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FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA


BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JEFFERSON ANDERSON MEDEIROS CELESTINO

PREVIDÊNCIA SOCIAL: UM ESTUDO SOBRE O IMPACTO DA COMPENSAÇÃO


FINANCEIRA PARA O EQUILÍBRIO ECONÔMICO DO REGIME PRÓPRIO DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNICIPIO DE SÃO JOSÉ DO SERIDÓ/RN
.

CAICÓ/RN
2017
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JEFFERSON ANDERSON MEDEIROS CELESTINO

PREVIDÊNCIA SOCIAL: UM ESTUDO SOBRE O IMPACTO DA COMPENSAÇÃO


FINANCEIRA PARA O EQUILÍBRIO ECONÔMICO DO REGIME PRÓPRIO DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNICIPIO DE SÃO JOSÉ DO SERIDÓ/RN
.

Monografia apresentada ao componente


curricular Trabalho de Conclusão de Curso, da
Faculdade Católica Santa Teresinha, do curso
Bacharelado em Ciências Contábeis como
requisito para obtenção do título de
bacharelado em Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª. Esp. Patrícia Luciana


Pereira da Silva

CAICÓ-RN
2017
3

JEFFERSON ANDERSON MEDEIROS CELESTINO

PREVIDÊNCIA SOCIAL: UM ESTUDO SOBRE A IMPACTO DA COMPENSAÇÃO


FINANCEIRA PARA O EQUILÍBRIO ECONÔMICO DO REGIME PRÓPRIO DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNICIPIO DE SÃO JOSÉ DO SERIDÓ/RN

Monografia apresentada ao componente


curricular trabalho de conclusão de curso, da
Faculdade Católica Santa Teresinha, do curso
Bacharelado em Ciências Contábeis como
requisito para obtenção do título de
bacharelado em Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª. Esp. Patrícia Luciana


Pereira da Silva
.

MONOGRAFIA APROVADA EM: 02/02/2018

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________
Prof ª. Esp. Patrícia Luciana Pereira da Silva
Faculdade Católica Santa Teresinha
Orientadora de Monografia

___________________________________________________________________
Prof. Esp. Clara Monise da Silva
Faculdade Católica Santa Teresinha
Examinador(a)

___________________________________________________________________
Prof. Esp. Suzana Lago Nobre
Faculdade Católica Santa Teresinha
Presidente da Banca
4

A meu avô Raimundo Celestino Filho (in


memoriam), que me incentivou e ajudou até o fim
de sua estadia neste mundo.
5

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida, tornando-me forte para superar as batalhas que
travei até chegar aqui.
Ao meu avô, Raimundo Celestino Filho (in memoriam), que até o fim de sua
vida me incentivou e deu forças para seguir em frente, além de acreditar que seria
capaz de realizar a conquista do primeiro neto formado. Obrigado por toda ajuda e
conselhos dados para tornar-me homem do bem.
Aos meus pais, Joanete Dacia Medeiros Celestino e Manoel do Nascimento
Celestino, por abdicarem de coisas na vida para proporcionar uma melhoria para a
família. Sou imensamente grato por acreditar em meu potencial e tudo que são e
fazem para tornar-me uma pessoa melhor. Meus pais, sei que essa conquista é tão
minha quanto de vocês, pois quando criança sempre estiveram ao meu lado
orientando sobre o melhor caminho a ser seguido.
Ao meu irmão Vinícius Jonathan Medeiros Celestino, mesmo sem ele
entender o quão difícil é deixar de ajudar ao meu pai na agricultura para estudar e
ser alguém na vida.
A minha noiva Fabyeli da Silva Macedo que, com sua paciência e sabedoria,
ajudou-me quando já estava para desistir e, sem desanimar, mostrava o caminho.
Sem sua ajuda não teria conseguido, obrigada pela companhia e por lutar comigo
rumo a mais uma vitória.
Aos meus colegas de trabalho: Assis, Carlos, Daniel, Maria Dalva e Manoel,
pois quando estava repleto de afazeres eles vinham e faziam graça, conseguindo
tirar um sorriso de meus lábios, sumindo assim os problemas, além de incentivar a
chegar ao fim da graduação.
À presidente do Instituto, Maria Isabel, e a diretora Fernanda, por todo o apoio
e companheirismo durante o desenvolvimento da pesquisa, pois foi de suma
importância para realizar este trabalho, visto que nunca se negaram a fornecer
quaisquer informações ou até mesmo extinguir dúvidas para a obtenção dos
resultados.
Por fim, ao corpo docente de todas as escolas por onde passei até chegar à
Faculdade Católica Santa Teresinha. Obrigado, professores, por sempre
compartilharem conhecimentos. Saibam que levarei todos em meu coração. Para
finalizar, agradeço a Patrícia Luana Pereira da Silva, que tão bem me orientou,
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mostrando o caminho a ser trilhado e chegar à conclusão deste grandioso trabalho.


Sei do quanto é difícil orientar universitários, principalmente quando se trata de um
tema novo sem tantas fontes de pesquisa. Obrigado por dar o seu melhor.
7

“Se o dinheiro for a sua esperança de


independência, você jamais terá. A única segurança
verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de
experiência e de competência”.
8

RESUMO

Este estudo irá abordar o assunto sobre a importância da compensação financeira


para o equilíbrio econômico do Regime Próprio de Previdência Social no Município
de São José do Seridó/RN. Esse tema foi escolhido porque se tornou alvo de
discussões em âmbito municipal, sendo, no entanto, pouco conhecido quanto a sua
efetividade. Sabe-se que tal compensação normalmente é feita após a homologação
do processo por parte do TCE, mas que costuma levar determinado tempo para que
o processo seja homologado. Por esse motivo deve-se analisar a importância da
compensação financeira para o equilíbrio econômico do instituto até que seja
repassada a compensação. Essa pesquisa tem como objetivo geral analisar a
importância da compensação financeira para o equilíbrio econômico do Regime
Próprio de Previdência Social (RPPS) no município de São José do Seridó/RN, e
como objetivos específicos expor a origem do RGPS; demonstrar alguns pontos
sobre RGPS, RPPS e Regime Complementar; considerar o Decreto nº 3.112 de 06
de julho de 1999 para fins de compensação do INSS para o RPPS e analisar os
orçamentos, e peculiaridades da contabilidade e da ciência atuarial dos RPPS. Tal
estudo justifica-se pela relevância do tema ora abordado, inclusive para a sociedade
de forma geral, pois considerando que um Regime Próprio de Previdência Social
remete a um valor é significativo para os seus contribuintes que desejam gozar de
sua aposentadoria. A pesquisa tem sua relevância científica, pois contribuirá para o
ambiente acadêmico e para o próprio Instituto, uma vez que poderá ser utilizada
como fonte para futuros estudos. Quanto à metodologia, foi realizada uma entrevista
de caráter qualitativo na empresa Instituto de Previdência de São José do Seridó,
visando estudar qual a importância da compensação financeira para o equilíbrio
econômico dos RPPS. Conclui-se que o IPRESJS pode sim, manter-se
economicamente equilibrado levando em consideração que não há somente a
compensação como fonte de recurso. Para tal, realizaram-se pesquisas baseadas
em autores, como Lima e Guimarães (2009), Godoy (2011), Kertezman (2015),
dentre outros, tendo como principal estudo a compensação financeira e sua
contribuição para o RPPS.

Palavras-chave: Compensação financeira. INSS. RPPS. Previdência.


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ABSTRACT

This study will address the issue of the importance of financial compensation for the
economic balance of the Special Social Welfare Policy in the municipality of São
José do Seridó / RN. This theme was chosen because it is being discussed,
however, it is still little known in its effectiveness. It is known that such compensation
is usually made after the homologation of the process by the TCE, but usually takes
a certain time for the process to be approved. For this reason, the importance of
financial compensation for the institute's economic balance must be analyzed until
compensation is passed on. This research has as general objective to analyze the
importance of financial compensation for the economic balance of the Special Social
Welfare Policy (SSWP) in the municipality of São José do Seridó / RN, and its
specific objectives are: to explain the origin of the GSWP; demonstrate some points
about GSWP, SSWP and Complementary Regime; to consider Decree 3,112 of July
6, 1999 for the purpose of compensating the NISW for the SSWP and to analyze the
budgets, and peculiarities of the accounting and actuarial science of the SSWP. Such
a study is justified by the relevance of the subject addressed here, including for
society in general, since considering that a Special Social Welfare Policy refers to a
value is significant for its taxpayers who wish to enjoy their retirement. The research
has its scientific relevance, since it will contribute to the academic environment and
to the Institute itself, since it will be able to be used as a source for future studies. As
for the methodology, a qualitative interview was carried out at the company of the
Special Social Welfare Policy of São José do Seridó, aiming to study the importance
of financial compensation for the economic balance of SSWP.
It can be concluded that the IPRESJS can, yes, remain economically balanced taking
into account that there is not only compensation as a source of appeal. For that,
research was carried out based on renowned authors, such as Lima and Guimarães
(2009), Godoy (2011), Kertezman (2015), among others, having as main study the
financial compensation and its contribution to SSWP.

