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NUTRIÇÃO CLÍNICA -

BÁSICO
NUTRIÇÃO

Nutrição é o processo de fornecimento aos organismos animais e vegetais dos nutrientes


necessários para a vida. É também a ciência que investiga as relações entre o alimento ingerido
pelo homem e as doenças, buscando o bem-estar e a preservação da saúde humana.

Nutricionista é o profissional de saúde que se especializa em nutrição humana e possui


formação acadêmica em Nutrição. É da sua responsabilidade planejar as refeições, elaborar
cardápios e controlar programas de alimentação e nutrição.

O nutricionista faz cálculos nutricionais dos alimentos e decide quais os melhores


ingredientes a serem usados em cada refeição. Os locais de atuação podem variar entre hotéis,
restaurantes, escolas, asilos, padarias, supermercados, etc.

Na área clínica, o nutricionista orienta de forma individual ou em grupo, pessoas que


necessitem de dieta alimentar específica, como os obesos, diabéticos, hipertensos e outros.

Além do modo natural de ingerir os alimentos (via oral), a nutrição também pode ser feita de
modo enteral (o alimento é colocado diretamente no tubo digestivo) ou parenteral (o alimento é
administrado diretamente na veia), em pacientes com necessidades nutricionais especiais.

Uma boa nutrição significa prevenção de doenças crônicas, vida saudável e qualidade de
vida. Muitos problemas de saúde podem ser evitados através de uma alimentação saudável, que
siga as proporções adequadas de cada alimento.

NUTRIÇÃO CLÍNICA

Nutrição clínica é a área da nutrição pela qual são tratadas as


diversas enfermidades (doenças) que acometem o ser humano, através da alimentação. A Nutrição
clínica atua também prevenindo o aparecimento de doenças através de uma alimentação saudável
e de forma terapêutica no controle de doenças crônicas.

O atendimento de nutrição clínica é realizado pelo profissional nutricionista a nível


ambulatorial (consultórios particulares ou públicos, clínicas, asilos, creches, spa's) ou hospitalar
(enfermarias, bancos de leite humano, lactários).

A Nutrição Clínica divide-se em algumas áreas tais como: Nutrição Materno-Infantil, Nutrição
enteral e parenteral, Nutrição em Geriatria, Nutrição em Banco de Leite humano, Nutrição em
Lactário e SPAs e Nutrição no pré e pós operatório.
Diversas são as enfermidades que necessitam de acompanhamento nutricional rigoroso
para evolução e melhora do quadro. Dentre elas podemos destacar: obesidade, doença
celíaca, desnutrição, diabetes mellitus, dislipidemias
(hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia), fenilcetonúria, cirrose
hepática, hiperuricemia (gota), insuficiência renal aguda e crônica, hipertensão
arterial, cardiopatias e constipação intestinal, dentre outras. Os grandes traumas
como queimaduras e cirurgias também precisam de atenção nutricional, uma vez que, estes
pacientes correm o grande risco de apresentarem desnutrição.

No atendimento clinico o cliente/paciente é examinado individualmente onde são observados


sua situação fisiopatológica, história clínica pregressa, atual e familiar (anamnese), estado
nutricional, físico e bioquímico podendo assim ser formulado o diagnóstico nutricional e conduta
nutricional. O atendimento ambulatorial em nutrição clínica geralmente visa o controle de peso,
aconselhamento e educação nutricional para indivíduos sadios ou enfermos. O atendimento
hospitalar em nutrição clínica visa o tratamento e recuperação de pessoas enfermas através da
Terapia Nutricional. A dietoterapia (tratamento através dos alimentos) é a ferramenta usada pelo
nutricionista para a recuperação dos enfermos. A dieta hospitalar do paciente é prescrita pelo
médico. Para cada enfermidade existe uma prescrição dietoterápica especifica, cabe
ao nutricionista fazer a seleção dos alimentos que comporão o cardápio, pois, este é o único
profissional apto para isso.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Alterações do estado nutricional

Definição: quando ocorre o consumo inadequado de alimentos, em quantidade e qualidade,


provocando distúrbios ou carências nutricionais.

Fatores determinantes do estado nutricional

- Fatores econômicos (renda, acesso);

- Fatores sociais (hábitos, modismos, estéticos, mídia, amigas, etc);

- Fatores culturais (descendência, costumes);


- Fatores religiosos (mitos, tabus, crenças);

- Fatores psicológicos (necessidade, prazer, desconforto, insegurança);

- Fatores fisiopatológicos.

Avaliação do estado nutricional

“A avaliação do estado nutricional envolve o exame das condições físicas do indivíduo,


crescimento e desenvolvimento, comportamento, níveis de nutrientes na urina, sangue ou tecidos
e a qualidade e quantidade de nutrientes ingerida”.

Anamnese alimentar

Ficha utilizada para orientar o entrevistador a coletar informações importantes e diversas,


relativas ao indivíduo que está sendo avaliado. Geralmente é composta dos seguintes itens:

- Dados pessoais

- Condições socioeconômicas;

- História clínica;

- Avaliação dietética;

- Avaliação antropométrica;

- Exame físico/clínico;

- Avaliação bioquímica;

- Conduta nutricional.
Métodos de avaliação do estado nutricional

1) Métodos diretos:
A) Inquéritos alimentares (Recordatório de 24h, Questionário de Frequência Alimentar);

B) Avaliação antropométrica;

C) Exames laboratoriais/bioquímicos.

2) Métodos indiretos:

A) Avaliação subjetiva global (ASG)

B) Exame clínico/físico
1 ANTROPOMETRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

1.1 AFERIÇÃO DO PESO DE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS

De acordo com o Ministério da Saúde (2011), as crianças menores de 2 anos devem ser
pesadas em balança pediátrica ou “tipo bebê”, para garantir a segurança das crianças. Nesse
sentido, deve-se certificar que a balança está apoiada sobre uma superfície plana, lisa e firme.
Recomenda-se forrar o prato com uma proteção (papel destacável ou fralda) antes de calibrar a
balança para evitar erros na pesagem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Passo-a-passo da pesagem em balança pediátrica mecânica – Figura 1 (MINISTÉRIO DA SAÚDE,


2011)
1º Passo: Destravar a balança.
2º Passo: Verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar na mesma
linha horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando lentamente o calibrador.
3º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados.
4º Passo: Após constatar que a balança está calibrada, ela deve ser travada.
5º Passo: Despir a criança com o auxílio da mãe ou responsável.
6º Passo: Colocar a criança sentada ou deitada no centro do prato, de modo a distribuir o peso
igualmente. Destravar a balança, mantendo a criança parada o máximo possível nessa posição.
Orientar a mãe ou responsável a manter-se próximo, sem tocar na criança, nem no equipamento.
7º Passo: Mover o cursor maior sobre a escala numérica para marcar os quilos.
8º Passo: Depois mover o cursor menor para marcar os gramas.
9º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados.
10º Passo: Travar a balança, evitando, assim, que sua mola desgaste, assegurando o bom
funcionamento do equipamento.
11º Passo: Realizar a leitura de frente para o equipamento com os olhos no mesmo nível da escala
para visualizar melhor os valores apontados pelos cursores.
12º Passo: Anotar o peso.
13º Passo: Retirar a criança e retornar os cursores ao zero na escala numérica.
14º Passo: Marcar o peso na curva.

1.2 AFERIÇÃO DO PESO DE CRIANÇAS MAIORES DE DOIS ANOS E ADOLESCENTES

A pesagem de crianças maiores de 2 anos deve ser realizada com roupas bem leves e sem
calçados. Os adolescentes devem ser pesados descalços e usando roupas leves. Os indivíduos devem
ser orientados a retirarem objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e
quaisquer outros objetos que possam interferir no peso total (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

1.3 AFERIÇÃO DO COMPRIMENTO DE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS

Segundo a padronização do Ministério da Saúde (2011), o comprimento é a distância que


vai da sola (planta) dos pés descalços, ao topo da cabeça, comprimindo os cabelos, com a criança
deitada em superfície horizontal, firme e lisa. Na avaliação do comprimento, a mãe deverá retirar
os sapatos da criança, além de toucas, fivelas ou enfeites de cabelo que possam interferir na tomada
da medida.

Passo-a-passo da aferição do comprimento – Figura 2 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011)


1º Passo: Deitar a criança no centro do infantômetro, descalça e com a cabeça livre de adereços. 2º
Passo: Manter, com a ajuda da mãe/ responsável a cabeça da criança apoiada firmemente contra a
parte fixa do equipamento, com o pescoço reto e o queixo afastado do peito, no plano de Frankfurt
(margem inferior da abertura do orbital e a margem superior do meato auditivo externo deverão
ficar em uma mesma linha horizontal). Além disso, os ombros totalmente em contato com a
superfície de apoio do infantômetro e os braços estendidos ao longo do corpo.
3º Passo: As nádegas e os calcanhares da criança em pleno contato com a superfície que apoia o

infantômetro.
4º Passo: Pressionar, cuidadosamente, os joelhos da criança para baixo, com uma das mãos, de
modo que eles fiquem estendidos. Juntar os pés, fazendo um ângulo reto com as pernas. Levar a
parte móvel do equipamento até as plantas dos pés, com cuidado para que não se mexam.
Figura 1. Representação das etapas de pesagem em balança pediátrica mecânica
Fonte: Ministério da Saúde (2011).

Figura 2. Representação das etapas de aferição do comprimento de crianças menores de dois anos
Fonte: Ministério da Saúde (2011).

1.4 AFERIÇÃO DA ALTURA DE CRIANÇAS MAIORES DE DOIS ANOS E ADOLESCENTES

A estatura é a medida do indivíduo na posição de pé, encostado numa parede ou


antropômetro vertical.

Passo-a-passo da aferição da altura – Figura 3 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011)


1º Passo: Posicionar a criança ou adolescente descalço e com a cabeça livre de adereços, no centro
do equipamento. Mantê-lo de pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça
erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos.
2º Passo: A cabeça do indivíduo deve ser posicionada no plano de Frankfurt (margem inferior da
abertura do orbital e a margem superior do meato auditivo externo deverão ficar em uma mesma
linha horizontal – ver Figura 4).
3º Passo: As pernas devem estar paralelas, mas não é necessário que as partes internas das mesmas
estejam encostadas. Os pés devem formar um ângulo reto com as pernas. Idealmente, o indivíduo
deve encostar os calcanhares, as panturrilhas, os glúteos, as escápulas e parte posterior da cabeça
(região do occipital) no estadiômetro ou parede. Quando não for possível encostar esses cinco
pontos, devem-se posicionar no mínimo três deles.
Figura 3. Representação da aferição da altura de crianças e adolescentes
Fonte: Ministério da
Saúde (2011).
Figura 4. Representação da aferição da altura segundo Plano de Frankfurt
Fonte: Ministério da Saúde (2011).

1.5 AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO DE MATURAÇÃO SEXUAL DE ADOLESCENTES CONFORME O SEXO

1.5.1 Desenvolvimento puberal masculino

Figura 5. Representação esquemática do desenvolvimento puberal masculino


Fonte: Ministério da Saúde (2011)
1.5.2 Desenvolvimento puberal feminino

Figura 6. Representação esquemática do desenvolvimento puberal feminino.


Fonte: Ministério da Saúde (2011).

1.6 PONTOS DE CORTE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES (WHO 2006/2007)

Após a pesagem e aferição do comprimento de crianças, os índices antropométricos (peso


por idade, estatura por idade ou índice de massa corporal) deverão ser avaliados e, para tanto, a
idade em dias ou meses deve ser conhecida com precisão. De acordo com o Ministério da Saúde, a
seguinte regra de aproximação deverá ser seguida para as idades não exatas:
- Fração de idade até 15 dias: aproxima-se a idade para baixo, isto é, o último mês completado.
- Fração de idade igual ou superior a 16 dias: aproxima-se a idade para cima, isto é, para o próximo
mês a ser completado.
Para a avaliação do estado nutricional, os dados obtidos na avaliação antropométrica
deverão ser colocados nas curvas referentes a cada idade (ANEXO 1) .

