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T RA NS C R I ÇÕ E S

DIREITO
CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres
Individuais e Coletivos
SUMÁRIO

Aula 01..................................................................................................... 3
Aula 02..................................................................................................... 5
Aula 03..................................................................................................... 8
Aula 04..................................................................................................... 10
Aula 05..................................................................................................... 12
Aula 06..................................................................................................... 14
Aula 07..................................................................................................... 18
Aula 08..................................................................................................... 21
Questões de Prova...................................................................................... 27
DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO I
Aula 01 – Direitos Individuais e Coletivos
Material produzido pela equipe pedagógica da Zero Um Concursos

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Aula 01
Professor Cristiano Lopes

Este módulo irá tratar do art. 5º da Constituição Federal de 1988 (CF/88),


que aborda os direitos e garantias individuais e coletivas.

Ao se falar em direitos fundamentais, é preciso explanar suas


características; para isso, usaremos a doutrina majoritária para falar sobre
sua história e gerações/dimensões.

No contexto da revolução francesa, surgiram princípios dos quais


derivam hoje nossos direitos, são eles: liberdade, igualdade e fraternidade
(solidariedade). Nesse sentido, explicar-se-á cada um deles:

Princípio da Liberdade: é um princípio da primeira geração no qual


haverá uma atuação negativa do Estado. Ou seja, um Estado mínimo, que
pouco faz, que não interfere nas atividades dos particulares. São os direitos
civis e políticos.

Alguns exemplos de direitos de primeira geração do Art. 5º:

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;  

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,

independentemente de censura ou licença;

XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer

pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,

independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente

convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;

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DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO I
Aula 01 – Direitos Individuais e Coletivos
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• Princípio da Igualdade: é um princípio da segunda geração no qual


haverá uma atuação positiva do Estado. Ou seja, um Estado presente, que é
obrigado a fazer. São os direitos sociais, econômicos e culturais.

Os exemplos de direitos de segunda geração podem ser observados na

seguinte redação:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a

moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade

e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 

• Princípio da Fraternidade/Solidariedade: é um princípio da terceira


geração no qual haverá uma atuação do Estado observando os direitos
coletivos transindividuais. Ou seja, direitos que não são apenas de um
indivíduo, mas desse indivíduo, de seus semelhantes e das futuras gerações.

As bancas costumam dar três principais exemplos desses


direitos: direito à paz, direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado e direito do consumidor.

Liberdade: direitos civis e


1ª geração/dimensão
políticos

DIREITOS Igualdade: direitos sociais,


2ª geração/dimensão
FUNDAMENTAIS econômicos e culturais

Solidariedade: direito à
3ª geração/dimensão paz, ao desenvolvimento,
direitos difusos

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Aula 01 – Direitos Individuais e Coletivos
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Além desses dispositivos, os direitos fundamentais possuem características

que precisam ser abordadas. São algumas delas:

• Historicidade: são construídos a medida em que se passa o tempo.

• Imprescritibilidade: não prescrevem, não possuem prazo de validade,

podem ser usados por tempo indeterminado.

• Irrenunciabilidade: ninguém pode abrir mão de seus direitos, é um bem

indisponível.

• Inalienabilidade: não podem ser vendidos, trocados, dispostos ou

transferidos.

• Relatividade: nenhum direito é absoluto, todos podem ser relativizados.

• Universalidade: é para todos, indistintamente.

• Aplicação imediata: as normas definidoras de direitos e garantias

fundamentais são de aplicação imediata.

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Aula 02
Professor Cristiano Lopes

É um erro pensar que os direitos e garantias fundamentais encontram-

se apenas no art. 5º da CF/88, na verdade eles são encontrados em 5 capítulos.

