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BÁSICO
NUTRIÇÃO
Além do modo natural de ingerir os alimentos (via oral), a nutrição também pode ser feita de
modo enteral (o alimento é colocado diretamente no tubo digestivo) ou parenteral (o alimento é
administrado diretamente na veia), em pacientes com necessidades nutricionais especiais.
Uma boa nutrição significa prevenção de doenças crônicas, vida saudável e qualidade de
vida. Muitos problemas de saúde podem ser evitados através de uma alimentação saudável, que
siga as proporções adequadas de cada alimento.
NUTRIÇÃO CLÍNICA
A Nutrição Clínica divide-se em algumas áreas tais como: Nutrição Materno-Infantil, Nutrição
enteral e parenteral, Nutrição em Geriatria, Nutrição em Banco de Leite humano, Nutrição em
Lactário e SPAs e Nutrição no pré e pós operatório.
Diversas são as enfermidades que necessitam de acompanhamento nutricional rigoroso
para evolução e melhora do quadro. Dentre elas podemos destacar: obesidade, doença
celíaca, desnutrição, diabetes mellitus, dislipidemias
(hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia), fenilcetonúria, cirrose
hepática, hiperuricemia (gota), insuficiência renal aguda e crônica, hipertensão
arterial, cardiopatias e constipação intestinal, dentre outras. Os grandes traumas
como queimaduras e cirurgias também precisam de atenção nutricional, uma vez que, estes
pacientes correm o grande risco de apresentarem desnutrição.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
- Fatores fisiopatológicos.
Anamnese alimentar
- Dados pessoais
- Condições socioeconômicas;
- História clínica;
- Avaliação dietética;
- Avaliação antropométrica;
- Exame físico/clínico;
- Avaliação bioquímica;
- Conduta nutricional.
Métodos de avaliação do estado nutricional
1) Métodos diretos:
A) Inquéritos alimentares (Recordatório de 24h, Questionário de Frequência Alimentar);
B) Avaliação antropométrica;
C) Exames laboratoriais/bioquímicos.
2) Métodos indiretos:
B) Exame clínico/físico
1 ANTROPOMETRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
De acordo com o Ministério da Saúde (2011), as crianças menores de 2 anos devem ser
pesadas em balança pediátrica ou “tipo bebê”, para garantir a segurança das crianças. Nesse
sentido, deve-se certificar que a balança está apoiada sobre uma superfície plana, lisa e firme.
Recomenda-se forrar o prato com uma proteção (papel destacável ou fralda) antes de calibrar a
balança para evitar erros na pesagem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).
A pesagem de crianças maiores de 2 anos deve ser realizada com roupas bem leves e sem
calçados. Os adolescentes devem ser pesados descalços e usando roupas leves. Os indivíduos devem
ser orientados a retirarem objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e
quaisquer outros objetos que possam interferir no peso total (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).
infantômetro.
4º Passo: Pressionar, cuidadosamente, os joelhos da criança para baixo, com uma das mãos, de
modo que eles fiquem estendidos. Juntar os pés, fazendo um ângulo reto com as pernas. Levar a
parte móvel do equipamento até as plantas dos pés, com cuidado para que não se mexam.
Figura 1. Representação das etapas de pesagem em balança pediátrica mecânica
Fonte: Ministério da Saúde (2011).
Figura 2. Representação das etapas de aferição do comprimento de crianças menores de dois anos
Fonte: Ministério da Saúde (2011).
Tabela 1. Avaliação do estado nutricional de crianças de 0 a 5 anos segundo indicador peso para
idade
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixo peso para idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Peso baixo para idade
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 97 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +2 Peso adequado ou eutrófico
> Percentil 97 > Escore-z +2 Peso elevado para idade
* Observação para relatório: Este não é o índice antropométrico mais recomendado para a avaliação do
excesso de peso entre crianças. Avalie esta situação pela interpretação dos índices de peso-para-estatura
ou IMC-para-idade.
