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UNOPAR

SEGUNDA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SD): IDENTIFICAÇÃO


E ENCAMINHAMENTOS NO ÂMBITO ESCOLAR

Palmeira - PR
2021
STEFANY GONÇALVES DE OLIVEIRA

ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SD): IDENTIFICAÇÃO


E ENCAMINHAMENTOS NO ÂMBITO ESCOLAR

Trabalho apresentado à UNOPAR, como requisito parcial


à aprovação no 1° semestre do curso de segunda
licenciatura em Pedagogia.

Palmeira - PR
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2. SUPERDOTAÇÃO E ALTAS HABILIDADES – AH/SD.........................................4
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................9
4. REFERÊNCIAS................................................................................................10

4REFERÊNCIAS..........................................................................................................7
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1. INTRODUÇÃO

De forma geral quando se fala em superdotação ou altas habilidades logo se


pensa em pessoas gênias e com QI alto. Existem diversos exemplos citados na
sociedade como Leonardo Da Vinci, Albert Einstein, Charles Darwin, dentre outros
nomes super importantes na história. Essas pessoas eram tidas como gênias por
terem conseguido se destacar por suas invenções ou artes. Elas possuem
reconhecimento mundial devido a suas qualidades profissionais, virtudes,
criatividades e inteligências. Porem, precisamos destacar que não eram somente
essas pessoas que possuíam essas altas habilidades e eram super dotadas,
existiam com toda certeza diversos outras pessoas nessas mesmas qualidades e
que não conseguiram se destacar ou não tinham essa pretensão.
Segundo a OMS, são cerca de 5% da população que possuem a
superdotação, essas pessoas possuem facilidades e talentos por determinadas
áreas do conhecimento. Ou seja, uma pessoa com altas habilidades para a área
artística, como a dança, a música, desenhos e pinturas, dentre outros, não
precisamente será desenvolvido intelectualmente em outras áreas.
A identificação das pessoas com AH/SD ainda é bastante complexa, na
escola os professores e a família geralmente não conhecem o contexto da
superdotação e não conseguem trabalhar de maneira correta com o aluno AH/SD,
não conseguem auxilia-los no desenvolvimento de suas potencialidades, e assim,
esse aluno será afetado futuramente, ficando limitado ao seu próprio
desenvolvimento.
Essa limitação acarretará inúmeros danos a essas pessoas com AH/SD,
como por exemplo, falta de interesse e sentimento de exclusão por sentir-se
diferente de todos.
A partir desse problema este trabalho tem por objetivo auxiliar os profissionais
e responsáveis na identificação e encaminhamentos de alunos com AH/SD,
valorizando a importância do desenvolvimento de suas potencialidades e
respeitando a diferença, “uma vez que, estima-se que no Brasil haja cerca de 2,5
milhões de estudantes com AH/SD inseridos na educação básica” (BRANCO et al.,
2017).
A partir de uma revisão bibliográfica pretende-se identificar e coletar
informações acerca do tema, para contribuir nas discussões dessa temática.
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2. SUPERDOTAÇÃO E ALTAS HABILIDADES – AH/SD

Quando se ouve a palavra “superdotado” logo lembramos dos super-heróis das


telas do cinema, essa qualificação pode expor os indivíduos superdotados a ter altos
níveis de desempenho, gerando muita expectativa sob suas atitudes, causando
assim, um certo preconceito caso eles não atinjam essas expectativas. Por esse
motivo essa palavra ainda gera confusões, inclusive para as pessoas com altas
habilidades (A/H) e superdotadas (SD).
Sendo assim, a superdotação é entendida segundo Simonetti, da Associação
Brasileira para Altas Habilidades, como:

“um conceito que serve para expressar alto nível de inteligência e


indica desenvolvimento acelerado das funções cerebrais, o talento indica
destrezas mais específicas.” (2007, p.1).

Contudo, segundo Souza (2013), a superdotação é entendida como:

“fator ligado à expressão talento – destacando indivíduos que


fogem dos limites padrão das habilidades do que é considerado
normal, tendo díspares nas formas de serem desenvolvidas”.

Já a Lei de Diretrizes e Bases do Conselho Nacional de Educação Especial,


por meios da Politica Nacional de Educação (Brasil, 1995, p. 17) definem as pessoas
bem dotadas:

“capazes de um desempenho superior (em comparação com o mesmo


grupo de idade), incluindo o talento em qualquer das áreas seguintes,
consideradas isoladamente ou em combinação: habilidade intelectual em
geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; artes
visuais e práticas; habilidade psicomotora.”

Podemos perceber com essas citações que conceituar a superdotação não é


algo tão simples, os diversos autores sobre o tema divergem varias vezes sobre
essa definição. Mettrau (2000) salienta que:

“conceituar e caracterizar essa pessoa (com altas habilidades) é uma tarefa


bastante difícil, pois os talentos, além de complexos, são múltiplos” (p. 5).

