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Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares 1

Unidade 2: O Universo das Prensas

Homens corajosos...

Máquinas perigosas....

Como evitar que isso aconteça?

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2.1 - O que são Prensas?

As prensas são máquinas ferramentas em que o material placa ou chapa é


trabalhado sob operações de conformação ou corte e são utilizadas,
principalmente, na metalurgia básica e na fabricação de produtos de metal,
máquinas e equipamentos, máquinas de escritório e equipamentos de
informática, móveis com predominância de metal, veículos automotores,
reboques e carrocerias.

As prensas são usadas para conformar, moldar, cortar, furar, cunhar e vazar
peças.

Nesses processos existe sempre um martelo (punção) cujo movimento é


proveniente de um sistema hidráulico (cilindro hidráulico) ou de um sistema
mecânico (em que o movimento rotativo é transformado em linear através de
um sistema de bielas, manivelas ou fusos).

Há uma grande diversidade de prensas, que variam quanto ao tipo, modelo,


tamanho e capacidade de aplicação de força ou velocidade.

No mercado, encontramos prensas com capacidade de carga de poucos quilos


até prensas de mais de 50.000 toneladas de força. No parque industrial
brasileiro a maioria das prensas é do tipo excêntrica que é a mais perigosa. O
acionamento das prensas pode ser feito por pedais, botoeiras simples, por
comando bimanual ou por acionamento contínuo.

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Quais os elementos básicos em uma prensa?

2.2 - Estampos

Os estampos são chamados, também, de matrizes e ferramentas. É o


acessório principal da prensa pois possui o formato da peça a ser
conformada. É um bloco de aço que possui o formato "negativo" da peça
e que é preso no martelo (parte superior do estampo) e na mesa das
prensas (parte inferior do estampo). É, pois, dividido em duas partes,
possui ranhuras, depressões ou saliências que permitem sua fixação no
martelo da prensa.

Os estampos possuem acessórios, tais como parafusos "prisioneiros", garras,


etc. que devem estar em perfeito estado de manutenção e conservação. Se os
parafusos e roscas estão gastos, não suportam o esforço do estampo e podem
provocar uma tragédia.

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Os estampos têm variados tipos e dimensões e podem ter um peso que vai de
alguns quilos até mais de 10 toneladas.

Os estampos requerem cuidados especiais para:

• Armazenamento

Os estampos devem ser armazenados em prateleiras resistentes,


geralmente construídas de aço trefilado. Estas prateleiras devem indicar, com
facilidade e de forma clara e visível, o peso máximo suportável pelo volume a
ser armazenado. É necessário que as pessoas responsáveis pela armazenagem
sigam rigorosamente os limites de peso indicados nos avisos.

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• Manuseio

Os estampos devem ser manuseados exclusivamente por funcionários


treinados e que sigam uma regulamentação ( Procedimento Seguro de
Trabalho) da empresa.

• Transporte

O transporte dos estampos deve ser feito por funcionários treinados e em


veículos especialmente preparados para este fim.

• Instalação na prensa

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A montagem correta do estampo requer cuidados especiais para a


segurança do equipamento, da ferramenta (estampo) e do operador.A troca de
estampos tem provocado muitos acidentes graves mesmo em empresas
multinacionais de primeira linha. Podemos afirmar que os processos de
armazenamento, manuseio, transporte e instalação na prensa são mais
perigosos do que a própria prensa.

• Aspectos fundamentais na troca e instalação de estampos

• O montador de ferramentas (trocador de estampos) deve ter bons


conhecimentos sobre prensa, estampos e materiais e deve ter sido
treinado para conhecer bem os equipamentos e dispositivos de
montagem de estampos que estão ou deverão estar à sua disposição.
• A regulagem do martelo não deve ser feita em posição muito baixa para
que a prensa não seja sobrecarregada.
• Uma regulagem muito baixa do martelo faz com que a prensa trabalhe
em grandes áreas de contato o que poderá trazer danos à prensa.
• A montagem inadequada do estampo pode resultar em acidente de
pessoas, sérios danos aos equipamentos e produção de peças
defeituosas.
• A prensa somente estará em condições de operação quando a colocação
do estampo for corretamente verificada e testada.
• O estampo deve ser examinado cuidadosamente quanto às condições
gerais de uso e nunca deve ter instalado quando estiver em estado
precário. Estampos deficientes podem causar sobrecarga na prensa.

