Angelo Assumpção foi uma das principais promessas para a ginástica artística no Brasil, porém, ano passado (2020) foi desligado do clube de Pinheiros, clube que defendeu por 16 anos, por conta de racismo. Angelo nasceu em uma periferia na zona leste de São Paulo, Angelo foi convidado aos 8 anos a participar da equipe de ginástica de Pinheiros, onde começou sua carreira sendo o único atleta negro. Ele tinha apenas 8 anos e viu sua vida mudar. No começo, ele diz que se sentiu um pouco incomodado por ser o único atleta negro daquele clube, e, com o passar do tempo,ele foi só melhorando, e esse incomodo, ao invés de diminuir, só cresceu. Seus colegas viviam fazendo piadas sobre sua cor, cabelo, tranças… Coisas que ele só percebeu depois de mais velho. “O racismo se escancara” - Disse Angelo. Em 2015, foi campeão na prova de salto na etapa de São Paulo da Copa do Mundo de ginástica artística. Mesmo com tão grande título, seus colegas ao invés de o parabenizarem, devolveram piadinhas racistas e constrangendo o atleta, como: “Se o celular estraga: quando funciona, a tela é branca, quando quebra, fica preta” e “A sacola de mercado é branca, já a do lixo, é preta (risos)”. Mesmo com esses comentários racistas, o atleta quis deixar de lado ao invés de processá-los com medo de gerar uma grande polêmica e ser afastado da equipe ou do esporte. Não foram estes os únicos comentários racistas que o artista recebeu em sua carreira, foram diversos. Mas, o problema não mora só aí, o problema maior foi em 2012. Fazendo parte da seleção brasileira desde 2012, brigava por uma vaga na seleção brasileira que disputaria as Olimpíadas do Rio no ano seguinte. Mas um ano depois ficou fora da lista final. Arthur Nory, Arthur Zanetti, Diego Hypolito, Francisco Barretto e Sérgio Sasaki foram os cinco convocados. Angelo não apareceu nem na lista dos dois suplentes. Nos dois anos seguintes ao caso, duas graves lesões, resultados ruins e depressão.O bom desempenho voltou nas últimas duas temporadas. Angelo venceu dois campeonatos disputados na França e foi bicampeão brasileiro por equipes com o Pinheiros. Mas justo no momento em que se recuperava na carreira, Angelo afirma que voltou a ouvir injúrias raciais. Desta vez dentro do seu próprio clube, no seu ambiente de treino e trabalho. Angelo resolveu levar o caso até a diretoria do clube paulista e acabou suspenso por 30 dias por indisciplina. No primeiro dia de treinos depois do fim da punição, Angelo foi chamado pela diretoria do Pinheiros para ser demitido. Na época faltava pouco mais de um mês para que o contrato dele chegasse ao fim. Mesmo assim, o clube optou pela rescisão e pelo desligamento imediato do atleta. Angelo seria nosso único atleta negro na seleção brasileira, e representaria todos os negros do Brasil com suas medalhas e prêmios, porém, foi silenciado por conta de um racismo estrutural evidente na nossa sociedade. O atleta está treinando em alguns clubes, mas, está “excluído” pela maioria dos clubes de ginástica. Uma pena