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Língua Portuguesa

Curso preparatório exitus

AULA 06

TEXTO: COMPREENSÃO, ARTICULAÇÃO, COESÃO E COERÊNCIA,


INTERPRETAÇÃO, ARGUMENTAÇÃO, PRESSUPOSTOS E SUBTENDIDOS

Antes de passar propriamente para o estudo da compreensão e da


interpretação textual, é necessário esclarecer o que é texto.

Texto não é um aglomerado de palavras e de frases desconexas, mas, sim,


um todo, com unidade de sentido e intencionalidade do discurso. Em outras
palavras, texto é qualquer mensagem, todo tipo de comunicação de sentido
completo, oral ou escrita (não se restringe à linguagem escrita).

Para Platão e Fiorin, é possível tirar duas conclusões de noção de texto:

“uma leitura não pode basear-se em fragmentos isolados do texto, já que o


-
significado das partes é determinado pelo todo em que estão encaixadas.”

“uma leitura, de um lado, não pode levar em conta o que não está no interior do
texto e, de outro lado, deve levar em conta a relação, assinalada de uma forma
ou de outra, por marcas textuais, que um texto estabelece com outros.”

Assim, uma frase só fará sentido no texto, o qual, por sua vez, só terá sentido
no discurso. Por exemplo, em um dia de muito frio, se o interlocutor estiver
em um ônibus, olhar para a janela e disser “Que frio!”, entenderemos que ele
deseja que a janela seja fechada.

Outro exemplo: se, de repente, alguém grita “Fogo!”, é óbvio que, em geral,
nossa primeira reação será sair correndo, o que nos permite chegar à
conclusão de que a mensagem foi compreendida.

Com isso, percebemos que a situação em que se produz a linguagem e a


intenção dos interlocutores, clara ou subentendida, são essenciais ao
entendimento do texto.

DICAS DE LEITURA

 Ideia-chave

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Uma boa dica de leitura de textos é dividir os parágrafos (ou partes dele),
fazendo um resumo da(s) ideia(s) principal(is) apresentada(s) em cada um. É
a técnica das ideias-chave.

 Palavra-chave

Outra boa estratégia de leitura é buscar as palavras mais importantes de cada


parágrafo. Elas constituirão as palavras-chave do texto, em torno das quais as
outras se organizarão e criarão um intercâmbio de significação para
produzirem sentidos.

As palavras-chave representam uma síntese temática, contêm a ideia central


do texto. Funcionam como uma chave que introduz o leitor ao assunto
principal da mensagem. A correlação entre texto e título, em geral, é feita
através das palavras-chave. Portanto, nem sempre é preciso saber a acepção
de todas as palavras do texto para compreendê-lo.

Por adquirir tal importância na estrutura textual, as palavras-chave


normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas:
repetidas, modificadas, retomadas por sinônimos etc. Elas estruturam o
caminho da leitura, levando o receptor a compreender melhor o texto.

 Inferência lexical

A inferência lexical faz parte de uma série de recursos utilizados para


identificar o sentido da mensagem que se deseja entender, ou seja, é um
recurso que auxilia na compreensão do texto.

É um procedimento usado por nós desde “bebês”, na linguagem verbal e


desde a alfabetização, na linguagem escrita. Por exemplo, um bilhete mal
escrito, com partes apagadas, expressões desconhecidas ou estrangeirismos,
muitas vezes não impede o entendimento da mensagem.

Do vocabulário que utilizamos hoje, apenas algumas poucas palavras


procuramos no dicionário ou alguém nos disse seu significado. O
conhecimento do significado da grande maioria foi através da dedução pelo
contexto. As palavras adquirem um sentido peculiar, às vezes único,
dependendo do contexto. Somente através do uso podemos determinar, com
exatidão, o seu significado.

Quando precisamos saber o significado de uma palavra ou expressão que


desconhecemos e que é fundamental para a compreensão do texto ou para
respondermos a uma pergunta proposta, devemos buscar um significado que
se adapte ao contexto, através das informações verbais e não-verbais que já
possuímos ou pela posição na frase ou pela classe gramatical.

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Além das estratégias disponíveis, podemos fazer uso da analogia e de


conhecimentos prévios sobre o assunto. É preciso ter cautela, entretanto, com
o que chamamos de “conhecimento prévio” ou “conhecimento de mundo”. Isso
porque, muitas vezes, uma questão pode levar vocês a extrapolar, a
responder não o que está no texto, mas exatamente aquilo em que vocês
acreditam ou aquilo que vocês conhecem.

 Enunciados das perguntas

Para compreendermos os enunciados das perguntas, devemos utilizar as


mesmas estratégias de leitura que utilizamos para o texto (a busca das
palavras/ideias-chaves, a dedução pelo contexto etc.).

A partir do enunciado da pergunta, decidimos o que vamos buscar no texto, se


a ideia global, uma referência numérica ou uma informação específica.

Caso o enunciado mencione tema ou ideia principal, procurem a resposta nos


parágrafos de introdução e/ou conclusão. É comum retomada do principal
conteúdo apresentado. Se, no enunciado, o examinador mencionar
argumento, procurem a resposta nos parágrafos de desenvolvimento.

Vencida essa etapa inicial, partiremos para o estudo de sua compreensão e


interpretação.

 COMPREENSÃO TEXTUAL

Quando mencionamos compreensão textual, referimo-nos ao que está escrito


no texto, isto é, a compreensão baseia-se no plano do enunciado.

Erros clássicos de entendimento de textos

É muito comum que o examinador induza o candidato a alguns erros clássicos


de extrapolação, redução ou contradição. Mas o que caracteriza cada um
desses erros ? Vejamos:

Extrapolação – ocorre quando vamos além dos limites do texto, isto é,


quando realizamos inferências sem base no texto analisado. Por exemplo, se o
enunciado trouxer o período “Nem todas as plantas hortícolas se dão bem
durante todo o ano.”, um erro de extrapolação ocorreria se
compreendêssemos que “Todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo
o ano”.

Redução – é uma particularização indevida. Nesses casos, ao invés de


sairmos do contexto, restringimos a significação de uma palavra ou passagem
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textual. Por exemplo, aproveitando o primeiro enunciado “Nem todas as


plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano.”, haveria um erro de
redução caso compreendêssemos o período acima como “Nenhuma planta
hortícola se dá bem durante todo o ano”.

Contradição – é a reescritura contrária à passagem original do texto.


Tomando por base o enunciado “Nem todas as plantas hortícolas se dão bem
durante todo o ano.”, um erro de contradição ocorreria se entendêssemos que
“Todas as plantas hortícolas não se dão bem durante o ano todo”.

Um entendimento correto acerca do enunciado em questão seria, por


exemplo: “Algumas plantas hortícolas se dão bem durante o ano todo”.

 INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passava na cabeça


do autor enquanto ele escrevia. É, antes de tudo, perceber a intencionalidade
do texto, inferir (deduzir). Por exemplo, se eu disser “Levei minha filha caçula
ao parque.”, podemos inferir que tenho mais de uma filha.

Em outras palavras, inferir é retirar informações implícitas e explícitas do


texto. E mais: será com essas informações que vocês resolverão as questões
de interpretação na prova.

É preciso ter cuidado, entretanto, com o que chamamos de “conhecimento


prévio”, “conhecimento de mundo”.

Conhecimento prévio (ou conhecimento de mundo) é o conhecimento


acumulado do assunto abordado no texto. É aquilo que todos carregamos
conosco, fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, assistindo à
televisão, enfim, vivendo.

Num contexto conhecido, a dedução de palavras é feita por analogia com as


informações que já possuímos sobre o tema. Portanto, o conhecimento prévio
do tema em questão facilita, ratificando ou ampliando o entendimento do
texto.

Não basta, porém, retirar informações de um texto para responder


corretamente às questões. É necessário saber de onde tirá-las. Para tanto,
temos que ter conhecimento, também, da estrutura textual e por quais
processos se passa um texto até seu formato final de narração, descrição,
injunção ou dissertação (expositiva ou argumentativa).

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Em geral, os textos têm a seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento e


conclusão. Ao lê-lo, devemos procurar a coerência, a coesão, a relação entre
as ideais apresentadas.