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• Meios seguros de fixação (acessórios adequados) são de vital


importância para evitar acidentes. Nunca se deve utilizar artifícios para a
fixação de ferramentas.
• Para fixação dos estampos normalmente são utilizados acessórios como
parafusos, prisioneiros, porcas, garras, castanhas, calços, etc., que
devem estar em perfeito estado de conservação. Parafusos com roscas
gastas podem não suportar o esforço do estampo e provocar uma
tragédia.

• Sempre que possível deve-se utilizar equipamentos que ofereçam


segurança, rapidez e facilidade na operação de instalação e fixação de
estampos tais como: clamps de atuação hidráulica, réguas de elevação de
estampos, consoles de introdução, etc.

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Regras e procedimentos básicos na troca ou instalação de estampos


e matrizes.

A seqüência de atividades apresentada a seguir, constitui apenas uma


orientação geral, pois cada equipamento tem seu roteiro de procedimento
(PROCEDIMENTO SEGURO DE TRABALHO) que deve prever todas as variações
exigidas pelas diferentes ferramentas.

• Antes de remover os estampos, verifique se o motor está desligado, se o


volante está parado e se o martelo está deslocado para seu ponto morto
inferior.
• Colocar um aviso no comando da prensa:
NÃO LIGAR : MONTAGEM DE ESTAMPO
• Colocar os calços de segurança e remover o estampo.
• Limpar cuidadosamente a mesa da prensa e a superfície do martelo.
• Colocar toda a regulagem do martelo para cima (rosca do parafuso esférico
recolhida da biela).
• Limpar o estampo a ser montado.
• Colocar espaçadores para determinar a correta altura da ferramenta
fechada.

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• Se necessário providenciar calços para completar a altura.


• Se utilizar almofada colocar os pinos nos orifícios correspondentes, usando
pinos perfeitos, em boas condições e com o comprimento correto.

Atenção:
• Conferir a altura do estampo fechado e a abertura da prensa e só então
colocá-lo no devido lugar, fixando-o corretamente.

• Remover calços de segurança. Testar girando o volante manualmente ou


usando microajuste. Certificar-se do posicionamento da altura e pressão da
almofada. Usar só a pressão necessária (ajustar a pressão do
contrabalanço, se houver)

• Não instalar estampos danificados ou inseguros para a capacidade da


prensa. Prevenir acidentes pessoais ou danos na prensa e/ou estampo por
sobrecarga.

• Certificar-se de que não haja ferramentas, porcas ou parafusos soltos sobre


a mesa da prensa.

• Remover a placa de aviso:


NÃO LIGAR: MONTAGEM DE ESTAMPO.

• Dar a partida na máquina e executar um ciclo em ajuste.

• Testar as primeiras peças, ajustando a altura correta.

• Não aumentar desnecessariamente a pressão pelo parafuso esférico. Desta


forma, evita-se a sobrecarregar a prensa.

• Se a prensa possuir alimentador, ajustar a altura e o curso.

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• Não colocar as mãos nos pontos perigosos do alimentador sem antes travar
o botão de emergência e/ou desligar a chave geral, colocando o aviso de
"NÃO LIGAR" na botoeira.

• Certificar-se da adequação dos acessórios auxiliares: alimentador, contador


de peças, corta-retalho, etc.

• Montar as guardas de segurança.

• Iniciar a produção, observando a prensa em operação por tempo suficiente


para certificar-se de que a máquina trabalha adequadamente e com
segurança.

• Manter a área em volta da prensa limpa e desobstruída.

