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1- Organização do Trabalho

A organização do trabalho define quem faz o que, como e em quanto tempo. É a divisão dos homens e
das tarefas, principalmente nas empresas, .
 
Esforço Físico
As Normas relativas à Ergonomia (NR-17) compõem-se de seis tópicos:
  17.1 - Visa adaptar o trabalho ao homem
  17.2 - Levantamento, transporte e descarga de materiais
  17.3 - Mobiliário dos postos de trabalho
  17.4 - Equipamentos dos postos de trabalho
  17.5 - Condições ambientais de trabalho e
  17.6 - Organização do trabalho

Transporte manual de cargas

O transporte manual de cargas é uma das formas de trabalho mais antigas e comuns, sendo responsável
por um grande número de lesões e acidentes do trabalho. Estas lesões, em sua grande maioria, afetam a
coluna vertebral, mas também podem causar outros males como, por exemplo, a hérnia escrotal.

A figura ao lado mostra a técnica correta para o levantamento de cargas (caixa, barra, saco, etc.). O joelho
deve ficar adiantado em ângulo de 90 graus. Braços esticados entre as pernas. Dorso plano. Queixo não
dirigido para baixo. Pernas distanciadas entre si lateralmente. Carga próxima ao eixo vertical do corpo.
Tronco em mínima flexão.

Na figura da direita, a técnica indicada para a movimentação lateral de carga (no caso, um barril) é a
seguinte: posição dos pés em ângulo de 90 graus, para evitar a torção do tronco. No outro croqui, em que o
modelo carrega uma caixa, o porte da carga é feito com os braços retos (esticados), de modo a obter menor
tensão nos músculos dos mesmos.
A movimentação manual de cargas é cara, ineficaz (o rendimento útil para operações de levantamento é da
ordem de 8 a 10%), penosa (provoca fadiga intensa) e causa inúmeros acidentes. Portanto, sempre que
possível, deve ser evitada ou minimizada.

A mecanização das atividades pode ser feita com o emprego de: polias, transportadores de correia, talhas
empilhadeiras, carrinhos de transporte, elevadores, guindastes, pontes-rolantes, etc. A foto à esquerda
mostra uma pilha de sacas sendo içadas por meio de cabos acionados por guindaste (que não aparece).

É claro que o uso desses equipamentos representa um custo de investimento, razão porque devem ser
adquiridos e empregados apenas quando forem constantemente utilizados. A figura da direita apresenta
uma esteira rolante ou transportador de correia, muito usado no manuseio de sacas e outros materiais.

Recomendações gerais para o transporte manual de cargas

  Evitar manejo de cargas não adequadas ao biotipo, à forma, tamanho e posição;


  Usar técnica adequada em função do tipo de carga;
  Procurar não se curvar; a coluna deve servir como suporte;
  Quando estiver com o peso, evite rir, espirrar ou tossir;
  Evitar movimentos de torção em torno do corpo;
  Manter a carga na posição mais próxima do eixo vertical do corpo;
  Procurar distribuir simetricamente a carga;
  Transportar a carga na posição ereta;
  Movimentar cargas por rolamento, sempre que possível;
  Posicionar os braços junto ao corpo;
  Usar sempre o peso do corpo, de forma a favorecer o manejo da carga;

Pegado (1991) considera que a Ergonomia tem os seus objetivos centrados na humanização do trabalho e
na melhoria da produtividade. As condições de trabalho incluem todos os fatores que possam influenciar na
performance e satisfação dos trabalhadores na organização. Isso envolve o trabalho específico, o ambiente,
a tarefa, a jornada de trabalho, o horário de trabalho, salários, além de outros fatores cruciais relacionados
com a qualidade de vida no trabalho, tais como nutrição, nível de atividade física habitual e todas condições
de saúde em geral.