Também é necessário atentar para as interpretações indutiva e dedutiva.

 TIPOS DE RACIOCÍNIO

Entre os vários tipos de parágrafos argumentativos, há os indutivos e os


dedutivos.

Os indutivos têm como tópico frasal (frase nuclear) uma premissa (afirmativa)
de caráter particular. O raciocínio é desenvolvido e a conclusão a que se chega
é de caráter geral (do particular para o geral). É o que chamamos de
interpretação indutiva (ou inferência). Cuidado com isso! Geralmente, essa
interpretação pode nos induzir a cometer erros.

Exemplo:

Os médicos entrevistados declararam que seus pacientes tiveram uma boa


reação ao genérico Amoxilina (caráter particular). Por isso, hoje, quando
precisam prescrever antibiótico, ressaltam que a única diferença entre o
Amoxil e o Amoxilina está no valor a pagar. Portanto, todo genérico é tão
eficiente quanto o seu correspondente de fantasia (caráter geral).

É um equívoco considerável chegar à conclusão de que todo remédio genérico


mantém o grau de eficiência de seu correspondente de fantasia. Ainda que
partamos da premissa de que os pacientes dos médicos entrevistados tenham
tido uma boa reação ao genérico Amoxilina, há o conhecimento de que
somente estes pacientes apresentaram esse resultado (não sabemos a reação
dos outros pacientes que não foram entrevistados). Por apresentar
informações não contidas nas premissas, isto é, por extrapolar, a conclusão
apresentada no exemplo é errada.

Já os parágrafos dedutivos são justamente o contrário: o tópico frasal contém


afirmativa de caráter geral (do geral para o particular). É o que chamamos de
interpretação dedutiva. Exemplo:

A violência é uma característica das cidades grandes (caráter geral). A busca


de emprego, apontam os sociólogos, é, entre outros fatores, responsável pela
recepção constante de imigrantes. O mercado de trabalho no Rio de Janeiro,
por exemplo, não tem como absorver tanta mão de obra. Daí há um
verdadeiro efeito dominó. A falta de emprego gera a miséria que, por sua vez,
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gera a violência. O Rio de Janeiro é uma das cidades mais violentas do mundo
(caráter particular).

Nos argumentos dedutivos, chega-se a uma conclusão que se faz presente nas
premissas. Em outras palavras, a conclusão não apresenta um conhecimento
novo, ou seja, não extrapola as premissas.

 COERÊNCIA

O devido emprego de marcas linguísticas na superfície textual implica coesão.


No entanto, esta por si só não garante a coerência, pois um texto pode ser
simultaneamente coeso e contraditório. Vamos ver o exemplo a seguir:

 Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do


gramado do Maracanã não é dos piores.

No período acima, percebemos que há uma incoerência, uma vez que a


conjunção explicativa “pois” e o advérbio “não” foram empregados
incorretamente.

Poderíamos reescrever, coerentemente, o excerto acima das seguintes


formas:

 Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do


gramado do Maracanã é dos piores.

 Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do


gramado do Maracanã não é dos melhores.

 Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, ainda que o


estado do gramado do Maracanã não seja dos piores.

É importante chamar a atenção quanto à existência de textos coerentes, mas


sem coesão.

Exemplo:

É pau
É pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho
É um caco de vidro
É a vida, é o sol
(...)
(Tom Jobim)

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Segundo as lições de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães,


texto coerente “é o resultado da articulação das ideias de um texto; é a
estruturação lógico-semântica que faz com que numa situação
discursiva palavras e frases componham um todo significativo para os
interlocutores”.

Então, meus amigos, concluímos que COERÊNCIA é a harmonia existente


entre as várias partes do texto, produzindo uma unidade de sentido.

 COESÃO

Importantíssimo fator a ser observado em um texto é coesão, isto é, a


passagem harmônica de uma oração à outra, de um período para outro, de
um parágrafo para outro.

A coesão estabelece elos entre as partes, garantindo a unidade do todo. Essas


relações lógicas entre os enunciados e os parágrafos são explicitadas através
de marcas linguísticas, que são os mecanismos de coesão, os nexos
oracionais, articuladores textuais (conjunções, pronomes, preposições, artigos,
advérbios etc.).

Principais mecanismos de coesão textual

Coesão referencial – um elemento sequencial do texto se refere a um termo


da mesma superfície textual. Exemplos:

 A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido dela recebeu um


telegrama: Envie quinhentos cruzeiros. Preciso comprar uma capa de
chuva. Aqui está chovendo sem parar. E ele respondeu: Regresse. Aqui
chove mais barato. (Ziraldo. In: As Anedotas do Pasquim)

No exemplo acima, temos que:

- o pronome ela – em “dela” – (linha 1) tem como referente o substantivo


mulher (linha 1);

- o pronome ele (linha 4) tem como referente a palavra marido (linha 1);

- o advérbio aqui (linha 2) refere-se à capital (linha 1).

 Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos


cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente (...) (Machado
de Assis. In: Dom Casmurro)

No excerto acima, verificamos que:

- o pronome oblíquo -os (“colhi-os”) refere-se a cabelos;

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- a forma pronominal -los (“alisá-los”) também se refere a cabelos.

É importante chamar a atenção de vocês para a existência de dois tipos de


coesão referencial: a exofórica e a endofórica.

Exofórica (ou dêitica): ocorre quando o referente está fora da superfície


textual, ou seja, faz parte da situação comunicativa (extratextual). Exemplos:

 Porque será que ele não chegou ainda? (ele = a pessoa de quem se
fala)
 Lá é muito quente. (Lá = lugar a que a pessoa se referiu)

Endofórica: ocorre quando o referente se encontra expresso no texto


(intratextual). Exemplos:

 João disse que estava a caminho. Por que será que ele não chegou
ainda? (ele refere-se a João)
 Nas férias, viajei para Mato Grosso do Sul. Lá é muito quente. (Lá
refere-se a Mato Grosso do Sul)

A coesão endofórica, por sua vez, subdivide-se em anafórica e catafórica.

- Anafórica: o termo refere-se a um elemento anteriormente mencionado no


texto. Exemplo:

 Vasco e São Paulo: esses são os melhores times do campeonato


brasileiro.

No exemplo acima, o pronome esses retoma os termos Vasco e São Paulo.

- Catafórica: o termo refere-se a um elemento que ainda não foi mencionado


no texto. Exemplo:

 Estes são os melhores times do campeonato brasileiro: Vasco e São


Paulo.

Neste exemplo, o pronome estes refere-se aos termos Vasco e São Paulo, que
ainda não haviam sido citados no texto.

DICA IMPORTANTÍSSIMA!!!

Para estabelecer a diferença entre dois elementos anteriormente citados,


emprega-se este(s), esta(s) e isto, em relação ao que foi mencionado por
último, e aquele(s), aquela(s), aquilo, em relação ao que foi nomeado em
primeiro lugar. Exemplo:

 José de Alencar e Machado de Assis são importantes escritores


brasileiros; este escreveu Dom Casmurro; aquele, Iracema.

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Coesão sequencial – é o emprego de elementos coesivos (preposições,


locuções prepositivas, conjunções, locuções conjuntivas, articuladores
sintáticos, ou seja, conectivos) que permitem o encadeamento e, por
consequência, a evolução do texto. Difere da coesão referencial, pois não se
trata de referências a elementos intratextuais ou extratextuais. Exemplos:

 Embora tivesse estudado pouco, passou no concurso. (o conectivo


embora estabelece uma relação de concessão)
 Não posso atendê-lo, visto que suas pretensões são descabidas. (o
conectivo visto que apresenta uma relação de causa)

O importante não é decorar os conectivos, e sim perceber a relação entre as


orações, o contexto. Observe a tabela:

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SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

A análise de textos pode ser influenciada pelas relações lexicais, as quais


serão mostradas a seguir.

CAMPO SEMÂNTICO

É possível que as palavras se associem de diversas maneiras. Uma dessas


associações ocorre quando os vocábulos apresentam o mesmo radical –
palavras pertencentes à mesma família, chamadas cognatas –, isto é,
pertencem ao mesmo campo semântico. Exemplo: terra – terrestre – terra –
terreiro - terráqueo.