2.3 - Dimensões e posicionamento de estampos

• Toda matriz ou estampo deve ser dimensionado adequadamente, além de


possuir colunas de "guiamento" robustas e no curso total da ferramenta.
• Toda matriz ou estampo deve possuir base robusta com dimensões que
possam distribuir os esforços de trabalho sobre a mesa da prensa.
• Deve-se conhecer com precisão o baricentro de força dos estampos, que
deverá coincidir com o centro de força do martelo da prensa, durante o
processo de instalação.
• Um estampo com dimensões reduzidas em relação ao martelo da prensa,
produzirá grandes deformações tanto na mesa quanto no martelo da
prensa. Uma forma de evitar este problema é o uso de calços, que permite
uma melhor distribuição das forças na superfície da mesa e do martelo (o
ideal é ocupar 3/4 da superfície do martelo ou da mesa).
• Todo estampo deve possuir uma placa de identificação com o código do
produto e informações do curso, capacidade da prensa, altura de
ferramenta fechada, etc.

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2.4 - O que diz a convenção?


De acordo com os capítulos 6 e 7 do Anexo Técnico, há uma
conceituação de estampo ou matriz. Diz ainda que os blocos devem ser
trocados pelo operador segundo o tipo de peça a ser conformada. A operação
de troca do estampo deve acontecer sem que o operador se exponha a riscos
na sua realização.
No Anexo II nos itens 18, 18.1 e 18.2 temos:

Item 18. As ferramentas devem ser construídas de forma que evitem a


projeção de rebarbas nos operadores e dotadas de dispositivos destacadores
que facilitem a retirada das peças e não ofereçam riscos adicionais.

Item 18.1 As ferramentas devem ser armazenadas em locais próprios e


seguros.

Item 18.2 Devem ser fixadas às máquinas de forma adequada sem


improvisações.

2.5 - A sobrecarga em prensas excêntricas

As prensas excêntricas têm uma capacidade nominal de operação para


executar uma determinada peça. As aplicações devem ser previstas levando-se
em conta a quantidade de toneladas para executar uma peça. Os
equipamentos que trabalham sem levar em conta a capacidade nominal de
operação podem estar funcionando em situação irregular de trabalho sem que
o usuário o saiba.
A dificuldade do cálculo da força aplicada é conseqüência da disposição
física do conjunto eixo excêntrico e conjunto biela/martelo. A força resultante
sobre o martelo é função do torque disponível no eixo excêntrico e sua posição

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em relação à linha central de força, que tem como resultado uma força
variável em relação à posição do eixo que muitas vezes é maior que a força
nominal que a máquina foi projetada para suportar.
Observe abaixo como, matematicamente, é possível aplicar uma força
infinita numa prensa excêntrica. Na prática, a aplicação de uma força infinita
só não é possível pois um ou mais componentes da prensa irá se romper.

Uma situação de sobrecarga no uso da prensa pode provocar acidentes


que podem ir da simples quebra de uma biela até a ruptura da estrutura. Além
das perdas materiais, a sobrecarga pode provocar acidentes com os
operadores pois as partes da máquina que se rompem podem vir a atingi-los
com conseqüências imprevisíveis.
As prensas excêntricas são projetadas para proporcionar capacidade
nominal quando a trajetória do centro da biela se acha a trinta graus (alfa =
30°) do PMI – Ponto Morto Inferior. É preciso conhecer o trabalho efetuado no
final do curso pois o operador pode sobrecarregar, sem perceber, todos os
componentes da máquina, uma vez que a prensa tem em seu volante, energia
suficiente para proporcionar uma força efetiva no martelo muitas vezes
superior à sua capacidade.

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O cálculo da força exata necessária para a execução de um trabalho não é


simples, principalmente em estampos complexos. É difícil reunir, na prática, as
condições ideais da prensa e da ferramenta e ainda confiar na uniformidade do
material utilizado.
A maneira mais segura de trabalho é adotar as prensas excêntricas com
indicadores de carga ou força. Estes instrumentos mostram a força real
aplicada durante a operação de prensagem e normalmente oferecem condições
de supervisão e controle e interrompem o funcionamento da prensa quando se
ultrapassa o limite permitido da força.