Fonte: SISVAN (2008)
Tabela 3. Avaliação do estado nutricional de crianças de 0 a 5 anos segundo indicador peso para
estatura
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Peso adequado ou eutrófico
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2 Risco de sobrepeso
> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3 Sobrepeso
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade
Fonte: SISVAN (2008)
Tabela 4. Avaliação do estado nutricional de crianças de 0 a 5 anos segundo indicador IMC para
idade
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Eutrofia
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2 Risco de sobrepeso
> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3 Sobrepeso
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade
Fonte: SISVAN (2008)
Tabela 5. Avaliação do estado nutricional de crianças de 5 a 10 anos segundo indicador peso para
idade
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixo peso para idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Peso baixo para idade
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 97 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +2 Peso adequado ou eutrófico
> Percentil 97 > Escore-z +2 Peso elevado para idade
* Observação para relatório: Este não é o índice antropométrico mais recomendado para a avaliação do
excesso de peso entre crianças. Avalie esta situação pela interpretação dos índices de peso-para-estatura
ou IMC-para-idade.
Fonte: SISVAN (2008)
Tabela 7. Avaliação do estado nutricional de crianças de 5 a 10 anos segundo indicador IMC para
idade
Pontos de corte Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Eutrofia
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2 Sobrepeso
> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3 Obesidade
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade grave
Fonte: SISVAN (2008)
OBS: Não há parâmetros de peso para estatura na referência da OMS (2007) nesta faixa etária.
Quadro resumo para classificação do estado nutricional
Subescapular Tricipital
Para a utilização das equações abaixo, deve-se avaliar as dobras cutâneas tricipital e
subescapular (mm) e avaliar o estágio de maturação sexual (conforme item 1.5).
Para crianças de 0 a 5 anos. Envolvimento do crânio por uma fita métrica inelástica. Posição:
Sobre o osso frontal, acima da região supra-orbital e sobre o ponto occipital. A fita não pode passar
sobre as porções superiores dos pavilhões auditivos. Fazer em triplicata e média com aproximação
de 0,1cm.
Para crianças de 0 a 5 anos. Medida feita na estatura dos mamilos, estando a criança sentada,
ereta, de maneira natural, com os pés no alinhamento dos ombros.
Braço dobrado em ângulo reto, na estatura do abdômen, com palma da mão voltada para
cima. Na região posterior do braço marcar ponto médio: entre o processo acromial da escápula e o
olécrano. Pedir para o indivíduo deixar o braço solto e relaxado. Medir a circunferência sobre o
ponto médio, sem comprimir o braço. Leitura registrada em centímetros e milímetros. Localizar a
criança/ adolescente na tabela de percentil para CB (Anexo 3).
Figura 10. Representação da medida da circunferência do braço
- Para crianças acima de 5 anos cintura natural: parte mais estreita do tronco entre a última
costela e a crista ilíaca
- Para crianças maiores de 10 anos: ponto médio entre última costela e a crista ilíaca
Quadro 1. Percentis da circunferência da cintura no sexo masculino
Peso (homem) = (0,98 x CPA) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) – 81,69
Peso (mulher) = (1,27 x CPA) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x DCSE) – 62,35
Consultar peso ideal na tabela de referência adaptada do Metropolitan Life Ensurance (ANEXO 2).
Intensidade Ascite
Leve Subtrair 2,2 kg
Moderada Subtrair 6 kg
Grave Subtrair 14 kg
Fonte: James (1989). Obs: avaliar e classificar o grau de ascite e subtrair do peso aferido ou estimado
O IMC deve ser calculado e classificado conforme preconizado pela World Health
Organization (1997).