Entretanto, não é necessário que as palavras possuam o mesmo radical para


pertencerem ao mesmo campo semântico. É possível que os vocábulos se
relacionem pelo sentido em um determinado contexto. Exemplo:

 João Camilo dirigia-se à casa de Maria Odete. No meio do percurso,


ouviu um trovão. De repente, o céu ficou escuro; viu um relâmpago.
Começou a chuva e João teve de voltar a casa.

No contexto acima, os vocábulos “trovão”, “relâmpago” e “chuva”, ainda que


não possuam o mesmo radical, aproximam-se pelo sentido, ou seja,
pertencem ao mesmo campo semântico.

HOMONÍMIA

Homônimos – são palavras que, embora tenham significados diferentes, têm a


mesma estrutura fonológica. Tripartem-se em:

Homônimos homóFONOS – mesmo som (pronúncia) e grafias diferentes.


Exemplos:

 coser (costurar) / cozer (cozinhar);


 expiar (pagar a culpa) / espiar (observar secretamente);
 cela (quarto de dormir) / sela (peça de couro posta sobre o lombo da
cavalgadura);

Homônimos homóGRAFOS – mesma grafia (escrita) e pronúncias


diferentes. Exemplos:

 colher (verbo) / colher (substantivo);


 sede /é/ (lugar principal) / sede /ê/ (secura, necessidade de ingerir
líquido).

Homônimos perfeitos - pronúncia e grafia iguais. Exemplos:

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 são (verbo “ser”) / são (adjetivo = sadio): Nossos alunos são demais!
(verbo “ser”); Mente sã no corpo são. (adjetivo = sadio)
 cedo (advérbio de tempo) / cedo (verbo “ceder”): Chegarei cedo ao
local de prova. (advérbio de tempo); Neste instante, eu cedo o
apartamento para vocês. (verbo “ceder”)

É importante diferenciar os homônimos perfeitos das palavras polissêmicas.

Homônimos perfeitos são nomes que têm mesma grafia e pronúncia, mas que
pertencem a classes gramaticais distintas. Por sua vez, termos polissêmicos
são vocábulos que apresentam uma só forma com mais de um significado,
pertencendo à mesma classe gramatical. Exemplos:

 Nossos alunos são demais! (verbo “ser”)


 Mente sã no corpo são. (adjetivo = sadio)

Nos exemplos acima, houve alteração da classe gramatical. Logo, temos


homônimos perfeitos.

 O cabo obedeceu às ordens dos superiores. (cabo = patente militar


substantivo)
 A cozinheira pegou a faca pelo cabo. (cabo = parte do instrumento
substantivo)

Nos exemplos acima, não houve alteração da classe gramatical. Logo, temos
vocábulos polissêmicos.

PARONÍMINA

Parônimos – é a relação entre palavras que são parecidas, mas que possuem
significados diferentes. Exemplos:

 Ascender: subir, elevar-se.


 Acender: atear fogo, abrasar.

 Amoral: indiferente à moral, que não se preocupa com a moral.


 Imoral: contrário à moral, indecente.

 Ao encontro de: para junto de, favorável a.


 De encontro a: contra, em prejuízo de.

 Ao invés de: ao contrário de.


 Em vez de: em lugar de.

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 Comprimento: extensão, tamanho, distância.


 Cumprimento: saudação, ato de cumprir.

 Conjetura: suposição, hipótese.


 Conjuntura: oportunidade, momento, ensejo, situação.

 Deferir: atender, conceder, anuir.


 Diferir: divergir; adiar, retardar, dilatar.

 Descrição: ato de descrever; explanação.


 Discrição: moderação, reserva, recato, modéstia.

 Despercebido: não visto, não notado, ignorado.


 Desapercebido: desprevenido, desguarnecido, desprovido.

 Eminente: alto, elevado; sublime, célebre.


 Iminente: imediato, próximo, prestes a acontecer.

 Incipiente: principiante, iniciante.


 Insipiente: ignorante.

 Mandado: ato de mandar.


 Mandato: autorização que se confere a outrem, delegação.

 Ratificar: validar, confirmar autenticamente.


 Retificar: corrigir, emendar.

 Vultoso: grande, volumoso.


 Vultuoso: vermelho e inchado (diz-se do rosto).

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Denotação - é o emprego da palavra em seu sentido usual, dicionarizado.


Exemplo: João comprou uma flor para Maria.

Conotação - é o sentido que a palavra assume em determinado contexto, ou


seja, é o emprego da palavra em sentido figurado. Exemplo: Maria, namorada
de João, é uma flor.

DICA IMPORTANTÍSSIMA!!!

A conotação constitui a base da linguagem figurada. No exemplo acima, temos


uma metáfora: Maria, namorada de João, é (como) uma flor.
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SINONÍMIA

Sinonímia – as palavras são sinônimas quando apresentam significados


semelhantes em determinado contexto. Exemplo:

 O comprimento da sala é de quinze metros.


 A extensão da sala é de quinze metros.

Nos exemplos acima, os vocábulos “comprimento” e “extensão” têm o mesmo


significado. Portanto, apresentam relação sinonímica.

Também é importante chamar a atenção de vocês para a existência de frases


sinônimas. Exemplo:

 Mal ele saiu, todos chegaram.


 Assim que ele saiu, todos chegaram.

Nos exemplos acima, a conjunção “Mal” apresenta valor temporal. A mesma


noção é apresentada na expressão “Assim que”. Como não houve alteração de
sentido entre as frases, estas são sinônimas.

Existem, também, os sinônimos circunstanciais, que são adequados em


determinado contexto. Exemplo: José Sarney desembarcou hoje em Brasília.
Chegando ao Senado, o presidente fez seu pronunciamento.

ANTONÍMIA

Antonímia – são palavras que apresentam sentido contrário, oposto. Exemplo:

 É um menino corajoso. / É um menino medroso.

REESCRITURA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO (PARÁFRASE) E


SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO

Por paráfrase entende-se a forma de reprodução de um texto sem alteração


de sentido original. Trocando em miúdos, parafrasear é transmitir a mesma
mensagem com outras palavras. Por exemplo, se eu disser que “A mente de
Deus, bem como a internet, pode ser acessada por qualquer um, no mundo
todo.”, seriam possíveis as seguintes reescrituras:

 Qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet, no mundo


todo.

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 No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a


internet.
 A mente de Deus pode ser acessada, no mundo todo, por qualquer um,
da mesma forma que a internet.
 Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no
mundo todo, por qualquer um.

As frases acima mantêm o sentido original do enunciado. Portanto, são


paráfrases. Entretanto, uma construção que não representa uma paráfrase do
enunciado original é “A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no
mundo todo, a internet”. Vejam que, no período, o agente da ação verbal
passa a ser “A mente de Deus”. Entretanto, na ideia original, “a mente de
Deus” é paciente, ou seja, sofre a ação de “ser acessada”.

Percebemos, assim, que é possível parafrasear um texto de várias maneiras.


Contudo, apresentaremos as formas mais recorrentes em provas de diversas
bancas.

1) Emprego de sinônimos, hipônimos e hiperônimos

Exemplos:

 Saldamos todas as dívidas.


 Quitamos todas as dívidas

Vejam que, na reescritura (paráfrase), a forma verbal “quitamos” é sinônima


de “saldamos”. Logo, o sentido original do período foi mantido.

 O aluno foi à faculdade dirigindo o carro.


 O aluno foi à faculdade dirigindo o veículo.

Na reescritura do exemplo acima, o hiperônimo “veículo” (termo genérico)


exerce coesão referencial com o termo “carro” (termo específico), de forma
que o texto fique mais coeso. Temos, novamente, uma paráfrase.

 Falamos sobre futebol.


 Falamos acerca de futebol.

2) Utilização de antônimos, com reforço de um vocábulo negativo.

 Aquele rapaz é imprudente.


 Aquele rapaz não é cauteloso.

Vejam que, apesar de as palavras serem diferentes, a ideia do segundo


período é a mesma apresentada no enunciado original. Logo, temos uma
paráfrase.