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2.6 - Prevenção de possíveis causas de


sobrecarga em prensas excêntricas

A sobrecarga ocorre quando a execução do trabalho necessita de uma


capacidade maior do que a prensa pode oferecer. O usuário poderá
sobrecarregar a prensa quando:

• Efetuar uma regulagem muito baixa do martelo. É necessário uma atenção


especial na regulagem da altura do martelo. Operadores ou trocadores de
ferramentas necessitam de uma boa orientação para compreenderem os
procedimentos corretos e os riscos envolvidos na troca e instalação dos
estampos.

• Há uma variação da espessura do material a ser trabalhado. É preciso


muito cuidado na troca da matéria-prima, pois variações mínimas de
espessura poderão acarretar grandes alterações na capacidade necessária.

• Há uma variação na resistência do material a ser trabalhado. Os materiais


podem ter a mesma aparência ou bitola, mas pode haver uma grande
diferença na resistência mecânica, o que causa grandes transtornos.

• Acidentalmente ou intencionalmente, por falta de extração, coloca-se, no


dispositivo de alimentação, uma peça sobre a anterior, que não foi retirada.
É necessário uma atenção especial , principalmente em sistemas
automáticos de alimentação, em que não há a interferência do operador
todo o tempo.

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Capacidade Requerida

A maioria das operações de corte ou conformação devem contar com


uma avaliação teórica da capacidade de força necessária para a execução,
antes mesmo da escolha da prensa que irá executar o trabalho. Mas, é bom
lembrar que operações de cunhagem, ou conformação com resultado de baixa
absorção de energia, baixo deslocamento de material, costumam induzir a
erros de avaliação e devem, por isso, contar com a realização de ensaios de
produção com o uso de equipamentos que meçam a capacidade necessária.

Uma prensa não deve ser usada em sua capacidade limite. É


recomendável usar 70% da capacidade plena da máquina. Se a velocidade
exigida para a realização do trabalho for acima de 400gpm o mais
recomendável é utilizar 50% da capacidade plena para garantir as tolerâncias
dimensionais do conjunto.

Efeito de mola (contra-golpe)


Em uma operação de corte por exemplo, a força necessária para cortar o
material, forçando a abertura da estrutura da prensa, deve ser igual à força de
fechamento da estrutura após a realização do corte.

Quando a ferramenta está fechada no seu limite e o martelo da prensa


ainda continua em seu curso descendente, o corpo da máquina flexionará e o
eixo sofrerá uma torção adicional. Assim que o ponto for ultrapassado,
ocorrerá o fenômeno Efeito Mola (contra-golpe), atirando o martelo para cima,
enquanto o corpo volta ao seu estado original. O forte contragolpe atinge o
eixo, engrenagens e chavetas. Há uma intensificação deste efeito em
máquinas com longo tempo de uso, que consequentemente possuem folgas
maiores.

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A intensidade do contragolpe é maior do que o esforço realizado no


próprio trabalho. Portanto, todo cuidado é pouco nas operações de instalação e
ajustes de estampos. O dimensionamento incorreto de uma prensa para a
realização de um determinado trabalho pode aumentar o efeito mola e
consequentemente a probabilidade de gerar acidentes.

2.7 - O perigo da velocidade

Para aumentar a produtividade, muitas vezes, os usuários de prensas


excêntricas aumentam a rotação do volante das prensas, pois quanto mais
golpes consegue-se mais peças por minuto. Há que se considerar, no entanto,
que esta é uma situação de grande risco.
Em uma prensa excêntrica, o sistema de armazenamento de energia é o
volante de inércia. Ao aumentar a rotação do volante ocorre uma alteração
completa das características do projeto inicial da máquina.

Considere a equação e = m.(vp)2.


A energia (e) disponível no volante é a massa da coroa (m) deste volante
vezes a velocidade periférica da coroa (Vp), ao quadrado. Ou seja, ao
aumentar a velocidade do volante, aumenta-se sua capacidade de
armazenamento de energia ao quadrado.