Logo, os direitos e garantias fundamentais são objeto do Título II da CF/88 e

compreendem:

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Capítulo I – Dos direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5°);

Capítulo II – Dos direitos sociais (CF, arts. 6° a 11);

Capítulo III – Dos direitos de nacionalidade (CF, arts. 12 e 13);

Capítulo IV – Dos direitos políticos (CF, arts. 14 a 16);

Capítulo V – Dos partidos políticos (CF, art. 17).


Dito isso, o foco desta aula será de fato o art. 5º, que versa sobre os direitos

e deveres individuais e coletivos, e é um dos mais extensos da CF. Desse modo, a

seguir, está todo o art. 5º com comentários nos incisos mais importantes.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição;

Esse dispositivo traz o princípio da isonomia ou da igualdade, que pode

ser definida de duas formas:

• isonomia formal: está formalizada, expressa, escrita. O que quer dizer


que todos devem ser tratados como se iguais fossem.

• isonomia material: interpretação da norma. Nesse sentido, os iguais serão

tratados como iguais e os desiguais como desiguais na medida de suas desigualdades.

Exemplo: CF, art. 7º, XVII e XIX


(licença-maternidade e licença-paternidade).

Em relação à titularidade, são destinatários dos direitos os brasileiros – natos

e naturalizados –, os estrangeiros residentes no país e os estrangeiros em trânsito

no país.

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DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO I
Aula 02 – Direitos Individuais e Coletivos
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ATENÇÃO

Se analisarmos apenas o que está escrito na Constituição Federal, veremos que

constam como destinatários apenas os brasileiros e os estrangeiros residentes no

país. No entanto, a previsão jurisprudencial do STF interpreta que eles também

são aplicáveis aos estrangeiros em trânsito no país.

Portanto, tenha muito cuidado com o que o item de prova está perguntando,

pois pode haver duas respostas, uma de acordo com a literalidade da lei e outra de

acordo com a jurisprudência.

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa


senão em virtude de lei;

Esse dispositivo traz o princípio da legalidade, que visa combater o poder


arbitrário do Estado. É uma proteção do indivíduo perante a atuação estatal. Porém,
atente-se à contextualização desse princípio, pois ele pode ter significados diferentes
de acordo com o ramo do Direito (seara civil/privada ou pública/administrativa) ao
qual se refere.

Nesse sentido, o Estado – Administração Pública – só poderá agir de acordo


com aquilo que a lei delimita. Em contrapartida, o particular poderá fazer aquilo que

não lhe é proibido.

ATENÇÃO

Um desmembramento do princípio da legalidade é o princípio da reserva legal,

que significa que alguns atos e situações foram reservados para serem feitos apenas

por lei em sentido stricto.

III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano


ou degradante;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato;  

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DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO I
Aula 02 – Direitos Individuais e Coletivos
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O pensamento individual é livre, mas a manifestação desse pensamento não

poderá ser feita de forma anônima. Isso porque essa permissão é relativizada, pois

a manifestação não poderá constituir apologia criminosa.

CUIDADO!

Não confunda o anonimato com sigilo da fonte, pois é permitido o sigilo da fonte

quando necessário ao exercício profissional.

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Aula 03
Professor Cristiano Lopes

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da

indenização por dano material, moral ou à imagem; 

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado

o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos

locais de culto e a suas liturgias;  


VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa

nas entidades civis e militares de internação coletiva;  

No Brasil, não há uma religião oficial, pois o estado brasileiro se identifica

como um Estado laico. Portanto, há uma garantia constitucional de inviolabilidade

de consciência e crença. Observe que a CF não garante o direito de acreditar, apenas

a liberdade jurídica de consciência para escolher, mudar ou não ter crença.

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DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO I
Aula 03 – Direitos Individuais e Coletivos
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No entanto, lembre-se: a liberdade de crença é permitida e inviolável,

porém, ela não é absoluta, não sendo permitida a prática de atos considerados

crimes em razão da religião.

Complementarmente ao inciso VI, o inciso VII assegura a prestação de

assistência religiosa, dessa forma, a materialização das condições para sua prestação

deverá ser multiforme.