Já o artigo 5º, inciso III, da Resolução CN E/CEB Nº 2 de 2001,


que estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
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Educação Básica (Brasil, 2001), temos como concepção desses públicos


educandos com altas habilidades/superdotação indivíduos que apresentam
grande facilidade de aprendizagem, levando-os a dominar ligeiramente
conceitos, procedimentos e atitudes.
As pessoas com altas habilidades formam um grupo com habilidades
diferentes das demais pessoas, portanto, elas têm interesses, estilos de
aprendizagem, níveis de motivação, autoconhecimento e características individuais
e especificas de cada ser. Consequentemente entende-se que é fundamental e de
extrema importância os profissionais de educação, pais, familiares e sociedade em
geral conhecer e entender o que é a superdotação e assim conseguir contribuir de
maneira eficaz e com qualidade no desenvolvimento das potencialidades dessas
pessoas com AH/SD. (Virgolim, 2007).
Segundo Guenther e Freeman (2000):

“as pessoas ditas talentosas correspondem de 3% a 5% da população e


estão incluídas na população específica que deve ser atendida pela
Educação Especial (educação essa que tem como função identificar,
elaborar e organizar os recursos pedagógicos e de acessibilidade para uma
participação plena dos alunos, levando-se em conta suas necessidades
específicas).”

De acordo com Renzulli (1986) é fundamental incluir nas diversas definições


do tema superdotação a questão motivação, para ele a superdotação deve ser vista
como uma interação entre três fatores, sendo eles: habilidade acima da média (que
envolve habilidades gerais e habilidades específicas), envolvimento com a tarefa
(motivação) e criatividade. Esses fatores não precisam interagir juntos na mesma
intensidade, mas é interessante que interajam em algum momento para que haja
uma boa produtividade.

2.1 DIAGNÓSTICO PARA IDENTIFICAR AS AH/SD

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, em sua serie de


Adaptações Curriculares, os Saberes e Praticas da Inclusão (Brasil, 2004), publicada
pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, verificam alguns
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traços comuns em pessoas superdotadas que são eles: alto grau de curiosidade,
boa memória, atenção concentrada, persistência, independência e autonomia,
interesse por áreas e tópicos diversos, facilidade de aprendizagem, criatividade e
imaginação, iniciativa, liderança, vocabulário avançado para sua idade cronológica,
riqueza de expressão verbal, entre outros.
Além desses traços marcantes, as crianças com AH/SD podem apresentar
precocidade em determinadas áreas, insistência em fazer as coisas à sua maneira,
e as vezes fúria pelo domínio. Desse modo essa criança apresenta facilidade em
adquirir aprendizagens significativas na área de seu interesse.
A identificação da criança com superdotação, segundo o Ministério da
Educação (1999) “deve ser dado na aquisição de dados do dia a dia escolar
do aluno, analisando suas atividades intelectuais e sociais, para assim
possibilitar uma comparação com sujeitos da mesma faixa etária e realidade.”
O diagnóstico de pessoas com altas habilidade é investigada através de uma
Avaliação Psicológica, como um processo de diferentes etapas, sendo elas
investigar o desenvolvimento do aluno, elaborara e programar uma anamnese,
conhecer o padrão de funcionamento da família, conhecer a criança enquanto aluno,
realizar testes de inteligências específicos e, por fim, identificar as habilidades
marcantes desse indivíduo. (Braz. J. Hea, p. 6, 2018).
Geralmente, logo após o diagnóstico alguns pais lidam com a questão de
superdotação como sendo a criança um ser incrível capaz de qualquer habilidade, e
sabemos que não é bem assim. Então devemos conversar com a família e explicar
onde a criança tem mais facilidade e onde precisa ser melhorado. Esse método na
realidade é eficaz para qualquer aluno, sendo ele AH/SD ou não.
A teoria das inteligências múltiplas formulada por Gardner (2000, p. 47) cita
oito inteligências que são a Inteligência corporal-cinestésica; Inteligência
interpessoal; Inteligência musical; Inteligência lógico matemática; Inteligência
linguística; Inteligência naturalista; Inteligência intrapessoal; Inteligência espacial.
Gardner (1994) estudou diversos grupos que lhe permitiram comprovar a validade
de cada uma dessas inteligências, sendo esses indivíduos prodígios, pessoas com
AH/SD, pacientes com danos cerebrais, pessoas chamadas savants (pessoas que
apresentam uma alta habilidade em determinada área, porém, com significativo
déficit de inteligência), crianças e adultos normais, especialistas de diferentes linhas
de pesquisa e pessoas de diferentes culturas.
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Segundo essa teoria de Gardner pressupões que a aluna Vanessa possua a


inteligência ligada a área da linguística, devido a sua alta performance na área da
produção textual e também no aprendizado facilitado de outros idiomas.
A Inteligência Verbal ou Linguística aparece aos dois anos de idade, porém
vai se definindo ao longo da vida. As pessoas que possuem essa inteligência
desenvolvida, mesmo sem ter passado pela escola, conseguem organizar suas
frases de forma clara e objetiva. Normalmente são pessoas que gostam de ler,
escrever, tem boa memória, ótima verbalização e sabem debater. Aparece mais em
escritores, poetas e profissionais da área de publicidade e jornalismo. Se essa
inteligência não é bem desenvolvida na infância, o indivíduo apresenta dificuldades
na fala ou não se interessa por aulas de outros idiomas. (BARROS, Jussara, Brasil
Escola, 2021)

