XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

Geotecnia e Desenvolvimento Urbano

COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Amostragem de Solos Contaminados e Resíduos Sólidos:

Comparativo de Normativas
Christiane Jacinto
Universidade Federal do ABC, Santo André, São Paulo, c.jacinto@ufabc.edu.br

Giulliana Mondelli
Universidade Federal do ABC, Santo André, São Paulo, g.mondelli@ufabc.edu.br

RESUMO: Cada vez mais projetos de infraestrutura que envolvem o conceito de recuperação de
áreas degradadas, brownfields e áreas contaminadas exigem a caracterização geoambiental de solos
contaminados e resíduos sólidos. Baseado em uma breve revisão da literatura, são apresentadas
principais normas e pesquisas existentes sobre diretrizes e métodos para amostragem e
caracterização desses geomateriais. Os métodos incluíram a consulta em bases de pesquisa e de
normas técnicas. Analisou-se algumas normas referentes aos resíduos sólidos e também
relacionadas a solos naturais e/ou a solos contaminados. Ao comparar métodos de amostragem de
resíduos sólidos evidenciou-se a necessidade de criar-se um plano de amostragem inicial, buscando
todas as informações necessárias para a realização da coleta conforme o seu objetivo. A
normatização sobre solos no Brasil é bastante abrangente, indicando diversos métodos específicos.
Propõe-se que as normas brasileiras referentes à mecânica dos solos, resíduos sólidos e
gerenciamento de áreas contaminadas se conversem, indicando procedimentos unificados.

PALAVRAS-CHAVE: Caracterização Geoambiental, Recuperação de Áreas Degradadas, Normas

Técnicas, Geomateriais.