O desempenho dos indivíduos dentro de uma organização está diretamente ligado à conformidade entre os
seus valores pessoais e os valores da organização, ou seja, a cultura, e o clima organizacional. É evidente,
também, que em função desta conformidade, o empregado passa a sentir-se como parceiro e participante
do processo, resultando a sua conveniência dentro da organização não somente na satisfação das suas
necessidades econômicas, mas também, na realização das suas necessidades de auto realização
profissional dentro de um ambiente de trabalho bastante agradável.
Segundo a Norma Reguladora do Ministério do Trabalho relativa à Ergonomia - NR-17, a organização do
trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho
a ser executado. Para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo:

   as normas de produção;


   o modo operatório;
   a exigência de tempo;
   a determinação do conteúdo de tempo;
   o ritmo de trabalho; e
   o conteúdo das tarefas.

Iida (1993) define a Ergonomia como o estudo da adaptação do trabalho ao homem. Neste contexto o autor
alerta para a importância de se considerar além das máquinas e equipamentos utilizados para transformar
os materiais, também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e o seu trabalho, ou
seja, não apenas o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais de como esse trabalho é
programado e controlado para produzir os resultados desejados.
Os serviços realizados na industria, via de regra, caracterizam-se por trabalho intensivo onde
freqüentemente exige-se dos colaboradores alta produtividade em tempo limitado, porém em condições
inadequadas de trabalho, com problemas de ambiente, equipamentos e processos. Tais condições acabam
levando à insatisfações, cansaços excessivos, queda de produtividade, problemas de saúde e acidentes de
trabalho.
Produtividade e qualidade não se alcançam com treinamento puro e simples de pessoal mas andam de mão
dadas com outros critérios ergonômicos, os quais têm como principal campo de ação a concepção de meios
de trabalho adaptados às características fisiológicas e psicológicas do homem e de suas atividades
A pressão temporal da produção e a pouca flexibilidade do sistema, como problemas gerados pelas
características do produto envolvendo perecibilidade e cuidados de manipulação (como é o caso da
produção de leite), e a necessidade da produção ter que ajustar-se aos horários de entrega ou transbordo
do produto ao laticínio, criam situações de tensão.

Para corrigir essa situação, diversas empresas rurais estão buscando filosofias administrativas cujo foco são
as necessidades dos colaboradores, uma vez que a capacidade do trabalhador é o mais importante fator de
produtividade levando-se em conta que a capacidade humana é fortemente afetada pelas normas de
produção, projetos de produtos ou serviços, layout das instalações e projeto dos equipamentos.
Em relação aos recursos humanos, têm considerado as características do trabalho como um significante
fator predisponente para a satisfação do trabalho e ao mesmo tempo capaz de reduzir as taxas de
absenteísmo, aumentar a produtividade, melhorar a moral, a motivação e desempenho dos trabalhadores,
ajudar no recrutamento, na base de conhecimento e técnicas de trabalho.
A análise ergonômica do trabalho, conduzida de maneira ampla e procurando observar o contexto
organizacional e de trabalho, permite identificar e avaliar como as diversas condicionantes tecnológicas,
econômicas, organizacionais e sociais afetam o trabalho dentro da empresa e conduz ao estabelecimento
do quadro geral de necessidades da organização.