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Cabe ao fabricante da prensa determinar quais as velocidades mínimas e


máximas da prensa e ao usuário obedecer as especificações.
Se a energia disponível na cadeia cinemática de uma prensa superar a
capacidade de resistência mecânica dos diferentes elementos do conjunto,
pode ocorrer um grave acidente.

Como aprimorar a segurança das prensas?

Sob um ponto de vista de seu funcionamento, quanto mais eficientemente uma


máquina realiza sua tarefa de processar um material, melhor ela é. Na prática,
no entanto, isso não se confirma, pois além de ser eficiente ela deve ser
segura. Para obter adequada segurança nesse tipo de máquina, é necessário:

a) avaliar os riscos oferecidos, ou seja, considerando-se o conhecimento dos


limites e do funcionamento de uma máquina, passa-se a analisá-la para
identificar seus perigos potenciais. A partir disso, estima-se se o grau de risco
que ela oferece para determinar se as medidas de segurança existentes são
satisfatórias ou se são necessárias outras medidas adicionais para reduzir o
risco observado.
b) reduzir os riscos, ou seja, implementar as medidas de segurança indicadas
e repetir o processo de avaliação de riscos para garantir que as mudanças
introduzidas determinem a necessária segurança.

2.8 - Avaliando o risco

Para efeito de segurança em prensas, considera-se que um risco é uma função


da severidade do dano possível e da probabilidade de ocorrência desse dano.
Um dos princípios da avaliação de risco é o de que ela deve ser realizada
durante todas as fases da “vida” das máquinas, o que implica
acompanhamento constante e permanente para garantia de segurança. Além

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desse princípio, outro se refere à idéia de que a avaliação de risco implica


julgamentos que se apoiam em métodos qualitativos e, na medida do possível,
em quantitativos.
Para que seja possível avaliar os riscos envolvidos em prensas, recomenda-se
o uso de alguns critérios. Esses critérios válidos para qualquer máquina e
equipamento têm como limites:
§ a gravidade prevista pelo dano
§ a permanência em áreas perigosas
§ a possibilidade de evitar o risco
Especificamente, eles limites devem ser considerados nos seguintes níveis.
S = severidade (gravidade) de ferimento potencial
S1 -> Leve (em geral inteiramente reversível, por exemplo, arranhão,
contusão)
S2 -> Grave (em geral irreversível, incluindo morte)

F = duração ou freqüência de exposição ao risco


F1 -> Exposição pouco freqüente e/ou curta exposição (quando o acesso
somente é necessário de tempo em tempo e/ou a exposição acontece por um
curto período)
F2 -> Exposição freqüente e contínua ou de longa duração (se a pessoa se
encontra exposta freqüentemente ao ponto de risco)

P = Possibilidade de evitar o risco


P1 -> Possível sob condições específicas (o operador reconhece o risco e evita
ferimentos)
P2 -> Pouco possível (o operador não reconhece o risco e não evita
ferimentos)

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Geralmente se encontram relacionados à velocidade à qual se origina, a


proximidade do ponto de risco, o nível de treinamento e a experiência do
operador. Se, na opinião do responsável, o operador reconhece o risco e evita
ferimentos, deverá selecionar P1, e em caso contrário, P2.

2.9 - Categorias de risco

Todos os elementos de controle elétricos ou eletrônicos, responsáveis pela


parada ou início de movimentos em prensas, devem obedecer à categoria de
riscos nível 4 da NBR 14153. Esta norma brasileira é baseada na norma
européia EN 954-1 que determina 5 níveis de análise de riscos, e que é
utilizada para efetuar controles que evitem falhas.
As categorias apresentadas a seguir representam uma classificação de
aspectos de segurança de um sistema de controle, que se referem à
capacidade de uma unidade de produção resistir a falhas e seu desempenho
quando uma falha ocorre.

