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Antes de mais nada, vamos refletir para que possamos compreender a razão da existência do
direito e a função que desempenha na sociedade.
Introdução:
O homem é um ser gregário e, desde os primórdios, vive muito próximo a outros da mesma
espécie.
Todos nós sabemos que com o decorrer do tempo surgem necessidades e estas devem ser
supridas.
Em regra, os seres humanos tendem a se adaptar às mais variadas situações. Lógico que o
convívio em sociedade pode trazer conflitos, diante das inúmeras atividades desenvolvidas no
nosso cotidiano.
Como grande transformador de tudo que o cerca, o homem acaba por influenciar a todos que
o rodeiam. Dessa forma, tornou-se indispensável normatizar as condutas diante do próprio
processo de evolução da sociedade.
Existem leis que a própria natureza determina e mesmo o homem, como animal racional, não
pode contestá-las. Tal como o nascimento, a morte etc.
Fizemos essa brevíssima evolução e também falamos do que se denomina direito natural (jus
naturalismo), ou seja, que advém da própria natureza, com leis que são alheias à vontade do
homem.
Daí o porquê de se falar em origem do direito e de várias escolas (filosofia) tentarem
demonstrar a sua existência, cada uma realçando seus conceitos.
Na realidade, cada sociedade em seu tempo necessita de suas próprias leis, regulamentos,
normas para adequá-las às suas necessidades oriundas dos fatos sociais que ocorrem
diariamente.
Antes mesmo de apresentarmos o conceito de direito, destacamos que a palavra direito
comporta vários significados dependendo do contexto em que estiver inserido.
Conceito de Direito:
“Conjunto de normas obrigatórias, emanadas por um poder competente, de caráter comum e
com força coercitiva”.
Seria esse o único conceito de Direito? A melhor resposta é não, uma vez que o vocábulo
Direito também pode significar:
a) Conjunto de regras jurídicas (Direito como norma ou no sentido objetivo);
b) Poder de um sujeito exigir a prestação de um dever por parte de outro (Direito subjetivo);
c) Ideal de justiça (Direito como justo);
d) Setor do conhecimento humano que investiga e sistematiza os fenômenos jurídicos (Direito
como Ciência ou ramo do conhecimento).
Com essas definições, podemos concluir que não há uma definição padronizada sobre Direito,
dependendo esta da visão daquele que o está conceituando, do sentido que quer dar ao
termo.
Sendo assim, pergunto: vocês já pararam para pensar que o direito está sempre presente em
nossa vida até mesmo nas coisas mais simples que fazemos? Não? Preste atenção.
Mesmo quando estamos em casa, podemos ter e temos situações que há necessidade de
invocar o direito, seja porque seu vizinho coloca a música muito alta, faz barulho até altas
horas da madrugada, ou mesmo quando vamos para a rua, quer ver?
Quando você pega o transporte público, compra um pãozinho na padaria, entre outras
situações. Você já pensou que você está celebrando vários contratos todos os dias?
As relações que mantemos com os demais membros da sociedade podem repercutir no
universo jurídico, pois passam a interessar diretamente ao direito.
Imaginemos uma pessoa ou várias pessoas nas quais mantemos uma relação de
conhecimento, amizade, colegas de trabalho, de universidade, enfim. A princípio estas
relações não têm interesse para o direito e, sim, como veremos a seguir, para as regras de
trato social.
Exemplo
Seu direito foi violado, você tem direito a pedir uma indenização etc.
Dessa forma, vamos expor alguns conceitos de direito para comprovar o que foi dito,
conforme os exemplos a seguir.
Deixarei para vocês duas indagações: Será que se eu mantiver uma simples relação de amizade
com alguém ela interessa diretamente para o direito? Agora, será que se com essa mesma
pessoa, além da relação de amizade, eu quiser alugar um imóvel na qual ela é proprietária, vai
interessar ao direito? Depois voltaremos a essa questão. Enquanto isso, reflitam sobre o que
nós conversamos.
Por tudo que falamos até agora, surgiu então o que denominamos de Direito Positivo, ou seja,
o direito escrito. É muito importante, pois trata-se de um conjunto de normas previstas num
determinado ordenamento jurídico, estabelecendo regras de conduta na sociedade.