Edema 1+
- Depressão leve (2 mm)
- Contorno normal
- Associado a volume líquido intersticial 30 % acima do
normal
Edema 2+
- Depressão mais profunda após pressão (4 mm)
- Dura mais do que o 1+
- Contorno quase normal
Edema 3+
- Depressão profunda (6 mm)
- Permanece vários segundos após pressão
- edema de pele óbvio pela inspeção geral
Edema 4+
- Depressão profunda (8 mm)
- Permanece por tempo prolongado após a pressão,
possivelmente minutos
- Inchaço evidente
18 a 60 anos:
Altura (branco/homem) = 71,85 + (1,88 x AJ)
Altura (negro/homem) = 73,42 + (1,79 x AJ)
Altura (branco/mulher) = 70,25 + (1,87 x AJ) – (0,06 x idd)
Altura (negro/mulher) = 68,10 + (1,87 x AJ) – (0,06 x Idd)
Idosos:
Altura (homem) = [(2,02 x AJ) – (0,04 x idd)] + 64,19
Altura (mulher) = [(1,83 x AJ) – (0,24 x idd)] + 84,88
AJ: altura do joelho (cm)
idd: idade (anos)
Fonte: Chumlea, Roche e Steinbaugh (1985).
Tabela 21. Classificação do estado nutricional segundo o IMC, para classificação da obesidade
IMC (kg/m2) Classificação
< 25,0 Normal
25,0 – 27,0 Sobrepeso
27,0 – < 30,0 Obesidade leve
30,0 – < 35,0 Obesidade moderada
35,0 – < 40,0 Obesidade severa
40,0 – < 50,0 Obesidade Mórbida
50,0 – < 60,0 Super obeso
> 60,0 Super, super obeso
Fonte: Renquist (1997).
*Segundo valores de referência do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES)
(ANEXO 3).
Homens
AMBc= [CB(cm) – π x DCT (mm) ÷ 10]2
- 10
4π
Mulheres
AMBc= [CB(cm) – π x DCT (mm) ÷ 10]2 - 6,5
4π
Tabela 27. Classificação do estado nutricional de adultos pela AMBc, conforme percentis
Normal Desnutrição leve Desnutrição grave
AMBc Percentil > 15 Percentil entre 5 e 15 Percentil < 5
Fonte: Reis et al. (2015).
Circunferência Classificação
< 31 cm Marcador de desnutrição
≥31 cm Adequado
Fonte: World Health Organization (1995).
Tabela 29. Espessura do Músculo Adutor do Polegar, conforme o gênero em indivíduos saudáveis
Gênero Média (mm) Mediana (mm) Desvio-padrão
Masculino 12,5 12 2,8
Feminino 10,5 10 2,3
Fonte: Lameu et al. (2004).
É determinada entre o ponto médio entre ligamento inguinal e a borda superior da patela, na
face anterior da coxa. Esta medida deve ser feita na direção do eixo longitudinal (Jackson & Pollock
(1978).
Figura 25. Representação esquemática da avaliação da dobra cutânea peitoral em homens (a) e
mulheres (b)
Fonte: internet.
2.16.9 Dobra cutânea axilar média
É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária
transversal na altura do apêndice xifóide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo
longitudinal, com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida.
Mulheres de 18 a 55 anos
D = 1,0994921 – 0,0009929 x (Ʃ tríceps, suprailíaca, coxa medial) + 0,0000023 (Ʃ tríceps,
suprailíaca, coxa medial)2 – 0,0001392 x (Idade em anos)
Faulkner (1968)
Amostra: nadadores americanos (18 a 58 anos)
4 dobras utilizadas = tríceps, subescapular, suprailíaca e abdominal
%GC = [ (Σ 4 dobras) x 0,153] + 5,783
Peso da gordura (PG) em Kg: PG = %GC x peso corporal /100
Cálculo da LBM (massa magra) kg: LBM = peso corporal – PG
Cálculo do peso ideal (kg): PI = LBM X constante*
- PI= peso magro (LBM) x constante (nadadores= 1,09; futebol= 1,12; demais esportes e
mulheres= 1,14)
Heyward e Stolarczyk(1996)
Para atletas do sexo masculino – 7 dobras utilizadas: peitoral, axilar média, tricipital,
subescapular, abdominal, suprailíaca, coxa média
D= 1,112 – 0,00043499 x (Σ 7 dobras) + 0,00000055 x (Σ 7 dobras) 2 - 0,00028826 x (idade em
anos)
O cálculo do % GC é feito utilizando-se a fórmula de SIRI:
Gordura corporal (%) = %G = [(4,95/D) - 4,5] x 100
Fonte: SIRI, 1961.
