (no caso dos ensaios
foi determinado de acordo com o método 4500- com pressão, utilizou-se também um
H+B (APHA, 2012) e variou de 5,54 a 8,07. manômetro analógico conectado ao sistema).
Na tabela 5 são apresentadas as Na base da coluna foi colocado um frasco de
concentrações dos cátions dos fluidos de vidro com capacidade de aproximadamente 250
entrada em cada amostra utilizada no estudo. cm³ com uma vedação incipiente através de
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
uma tampa de pvc. No momento da coleta, a 2.6. Caracterização do Solo após o Ensaio
amostra de fluido e o frasco de vidro foram
pesados, permitindo a mensuração do volume e Foram realizados ensaios de Fluorescência de
da vazão no intervalo de tempo, e, em seguida, Raio-X (FRX) com o intuito de comparar as
foi colocada um papel-alumínio na tampa e o características do meio poroso antes e depois do
frasco foi fechado com uma tampa rosqueada. O ensaio. Assim, foram extraídas três alíquotas do
papel-alumínio foi utilizado de forma a isolar o topo do corpo de prova.
fluido e a tampa. Após o acondicionamento das
amostras, estas foram mantidas a 5º C até o
momento da caracterização química. As 3 ANÁLISE DOS RESULTADOS
análises foram realizadas com amostras de
aproximadamente 400 cm³. 3.1. Curvas de Retenção
45
Modelagem
Umedecimento
40
Pontos
Experimentais
35 Umedecimento
Umidade Volumétrica (%)
Modelagem
30 Secagem
Pontos
25 Experimentais
Secagem
20
15
10
0
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Sucção (KPa)
Figura 4: Curva de Retenção – Solo Várzea Figura 5: Curvas de Retenção Solo Piçarra
Θsatpmp 0,25 0,23 0,26 0,24 0,26 ,024 Piçarra CP1 1,54E-04 1,71E-04 0,90
a 0,0001 0,00014 0,0001 0,00015 0,0001 0,00015
Piçarra CP8 1,46E-06 6,20E-09 236,06
m 2,00 2,25 2,00 2,18 2,00 2,10
n 0,50 0,56 0,50 0,54 0,50 0,52 Piçarra CP9 2,92E-06 1,66E-08 158,49
R² 0,98 0,95 0,98 0,98 0,98 0,95 Piçarra CP4 5,53E-06 4,90E-09 1130,11
Figura 6: Variação de k ao longo do tempo – Solo Figura 9: Variação de k ao longo do tempo – Solo Piçarra
Vermelho (Energias Proctor Intermediário e 9 kgf.cm/cm³)