1.6.1 Crianças de 0 a 5 anos

Tabela 1. Avaliação do estado nutricional de crianças de 0 a 5 anos segundo indicador peso para
idade
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixo peso para idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Peso baixo para idade
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 97 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +2 Peso adequado ou eutrófico
> Percentil 97 > Escore-z +2 Peso elevado para idade
* Observação para relatório: Este não é o índice antropométrico mais recomendado para a avaliação do
excesso de peso entre crianças. Avalie esta situação pela interpretação dos índices de peso-para-estatura
ou IMC-para-idade.
Fonte: SISVAN (2008)

Tabela 2. Avaliação do estado nutricional de crianças de 0 a 5 anos segundo indicador estatura


para idade
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixa estatura para idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Baixa estatura para idade
≥ Percentil 3 ≥ Escore-z -2 Estatura adequada para idade
Fonte: SISVAN (2008)

Tabela 3. Avaliação do estado nutricional de crianças de 0 a 5 anos segundo indicador peso para
estatura
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Peso adequado ou eutrófico
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2 Risco de sobrepeso
> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3 Sobrepeso
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade
Fonte: SISVAN (2008)
Tabela 4. Avaliação do estado nutricional de crianças de 0 a 5 anos segundo indicador IMC para
idade
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Eutrofia
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2 Risco de sobrepeso
> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3 Sobrepeso
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade
Fonte: SISVAN (2008)

1.6.2 Crianças de 5 a 10 anos

Tabela 5. Avaliação do estado nutricional de crianças de 5 a 10 anos segundo indicador peso para
idade
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixo peso para idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Peso baixo para idade
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 97 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +2 Peso adequado ou eutrófico
> Percentil 97 > Escore-z +2 Peso elevado para idade
* Observação para relatório: Este não é o índice antropométrico mais recomendado para a avaliação do
excesso de peso entre crianças. Avalie esta situação pela interpretação dos índices de peso-para-estatura
ou IMC-para-idade.
Fonte: SISVAN (2008)

Tabela 6. Avaliação do estado nutricional de crianças de 5 a 10 anos segundo indicador estatura


para idade.
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixa estatura para idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Baixa estatura para idade
≥ Percentil 3 ≥ Escore-z -2 Estatura adequada para idade
Fonte: SISVAN (2008)

Tabela 7. Avaliação do estado nutricional de crianças de 5 a 10 anos segundo indicador IMC para
idade
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Eutrofia
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2 Sobrepeso
> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3 Obesidade
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade grave
Fonte: SISVAN (2008)

OBS: Não há parâmetros de peso para estatura na referência da OMS (2007) nesta faixa etária.
Quadro resumo para classificação do estado nutricional

1.6.3 Adolescentes de 10 a 19 anos

Tabela 8. Avaliação do estado nutricional de adolescentes de 10 a 19 anos segundo indicador


estatura para idade.
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixa estatura para idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Baixa estatura para idade
≥ Percentil 3 ≥ Escore-z -2 Estatura adequada para idade
Fonte: SISVAN (2008)
Tabela 9. Avaliação do estado nutricional de adolescentes de 10 a 19 anos segundo indicador IMC
para idade.
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Eutrofia
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2 Sobrepeso
> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3 Obesidade
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade grave
Fonte: SISVAN (2008)

Quadro resumo para classificação do estado nutricional


1.7 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL PELO MÉTODO ANTROPOMÉTRICO EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES

As dobras cutâneas podem ser utilizadas na avaliação nutricional de crianças e


adolescentes, sendo que as dobras tricipital e subescapular constituem as mais comuns. A partir da
soma dessas duas dobras, pode-se obter o percentual de gordura corporal, por meio das fórmulas
propostas por Slaugther et al. (1988). Os percentis das dobras isoladas, como a tricipital, ou ainda,
a soma dessa dobra com a suprailíaca, também podem ser utilizados na avaliação, por meio das
tabelas de Frisancho (1990).

Subescapular Tricipital

Figura 7. Representação das dobras cutâneas utilizadas na avaliação de adolescentes


Fonte: Anchieta et al. (2012).
A mensuração das dobras requer um adipômetro, e o profissional deverá ser treinado para
a adequada execução das técnicas. O protocolo para mensuração das referidas dobras está descrito
no item 2.13.

1.7.1 Equações para determinação do percentual de gordura corporal (8 a 18 anos) segundo


Slaugther et al. (1988)

Para a utilização das equações abaixo, deve-se avaliar as dobras cutâneas tricipital e
subescapular (mm) e avaliar o estágio de maturação sexual (conforme item 1.5).

Rapazes de raça branca


Pré-púbere: % de gordura = 1,21 (tricipital + subescapular) - 0,008 (tricipital + subescapular)2 - 1,7
Púbere: % de gordura = 1,21 (tricipital + subescapular) - 0,008 (tricipital + subescapular)2 - 3,4
Pós-púbere: % de gordura = 1,21 (tricipital + subescapular) - 0,008 (tricipital + subescapular)2 - 5,5

Rapazes de raça negra


Pré-púbere: % de gordura = 1,21 (tricipital + subescapular) - 0,008 (tricipital + subescapular)2 - 3,2
Púbere: % de gordura = 1,21 (tricipital + subescapular) - 0,008 (tricipital + subescapular)2 - 5,2
Pós-púbere: % de gordura = 1,21 (tricipital + subescapular) - 0,008 (tricipital + subescapular)2 - 6,8
Moças brancas e negras em qualquer nível de maturação sexual
% de gordura = 1,33 (tricipital + subescapular) - 0,013 (tricipital + subescapular)2 - 2,5

Quando a somatória das dobras for superior a 35 mm


Rapazes: % de gordura = 0,783 (tricipital + subescapular) + 1,6
Moças: % de gordura = 0,546 (tricipital + subescapular) + 9,7

Pré-púberes: Estágios 1 e 2 de Tanner


Púberes: Estágio 3 de Tanner
Pós-púberes: Estágios 4 e 5 de Tanner

Tabela 10. Classificação do percentual de gordura corporal para criança e adolescente


(8 a 18 anos).
Gênero
Classificação Menino Menina
Muito baixo <5 < 12
Baixo 5-10 12-15
Ótimo 11-20 16-25
Moderadamente alto 21-25 26-30
Alto 26-31 31-36
Muito alto > 31 > 36
Fonte: Lohman (1986).

1.8 PERÍMETRO CEFÁLICO (PC)

Para crianças de 0 a 5 anos. Envolvimento do crânio por uma fita métrica inelástica. Posição:
Sobre o osso frontal, acima da região supra-orbital e sobre o ponto occipital. A fita não pode passar
sobre as porções superiores dos pavilhões auditivos. Fazer em triplicata e média com aproximação
de 0,1cm.

Figura 8. Representação da medida do perímetro cefálico


1.9 PERÍMETRO TORÁCICO (PT)

Para crianças de 0 a 5 anos. Medida feita na estatura dos mamilos, estando a criança sentada,
ereta, de maneira natural, com os pés no alinhamento dos ombros.

Figura 9. Representação da medida do perímetro torácico

Tabela 11. Classificação da razão entre o perímetro torácico e o perímetro cefálico


Tabela de classificação PT/PC

Valor de referência > 6 meses

<1 Possível atrofia dos músculos torácicos e redução


do tecido adiposo
>1 Adequado

Fonte: Callaway et al. (1988).

1.10 CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB)

Braço dobrado em ângulo reto, na estatura do abdômen, com palma da mão voltada para
cima. Na região posterior do braço marcar ponto médio: entre o processo acromial da escápula e o
olécrano. Pedir para o indivíduo deixar o braço solto e relaxado. Medir a circunferência sobre o
ponto médio, sem comprimir o braço. Leitura registrada em centímetros e milímetros. Localizar a
criança/ adolescente na tabela de percentil para CB (Anexo 3).
Figura 10. Representação da medida da circunferência do braço

Tabela 12. Classificação dos percentis de circunferência do braço.


Tabela de classificação CB para Idade
Valor de referência Faixa de 1 a 10 anos
<p5 CB muito pequena para idade
≥ p5 e < p10 CB pequena para idade
> p10 e ≤ p90 CB adequada para idade
≥p 90 e <p95 CB grande para idade
≥ p95 CB muito grande para idade
Fonte: Frisancho (1981).

1.11 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC)

- Para crianças acima de 5 anos ฀ cintura natural: parte mais estreita do tronco entre a última
costela e a crista ilíaca
- Para crianças maiores de 10 anos: ponto médio entre última costela e a crista ilíaca
Quadro 1. Percentis da circunferência da cintura no sexo masculino

Fonte: MCCarthy, Jarret e Crawley (2001).

Quadro 2. Percentis da circunferência da cintura no sexo feminino

Fonte: MCCarthy, Jarret e Crawley (2001).


Quadro 3. Classificação da circunferência da cintura de 5 a 16 anos
Valor de referência Faixa de 5 a 16 anos
Percentil <5 CC muito pequena para idade
Percentil ≥5 e <10 CC pequena para idade
Percentil ≥10 e <90 CC adequada para idade
Percentil ≥90 e <95 CC grande para idade
Percentil ≥95 CC muito grande para idade
Fonte: MCCarthy, Jarret e Crawley (2001).
2 ANTROPOMETRIA DE ADULTOS E IDOSOS SAUDÁVEIS OU HOSPITALIZADOS

2.1 AFERIÇÃO DE PESO (LOHMAN et al., 1988)

1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02);


2. Equipamento: balança eletrônica;
3. Técnica: Instalar a balança em superfície plana, firme e lisa e afastada da parede. Ligar a
balança antes de o avaliado ser colocado sobre ela;
4. Colocar o avaliado no centro do equipamento, com o mínimo de roupa possível, descalço,
ereto, pés juntos e braços estendidos ao longo do corpo. Mantê-lo parado nesta posição;
5. Realizar a leitura após o valor do peso estar fixado no visor.
6. Registre o valor mostrado no visor, imediatamente, sem arredondamentos (ex: 75,2 kg)

Figura 11. Representação da aferição de peso em adultos


Fonte: Internet.

2.1.1 Peso ideal (WHO, 1985)

Peso ideal = IMC ideal x (altura)²


Sendo: IMC médio para homens = 22 kg/m²
IMC médio para mulheres = 21 kg/m²

2.1.2 Porcentagem de adequação do peso

Adequação do peso (%) = peso atual x 100


peso ideal

Tabela 13. Classificação do estado nutricional segundo adequação do peso


Adequação do peso (%) Estado nutricional
≤ 70 Desnutrição grave
70,1 a 80 Desnutrição moderada
80,1 a 90 Desnutrição leve
90,1 a 110 Eutrofia
110,1 a 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade
Fonte: BLACKBURN; THORNTON, 1979.
2.1.3 Porcentagem de mudança do peso

Perda de peso (%) = (peso usual – peso atual) x 100


peso usual

Tabela 14. Significado da perda de peso em relação ao tempo


Tempo Perda significativa (%) Perda grave (%)
1 semana 1a2 >2
1 mês 5 >5
3 meses 7,5 > 7,5
6 meses 10 > 10
Fonte: BLACKBURN et al., 1977.