Somatório de dobras
4 dobras
Somatório (Σ 4DC) = DCT + DCB + DCSI + DCSE
3.1 GESTANTES
Coletar o peso e a altura da gestante referente ao período anterior à gestação por meio de
prontuários ou informação verbal. Calcular o IMC, posteriormente, fazer a classificação e
recomendações de ganho de peso conforme a Tabela 33.
Quadro 4. Avaliação do estado nutricional da gestante segundo o Índice de Massa Corporal – IMC
por semana gestacional
A dietoterapia é a ciência que estuda e aplica a dieta com princípio terapêutico, tendo a dieta
normal como padrão. A finalidade básica da dietoterapia é ofertar ao organismo nutrientes
adequados ao tipo de doença, condições físicas, nutricionais e psicológicas do paciente, mantendo
ou recuperando o estado nutricional. Para isso, o, profissional nutricionista deve proceder à
prescrição dietética que envolve várias etapas como a anamnese alimentar, avaliação do estado
nutricional, hipótese diagnostica nutricional, determinação da conduta alimentar, definição do nível
de assistência e, posteriormente, a reabilitação nutricional.
Uma dieta nutritiva deve ser planejada de acordo com as doenças e condições físicas do
indivíduo, atendendo as leis fundamentais de alimentação de Escudeiro (quantidade, qualidade,
harmonia e adequação). As recomendações nutricionais mais atuais levam em conta os guias
alimentares. A Pirâmide Alimentar que foi publicada em 1992 pelo departamento de agricultura dos
USA.
A orientação da Pirâmide Alimentar tem um enfoque um pouco mais amplo que os guias
propostos anteriormente. Há uma preocupação em abordar a alimentação de forma a ensinar urna
dieta global, e não apenas uma dieta básica. São levados em conta as deficiências nutricionais,
que podem ocorrer e os prejuízos decorrentes dos excessos alimentares. O objetivo é orientar três
conceitos básicos: a variedade na seleção de alimentos, a proporcionalidade e a moderação
principalmente de gordura e açúcares. Para pacientes hospitalizados, as vias de suporte nutricional
podem ser oral, enteral e/ou parenteral.
1.Mudança na consistência dos alimentos (dieta geral, branda, pastosa, leve, líquida,
cremosa, pastosa liquidificada e líquidos);
Observações: A escolha dos alimentos que compõem cada dieta é de competência do Nutricionista,
levando em consideração hábitos e necessidades dos pacientes; O médico poderá prescrever
qualquer tipo de dieta e de diversas formas, cabendo ao Nutricionista interpretá-las; Se a dieta
prescrita pelo médico não constar como padrão no cadastro, em sistema informatizado, ela será
adaptada individualmente, conforme critério do Nutricionista, com base na prescrição.
Dieta Livre ou Geral
Alimentos recomendados: Salada cozida; carnes frescas cozidas, assadas, grelhadas; vegetais
cozidos no forno, água, vapor e refogados; ovo cozido, pochê ou quente; frutas (sucos, em
compotas, assadas, ou bem maduras, sem a casca); torradas, biscoitos, pães enriquecidos (não
integrais); pastel de forno, bolo simples, sorvete simples; sopas, óleos vegetais; margarina; gordura
somente para cocção, não para frituras.
Alimentos evitados: Cereais e derivados integrais; frituras em geral; frutas oleaginosas; vegetais
do tipo A, exceto em sucos em cremes; frutas de tipo A, exceto em sucos; leguminosas inteiras;
doces concentrados; condimentos fortes, picantes; queijos duros e fortes.
Dieta Pastosa
Alimentos recomendados: todos os alimentos que possam ser transformados em purê. Mingaus
de amido de milho, aveia, creme de arroz. Alimentos sem casca ou pele, moídos, liquidificados e
amassados.