2 - Pricipais doenças

Movimentos Repetitivos

A história do trabalho repetitivo é tão longa quanto a do próprio trabalho, visto que na agricultura primitiva e
no comércio antigo, já existiam tarefas altamente repetitivas. Já em 1713, atribuiu as L.E.R.s aos
movimentos repetitivos das mãos, às posturas corporais contraídas e ao excessivo estresse mental.
Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS (1993), a principal conseqüência da L.E.R. é a perda
da capacidade de realizar movimentos, o que interfere diretamente sobre a condição social e psicológica do
indivíduo. Isso se verifica quando a lesão impede temporária ou permanentemente o homem de realizar
trabalho, já que este ato passa a ser um elemento de degradação física e emocional.
A literatura mostra que 61,4% dos pacientes com L.E.R. desenvolvem incapacidade parcial permanente,
enquanto que 38,6% apresentam incapacidade temporária (Hoefel, 1995). Prieto et al (1995) também cita a
mudança de humor, a irritabilidade, a insônia e o nervosismo, os quais são conseqüências da dor, como
fatores que refletem diretamente na vida familiar do portador de L.E.R. Couto (1997), também afirma que a
relação custo x benefício de uma empresa sofre déficit, acarretados desde a perda com funcionários
afastados devido à L.E.R., até aspectos mais complexos de comprometimento do resultado financeiro da
organização.
Dissertação apresentada na Univ.de São Carlos-SP, mostra o papel das atividades ou dos movimentos
repetitivos no desenvolvimento ou exacerbação de neuropatias compressivas ou distúrbios não específicos
das extremidades, vem sendo relatados por aproximadamente dois séculos atrás. Em 1891, Fritz De
Quervain associou a tenossinovite do polegar à atividade de lavar roupas e denominou essa patologia como
"entorse das lavadeiras" (Assunção, 1995).

O que é a L.E.R. ?
L.E.R. = Lesões por Esforços Repetitivos. Browne et al (apud Assunção, 1995) definiram esta
terminologia como: "doenças músculo-tendinosas dos membros superiores, ombros e pescoço, causadas
pela sobrecarga de um grupo muscular particular, devido ao uso repetitivo ou pela manutenção de posturas
contraídas, que resultem em dor, fadiga e declínio no desempenho profissional". Já nos Estados Unidos,
utiliza-se com freqüência os termos "Cumulative Trauma Disorders" (CTD) e "Repetitive Trauma Disorders"
(RTD) e são denominadas como "lesões do tecido mole devidas a movimentos e esforços repetitivos do
corpo" (Armstrong, 1986).

Alguns autores contestam essa nomenclatura e Couto (1996), afirma que L.E.R. é um termo superado,
usado apenas pela Austrália e Brasil. O mais correto seria "Síndrome Dolorosa nos Membros Superiores de
Origem Ocupacional", pois esta é uma denominação que segue uma construção mais específica da doença.
O Japão um dos primeiros países a dar a devida importância e reconhecer as Lesões por Esforços
Repetitivos (L.E.R.) como um distúrbio músculo-esquelético decorrente do trabalho e de origem
multicausal, já na década de 60. Este interesse surgiu em virtude da alta incidência de distúrbios
cérvicobraquiais em perfuradores de cartão, operadores de caixa registradora e datilógrafos. No intuito de
estudar esse problema, criou-se então, o Comitê da Associação Japonesa de Saúde Ocupacional (ibidem).

No Brasil, até a década de 80, a L.E.R. era conhecida como "doença dos digitadores", devido aos primeiros
casos de tenossinovite terem sido diagnosticados em digitadores (Sato et al, 1993). Em virtude do
acometimento de outras categorias profissionais, hoje a L.E.R. já é considerada um problema de saúde
pública. Desta forma, não somente os digitadores são considerados categorias profissionais com risco de
desenvolver a doença, como também as formas clínicas da L.E.R. abrangem mais patologias do que
apenas a tenossinovite.
As L.E.R.s são consideradas como acidente de trabalho, pois de acordo com o §2º, art. 132 do Decreto
Nº2.172 de 05/06/97, "constatando-se que a doença resultou de condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona diretamente, a previdência social deve equipará-la a acidente de
trabalho". Neste contexto, a empresa ou órgão competente, ficam obrigados a emitir a CAT (comunicação
de acidente de trabalho), quando da ocorrência do acidente de trabalho, no caso, as L.E.R.s, conforme art.
134 do Decreto Nº2.172 de 05/06/97 (DOU, 06/03/97).
Sorock & Courtney (1996) consideram que os fatores de trabalho como: excessiva exposição a movimentos
repetitivos por demanda da tarefa; posturas incorretas; emprego de força; baixa temperatura; vibração e
fatores psicossociais como o estresse, estão intimamente relacionados aos distúrbios músculo-esqueléticos
em grupos ocupacionais expostos a essas situações de trabalho.