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença


religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Em caso de eximição dessa obrigação por esses motivos, o não cumprimento

da prestação alternativa ensejará a suspensão dos direitos políticos.

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e


de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação;   

É possível ofender a honra de alguém sem ofender sua imagem, e, mesmo


que haja ofensa, a ambas as proteções serão feitas de formas autônomas.

Quando se fala sobre a honra, existem três crimes que podem ser mencionados:

calúnia, difamação e injúria. Estes levam a uma ação criminal. No entanto, no uso

indevido da imagem, a ação será civil – caberá indenização.

Calúnia  imputar crime a alguém sabendo não ser verdade.

Difamação  ofende a honra objetiva, é uma fofoca ou boato (o que os outros

pensam sobre a pessoa). Nesse conceito, uma pessoa fala do sujeito para um terceiro.

Injúria  ofende a honra subjetiva (o que a pessoa pensa sobre si mesma). Nesse

conceito, a pessoa falará diretamente ao ofendido.

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DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO I
Aula 03 – Direitos Individuais e Coletivos
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SÚMULA

Segundo a súmula 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Aula 04
Professor Cristiano Lopes

XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo


penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial;               

O sentido de “casa” nesse dispositivo é aplicado ao conceito de mutação

constitucional, no qual não há mudança formal do texto, mas é ampliada a

interpretação. Portanto, “casa” terá um conceito amplo.

Com o consentimento do morador, é possível adentrar a qualquer hora do dia,

mas existem situações nas quais será lícita a entrada mesmo sem o consentimento,

são elas:

Flagrante-delito  a qualquer hora;

Desastre  a qualquer hora;

Prestar socorro  a qualquer hora;

Determinação judicial  somente durante o dia.

CUIDADO!

A teoria mais aceita sobre duração do dia é: das 6h às 18h.

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DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO I
Aula 04 – Direitos Individuais e Coletivos
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XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações


telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal;             

Observe que, pelo texto, fica expressa a possibilidade de haver a violação

das comunicações telefônicas mediante ordem judicial para fins de investigação

criminal ou instrução processual penal.

Podem ocorrer mediante autorização judicial:

Interceptação telefônica X Escuta telefônica

Nenhum dos interlocutores sabe da gravação Um dos interlocutores sabe da gravação

CUIDADO!

Os incisos X, XI e XII são os que mais caem em provas.

XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas

as qualificações profissionais que a lei estabelecer; (Norma constitucional de


eficácia contida)

XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da

fonte, quando necessário ao exercício profissional;   

XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo

qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus

bens;

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao

público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião

anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à

autoridade competente;

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Aula 04 – Direitos Individuais e Coletivos
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No direito à livre locomoção (inc. XV), temos o direito de ir, vir, permanecer,

ficar ou sair.

No direito de reunião (inc XVI), siga o esquema com as informações principais

para facilitar na hora da prova:

- Reunião pacífica;

- Sem armas;

- Local público;

- Independe de autorização;

- Depende de prévio aviso à autoridade competente.

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Aula 05
Professor Cristiano Lopes

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter

paramilitar;

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas

independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu

funcionamento;

XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter

suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o

trânsito em julgado;

XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm

legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

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Do inciso XVII ao XXI, temos disposições sobre o direito de associação – que

cai com frequência em provas –, sendo, portanto, as informações mais relevantes:

• A liberdade de associação é plena: as pessoas podem se associar para

qualquer fim, desde que lícito e que não possua caráter paramilitar (milícias,

grupos de extermínio). Dessa forma, ninguém está obrigado a se associar ou

permanecer associado.

• Da mesma forma que o direito de reunião, para criar uma associação, não

há necessidade de autorização, sendo vedada a intervenção estatal para seu

funcionamento. No entanto, isso não impede o Estado de fiscalizar a associação

quando houver alguma irregularidade.