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3) Transposição de discurso (do direto para o indireto e vice-versa).

A transposição de discurso é uma forma de parafrasear o texto. Para usar esse


recurso, é preciso conhecer as regras. Exemplos:

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4) Emprego de elementos anafóricos.

 José de Alencar e Machado de Assis são importantes escritores


brasileiros; Machado de Assis escreveu Dom Casmurro; José de Alencar,
Iracema.

Os pronomes “este” e “aquele” substituem, respectivamente, os substantivos


próprios “Machado de Assis” e “José de Alencar”. São elementos anafóricos, ou
seja, retomam termos mencionados anteriormente na superfície textual.

5) Transposição de voz verbal.

Exemplos:

 Da ativa para passiva analítica:

1. o objeto direto da ativa torna-se sujeito da passiva;


2. o tempo verbal da voz ativa permanece inalterado na voz passiva;
3. o sujeito da ativa torna-se agente da passiva.

Vejam a transposição: O veterinário vacinou o cachorro. (voz ativa) > O


cachorro foi vacinado pelo veterinário. (voz passiva)

 Da passiva analítica para a ativa:

1. o agente da passiva torna-se sujeito da ativa;


2. o tempo verbal da voz passiva permanece inalterado na voz ativa;
3. o sujeito da passiva torna-se objeto direto da ativa.

Vejam a transposição: O cachorro foi vacinado pelo veterinário. (voz


passiva) > O veterinário vacinou o cachorro. (voz ativa)

 Da ativa para a voz passiva sintética (e vice-versa):

Casas são vendidas. > Vendem-se casas.

Dão-se aulas de português. > Aulas de português são dadas.

6) Omissão de elementos.

Exemplo:

 Bebida mata; velocidade também mata.

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 Bebida mata; velocidade, também.

No exemplo acima, houve a elipse (omissão) do verbo “matar”.

 Desejamos um ano novo melhor e mais interessante.


 Desejamos um ano novo melhor, mais interessante.

No segundo exemplo, houve a omissão do conectivo “e”.

7) Nominalização (ou substantivação).

Exemplo:

 Elegeram a presidente Dilma em 2010.


 A eleição da presidente Dilma ocorreu em 2010.

8) Inversão da ordem dos termos.

Exemplos:

 A mente de Deus, bem como a internet, pode ser acessada por qualquer
um, no mundo todo.
 A mente de Deus pode ser acessada, no mundo todo, por qualquer um,
bem como a internet.

 Aquele rapaz deu flores à namorada ontem.


 Aquele rapaz, ontem, deu flores à namorada.
 Ontem, aquele rapaz deu flores à namorada.

Conforme vimos acima, para que haja a inversão da ordem do período, a


pontuação é fundamental.

A seguir, vejam que os recursos de pontuação podem modificar o sentido de


um período. Exemplo:

 O menino inquieto fazia muitas travessuras.


 O menino, inquieto, fazia muitas travessuras.

Na primeira oração, o adjetivo “inquieto” indica uma característica que era


permanente no menino. Porém, na segunda, a intercalação entre vírgulas
indica que a inquietude do menino era momentânea. Logo, não se trata de
uma paráfrase.

A inversão da ordem de palavras dentro da frase também pode acarretar


mudança de sentido. Nesses casos, também não haverá paráfrase. Vejam:

 João é um alto funcionário. (= funcionário graduado, de alto escalão).


 João é um funcionário alto. (= funcionário de elevada estatura)

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 Existem determinadas pessoas. (= quaisquer pessoas)


 Existem pessoas determinadas. (= pessoas decididas, resolutas)

 Comprei o relógio certo. (= relógio ideal)


 Comprei um certo relógio. (= qualquer relógio)

 Rodrigo é um velho amigo. (= amigo de longa data)


 Rodrigo é um amigo velho. (= amigo idoso)

Entretanto, é preciso que vocês fiquem atentos, pois nem sempre a inversão
da ordem de palavras acarretará mudança de sentido. Nesses casos, teremos
paráfrases. Vejam:

 Passei por maldormidas noites.


 Passei por noites maldormidas.

Em ambas as frases, o substantivo “noites” é caracterizado pelo adjetivo


“maldormidas”. Como não houve mudança da classe gramatical, não houve
alteração semântica. Portanto, a segunda frase é paráfrase da primeira.

9) Perífrases.

Exemplos:

 Pelé foi eleito o atleta do século XX.


 O rei do futebol foi eleito o atleta do século XX.

 Gregório de Matos tem escritos belíssimos.


 O boca do inferno tem escritos belíssimos.

10) Troca de locuções por palavras (e vice-versa).

Exemplos:

 As festas de verão foram um sucesso.


 As festas estivais foram um sucesso.

De verão é uma locução adjetiva que corresponde ao adjetivo estivais. Sendo


assim, a reescritura manteve o sentido original.

Esses e muito outros recursos podem ser utilizados com a finalidade de


parafrasear um texto. Sendo assim, é importante que vocês leiam com
bastante atenção: caso haja mudança de sentido, a reescritura não será uma
paráfrase.
19
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QUESTÕES DE CONCURSOS:

NOTA: Algumas questões foram adaptadas, como por exemplo, quando prescindível, o
texto da questão da prova foi omitido ou substituído por fragmentos deste.

Texto referente às questões de 01 a 05 - (2017- FCC - DPE-RS) :

Uma espécie complicada

O grande biólogo norte-americano Richard Dawkins acredita sem qualquer


hesitação na teoria de Darwin acerca da sobrevivência dos mais fortes e
capazes e na importância da adaptação a mutações fortuitas na evolução das
outras espécies, mas se declara contra a ideia do darwinismo social na
evolução da sua própria espécie. Aceitar o darwinismo social seria aceitar
posições conservadoras em matéria de política e economia, o que vai contra
suas convicções progressistas.

Já os conservadores, que negam a teoria de Darwin sobre a origem e o


desenvolvimento das espécies, pregam o darwinismo social sob vários nomes:
liberalismo, antidirigismo, antiassistencialismo etc. A sobrevivência, portanto,
dos mais competitivos e sortudos, como no universo neutro de Darwin.

Esquerda progressista e direita conservadora trocam incoerências. A


direita abomina a ideia de que o homem descende de animais inferiores, mas
não tem problema com a ideia de que ele deve seu progresso à ganância que
tem em comum com os chimpanzés. A esquerda aceita a ascendência de
macacos e a evolução da sua espécie, mas não quer outra coisa senão um
planejamento inteligente, humanista, para organizar a sua sociedade.

Progressistas costumam ser a favor do direito do aborto e contra a pena


de morte. Conservadores, que denunciam a interferência indevida do Estado
na vida das pessoas, invocam a santidade da vida para que o Estado proíba o
aborto, e geralmente são a favor da pena de morte, a mais radical
interferência possível do Estado na vida de alguém. Enfim, seja como for que
chegamos a isto, somos uma espécie complicada.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro:


Objetiva, 2008, p. 163-164)

01 - Richard Dawkins, em relação à teoria darwinista, acredita que

a) a evolução das espécies ocorre na disputa entre elas, ao passo que no


caso do homem se dá no interior de específicas comunidades.

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Língua Portuguesa
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b) na espécie humana a competição evolutiva de fato significativa ocorre


mais na vida social que no aprimoramento biológico.

c) a evolução social dos homens ocorre para além dos mesmos princípios de
mutação que condicionam a evolução das demais espécies.

d) vida política é determinada pelos homens com critérios evolutivos


semelhantes aos da preservação de outras espécies.

e) a evolução biológica é determinante para que todas as espécies alcancem,


cada uma em seu nível, um grau superior de sociabilidade.

02 - As incoerências da esquerda progressista e da direita conservadora, de


que trata o terceiro parágrafo, resultam do fato de que ambas as posições

a) convergem nas teses fundamentais, mas dão maior peso às diferenças


ocasionais.

b) podem ser tendenciosamente maleáveis no estabelecimento dos valores


que defendem.

c) mostram desinteresse por compromisso com qualquer valor social mais


consequente.

d) divergem quanto aos métodos de atuação, mas não quanto aos ideais
perseguidos.

e) relutam em fazer qualquer acordo público, mesmo quando defendem


idêntica tese.