Também considera-se que os fatores de risco para o aparecimento da L.E.R. incluem movimentos
repetitivos (repetição de tarefas por muitas horas), movimentos fortes (como agarrar ou apertar), posturas
estressantes (desvio lateral do punho, extensão do pescoço), impacto mecânico de tecidos moles (bordos
de ferramentas que pressionam a palma da mão), vibração e ocasionalmente, baixas temperaturas. Attaran
(1996) afirma ainda que a L.E.R. é causada por ambientes de trabalho pobremente projetados que não
contemplam uma relação harmônica entre homem e trabalho.
A manutenção de posturas anormais são as principais causas de L.E.R. por provocarem desequilíbrio
muscular e compressão dos nervos. Relatam que se certos grupos musculares são subutilizados, há
indicação de que outros estão sofrendo de sobreuso, sendo que esta situação leva a um ciclo vicioso
postural e do equilíbrio muscular. Certas posições também aumentam a pressão ao redor do nervo ou o
distendem, podendo levar a uma condição crônica de compressão.

Guidotti (1992) lista os tipos de L.E.R. mais comumente encontrados: no pescoço refere-se à síndrome
tensional do pescoço e à síndrome cervical; nos ombros cita a síndrome do desfiladeiro torácico, a tendinite
biciptal, a tendinite do supraespinhoso, a capsulite adesiva e a síndrome acrômio-clavicular; e no cotovelo,
punho e mão cita a epicondilite, a tenossinovite de De Quervain, a síndrome do túnel do carpo e a
compressão do nervo ulnar.
Oliveira (1991) afirma que o quadro sintomatológico da L.E.R. é muitas vezes complexo e de difícil
identificação, pois o paciente pode não apresentar nenhum sinal físico inicialmente, mas suas queixas são
persistentes e sempre relacionadas com a massa muscular envolvida em tensão estática, em decorrência
de posição forçada ou viciosa ou mais utilizada no exercício da função. Em vista disso, Guidotti (1992)
conclui que o diagnóstico da L.E.R. é sugerido por dor músculo-esquelética persistente e recorrente dentro
de seis semanas, sem causa traumática imediata e influenciada por situação de trabalho. O próprio INSS
(1993), expõe que a caracterização da L.E.R. não depende de dados laboratorias, mas apenas da
correlação entre a lesão e o exercício do trabalho.
No Brasil, apesar de haver um guia para o reconhecimento da incapacidade provocada pela L.E.R. (INSS,
1993), é difícil estipular verdadeiramente em que grau de comprometimento encontra-se o doente, visto que
a problemática relacionada ao diagnóstico é complexa e envolve a credibilidade em dados peculiares e
intrínsecos do próprio paciente.
Um agravante é que sendo a dor a principal queixa, e o paradigma do diagnóstico ser baseado quase que
unicamente em dados objetivos que possibilitem a visualização da lesão, este torna-se mais complicado
ainda em virtude de não haver exames que meçam a dor objetivamente e tornem visível este sintoma.
Sendo assim, o diagnóstico baseado não apenas em esquemas visuais, mas também na análise do
trabalho, na própria queixa do trabalhador e no bom senso médico é vital para o diagnóstico precoce e para
evitar o agravamento da lesão.
Outro aspecto relevante é que muitos trabalhadores não têm acesso às informações sobre as
conseqüências do trabalho repetitivo para a saúde, sendo assim, desconhecem a origem da dor, retardando
a ajuda médica. Isso pode trazer conseqüências negativas para o tratamento da L.E.R., pois as microlesões
continuadas tornam o grupo muscular susceptível a novas lesões, o que dá oportunidade ao quadro clínico
de assumir um caráter extremamente recidivante e invalidante.
Apesar de quase duas décadas de estudos, a L.E.R., continua sendo o maior e o mais freqüente problema
das extremidades superiores relativo ao trabalho.