Keywords: Financial compensation, NISW, SSWP, welfare.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO 14
2.1 REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL: SEU PROCESSO HISTÓRICO 14
2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 17
2.2.1 RGPS x RPPS x Regime Complementar 17
2.3 COMPENSAÇÃO FINANCEIRA – REPASSE DO RGPS (INSS) PARA O
RPPS 21
2.3.1 Sistema de Compensação Financeira – COMPREV 24
2.4 FONTE DE RECURSOS DOS RPPS 25
2.4.1 Contabilidade e equilíbrio atuarial para RPPS 28
3 METODOLOGIA 32
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 38
REFERÊNCIAS 39
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO 43
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


(BD) Benefício Definido;
(CAPs) Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CTC) Certidão do Tempo de Contribuição
(CMN) Conselho Monetário Nacional
(CLT) Consolidação das Leis de Trabalho
(CF) Constituição Federal
(CD) Contribuição Definida
(COMPREV) Sistema de Compensação Financeira para fins de contagem
recíproca de tempo de contribuição
(DRAA) Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial
(DATAPREV.) Empresa de Tecnologia e Informação da Previdência Social
(IAPAS) Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência
Social
(IAPM) Instituto de Aposentados e Pensões Marítimos
(INPS) Instituto Nacional de Previdência Social
(INSS); Instituto Nacional do Seguro Social
(IPREVSJS) Instituto de Previdência do Município de São José do Seridó
(IPASE) Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado
(LOA) Lei Orçamentária Anual
(MF) Ministério da Fazenda
(MPAS) Ministério de Previdência e Assistência Social
(MPS) Ministério da Previdência Social
(MTPS) Ministério do Trabalho e Previdência Social
(PRÓ-RURAL) Programa de Assistência ao Trabalhador Rural
(RGPS) Regime Geral de Previdência Social
(RPC) Regime de Previdência Complementar
(RPS) Regulamento da Previdência Social
(RPPS) Regime Próprio de Previdência Social
(PREVIC) Superintendência de Previdência Complementar
(SUSEP) Superintendência de Seguros Privados
(TCE) Tribunal de Contas do Estado
(TCU) Tribunal de Contas da União
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1 INTRODUÇÃO

A finalidade do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) é coordenar a


previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo, tanto dos que estão
em atividade, dos já aposentados e também dos pensionistas, nos quais esses
proventos sejam onerados pela entidade estatal, conforme o Art. 40 da Emenda
Constitucional Nº 41, de 19 de dezembro de 2003:

Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial. (BRASIL, 2003).

É interessante perceber que todos os anos novas pessoas passam a


usufruírem do benefício da Previdência Social. Mas, em contrapartida, há um
acentuado problema para a instituição dos RPPS’s, tendo em vista o tempo de
criação dos mesmos, comparando-se ao tempo de contribuição dos servidores, no
sentido de que os benefícios passam a ser disponibilizados mesmo que os
servidores tenham contribuído poucos meses para o referido RPPS. Ademais, deve
ser levado em consideração também, que antes da instauração dos Institutos, os
funcionários vinham contribuindo normalmente durante a sua vida profissional para o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Mediante esse impasse, foi criado o Decreto nº 3.112 de 06 de julho de 1999,


que dispõe sobre a regulamentação da Lei nº 9.796, de 5 de maio de 1999. Ele
versa sobre a compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência Social
(RGPS) e os RPPS no cômputo recíproco de tempo de contribuição para efeito de
aposentadoria.

No entanto, a compensação previdenciária do RGPS para o RPPS só é


realizada após a homologação do processo de aposentadoria ser concluída,
passando, pois, a ser de inteira responsabilidade do Tribunal de Contas do Estado
(TCE). A dificuldade maior por parte dos RPPS é justamente a demora desse
procedimento ocorrer, como também não existir um prazo limite para isso.
13

Considerando, portanto, o exposto sobre o assunto abordado, tem-se o


seguinte questionamento: Qual o impacto da compensação financeira para o
equilíbrio econômico do RPPS no município de São José do Seridó/RN?
Propondo então, responder o questionamento acima, esse estudo tem como
objetivo geral analisar a importância da compensação financeira para o equilíbrio
econômico do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) no município de São
José do Seridó/RN, e como objetivos específicos: expor a origem do RGPS;
demonstrar alguns pontos sobre RGPS, RPPS e Regime Complementar; considerar
o Decreto nº 3.112 de 06 de julho de 1999 para fins de compensação do INSS para
o RPPS e analisar os orçamentos, e peculiaridades da contabilidade e da ciência
atuarial dos RPPS.
Justifica-se essa análise por se tratar de um tema de grande relevância para a
sociedade ao considerar que o RPPS remete a um valor significativo para os seus
contribuintes que desejam gozar de sua aposentadoria, visto que contribuíram no
decorrer de sua vida profissional, para que, passando a ter esse direito, seja por
idade ou por tempo de contribuição, possam usufruir todos os seus direitos enquanto
cidadãos.
A presente pesquisa, inclusive, também tem sua relevância científica, uma
vez que poderá contribuir para pesquisas e estudos acadêmicos, assim como para o
próprio Instituto estudado como fonte para outras análises. Ademais, tem grande
relevância, pois se trata de um tema bastante atrativo e em foco, em decorrência
dessas possíveis reformas que a Previdência Social Brasileira está para sofrer.
Para expor todo o trabalho em questão, tem-se primeiramente a parte
introdutória contendo objetivos, justificativa, problemática e alguns pontos da
caracterização do objeto de estudo.
Em seguida serão abordados aspectos sobre o processo histórico da
Previdência Social no Brasil, compensação financeira - repasse do RGPS (INSS)
para o RPPS, orçamento, peculiaridades da contabilidade e do cálculo atuarial dos
RPPS´S.
Num terceiro momento será demonstrada a metodologia utilizada na
pesquisa. Em seguida tem-se a análise de dados onde foi discutido o questionário
abordado, e por último, serão tratadas as considerações finais onde se expôs os
resultados obtidos nessa pesquisa.
14

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL: SEU PROCESSO HISTÓRICO

O regime previdenciário social foi instalado em decorrência da preocupação


dos trabalhadores que temiam o futuro, a velhice e as enfermidades que os
impossibilitassem de trabalhar, deixando suas famílias desprovidas de quaisquer
fontes de renda e viesse a passar fome.
Apenas em 1601 começaram os relatos de algo que parecia ser sobre
previdência social. Isso se deu na Inglaterra, onde surgiram as primeiras normas
sobre garantias do direito social em um documento intitulado de Poor Relief Act ou
(Lei dos Pobres), onde foram instituídos o auxílio e socorro público aos
necessitados.
Segundo KERTEZMAN (2015, p.43)

As primeiras normas protetivas editadas tiveram caráter eminentemente


assistencial, em 1601, e foi editado na Inglaterra o Poor Relief Act (Lei dos
Pobres), que instituiu auxílios e socorros públicos aos necessitados [...]. Sob
a ótica previdenciária, o primeiro ordenamento legal foi editado na
Alemanha por Otto Von Bismarck, em 1883, com a instituição do seguro
doença. (KERTEZMAN, 2015, p. 43).