Direito e moral são instrumentos de controle social que não se excluem, antes, se completam
e mutuamente se influenciam, tendo em comum uma base ética; uma idêntica origem, pois
ambos são regras de conduta e comportamento; ambos têm por escopo o
bem-estar dos indivíduos, não obstante cada qual tenha seu objetivo próprio.
Direito e Moral “são conceitos que se distinguem, mas que não se separam”.
Para finalizarmos o tema, cabe destacar que o grande diferencial do direito e os demais
instrumentos de controle é justamente a coercibilidade - “coercível”, pois há a possibilidade de
se invocar o uso da força para a execução da norma jurídica; significa a possibilidade de um
agir “forçado”, justamente a segunda função do direito.
FONTES DO DIREITO
Conceito de fonte:
Fonte é, assim, o lugar de onde provém alguma coisa.
Neste caso, o que se faz primeiro é procurar se o caso concreto se enquadra na Lei. Verifica-se
que a Lei é omissa, não trata do caso concreto, a Lei tem lacuna, não regulamenta o caso
concreto.
O direito não tem lacuna, pois não é conjunto de Leis, é um conjunto de normas jurídicas.
Quando a fonte principal é omissa, nós realizamos a integração do direito, que é o uso das
fontes acessórias.
Analogia:
É um processo lógico pelo qual a lei é aplicada a um caso não diretamente regulamentado
nela, mas semelhante. Quando a Lei é omissa, vamos olhar se esta Lei trata de uma situação
parecida com que outra lei trata, aí, aplica-se a outra lei por analogia. No exemplo acima,
enquadramos a Lei de sociedades, aquela que trabalhou, não conseguiria nada se a outra não
tivesse ao seu lado apoiando. A doutrina entende que no caso de união entre homossexuais, a
Lei de Sociedades deve ser usada, não sociedade de direito, mas como uma sociedade de fato.
Costume:
É a prática reiterada de um comportamento com a convicção de sua necessidade.
Ex: cheque pré-datado, ou melhor, pós-datado. Surgiu da necessidade do cotidiano do
mercado para atrair o comprador, uma forma de melhorar as vendas. Não há lei
regulamentando, mas é aceito por todos e por todos é respeitado.
Princípios:
São premissas étnicas que pairam sobre a sociedade. São os valores que existem na sociedade
– certo e errado - (direito natural). O juiz, quando não enquadra o caso concreto a nenhuma
das fontes formais acessórias, utiliza esses sentimentos que estão na sociedade para julgar.
Segundo alguns, o conjunto destes princípios forma o chamado direito natural, porque é o
direito inerente a qualquer sociedade.
Normas jurídicas:
Normas jurídicas são a norma geral e abstrata editadas pela autoridade soberana e dirigidas à
obediência de todos.
Traduzindo - Significa dizer que são geral e abstrata porque são dirigidas a todos
indiscriminadamente, que vêm de uma autoridade com poder para editar a norma e todos
devem obedecer.
a) Generalidade – tal característica indica que toda norma jurídica é aplicável a todos, de forma
indistinta, dando suporte ao princípio da isonomia, segundo o qual todos são iguais perante a
lei.
Fato Natural – é o fato que não repercute na esfera do jurídico, ou seja, não gera efeitos no
mundo do Direito. É o acontecimento não regulamentado pelo Direito. O fato natural,
juridicamente, é nada. Ex: O aluno dormiu na sala de aula. Esse fato é natural, pois não gera
efeitos jurídicos.
Ato jurídico licito – delineia quase que inteiramente a forma, os termos e os efeitos do ato,
restando ao agente pouca margem deliberativa.
Ex: Reconhecimento de partenidade
Negocio Jurídico – Tem um campo mais amplo de deliberação e os efeitos ocorrem da vontade
dos agentes, uma vez que estes podem criar, modificar direitos, estabelecer termos ao ato, e
indicar as decorrências ou consequências, naturalmente dentro da lei.
Ex: Contratos, são negócios jurídicos que decorem da manifestação das partes
Mas o que é uma pessoa jurídica e quando ela adquire personalidade jurídica?
Pessoa jurídica
Consiste num conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade jurídica própria e
constituído na forma da lei. Conforme o artigo 40 do Código Civil brasileiro de 2002, as pessoas
jurídicas (admitidas pelo Direito brasileiro) são de direito público (interno ou externo) e de
direito privado. As primeiras encontram-se no âmbito de disciplina do direito público, e as
últimas, no do direito privado.