Causas da Doença
Em revisão mais recente, Pereira & Lech (1997), baseados nos fatores biomecânicos, organizacionais e
psicossociais, listam as variáveis contributivas mais importantes na origem da L.E.R., a saber:

1. Força
2. Repetitividade
3. Posturas viciosas dos membros superiores: principalmente as de contração muscular constante.
4. Compressão mecânica dos nervos por posturas ou mobiliário.
5. Vibração: pode gerar microtraumas.
6. Frio: pela vasoconstrição que pode levar à déficit circulatório.
7. Sexo: maior incidência em mulheres.
8. Posturas estáticas do corpo durante o trabalho: durante a contração estática o suprimento
sangüíneo para o músculo fica prejudicado, podendo favorecer a produção de ácido láctico que é
capaz de estimular os receptores da dor, desencadeando-a, mantendo-a ou agravando-a.
9. Tensão no trabalho: exigências de produtividade e de ritmo de trabalho podem aumentar a tensão
muscular, prejudicando a nutrição sangüínea dos músculos com possibilidade de ocorrência de dor
muscular, fadiga e predisposição à L.E.R.
10. Desprazer: o sentir prazer desencadeia a liberação de endorfina (analgésico interno), devido a isso,
pessoas insatisfeitas no trabalho podem ter maior tendência a sentir dor do que as que trabalham
prazerosamente.
11. Traumatismos anteriores predispõem o indivíduo à L.E.R. e são fatores importantes na sua
incidência.
12. Atividades anteriores: pelo fato da L.E.R. ser causada por traumas cumulativos é necessário a
análise da atividade exercida anteriormente e
13. Perfil psicológico: as pessoas de personalidades tensas, as negativistas e as que não toleram
trabalho repetitivo são mais predispostas a L.E.R.

Entretanto, quanto ao estabelecimento da atividade causal da lesão, diversos autores (Armstrong,1986;


Upfal, 1994; Assunção, 1995; Higgs & Mackinnon, 1995; Attaran, 1996) relatam que há uma íntima relação
dos distúrbios de origem ocupacional que atingem as extremidades (L.E.R.) com a inadequação do trabalho
ao ser humano que trabalha. Essa questão se fortalece se levarmos em conta que o homem passa quase
três/quartos de sua vida trabalhando, e que as exigências da produtividade somam-se a muitas condições
de trabalho desfavoráveis.

Tratamento da L.E.R.
A conduta de tratamento da L.E.R. depende do estágio da doença, e quanto mais cedo for feito o
diagnóstico e a intervenção, menos invasivo será o tratamento. É ressaltado que essa doença é
preocupante pois o tratamento dificilmente tem resultado após a sua cronicidade, que ocorre pelas recidivas
dos episódios de retorno ao trabalho do empregado, o qual se expõe novamente aos mesmos riscos
ocupacionais que a determinaram.