1 INTRODUÇÃO 2017), no país é gerado anualmente cerca de

Nos últimos anos aconteceram diversos avanços
legais no Brasil relacionados à área ambiental,
como a criação das resoluções 1-A/1986,
06/1991, 23/1996, 313/2002, 358/2005 do
Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA) e a regulamentação de alguns itens
da Política Nacional de Meio Ambiente (1981).
Em 2010 também houve um avanço marcante a
partir da regulamentação da Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei 12.305 de
2010).
Segundo o Banco Mundial (2012), a geração
mundial de resíduos sólidos urbanos (RSU) é de
aproximadamente 1,3 bilhões de toneladas por
ano. De acordo com o Panorama dos Resíduos
Sólidos Urbanos, elaborado no Brasil pela
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE,
78,3 milhões de toneladas de RSU.
O local onde há contaminação causada pela
disposição, regular ou irregular, de resíduos é
denominado como área contaminada (PNRS,
Lei 12.305 de 2010). Nem todas as áreas
contaminadas representam um risco para o meio
ambiente ou à saúde humana (Mantovani et al.,
2016), porém, visto a grande quantidade de
resíduos gerados no planeta, é necessária a
preocupação com áreas relacionadas à
disposição de resíduos visando um
monitoramento para verificar a existência de
contaminação e, caso a mesma exista, em qual
nível se encontra.
O conhecimento do comportamento
geotécnico dos resíduos é um fator que pode
minimizar o impacto de contaminação devido à
disposição dos mesmos, porém, segundo Abreu
(2015), ainda não existem procedimentos de
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ensaio específicos para obter este
conhecimento. Atualmente, existem poucas
normas e estudos relacionados a esta temática,
porém a tendência é que as pesquisas nessa área
ampliem cada dia mais.
Uma vez realizada a disposição dos resíduos,
os contaminantes gerados por eles podem
atingir principalmente o solo e, segundo Boscov
(2008), eles podem atravessar camadas
superficiais não saturadas do subsolo e atingir
águas subterrâneas. Um dos objetivos da PNRS
(2010) é identificar e indicar medidas
saneadoras para os passivos ambientais que
podem ser originados de áreas contaminadas
pelos resíduos, incluindo a contaminação por
lixões e aterros controlados.
Antes de encontrar medidas mitigadoras é
necessário identificar a contaminação e, para
encontrar a mesma, é preciso investigar
detalhadamente o solo. Existem diversas
técnicas que permitem o reconhecimento dos
perfis dos solos e também suas características
geotécnicas, como por exemplo, sondagens à
trato, sondagens à percussão SPT e sondagens
rotativas e de piezocone.
Visto a necessidade da realização de análises
geotécnicas para solos contaminados e resíduos,
a partir de uma breve revisão bibliográfica
pretende-se apresentar as principais normas e
pesquisas existentes para amostrar os mesmos e
realizar a comparação destes métodos.
2 METODOLOGIA
Por se tratar de revisão bibliográfica, a
metodologia consistiu principalmente da
consulta em bases de pesquisa, como Scopus,
Web of Science e Scielo, e também consulta em
base de normas técnicas, como GedWeb.
Conforme indicado na Tabela 1, foram
utilizadas palavras-chave relacionadas ao tema
de amostragem de solos e resíduos sólidos e,
quando julgou-se necessário, houve a utilização
das palavras entre aspas, para localizar
exatamente aquele termo, e também a utilização
da palavra “and”, buscando acrescentar algumas
palavras relacionadas ao que se pretendia
pesquisar.
Base de
Palavra-chave pesquisada
pesquisa
solid waste
GedWeb waste sampling
soil sampling
"waste sampling"
"waste sampling" and characterization
Scopus
"soil sampling"
"soil sampling" and characterization
"waste sampling"
Web of "waste sampling" and characterization
Science "soil sampling"
"soil sampling" and characterization
solid sampling
Scielo
solid waste and characterization
Tabela 1: Bases de pesquisa e palavras-chave utilizadas
na revisão bibliográfica
Após encontrar trabalhos relacionados ao
tema nas bases de pesquisa Scopus e Web of
Science, uma vez que as mesmas não
apresentavam o trabalho completo, optou-se por
procurar este arquivo dos mesmos na base de
pesquisa Science Direct.
3 RESULTADOS
A partir da pesquisa realizada, verificaram-se
diversas normas e pesquisas relacionadas à
amostragem de resíduos sólidos e de solos.
3.1 Amostragem de Resíduos Sólidos
Existe um conjunto de normas brasileiras
relacionadas aos resíduos sólidos que foram
homologadas pela ABNT em 1987 e sua 2º
edição foi publicada e está em vigor desde
2004:
- NBR 10004: Resíduos Sólidos - Classificação,
- NBR 10005: Procedimento para obtenção de
extrato lixiviado de resíduos sólidos,
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- NBR 10006: Procedimento para obtenção de
extrato solubilizado de resíduos sólidos,
- NBR 10007: Amostragem de Resíduos
sólidos.
A norma NBR 10007 (2004) tem como
objetivo fixar condições exigíveis para
amostragem de resíduos. A mesma apresenta
diversas exigências e procedimentos, conforme
indicado na Figura 1, incluindo para
amostragens em diferentes tipos de
acondicionamento, como por exemplo, montes
ou pilhas de resíduos; tambores e recipientes
similares; caminhão-tanque; lagoas de resíduos;
entre outros.
Figura 1: Esquema de procedimentos indicados na norma
NBR 10007.
A França utiliza um conjunto de normas para
a caracterização dos resíduos, incluindo sua
amostragem e classificação. Segundo apresenta
CAREDEME (2017), as normas aprovadas
estão listadas abaixo:
- NF EN 14899: Caracterização de resíduos -
Eliminação de resíduos - Procedimento-quadro
para o desenvolvimento e implementação de um
plano de amostragem;
- NF X30-413: Resíduos domésticos e
assimilados - Criação de uma amostra de
resíduos domésticos e similares contidos num
lixo;
- NF X30-445: Resíduos domésticos e similares
- Composto por uma amostra de resíduos
domésticos e similares a granel;
- NF X30-437: Resíduos domésticos e similares
- Constituição e caracterização, na entrada do
centro de triagem, de uma amostra sobre um
lote de lixo doméstico e resíduos similares
coletados seletivamente;
- NF X30-408: Resíduos domésticos e
assimilados - Caracterização de uma amostra de
resíduos domésticos e similares - Análise sobre
produto bruto.
Na Figura 2 é possível verificar um esquema
indicando o tema principal de cada uma das
normas francesas citadas anteriormente.
Figura 2: Esquema de procedimentos indicados pelas
normas francesas.
Dvorsak et al. (2017) realizaram amostragem
e análise de resíduos sólidos municipais da
região dos Balcãs, considerando como base um
conjunto de normas européias relacionadas ao
tema.
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Dvorsak et al. (2017) afirmam que a norma A norma mexicana NMX-AA-091-1987