Porém, segundo Luizette e Papassidero (2012), para ser considerado como


sistema previdenciário só houve evidências para tal no ano de 1883, quando na
Alemanha criaram o seguro doença. As diretrizes de assistência ainda eram muito
dispersas no século XIX, deste modo se tornava pouco eficiente, até a grande ideia
de Otto Von Bismark, sendo ele o responsável pela criação de um projeto
previdenciário que se designava projeto de seguro operário sendo esse sendo
concretizado em 1883. Com isso, outros países foram se interessando e criando
legislações similares, como a França em 1898.
Segundo Luizette e Papassidero (2012, p. 30):

Posteriormente, em 1919, os países signatários do Tratado de Versales


enfatizaram a necessidade do seguro social obrigatório, porem somente
após a primeira guerra mundial que os outros continentes acolheram a ideia
de seguro social.
15

Sendo assim, após o Tratado de Versales, os países do Continente Europeu


viram o seguro social como fator de grande relevância, tornando-o obrigatório.
As instituições previdenciárias até o início do século XX possuíam âmbito
muito limitado e poucas conseguiram implementação completa, apesar de haverem
algumas iniciativas que abrangiam certas categorias de servidores públicos tanto no
Imperialismo quanto nos primeiros anos de República. Entretanto, essas iniciativas
não podem ser consideradas como marco inicial do sistema previdenciário no Brasil.
Dois modelos distintos marcaram as primeiras experiências brasileiras: o
primeiro foi o modelo chamado de Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), e o
segundo foram os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs). Logo após a
criação desses dois, foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) que
foi nada mais nada menos que a junção de todos os institutos de aposentadorias e
pensões. (SANTOS, 2009)
A CAPs se deu após a Lei Eloy Chaves ser sancionada em 1923 através do
Decreto 4.682, de 24 de janeiro de 1923, que veio consolidar o sistema
previdenciário brasileiro quando da instituição desse modelo direcionado aos
empregados que faziam serviços de manutenção e construção das ferrovias em
cada estrada de ferro existente no país. Na época, esses empregados e seus
familiares passaram a ter alguns direitos, tais como aposentadoria, pensão,
assistência médica e preços especiais para a compra de medicamentos.
Nos dizeres de GODOY (2011, p. 27):

A Lei Eloy Chaves (decreto legislativo nº 4682 de 24/01/1923) foi a primeira


a instituir no Brasil a previdência social, com a criação de caixas de
aposentadoria e pensões para os ferroviários de nível nacional. Tal fato
ocorreu em função das manifestações gerais dos trabalhadores da época e
da necessidade de apaziguar um setor estratégico e importante da mão-de-
obra daquele tempo (GODOY, 2011, p. 27).

A referida Lei foi criada quando a economia brasileira volta-se à exportação


de grãos, havendo assim um acúmulo de capital vindo do comércio exterior, o que
possibilitou o processo de industrialização no Brasil, concentrado nos principais
centros urbanos, mas que foram se expandindo a partir dos imigrantes advindos da
Europa, Continente esse onde a mão de obra era qualificada e bastante
desenvolvida.
Nessa época esses operários não tinham nenhum tipo de garantia trabalhista.
Diante dessa realidade, o movimento operário organizou e realizou duas grandes
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greves gerais no país: uma em 1917 e a outra em 1919 que resultou na conquista de
alguns direitos sociais. A criação dessas CAPs foi uma resposta do empresariado e
do Estado que viram a importância das questões sociais. (EDUARDO e ARAGÃO
2013).
Em relação aos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) foi uma
espécie de melhoramento do CAPs, já que beneficiavam poucos profissionais. Após
a Revolução de 1930, foi instaurado um novo Ministério do Trabalho que passou a
tomar providências sobre as garantias trabalhistas, para que fossem estendidas a
várias outras classes trabalhadoras, como por exemplo, o Instituto de Aposentados e
Pensões Marítimos (IAPM), criado em 1933, além de vários outros criados nos anos
seguintes.
Em fevereiro de 1938 foi criado o Instituto de Previdência e Assistência aos
Servidores do Estado (IPASE), sendo a sua presidência exercida por pessoas
nomeadas pelo presidente em exercício. Após 1945, os IAPs expandiram suas áreas
de atuação e passaram a incluir serviços como o de alimentação, habitação e saúde.
Como eles abriram para esses outros serviços e não ocorreu a reformulação de sua
gestão financeira, não foram registrados elogios por parte de seus clientes, da
mesma forma que a falta de planejamento central também ocasionou diferenças na
qualidade do atendimento oferecido.
No ano de 1966 todos os IAPs direcionados aos trabalhadores do setor
privado foram unificados em um só: o Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS), conforme citado no Decreto Lei nº 72, de 21 de novembro de 1966.

Art 1º Os atuais Institutos de Aposentadoria e Pensões são unificados sob


a denominação de Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Art 2º O INPS constitui órgão de administração indireta da União, tem
personalidade jurídica de natureza autárquica e goza, em toda sua
plenitude,
Art 4º O INPS será dirigido por um presidente, nomeado em comissão pelo
Presidente da República, por indicação do Ministro do Trabalho e
Previdência Social (BRASIL, 1966).

Em continuidade a esse processo histórico, em 1971 a Previdência Social


adquiria pela primeira vez seu status de Ministério com a criação do Ministério do
Trabalho e Previdência Social (MTPS). Porém, a Previdência como MTPS durou
pouco tempo porque no ano de 1974 foi criado o Ministério de Previdência e
Assistência Social (MPAS).
17

Nesse mesmo ano foi decretada a Lei Complementar nº 11, de 25 e maio de


1971, que instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural, o PRÓ-
RURAL. Surgiu também o Instituto de Administração Financeira da Previdência e
Assistência Social, o (IAPAS), mas extinto para a criação do Instituto Nacional de
Seguro Social (INSS). Este que está em funcionamento até hoje.
O INSS é uma instituição pública que presta serviços previdenciários à
sociedade brasileira. Busca preservar a plenitude na qualidade do atendimento
prestado e a melhoria contínua por meio de programas para modernização e
excelência operacional. Merece aqui ressaltar a maximização e o melhoramento dos
resultados e das ferramentas que justifiquem o processo de atendimento ideal às
exigências da sociedade em geral.

2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

No Brasil atualmente não existe apenas o Regime Geral de Previdência


Social (RGPS), vinculado ao INSS. A Previdência Social brasileira é composta por
pelo menos três regimes, sendo eles: o RGPS, entidade pública e de filiação
obrigatória para os trabalhadores regidos pela CLT, operado pelo INSS; o Regime
Próprio de Previdência Social (RPPS), instituído por entidades públicas (Institutos de
Previdência ou Fundos Previdenciários) e de filiação obrigatória para os servidores
públicos efetivos dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União. E por
fim, o Regime de Previdência Complementar (RPC), operado por Entes Abertos e
Fechados de Previdência Complementar, de regime privado, com filiação facultativa,
criado com o fim de proporcionar uma renda adicional ao trabalhador, que
complemente a sua previdência oficial.

2.2.1 RGPS x RPPS x Regime Complementar

O RGPS é gerenciado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Essa


é a opção de filiação de todos os trabalhadores que estão ligados ao INSS através
da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
Já os RPPSs são voltados ao servidor público com cargo efetivo no Estado,
no Distrito Federal, no Munícipio ou na União. Esse regime foi estabelecido por
entidades de caráter público, como fundos previdenciários e institutos de
18

previdência. A filiação dos trabalhadores nesse caso também é obrigatória. Esse


regime torna efetivas as leis que regulamentam a proteção do beneficiário em idade
avançada (aposentadoria) e de pensão por morte (aos dependentes do segurado).
Em termos bem simples, o RGPS é uma entidade gerida pelo INSS, e o
RPPS é um regime de previdência. Então, ao invés de trazer benefícios adicionais,
cada desses dois regimes foi elaborado para beneficiar uma fatia diferente da
sociedade trabalhista do nosso país.
Por fim, o Regime de Previdência Complementar é de caráter privado e
funciona debaixo da autonomia exercida por entidades complementares de
previdência, sejam elas abertas ou fechadas. A ideia desse tipo de regime é
adicionar uma renda aos trabalhadores que desejam ampliar seus ganhos, além do
plano previdenciário oficial.
Como o RGPS e o RPPS são de filiação obrigatória, tem-se o direito do
cidadão e a obrigação do Estado, para melhor esclarecer as definições desses
regimes, visto que tanto o contribuinte como o Estado têm suas obrigações,
devendo, logo, serem seguidas.
De acordo com artigos da Constituição Federal de 1988, compreendem-se
alguns direitos dos cidadãos:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o


lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
[...]
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte
e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim. (BRASIL, 1988)