Categoria B

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Esta categoria – que não inclui nenhuma medida especial para segurança, mas
que é a base para as demais categorias - considera que o projeto de uma
unidade de produção deve contemplar condições básicas de segurança do
trabalho, levando em conta o tipo de trabalho que será executado e os
materiais que serão processados. Além disso, deve prever a vibração,
alimentação elétrica e campos elétricos externos.

Em outras palavras ela determina que partes de um sistema de controle da


segurança ou de seus dispositivos ou componentes devem ser projetados,
construídos, selecionados, montados e combinados de acordo com padrões
relevantes de modo que possam resistir a todas as solicitações a que serão
submetidos. A previsão de todos estes aspectos leva a uma categoria
considerada de prevenção de risco mínimo.

• Categoria 1
Inclui as condições de segurança especificadas pela categoria B e além disso os
sistemas de controle mecânico devem estar de acordo com critérios de
qualidade previstos. Tem como objetivo a PREVENÇÃO de falhas.
• Categoria 2
Esta categoria contempla as condições da categoria B e inclui os dispositivos
que evitam a partida em caso de uma falha detectada. Isto sugere o uso de
relés de interface com redundância e auto-verificação de energização. Permite-
se a operação mediante um canal simples, sempre que o dispositivo de partida
seja absolutamente efetivo e testado para o uso em condições normais. Se o
teste for garantido, deve-se optar por um controle de duplo canal.
Tem como objetivo a DETECÇÃO de falhas (ou seja, as falhas não devem ser
apenas prevenidas, mas detectadas e corrigidas).

• Categoria 3

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Esta categoria contempla todas as condições da categoria B, incluindo os


sistemas de segurança projetados de forma que uma simples falha não leve à
perda de funções de segurança e a simples falha possa ser detectada. Isto
alerta não somente para o uso de sistema redundantes no relé de interface,
como também nos dispositivos de entrada, usando-se sistemas de duplo canal.
Tem como objetivo a DETECÇÃO de falhas (ou seja, as falhas não devem ser
apenas prevenidas, mas detectadas e corrigidas).

• Categoria 4
Esta categoria contempla todas as condições da categoria B, sendo que uma
simples falha será detectada no momento ou antes de uma nova energização
do sistema de segurança, sendo que a acumulação de três falhas consecutivas
não deverá conduzir à perda da função de segurança. Deve ser considerada
como a categoria com o mais de elevado risco.
Tem como objetivo a DETECÇÃO de falhas (ou seja, as falhas não devem ser
apenas prevenidas, mas detectadas e corrigidas). Monitoramento e checagem
são as chaves destas 3 últimas categorias.

2.10 - Reduzindo o risco


Pode-se reduzir os riscos, por meio de 3 diferentes ações:

• Eliminar ou reduzir os riscos tanto quanto possível mediante a introdução


de modificações no design da máquina.
• Tomar as medidas de proteção necessárias, em relação ao que não pode
ser eliminado.
• Informar operadores para os riscos residuais, decorrentes de “ignorar”
medidas recomendáveis ou adotar atalhos para realizar o trabalho.

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Existe uma hierarquia entre as medidas que devem ser tomada quando a
eliminação do perigo não ocorre ainda na fase de projeto da máquina. São
elas:
(a) Adotar proteções de enclausuramento
(b) Utilizar proteções móveis ou dispositivos de proteção tais como cortinas
de luz, grades, etc.
(c) Utilizar ferramentas de proteção
(d) Fornecer informação, instrução, treinamento e supervisão

Vamos imaginar uma empresa, por exemplo, que tenha diversos tipos de
prensas sem quaisquer dispositivos de segurança. Para desenvolver um plano
de melhoria tendo em vista as possibilidades financeiras da empresa, o seu
plano contemplou inicialmente a colocação de comando bimanual em todas as
prensas, em seguida, a troca das válvulas de segurança e, finalmente, a
introdução de cortinas de luz. Mas, como as máquinas estavam em
funcionamento, os operários receberam treinamentos, informações e
supervisão especiais, concomitantemente às mudanças, pois eles estavam
expostos a situações de risco.

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