2.1.4 Peso ajustado

Obesidade IMC > 30 kg/m2 (FRANKEFIELD et al., 2003)


Peso ajustado (kg)= [peso atual (kg) – peso ideal (kg)] x 0,25 + peso ideal (kg)

2.1.5 Peso estimado

Peso (homem) = (0,98 x CPA) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) – 81,69
Peso (mulher) = (1,27 x CPA) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x DCSE) – 62,35

CPA: circunferência da panturrilha (cm)


AJ: altura do joelho (cm)
CB: circunferência do braço (cm)
DSE: dobra cutânea subescapular (mm)
Fonte: CHUMLEA et al., 1988.

Outras fórmulas para estimativa de peso


População do estudo: amostra representativa composta por indivíduos brancos e negros com
mobilidade reduzida e pessoas com deficiência física

Idade/Sexo Brancos Negros


Feminino
6 a 18 anos (CJ X 0,77) + (CB X 2,47) – 50,16 (CJ X 0,71) + (CB X 2,59) – 50,43
19 a 59 anos (CJ X 1,01) + (CB X 2,81) – 66,04 (CJ X 1,24) + (CB X 2,97) – 82,48
60 a 80 anos (CJ X 1,09) + (CB X 2,68) – 65,51 (CJ X 1,50) + (CB X 2,58) – 84,22
Masculino
6 a 18 anos (CJ X 0,68) + (CB X 2,64) – 50,08 (CJ X 0,59) + (CB X 2,73) – 48,32
19 a 59 anos (CJ X 1,19) + (CB X 3,21) – 86,82 (CJ X 1,09) + (CB X 3,14) – 83,72
60 a 80 anos (CJ X 1,10) + (CB X 3,07) – 75,81 (CJ X 0,44) + (CB X 2,86) – 39,21

CJ: comprimento do joelho (cm)


CB: circunferência do braço (cm)
Fonte: Chumlea et al. (1994)
2.1.6 Peso ideal segundo compleição óssea
Compleição = altura (cm)
circ. punho (cm)

Tabela 15. Compleição óssea segundo sexo


Compleição Pequena Média Grande
Homem > 10,4 9,6 a 10,4 < 9,6
Mulher > 10,9 9,4 a 10,9 < 9,4

Consultar peso ideal na tabela de referência adaptada do Metropolitan Life Ensurance (ANEXO 2).

2.1.7 Estimativa de peso em pacientes edemaciados


Peso = peso atual – peso resultante do edema

Tabela 16. Estimativa de peso seco em pacientes com edema


Edema Localização Excesso de peso hídrico (kg)
+ Tornozelo 1
++ Joelho 3a4
+++ Base da coxa 5a6
++++ Anasarca 10 a 12
Fonte: Martins (2001).

Tabela 17. Estimativa de retenção hídrica conforme a ascite

Intensidade Ascite
Leve Subtrair 2,2 kg
Moderada Subtrair 6 kg
Grave Subtrair 14 kg
Fonte: James (1989). Obs: avaliar e classificar o grau de ascite e subtrair do peso aferido ou estimado

2.1.8 Estimativa de peso em indivíduos amputados


Peso corrigido= Peso aferido x 100
100% - % amputação

O IMC deve ser calculado e classificado conforme preconizado pela World Health
Organization (1997).

Tabela 18. Porcentagens desconsideradas para o cálculo do peso em amputações


Membro amputado Proporção de peso (%) *
Mão 0,8
Antebraço 2,3
Braço até o ombro 6,6
Pé 1,7
Perna abaixo do joelho 7,0
Perna acima do joelho 11,0
Perna inteira 18,6
* Para amputações bilaterais, as % dobram.
Fonte: Martins e Riella (2000).
Tabela 19. Classificação dos graus de edema

Edema 1+
- Depressão leve (2 mm)
- Contorno normal
- Associado a volume líquido intersticial 30 % acima do
normal

Edema 2+
- Depressão mais profunda após pressão (4 mm)
- Dura mais do que o 1+
- Contorno quase normal

Edema 3+
- Depressão profunda (6 mm)
- Permanece vários segundos após pressão
- edema de pele óbvio pela inspeção geral

Edema 4+
- Depressão profunda (8 mm)
- Permanece por tempo prolongado após a pressão,
possivelmente minutos
- Inchaço evidente

Fonte: Martins e Riella (2000).


2.2 AFERIÇÃO DA ALTURA (LOHMAN et al., 1988)

1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02);


2. Equipamento: fita métrica inelástica, esquadro de madeira, fita adesiva e fio de prumo.
3. Técnica: escolher, na casa, uma parede ou portal sem rodapé. Afixar a fita métrica inelástica, a
50 cm do solo.
4. A pessoa deverá ser colocada ereta, e, sempre que possível, calcanhares, panturrilha, escápulas
e ombros encostados na parede ou portal, joelhos esticados, pés juntos e braços estendidos ao
longo do corpo;
5. A cabeça deverá estar erguida (fazendo um ângulo de 90º com o solo), com os olhos mirando um
plano horizontal à frente, de acordo com o plano de Frankfurt;
6. Peça à pessoa que inspire profundamente e prenda a respiração por alguns segundos;
7. Neste momento, desça o esquadro até que este encoste a cabeça da pessoa, com pressão
suficiente para comprimir o cabelo. Realizar a leitura da estatura sem soltar o esquadro.
8. Registre o valor encontrado, imediatamente, sem arredondamentos (ex: 1,734m).

2.3 MEDIDAS PARA ESTIMATIVA DA ALTURA DE PACIENTES ACAMADOS

2.3.1 Altura do joelho (Lohman et al., 1988)

1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02);


2. Equipamentos: antropômetro de madeira;
3. Técnica: o indivíduo deve estar sentado. Dobra-se a perna esquerda de modo a formar um
ângulo de 90º com o joelho. Posicionar a base do antropômetro no calcanhar do pé esquerdo.
Estender o cursor do antropômetro paralelamente à tíbia até a borda superior da patela (rótula do
joelho). Obter pelo menos duas medidas sucessivas, as quais deverão ter variação máxima de 5 mm.
Se o valor obtido for superior a isto, realizar a terceira medida.
4. Registre o valor imediatamente, sem arredondamentos. Ex: 58,5 cm.

Figura 12. Representação esquemática da aferição da altura do joelho


Fonte: internet.

18 a 60 anos:
Altura (branco/homem) = 71,85 + (1,88 x AJ)
Altura (negro/homem) = 73,42 + (1,79 x AJ)
Altura (branco/mulher) = 70,25 + (1,87 x AJ) – (0,06 x idd)
Altura (negro/mulher) = 68,10 + (1,87 x AJ) – (0,06 x Idd)
Idosos:
Altura (homem) = [(2,02 x AJ) – (0,04 x idd)] + 64,19
Altura (mulher) = [(1,83 x AJ) – (0,24 x idd)] + 84,88
AJ: altura do joelho (cm)
idd: idade (anos)
Fonte: Chumlea, Roche e Steinbaugh (1985).

2.3.2 Envergadura e semi-envergadura do braço (Lohman et al., 1988)


2.3.2.1 Envergadura do braço
1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02);
2. Equipamento: fita métrica inelástica;
3. Técnica: solicitar que o avaliado retire vestimentas como jaquetas, blusas ou outras que
dificultem a extensão do braço. O avaliado deve estar de pé, de frente para o avaliador, e de costas
para a parede, tronco reto, braços estendidos na altura do ombro, sem flexionar o cotovelo,
calcanhares tocando a parede e peso distribuído em ambos os pés. Marcar na parede (com fita
adesiva) a distância obtida entre a extremidade distal do terceiro quirodáctilo direito e a
extremidade distal do terceiro quirodáctilo esquerdo (a extremidade final do maior dedo da mão).
4. Registre o valor , imediatamente, sem arredondamentos. Ex: 152,4 cm.

Figura 13. Representação esquemática da aferição da envergadura


Fonte: internet.

2.3.2.2 Semi-envergadura do braço


1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02);
2. Equipamento: fita métrica inelástica;
3. Técnica: solicitar que o avaliado retire vestimentas como jaquetas, blusas ou outras que
dificultem a extensão do braço. O avaliado deve estar de pé, de frente para o avaliador, e de costas
para a parede, tronco reto, braços estendidos na altura do ombro, sendo que os braços devem fazer
um ângulo de 90° com o corpo, sem flexionar o cotovelo, calcanhares tocando a parede e peso
distribuído em ambos os pés. Marcar na parede (com fita adesiva) a distância obtida entre a
extremidade distal do terceiro quirodáctilo esquerdo e a fúrcula esternal (incisura supraesternal).
4. Registre o valor , imediatamente, sem arredondamentos. Ex: 80 cm.

2.3.3 Fórmulas para altura estimada a partir da envergadura e da semi-envergadura


Altura estimada = envergadura total
Altura estimada = semi-envergadura x 2
Fonte: Kwok e Writelow (1991).
2.4 CÁLCULO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) DE ADULTOS E DE IDOSOS
Fórmula: IMC = Peso atual (kg)
Altura2 (m)

Tabela 20. Classificação do estado nutricional segundo o IMC para adultos


IMC (kg/m2) Classificação
< 16,0 Magreza grau III
16,0 a 16,9 Magreza grau II
17,0 a 18,5 Magreza grau I
18,5 a 24,9 Eutrofia
25 a 29,9 Pré-obesidade
30 a 34,9 Obesidade I
35 a 39,9 Obesidade II
≥ 40 Obesidade III
Fonte: World Health Organization (1997).

Tabela 21. Classificação do estado nutricional segundo o IMC, para classificação da obesidade
IMC (kg/m2) Classificação
< 25,0 Normal
25,0 – 27,0 Sobrepeso
27,0 – < 30,0 Obesidade leve
30,0 – < 35,0 Obesidade moderada
35,0 – < 40,0 Obesidade severa
40,0 – < 50,0 Obesidade Mórbida
50,0 – < 60,0 Super obeso
> 60,0 Super, super obeso
Fonte: Renquist (1997).

Tabela 22. Classificação do estado nutricional de idosos segundo o IMC


Lipschitz (1994)
IMC (kg/m2) Classificação
< 22,0 Baixo peso
22,0 a 24,0 Risco de déficit
24,0 a 27,0 Eutrofia
> 27,0 Sobrepeso
OPAS (2002)
IMC (kg/m2) Classificação
≤ 23,0 Baixo peso
> 23,0 e < 28,0 Peso adequado
≥ 28,0 e < 30,0 Pré-obesidade
≥ 30,0 Obesidade
2.5 CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO

A medida da circunferência do pescoço deve ser realizada ao nível da cartilagem cricoide,


utilizando-se uma fita inelástica, com a cabeça em plano de Frankfurt.

Tabela 23. Circunferência do pescoço e risco de sobrepeso ou obesidade


Circunferência do pescoço (cm) Risco de sobrepeso ou
Homens Mulheres obesidade
< 37 <34 Não identificável
≥ 37 ≥ 34 Investigação adicional
≥ 39,5 ≥ 36,5 Obesidade presente
Fonte: Adaptada de Ben Noun et al. (2001).

2.6 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC) (LOHMAN et al., 1988)

1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02);


2. Equipamento: fita métrica inelástica;
3. Técnica: a medida deverá ser feita na ausência de roupas na região de interesse. O indivíduo
deve estar ereto, com o abdome relaxado (ao final da expiração), os braços estendidos ao longo do
corpo e as pernas fechadas. A medida deverá ser feita no plano horizontal. Posicione-se de frente
para a pessoa e localize o ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. A fita deverá ser
passada por trás do participante ao redor deste ponto. Verifique se a fita está bem posicionada, ou
seja, se ela está no mesmo nível em toda a extensão de interesse, sem fazer compressão na pele.
Pedir a pessoa que inspire e, em seguida, que expire totalmente. A medida deve ser feita neste
momento, antes que a pessoa inspire novamente;
4. Registre o valor obtido, imediatamente, sem arredondamentos, ex: 78,6 cm.

Fonte: Nutrição em foco.