A pessoa jurídica adquire personalidade após a reunião das pessoas físicas que dela vão fazer
parte, elaboram o seu estatuto ou contrato social e levam para registrá-lo.
Objeto: O objeto é o conteúdo da vontade. Não adianta nada ter pessoa, se a pessoa não tiver
vontade com conteúdo.
Forma: É o sinônimo de modo, que é o meio de externar a sua vontade.
Ausente um destes elementos, o negócio jurídico é inexistente.
O objeto deve ser possível fisicamente. Isto significa que ele é passível de ser realizável.
Ex.: Se eu te peço para ir andando até à lua em troca de R$1000.000,00, é impossível
fisicamente e o negócio jurídico é inválido e nulo (artigo 166 CC/2002).
O objeto deve conter os três elementos. Se não for, estará ausente o requisito e o negócio
jurídico será inválido e nulo (artigo 166 CC/02).
Excepcionalmente a lei exige a forma, ela diz o meio que se deve usar a forma. Ela prescreve a
forma por dois motivos. O primeiro é porque ela quer tornar o ato mais sério, ela quer tornar o
ato mais solene.
Ex: temos a doação. Ela deve ser celebrada por escrito, para que depois a pessoa não se
arrependa. Dou a minha roupa e depois te vejo com a roupa na rua, acho bonita, e tenho
vontade tê-la de volta.
Tem um segundo motivo da lei prescrever a forma, é para provar o negócio jurídico, devendo
ser provado por uma forma.
Ex.: É o que ocorre no estacionamento. Para provar que cheguei com o carro, tenho que ter o
ticket do próprio estacionamento na saída.
Relação jurídica:
Direito, Regras de vida em sociedade, relação entre homens.
- Percebemos que temos o direito tutelando as regras em sociedade das relações dos homens
nesta mesma sociedade.
Partindo dessa ideia inicial, não há dúvida de que todo relacionamento que ocorre na
sociedade se dá em virtude de certos fatos ou acontecimentos que podem ser da própria
vontade do homem ou até mesmo involuntário.
Somente algumas das relações sociais interessam ao direito, ou seja, aquelas que, de alguma
forma, criaram, modificaram ou até mesmo extinguiram os direitos.
Você não se esqueceu da nossa pergunta, não é? Quantos contratos você celebrou hoje?
Certamente inúmeros.
Desde seu nascimento até a morte, o homem se acha envolvido em imensa teia de relações
sociais, muitas das quais lhe impõem direitos e deveres.
Direitos ele já os possui mesmo antes do nascimento, como se observa no direito à vida
(CF, art. 5º, caput, XLVII, (a)) e outros, de natureza patrimonial (compra e venda de um imóvel,
de um veículos etc...) (CC, art. 4º).
Ao longo de sua vida, o homem vai se envolvendo em relações de natureza pessoal, familiar,
patrimonial ou econômica, que o fazem ingressar plenamente na ordem jurídica, de modo a
ser absorvido por esta.
Daí a oportuna colocação de Giorgio Del Vecchio, de que a sociedade é, antes de mais nada,
um complexo de relações. Imperioso observar, a esta altura, que, dentre a gama infinita de
relações sociais, destaca-se uma espécie que interessa, diretamente, à preservação da ordem
social, e que tutela um mínimo ético de conveniência, a bem da própria preservação da
sociedade. Nesta hipótese estamos nos referindo à relação jurídica.
Conceito:
A relação jurídica pode ser conceituada, no plano objetivo, como toda relação social
disciplinada pelo Direito e, no plano subjetivo, como o vínculo entre dois ou mais indivíduos
dotados de obrigatoriedade.
Para o conceituado doutrinador Orlando Gomes, a relação jurídica pode ser encarada sob dois
aspectos, assim: "No primeiro, o vínculo entre dois ou mais sujeitos de direito que obriga um
deles, ou os dois, a ter certo comportamento, ou, simplesmente, o poder direto de uma
pessoa sobre uma determinada coisa. No segundo, é o quadro no qual se reúnem todos os
efeitos atribuídos por lei a esse vínculo ou a esse poder. Em outras palavras, é o conjunto dos
efeitos jurídicos que nascem de sua constituição, consistentes em direitos e deveres - com
estes, entretanto, não se confundindo". Mais adiante: "... a relação jurídica tem como
pressuposto um fato que adquire significação jurídica se a lei o tem como idôneo à produção
de determinados efeitos, estatuídos ou tutelados. Assim, todo evento já é um acontecimento
natural, uma ação humana, converte-se em fato jurídico, se em condições de exercer essa
função".