2.2 ENCAMINHAMENTO ADEQUADO DE PESSOAS COM AH/SD

O primeiro atendimento educacional especializado para indivíduos


superdotados foi criado somente em 1945, pela psicóloga Helena Antipoff, na
Sociedade Pestalozzi do Rio de Janeiro (Brasil, 2001). Essa psicóloga lutava pelo
direito de reconhecimento dessa parcela da sociedade desde o ano de 1929 e até
meados de 1970 essa questão ainda era pouco reconhecida.
Somente em 1971 esse tema ganhou proporção devido ao I Seminário sobre
Superdotação, que aconteceu em Brasília e também pela primeira vez da menção
do superdotado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, enfatizando a
importância do atendimento especializado para esses indivíduos. “Os superdotados
deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos
competentes Conselhos de Educação”. (Brasil, 1971, art 9º).
Em 1973 foi fundada “ADAV- Associação Milton Campos para o
Desenvolvimento e Assistência de Vocações de Bem-Dotados”, essa instituição
proporcionou aos indivíduos com AH/SD um ambiente físico, educativo, cultural e
social, que estimulasse e propiciasse o desenvolvimento de suas personalidades,
mediante encontros semanais nos fins de semana, ou colônias de férias (Antipoff,
1992).
Atualmente, a educação inclusiva tem sido muito comentada e efetivada nos
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ambientes escolares. A educação inclusiva busca a legalização dos direitos da


criança e a efetivação do mesmo, principalmente o direito a educação.

“O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural,


social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos
de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de
discriminação”. (Brasil, 2007, p. 1).
E, ainda, na perspectiva da educação inclusiva, propõe-se o “atendimento
às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência,
transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades / superdotação”.
(Brasil, 2007, p. 10).

A educação especial tem como objetivo a igualdade da oportunidade


educacional, a igualdade de oportunidades, sem privilégios ou discriminações e
enfatizando o respeito as diferenças (Brasil, 2001).
A partir do momento que o aluno é diagnosticado com AH/SD deve ser
trabalhado sempre o objetivo do desenvolvimento de suas habilidades e facilitando a
adequação para que consiga atingir outras áreas do conhecimento.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao chegarmos no fim desse trabalho percebemos a importância dos estudos


mais elaborados sobre o tema superdotação e altas habilidades.
Os profissionais da educação precisam estar preparados para identificar os
alunos com superdotação para que consigam orientar as famílias e trabalhar o
desenvolvimento adequado desses alunos.
Percebe-se a necessidade de concretização das ações voltadas ao trabalho
com esses indivíduos, concretizações que podem ser o inicio da conscientização da
população em geral, cursos de capacitações para professores, palestras, entre
outras formas que possam contribuir com o aumento do conhecimento desse tema.
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4. REFERÊNCIAS

CHRISPINO, Álvaro. Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos


aos modelos de mediação. In. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em
Educação. Vol.15 n.54. Rio de Janeiro. 2007. ISSN:0104-4036On-line. Disponível
em: <https://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S010440362007000100002&script=sci_arttext>. Acesso em: 02/05/2021

ELIZABETTE, Diana Lima do Amaral; FILOMENO, Jeannette Pouchain Ramos.


Mediação de conflitos no ambiente escolar para promover a cultura de paz.
Pág. 21. Conhecer: debate entre o público e o privado 2018, Vol. 08, nº 21 ISSN
2238-0426 DOI: 10.32335/2238-0426.2018.8.21.1072.

LIBÂNEO, José Carlos. O sistema de organização e gestão da escola. In:


Organização e Gestão da Escola - teoria e prática. 4ª ed. Goiânia: Alternativa, 2001.

MARTINS, Angela Maria; MACHADO, Cristiane. Mediação de conflitos em escola:


entre normas e percepções docentes. Cadernos de Pesquisa. 2016, vol.46, n.161,
pp.566-592. ISSN 19805314.

OLIVEIRA, Elaine de Abel; MEYER, Patrícia. Jornal eletrônico escolar: uma nova
abordagem de produção de conhecimento. Congresso Nacional de Educação.
São Carlos. 2008. Disponível em:
<https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2008/639_717.pdf>. Acesso em:
04/05/2021

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20


de dezembro de 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> acesso em 06/05/2021

CUPERTINO, C. M. B. (Org.). Um olhar para as altas habilidades:


construindo caminhos. São Paulo: FDE, 2008.

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