Diante do exposto, percebe-se que o direito do cidadão é basicamente o


necessário para sobreviver, daí a Previdência fazer parte da seguridade social, pois
estes buscam os princípios básicos para uma vida digna.
Os beneficiados do RGPS, conforme resumo de alguns pontos dispostos no
Art. 201 da Constituição Federal de 1988, são empregados (públicos e privados) e
as suas caraterísticas básicas - o regime geral é de filiação obrigatória para aqueles
que são regidos pela CLT; os seus filiados devem contribuir mensalmente um valor
no qual este valor é determinado por uma alíquota incidida sobre o seu salario; o
19

regime geral deve ser público e não deve ser de nenhum interesse privado, ou seja,
devem ser administrados pelo poder publico; deve ser Nacional, servirá apenas para
trabalhadores brasileiros ou que trabalham no Brasil, exceto em casos específicos; e
Solidário, a sua contribuição poderá ser usada para pagar os proventos de outra
pessoa. Segundo Portaria MF N° 8, de 13 de janeiro de 2017 o valor concedido não
deverá ser inferior a R$ 937,00, Como também não deverá ultrapassar o teto de R$
5.531,31.
Já os beneficiados do RPPS, de acordo com o Art. 40 da Constituição Federal
de 1988, são servidores efetivos dos Municípios da União e dos Estados, do Distrito
Federal, incluídas suas autarquias e fundações; conforme o Art. 42 são membros
das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares e Art. 142 são membros das
Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
possuem regras semelhantes ao RGPS. Assim como o RGPS, o RPPS também é
obrigatório, porém dessa vez, para Servidores Públicos Estatutários e Militares
Federais e Estaduais; também será contributivo; deverá ser de poder público e de
interesse Federal/Estadual/Municipal e deverá também ser Solidário.
Segundo o Art. 29 da Lei Nº 8.213, de 24 de julho de 1991, o valor mínimo a
ser concedido não poderá ser inferior ao salário mínimo nacional definido por lei e o
seu teto não deverá ser superior ao do salário de contribuição na data de início do
benefício. Por fim, os beneficiados do Regime Complementar pode ser qualquer
cidadão. Conforme o Art. 202 da Constituição Federal de 1988 tem-se que:

O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de


forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será
facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício
contratado, e regulado por lei complementar. (CF, 1988)

Nesse sentido, compreende-se que todas as pessoas podem contribuir para o


regime complementar, pois diferente do RGPS e do RPPS, é um regime facultativo,
ou seja, o cidadão filia-se se quiser, porém como os demais regimes, ele é
contributivo. E outra diferença é ser de interesse privado e dessa forma quem vai
gerenciá-lo é uma empresa privada não havendo relações com o setor público.
Podem ser de Fundos Abertos ou Fechados, sua contribuição e benefício são
definidos por contrato antes de sua filiação.
Os valores dos benefícios podem ser definidos por benefício definido (BD) -
conforme contrato ou contribuição definida (CD) - conforme contrato e rendimentos.
20

Cada tipo de regime tem seu órgão custeador. O RGPS é custeado pelo
Ministério da Fazenda, através da Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) e
os seus benefícios são pagos pelo Ministério da Previdência Social, através do
INSS. Já o RPPS é mantido pelos respectivos governos nas esferas Federal,
Estadual e Municipal. E o regime complementar é mantido pelas entidades fechadas
de previdência complementar (Fundos de Pensão) ou pelas instituições financeiras
no caso da previdência aberta.
Com relação ao acompanhamento desses regimes previdenciário, eles são
fiscalizados, monitorados e supervisionados por determinadas entidades. No RGPS
se dá principalmente pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria
Geral da União (CGU). No RPPS, é dever do Ministério da Previdência Social, com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e no regime complementar, sendo
ele de Fundos Abertos é da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e no
caso de Fundos Fechados é da Superintendência de Previdência Complementar
(PREVIC).
É preciso salientar que há situações onde os servidores da União, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, mesmo que o órgão em que o
mesmo exerça sua função tenha um regime próprio, estes podem contribuir para o
regime geral.
O Art. 12, da Lei N° 8.213 de 24 de julho de 1991, diz que apenas o servidor
civil que ocupa um cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios, como também os de autarquias ou fundações são
dispensados do regime geral.
Dessa forma, nota-se que os servidores chamados “cargos de confiança” que
não são efetivos da União, Estados ou Municípios, como por exemplo,
comissionados, não estão dispensados do regime geral, e, portanto não podem
contribuir para os RPPSs.
Na grande maioria das vezes os funcionários do município estão filiados ao
RPPS, um regime específico que, como dito antes, foi elaborado para suprir as
demandas desse tipo de trabalho.
Por outro lado, alguns municípios contratam pessoas para cargos específicos.
Alguns desses trabalhadores recebem comissão ou então trabalham no regime
transitório. Nesses casos especiais, a sugestão é que o trabalhador contribua ao
INSS, que rege o RGPS.
21

2.3 COMPENSAÇÃO FINANCEIRA - REPASSE DO RGPS (INSS) PARA O RPPS

A Lei nº 9.796 de 5 de maio de 1999 é responsável por normatizar a


compensação financeira entre o regime de origem e o regime instituidor no
pressuposto de contagem recíproca de tempo de contribuição, conforme artigos
demonstrados abaixo:

o
Art. 1 A compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência
Social e os regimes próprios de previdência social dos servidores da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na hipótese de contagem
recíproca de tempos de contribuição, obedecerá às disposições desta Lei.
o
Art. 2 Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - regime de origem: o regime previdenciário ao qual o segurado ou servidor
público esteve vinculado sem que dele receba aposentadoria ou tenha
gerado pensão para seus dependentes;
II - regime instituidor: o regime previdenciário responsável pela concessão e
pagamento de benefício de aposentadoria ou pensão dela decorrente a
segurado ou servidor público ou a seus dependentes com cômputo de
tempo de contribuição no âmbito do regime de origem. (BRASIL, 1999)

Nesse sentido, o regime de origem é aquele no qual o beneficiário ou


funcionário público esteve ou está vinculado e que deste não tenha gozado de sua
aposentadoria ou não ter gerado qualquer pensão para os seus dependentes, ou
seja, é aquele no qual o servidor contribuiu no decorrer dos anos da sua vida
trabalhista e que hoje se encontra em outro tipo de regime previdenciário. Deve-se
levar em consideração que para este poder gozar de seu beneficio não deve ter
nenhum outro tipo de beneficio concedido pelo regime de origem.
Já o instituidor é o regime previdenciário responsável pela autorização e
remuneração do benefício da aposentadoria ou pensão dela decorrente ao segurado
ou servidor público, ou a seus dependentes com contagem de tempo de colaboração
no âmbito do regime de origem. Ou seja, é aquele em que o aposentado ou
pensionista encontra-se sendo beneficiado, sendo ele responsável pela autorização
como também pelo pagamento do beneficio ao beneficiário ou a seus dependentes.
Vela salientar que com relação ao regime de origem deve-se levar em
consideração o tempo de que o servidor contribuiu para esse regime e para a
concessão do seu beneficio.
Em 15 de dezembro de 1960 foi sancionada a Lei nº 3.841 que trata da
contagem recíproca e passou a ter efeito de aposentadoria, do tempo de trabalho
prestado à União, autarquias e sociedades de economia mista. Essa lei dispõe que
22

para computar o tempo de serviço para fins de aposentadoria, se este estivesse


trabalhado para a União, autarquias e sociedades de economia mista poderiam
computar esse tempo de contribuição para o sua aposentadoria por tempo de
contribuição.
Tal lei foi revogada pela de nº 6.226, de 14 de julho de 1975, que então
passou a ter efeito sobre as aposentadorias, especificamente com relação ao
trabalhador público federal e entidades privadas. Por sua vez, a Lei nº 6.864 de 1°
de dezembro de 1980 estendeu a aplicação desses direitos aos servidores estaduais
e municipais.
Posta em prática, a contagem recíproca de tempo de serviço aos servidores
públicos e vinculados ao RPPS foi concedido à computação para a aposentadoria
nesse regime, onde se leva em consideração o tempo de serviço através da
associação com o RGPS. Sendo assim, os segurados do RPPS passaram a ter o
direito de computar o tempo de serviço sob a associação.
Esse mesmo montante em dinheiro que o contribuinte, durante o cômputo
recíproco de tempos de contribuição pagou ao RGPS, deverá ser repassado para os
RPPS onde o contribuinte encontra-se enquanto beneficiado.
Sobre isso, o Decreto nº 6.722 de 2008, diz em seu Art. 130 diz que:

O tempo de contribuição para Regime Próprio de Previdência Social ou para


Regime Geral de Previdência Social deve ser provado com certidão
fornecida:
I - pela unidade gestora do regime próprio de previdência social ou pelo
setor competente da administração federal, estadual, do Distrito Federal e
municipal, suas autarquias e fundações, desde que devidamente
homologada pela unidade gestora do regime próprio, relativamente ao
tempo de contribuição para o respectivo regime próprio de previdência
social;

Assim, entende-se que o tempo de contribuição para fins de contagem


recíproca tem de se ser provado com a certidão fornecida pelo regime de
previdência a que se esteve vinculado e cujo tempo se pretende levar para o
computo em outro regime previdenciário. O capítulo IV do Regulamento da
Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto de n° 3048, de 6 de maio de 1999,
e alterado pelo de nº 6.722 de 2008, assim como os regulamentos que o
precederam, dispõem especificamente sobre a contagem recíproca do tempo de
contribuição.
23