Figura 14. Representação esquemática da aferição da circunferência da cintura


Fonte: internet.

Tabela 24. Classificação do risco de morbidades para adultos segundo CC.


Sexo Risco aumentado Risco muito aumentado
Homens 94 a 102 cm > 102 cm
Mulheres 80 a 88 cm > 88 cm
Fonte: WHO, 1998.
2.7 CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL (LOHMAN et al., 1988)

1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02);


2. Equipamento: fita métrica inelástica;
3. Técnica: a medida deverá ser feita com roupas finas ou íntimas na região de interesse. O
indivíduo deve estar ereto, com o abdome relaxado, os braços estendidos ao longo do corpo e as
pernas fechadas. O examinador posiciona-se lateralmente ao avaliado de forma que a máxima
extensão glútea possa ser vista. Uma fita inelástica deve ser passada neste nível, ao redor do quadril,
no plano horizontal, sem fazer compressão. Verifique se a fita está bem posicionada, ou seja, se ela
está no mesmo nível em toda a extensão de interesse. O zero da fita deve estar abaixo do valor
medido.
4. Registre o valor obtido (o mais próximo de 0,1 cm), imediatamente, sem arredondamentos. Ex:
104,7 cm.

Figura 15. Representação esquemática da aferição da circunferência do quadril


Fonte: internet.

2.8 RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL (RCQ)

RCQ = Circunferência da cintura (cm)


Circunferência do quadril (cm)

Tabela 25. Classificação do risco de morbidades para adultos segundo RCQ.


Sexo Risco aumentado
Homens ≥ 1,0
Mulheres ≥ 0,85
Fonte: WHO, 1998.

2.9 CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL (LOHMAN et al., 1988)

1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02).


2. Equipamento: fita métrica inelástica;
3. Técnica: a medida deverá ser feita na ausência de roupas na região de interesse. O indivíduo
deve estar ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo e pernas fechadas. A medida deverá
ser feita no plano horizontal. Posicione-se de frente para a pessoa. Posicione a fita na maior
extensão do abdome num plano horizontal. Aperte o botão central da fita e passe a fita na parte
posterior do avaliado, seguindo a extensão a ser medida, sem comprimir a pele, com a extremidade
zero abaixo do valor a ser registrado. A medida é feita ao final da expiração normal e registrada o
mais próximo de 0,1 cm;
4. Registre o valor obtido, imediatamente, sem arredondamentos. Ex: 98,7 cm.

Figura 16. Representação esquemática da aferição da circunferência abdominal


Fonte: internet.

2.10 CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) (LOHMAN et al., 1988)

1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02).


2. Equipamento: fita métrica inelástica;
3. Técnica: Posicione-se atrás do avaliado. Solicite ao indivíduo que flexione o cotovelo a 90º, com
a palma da mão voltada para cima. Por meio de apalpação, localize e marque o ponto mais distal do
processo acromial da escápula e a parte mais distal do olécrano. Faz-se, então, uma pequena
marcação do ponto médio entre estas duas extremidades. Peça ao indivíduo, que em posição ereta,
relaxe o braço, deixando-o livremente estendido ao longo do corpo. O avaliado deve estar com
roupas leves ou com a toda a área do braço exposta, de modo a permitir uma total exposição da
área dos ombros. Com a fita métrica inelástica, fazer a medida da circunferência do braço em cima
do ponto marcado, sem fazer compressão;
4. Registre o valor obtido, imediatamente, sem arredondamentos. Ex: 33,6 cm.
Figura 17. Representação esquemática da aferição da circunferência do braço
Fonte: internet.

Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100


CB percentil 50*

*Segundo valores de referência do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES)
(ANEXO 3).

Tabela 26. Classificação do estado nutricional segundo adequação da CB


Adequação da CB (%) Estado nutricional
< 70 Desnutrição grave
70 a 80 Desnutrição moderada
80 a 90 Desnutrição leve
90 a 110 Eutrofia
110 a 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade

2.11 PREGA CUTÂNEA TRICIPITAL (PCT)

Adequação da PCT (%) = PCT obtida (mm) x 100


PCT percentil 50*

* Segundo valores de referência do NHANES (ANEXO 4).

Tabela 27. Classificação do estado nutricional segundo adequação da PCT


Adequação da PCT (%) Estado nutricional
< 70 Desnutrição grave
70 a 80 Desnutrição moderada
80 a 90 Desnutrição leve
90 a 110 Eutrofia
110 a 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade

2.12 CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB)

CMB (cm) = CB – (3,14 x PCT ÷ 10)

CB: circunferência do braço (cm)


PCT: prega cutânea tricipital (mm)

Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100


CMB percentil 50*

* Segundo valores de referência do NHANES (ANEXO 5).


Tabela 26. Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB.
Adequação da CMB (%) Estado nutricional
< 70 Desnutrição grave
70 a 80 Desnutrição moderada
80 a 90 Desnutrição leve
90 Eutrofia

2.13 ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA


A área muscular do braço corrigida (AMBc) avalia a reserva muscular corrigindo a área
óssea. É obtida a partir das seguintes fórmulas:

Homens
AMBc= [CB(cm) – π x DCT (mm) ÷ 10]2
- 10

Mulheres
AMBc= [CB(cm) – π x DCT (mm) ÷ 10]2 - 6,5

Tabela 27. Classificação do estado nutricional de adultos pela AMBc, conforme percentis
Normal Desnutrição leve Desnutrição grave
AMBc Percentil > 15 Percentil entre 5 e 15 Percentil < 5
Fonte: Reis et al. (2015).

2.14 CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA (LOHMAN et al., 1988)


1. Número de vezes a realizar a medida: duas (02).
2. Equipamento: fita métrica inelástica;
3. Técnica: o antropometrista posiciona-se lateralmente ao avaliado. O avaliado coloca-se em pé,
com os pés afastados 20 cm um do outro, de forma que o peso fique distribuído igualmente em
ambos pés. Uma fita inelástica é colocada ao redor da panturrilha (circunferência máxima no plano
perpendicular à linha longitudinal da panturrilha) e deve-se mover a fita para cima e para baixo a
fim de localizar esta máxima circunferência. A fita métrica deve passar em toda a extensão da
panturrilha, sem fazer compressão. O valor zero da fita é colocada abaixo do valor medido.
4. Registre o valor obtido, imediatamente, sem arredondamentos. Ex: 31,3 cm.
Figura 18. Representação esquemática da aferição da circunferência da panturrilha
Fonte: internet.

Tabela 28. Classificação da circunferência da panturrilha para avaliação do estado nutricional de


idosos

Circunferência Classificação
< 31 cm Marcador de desnutrição
≥31 cm Adequado
Fonte: World Health Organization (1995).

2.15 ESPESSURA DA MUSCULATURA ADUTORA DO POLEGAR

% Adequação= MAP aferido x 100


MAP mediano

Tabela 29. Espessura do Músculo Adutor do Polegar, conforme o gênero em indivíduos saudáveis
Gênero Média (mm) Mediana (mm) Desvio-padrão
Masculino 12,5 12 2,8
Feminino 10,5 10 2,3
Fonte: Lameu et al. (2004).

2.16 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL - Dobras cutâneas (LOHMAN et al., 1988)

2.16.1 Procedimento geral


1. Número de vezes a realizar a medida: três (03), de modo rotacional;
2. Equipamento: adipômetro
3. Técnica: a dobra sempre é levantada perpendicularmente ao local de superfície a ser medido.
Todas as medidas são baseadas supondo-se que os antropometristas são destros. O adipômetro
deve ser segurado com a mão direita enquanto a dobra cutânea é levantada com a mão esquerda.
Caso o antropometrista seja não-destro e não tenha habilidade de segurar o adipômetro com a
mão direita, segure o adipômetro com a mão esquerda (mão dominante) e tracione a dobra com a
mão direita. Isto não alterará os resultados das medidas;
4. Deve-se cuidar para que apenas a pele e o tecido adiposo sejam separados;
5. Erros de medidas são maiores em dobras cutâneas mais largas/ espessas;
6. A prega é mantida tracionada até que a medida seja completada.
7. A medida é feita, NO MÁXIMO, até 4 segundos após feito o tracionamento da dobra cutânea.
Se o adipômetro exerce uma força por mais que 4 segundos em que o tracionamento é realizado,
uma medida menor será obtida em função do fato de que os fluidos teciduais são extravasados por
tal compressão;
8. Anotar na ficha de medidas antropométricas qualquer condição fora do padrão.

2.16.2 Dobra cutânea subescapular


Técnica: o local a ser medido é justamente no ângulo inferior da escápula. Para localizar o ponto,
o examinador deve apalpar a escápula, percorrendo seus dedos inferior e lateralmente, ao longo da
borda vertebral até o ângulo inferior ser identificado. Em alguns avaliados, especialmente em
obesos, gentilmente peça que coloque os braços para trás, afim de que seja identificado mais
facilmente o ponto;
O sujeito permanece confortavelmente ereto, com as extremidades superiores relaxadas ao
longo do corpo. A dobra cutânea é destacada na diagonal, inclinada ínfero-lateralmente
aproximadamente num ângulo de 45° com o plano horizontal;
O compasso é aplicado ínfero-lateralmente em relação ao indicador e o polegar que está
tracionando a prega e a medida deve ser registrada o mais próximo de 0,1 mm;

Figura 19. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea subescapular


Fonte: internet.

2.16.3 Dobra cutânea suprailíaca


Técnica: a dobra cutânea suprailíaca é medida na linha axilar média imediatamente superior à
crista ilíaca. O indivíduo posiciona-se em posição ereta e com as pernas fechadas. Os braços podem
estar estendidos ao longo do corpo ou podem estar abduzidos levemente para melhorar o acesso
ao local. Em indivíduos impossibilitados a ficarem em pé, a medida pode ser feita com o indivíduo
em posição supina. Alinha-se inferomedialmente num ângulo de 45º com o plano horizontal. O
compasso é aplicado 1 cm dos dedos que seguram a dobra. O valor deve ser registrado,
imediatamente, o mais próximo de 0,1 mm. Ex: 20,5 mm ou 21,0 mm.
Figura 20. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea suprailíaca
Fonte: internet.

2.16.4 Dobra cutânea tricipital


Técnica: a dobra cutânea tricipital é medida no mesmo ponto médio localizado para a medida
da circunferência braquial. O indivíduo deve estar em pé, com os braços estendidos
confortavelmente ao longo do corpo. O adipômetro deve ser segurado com a mão direita. O
examinador posiciona-se atrás do indivíduo. A dobra cutânea tricipital é tracionada com o dedo
polegar e indicador, aproximadamente 1 cm do nível marcado e as extremidades do adipômetro são
fixadas no nível marcado. O valor deve ser registrado, imediatamente, o mais próximo de 0,1 mm.
Ex: 20,5 mm ou 21,0 mm.

Figura 21. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea tricipital


Fonte: internet.

2.16.5 Dobra cutânea bicipital


Técnica: a dobra cutânea bicipital é medida segurando-se a dobra na vertical, na face anterior
do braço, sobre o ventre do bíceps (o ponto a ser marcado coincide com o mesmo nível da marcação
para a aferição da circunferência do braço / dobra cutânea tricipital. Lembrar que a palma da mão
deve estar voltada para cima). A dobra é levantada verticalmente 1cm superior à linha marcada (que
junta a face anterior do acrômio e o centro da fossa antecubital). As
extremidades do adipômetro são posicionadas na linha marcada. O antropometrista deve
posicionar-se de frente ao avaliado; ambos em pé;
O valor deve ser registrado, imediatamente, o mais próximo de 0,1 mm.

Figura 22. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea bicipital


Fonte: internet.