ATENÇÃO

Não confunda: a criação de uma associação independe de autorização, porém, para

que uma associação represente judicial ou extrajudicialmente seus filiados,

dependerá de autorização expressa.

• Para que uma associação seja compulsoriamente dissolvida ou tenha

suas atividades suspensas, é necessária decisão judicial, e, em caso de

dissolução, só ocorrerá com trânsito em julgado. É importante frisar que

isso se aplica apenas em casos de dissolução compulsória; caso a decisão parta

dos membros, não há necessidade de decisão judicial.

XXII – é garantido o direito de propriedade;

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por

necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e

prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

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DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO I
Aula 05 – Direitos Individuais e Coletivos
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XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá

usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se

houver dano;

XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que

trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos

decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar

o seu desenvolvimento;

Do inciso XXII ao XXVI, temos disposições sobre o direito de propriedade e

o mais importante a se saber é: em relação à desapropriação, a regra é a de que é

permitido ao Estado fazê-la por necessidade, utilidade pública ou interesse social.

Em todos esses casos, haverá indenização prévia, justa e em dinheiro. Mas, como

exceção, poderá ocorrer em propriedade rural em razão da reforma agrária, e nesse

caso a indenização será prévia, justa e paga em títulos da dívida agrária.

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Aula 06
Professor Cristiano Lopes

Não confunda:

Desapropriação ≠ Expropriação

indenização pena: perda de bens

Convém dizer que o inc. XXV trata do uso da propriedade, não desapropriação.

Nesse caso, o Estado poderá utilizar a propriedade em casos de iminente perigo e

poderá ocorrer indenização ulterior, se os agentes causarem dano.

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Aula 06 – Direitos Individuais e Coletivos
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XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou

reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei

fixar; (Lei nº 9.610/1998)

XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução

da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que

criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas

representações sindicais e associativas;

XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio

temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à

propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo

em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

Acima estão incisos que tratam dos direitos de autores e obras, atente-se ao

fato de que esse direito é transferível aos herdeiros.

XXX – é garantido o direito de herança;


XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do
“de cujus”;

Em relação ao direito de herança e sucessão de bens de estrangeiros situados

no Brasil, a lei a ser utilizada será a que favoreça mais os herdeiros.

XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de


seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas

no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja

imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;        

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Aula 06 – Direitos Individuais e Coletivos
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XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de


taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e

esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Tanto o direito de peticionar, quanto o de receber informações dos órgãos


públicos são gratuitos.

• Veja o que há de gratuito na CF/88:

- direito de petição;

- obtenção de certidões;

- habeas corpus;

- habeas data;

- ação popular (salvo, má-fé);

- registro civil de nascimento;


Para os mais pobres
na forma da lei
- certidão de óbito.

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou


ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada;

O art. XXXV refere-se ao Princípio da Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional

ou Princípio de Acesso à Justiça, desse modo, o Judiciário não pode deixar de julgar

um caso por ausência de lei, podendo usar analogias, jurisprudências ou outros

meios.

XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

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Aula 06 – Direitos Individuais e Coletivos
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XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der

a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Tribunal de exceção é aquele instituído em caráter temporário e/ou

excepcional “post factum”, ou seja, posteriormente ao fato ocorrido.

O Tribunal do Júri tem como sua principal característica a competência para

julgar apenas os crimes dolosos contra a vida. São eles:

- homicídio;

- infanticídio;

- aborto;

- instigação, induzimento e auxílio ao suicídio.

Embora os crimes dolosos contra a vida sejam julgados pelo Tribunal do Júri,

a prerrogativa de função prevalece sobre essa competência. Assim, se o agente

possuir foro, não será julgado pelo Tribunal do Júri.