03 - Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um


segmento do texto em:

a) mutações fortuitas na evolução (1° parágrafo) // transformações taxativas


da progressão

b) aceitar posições conservadoras (1°parágrafo) // ir de encontro a teses


retrógradas

c) aceita a ascendência de macacos (3° parágrafo) // acata a superioridade


de símios

d) deve seu progresso à ganância (3° parágrafo) // assume como vitoriosa


sua ambição

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Língua Portuguesa
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e) denunciam a interferência indevida (4° parágrafo) // acusam a


intromissão inoportuna

04 - Considerando-se o contexto, mantêm-se a correção e o sentido de um


segmento do texto caso se venha a

a) excluir as vírgulas em Já os conservadores, que negam a teoria de Darwin


(...), pregam o darwinismo social (2° parágrafo).

b) substituir o elemento sublinhado em o que vai contra suas convicções


progressistas (1° parágrafo) por o que ratifica.

c) substituir a construção não quer outra coisa senão um planejamento (3°


parágrafo) por não abre mão além de um planejamento.

d) iniciar com a forma verbal Pregam o período que começa por A


sobrevivência, portanto (...) (2° parágrafo).

e) substituir a expressão Já os conservadores (2° parágrafo) por Mesmo os


conservadores.

05 - Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

a) Nem sempre é fácil de distinguir entre teses, progressistas ou


conservadoras, se ambas carecem de clareza onde busquem determinar seus
princípios básicos.

b) Dawkins buscou ser escrupoloso ao rechaçar na teoria de Darwin, o


desafio de aceitar para a condição humana o que era legítima propriedade das
outras espécies.

c) O papel do Estado costuma ser debatido e identificado segundo a crença


daqueles que avaliam a iniciativa estatal com base na ideologia que defendem.

d) Não se espere que conservadores e progressistas vão entrar em acordo


senão quando minimizarem as diferenças ideológicas que não os deixam se
aproximarem.

e) Dentro da teoria darwinista, um elemento escandaloso, é o de que os


chimpanzés possam ser-nos equiparados, como ascendentes de uma mesma
espécie fundamental.

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Texto referente às questões de 06 a 08 - (2017- FCC – POLITEC-AP) :

Da morte para a vida

Um velho professor e médico cardiologista foi abordado pelo jovem aluno:


− Mestre, dizem as estatísticas que é altíssima a incidência de mortes por
causas cardíacas. O professor respondeu prontamente: − E do que você
preferiria que as pessoas morressem? Lembrava ao discípulo, com isso, os
limites do homem e da ciência, que fazem frente às aspirações ideais das
criaturas, ao seu anseio de imortalidade.

Sendo inevitável, nem por isso deixa a morte de prestar algum serviço aos
vivos. Não, não me refiro à morte dos monstros antropomórficos que volta e
meia põem em risco nossa humanidade; falo dos corpos que continuam de
alguma forma vivos nos órgãos transplantados, nas aulas de anatomia, corpos
que, investigados, ajudam a esclarecer os caminhos da moléstia que os
vitimou. Falo dos préstimos que os homens sabem tomar da morte.

Também no plano filosófico a morte pode surgir como estímulo para viver
melhor. É o que afirmavam os velhos pensadores estoicos, quando lembravam
que o bem viver é também a melhor preparação possível para a morte.
Lembrarmo-nos sempre de nossa finitude é mais do que uma lição de
humildade: é um convite para intensificar o sentido do tempo de que
dispomos para seguir na vida. É de Sêneca esta lição: “Vivo de modo que cada
dia seja para mim a vida toda; e não me apego a ele como se fosse o último,
mas o contemplo como se pudesse também ser o último”.

(Anastácio Fontes Ribeiro)

06 - Entende-se que no contexto do segundo e do terceiro parágrafos devem


ser considerados préstimos que os homens sabem tomar da morte

a) os justos serviços que nos presta a morte quando decide afastar do nosso
convívio o que se figura como monstros antropomórficos.

b) as reais possibilidades que temos de encontrar algum alento religioso


depois que experimentamos as perdas dos nossos entes queridos.

c) as oportunidades que passamos a ter de exercitar nossa humildade assim


como as de alimentar os mais altos ideais filantrópicos.

d) os benefícios que podem advir de uma observação científica dos corpos e


de uma intensificação do sentido mesmo do que seja viver.

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e) os estímulos que nos levam à leitura dos autores clássicos, em cujos


textos encontramos o menosprezo pela nossa condição de mortais.

07 - De acordo com os estoicos, cuja posição diante da morte está resumida


na citação de Sêneca, deve-se viver

a) de modo a desgarrar-se da ideia de morrer, para que cada dia seja


aproveitado como se propiciasse uma abertura para a eternidade.

b) como se cada dia fosse uma preparação para o que haverá de melhor nos
dias seguintes, em vez de se afligir com a possibilidade de morrer.

c) evitando alimentar toda e qualquer aspiração a um futuro melhor,


assumindo-se com coragem e resignação as provações do cotidiano.

d) desapegando-se do sentido mesmo da vida, o que significa prepararmo-


nos para morrer com a dignidade de quem sabe ser humilde.

e) intensificando-se o sentido de cada dia, de modo que cada experiência


cotidiana seja ao mesmo tempo uma totalidade e uma ultimação.

08 - Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um


segmento do texto em:

a) é altíssima a incidência (1° parágrafo) // é superlativa a injunção

b) fazem frente às aspirações (1° parágrafo) // confrontam as idealizações

c) moléstia que os vitimou (2° parágrafo) // insanidade que os degenerou

d) Também no plano filosófico (3° parágrafo) // Adstrito ao patamar


cognitivo

e) convite para intensificar (3° parágrafo) // indução para radicalizar

09 – (2017 – FCC – POLITEC – AP) - Atenção: A questão refere-se a este


fragmento de uma obra célebre, escrita na segunda década do século XVI.

De um poder concedido

Aqueles que somente por sorte se tornam príncipes pouco trabalho têm
para isso, é claro, mas se mantêm assim muito penosamente. Não têm
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dificuldade nenhuma em alcançar o posto, porque para aí voaram; surge,


porém, toda sorte de dificuldades depois da chegada. (...) É o que acontece
quando o Estado foi concedido ao príncipe ou por dinheiro ou por graça de
quem o concede. Tais príncipes estão na dependência exclusiva da vontade e
da boa situação de quem lhes propiciou o poder, isto é, de duas coisas
extremamente volúveis e instáveis.

(MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. de Lívio Xavier. São Paulo: Abril


Editora, Os Pensadores, 1973, p. 33)

O pensador Maquiavel trata, neste fragmento, do específico poder de um


príncipe que,

a) tendo chegado a esse posto por méritos pessoais, encontra sérias


dificuldades para manter seu poder valendo-se exclusivamente desses
méritos.

b) ao assumir pela graça de alguém sua posição de poder, imagina que


deverá livrar-se com facilidade da influência de seu benfeitor.

c) tendo devido a um terceiro a graça que o levou a esse alto posto, passa a
depender de quem o agraciou com o poder para de fato conseguir exercê-lo.

d) sentindo-se obrigado a retribuir o favor dos poderosos, acaba por se


esquecer dos direitos daqueles que deveria governar com lealdade.

e) ao pretender que seus reais méritos de governante sejam reconhecidos,


verá que todos o acusarão de ter sido bafejado pela sorte ou pelo dinheiro.

10 - Esclarece-se adequadamente, em redação correta e clara, o sentido de


um segmento do texto da questão anterior em:

a) somente por sorte se tornam príncipes = a menos que por previlégio


cheguem a um principado

b) se mantêm assim muito penosamente = permanecem desta feita em


extrema penúria

c) toda sorte de dificuldades = todos os asares possíveis

d) por graça de quem o concede = por obra intrínsica de quem lhe tem
condescendência

e) na dependência exclusiva da vontade = na restrita subordinação ao desejo

25
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Texto referente às questões de 11 a 14 - (2017- FCC – TRE-PR):

11 - Considerado o parágrafo 1, é correto afirmar:

a) nele estão delineadas as formas de governo “república” e “monarquia”


como definidas em dicionário especializado, o que implica precisão
terminológica e conceitual de valor generalizante e atemporal.

b) no período inicial é apresentada uma hipótese e, em seguida, a razão que


a legitima − Tal distinção deve-se ao fato... −, ambas tomadas como
fundamento da equivalência contemporânea entre república e democracia.

c) no período inicial, compreende-se não só que a mencionada concepção de


“república” está condicionada a um certo contexto, mas também que o autor
evita apresentar de modo categórico esse conceito.