Hodiernamente, os RPPS devem respeitar os procedimentos únicos para a


emissão da Certidão do Tempo de Contribuição (CTC) estabelecidos pela portaria nº
154, de 15 de maio de 2008, do MPS levando em consideração ainda o Art. 130 do
RPS mencionado anteriormente, que trata do controle e a proibição da utilização de
duplicidade no tempo em que houve a contribuição.
A compensação financeira paga pelo regime de origem tem por objetivo
auxiliar o regime instituidor na forma de pró-rata, assim o ajudando no suporte que
esse lhe concedeu com a contagem de tempo, contribuindo para o equilíbrio
financeiro do regime instituidor. Essa é solicitada e apurada em relação a cada
benefício, ou seja, individualmente o valor mensal que será repassado é calculado
conforme previsto no Art.3º da Lei nº 9.796, de 05 de maio de 1999:

Art. 3º O Regime Geral de Previdência Social, como regime instituidor, tem


direito de receber de cada regime de origem compensação financeira,
observado o disposto neste artigo.
§ 1º O Regime Geral de Previdência Social deve apresentar a cada regime
de origem os seguintes dados referentes a cada benefício concedido com
cômputo de tempo de contribuição no âmbito daquele regime de origem:
I - identificação do segurado e, se for o caso, de seu dependente;
II - a renda mensal inicial e a data de início do benefício;
III - o percentual do tempo de serviço total do segurado correspondente ao
tempo de contribuição no âmbito daquele regime de origem.
§ 2º Cada regime de origem deve pagar ao Regime Geral de Previdência
Social, para cada mês de competência do benefício, o valor resultante da
multiplicação da renda mensal do benefício pelo percentual obtido na forma
do inciso III do parágrafo anterior.
§ 3º A compensação financeira referente a cada benefício não poderá
exceder o resultado da multiplicação do percentual obtido na forma do
inciso III do § 1º deste artigo pela renda mensal do maior benefício da
mesma espécie pago diretamente pelo regime de origem.
§ 4º Para fins do disposto no parágrafo anterior, o regime de origem deve
informar ao Regime Geral de Previdência Social, na forma do regulamento,
a maior renda mensal de cada espécie de benefício por ele pago
diretamente.
§ 5º O valor de que trata o § 2º deste artigo será reajustado nas mesmas
datas e pelos mesmos índices de reajustamento do benefício pela
Previdência Social, devendo o Regime Geral de Previdência Social
comunicar a cada regime de origem o total por ele devido em cada mês
como compensação financeira.

Diante do exposto, entende-se que esse repasse financeiro de cada


vantagem não será capaz de ultrapassar a resultância da multiplicação da
percentagem obtida na forma do inciso III do § 1o desse artigo pelo faturamento
mensal do maior benefício da mesma natureza oneroso diretamente pelo regime de
origem. Para fins do disposto no parágrafo anterior, o regime de origem
obrigatoriamente deve comunicar ao RGPS, no formato de norma, o maior
24

faturamento mensal de cada espécie de privilegio por ele pago diretamente.


Os valores a compensar a partir de 6 de maio de 1999 são adequadamente
atualizados e pagos imediatamente após a concessão da compensação, realizando
assim o pagamento do atrasado a partir dessa data ou desde a data de início do
regime instituidor.

2.3.1 Sistema de Compensação Financeira – COMPREV

Para operacionalizar a compensação financeira entre o RGPS e os RPPSs,


foi elaborado o Sistema de Compensação Financeira para fins de contagem
recíproca de tempo de contribuição, mais conhecido como COMPREV. Segundo
Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (2012):

O COMPREV tem por objetivo operacionalizar a Compensação


Previdenciária entre o Regime Geral de Previdência Social e os Regimes
Próprios de Previdência Social dos Servidores Públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos casos de contagem
recíproca de tempo de contribuição para efeito de aposentadorias e
pensões, visando atender à Lei nº 9.796 de 05 de maio de 1999 e ao
Decreto nº 3.112, de 6 de julho de 1999, alterado pelo Decreto nº 3217, de
22 de Outubro de 1.999 e a Portaria MPAS nº 6.209 de 16 de Dezembro de
1999.

Esse sistema é mantido e administrado pelo INSS, processado e


comercializado pela empresa de tecnologia e informação da previdência social - a
DATAPREV. Inicialmente, era usado somente para o pagamento do RGPS aos
RPPS que firmavam convênio para utilizar o sistema COMPREV. Porém, em 2004
foi iniciado o pagamento de compensação pelos RPPS para o RGPS. No entanto, a
proporção de compensação dos RPPS para os RGPS tem um valor bastante inferior
associado ao que é repassado do RGPS aos RPPS.
Os recursos provenientes da compensação são considerados capitais
previdenciários e, como tal, só podem ser usados para onerar os benefícios ou para
custear as despesas necessárias para o funcionamento da unidade que gerencia o
regime.
A compensação financeira só é repassada do RGPS aos RPPSs quando o
processo de aposentadoria dos benificiários estiver homologado no Tribunal de
Contas do Estado (TCE), processo esse muito burocrático e demorado.
25

2.4 FONTE DE RECURSOS DOS RPPS

Conforme o Decreto Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, os RPPS são


passíveis a três categorias de receita sendo elas: Receitas da União, as Receitas
das contribuições sociais e a receita de outras fontes.

Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto


das seguintes receitas:
I - Receitas da União;
II - Receitas das contribuições sociais;
III - Receitas de outras fontes. (BRASIL, 1991).

As contribuições da União são constituídas de recursos advindos do


orçamento fiscal cuja obrigatoriamente deve estar em conformidade ao firmado na
Lei Orçamentária Anual (LOA). A União é responsável por cobrir imprevistos
financeiros da seguridade social quando os mesmos forem resultantes de
pagamentos de benefícios de prestação continuada1 da Previdência Social como
citado na forma de Lei Orçamentaria Anual.
As receitas de contribuições sociais são provenientes dos subsídios pagos
por seus contribuintes, outrossim, este aporte será devidamente informado em um
demonstrativo de pagamento, expondo qual o valor pago e a alíquota no qual foi
incidida..
As alíquotas empregadas para ser aplicadas nas contribuições sociais
divergem de acordo com as leis que regulamentam cada RPPS. Tomando a Lei
Complementar n° 38 de 30 de abril de 2014 do Município de São José do Seridó,
como exemplo, nota-se que a alíquota usada é de 11%, incidente diretamente no
valor que o contribuinte é onerado.
As receitas advindas do repasse patronal são aquelas provenientes da União,
dos Estados, como também dos Municípios. Deve-se salientar que esta deverá ser
repassada mensalmente para os RPPS. Estas são compostas do vencimento do
cargo efetivo, acrescido das vantagens que sempre são pagas, definida em lei.

1
O Benefício de Prestação Continuada- BPC da Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS (BPC) é a garantia de
um salário mínimo mensal ao idoso acima de 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade com
impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (aquele que produza efeitos
pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos), que o impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em
igualdade de condições com as demais pessoas.
26

Lembrando que esta não pode exceder, a qualquer título, ao dobro da sua
contribuição.
De acordo com a Lei Complementar n° 38 de 30 de abril de 2014 do
Município de São José do Seridó, a alíquota patronal é de 19,89%, porém essa
alíquota é formada por alíquota de custo normal que no caso é de 15,90% e a
complementar que no caso é de 3,99%, responsável pela possível cobertura de um
eventual déficit previdenciário, ficando esta definida em lei específica. As referidas
alíquotas devem ser avaliadas anualmente, para assim ocorrer uma análise se os
recolhimentos são suficientes ou não, trazendo riscos para os RPPS´s.
Outro tipo de fonte são os retornos dos recursos aplicados provenientes de
aplicações nos fundos previdenciários, onde se deve levar em consideração que há
legislações específicas para normatizar esses tipos de aplicações financeiras.
Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN) em Resolução Nº 3.922, de 25 de
novembro de 2010:

Art. 1º Fica estabelecido que os recursos dos regimes próprios de


previdência social instituídos pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, nos termos da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, devem
ser aplicados conforme as disposições desta Resolução, tendo presentes as
condições de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e transparência.