CEN / TR 15310-1 indica três etapas: definição apresenta os termos mais utilizados no campo
do Plano de Amostragem; coletar uma amostra de prevenção e controle da poluição do solo,
de campo de acordo com o Plano de causado por resíduos sólidos. Já a norma NMX-
Amostragem criado e transportar a amostra para AA-15-1985 estabelece o método de
o laboratório. A norma EN 14899: 2006, quarteamento para resíduos sólidos municipais
segundo Dvorsak et al. (2017), indica que o e obtenção de amostras para análise em
plano de amostragem é um procedimento laboratório, de acordo com o que está descrito
predeterminado para a seleção, retirada, na Figura 4.
preservação, transporte e preparação das
porções a serem removidas de uma população
como amostra. A partir de procedimentos
indicados nas normas, os pesquisadores
dividiram a pesquisa em algumas etapas,
conforme indicado na Figura 3.

Figura 4: Esquema de procedimentos indicados na norma

mexicana NMX-AA-15-1985.

3.2 Amostragem de Solos Contaminados

É possível verificar que as normas mexicanas

Figura 3: Esquema de procedimentos realizados por
Dvorsak et al. (2017).
O México também apresenta um conjunto de
normas referente aos resíduos sólidos:
- NMX-AA-091-1987: Proteção ao ambiente –
Contaminação do solo – Resíduos Sólidos –
Terminologia;
- NMX-AA-015-1985: Proteção ao ambiente –
Contaminação do solo – Resíduos Sólidos
Municipais - Amostragem - Método de
Quarteamento Ambiental;
- NMX-AA-61-1985: Proteção ao ambiente –
Contaminação do solo – Resíduos Sólidos
Municipais – Determinação da geração;
- NMX-AA-22-1985: Proteção ao ambiente –
Contaminação do solo – Resíduos Sólidos
Municipais – Seleção e quantificação de
subprodutos.
citadas no tópico anterior não tratam apenas
sobre resíduos sólidos, mas também sobre solos
contaminados, de forma que os dois temas são
referenciados nessas normas.
A normatização sobre solos no Brasil é
bastante abrangente, indicando diversos
métodos específicos que são possíveis de notar
até mesmo no título das normas, conforme
segue abaixo:
- NBR 16435: Controle da qualidade na
amostragem para fins de investigação de áreas
contaminadas – Procedimento;
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- NBR15935: Investigações ambientais — amostragem, apenas informaram como realizar