26
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d) a oração introduzida pela locução posto que (linha 5) exprime uma


circunstância que existe, mas que não é suficiente para realizar a aproximação
citada no segmento imediatamente anterior.

e) nele explicita-se que a separação entre teologia e política constitui a


caução de um sistema social em que a soberania popular seja exercida, em
eleições regulares e livres, no mínimo para postos politicamente relevantes.

12- É correto afirmar que, no parágrafo 2,

a) se sustenta que o caráter singular que cada uma das revoluções, a


Americana e a Francesa, adquiriu não constituiu impedimento para que ambas
viessem a se tornar referência de uma forma de governo distinta da que
caracteriza a monarquia europeia.

b) na formulação vários movimentos democratizantes ou de libertação


nacional, a substituição da conjunção por “como o” preserva o sentido original.

c) se desenvolve a ideia de que o emprego da palavra “república” para


designar repulsa ao governo unipessoal e à sucessão dinástica, exclusivos das
monarquias, teve origem nas revoluções de 1776 e 1789.

d) considerado o segmento a partir da emergência das duas revoluções


republicanas modernas, em seu contexto, a substituição da palavra grifada por
“contemporâneas” não prejudicaria o sentido original.

e) considerado o segmento cujo núcleo invariavelmente gravitava em torno


da necessidade de afirmar o princípio da soberania popular, em seu contexto,
a substituição do que está em destaque por “do qual o núcleo” preservaria a
correção original.

13 - É comentário adequado sobre o que se tem no parágrafo 3:

a) O citado aspecto importante da experiência brasileira remete ao fato de


que, já herdeiro das conquistas dos demais países da América do Sul, no
campo político e social, o Brasil pôde restringir-se a entender a república como
deposição do governo monárquico.

b) Ao citar a ação de Campos Salles, o autor reforça o entendimento de que


o Brasil, devido a seu sabido atraso estrutural, desperdiça oportunidades de
atingir a estabilidade e o amadurecimento políticos.

27
Língua Portuguesa
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c) Em A própria experiência brasileira, tardia com relação à da América do


Sul, teve nesse traço um aspecto importante, a palavra destacada constitui
reforço da construção possessiva.

d) Em com relação à da América do Sul, o sinal indicativo da crase está


empregado em conformidade com a norma-padrão da língua, mas não deveria
ser empregado se a formulação fosse “com relação aquela da América do Sul”.

e) A transposição para a voz ativa da oração em que ocorre a voz passiva,


em A primeira década republicana no Brasil foi marcada por forte instabilidade
e por intensa disputa a respeito do que deveria significar um regime
republicano, geraria a forma verbal “marcavam”.

14 - Considere as afirmações abaixo.

I. A chave conceitual que opõe “república” e “monarquia” como formas de


governo não contempla todos os significados possíveis da ideia de república.

II. Regimes políticos autoritários, ao autodenominarem-se “república”, buscam


mascarar sua natureza autocrática.

III. A expressão “Periferias coloniais” designa estritamente os territórios


americanos subordinados à hegemonia europeia − entre eles, os da América
do Sul.

É correto considerar como inferência permitida pelo texto o que se lê em

a) I, II e III.

b) I, apenas.

c) II, apenas.

d) I e II, apenas.

e) III, apenas.

Texto referente às questões de 15 e 16 - (2017- FCC – ARTESP):

Pode ser um saudosismo bobo, mas tenho saudades do tempo em que se


ouvia o futebol pelo rádio. Às vezes, era apenas chiado; às vezes, o chiado se
misturava com a narração; às vezes, a estação sumia; sem mais nem menos,
voltava, e o jogo parecia tão disputado, mas tão emocionante, repleto de
lances espetaculares, que tudo que queríamos no dia seguinte era assistir os

28
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melhores momentos na televisão. Hoje todos os jogos são transmitidos pela


televisão. Isso é uma coisa esplêndida, mas sepultou a fantasia, a mágica.

Agora, que fique claro: em absoluto falo mal da tecnologia. Ao contrário, o


avanço tecnológico, principalmente a chegada da internet, trouxe muita coisa
boa pra muita gente. Lembro que ainda engatinhava no plano do Direito e, se
quisesse ter acesso a uma boa jurisprudência, tinha que fazer assinatura.
Hoje, está tudo aí, disponível, à farta, de graça. Somente quem viveu numa
época em que não havia a internet tem condições de dimensionar o nível de
transformação e de reprodução do conhecimento humano que ela
representou...

(Adaptado de: GEIA, Sergio. Então chegou a tecnologia... Disponível em:


www.cronicadodia.com.br)

15 - Uma frase coerente com o texto e redigida em conformidade com a


norma-padrão da língua é:

a) O autor alude ao tempo que ouvia o futebol pelo rádio com grande
nostalgia e lamenta de que as partidas tenham passado a ser transmitidas
pela televisão, que levou seu interesse pelo esporte a diminuir, devido a
quebra do encanto.

b) Ainda que se mostre saudoso do tempo em que as tecnologias da


comunicação eram menos desenvolvidas, o autor reconhece as vantagens de
seus avanços, especialmente no que tange à difusão do conhecimento
promovida pela internet.

c) Ouvir uma partida de futebol pelo rádio exigia atenção e paciência;


contudo, os chiados eram constantes, o que não impedia que o autor se
entretesse com a partida, pois usava a imaginação para recriar os lances
perdidos.

d) Na época do autor, os jogos de futebol eram transmitidos pelo rádio e


nem todos eram possíveis de se ver na televisão, aonde a mágica estava em
apresentar os momentos que não tinham sido narrados em razão de
problemas técnicos, como chiados.

e) O autor confessa que tem preferência de ouvir os jogos de futebol pelo


rádio, mesmo com possibilidade de assistir pela televisão, na medida em que
tem saudades do tempo de criança, quando o uso da TV e da internet eram
restritos.

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Língua Portuguesa
Curso preparatório exitus

16 - ... em absoluto falo mal da tecnologia... (2° parágrafo) - Esse segmento


está reescrito conforme a norma-padrão da língua e com o sentido
preservado, em linhas gerais, em:

a) ... de modo nenhum vejo a tecnologia como algo mau...

b) ... de jeito algum me eximo de perceber um mal na tecnologia...

c) ... é óbvio que não interpreto mal a tecnologia...

d) ... naturalmente evito em cogitar algum mau na tecnologia...

e) ... certamente mal admito julgar a tecnologia...

Texto referente às questões de 17 a 20 - (2017- FCC – FUNAPE):

Trabalho como realização

Quando me perguntam por que ainda não me aposentei e eu respondo


que é porque gosto do meu trabalho, me olham com um misto de
incredulidade e indignação. Eu quase tenho que me desculpar pela desfeita: a
maioria das pessoas acha que trabalho é castigo e que falar bem dele é pura
ostentação, se não for hipocrisia.

Pois bem: entendo perfeitamente que muitos trabalhos possam ser vistos
como castigo. Há incontáveis tarefas que podem ser desinteressantes,
tediosas, cansativas, que não trazem prazer nenhum para a maioria das
pessoas. Mas há outras nas quais nossa personalidade se realiza, que podem
perfeitamente constituir-se como nosso meio de expressão, nossa identidade
assumida e resolvida como vocação. Exemplo clássico é o de um professor que
tenha grande prazer em dar aula: ele verá a aposentadoria não como uma
bênção, mas como brusca interrupção de uma atividade vital. Ele vai adiar o
quanto puder o “gozo”, o “desfrute” (enganosas palavras) de uma
aposentadoria que mais lhe parece um castigo.