Desse modo, vê-se que tais recursos seguem normas para serem aplicados. Por
exemplo, para uma melhor alocação dos recursos precisam estar alocados em três
segmentos, segundo o CMN em Resolução Nº 3.922, de 25 de novembro de 2010: I
- renda fixa; II - renda variável; e III - imóveis.
Também se deve considerar que, para melhor alocar os recursos se torna
necessário saber o que realmente pode ser considerado como recursos para um
RPPS, baseando-se na Resolução Nº 3.922 do Conselho Monetário Nacional, 2010:

I - as disponibilidades oriundas das receitas correntes e de capital; II - os


demais ingressos financeiros auferidos pelo regime próprio de previdência
social; III - as aplicações financeiras; IV - os títulos e os valores mobiliários;
V - os ativos vinculados por lei ao regime próprio de previdência social; e VI
- demais bens, direitos e ativos com finalidade previdenciária do regime
próprio de previdência social.

Como visto, são considerados IV tipos de recursos nos RPPS’s, porém, a


seguridade social também pode ser financiada pela sociedade em geral, sendo ela
na forma direta ou indireta, por meio de recursos advindos dos orçamentos dos
27

Estados, da União, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais. A


receita de segurados constituem fontes de financiamento dos regimes próprios de
previdência social.
De acordo com Lima e Guimarães (2009) estes são os tipos de
financiamentos pela sociedade em geral:
 As colaborações da entidade federativa, dos dependentes ativos, dos
dependentes inativos e dos pensionistas;
 (b) as receitas utilizadas com a carteira de investimentos e os ganhos
patrimoniais;
 (c) os valores obtidos a título da retribuição;
 (d) os valores obtidos a título pela divisão das dívidas previdenciárias;
 (e) os valores aportados pela entidade federativa;
 (f) as demais dotações calculadas no cômputo federal, estadual, distrital e
Municipal;
 (g) os demais bens, direitos e ativos com finalidade previdenciária.
Com isso compreendem-se quais são as possíveis fontes de financiamentos
da sociedade para os RPPS’s. Nesse sentido, o RPPS deterá em caráter
contributivo e solidário, por meio de contribuição do ente federativo, dos servidores
ativos, inativos e pensionistas, critérios que resguardem a estabilidade financeira e
atuarial.
Os valores devidos ao RPPS deverão ser repassados em moeda válida, de
forma integral para cada competência, independentemente de disponibilidade
econômica do Regime, sendo proibida a compensação com passivos previdenciários
ou reembolso de valores destinados à cobertura de insuficiências financeiras
relativas a competências anteriores. Esses repasses ao RPPS em atraso deverão
sofrer acréscimo, conforme estabelecido na lei do ente federativo, aplicando-se, em
caso de omissão, os critérios estabelecidos para o RGPS.
As unidades gestoras de RPPS no Brasil são instituídas na forma de Fundo,
Autarquia ou Fundação e constam, para a elaboração de seus orçamentos, as
mesmas regras aplicáveis a qualquer outra entidade pública, precavendo alguns
traços em função de seu objeto social, que é o de proporcionar, no decorrer dos
anos, a pecúnia de benefícios aos seus assegurados.
28

De acordo com o Art. 40 da Constituição Federal de 1988, os regimes de


previdência devem ser de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente público, dos servidores ativos, aposentados e dos pensionistas,
analisando os pontos que preservem a estabilidade econômica e atuarial.
Com isso, vê-se que é estabelecido aos RPPS adequação com base nas
normas gerais de contabilidade e atuária, garantindo assim o seu equilíbrio
financeiro e atuarial.

2.4.1 Contabilidade e equilíbrio atuarial para RPPS

Ao se basear numa perspectiva sistêmica da gestão pública, compreende-se


que a Contabilidade dos RPPS não só está voltada para o acompanhamento da
execução orçamentária e financeira, mas também para a correta apresentação do
patrimônio e apreensão das causas de suas mutações, observando-se, como parte
da essência, o cumprimento dos Princípios Fundamentais de Contabilidade Aplicada
à previdência.
A Contabilidade tem o papel de demostrar a capacidade econômico-financeira
do ente público, em garantir, ao indivíduo que não possua mais a capacidade de
trabalho recursos necessários para a sua sobrevivência e de seus dependentes
conforme definidos pela legislação, sob a perspectiva da sustentabilidade do regime,
conforme emana a Carta Magna brasileira.
Segundo a Lei 9.717/1998, que dispõe sobre as regras gerais para a
organização e o funcionamento dos Regimes Próprios de Previdência Social, versa
que os RPPSs deverão ser organizados tendo como fundamentos as normas gerais
de contabilidade e atuária, de modo que garantam o seu equilíbrio financeiro e
atuarial. Para atender a esses fundamentos, em julho de 2003 foi publicada a
Portaria MPS 916, que trouxe as normas gerais de Contabilidade para os RPPS,
atualizada periodicamente. Basicamente, a normalização contábil aplicada aos
RPPS tem como objetivo uniformizar os registros contábeis, o conhecimento de sua
situação econômica, patrimonial, orçamentária e financeira e a extração de relatórios
gerenciais para avaliação de sua gestão.
Para a organização contábil do RPPS, devem ser observados os seguintes
pontos, de acordo com o Art. 16 da Portaria MPS nº 402/2008:
29

I - a escrituração contábil do RPPS deverá ser distinta da mantida pelo ente


federativo;
II - a escrituração deverá incluir todas as operações que envolvam direta ou
indiretamente a responsabilidade do RPPS e modifiquem ou possam vir a
modificar seu patrimônio;
III a escrituração obedecerá aos princípios e legislação aplicada à
contabilidade pública, especialmente à Lei nº 4.320, de 17 de março de
1964, e ao disposto em normas específicas;
IV - o exercício contábil terá a duração de um ano civil;
V - deverão ser adotados registros contábeis auxiliares para apuração de
depreciações, de avaliações e reavaliações dos bens direitos e ativos,
inclusive dos investimentos e da evolução das reservas;
VI - os demonstrativos contábeis devem ser complementados por notas
explicativas e outros quadros demonstrativos necessários ao minucioso
esclarecimento da situação patrimonial e dos investimentos mantidos pelo
RPPS;
VII - os bens, direitos e ativos de qualquer natureza devem ser avaliados em
conformidade com a Lei nº 4.320, de 1964 e reavaliados periodicamente na
forma estabelecida em norma específica do MPS;
VIII - Os valores das aplicações de recursos do RPPS em cotas de fundos
de investimento ou em títulos de emissão do Tesouro Nacional, integrantes
da carteira própria do RPPS, deverão ser marcados a mercado, no mínimo
mensalmente, mediante a utilização de metodologias de apuração
consentâneas com os parâmetros reconhecidos pelo mercado financeiro, de
forma a refletir o seu valor real, e as normas baixadas pelo Banco Central
do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários. (Nova redação dada
pela PORTARIA MPS Nº 65, de 26/02/2014
§ 1° Considera-se distinta a escrituração contábil que permita a
diferenciação entre o patrimônio do RPPS e o patrimônio do ente federativo,
possibilitando a elaboração de demonstrativos contábeis específicos,
mesmo que a unidade gestora não possua personalidade jurídica
própria. (Renumerado pela PORTARIA MPS Nº 65, de 26/02/2014
§ 2° Os valores aplicados em cotas de fundos de investimento, constituídos
sob a forma de condomínio aberto, poderão ser contabilizados pelos
respectivos custos de aquisição acrescidos dos rendimentos auferidos,
desde que comprovada a aderência às obrigações do passivo do RPPS e
que os respectivos regulamentos atendam cumulativamente aos seguintes
parâmetros: (Incluído pela PORTARIA MPS Nº 65, de 26/02/2014)
I - as carteiras estejam representadas exclusivamente por títulos de
emissão do Tesouro Nacional, registrados no Sistema Especial de
Liquidação e Custódia - SELIC; (Incluído pela PORTARIA MPS Nº 65, de
26/02/2014)
II - existência de previsão de que as carteiras dos fundos de investimento
sejam representadas exclusivamente por títulos de emissão do Tesouro
Nacional, registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia -
SELIC; (Incluído pela PORTARIA MPS Nº 65, de 26/02/2014)
III - estabelecimento de prazos de desinvestimento ou para conversão de
cotas compatíveis com o vencimento das séries dos títulos integrantes de
suas carteiras; e (Incluído pela PORTARIA MPS Nº 65, de 26/02/2014)
IV - inexistência, na política de investimento do fundo de investimento, de
previsão de buscar o retorno de qualquer índice ou subíndice praticado pelo
mercado. (Incluído pela PORTARIA MPS Nº 65, de 26/02/2014) (BRASIL
2008).