Aplicação de métodos geofísicos;
- NBR16434: Amostragem de resíduos sólidos,
solos e sedimentos - Análise de compostos
orgânicos voláteis (COV) – Procedimento;
- NBR6457: Amostras de solo — preparação
para ensaios de compactação e ensaios de
caracterização;
- NBR9604: Abertura de poços em trincheira de
inspeção em solo, com retirada de amostras
deformadas e indeformadas - Procedimetno
- Entre outras.
4 DISCUSSÃO
Percebe-se a importância das normas técnicas,
pois as mesmas são responsáveis por unificar e
direcionar os procedimentos referentes a
diversos assuntos. No caso, foi verificada a
questão referente aos solos contaminados e
resíduos sólidos em conjunto.
Ao analisar algumas normas de resíduos
sólidos existentes e citadas neste artigo, notou-
se que as normas europeias e francesas possuem
uma análise muito mais detalhada e específica,
comparado aos procedimentos de análise do
Brasil, por exemplo, pois inclui também
normatizações referentes à caracterização dos
resíduos. Apesar disso, as normas brasileiras,
mexicanas e francesas detalharam todos os
equipamentos necessários para amostragem,
informação esta que não foi verificada em
relação às normas europeias. Porém, é
importante salientar que o acesso aos
procedimentos das normas europeias aconteceu
apenas a partir do trabalho de Dvorsak et al.
(2017), pois o acesso dessas normas na íntegra é
extremamente restrito.
As normas brasileiras, francesas e europeias
defendem a necessidade de criar-se um plano de
amostragem antes de colocar em prática a
coleta, preservação e transporte das amostras de
resíduos para análise em laboratório. Em
contrapartida, as normas mexicanas não citaram
procedimentos relacionados ao planejamento da
a amostragem.
Visto que a contaminação do solo pode estar
relacionada com os resíduos sólidos, o fato de
as normas mexicanas citadas relacionarem solos
e resíduos sólidos em conjunto mostra-se
completamente de acordo com o propósito
requerido.
Percebe-se que as normas brasileiras sobre os
solos estão bastante avançadas quando
comparadas com as normas sobre resíduos
sólidos, uma vez que as mesmas incluem
técnicas que permitem uma pesquisa mais
específica, indicando inclusive métodos de
caracterização que não são citados em normas
de resíduos sólidos ou mesmo para solos
contaminados. Comparado também às normas
estrangeiras de resíduos sólidos, verificou-se
que as normas europeias e francesas também
permitem uma pesquisa um pouco mais
avançada sobre os resíduos, no que tange a
caracterização dos mesmos.
Desta forma, nota-se que tanto no Brasil
quanto nos outros países existe a necessidade de
criação de normas mais detalhadas para a
análise de resíduos sólidos, em busca de dados
mais precisos e avançados sobre os mesmos.
Figura 5: Esquema de procedimentos propostos de forma
unificada para a mecânica dos solos, resíduos sólidos e
gerenciamento de áreas contaminadas.
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Propõe-se que as normas brasileiras
referentes à mecânica dos solos, resíduos
sólidos e gerenciamento de áreas contaminadas
se conversem a fim de indicar procedimentos
unificados que considerem as etapas indicadas
na figura 5.
Uma vez que os procedimentos estejam
unificados, será possível a prevenção e controle
da contaminação do solo e também o controle
de qualidade na amostragem para investigação
em áreas contaminadas, além de possibilitar a
análise dos resíduos sólidos com maior
detalhamento.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A comparação dos métodos de amostragem de
resíduos sólidos deixou evidente a necessidade
de criar-se um plano de amostragem antes de
iniciar as coletas, a fim de buscar todas as
informações necessárias para que a coleta seja
realizada de acordo com o que se deseja
analisar.
Faz-se necessária a realização de mais
pesquisas referente aos métodos de
caracterização de resíduos sólidos e posterior
criação de normas técnicas que especifiquem
esses métodos.
Propõe-se que as normas brasileiras
referentes à mecânica dos solos, resíduos
sólidos e gerenciamento de áreas contaminadas
se conversem a fim de propor procedimentos
unificados.
AGRADECIMENTOS
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Tecnologia Ambiental da UFABC, pela
oportunidade de financiamento para comparecer
ao congresso. A CAPES, pela bolsa fornecida
para subsídio de minhas pesquisas.
REFERÊNCIAS
ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil.
2017. Disponível em:<http://www.abrelpe.org.br/
Panorama/panorama2016.pdf.> Acesso em: abr. 2018.
Abreu, A. E. D. de. Investigação geofísica e resistência
ao cisalhamento de resíduos sólidos urbanos de
diferentes idades. Tese de Doutorado. Universidade
de São Paulo, São Carlos, 2015, 230p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR
10004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de
Janeiro: ABNT, 2004.
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR
10005: Procedimento para obtenção de extrato
lixiviado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: ABNT,
2004.
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR
10006: Procedimento para obtenção de extrato
solubilizado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro:
ABNT, 2004.
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR
10007: Amostragem de Resíduos Sólidos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2004.
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR
16435: Controle da qualidade na amostragem para
fins de investigação de áreas contaminadas –
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
NBR15935: Investigações ambientais — Aplicação de
métodos geofísicos. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
NBR16434: Amostragem de resíduos sólidos, solos e
sedimentos - Análise de compostos orgânicos voláteis
(COV) – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
NBR6457: Amostras de solo — preparação para ensaios
de compactação e ensaios de caracterização.
Rio de Janeiro: ABNT, 2016.
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
NBR6459: Solo - determinação do limite de liquidez.
Rio de Janeiro: ABNT, 1984.
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
NBR7180: Solo — determinação do limite de
plasticidade. Rio de Janeiro: ABNT, 1984.
Boscov, M.E.G. Geotecnia Ambiental. São Paulo:
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Brasil. Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010:
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Brasil. Lei Federal no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
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