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Aula 07 – Direitos Individuais e Coletivos
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Aula 07
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XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;

Nesse inciso, temos o Princípio da Reserva Legal e o Princípio da

Anterioridade da norma penal. Ou seja, um crime só pode ser criado por lei no

sentido stricto, formal. Dessa forma, não poderá ser criado por decreto. Além disso,

não poderá ser criada lei criminalizando um fato que já ocorreu, passando o fato a

ser crime apenas após a vigência da lei.

XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Princípio da irretroatividade da lei penal: a lei penal não voltará no tempo

para prejudicar o réu em seu julgamento. Isso significa que, se no momento do

julgamento estiver vigente uma lei mais gravosa para um crime cometido durante

lei mais branda, o agente irá responder de acordo com a lei mais benéfica, que

estava em vigor no momento do crime, não retroagindo a nova lei. No entanto, caso

a nova lei seja mais branda que a anterior, nesse caso, irá retroagir, pois estaria

beneficiando o réu.

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades

fundamentais;

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,

sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou

anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o

terrorismo

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e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os

executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;              

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,

civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

É importante salientar que a tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas

afins e o terrorismo não são considerados hediondos, são, na verdade, equiparados

a eles. A seguir, temos um esquema para tirar de letra esses incisos.

Racismo (pena de reclusão)


Imprescritíveis

CRIMES Ação de grupos armados


INAFIANÇÁVEIS contra a ordem

Insuscetíveis de Tráfico
graça e anistia Tortura
Terrorismo
Crimes Hediondos

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação

de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,

estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do

patrimônio transferido;

XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as

seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

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Aula 07 – Direitos Individuais e Coletivos
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c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

O primeiro dispositivo nos traz a personificação da pena, a qual será


personalíssima. Nesse contexto, a obrigação de cumprir pena no âmbito criminal não
passará da pessoa do condenado, no entanto, a ação civil de obrigação de reparar o
dano é estendida aos sucessores até o valor do patrimônio herdado.

O segundo trata do conceito de individualização da pena, que nos traz um


rol meramente exemplificativo de penas permitidas na legislação que poderão ser
aplicadas de forma isolada ou conjunta.

Da mesma forma que há um rol de penas permitidas, existe um rol taxativo


de penas que não poderão ser aplicadas de acordo com nossa Constituição, veja:

XLVII – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

Os incisos a seguir tratam de alguns direitos do condenado, portanto, é

importante fazer a leitura:

XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de


acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

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Aula 08 – Direitos Individuais e Coletivos
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Aula 08
Professor Cristiano Lopes

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso


de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime
político ou de opinião;

Em relação à extradição no Brasil, sabe-se que o brasileiro nato jamais

será extraditado, no entanto, o brasileiro naturalizado poderá, nas hipóteses de

ter cometido crime comum antes da naturalização ou comprovado envolvimento em

tráfico de drogas antes ou depois da naturalização.

Por crime político ou de opinião nenhuma pessoa – nata, naturalizada ou

estrangeira –, será extraditada.

CUIDADO!

Nos casos em que o brasileiro nato renuncia sua nacionalidade em razão de adquirir

outra, ele deixará de ser brasileiro nato, podendo, assim, ser extraditado.

LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade

competente;

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido

processo legal;

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados

em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos

a ela inerentes;

LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

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LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de

sentença penal condenatória;

LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,


salvo nas hipóteses previstas em lei;               

No dispositivo LIII, temos o chamado Princípio do Juiz Natural, respeitando


as ações de acordo com a competência e ramos do Direito.

No processo legal, vários princípios norteadores – ampla defesa, contraditório,


celeridade processual e muitos outros – deverão ser cumpridos. Nos dispositivos
acima, foram abordados aspectos em relação ao processo que envolvem outras
matérias, como Penal e Processual Penal.

No inciso LVII, a CF trouxe uma garantia grande ao direito da não culpabilidade,


pois o garante até o trânsito em julgado da sentença penal, e não apenas até quando
se comprove a culpa do acusado, sendo conhecido como Princípio da inocência.