Além do disposto na portaria MPS nº 402/2008, os registros contábeis das


operações envolvendo os recursos dos RPPS e as demonstrações contábeis por
eles geradas, serão elaborados observando-se os Princípios Fundamentais de
30

Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público e


a legislação contábil pública em vigor.
Segundo a Portaria MPS 403/2008, o equilíbrio financeiro representa a
garantia de equivalência entre as receitas recebidas e as obrigações dos RPPS, em
cada exercício financeiro, ou seja, o equilíbrio financeiro é atingido quando o que se
arrecada dos participantes do sistema previdenciário é suficiente para custear os
benefícios por ele assegurados.
O equilíbrio atuarial, por sua vez, representa a prerrogativa de equidade, ao
valor atual, entre a sequência das receitas estimadas e das obrigações projetadas,
que são apuradas pelo atuário, em longo prazo. As alíquotas de contribuição devem
ser definidas com base no cálculo atuarial que deve levar em consideração vários
critérios, como por exemplo, a expectativa de vida dos beneficiados e a pecúnia dos
benefícios. Vale salientar que esta é de inteira responsabilidade do respectivo
regime, segundo a sua legislação.
De acordo com a Portaria MPS 402/08 em seu Art. 8º, aos RPPS devem ser
garantidos a estabilidade financeira e atuarial, em correspondência com a análise
atuarial inicial e as reformulações executadas em cada exercício financeiro, para a
organização e revisão do plano de custeio e de benefícios. A avaliação atuarial dos
RPPS deverá observar os parâmetros estabelecidos nas normas de atuária
aplicáveis aos RPPS definidas pela Portaria MPS nº 403/2008.
Desta forma, o ente estatal e os servidores respondem solidariamente pela
manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema, devendo a contribuição do
ente estatal ser, no máximo, equivalente ao dobro da contribuição do segurado ativo.
A garantia de que os servidores pagarão suas contribuições é a mesma de que
receberão seus proventos de aposentadoria.
Importante frisar que o ente federativo poderá aportar ativos aos RPPS a
qualquer período, no intuito de propiciar o seu equilíbrio atuarial. A Nota Técnica
Atuarial deve ser encaminhada à Secretaria de Políticas de Previdência Social –
SPS, como parâmetro para observância do Equilíbrio Financeiro e Atuarial dos
RPPS, até a data de exigência do Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial
(DRAA) no exercício contendo os elementos mínimos estabelecidos pela legislação
previdenciária, devidamente assinada pelo representante legal do ente, pelo
dirigente da unidade gestora dos RPPS e pelo atuário responsável
Segundo o Art. 17 da Portaria MPS 403/2008, as avaliações e reavaliações
31

atuariais indicarão o valor presente dos compromissos futuros do plano de


benefícios do RPPS, suas necessidades de custeio e o resultado atuarial.

§ 1º O passivo atuarial do RPPS é representado pelas reservas


matemáticas previdenciárias que correspondem aos compromissos líquidos
do plano de benefícios.
§ 2º Na hipótese do RPPS constituir fundo previdenciário para oscilação de
risco este deverá compor o passivo atuarial.
§ 3º As reservas matemáticas previdenciárias serão registradas no Passivo
Exigível a Longo Prazo, no grupo de contas denominado Provisões
Matemáticas Previdenciárias, observado o detalhamento estabelecido no
Plano de Contas aplicável aos RPPS.
§ 4º O resultado atuarial será obtido pela diferença entre o passivo atuarial e
o ativo real líquido, sendo este representativo dos recursos já acumulados
pelo RPPS.
§ 5º Poderão ser incluídos como ativo real líquido os créditos a receber do
ente federativo, desde que:
I - os valores estejam devidamente reconhecidos e contabilizados pelo ente
federativo como dívida fundada com a unidade gestora do RPPS;
II - os valores tenham sido objeto de parcelamento celebrado de acordo
com as normas gerais estabelecidas pelo Ministério da Previdência Social; e
III - o ente federativo esteja adimplente em relação ao pagamento das
parcelas.
§ 7º A Avaliação Atuarial indicará o plano de custeio necessário, a partir de
sua realização, para a cobertura do custo normal e do custo suplementar do
plano de benefícios do RPPS.
§ 8º O plano de custeio contemplará o valor necessário para a cobertura da
taxa de administração definida para o RPPS.

Enfim, o referido artigo vem demostrar regras de como deverão ser seguidos
os cálculos atuariais e a contabilidade nos RPPSs. Essas são algumas normas
definidas para, assim como as de contabilidade, auxiliar ao máximo o gestor na
tomada de decisão, visto que tais cálculos definem informações que auxiliarão o
gestor do RPPS na sua tomada de decisão.
32

3 METODOLOGIA

Para atingir os objetivos pretendidos durante este trabalho, buscou-se utilizar


métodos de acordo com a necessidade proposta pelo tema em questão. Nos
pressupostos de Marconi e Lakatos (1990, p. 15), “a pesquisa é um procedimento
formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um trabalho científico e se
constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades
parciais” [...].
Por sua vez, Gil (2012, p. 26) clarifica que “a pesquisa social pode decorrer
de razão de ordem intelectual, quando baseado no desejo de conhecer pela simples
satisfação de agir. Dai porque pode se falar em pesquisa pura e em pesquisa
aplicada”.
Dessa forma, do ponto de vista da natureza das pesquisas esta pode ser
aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos a serem aplicados na prática ao visar
não estabelecer novas teorias, mas por em prática o que foi estudado quando
objetiva a solução de problemas específicos envolvendo verdades e interesses
locais.
De acordo com Vergana (2000), a pesquisa aplicada tem finalidade prática,
e é motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, de solução
imediata ou não
Considera-se também nesse trabalho a pesquisa qualitativa, pois de acordo
com Gil (2012, p.175):

[...] nestas, os procedimentos analíticos são principalmente de natureza


qualitativa. E, ao contrario do que ocorre nas pesquisas experimentais e
levantamentos em que os procedimentos analíticos podem ser definidos
previamente, não há formulas ou receitas predefinidas para orientar os
pesquisadores.

Sobre a forma de abordagem, caracteriza-se como sendo qualitativa, pois o


objetivo é a parcialidade que não pode ser traduzida em números, assim como a
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicos pois não
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O seu ambiente natural é a fonte
direta para coleta de dados, sendo o pesquisador o instrumento-chave.
Esta pesquisa também se caracteriza como um estudo de caso. Para Goode
e Hatt6 (1979), o estudo de caso é um meio de organizar os dados, preservando do
33

objeto estudado o seu caráter unitário. Considera a unidade como um todo, incluindo
o seu desenvolvimento (pessoa, família, conjunto de relações ou processos etc.)
Neste sentido, foi realizada uma entrevista com a presidente do IPREVSJS na
busca de resultados sobre a questão problema do estudo em questão. Silva e
Menezes (2005, p. 20) explicam que:

A pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o


mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em
números.

Já com relação aos objetivos da referida pesquisa, serão expostos de forma


descritiva, pois se propõe a descrever as características de determinada população
ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis, como
também envolver o uso de técnicas padrões para a coleta de dados: questionário e
observação sistemática.
Ademais, a pesquisa constitui-se como bibliográfica, tendo em vista a
amplitude e especificidade do tema em questão sendo necessário o embasamento
teórico sobre os vários aspectos tratados ao longo do trabalho. Sobre tal pesquisa,
Cerro e Bervian (2002, p. 65) explicitam que:

Ela procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas


em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da
pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e
analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes
sobre um determinado assunto, tema ou problema.

Portanto, do ponto de vista dos procedimentos técnicos, essa pesquisa trata-


se de uma pesquisa bibliográfica elaborada a partir de material já publicado,
constituído principalmente por leis, livros, artigos, periódicos atualizados, como
também material disponível na Internet.
O estudo será realizado junto ao Instituto de Previdência do Município de São
José do Seridó (IPREVSJS), ao ter como atividade garantir seguridade social aos
seus contribuintes após sua aposentadoria, bem como garantir benefícios aos que
precisarem se afastar de suas funções em virtude de tratamento de saúde.
O Instituto de Previdência do Município de São José do Seridó – IPREVSJS
tem sede na Rua Manoel Theodoro, 148, centro, São José do Seridó/RN e inscrição
no CNPJ sob o nº 20.480.373/0001-14, e criado em 02 de maio de 2014.
34

O Regime Geral de Previdência Social é regulamentado pela Lei nº 9.717 de


27 de novembro de 1998 e dispõe sobre regras gerais para a organização e o
funcionamento dos Regimes Próprios de Previdência Social dos servidores públicos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos
Estados e do Distrito Federal, além de outras providências.
Portanto, trata-se de uma autarquia, ou seja, uma pessoa jurídica de direito
público, integrante da administração pública indireta, criada por lei específica para
desenvolver atividade típica de Estado.
A metodologia aplicada ao trabalho será realizada através de pesquisa
bibliográfica existentes em livros e artigos, bem como em legislações relacionadas
ao tema. Também será aplicada uma entrevista à presidente do referido Instituto,
por ser um método flexível para obtenção de informações qualitativas. Daí solicitar
de um tempo maior, uma vez que favorece mais informações do que o questionário.
35