Fico imaginando, entre outras utopias, a de um mundo em que houvesse


para cada um aquele trabalho que representasse também sua realização
pessoal. Acredito mesmo que um dos índices mais seguros para se reconhecer
a felicidade de alguém seja o prazer que a pessoa encontre em trabalhar.
Quando o trabalho vira sinônimo de criação, e quem o faz se sente como um
genuíno criador, temos, é forçoso admitir, uma situação de privilégio, em vez
de se constituir uma possibilidade de realização ao alcance de todos.
(Felício Godói)
30
Língua Portuguesa
Curso preparatório exitus

17 - A “ostentação” e a “hipocrisia” referidas no primeiro parágrafo do texto


são atributos acusatórios que partem das pessoas que

a) imaginam encontrar em qualquer atividade profissional uma forma plena


de realização da personalidade.

b) avaliam a felicidade alheia a partir da satisfação que o outro encontre em


se dedicar ao seu trabalho.

c) desconsideram a efetiva possibilidade de que o trabalho enseje a alguém o


prazer de uma realização vital.

d) preferem encobrir a insatisfação que sentem no trabalho com a máscara


de uma falsa realização pessoal.

e) desprezam aquele em quem reconhecem o sacrifício assumido para que se


possa realizar um bom trabalho.

18 - Deve-se depreender da leitura do parágrafo final do texto que, para seu


autor,

a) a oportunidade de exercer um trabalho criativo é desprezada por quem o


considera um privilégio injustificável.

b) todo trabalho que exija um alto grau de criatividade só pode ser exercido
por pessoas naturalmente privilegiadas.

c) é uma utopia imaginar que mesmo as pessoas mais vocacionadas para


exercer um trabalho encontrem pleno prazer nele.

d) as pessoas deveriam acreditar que o esforço que despenderem em seu


trabalho é a garantia de seu sucesso profissional.

e) deveria ser mais do que uma simples utopia um mundo onde a realização
pelo trabalho deixasse de ser um privilégio.

19 - Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um


segmento do texto em:

a) falar bem dele é pura ostentação (1° parágrafo) // conclamá-lo é justa


retórica
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Língua Portuguesa
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b) constituir-se como nosso meio de expressão (2° parágrafo) // instituir


conosco um tipo de comunicação

c) assumida e resolvida como vocação (2º parágrafo) // implementada e


solucionada como tendência

d) um dos índices mais seguros (3° parágrafo) // um dos símbolos mais


iminentes

e) como brusca interrupção (2° parágrafo) // qual súbita cessação

20 - Atente para o seguinte segmento do texto: Quando o trabalho vira


sinônimo de criação, e quem o faz se sente como um genuíno criador, temos,
é forçoso admitir, uma situação de privilégio (...).

Numa nova redação, mantêm-se a correção, a clareza e o sentido básico


desse segmento em:

a) A criação é um sinônimo do trabalho, quando este faz sentir a quem o


executa o privilégio forçoso da situação de ser um genuíno criador.

b) Quem faz um trabalho que é também uma genuína criação torna-se,


nessa situação, temos que admitir, uma pessoa privilegiada.

c) É uma situação de privilégio quando, ao ser sinônimo de criação, um


trabalho faz sentir-se um verdadeiro criador aquele que admite fazê-lo.

d) Concedamos logo: é forçoso que a genuína criação de um trabalho torna a


quem o executa um autêntico e privilegiado criador.

e) Torna-se um genuíno criador quem sente o trabalho como um sinônimo de


criação, conquanto seja esta uma admissível situação de privilégio.

Texto referente às questões de 21 a 22 - (2017- CESPE – TRT 7ª.


REGIÃO /CE):

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Língua Portuguesa
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21 - O texto CB1A1AAA indica como possível motivo para o uso frequente da


palavra cidadania

a) a crescente relevância alcançada pelos debates públicos acerca de


direitos.

b) a incipiente discussão, na esfera pública, acerca de temas do domínio


privado.
33
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c) o avanço das iniciativas individualizadas voltadas à efetivação da justiça.

d) a ampliação do acesso à informação, aos veículos de imprensa e à


publicidade.

22 - No primeiro parágrafo do texto CB1A1AAA, o referente da forma


pronominal “sua” (ℓ.7) é

a) “significado” (ℓ.6).

b) “a palavra cidadania” (ℓ. 4 e 5).

c) “Esse largo uso” (ℓ.5).

d) “vários empregos” (ℓ.6).

Texto referente às questões de 23 a 26 - (2017- CESPE – TCE-PE):

Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue


o item seguinte.

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23 - O sentido original e a correção gramatical do texto seriam preservados se


o trecho “que tem seus principais pilares fincados na persecução do bem
comum” (l. 4 e 5) fosse assim reescrito: cujos pilares principais se assentam
na busca do bem comum.

( ) CERTO

( ) ERRADO

24 - A substituição do trecho “à publicidade dos gastos” (l.13) por na


publicidade manteria a correção gramatical do texto.

( ) CERTO

( ) ERRADO

25 - No último parágrafo, os travessões isolam uma expressão que especifica


as qualidades da gestão privada na opinião do autor.

( ) CERTO

( ) ERRADO

26 - Seriam mantidos o sentido original e a correção gramatical do texto caso


a forma verbal “Inexistindo” (l.6) e o trecho “não estando” (l.7) fossem
substituídos, respectivamente, por Se inexiste e se não está.

( ) CERTO

( ) ERRADO

Texto referente às questões de 27 a 30 - (2017- CESPE – SERES-PE):

Após o processo de redemocratização, com o fim da ditadura militar, em


meados da década de 80 do século passado, era de se esperar que a
democratização das instituições tivesse como resultado direto a consolidação
da cidadania — compreendida de modo amplo, abrangendo as três categorias
de direitos: civis, políticos e sociais. Sobressaem, porém, problemas que
configuram mais desafios para a cidadania brasileira, como a violência urbana
— que ameaça os direitos individuais — e o desemprego — que ameaça os
direitos sociais.
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Língua Portuguesa
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No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir de 1980, impacto


do processo de modernização pelo qual o país passou. Isso sugere que o boom
do consumo colocou em circulação bens de alto valor e, consequentemente,
aumentou as oportunidades para o crime, inclusive porque a maior mobilidade
de pessoas torna o espaço social mais anônimo, menos supervisionado.

Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais dissociada de
justiça social e reconstrução da sociedade. O objetivo em relação à
criminalidade torna-se bem menos ambicioso: o controle. A prisão ganha mais
importância na modernidade tardia, porque satisfaz uma dupla necessidade
dessa nova cultura: castigo e controle do risco. Essa postura às vezes
proporciona controle, porém não segurança, pois o Estado tem o poder
limitado de manter a ordem por meio da polícia, sendo necessário dividir as
tarefas de controle com organizações locais e com a comunidade.

Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem pública e garantia dos direitos individuais:
os desafios da polícia em sociedades democráticas. In: Revista Brasileira de Segurança Pública.
São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. – mar./2011, p. 84-5 (com adaptações).

27 - De acordo com o texto 1A1AAA, a restauração da democracia no Brasil


evidenciou

a) a diminuição do controle social decorrente do aumento da mobilidade de


pessoas.

b) o crescimento da produção de bens de alto valor decorrente do aumento


do poder de consumo.

c) a existência de problemas sociais que dificultam a consolidação da


cidadania.

d) a modernidade do mercado interno e das instituições públicas brasileiras.

e) o medo nas metrópoles provocado pelo aumento da violência urbana e do


desemprego.

28 - O texto 1A1AAA aponta explicitamente como aspecto que impactou no


aumento da criminalidade a partir de 1980

a) o desemprego.

b) a falta de punição pela justiça criminal.

c) a circulação de bens de alto valor.

36
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d) a democratização das instituições.

e) o aumento de prisões.

29 - No final do segundo parágrafo do texto 1A1AAA, em relação ao termo


“mais anônimo”, o termo “menos supervisionado” introduz uma

a) oposição.

b) retificação.

c) condição.

d) finalidade.

e) explicação.

30 - A partir das ideias do texto 1A1AAA, considere as asserções apresentadas


a seguir.