Espécies:
Complexa - quando, numa relação jurídica, os direitos e deveres das partes são recíprocos. Ex:
contrato de trabalho.
Simples - quando apenas uma das partes tem direito, e a outra obrigações. Ex: doação com
encargo (o bem só será seu se você fizer o que está determinado).
Relação jurídica de direito público - quando num dos polos da relação jurídica acha-se o
Estado, dotado de seu poder de império.
Exemplos: convocação para o serviço militar, eleições ou cobrança de impostos etc.
Todavia, se o Estado participa da relação despojado de seu poder de império, haverá relação
jurídica de direito privado.
Exemplo: locação de um imóvel.
Os Elementos da Relação Jurídica
A "relação jurídica" destina-se a fornecer-nos uma fórmula para melhor compreender o modo
de subjetivação das normas jurídicas, isto é, o modo como atua a regulamentação da lei sobre
a vida social. A vida social é naturalmente uma sucessão de fatos; a relação jurídica não pode,
por isso, considerar-se estaticamente, mas na sua dinâmica; a vida social é movimento e
mutação e este dinamismo reflete-se no nascimento, modificação e extinção das relações
jurídicas.
O conteúdo da relação jurídica é constituído pelo direito subjetivo, que a norma assegura, e
pelo correspondente dever que impõe.
Como elementos da relação jurídica são de indicar:
O direito subjetivo e o dever jurídico são um poder e um dever de certas pessoas que estão
entre si em relação: sujeito ativo, o titular do direito; sujeito passivo, o titular do dever.
Relação jurídica de direito público - quando num dos polos da relação jurídica acha-se o
Estado, dotado de seu poder de império.
Exemplos: convocação para o serviço militar, eleições ou cobrança de impostos etc.
Todavia, se o Estado participa da relação despojado de seu poder de império, haverá relação
jurídica de direito privado.
Exemplo: locação de um imóvel.
Os Elementos da Relação Jurídica
A "relação jurídica" destina-se a fornecer-nos uma fórmula para melhor compreender o modo
de subjetivação das normas jurídicas, isto é, o modo como atua a regulamentação da lei sobre
a vida social. A vida social é naturalmente uma sucessão de fatos; a relação jurídica não pode,
por isso, considerar-se estaticamente, mas na sua dinâmica; a vida social é movimento e
mutação e este dinamismo reflete-se no nascimento, modificação e extinção das relações
jurídicas.
O conteúdo da relação jurídica é constituído pelo direito subjetivo, que a norma assegura, e
pelo correspondente dever que impõe.
Como elementos da relação jurídica são de indicar:
O direito subjetivo e o dever jurídico são um poder e um dever de certas pessoas que estão
entre si em relação: sujeito ativo, o titular do direito; sujeito passivo, o titular do dever.
Objeto
Objeto da relação jurídica é o próprio objeto do direito subjetivo, são as coisas ou utilidades
sobre que incide o interesse legítimo do sujeito ativo a que se refere o dever do sujeito
passivo.
O Fato Jurídico
A relação jurídica é como que o fenômeno jurídico mais simples na complexidade da vida
jurídica; esta será composta de relações jurídicas, duma multiplicidade inesgotável de relações
jurídicas, que nascem, se transformam
e se extinguem. Os fatos jurídicos são os fatos que dão origem à constituição de uma relação
jurídica (fatos constitutivos), à modificação de uma relação jurídica (fatos modificativos) ou à
extinção de uma relação jurídica (fatos extintivos).
A Garantia
O nome dado a este elemento da relação jurídica revela o propósito primacial de análise das
relações de direito privado. O direito caracteriza-se pela coercibilidade que acompanha os seus
preceitos. À infração dos deveres que as normas jurídicas impõem, segue-se um procedimento
sancionatório, a aplicação de sanções jurídicas. A sanção em matéria de direito privado não
atua geralmente por iniciativa direta do Estado, mas a solicitação dos titulares dos
correspondentes direitos subjetivos.