O objetivo fundamental do plano de tratamento é eliminar ou minimizar a intensidade dos fatores físicos que
causaram ou agravam a L.E.R., pois uma vez eliminados, dão lugar ao processo natural de recuperação do
organismo. Este, freqüentemente, requer longo período, durante o qual deve haver restrições à atividade
normal. Geralmente o tratamento envolve uma combinação de métodos conservadores, como
medicamentos e terapia física. Quando estes métodos não apresentam resultados positivos, a conduta
provavelmente é cirúrgica.
Inicialmente, qualquer que seja o método, este requer a educação do doente quanto às posturas a serem
adotadas tanto nas atividades de trabalho como nas de não-trabalho. Esta proposta surge na tentativa de
evitar maiores danos e diminuir os já instalados. A restrição de m ovimentos e o repouso da região afetada
são critérios importantes que devem ser obedecidos, pois trata-se da primeira e talvez da mais importante
conduta para o portador de L.E.R. A imobilização, quando necessária, é feita através do uso de splints ou
talas que mantém as articulações em posição neutra, minimizando desse modo, o estresse local e
prevenindo traumas adicionais.
Além da imobilização e repouso, pode-se também lançar mão do uso do calor e do gelo para alívio da dor; e
da compressão e elevação para melhor drenar o edema local, quando este se fizer presente. Entretanto,
podem ser utilizados outros métodos de tratamento fisioterápico, sendo que a finalidade sempre será de
reduzir a dor, o edema e a inflamação, proporcionando assim uma situação em que se possa normalizar a
força muscular e o retorno às atividades, quando possível. Quanto ao tratamento medicamentoso, este
inclui a prescrição de drogas com potentes efeitos antiinflamatórios mas que, eventualmente, podem levar à
irritação gástrica, o que pode restringir seu uso àqueles doentes que não têm problemas gástricos ou os têm
em pequena proporção. Neste caso, é necessário o uso adicional de medicamentos antiácidos. Este método
de tratamento é importante porque não reduz somente a dor, mas também reduz a inflamação também
recomenda o afastamento temporário do trabalho para o sucesso terapêutico e relata que o tratamento deve
obedecer 5 fases de acordo com a sintomatologia da L.E.R.

Além dos métodos de tratamento citados, existe uma grande variedade de recursos alternativos para a
L.E.R. como é o caso da yoga. Ainda cita a naturopatia e o taichi, além da acupuntura, como terapias não
convencionais que mostram-se úteis para o alívio da dor por curtos períodos. Especificamente quanto à
acupuntura, este método proporciona resultados favoráveis no alívio da dor, e seu uso pode fazer parte do
conjunto de medidas de tratamento. Além disso, técnicas de relaxamento e reeducação postural global
estão sendo empregadas com sucesso.
Com relação a ginástica laboral, o principal objetivo é preparar o corpo para trabalhar, é prevenir o
aparecimento de lesões músculo-ligamentares, diminuindo os acidentes de trabalho causados pelos
movimentos repetitivos e posturas inadequadas, diminuindo o absenteísmo e custos com atestados
médicos, minimizando custos trabalhistas e melhorando a imagem da empresa no que se refere a qualidade
de vida.
Para evitar a L.E.R., pois por sua natureza conduz a quadros agravantes, a conduta mais efetiva continua
sendo a prevenção. Mudanças de natureza ergonômica, organizacional e comportamental podem reduzir ou
eliminar a ação ofensiva, pois a prevenção diminui mais a incidência de L.E.R. do que o tratamento médico.

3 - Benefícios da Ergonomia
Assim, com relação ao posto de trabalho, principalmente nos ambientes cobertos (residência, galpão,
escritório, fábrica, armazém, etc.), devem ser observados os cuidados construtivos e operativos necessários
para propiciar ao trabalhador: conforto térmico, acústico, luminosidade, instalações sanitárias e locais para
dessedentação e descanso.
Ergonomia também trata de acessibilidade, e muito. Na foto, um modelo adaptado de van permite que
usuários de cadeiras de rodas viajem com conforto.