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Em geral, a regra é que os atos processuais sejam públicos, no entanto,


algumas ações poderão ser tratadas de forma sigilosa, em segredo de justiça (quando
os fatos envolverem questões íntimas) ou que devam ser sigilosas (por interesse
social).

LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem


escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do
preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família
e de advogado;

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DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO I
Aula 08 – Direitos Individuais e Coletivos
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O direito ao silêncio deve ser informado ao preso, pois ninguém está obrigado a

produzir provas contra si mesmo em razão do Princípio da não Autoincriminação.

LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou

por seu interrogatório policial;

LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a

liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo

inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do

depositário infiel;

Embora a CF nos traga essa possibilidade de prisão ao depositário infiel, o STF

tem um julgado que torna essa aplicação inviável:

SÚMULA

Súmula Vinculante 25

É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.

No entanto, a previsão de prisão “civil” por dívida é mantida nos casos em

que a ela seja referente à obrigação alimentícia.

Os incisos LXVIII ao LXXIII, que tratam dos remédios constitucionais, serão

abordados em outra aula específica, por esse motivo não serão citados agora. No

entanto, é importante fazer sua leitura:

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se

achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por

ilegalidade ou abuso de poder;

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LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e

certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela

ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no

exercício de atribuições do Poder Público;

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente

constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses

de seus membros ou associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma

regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e

das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXII – conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do

impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais

ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo

sigiloso, judicial ou administrativo;

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a

anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade

administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo

comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que

comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como

o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:               

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

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LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma

da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.          

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável

duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.            

Esses dispositivos tratam do que é garantido de forma gratuita pela Constituição,

atente-se a dois fatos principais:

• no inciso LXXIV, a assistência jurídica será gratuita a quem comprovar

insuficiência de recursos, ou seja, é necessária prova por parte do querelante.

• no inciso LXXVI, são gratuitos o registro de nascimento e a certidão de óbito

aos reconhecidamente pobres. Leve esses conceitos para a prova mesmo que não

seja dessa forma aplicada no cotidiano.

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm


aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a

cuja criação tenha manifestado adesão.

A regra no Brasil é que exista a Vacatio Legis, que seria um intervalo ou

período de tempo entre a publicação e a vigência de uma lei; no entanto, quando

se tratar de uma lei que aborde direitos e garantias fundamentais, não existe esse

lapso. Trata-se de normas de aplicação imediata, na data da publicação.

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De acordo com o § 2º, é importante lembrar que os direitos e garantias

fundamentais na CF constituem um rol meramente exemplificativo. Outros direitos

poderão ser encontrados na própria CF ou em tratados internacionais.

Os §3º e §4º da CF foram acrescentados pela EC nº 45/2004. Nesse sentido,

em relação à hierarquia das normas, para que um Tratado Internacional de Direitos

Humanos tenha status de emenda constitucional, deverá seguir um quórum de

aprovação específica definida.

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QUESTÕES DE PROVA

1. (CESPE/2019/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO). Embora as notícias falsas


que circulam na Internet (fake news) prejudiquem o acesso à informação, a
liberdade de expressão e de comunicação é direito humano absoluto, portanto
imune a qualquer forma de regulação.

2. (CESPE/2019/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) A liberdade de expressão,


que também se aplica aos ambientes virtuais, garantida pelo Pacto Internacional
sobre Direitos Civis e Políticos, é responsabilidade exclusiva dos Estados, e não
das empresas privadas do setor.

3. (CESPE/2019/PGE-PE/CONHECIMENTOS BÁSICOS) O direito de


propriedade é constitucionalmente garantido, devendo as propriedades atender
a sua função social.

4. (CESPE/2019/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Em caso de


iminente perigo público, autoridade pública competente poderá usar a propriedade
particular, desde que assegure a consequente indenização, independentemente
da comprovação da existência de dano, que, nesse caso, é presumido.