2.16.6 Dobra cutânea abdominal


É determinada paralelamente ao eixo longitudinal do corpo (eixo Z), cinco centímetros a direita
da borda da cicatriz umbilical, com o cuidado de não tracionar o tecido que constitui as bordas da
referida cicatriz. Lohman et al. (1988), realiza a medida transversalmente.

Figura 23. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea abdominal


Fonte: internet.
2.16.7 Dobra cutânea da coxa medial

É determinada entre o ponto médio entre ligamento inguinal e a borda superior da patela, na
face anterior da coxa. Esta medida deve ser feita na direção do eixo longitudinal (Jackson & Pollock
(1978).

Figura 24. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea da coxa medial


Fonte: internet.

2.16.8 Dobra cutânea peitoral ou torácica


É uma medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre a linha
axilar anterior e o mamilo para homens, e a um terço da distância da linha axilar anterior, para
mulheres.

Figura 25. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea peitoral em homens (a) e
mulheres (b)
Fonte: internet.
2.16.9 Dobra cutânea axilar média
É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária
transversal na altura do apêndice xifóide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo
longitudinal, com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida.

Figura 26. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea axilar média


Fonte: internet.

2.16.10 Dobra cutânea da panturrilha medial


Para a execução dessa medida, o avaliado deve estar sentado com a articulação do joelho em
flexão de 90º, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. A dobra é pinçada no ponto de
maior perímetro da perna, com o polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia.

Figura 27. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea da panturrilha


Fonte: internet.
2.17 AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA

2.17.1 Protocolo de 7 dobras (Jackson e Pollock, 1978)


Dobras utilizadas: Triciptal, subescapular, peitoral, axilar média, suprailíaca, abdominal e coxa
média
Homens de 18 a 61 anos
D = 1,112 – [0,00043499 x (Σ 7DC)] + [ 0,00000055 x (Σ 7DC)2 ] – [0,0002882 x Idade]
Mulheres de 18 a 55 anos
D = 1,097 – [0,00046971 x (Σ 7DC)] + [0,00000056 x (Σ 7DC)2 ] – [0,00012828 x Idade]
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

2.17.2 Protocolo de 4 dobras (Jackson e Pollock, 1978)


Para atletas do sexo feminino – 4 dobras utilizadas: tricipital, abdominal, suprailíaca, coxa média
D= 1,096095 – 0,0006952 x (Σ 4 dobras) + 0,0000011 x (Σ 4 dobras) 2 - 0,000714 x (idade em anos)
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

2.17.3 Protocolo de 3 dobras (Jackson e Pollock, 1978)


Homens de 18 a 61 anos
D = 1,10938 – 0,0008267 x (Ʃ peitoral, abdominal, coxa medial) + 0,0000016 (Ʃ peitoral,
abdominal, coxa medial)2 – 0,0002574 x (Idade em anos)

Mulheres de 18 a 55 anos
D = 1,0994921 – 0,0009929 x (Ʃ tríceps, suprailíaca, coxa medial) + 0,0000023 (Ʃ tríceps,
suprailíaca, coxa medial)2 – 0,0001392 x (Idade em anos)

O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:


Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

2.17.4 Outras equações (homem e mulher adulto)


Petroski (1995)
Homens da região sul do Brasil de 18 a 66 anos (4 dobras)
D= 1,10726863 – 0,00081201 x (Ʃ subescapular + tríceps + suprailíaca + panturrilha) + 0,00000212
x (subescapular + tríceps + suprailíaca + panturrilha) 2 – 0,00041761 x (idade em anos)
Mulheres da região sul do Brasil de 18 a 51 anos (4 dobras)
D= 1,03465850 - 0,00063129 x (axilar + suprailíaca + coxa + panturrilha) - 0,00000187 x (axilar +
suprailíaca + coxa + panturrilha)2 - 0,000311665 (idade em anos) – 0,00048890 (Kg) + 0,00051345
(estatura cm)

O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:


Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

Guedes (1985) – Jovens entre 18 e 30 anos (sul do país)


Homens: tríceps, abdominal e subescapular (R = 0,894 e EPE = 0,0057)
D= 1.1714 – 0,0671 Log 10 (Σ 3 dobras)
Mulheres: subescapular , suprailíaca e coxa (R = 0,853 e EPE = 0,0053)
D= 1.1665 – 0,07063 Log 10 (Σ 3 dobras)
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

Slaughter (1988) ฀ crianças e adolescentes (8 a 17 anos) ฀ DC: tríceps e subescapular


Meninos brancos com Σ das dobras ≤35 mm
Pré-púbere (7 a 11 anos e 11 meses de idade)
%G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular) 2 – 1,7
Púbere (12 a 13 anos e 11 meses de idade)
%G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular) 2 – 3,4
Pós-púbere (14 anos a 17 anos e 11 meses de idade)
%G =1,21(tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular) 2 – 5,5
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

Meninos negros com Σ das dobras ≤35 mm


• Pré –púbere (7 a 11 anos e 11 meses de idade)
%G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular) 2 – 3,2
• Púbere (12 a 13 anos e 11 meses de idade)
%G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular) 2 – 5,2
• Pós-púbere (14 anos a 17 anos e 11 meses de idade)
%G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular) 2 – 6,8
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

Meninas brancas ou negras com Σ das dobras ≤35 mm


%G = 1,33 (tríceps + subescapular) – 0,013 (tríceps + subescapular) 2 – 2,5
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

Meninos(as) brancos(as) ou negros(as) com Σ das dobras >35 mm


Se somatório for > 35mm ฀ utilizar única equação para cada sexo:
Meninos: %GC= 0,783 (tríceps + subescapular) + 1,6
Meninas: %GC= 0,546 (tríceps + subescapular) + 9,7
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

Faulkner (1968)
Amostra: nadadores americanos (18 a 58 anos)
4 dobras utilizadas = tríceps, subescapular, suprailíaca e abdominal
%GC = [ (Σ 4 dobras) x 0,153] + 5,783
Peso da gordura (PG) em Kg: PG = %GC x peso corporal /100
Cálculo da LBM (massa magra) kg: LBM = peso corporal – PG
Cálculo do peso ideal (kg): PI = LBM X constante*
- PI= peso magro (LBM) x constante (nadadores= 1,09; futebol= 1,12; demais esportes e
mulheres= 1,14)

Weltman e colaboradores (1988)


Para obesos ฀ medida = circunferência abdominal (cm)
Homens
%GC= [0,31457 X (circ. Abdominal)] – [0,10969 x (peso)] + 10,8336
Mulheres
%GC= [0,11077 X (circ. Abdominal)] – [0,17666 x (altura)] + [0,14354 x (peso)] + 51,03301
Obs: Circunferência abdominal = média de 2 medidas; peso(kg) e altura(cm)

Heyward e Stolarczyk(1996)
Para atletas do sexo masculino – 7 dobras utilizadas: peitoral, axilar média, tricipital,
subescapular, abdominal, suprailíaca, coxa média
D= 1,112 – 0,00043499 x (Σ 7 dobras) + 0,00000055 x (Σ 7 dobras) 2 - 0,00028826 x (idade em
anos)
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

Thorland et al. (1984)


Atletismo, ginástica, mergulho e luta (14 a 19 anos)
HOMENS (R = 0,82 / EPE = 0,0055)
D = 1,1091 – 0,00052 (Σ 7DC) + 0,00000032 (Σ 7DC)2
MULHERES (R = 0,82 / EPE = 0,0060)
D = 1,1046 - 0,00059 (Σ 7DC) + 0,00000060 (Σ 7DC)2
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.

Somatório de dobras
4 dobras
Somatório (Σ 4DC) = DCT + DCB + DCSI + DCSE

DCT: dobra cutânea tricipital (mm)


DCB: dobra cutânea bicipital (mm)
DCSI: dobra cutânea supra-ilíaca (mm)
DCSE: dobra cutânea subescapular (mm)

Consultar percentual de gordura corporal na tabela de referência (Anexo 6).


Tabela 30. Classificação do percentual de gordura, sexo masculino.
Idade
Classificação
18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65
muito baixo <4 <8 < 10 < 12 < 13
Excelente 4a6 8 a 11 10 a 14 12 a 16 13 a 18
muito bom 7 a 10 12 a 15 15 a 18 17 a 20 19 a 21
Bom 11 a 13 16 a 18 19 a 21 21 a 23 22 a 23
Adequado 14 a 16 19 a 20 22 a 23 24 a 25 24 a 25
moderadamente alto 17 a 20 21 a 24 24 a 25 26 a 27 26 a 27
Alto 21 a 24 25 a 27 26 a 29 28 a 30 28 a 30
muito alto > 24 > 27 > 29 > 30 > 30
Fonte: POLLOCK; WILMORE, 1993.

Tabela 31. Classificação do percentual de gordura, sexo feminino.


Idade
Classificação
18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65
muito baixo < 13 < 14 < 16 < 17 < 18
Excelente 13 a 16 14 a 16 16 a 19 17 a 21 18 a 22
muito bom 17 a 19 17 a 20 20 a 23 22 a 25 23 a 26
Bom 20 a 22 21 a 23 24 a 26 26 a 28 27 a 29
Adequado 23 a 25 24 a 25 27 a 29 29 a 31 30 a 32
moderadamente alto 26 a 28 26 a 29 30 a 32 32 a 34 33 a 35
Alto 29 a 31 30 a 33 33 a 36 35 a 38 36 a 38
muito alto > 31 > 33 > 36 > 39 > 38
Fonte: POLLOCK; WILMORE, 1993.

Tabela 32. Classificação do risco de morbidades segundo o percentual de gordura corporal.


Gordura corporal (%)
Classificação Homem Mulher
Riscos de doenças associadas ≤5 ≤8
Abaixo da média 6 -14 9 - 22
Média 15 23
Acima da média 16 - 24 24 - 31
Riscos de doenças associadas ≥ 25 ≥ 32
Fonte: LOHMAN, 1992.

2.18 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL – BIOIMPEDÂNCIA

2.18.1 Preparação para a bioimpedância (BIA)


Estas orientações deverão ser repassadas ao paciente no momento da avaliação antropométrica
para que ele esteja preparado para a realização da BIA na próxima consulta com a Nutrição (KYLE et
al., 2004).

1. Todo objeto metálico (brinco, pulseira, relógio) deverá ser retirado;


2. Não será realizado em pacientes portadores de marcapasso, em uso de diuréticos e mulheres
no período menstrual (se necessário realizar a BIA em mulheres no período menstrual realizá-la
no meio do ciclo onde ocorre menor retenção hídrica);
3. O paciente será orientado a não consumir café, chás, bebidas efervescentes, bebida alcoólica
e bebidas energéticas durante as 24hs precedentes à avaliação. A maioria destas bebidas são
diuréticas reduzindo a quantidade de água corporal.
4. A refeição deve ser feita de 2 a 3 horas antes da avaliação.
5. Não consumir grande quantidade de água antes da avaliação.
6. Urinar no mínimo até 30 minutos antes da avaliação.
7. Não deverá ser realizada atividade física no dia do exame.
3 ANTROPOMETRIA EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS

3.1 GESTANTES

3.1.1 Avaliação do Estado Nutricional Pré-Gestacional

Coletar o peso e a altura da gestante referente ao período anterior à gestação por meio de
prontuários ou informação verbal. Calcular o IMC, posteriormente, fazer a classificação e
recomendações de ganho de peso conforme a Tabela 33.

IMC= Peso pré-gestacional


Altura2

Tabela 33. Classificação do estado nutricional pré-gestacional e recomendação para ganho de


peso
IMC (kg/m2) Ganho de peso total Ganho de peso semanal
pré-gestacional (kg) (g/semana)
<19,8 (baixo peso) 12,5 a 18 500 a partir do
2º trimestre

19,8 a 26 (eutrofia) 11,5 a 16 400 a partir do


2º trimestre

26 a 29 (sobrepeso) 7 a 11,5 300 a partir do


2º trimestre

> 29 obesidade 7 a 9,1 300 a partir do


2º trimestre
Fonte: Institute of Medicine; National Academy of Sciences (1990); WHO (1995).