E toma sobretudo a forma de uma reparação, da garantia de obter coativamente a realização
do interesse reconhecido por lei, ou indenização equivalente.
Só para finalizar, na verdade, quando você pegou o transporte público, celebrou um contrato
de transporte, porque o transportador tem como obrigação levá-lo ao seu destino ileso. E
quando compra o cafezinho, realiza um contrato de compra e venda.
Embora simplórios os nossos exemplos, foram para demonstrar que as nossas relações, os
fatos do nosso cotidiano estão tutelados pelo direito. Em ambos os casos você celebrou um
negócio jurídico.
Elementos do Estado/País
Território - o território ou solo é o pedaço de chão no qual o Estado ou País se organiza.
População - a população ou povo é o conteúdo humano do Estado, é o conjunto de pessoas
que vive nele.
Governo soberano - diz-se que um governo é soberano quando possui personalidade
internacional, quando dispõe do poder máximo dentro de seu território.
Portanto, o único poder teoricamente ilimitado é aquele que advém do povo e foi revelado
pelo chamado Poder Constituinte.
Conceito de Constituição:
A Constituição é a lei maior de um Estado, sendo superior a todas as outras leis. É como se nós
tivéssemos uma pirâmide e nela, lá no alto, estivesse a nossa Constituição e as demais leis
dentro de sua esfera de competência abaixo dela.
1-Constituição e emendas
2-Leis complementares, leis ordinárias, delegadas e medidas provisórias
3-Decretos
4-Portarias e resoluções
Na realidade, a Constituição Federal aborda a maneira como o Poder será exercido, por quem
será exercido e em que momento, ou seja, ela é quem organiza politicamente o Estado.
Finalidades da Constituição
2) Da Organização do Estado/País:
Diz-se que um Estado é unitário quando nele todo o poder de governo se concentra em uma
esfera: a nacional. São exemplos de Estados unitários: Portugal, França, Bélgica.
O Estado é federal quando, em seu território, coexistem duas órbitas de poder público: a
federal e a local.
O Brasil adotou a forma republicana de governo, o sistema presidencialista de governo e a
forma federativa de Estado.
Outras características:
• Descentralização política – a própria constituição estabelece núcleos de poder político,
estabelecendo autonomia para os referidos entes;
Para iniciarmos o estudo, é necessário que você acompanhe lendo a Constituição nos artigos
indicados para melhor compreensão
A Constituição, logo na introdução, declara, através dos membros da Assembleia Nacional
Constituinte, o resumo do pensamento que guiou todo o trabalho de elaboração, e afirmando
que, reunidos para instituir um Estado Democrático, a promulgam; os 245 artigos e centenas
de incisos da Lei Magna.
Veja que o artigo 2º da CRFB/88 dispõe sobre os poderes que compõem a nossa federação, ou
seja, os poderes LEGISLATIVO, EXECUTIVO E JUDICIÁRIO.
Cabe aqui fazermos uma observação: na verdade, eles possuem funções que são próprias a
cada esfera de poder, mas também exercem outras funções, realizadas pelos outros poderes,
dentro do âmbito de sua competência para a prática de seus atos.
Composição do Legislativo
Congresso Nacional, Senado Federal e Câmara dos Deputados
(Brasília)
Composição do Executivo
Federal - Presidente da República
Estadual – Governadores
Municipal – Prefeitos
Composição do Jurídico
IV- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
LEGISLATIVO
FUNÇÃO TÍPICA
a)Legislar;
b)Fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Executivo.
FUNÇÃO ATÍPICA
a) Natureza executiva: ao dispor sobre sua organização, provendo cargos, concedendo férias,
licenças a servidores etc.
b) Natureza jurisdicional: o Senado julga o Presidente da República nos crimes de
responsabilidade (art. 52, I, CRFB/88).
EXECUTIVO
FUNÇÃO TÍPICA
Práticas de atos de chefia de Estado, chefia de governo e atos de administração.
FUNÇÃO ATÍPICA
a) Natureza legislativa: o Presidente da República, por exemplo, adota medida provisória, com
força de lei (art.62, CRFB/88).
b) Natureza jurisdicional: o Executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos.
JUDICIÁRIO
FUNÇÃO TÍPICA
Julgar (função jurisdicional), dizendo o Direito no caso concreto e dirimindo os conflitos que
lhe são levados, quando da aplicação da lei.