Alimentos evitados: Alimentos duros, secos, crocantes, empanadas, fritos, cruas, com semente,
casca, pele. Preparações contendo azeitona, passas, nozes (outras frutas oleaginosas), coco e
bacon. Iogurte com pedaços de frutas, frutas com polpas, hortaliças folhosas cruas, com sementes;
biscoitos amanteigados, pastelarias.
Dieta Liquida-Pastosa ou Pastosa Liquidificada
Alimentos recomendados: Água; caldos de legumes coados; sucos de frutas coados; geleia
de mocotó, gelatina, sorvetes a base de frutas coadas (sem leite).
Alimentos evitados: Cereais integrais com exceção do caldo; leguminosas; condimentos com
exceção do sal; sucos de frutas que contêm polpa, hortaliças com exceção caldo, carnes de
todos os tipos e os respectivos caldos, leite e derivados.
TERAPIA NUTRICIONAL
A obesidade caracteriza-se como uma doença multifatorial, na qual, além dos fatores
nutricionais, os aspectos genéticos, metabólicos, psicossociais, culturais, entre outros, atuam em
sua origem e manutenção. No cenário epidemiológico mundial, a obesidade destaca-se por ser,
simultaneamente, uma doença e um fator de risco para outras doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT), estando fortemente associada a um risco maior de desfechos, sejam eles as doenças
cardiovasculares, diabete melito tipo 2, cânceres ou mortalidade geral.
A obesidade interfere não apenas na duração e qualidade de vida, mas apresenta
implicações diretas na aceitação social dos indivíduos, que excluídos da estética difundida pela
sociedade contemporânea. Dessa forma, o diagnóstico precoce da obesidade, assim como
intervenções terapêuticas apropriadas, são aspectos fundamentais para a promoção da saúde e
redução de morbimortalidade de indivíduos e populações.
Os termos sobrepeso e obesidade, muitas vezes utilizados como sinônimos são,
tecnicamente, diferentes. Enquanto sobrepeso significa um aumento exclusivo de massa corporal,
obesidade representa excesso de adiposidade em sua composição. Define-se obesidade, então,
como uma enfermidade crônica, que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura,
comprometendo a saúde do indivíduo.
Além do excesso de gordura corporal, é indispensável identificar sua distribuição regional,
ou seja, avaliar onde esse excesso de gordura está localizado no organismo do indivíduo. O
excesso de gordura, quando localizado principalmente na região central, ou abdominal, representa
um fator de risco maior de morbidade e mortalidade que aquele distribuído difusamente ou
concentrado em outros segmentos anatômicos.
A obesidade é uma doença influenciada por fatores genéticos, ambientais, socioculturais e
comportamentais. Estima-se que os fatores genéticos influenciem de 24 a 40% das alterações no
índice de massa corporal (IMC), e diversos fatores genéticos predisponentes podem desempenhar
papel expressivo no desequilíbrio energético determinante do excesso de peso. O mapa gênico da
obesidade humana identifica quão dinâmico é esse processo, uma vez que se identificam novos
genes e regiões cromossômicas associados com a obesidade. Sugere-se que o comportamento
alimentar inadequado e o sedentarismo devem ser os principais fatores que influenciam o
crescimento da obesidade nos grupos populacionais geneticamente suscetíveis. Fatores
ambientais, caracterizados por um estilo de vida sedentário e hábitos alimentares inadequados,
desempenham expressivo papel na gênese da obesidade da vida moderna e urbana, embora a
suscetibilidade genética também seja fator reconhecido para o excesso ponderal.
O estilo de vida influencia fortemente os componentes do balanço energético, seja pelo
padrão de consumo ou pelas atividades motoras cotidianas. O balanço energético de um indivíduo
corresponde à razão entre a quantidade de energia metabolizável ingerida e a quantidade de
energia gasta. Este resultado pode ser neutro, positivo ou negativo. Na base etiológica da
obesidade, encontra-se o processo indesejável de balanço energético positivo, que resulta em
ganho excessivo de massa adiposa corporal.