Tabela 34. Classificação do estado nutricional pré-gestacional e recomendação para ganho de


peso
IMC (kg/m2) Ganho de peso total Ganho de peso semanal
pré-gestacional (kg) g/semana(variação) para 2º e
3º trimestre
<18,5 (baixo peso) 12,5 a 18 510 (440 a 580 g)
18,5 a 24,9 (eutrofia) 11,5 a 16 420 (350 a 500 g)
25 a 29 (sobrepeso) 7,0 a 11,5 280 (230 a 330 g)
≥ 30 obesidade 5 a 9,0 220 (170 a 270 g)
Fonte: adaptada de Institute of Medicine (2009).
3.1.2 Avaliação Estado Nutricional Gestacional

Coletar os dados de peso e altura da gestante, de acordo com a metodologia de Lohman et


al. (1988) empregada para adultos. Calcular o IMC e avaliar segundo a semana gestacional atual
informada pela gestante, e posteriormente fazer a classificação conforme o Quadro 4 ou a Curva de
IMC segundo a semana gestacional (Figura 25).

Quadro 4. Avaliação do estado nutricional da gestante segundo o Índice de Massa Corporal – IMC
por semana gestacional

Fonte: Atalah et al. (1997)


Figura 28. Curva de IMC segundo a semana gestacional
Fonte: Atalah et al.,( 1997); Institute of Medicine; National Academy of Sciences (1990); WHO
(1995).
4 AVALIAÇÃO SUBJETIVA
4.1 AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ANSG)

Figura 29. Representação da Avaliação Subjetiva Global (ASG)


Fonte: DETSKY et al., 1994.
4.2 MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)

Figura 30. Representação da mini avaliação nutricional


Fonte: RUBENSTEIN et al. (2001).
DIETOTERAPIA

O padrão alimentar sofre influência de preceitos religiosos, tabus, hábitos alimentares e


socioculturais, incutidos no indivíduo desde a infância. Tanto na saúde quanto na doença é
importante uma alimentação adequada às necessidades de cada um.

A dietoterapia é a ciência que estuda e aplica a dieta com princípio terapêutico, tendo a dieta
normal como padrão. A finalidade básica da dietoterapia é ofertar ao organismo nutrientes
adequados ao tipo de doença, condições físicas, nutricionais e psicológicas do paciente, mantendo
ou recuperando o estado nutricional. Para isso, o, profissional nutricionista deve proceder à
prescrição dietética que envolve várias etapas como a anamnese alimentar, avaliação do estado
nutricional, hipótese diagnostica nutricional, determinação da conduta alimentar, definição do nível
de assistência e, posteriormente, a reabilitação nutricional.

Uma dieta nutritiva deve ser planejada de acordo com as doenças e condições físicas do
indivíduo, atendendo as leis fundamentais de alimentação de Escudeiro (quantidade, qualidade,
harmonia e adequação). As recomendações nutricionais mais atuais levam em conta os guias
alimentares. A Pirâmide Alimentar que foi publicada em 1992 pelo departamento de agricultura dos
USA.

A orientação da Pirâmide Alimentar tem um enfoque um pouco mais amplo que os guias
propostos anteriormente. Há uma preocupação em abordar a alimentação de forma a ensinar urna
dieta global, e não apenas uma dieta básica. São levados em conta as deficiências nutricionais,
que podem ocorrer e os prejuízos decorrentes dos excessos alimentares. O objetivo é orientar três
conceitos básicos: a variedade na seleção de alimentos, a proporcionalidade e a moderação
principalmente de gordura e açúcares. Para pacientes hospitalizados, as vias de suporte nutricional
podem ser oral, enteral e/ou parenteral.

Características das dietas e indicações

As dietas terapêuticas podem ser definidas como modificações quantitativas e qualitativas


da dieta normal. O ajuste de uma dieta pode se dar de acordo com uma das seguintes formas:

1.Mudança na consistência dos alimentos (dieta geral, branda, pastosa, leve, líquida,
cremosa, pastosa liquidificada e líquidos);

2.Aumento ou diminuição no valor energético (dieta hipocalórica ou hipercalórica);


3.Aumento ou diminuição no tipo de alimento (dieta hipossodica, laxativa, com resíduos
mínimos);

4.Ajustes na proporção e equilíbrio de proteínas, gorduras, carboidratos e/ou nutrientes


específicos (dieta para diabéticos, hipoprotéica, hipolipídica).

Observações: A escolha dos alimentos que compõem cada dieta é de competência do Nutricionista,
levando em consideração hábitos e necessidades dos pacientes; O médico poderá prescrever
qualquer tipo de dieta e de diversas formas, cabendo ao Nutricionista interpretá-las; Se a dieta
prescrita pelo médico não constar como padrão no cadastro, em sistema informatizado, ela será
adaptada individualmente, conforme critério do Nutricionista, com base na prescrição.
Dieta Livre ou Geral

Alimentos recomendados: Pães, cereais, arroz, massas, leguminosas e seus produtos


integrais, pobres em gorduras; hortaliças e frutas frescas; leite, iogurte, queijo com pouca gordura
e sal; carnes, aves, peixes e ovos magros (sem pele e gordura); e gorduras, óleos e açúcares com
moderação.
Alimentos evitados: Pães, cereais, arroz, massas, leguminosas ricos em gorduras e açúcar;
hortaliças e frutas, enlatadas com sal e óleo, e conservas com calda de açúcar respectivamente;
leite, iogurte, queijo ricos em gordura e sal; carnes, aves, peixes e ovos ricos em gordura e sal,
como os frios em geral; e gorduras, óleos e açúcares em excesso.
Dieta Branda

Alimentos recomendados: Salada cozida; carnes frescas cozidas, assadas, grelhadas; vegetais
cozidos no forno, água, vapor e refogados; ovo cozido, pochê ou quente; frutas (sucos, em
compotas, assadas, ou bem maduras, sem a casca); torradas, biscoitos, pães enriquecidos (não
integrais); pastel de forno, bolo simples, sorvete simples; sopas, óleos vegetais; margarina; gordura
somente para cocção, não para frituras.
Alimentos evitados: Cereais e derivados integrais; frituras em geral; frutas oleaginosas; vegetais
do tipo A, exceto em sucos em cremes; frutas de tipo A, exceto em sucos; leguminosas inteiras;
doces concentrados; condimentos fortes, picantes; queijos duros e fortes.
Dieta Pastosa

Alimentos recomendados: todos os alimentos que possam ser transformados em purê. Mingaus
de amido de milho, aveia, creme de arroz. Alimentos sem casca ou pele, moídos, liquidificados e
amassados.
Alimentos evitados: Alimentos duros, secos, crocantes, empanadas, fritos, cruas, com semente,
casca, pele. Preparações contendo azeitona, passas, nozes (outras frutas oleaginosas), coco e
bacon. Iogurte com pedaços de frutas, frutas com polpas, hortaliças folhosas cruas, com sementes;
biscoitos amanteigados, pastelarias.
Dieta Liquida-Pastosa ou Pastosa Liquidificada

Alimentos recomendados: Preparações com alimentos liquidificados e amassados.


Alimentos evitados: Leguminosas e grãos, alimentos crus e inteiros.
Dieta Líquida Completa

Alimentos recomendados: Mingaus a 3% (arroz, milho, mucilon, maisena); caldos e sopas


liquidificadas; sucos diluídos e/ou coados; leite, iogurte, creme de leite, queijos cremosos; gelatina,
geléia de mocotó, pudim, sorvetes; chá, café, chocolate, mate, bebidas não gasosas, sucos de
frutas e de vegetais coados; mingau de cereais, sopa de vegetais peneirados, cremosas e caldos
de carnes; óleos vegetais.
Alimentos evitados: cereais integrais, sementes, farelos, sementes oleaginosas, hortaliças,
frutas inteiras com casca, queijos ricos em gorduras, embutidos, condimentos picantes.
Dieta Líquida Restrita

Alimentos recomendados: Água; caldos de legumes coados; sucos de frutas coados; geleia
de mocotó, gelatina, sorvetes a base de frutas coadas (sem leite).
Alimentos evitados: Cereais integrais com exceção do caldo; leguminosas; condimentos com
exceção do sal; sucos de frutas que contêm polpa, hortaliças com exceção caldo, carnes de
todos os tipos e os respectivos caldos, leite e derivados.
TERAPIA NUTRICIONAL

A terapia nutricional é a reunião de métodos terapêuticos utilizados para manter ou recuperar


o estado nutricional do paciente. Ela tem capacidade de agir em pessoas com trauma,
infecções, doenças em geral ou que acabaram de passar por um procedimento cirúrgico.
Seu principal objetivo é melhorar a situação nutricional do indivíduo, cuidando e evitando
sua nutrição precária. Ela mantém os níveis de proteína no plasma sanguíneo e alimenta o
tecido corporal, de modo a impedir a deficiência dos macro e micronutrientes.
A nutrição pode ser aplicada tanto por via oral, por meio de suplementos nutricionais, ou por
um tubo alimentar, método denominado como Nutrição Enteral ou, quando o paciente não
consegue ingerir pelo trato digestivo, o suporte alimentar pode ser introduzido por meio de um
cateter intravenoso, colocado diretamente nas veias, forma essa chamada de Nutrição
Parenteral.
A seleção do tipo de terapia nutricional ideal para o paciente dependerá muito do seu estado
de saúde e necessidades. Por exemplo, uma pessoa que está sofrendo quimioterapia ou
hemodiálise tem necessidades diferentes daquela que acabara de passar por um procedimento
cirúrgico.
A princípio, o profissional responsável pela prescrição da terapia nutricional deverá seguir
criteriosamente alguns passos para, então, definir corretamente a melhor opção para o
paciente. São eles:
- triagem nutricional;
- análise nutricional do indivíduo desnutrido ou em risco nutricional;
- determinação da necessidade nutricional;
- indicação da Terapia Nutricional a ser introduzida;
- monitoramento e acompanhamento;
- avaliação da eficácia do procedimento por meio de indicadores de qualidade da Terapia
Nutricional.

Terapia Nutricional Enteral (TNE)

A Nutrição Enteral (NE) refere-se à administração de nutrientes pelo trato gastrintestinal


(TGI) por meio do uso de sondas (através de um tubo). É considerada mais fisiológica quando
comparada com a Nutrição Parenteral, por evitar a atrofia da mucosa, manter a flora intestinal
mais próxima do normal e preservar a função imune do TGI.
A Terapia Nutricional Enteral (TNE) refere-se a um conjunto de procedimentos terapêuticos
utilizados para a manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio da NE. A RDC
63/2000 da ANVISA define a NE como “alimento para fins especiais, com ingestão controlada
de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada,
especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não,
utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou completar a alimentação oral em pacientes
desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar,
ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas”.
Nos últimos anos, houve aumento da popularidade do uso de Nutrição Enteral devido a dois
fatores principais:
- A passagem de sondas por meio de procedimentos simples e de baixo risco, principalmente
para gastrostomias e jejunostomias;
- A disponibilidade de produtos para Nutrição Enteral, com diversos nutrientes, permitindo a
melhor escolha de fórmulas para pacientes com limitações do TGI ou para aqueles que
requerem nutrição especial. O uso de Nutrição Enteral promove melhor desfecho (ou igual) do
que a Nutrição Parenteral total nos pacientes hospitalizados. A infusão de nutrientes no TGI
promove preservação da integridade da mucosa intestinal, assim como a manutenção da
homeostase e da competência imunológica. O uso da NE, preferencialmente, em relação a NP,
promove melhor resposta imune, previne a atrofia intestinal, evita a translocação bacteriana e
diminui a resposta inflamatória, uma vez que o uso da via enteral produz menor incidência de
complicações, atenua a resposta inflamatória e previne a atrofia intestinal, e em consequência,
a translocação bacteriana.
As vias de acesso da NE podem ser no estômago (nasogástrica, gastrostomia), duodeno
(nasoduodenal/nasoenteral) ou jejuno (nasojejunal/nasoenteral, jejunostomia). Em alguns
casos, a sonda enteral pode ser realizada via orogástrica. A sonda nasoenteral é utilizada
quando o paciente necessita de dieta enteral por curto período de tempo (menor que seis
semanas), devido ao baixo custo e fácil localização. Quando a TNE for superior a quatro
semanas (longos períodos) recomenda-se o uso de gastrostomia ou jejunostomia. O acesso
enteral pode ser realizado via endoscopia, radioscopia, laraposcopia, cirurgia ou às cegas.