FUNÇÃO ATÍPICA
a) Natureza legislativa: Regimento Interno de seus Tribunais (art. 96, I, “a”, da CRFB/88).
b) Natureza executiva: administra ao conceder licenças e férias aos magistrados e
serventuários (art. 96, I, “f”, da CRFB/88).
Por exemplo:
• O inciso primeiro dispõe sobre a independência que nos leva à ideia de autonomia do Brasil.
• O inciso segundo dispõe sobre os direitos humanos, são os direitos e liberdades básicos de
todos os seres humanos.
• Já inciso terceiro, aborda a autodeterminação dos povos, quer dizer que os povos são livres e
são governados como melhor lhes convier.
• O inciso quarto ressalta a não intervenção, nenhum país poderá intervir em outro.
• O inciso quinto dispõe sobre a igualdade entre os Estados, ou seja, um tratamento igual
entre os países.
• O inciso sexto aborda a defesa da paz, quer dizer, única e exclusivamente manter a paz.
O inciso sétimo, que dispõe sobre a solução pacífica dos conflitos, nos remete à ideia de
diplomacia na solução de eventuais conflitos. O Ministério das Relações Exteriores, também
conhecido como Itamaraty, é o órgão do poder executivo responsável pelo assessoramento do
Presidente da República na formulação, desempenho e acompanhamento das relações do
Brasil com outros países e organismos internacionais. As prioridades da política externa são
estabelecidas pelo Presidente da República.
O inciso oitavo aborda o repúdio ao terrorismo e ao racismo, não há dúvidas de que é
atentatório e contrário a tudo que se deseja: a liberdade, a paz e os direitos individuais.
O inciso nono dispõe sobre cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, ajuda
mútua para o desenvolvimento de todos.
O inciso dez dispõe sobre a concessão de asilo político, ou seja, a hipótese do Brasil abrigar
pessoas oriundas de outros países, perseguidas pelos mais variados motivos, sejam eles
políticos, religiosos etc...
Logo depois, no parágrafo único, já deixava clara a intenção de uma maior integração na
América do Sul, vindo posteriormente a ser criado o Mercosul.
Para compreensão da nossa aula 3, precisamos conhecer dois aspectos essenciais. O primeiro
deles é identificar e delimitar os direitos fundamentais, enquanto que o segundo é diferenciar
os direitos das garantias.
Pessoas com os mesmos direitos ou com os mesmos deveres devem ser tratadas da mesma
maneira; pessoas com direitos e deveres desiguais terão tratamento que lhes corresponda.
Para a Constituição, não há distinção entre as pessoas em razão do sexo, da cor, da raça, da
religião, da opinião política, da profissão, etc. Todos devem ter as mesmas oportunidades na
sociedade.
O Princípio da Legalidade
Nossa Constituição consagrou o princípio da legalidade uma vez que o seu art. 5°, inciso II,
prevê: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei”.
Esse dispositivo caracteriza o Estado Democrático de Direito que impõe o respeito à lei. Por
isso, obriga os governados a fazer ou deixar de fazer alguma coisa somente em virtude por
meio de leis estabelecidas pelo legislador.
Liberdade de locomoção em tempo de paz
Em tempo de paz, qualquer pessoa poderá circular livremente pelo território nacional.
Inviolabilidade da moradia
Através desse direito temos assegurado que ninguém poderá entrar em nossa residência sem
o nosso consentimento, em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou
durante o dia por determinação judicial.
Habeas corpus:
Esse remédio constitucional é uma figura de direito que tem por pressuposto garantir a
liberdade de ir e vir da pessoa contra atos ilegais ou arbitrários do coator.
Embora seu nome seja em latim, a sua origem é inglesa, tendo surgido com a Carta Magna
Britânica de 1215. No Brasil, foi introduzido pelo Código de Processo Criminal de 1832 e,
posteriormente, em 1891, inserido na Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil.
Na nossa Constituição em vigor está disciplinado no artigo 5º, inc. LXVIII: “conceder-se-á
habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.
Como base nessa disposição legal podemos conceituá-lo como uma ação penal de natureza
constitucional cuja finalidade é prevenir ou sanar a ocorrência de violência ou coação na
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa, homem, mulher, maior, menor,
capaz, incapaz, nacional, estrangeiro, não exigindo sequer que tenha capacidade postulatória
(não precisa ser advogado).