Um controle remoto para plataformas elevadoras para pessoas com restrições motoras.
Nos EUA, existem plataformas que se elevam para permitir que usuários de cadeiras de rodas cheguem
sozinhos a outros andares de prédios e entrem em veículos adaptados. O problema é que o controle desse
mini-elevador era tão ruim, que haviam casos de mortes pela sua má utilização.
O projeto do novo controle começou com a coleta extensiva de dados antropométricos como o tamanho e a
distância entre os dedos e partes da mão. Com base nesses dados, seus alunos montaram um protótipo
para testar entre eles mesmos e com deficientes físicos. Após os ajustes, o projeto foi entregue a uma
indústria que comercializou o produto.
Veja o antes e o depois, ou melhor, o depois e o antes na foto:
Nos Estados Unidos, são mais de 7 milhões de pessoas com restrições físicas. Essas pessoas querem
trabalhar e estudar, mas esbarram em problemas de acessibilidade. O governo está dando incentivos para
pesquisas como essa para resolver os problemas desses cidadãos.
No Brasil, o quadro é muito mais desanimador. foram apresentadas três pesquisas sobre acessibilidade de
locais públicos . Mesmo levantados os problemas, os pesquisadores admitem que será difícil resolver os
problemas encontrados, porque demandam reformas estruturais em alguns prédios e o governo não trata
isso como prioridade, embora existam novas leis exigindo tais melhorias.

Ergonomia Estratégica
A ergonomia pode ser integrada aos objetivos comerciais das empresas. A primeira coisa a se fazer é
conhecer a estratégia de negócios da empresa, que pode ser de vários tipos:
 plano
 padrão
 posição
 simulacro (pra inglês ver)
 filosofia

A ergonomia precisa ser inserida na formulação dessa estratégia e isso só é possível se o ergonomista
conhece muito bem a cultura administrativa da empresa. Ele precisa mostrar aos administradores como a
ergonomia pode melhorar a satisfação do consumidor através da mudança no processo produtivo.
O trabalhador fica satisfeito quando tem boas condições de trabalho e aumenta a qualidade de sua
produção. O consumidor fica satisfeito não só pela qualidade do serviço ou produto, mas também por saber
que os trabalhadores estão sendo bem tratados. Na Europa algumas pessoas rejeitam produtos vindos de
países que exploram a mão-de-obra barata.
Ao invés de focar no cumprimento de normas de saúde e segurança, o ergonomista deve buscar trazer mais
produtividade para a empresa. Dul sugere que os ergonomistas estudem mais sobre negócios, leiam livros,
assistam outras conferências, conversem com profissionais de outras áreas.
O professor holandês está propondo uma nova forma de encarar a ergonomia, mais comercial e menos
acadêmica. Alguns poderiam criticar que ele estaria corrompendo uma disciplina de objetivo tão nobre –
melhorar as condições de trabalho, mas acho que não é essa sua intenção. Ele não está dizendo que o
ergonomista deve abandonar o trabalhador, está dizendo que o ergonomista deve mudar a forma como
apresenta seu trabalho para a gerência.
A iluminação e acústica são fatores que influenciam diretamente o conforto, a produtividade e até mesmo a
saúde dos profissionais no ambiente de trabalho. Uma iluminação inadequada, além de atrapalhar o
rendimento das pessoas, também pode deixar uma imagem negativa da sua marca ou empresa junto ao
público. Já uma boa iluminação externa, por exemplo, valoriza a imagem da empresa, funcionando como
uma forma eficiente de divulgar a marca.
Os projetos de iluminação dos ambientes de trabalho raramente se preocupam com o tipo de tarefa que
será realizada no local mesmo existindo a exigência legal da NBR-5413 (Norma de Iluminação) NR-9
(Norma de Prevenção de Riscos Ambientais).
A Tabela abaixo apresenta alguns níveis de iluminância necessários a alguns ambientes e tarefas.
NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA PARA
INTERIORES (NBR-5413)
AMBIENTE OU TRABALHO LUX
Sala de espera 100
Garagem, residência, restaurante 150
Depósito, indústria (comum) 200
Sala de aula 300
Lojas, laboratórios, escritórios 500
Sala de desenho (alta precisão) 1.000
Serviços de muito alta precisão 2.000