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Com o objetivo de verificar a importância da compensação financeira para o


equilíbrio econômico do RPPS no Município de São José do Seridó/RN, foi realizada
uma entrevista com a presidente da referida instituição.
Nela foram abordados os principais assuntos relacionados à compensação
financeira para que fossem esclarecidos alguns aspectos a respeito do tema.
Primeiramente procurou-se saber quantos servidores municipais existem no
município de São José do Seridó – RN, obtendo-se a seguinte resposta:
E1, “Atualmente no município de São José do Seridó existem 293
servidores municipais, sendo eles efetivos, comissionados ou cedidos”.
Tal questão trouxe como resposta a quantidade de possíveis contribuintes
para o RPPS. Nesse total estão inseridos todos os funcionários da prefeitura e
Câmara Municipal.
Vale salientar que nem todos os funcionários do município contribuem para os
RPPSs em razão de que apenas os servidores ocupantes de cargos efetivos
contribuem para tal. Diante disso, foi indagado à servidora: Do total citado acima,
quanto desses servidores contribuem para o IPREVSJS e qual alíquota incide para
se obter as receitas do repasse previdenciário?
A servidora ressaltou que:
E1 “do total de 293 servidores municipais existentes no município, 190
são portadores de cargos efetivos e consequentemente, estes contribuem para
IPREVSJS. A alíquota incidente sobre a base de cálculo previdenciária é de
11%”.
Essa informação veio apresentar quantos servidores do município de São
José do Seridó contribuem para o Instituto de Previdência de São José do Seridó –
IPREVSJS. Portanto, os servidores comissionados devem por sua vez contribuir
para o RGPS conforme alíquota que incide para a receita patronal.
Dando continuidade à pesquisa, outro questionamento foi realizado: Quais
são as fontes de recursos utilizados pelos RPPSs?
E1 “Receita de Repasse Previdenciário; Receita de Repasse Patronal;
Receita decorrente de compensação financeira do INSS; Receita de
Rendimentos de Investimentos no Fundo Corrente”.
36

Esse questionamento se deu com o intuito de verificar quais os tipos de


receitas o IPREVSJS pode ser beneficiado, visando avaliar se todas as possíveis
fontes integram os valores mensalmente arrecadados pelo Instituto em questão,
podendo assim analisar qual a fonte de renda mensal aferida. Nota-se que houve
uma reposta positiva, pois as receitas podem ser almejadas de quatro fontes e não
apenas de uma.
Tendo em vista que são quatro as possíveis fontes de recursos do
IPREVSJS, foi averiguado se todas as receitas acima estão sendo devidamente
recebidas ou mencionar a que não estiver acontecendo, se for o caso. Sendo assim:
E1 “Não, de todas as receitas citadas acima apenas a compensação
financeira do INSS nunca foi repassada para o RPPS”.
Tal resposta traz esclarecimentos às informações de qual das fontes de
recursos que o IPREVSJS utiliza hoje, tendo em vista que nem sempre os RPPSs
são beneficiados com todas as fontes de recursos acima mencionadas. Com isso,
nota-se que, mesmo sem a compensação ser repassada, outras três formas de
recursos são recebidas mensalmente.
Em seguida foi interrogado, no caso negativo à resposta anterior, se sem
essa fonte de recurso o Instituto se manteria economicamente estável. Obteve-se a
seguinte resposta:
E1 “Sim, tendo em vista que a compensação não é a única receita do
RPPS”.
Esse questionamento vem para sanar as dúvidas de que a compensação
financeira não é a única forma de renda dos RPPSs, levando em consideração que
através das outras fontes de receitas o Instituto está conseguindo sustentar-se
economicamente. Segundo a diretora, o Instituto é sim economicamente viável, pelo
menos diante da análise atual, pois a compensação não é a única fonte de recurso
recebida.
A sexta pergunta procurou verificar quais as dificuldades encontradas para
que a compensação financeira realmente seja repassada, sendo a resposta:
E1 “a morosidade do TCE para a homologação do processo, além da
crise econômica e política no país”.
Assim, percebe-se que uma das grandes dificuldades da compensação
financeira não ser repassada se deve à morosidade do Tribunal de Contas do
Estado do Rio Grande do Norte para homologar o processo, já que esse repasse
37

advém do RGPS (INSS) para o RPPS. Ainda em relação a isso é preciso também
considerar a crise financeira que se perpetua no Brasil, dificultando ainda mais a
compensação.
A sétima questão indagou sobre a existência de alguma previsão para o
recebimento da compensação, e a resposta foi:
E1 “Não existe, tendo em vista que não há previsão exata de quando a
homologação dos processos será realizada pelo TCE/RN”.
Com isso, é possível perceber que não há nenhum tipo de previsão para que
a compensação seja repassada, e isso causa certo desconforto para a presidente do
RPPS, já que a mesma não tem segurança de quando essa compensação será
repassada.
Na ultima questão procurou-se examinar com quais recursos é realizado o
pagamento dos aposentados, beneficiários e pensionistas, bem como das despesas
correntes referentes à própria manutenção das atividades do Instituto, e a resposta
foi a seguinte:
E1 “O pagamento dos aposentados, beneficiários e pensionistas são
realizados através do Fundo Previdenciário, já que as despesas correntes são
pagas pela Prefeitura Municipal que foram instituídas por dois anos e
prorrogada por mais dois, segundo a Lei nº 062/2016 de 24 de maio de 2016”.
As despesas com os aposentados e pensionistas são pagas através do
Fundo Previdenciário, já as despesas administrativas não podem ser pagas por esse
mesmo recurso, com isso é necessário o repasse pela Prefeitura Municipal,
instituída pela Lei 038/2014 e prorrogada pela Lei 062/2016, de 24 de maio de 2016.
38

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como propósito analisar a importância da


compensação financeira para o equilíbrio econômico do Regime Próprio de
Previdência Social no Município de São José do Seridó/RN. Para isso contou com a
realização de uma entrevista com sua presidente e gestora.
Conclui-se que o IPREVSJS pode sim ser economicamente equilibrado
baseando-se no cenário atual, tendo em vista que não possui apenas como fonte de
recurso a compensação, ou seja, podem ser utilizadas para sua manutenção
receitas oriundas de repasse previdenciário, as de repasse patronal e as receitas
obtidas de rendimentos de investimentos no fundo corrente. Por outro lado, caso a
compensação para os RPPS fosse repassada seria uma ótima opção, pois o
Instituto conseguiria ter maior quantidade de receita a possibilitar os investimentos.
Como citado pela presidente na entrevista, a morosidade nesses processos
se tem por ocasião do Tribunal de Contas do estado do Rio Grande do Norte não
especificar setor próprio para a homologação do processo de aposentadoria ou
pensão.
Com isso, fica sanada a dúvida quanto ao equilíbrio econômico do IPREVSJS
até que seja repassada a compensação financeira, devendo-se levar em
consideração ser uma forma de suplemento da receita do Instituto, e não a receita
principal, o que atende às expectativas de realização desse estudo.
39

REFERÊNCIAS

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2008 - DOU DE 12/12/2008 - REPUBLICAÇÃO. Disponível em:
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VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São


Paulo: Atlas, 2000.
43

FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA


Autorizada pela Portaria nº 3.892 - MEC – DOU 26.11
Rua Visitador Fernandes, 78 – Centro – Caicó/RN – CEP. 59.300-000
Fone: (84) 3421-2751 - www.fcproneves.edu.br/caico

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO

1 Quantos servidores municipais existem no município de São José do Seridó – RN


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2 Do total citado acima, quanto desses servidores contribuem para o IPREVSJS e


qual a alíquota incide, para se obtiver as receitas do repasse previdenciário?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3 Quais são as fontes de recursos recebidos pelo RPPS?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4 Todas as receitas mencionadas acima estão sendo devidamente recebidas?


Mencionar a que não estiver acontecendo, se for o caso.

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5 No caso negativo na resposta anterior, sem esta fonte de recurso o Instituto se


manteria economicamente estável ?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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6 Quais as dificuldades encontradas para que a compensação financeira realmente
seja repassada?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

7 Existe alguma previsão para o recebimento da compensação?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

8 Com quais recursos é realizado o pagamento dos aposentados, benefícios e


pensionistas, bem como das despesas correntes referentes a própria manutenção
das atividades do Instituto ?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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