Esse remédio constitucional será impetrado contra ato de qualquer agente, no exercício de
função pública. Assim, sempre que alguém atuar em nome do Estado e, nesta qualidade,
constranger ilegalmente a liberdade de outrem caberá o habeas corpus.
Do inciso LXVIII também podemos identificar as espécies de habeas corpus:
- Preventivo - quando o paciente estiver sob ameaça de violência ou coação ilegal. Nesta
modalidade, cabe esclarecer que o paciente será aquele a quem o habeas corpus se destina e
isso pode ser diferente de quem o está impetrando.
- Liberatório ou Liberativo ou Repressivo – quando a violência ou a coação ilegal já tiver sido
praticada.
O legislador constituinte visando facilitar a utilização desse remédio constitucional garantiu
que “são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania” (inciso LXXVII, do art. 5°).
Habeas Data
Este remédio constitucional foi uma inovação trazida em nossa Carta Magna de 1988 pelo
legislador que o destinou a defender os direitos do cidadão quanto à divulgação de
informações pessoais, de qualquer natureza, por entidades públicas ou privadas.
O inciso LXXII, do art. 5º, disciplina que “conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo”.
Habeas Data
Desse dispositivo legal, vemos que o legislador constituinte não assegurou apenas o
conhecimento das informações como também o direito de utilizar o remédio para correção
dos dados referentes à pessoa.
Com o objetivo de torná-lo acessível, também forneceu gratuidade para a ação de habeas
data.
Esse remédio constitucional foi regulado pela Lei 9.507, de 12 de novembro de 1997,
disciplinando o direito de acesso a informações e o seu rito processual.
Mandado de Segurança
Habeas Data
Desse dispositivo legal, vemos que o legislador constituinte não assegurou apenas o
conhecimento das informações como também o direito de utilizar o remédio para correção
dos dados referentes à pessoa.
Com o objetivo de torná-lo acessível, também forneceu gratuidade para a ação de habeas
data.
Esse remédio constitucional foi regulado pela Lei 9.507, de 12 de novembro de 1997,
disciplinando o direito de acesso a informações e o seu rito processual.
Diferente do que o ocorre no mandado de segurança individual, no qual a parte que teve o
direito líquido e certo violado que terá legitimidade para interpor, no coletivo o legislador
constituinte legitimou as seguintes pessoas:
“LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
Mandado de Injunção
Esse remédio constitucional visa à preservação de direito não amparado por mandado de
segurança, na hipótese de ausência de norma regulamentadora que inviabilize o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania, como podemos ver no texto constitucional:
Art. 5º, inciso LXXI: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”.
Dessa disposição legal conseguimos compreender a sua extensão e seu pressuposto. O
mandado de injunção visa por em prática direitos fundamentais concedidos pelo legislador
constituinte.
O seu pressuposto é a ausência de uma norma regulamentadora.
Ação Popular
O legislador constituinte disciplinou no artigo 5º, inciso LXXIII, que “qualquer cidadão é parte
legítima para propor ação popular que visa a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência”.
Com base nessa disposição legal, podemos conceituar a ação popular como um instrumento
posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos
administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual ou municipal, ou ao
patrimônio de autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com
dinheiro público.
Os requisitos para sua interposição também podem ser extraídos da disciplina constitucional:
a) só pode ser proposta por cidadão brasileiro, ou seja, os eleitores que estejam em dia com
as suas obrigações eleitorais;
b) ilegalidade na formação ou no objeto do ato;
c) lesividade ao patrimônio público (erário, moralidade, meio ambiente, etc.).
Mediação
A Mediação é a autocomposição das partes em que a solução é dada pelas partes, de acordo
com seus interesses. Aproxima as partes e pressupõe barganha e é aplicável em todos os
conflitos e alguns casos na esfera penal. Pode ser interrompida a qualquer tempo. É um
método não adversarial com cooperação entre as partes e controle total delas quanto ao
procedimento. As partes se beneficiam com a decisão tomada e existe previsibilidade da
decisão. Todos de beneficiam com a decisão tomada, porque é baseada nos interesses, não
incidindo a lei nem a jurisprudência. As partes resolvem ou conduzem o conflito.
No enfrentamento permanente, não é possível que ambas as partes ganhem, fato que não
ocorre na Mediação, já que na mesma pressupõe uma negociação cooperativa.