Terapia Nutricional Parenteral (TNP)

A nutrição parenteral, ou parentérica (NP), é um método de administração de nutrientes que


é feito diretamente na veia, quando não é possível obter os nutrientes através da alimentação
normal. Assim, este tipo de nutrição é utilizada quando a pessoa já não tem um trato
gastrointestinal funcionando corretamente, o que mais frequentemente acontece em pessoas
em estado muito crítico, como é o caso de câncer do estômago ou intestino em fase muito
avançada, por exemplo.
Existem dois tipos principais de nutrição parenteral:
Nutrição parenteral parcial: são administrados apenas alguns tipos de nutrientes e vitaminas
através da veia;
Nutrição parenteral total (NPT): são administrados todos os tipos de nutrientes e vitaminas
através da veia.
Geralmente, as pessoas que estão fazendo este tipo de alimentação também se encontram
internadas no hospital, para manter uma avaliação contínua do seu estado de saúde, no
entanto, é possível que, em alguns casos, a nutrição parenteral também seja feita em casa e,
nessas situações, o médico ou o enfermeiro devem explicar como administrar a alimentação
corretamente.
O tipo de nutrição parenteral pode ser classificada de acordo com a via de administração:
Nutrição parenteral central: é feita através de um cateter venoso central, que é um pequeno
tubo que é colocado dentro de uma veia de grande calibre, como a veia cava, e que permite a
administração de nutrientes por um período superior a 7 dias;
Nutrição parenteral periférica (NPP): é realizada através de um cateter venoso periférico,
que é colocado em uma veia menor do corpo, geralmente no braço ou mão. Este tipo é mais
indicado quando a nutrição é mantido por até 7 ou 10 dias, ou quando não é possível colocar
um cateter venoso central.
A composição das bolsas usadas na nutrição parenteral pode variar de acordo com cada
caso, mas geralmente inclui gorduras, glicose e aminoácidos, assim como água e vários sais
minerais e vitaminas.
OBESIDADE

A obesidade caracteriza-se como uma doença multifatorial, na qual, além dos fatores
nutricionais, os aspectos genéticos, metabólicos, psicossociais, culturais, entre outros, atuam em
sua origem e manutenção. No cenário epidemiológico mundial, a obesidade destaca-se por ser,
simultaneamente, uma doença e um fator de risco para outras doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT), estando fortemente associada a um risco maior de desfechos, sejam eles as doenças
cardiovasculares, diabete melito tipo 2, cânceres ou mortalidade geral.
A obesidade interfere não apenas na duração e qualidade de vida, mas apresenta
implicações diretas na aceitação social dos indivíduos, que excluídos da estética difundida pela
sociedade contemporânea. Dessa forma, o diagnóstico precoce da obesidade, assim como
intervenções terapêuticas apropriadas, são aspectos fundamentais para a promoção da saúde e
redução de morbimortalidade de indivíduos e populações.
Os termos sobrepeso e obesidade, muitas vezes utilizados como sinônimos são,
tecnicamente, diferentes. Enquanto sobrepeso significa um aumento exclusivo de massa corporal,
obesidade representa excesso de adiposidade em sua composição. Define-se obesidade, então,
como uma enfermidade crônica, que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura,
comprometendo a saúde do indivíduo.
Além do excesso de gordura corporal, é indispensável identificar sua distribuição regional,
ou seja, avaliar onde esse excesso de gordura está localizado no organismo do indivíduo. O
excesso de gordura, quando localizado principalmente na região central, ou abdominal, representa
um fator de risco maior de morbidade e mortalidade que aquele distribuído difusamente ou
concentrado em outros segmentos anatômicos.
A obesidade é uma doença influenciada por fatores genéticos, ambientais, socioculturais e
comportamentais. Estima-se que os fatores genéticos influenciem de 24 a 40% das alterações no
índice de massa corporal (IMC), e diversos fatores genéticos predisponentes podem desempenhar
papel expressivo no desequilíbrio energético determinante do excesso de peso. O mapa gênico da
obesidade humana identifica quão dinâmico é esse processo, uma vez que se identificam novos
genes e regiões cromossômicas associados com a obesidade. Sugere-se que o comportamento
alimentar inadequado e o sedentarismo devem ser os principais fatores que influenciam o
crescimento da obesidade nos grupos populacionais geneticamente suscetíveis. Fatores
ambientais, caracterizados por um estilo de vida sedentário e hábitos alimentares inadequados,
desempenham expressivo papel na gênese da obesidade da vida moderna e urbana, embora a
suscetibilidade genética também seja fator reconhecido para o excesso ponderal.
O estilo de vida influencia fortemente os componentes do balanço energético, seja pelo
padrão de consumo ou pelas atividades motoras cotidianas. O balanço energético de um indivíduo
corresponde à razão entre a quantidade de energia metabolizável ingerida e a quantidade de
energia gasta. Este resultado pode ser neutro, positivo ou negativo. Na base etiológica da
obesidade, encontra-se o processo indesejável de balanço energético positivo, que resulta em
ganho excessivo de massa adiposa corporal.
O gasto energético diário total (GET) de um indivíduo inclui três componentes: a taxa de
metabolismo basal (aproximadamente 60 a 75% do GET), a atividade física (aproximadamente 15
a 30% do GET) e o efeito térmico do alimento (aproximadamente 10% do GET). O gasto energético
pode variar amplamente entre os indivíduos em decorrência de vários fatores, entre os quais se
destacam: a composição corporal, a idade, o sexo, o estado nutricional, a ação de hormônios
tireoidianos, a atividade do sistema nervoso simpático e os fatores genéticos.
Para diagnosticar e avaliar os riscos relacionados à obesidade, é preciso não apenas
determinar a composição corporal, mas também identificar nessa composição quanto há de massa
gordurosa e qual é sua distribuição. Além disso, é fundamental que se proceda à avaliação
nutricional e metabólica detalhada de modo a identificar o peso de cada fator no balanço energético
diário.
DIABETES MELLITUS (DM)

O diabetes mellitus (DM) é um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos caracterizados


por hiperglicemia crônica com alterações do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios,
resultante de defeitos na secreção ou ação da insulina ou ambas. Independente de sua etiologia,
o DM passa por vários estágios clínicos durante sua evolução natural.
A base fisiopatológica do DM1 é a destruição progressiva e específica das células beta
pancreáticas por mecanismo autoimune. A destruição da célula beta é dependente de uma resposta
imunológica predominantemente celular, com ativação de linfócitos T-CD4 e T-CD8. Autoanticorpos
contra antígenos da célula beta são encontrados em todos os portadores de DM1; esses anticorpos
não desempenham papel importante na destruição das células beta, mas se prestam como
marcadores da doença e fatores preditivos. Os principais autoanticorpos que podem ser
determinados por métodos disponíveis em laboratórios de referência são ICA, GAD65 e ICA512.
Entre as razões mais aceitas para a reatividade autoimune à célula beta figuram a infecção
por alguns tipos de vírus ou bactérias em indivíduos geneticamente predispostos e a exposição a
fármacos, alimentos ou outros fatores ambientais ainda pouco conhecidos.
A taxa de destruição das células beta é variável, sendo mais rápida em crianças. A forma
lentamente progressiva ocorre em adultos, referida como latent autoimune diabetes in adult (LADA).
Em adultos saudáveis, o pâncreas secreta cerca de 40 a 50 U de insulina por dia. A secreção
basal ou insulinemia basal é a quantidade secretada continuamente, inclusive durante a fase de
jejum, e a insulina secretada em função de uma demanda aumentada de insulina após as refeições
caracteriza a insulinemia prandial ou bolos de alimentação, ou seja, a quantidade de insulina que
só é secretada quando o organismo se alimenta. A média diária é cerca de 40 a 50% de insulina
basal e o restante de insulina prandial.
Tanto a glicemia quanto a insulinemia tendem a aumentar significativamente logo após as
refeições, caracterizando a hiperglicemia pós-prandial. No indivíduo não diabético, cuja glicemia
basal é baixa, os picos de glicemia pós-prandiais permanecem dentro dos limites normais, assim
como da insulinemia. Em portadores de DM2, o nível de insulina basal é alto e, por isso, os picos
de glicemia e de insulinemia pós-prandial tendem a ser bem mais pronunciados.
O que determina o desenvolvimento do DM2 é a incapacidade da célula beta em responder
à crescente demanda periférica de insulina, observada durante a evolução progressiva da
intolerância à glicose com insulinorresistência para DM2. Durante a evolução da resistência à
insulina, particularmente em obesos, ocorre aumento progressivo da concentração sanguínea basal
de insulina. A magnitude da insulinorresistência depois de instalada sofre pequeno ou nenhum
incremento com o tempo, entretanto a deterioração da função da célula beta é progressiva.
A primeira e mais marcante evidência clínica da disfunção da célula beta em pacientes com
predisposição para DM2 é a perda da primeira fase de secreção de insulina. Com a evolução da
doença aparecem alterações na segunda fase e no padrão pulsátil de secreção.
Várias causas têm sido apontadas como determinantes da perda funcional da célula beta,
mas alterações genéticas comuns a múltiplas populações não foram identificadas. Entre as não
genéticas, citam-se: disfunção mitocondrial com aumento da produção de espécies reativas de
oxigênio; glicotoxicidade; lipotoxicidade; estresse do retículo endoplasmático e da própria ação
autócrina e parácrina da insulina, promovendo controle de sua própria síntese e secreção. Há
também evidências suficientes que apontam para multifatorialidade ambiental (obesidade,
inatividade física, envelhecimento) associada à genética, que levam a coexistência da resistência
à insulina e falência da célula beta pancreática como responsáveis pela hiperglicemia no DM2.
Alguns autores sugerem o envolvimento do acúmulo de gordura visceral na gênese da resistência
à insulina, mas não está totalmente esclarecido qual defeito ocorre primeiro.
Sugere-se que o declínio da função da célula beta possa ocorrer até dez anos antes do
momento do diagnóstico. Na fase inicial do processo, tanto a resistência quanto a deficiência de
insulina apresentam uma curva ascendente, à medida que a resistência à insulina progride, as
células beta respondem com aumento inicial na secreção de insulina com o objetivo de superar os
efeitos hiperglicemiantes da resistência à insulina. Em geral, quando a doença é diagnosticada já
existe um estado progressivo de deficiência insulínica da ordem de 50%.
A glicotoxicidade caracteriza-se por efeitos adversos da hiperglicemia crônica sobre a função
da célula beta e inclui consequências distintas: diminuição da tolerância à glicose por refratariedade
reversível do mecanismo de liberação da insulina, produzida após exposição à hiperglicemia;
exaustão e apoptose das células beta. Esse estado desencadeia um mecanismo fisiológico
adaptativo para preservar a célula beta, reduzindo a primeira fase de produção de insulina e
promovendo menor supressão da liberação hepática de glicose após as refeições, o que aumenta
ainda mais a hiperglicemia pós-prandial.
A glicotoxicidade tem como consequência levar alguns portadores de DM2 à incapacidade
de reduzir a glicemia, de forma adequada, com uso de antidiabéticos orais e terapia nutricional. Isto
ocorre particularmente em relação à glicemia de jejum elevada (acima de 300 mg/dL), o que requer
insulinização por período variável, a fim de restaurar a glicemia para níveis aceitáveis.
A lipotoxicidade geralmente ocorre em portadores de DM2 e de obesidade com adiposidade
visceral. Ácidos graxos são fisiologicamente uma forma de energia para as células beta, mas
tornam-se tóxicos quando em altas concentrações cronicamente. Seus efeitos deletérios são
mediados pela presença do excesso de glicose.
SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS)