O aparelho usado para medir a iluminância é o luxímetro como o instrumento digital portátil, com tela de
cristal líquido (LCD) da figura ao lado, que realiza medidas da iluminação ambiente em LUX na faixa de 1
LUX a 50.000 LUX.
Dicas de Iluminação do Local de Trabalho
1. Excesso de luz é um problema comum nas empresas e nos escritórios. Muita luz, no entanto, não
significa luz adequada. Pelo contrário, pode atrapalhar e gerar uma sensação de desconforto.
2. O limite mínimo também deve ser observado. A iluminação da área de trabalho deve apresentar, no
mínimo, 500 luxes, o que é fiscalizado pelo Ministério do Trabalho.
3. Além da iluminação geral, algumas atividades exigem uma iluminação mais pontual na mesa de
trabalho (desklight).
4. O excesso da luz solar deve ser controlado com cortinas e persianas. Há uma tendência em se
aproveitar a luz natural, sempre complementando-a com a iluminação artificial.
5. Ao longo do dia, as pessoas têm necessidades diferentes - normalmente decrescentes - de
iluminação. Identificar essa variação pode ajudar no rendimento do trabalho.
6. Iluminação com cores diferentes torna o ambiente de trabalho menos monótono, causando uma
sensação de bem-estar.
7. Também é possível utilizar recursos de iluminação em paredes, para torná-las mais aconchegantes.
8. O computador nunca deve receber a luz natural da janela diretamente na tela. O ofuscamento
prejudica a concentração e a saúde.
9. Pesquisa feita nos Estados Unidos demonstrou que aqueles que ficavam perto de janelas tinham
23% menos queixa de dor nas costas, dor de cabeça e exaustão.
10. Remova lâmpadas onde há mais luz do que o necessário, mas certifique-se de manter uma
iluminação boa em locais de trabalho para não prejudicar seu desempenho ou evitar acidentes
(áreas com máquinas).
11. Realizando a limpeza de paredes, tetos e pisos e utilizar cores claras no ambiente de trabalho e
estudo, melhoram a iluminação do local e você se sentirá mais confortável e disposto no seu local
de trabalho.

4- Problemas e Possíveis Soluções


Monotonia, fadiga e falta de interesse. Esses são alguns dos problemas enfrentados por trabalhadores da
A. que executam, diariamente, uma mesma operação, repetida, em determinados casos, por meses ou
anos. Muitas vezes, esta situação implicava em doença ocupacional ou acidente de trabalho, e em custos
relacionados ao afastamento temporário ou permanente, diminuição da produtividade, geração de
retrabalho e queda de rendimento. Ao longo dos anos, a empresa , foi identificando aumento nos índices
de absenteísmo causados por distúrbios ocupacionais como LER (Lesões Por Esforços Repetitivos) e DORT
(Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). A partir daí, por iniciativa industrial, as empresas
iniciou pesquisas para solucionar o problema, Dos estudos, surgiu a proposta de criação de um sistema de
trabalho mais flexível, com variação de operações a serem executadas ao longo do dia, possibilitando a
alternância postural. com debates entre funcionários, chefias de produção, equipe de Saúde e Segurança
do Trabalho, corpo gerencial, direção da empresa e pesquisadores. Com isto.

MELHORIAS - O processo de implantação de melhorias se mantém constante com reuniões periódicas entre todos os
envolvidos, através dos estudos iniciais em cima do problema, “A alternância de postura dava mais resultado. Passar parte
do dia em pé e parte sentado gera mais satisfação pessoal e redução da fadiga”, , passando pelos trabalhadores, diretoria,
dados junto ao ambulatório médico e ao SESMT. Para implantar a multifuncionalidade.
ERGONOMIA
NR-17
SENAI
PROFESSORA: MICHELLI

TRABALHO DE ERGOMIA
 Organização do Trabalho
 Benefícios da Ergonomia

 Principais doenças

 Problemas e Possíveis Soluções

PROFESSORA: MICHELLI

ALUNOS:
PAULO RODRIGUES DA SILVA
NIVALDO FERAZ
LEANDRO MARCELO
ADRIANO SPINELLI

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