O gasto energético diário total (GET) de um indivíduo inclui três componentes: a taxa de
metabolismo basal (aproximadamente 60 a 75% do GET), a atividade física (aproximadamente 15
a 30% do GET) e o efeito térmico do alimento (aproximadamente 10% do GET). O gasto energético
pode variar amplamente entre os indivíduos em decorrência de vários fatores, entre os quais se
destacam: a composição corporal, a idade, o sexo, o estado nutricional, a ação de hormônios
tireoidianos, a atividade do sistema nervoso simpático e os fatores genéticos.
Para diagnosticar e avaliar os riscos relacionados à obesidade, é preciso não apenas
determinar a composição corporal, mas também identificar nessa composição quanto há de massa
gordurosa e qual é sua distribuição. Além disso, é fundamental que se proceda à avaliação
nutricional e metabólica detalhada de modo a identificar o peso de cada fator no balanço energético
diário.
DIABETES MELLITUS (DM)
A palavra câncer vem do grego karkínos, que quer dizer caranguejo, e foi utilizada pela
primeira vez por Hipócrates, o pai da medicina, que viveu entre 460 e 377 a.C. Atualmente, câncer
é o nome geral dado a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento
desordenado de células que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos. A nutrição tem papel de
destaque tanto na prevenção quanto no tratamento do câncer.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no ano 2030, podem ser esperados 27
milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes por câncer e 75 milhões de pessoas
vivas por ano com câncer. Os cânceres de pulmão, mama, próstata e cólon predominam em países
com grande volume de recursos financeiros.
Os cânceres de estômago, fígado, cavidade oral e colo do útero, por sua vez, são mais
predominantes em países de baixo e médio níveis de recursos financeiros. Embora se tente criar
padrões mais característicos de países ricos em relação aos de baixa e média rendas, o padrão
está mudando rapidamente, e vem-se observando um aumento progressivo nos cânceres de
pulmão, mama e cólon e reto, os quais, historicamente, não apresentavam essa importância e
magnitude.
Estratificando a incidência por sexo, os cinco tipos de tumores mais incidentes no sexo
masculino são o câncer de pele não melanoma (63 mil casos novos), próstata (60 mil), pulmão (17
mil), cólon e reto (14 mil) e estômago (13 mil). Para o sexo feminino, destacam-se, entre os cinco
mais incidentes, os tumores de pele não melanoma (71 mil casos novos), mama (53 mil), colo do
útero (18 mil), cólon e reto (16 mil) e pulmão (10 mil). Na Figura 13.1, observam-se os tipos de
câncer mais comuns na população brasileira.
O câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis vêm se tornando cada vez mais
comuns no mundo todo, razão pela qual investir em programas de educação em saúde em todos
os níveis da sociedade, bem como em promoção e prevenção são estratégias que devem cada vez
mais serem tomadas em todas as esferas governamentais.
Com o aumento e o envelhecimento da população, os casos de morte pelo câncer estão
aumentando, embora a maioria possa ser prevenida. O Fundo Mundial de Pesquisa contra o
Câncer/Instituto Americano para Pesquisa do Câncer (WCRF/AICR) e o Inca publicaram em 2009
um documento conjunto sobre “Políticas e Ações para Prevenção do Câncer no Brasil”. O propósito
era mostrar como o câncer pode ser controlado e prevenido no Brasil – desde a partir de políticas
governamentais até com recomendações para os indivíduos. O aparecimento do câncer é
multifatorial e inclui tanto fatores genéticos e de composição corporal quanto ambientais, chamados
agentes cancerígenos. Se ninguém fumasse ou fosse exposto ao tabaco, aproximadamente um
terço dos atuais casos de câncer seriam prevenidos. Dentre os fatores ambientais, a alimentação
saudável e atividade física poderia aumentar a prevenção para um quarto dos casos. Os fatores de
risco para o câncer podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis, como na Tabela 13.1.
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