O HIV é um retrovírus com genoma RNA da família Retroviridae (retrovírus) e subfamília


Lentivirinae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não oncogênicos que necessitam, para
multiplicar-se, de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do
RNA viral para uma cópia de DNA, que pode, então, integrar-se ao genoma do hospedeiro. Esse
vírus infecta células do sistema imunológico humano, principalmente as células T helper CD4,
componentes-chave do sistema imunológico celular, destruindo ou prejudicando suas funções.
Infecções com esse vírus resultam em um progressivo esgotamento do sistema imunológico,
levando-o à imunodeficiência. O sistema imunológico fica debilitado e o indivíduo torna-se mais
suscetível a infecções.
A infecção pelo HIV pode evoluir para quatro estágios no decorrer do período:
- Estágio I ou soroconversão: ocorre em 2 a 4 semanas após a infecção pelo vírus,
acometendo 50 a 90% dos pacientes;
- Estágio II: denominado fase assintomática, na qual ocorre replicação ativa do vírus e
destruição de células T helper CD4, sem manifestações clínicas aparentes. Com o decorrer do
tempo, evolui para a infecção sintomática na maioria dos indivíduos, quando o sistema imunológico
começa a ficar debilitado;
- Estágio III: surgem doenças como candidíase oral e linfoadenopatia e ocorre declínio da
função imunológica, quando o paciente fica suscetível às infecções oportunistas (sarcoma de
Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii, etc.);
- Estágio IV: o paciente é definido como portador da Aids.
Vale salientar que uma pessoa infectada pelo HIV pode levar 10 a 15 anos para desenvolver
Aids, e as drogas antirretrovirais podem retardar ainda mais o processo.
Alterações nutricionais são comuns em pacientes com HIV/Aids e costumam ocorrer
precocemente. Podem estar relacionadas a baixa ingestão alimentar, má absorção de nutrientes,
alterações metabólicas, infecções oportunistas, fatores psicossociais e neurológicos e interações
drogas-nutrientes. Todas essas condições podem levar a deficiências nutricionais que afetam
negativamente o estado nutricional desses indivíduos.
Atualmente, destacam-se entre esses pacientes duas condições preocupantes do ponto de
vista nutricional: a síndrome consumptiva e a síndrome lipodistrófica do HIV, ou lipodistrofia.
CÂNCER

A palavra câncer vem do grego karkínos, que quer dizer caranguejo, e foi utilizada pela
primeira vez por Hipócrates, o pai da medicina, que viveu entre 460 e 377 a.C. Atualmente, câncer
é o nome geral dado a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento
desordenado de células que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos. A nutrição tem papel de
destaque tanto na prevenção quanto no tratamento do câncer.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no ano 2030, podem ser esperados 27
milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes por câncer e 75 milhões de pessoas
vivas por ano com câncer. Os cânceres de pulmão, mama, próstata e cólon predominam em países
com grande volume de recursos financeiros.
Os cânceres de estômago, fígado, cavidade oral e colo do útero, por sua vez, são mais
predominantes em países de baixo e médio níveis de recursos financeiros. Embora se tente criar
padrões mais característicos de países ricos em relação aos de baixa e média rendas, o padrão
está mudando rapidamente, e vem-se observando um aumento progressivo nos cânceres de
pulmão, mama e cólon e reto, os quais, historicamente, não apresentavam essa importância e
magnitude.
Estratificando a incidência por sexo, os cinco tipos de tumores mais incidentes no sexo
masculino são o câncer de pele não melanoma (63 mil casos novos), próstata (60 mil), pulmão (17
mil), cólon e reto (14 mil) e estômago (13 mil). Para o sexo feminino, destacam-se, entre os cinco
mais incidentes, os tumores de pele não melanoma (71 mil casos novos), mama (53 mil), colo do
útero (18 mil), cólon e reto (16 mil) e pulmão (10 mil). Na Figura 13.1, observam-se os tipos de
câncer mais comuns na população brasileira.
O câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis vêm se tornando cada vez mais
comuns no mundo todo, razão pela qual investir em programas de educação em saúde em todos
os níveis da sociedade, bem como em promoção e prevenção são estratégias que devem cada vez
mais serem tomadas em todas as esferas governamentais.
Com o aumento e o envelhecimento da população, os casos de morte pelo câncer estão
aumentando, embora a maioria possa ser prevenida. O Fundo Mundial de Pesquisa contra o
Câncer/Instituto Americano para Pesquisa do Câncer (WCRF/AICR) e o Inca publicaram em 2009
um documento conjunto sobre “Políticas e Ações para Prevenção do Câncer no Brasil”. O propósito
era mostrar como o câncer pode ser controlado e prevenido no Brasil – desde a partir de políticas
governamentais até com recomendações para os indivíduos. O aparecimento do câncer é
multifatorial e inclui tanto fatores genéticos e de composição corporal quanto ambientais, chamados
agentes cancerígenos. Se ninguém fumasse ou fosse exposto ao tabaco, aproximadamente um
terço dos atuais casos de câncer seriam prevenidos. Dentre os fatores ambientais, a alimentação
saudável e atividade física poderia aumentar a prevenção para um quarto dos casos. Os fatores de
risco para o câncer podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis, como na Tabela 13.1.

A ingestão de carnes vermelha e processada aumenta o risco de câncer colorretal, enquanto


o uso de bebidas alcóolicas está relacionado com o aumento dos cânceres de boca, faringe, laringe,
esôfago, colorretal e mama. O excesso de gordura corporal está relacionado com o aumento do
risco de câncer de esôfago, pâncreas, vesícula biliar, colorretal, mama, endométrio e rins.
Umas das principais formas de evitar o câncer é ter uma alimentação saudável, ser
fisicamente ativo e manter o peso corporal adequado. Uma ingestão rica em alimentos de origem
vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre
em alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer e
bebidas açucaradas, podem prevenir novos casos de câncer.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Transtornos alimentares (TA) são transtornos psiquiátricos, com graves complicações


clínicas. As complicações clínicas decorrentes dos TA estão relacionadas principalmente ao
comprometimento do estado nutricional (em função da restrição alimentar autoimposta) e às
práticas compensatórias inadequadas para o controle e a perda de peso – vômitos autoinduzidos,
uso de diuréticos, anfetaminas, enemas e laxativos. Tais complicações são diversas e graves,
incluindo alterações endócrinas, cardíacas, pulmonares, renais, dentárias, além das seguintes
doenças: hipercolesterolemia, hipoglicemia, osteopenia, osteoporose, hipocalemia, hipomagnesia,
hiponatremia, hipofosfatemia, distúrbios acidobásicos, anemia, lanugo, constipação, esofagite,
pancreatite aguda, entre outras.

A anorexia nervosa (AN), a bulimia nervosa (BN) e os transtornos alimentares não


especificados (TANE) possuem, atualmente, seus critérios diagnósticos definidos pela Associação
Psiquiátrica Americana, no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), e
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na Classificação Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). As Tabelas 18.1 e 18.2 apresentam, respectivamente,
os critérios diagnósticos para AN e BN.
Os TA são caracterizados por complexos aspectos biológicos, genéticos, psicológicos,
nutricionais e socioculturais, e, por este motivo, o tratamento deve ser interdisciplinar. A equipe
mínima de tratamento deve ser constituída por médico psiquiatra, psicólogo e nutricionista. Assim,
o nutricionista que recebe um paciente “novo” que não seja acompanhado por estes profissionais
supracitados deve encaminhar o paciente a eles. Além destes, outros profissionais podem contribuir
para o tratamento, como enfermeiros, educadores físicos, terapeutas ocupacionais e assistentes
sociais. A equipe deve ser treinada na área de TA, e é imprescindível que haja boa comunicação
entre os profissionais. Preferencialmente, a supervisão da equipe deve ser feita por um profissional
experiente. Os TA são condições extremamente complexas, tanto no tocante à sua psicopatologia
e às suas complicações clínicas quanto aos desafios que eles criam para os profissionais de saúde.
Portanto, seu tratamento deve ser o mais complexo e abrangente possível, não se limitando a
modalidades ou raciocínios singulares.
O cuidado nutricional para as pessoas com TA segue a mesma sequência dos demais
tratamentos nutricionais: avaliação nutricional inicial; formulação do diagnóstico nutricional;
intervenção e acompanhamento (com reavaliações). Destaca-se, entretanto, que os procedimentos
devem ser discutidos com a equipe interdisciplinar que acompanha o caso. Além disso, a
intervenção deve ser construída junto com o paciente e, em alguns casos, com seus familiares.
Os métodos de avaliação nutricional incluem medidas antropométricas, bioquímicas, clínicas
e alimentares que, no atendimento nutricional a portadores de TA, devem ser utilizados com
adaptações e cautela. Recomenda-se o uso de entrevistas abertas, calcadas na escuta empática,
que consigam obter dados objetivos e subjetivos. Os seguintes dados devem ser coletados por
meio de anamneses não estruturadas:
- Informações básicas: idade, contatos, estado civil, filhos, escolaridade, profissão, nível
socioeconômico, com quem mora e como, indicação para tratamento, narrativa da história de vida;
- Informações quanto à saúde: doenças pregressas e vigentes, tratamentos já realizados ou
em andamento, medicamentos, suplementos, qualidade do sono, sintomas atuais, com atenção
especial às complicações típicas dos TA, como alterações gastrintestinais, bucais e endócrinas;
- Informações quanto ao peso corporal: histórico de variação do peso, histórico da prática de
dietas, flutuações de peso e questões de imagem corporal (p.ex., conceitos sobre qual considera
ser seu peso ideal e graus de insatisfação corporal);
- Informações quanto à alimentação: histórico dos hábitos alimentares do paciente e de sua
família, consumo alimentar habitual e atual (com possível cálculo posterior da ingestão de
nutrientes, se for necessário), evidências de compulsões alimentares, crenças, sentimentos e
pensamentos sobre alimentação, alimentos evitados;
- Informações quanto aos comportamentos compensatórios: uso de laxantes, diuréticos,
enemas e remédios para emagrecer, indução de vômitos, realização de jejuns ou restrições
alimentares e prática de atividade física;
- Informações quanto à prática de atividade física: tipo, frequência, duração e intensidade.
O cuidado nutricional é componente fundamental do tratamento das pessoas com TA.
Entretanto, constitui-se como um desafio, pois exige diversas habilidades para o aconselhamento,
como sensibilidade, paciência, empatia e conhecimentos oriundos das ciências humanas, entre
outros. É essencial, nessa produção de cuidado, que o encontro terapêutico seja permeado pela
complexidade do paciente e pela própria complexidade do ato alimentar. Ademais, também é
necessária uma postura existencial de abertura e interesse para com o outro, seja este “outro” o
próprio paciente, que deve participar ativamente do tratamento, ou os demais profissionais da
equipe interdisciplinar, com quem são compartilhadas discussões e experiências.
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