5. (CESPE/2018/HUB/SERVIÇO SOCIAL) Os direitos são criados em


conformidade com determinado contexto histórico e se tornam fundamentais
quando constitucionalizados.

6. (CESPE/2018/HUB/SERVIÇO SOCIAL) Todo ser humano detém direitos


fundamentais, independentemente de raça, credo, nacionalidade ou convicção
política.

7. (CESPE/2018/HUB/SERVIÇO SOCIAL) Os direitos fundamentais são


imprescritíveis, ou seja, não perdem efeito com o decurso do tempo.

8. (CESPE/2018/MPU/TÉCNICO DO MPU/ADMINISTRAÇÃO) Policiais


têm a prerrogativa de adentrar na casa de qualquer pessoa durante o período
noturno, desde que portem determinação judicial ou o morador consinta.

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9. (CESPE/2018/MPU/TÉCNICO DO MPU/ADMINISTRAÇÃO) A liberdade de


pensamento é exercida com ônus para o manifestante, que deverá se identificar e
assumir a autoria daquilo que ele expressar.

10. (CESPE/2018/MPE-PI/TÉCNICO MINISTERIAL/ÁREA) Tratados e


convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em cada
casa do Congresso Nacional, nos termos da CF, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

11. (CESPE/2018/MPE-PI/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE


NÍVEL SUPERIOR) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente
poderá fazer uso de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, ainda que essa utilização não acarrete danos.

12. (CESPE/2018/POLÍCIA FEDERAL/PAPILOSCOPISTA POLICIAL) A


máxima da liberdade de expressão no âmbito das associações é extensamente
garantida pela Constituição Federal de 1988, que assegura a livre manifestação do
pensamento e protege o anonimato.

13. (CESPE/2018/POLÍCIA FEDERAL/PAPILOSCOPISTA POLICIAL) As


associações, em regra, não precisam de autorização da administração pública para
reunir-se, assim como para a sua criação.

14. (CESPE/2018/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA) De acordo


com o STF, é inconstitucional proibir que emissoras de rádio e TV difundam áudios
ou vídeos que ridicularizem candidato ou partido político durante o período eleitoral.

15. (CESPE/2018/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA) Segundo o


STF, é inconstitucional a definição de critérios, além da autodeclaração, como forma
de identificação dos beneficiários da política de cotas nos concursos públicos.

16. (CESPE/2018/IPHAN/TÉCNICO I/ÁREA 1) A Constituição Federal de 1988,


por possuir expressivo conjunto de normas diretamente relacionado aos direitos
sociais, preserva os direitos fundamentais das minorias, como, por exemplo, o direito
a terra dos povos indígenas e das comunidades quilombolas.

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17. (CESPE/2018/IPHAN/AUXILIAR INSTITUCIONAL/ÁREA 1) O direito de

resposta proporcional a um cidadão que tenha sido ofendido não impede o direito à

indenização por dano material, moral ou à imagem.

18. (CESPE/2018/IPHAN/AUXILIAR INSTITUCIONAL/ÁREA 1) Se um

grupo de moradores do cerrado brasileiro pretender fundar associação com intuito

de incentivar e promover a preservação do meio ambiente, será indispensável uma

autorização estatal prévia para o funcionamento dessa associação.

19. (CESPE/2018/STJ/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGO:1) O princípio

da vedação ao anonimato impede que o Ministério Público, em regra, acolha delação

apócrifa como fundamento para a instauração de procedimento criminal.

20. (CESPE/2018/STJ/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGO:1) O racismo

estrutural gera desigualdade material profunda entre os candidatos inscritos em

concurso público, razão pela qual é constitucional assegurar vantagens competitivas

aos que se autodeclararem negros.

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GABARITO

1. E

2. E

3. C

4. E

5. C

6. C

7. C

8. E

9. C

10. C

11. E

12. E

13. C

14. C

15. E

16. C

17. C

18. E

19. C

20. C

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