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01/09/2019 As dinâmicas ofensivas do jogo de linha-goleiro - Pedagogia do Futsal

Biografia Pedagogia do Treino Senso Crítico   Store Contato Idiomas 1

As dinâmicas ofensivas do jogo de linha-goleiro

Wilton Santana

Num artigo recente, intitulado “A variedade tática do jogo de linha-goleiro”, identi quei
alguns desenhos táticos (posicionamentos) utilizados por equipes de alto rendimento no futsal.
Igualmente, a rmei que, embora variados, a diferença mesmo estaria na dinâmica ofensiva
desenvolvida nesse momento do jogo, ou seja, nos movimentos táticos exibidos, em como os
jogadores se comportam.

Nesse sentido, percebo que há, ao menos, dois tipos de raciocínios táticos mais recorrentes.
Um que investe na circulação da bola acompanhada da in ltração de algum jogador da 1alinha
ofensiva atrás da 1alinha defensiva. Esse jogador pode ser o do centro, como neste exemplo:

O jogador in ltra pelo centro, depois de passar a bola para a ala.


 

Ou pode ser o jogador vindo da ala, como neste exemplo:

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Há dois modos mais comuns de se in ltrar: depois de fazer o passe para o centro ou, como
nesse caso, quando a bola está com o ala oposto.
 

Em ambos os casos, o que se pretende é desequilibrar a defesa enquanto a bola circula,


obrigando-a a se ajustar constantemente. O fato é que a mobilidade dos jogadores e da bola obriga
os defensores a distribuir atenção entre a bola, quem in ltra e as opções de passe de quem porta a
bola.

Boas opções de passe para quem tem a bola: atacar a área, passar para quem in ltra,
recomeçar o ataque.
 

Outra ideia seria a de investir na circulação da bola, mas iniciando com um jogador postado
sobre a última linha defensiva, como nestes exemplos:

O jogador faz pivô sobre o último defensor do losango.


 

O jogador faz pivô sobre a 2a linha defensiva do quadrado.


 

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Nesse caso, se deveria ter um jogador habilidoso jogando de costas, com muitos recursos
técnicos como pivô, que incomodasse, de forma contumaz, os jogadores da última linha defensiva.
Se assim fosse, acioná-lo quase sempre signi caria uma boa oportunidade de terminar o ataque.
Trata-se de um ataque com ênfase na circulação de bola mais do que na mobilidade dos jogadores.

 Haveria, ainda, uma terceira possibilidade, a que mais me agrada, e que se constituiria numa
combinação entre as anteriores: jogo de pivô e in ltração, como nestes exemplos:

Posicionando-se baixo, o jogador atua como um pivô de referência.


 

Posicionando-se alto, o pivô atua como um armador.


 

Nesse caso, circula-se a bola e diversi ca-se o papel tático de quem iniciou postado – ora
en ado, ora subindo.

Seguramente, há uma complexidade tática considerável nessas dinâmicas ofensivas. Há,


inclusive, princípios táticos que diferem de treinador para treinador, muitas vezes, para o mesmo
desenho tático. Mas, modo geral, é o que consigo extrair do que acompanho no futsal
contemporâneo.

Na prática

Diria que o treinador precisa treinar sistematicamente como pretende atacar, exercitando
seus princípios táticos. Os desenhos de treino poderiam perpassar 5X4 (com oposição), 5X0 (sem
oposição) e, até mesmo, com menos jogadores, em menor complexidade, quando se pretende
enfatizar subprincípios do sistema (por exemplo, passe de primeira quando a bola chegar no fundo
da quadra, etc.).

Sugeriria, igualmente, que o sistema fosse exercitado nos jogos. Seria um modo inteligente de
ajustá-lo – o ataque precisa “sofrer” para evoluir. Por isso, e também pelo fato de o aspecto
emocional estar imbricado com o comportamento decisional, se deveria obter êxito nessa
utilização, de modo que os jogadores pudessem imprimir um sentimento positivo a isso. Êxito
signi ca fazer o que se treina e agredir a meta adversária, aumentando o volume de ataques
terminados e não, necessariamente, fazer gols. É preciso “sentir” que o sistema funciona.

Então, que atento: produza um sistema que seja perigoso para o adversário e que imprima
um sentimento de segurança para quem ataca! Para tanto, selecione os jogadores certos,
posicione-os (desenho) e deixe claro “o que” fazer (dinâmica). Essa organização, somada a
regularidade tática conquistada ao longo do processo, seriam o antídoto para enfrentar o caos
desse momento, quando os jogadores decidirão a partida, o que implica em se ter coragem para
arriscar e criatividade para improvisar, auto-organizando-se diante dos imprevistos.

Wilton é treinador nível 3 CBFS.

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1 Comentário

Edvan Eduardo disse:


4 de Maio de 2018 às 06:34

Ótima análise professor !!

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