As formas de discussão na mediação são diferentes das tradicionais, pois se deve olhar o hoje,
falando francamente com o outro, enfrentando o problema, esclarecendo os interesses e
inventando opções.
O Mediador não pressionará nem aconselhará os mediados. Ele deve usar técnicas para que as
partes envolvidas encontrem a solução para o seu problema, de modo que os dois saiam
satisfeitos.
Aula 4
Direito de família - o casamento, união estável e o concubinato
Aula 5: Direito de Família - Poder Familiar, Proteção dos Menores, Incapazes e da Mulher
Tutela
Tutela é o poder conferido a uma pessoa capaz, por meio de uma decisão judicial, para reger a
pessoa de um incapaz e administrar seus bens. Lembra-se do artigo 1728?
Artigo 1.728. Os filhos
menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.
Trata-se de uma medida que visa suprir o poder familiar. Em consonância com o
artigo 36 do ECA, na hipótese de ser deferida a tutela, pressupõe-se a prévia decretação da
perda ou suspensão do poder familiar.
Caráter dúplice
Nota-se que a tutela possui um caráter dúplice na lição de Roberto João Elias: “proteger
pessoa do incapaz e administrar seus bens.” Isso quer dizer que na falta de seus genitores
(pela destituição do poder familiar ou pela morte), deverá ser nomeado um tutor para cuidar
dos interesses do menor, até que este tenha condições de praticar os atos da vida civil. Dito
isso, temos três tipos de tutela no nosso ordenamento jurídico: Testamentária, Legítima e
Dativa, às quais exporemos a seguir:
1- Testamentária
(arts. 1.729 e 1.730, CC): ocorre quando o tutor é nomeado pelos pais conjuntamente através
de testamento ou documento autêntico (perante o tabelião ou com reconhecimento de firma).
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento
autêntico.
Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não
tinha o poder familiar.
2- Legítima (art. 1.731, CC): quando recai sobre parentes consanguíneos do menor na falta de
tutor nomeado pelos pais.
Há nessa hipótese uma ordem de preferência (ascendente, colaterais), que poderá ser deixada
de lado em beneficio da criança ou adolescente por questão de afinidade ou afetividade,
lembrando que o desejo é o que for melhor para
o menor.
3- Dativa (art. 1.732, CC): Quando o tutor for nomeado pelo juiz nas hipóteses de exclusão,
recusa ou remoção por idoneidade do tutor.
O nosso código civil elenca do artigo 1735 aqueles que são incapazes de exercer a tutela.
Contudo, devemos lembrar que o rol é meramente exemplificativo e que não faz distinção
entre as causas de impedimento e as causas de exclusão do exercício da tutela.
É importantíssimo ressaltar que somente aqueles que estiverem na livre administração de seus
bens, que não tenham obrigações para com o menor, os inimigos do menor ou de seus pais, os
excluídos por testamento não poderão exercer a tutela.
E mais, também estão impedidos os que foram condenados por crime de furto ou de roubo,
estelionatos, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena (ver
art. 1735 CC).
Percebemos que a intenção do nosso ordenamento é resguardar os interesses do menor, de
todas as formas, para tentar evitar qualquer tipo de violação aos seus direitos.
Assim, observamos que o nosso código civil trata das hipóteses de destituição da tutela,
faremos referência à remição dos artigos 38 e 24 do ECA e um breve comentário acerca das
hipóteses que poderão ser destituídas.
Da Duração do Trabalho
Art. 411 - A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições legais relativas à
duração do trabalho em geral, com as restrições estabelecidas neste Capítulo.
Muito oportuno, Roberto João Elias, citando Walter Moraes, no sentido de que a destituição
da tutela implica em extinguir inteiramente o vínculo pessoal e jurídico da família com o
pupilo, só restando a responsabilidade de ordem patrimonial, sendo necessária outra relação
de proteção ao menor, análoga ao pátrio poder, caso contrário, o menor ficará sob tutela do
Estado.
Não precisa nem mesmo nos estender para percebermos que a preocupação do nosso
legislador é de zelar pela assistência moral e material, sem esquecer que também inclui aqui a
pessoa, o patrimônio, a educação, pois sem sombra de dúvida são cuidados extremamente
necessários para o menor (criança e adolescente), ainda em desenvolvimento.