I Na modernidade tardia no Brasil, a justiça criminal é amplamente entendida


como penalização do criminoso mediante a privação da sua liberdade.

II A sociedade tem priorizado o castigo e o controle do risco em detrimento da


justiça social e de um projeto de reconstrução da sociedade.

Assinale a opção correta.

a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma


justificativa da I.

b) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

c) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

d) As asserções I e II são proposições falsas.

e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa


da I.

Texto referente às questões de 31 a 34 - (2017- CESPE – SEDF):

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31 - A forma verbal “transita” (.3) foi empregada para transmitir a ideia de


que o monitor muda constantemente de função na escola.

( ) CERTO

( ) ERRADO

32 - Seria mantido o sentido original do texto caso o trecho “quando há algum


problema que precisa ser solucionado rapidamente” (. 5 e 6) fosse deslocado
para o início do período, desde que realizados os devidos ajustes nas letras
maiúsculas e minúsculas.
( ) CERTO
( ) ERRADO
38
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33 - Seria mantida a correção gramatical do texto caso a vírgula empregada


imediatamente após “educadores” (.19) fosse suprimida.
( ) CERTO
( ) ERRADO

34 - Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto se o


trecho “O monitor (...) na esfera educacional” (. 1 a 3) fosse reescrito da
seguinte forma: Também chamado de inspetor ou bedel, o monitor é um dos
profissionais mais atuantes na área educacional, em algumas instituições.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Texto referente às questões de 35 a 38 - (2017- CESPE – FUB):

39
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Com relação ao texto CB1A1AAA, julgue o item a seguir.

35 - Para o autor, a condição humana é algo bem definido, e ele retrata no


texto suas certezas a respeito dessa condição.

( ) CERTO

( ) ERRADO

36 - A justificativa do autor para sua descrença em relação à liberdade inclui a


existência de razões tanto íntimas quanto exteriores que lhe tolhem a
liberdade.

( ) CERTO

( ) ERRADO

37 - A substituição da forma verbal “terem” (l.6) por que têm preservaria os


sentidos e a correção gramatical do texto.

( ) CERTO

( ) ERRADO

38 - Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, a expressão “Ainda


jovem” (.20) poderia ser substituída por: Quando eu ainda era jovem.

( ) CERTO

( ) ERRADO

Texto referente às questões de 39 e 40 - (2017- CESPE – PC/GO):

40
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39 - Com referência aos mecanismos de coesão e aos tempos e modos verbais


empregados no texto CB1A1AAA, assinale a opção correta.

a) A substituição da forma verbal “designava” (l.3) por chamava manteria a


coesão e o sentido original do texto.

b) O antecedente do pronome “cujo” (l.10) pode ser o vocábulo “direitos”, do


trecho “uma série de direitos” (l.9), ou a expressão “os direitos à liberdade e à
propriedade” (l.10).

c) A coesão textual seria mantida caso a expressão “Para tanto” (l.12) fosse
substituída pelo vocábulo Porquanto.

d) Nas linhas 16 e 17, as formas pronominais em “torná-la” e “fazê-la”


referem-se ao termo “administração pública”.

e) A substituição da forma verbal “era” (l.2) pela forma verbal foi geraria
problema no sequenciamento textual, uma vez que tais formas verbais de
passado possuem funções diferentes.

40 - De acordo com o texto CB1A1AAA,

a) o poder de polícia refere-se à faculdade de que dispõe a administração


pública para tornar efetiva e fazer obedecida cada restrição de direitos e
liberdades individuais, em consonância com o bem-estar social.

41
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b) a autoridade administrativa, sob a invocação do poder de polícia, poderá


anular as liberdades públicas ou aniquilar os direitos fundamentais do
indivíduo previstos na Constituição Federal de 1988.

c) o fato de a Constituição, as leis e outros atos normativos conferirem aos


cidadãos os direitos à liberdade e à propriedade pressupõe a existência de
direito público subjetivo absoluto no Estado moderno, desde que seja
respeitada a boa ordem da sociedade civil.

d) o mecanismo denominado como poder de polícia, usado pela


administração pública para deter os abusos no exercício do direito individual, é
restrito à atuação da administração no âmbito federal.

e) o denominado jus politiae que o príncipe detinha na Idade Média equivale,


nos dias atuais, ao poder de polícia conferido à administração pública.

Texto referente às questões de 41 e 42 - (2016- ESAF – ANAC):

41 - Essa notícia, no plano mais profundo de compreensão, trata

a) da demora na compreensão de novas tecnologias em certas comunidades.

b) da atração que têm as pessoas em geral por discos voadores.

42
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c) do papel das redes sociais na comunicação imediata entre as pessoas.

d) da função esclarecedora das rádios nas pequenas localidades.

e) do malefício que podem causar os drones com luzes coloridas.

42 - Assinale a opção que, ao substituir o trecho transcrito, altera seu sentido


original.

a) “A pequena cidade de Angicos, que tem um pouco mais de 10 mil


habitantes” (l. 1/2) por “A cidadezinha de Angicos, habitada por cerca de 10
mil pessoas”

b) “passou por momentos de desespero durante a noite de ontem” (l. 3/4)


por “teve, na noite de ontem, instantes de aflição”

c) “e isso pode acabar assustando pessoas que não estão acostumadas com
esse tipo de tecnologia.” (l. 10/11) por “o que pode vir a amedrontar quem
desconhece artefatos tecnológicos desse tipo.”

d) “Vários moradores compartilharam mensagens de áudio no WhatsApp


para avisar amigos sobre o "OVNI" (l. 13/14) por “Muitas pessoas chamavam
seus amigos para compartilhar imagens do “OVNI” no WhatsApp”

e) “Após um tempo, a rádio local alertou que, na verdade, o objeto não


identificado era um drone” (l. 19/20) por “Mais tarde, a rádio da cidade
esclareceu ser o objeto não identificado, na verdade, um drone.”

43 - (2016 – ESAF - FUNAI) - Em meio a catástrofes ambientais causadas pela


ação do homem, aumento de doenças físicas e mentais nos centros urbanos e
intolerância às diferenças sociais, religiosas e culturais, sobressai, das
entranhas do Brasil, um modelo saudável de harmonia entre homens e
natureza: o Parque Indígena do Xingu, criado há 55 anos.

Essa experiência nacional, que oferece lições de respeito e de resiliência aos


problemas enfrentados pelo dito mundo civilizado, é prova de que a ideia dos
índios como seres primitivos está superada. Eles desenvolvem culturas
riquíssimas e conhecimentos interessantíssimos de tecnologia leve – de clima,
solo, espécies, plantas.

(Adaptado de Planeta/abr.2016, p.19.)

As informações do texto acima permitem concluir que

43
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a) a concepção do índio como ser primitivo é equivocada e obsoleta.

b) modelos saudáveis de harmonia entre o ser humano e a natureza são


incompatíveis com a urbanização.

c) a humanidade é a causadora da maioria das catástrofes ambientais.

d) os centros urbanos se caracterizam pela disseminação incessante de


endemias e de doenças mentais.

e) as práticas sociais dos indígenas do Xingu fundamentam-se no respeito à


natureza e no conformismo diante de desastres naturais.

44 – (2016 – ESAF - FUNAI) - Os trechos abaixo constituem um texto, mas


estão desordenados. Ordene-os de forma a comporem um texto coeso e
coerente. A seguir, assinale a opção correta.

( ) Com esse objetivo, uma equipe do ISA, composta de 50 integrantes, presta


assessoria aos índios sobre questões burocráticas, trabalhos de vigilância e
geração de renda, defesa e segurança do território, visando, entre outras
coisas, a apoiá-los no desenvolvimento de atividades sustentáveis.

( ) Meio século depois da criação do Parque Indígena do Xingu, os índios


provam diariamente sua autonomia. Várias aldeias e etnias se organizaram
em associações, que desenvolvem projetos e levantam recursos para resolver
questões internas e externas.

( ) O coordenador adjunto do Programa Xingu do Instituto Socioambiental


(ISA) informa que o eixo principal de atuação desse Instituto é contribuir para
a solução dessas questões e para a efetiva apropriação do parque pelos índios,
de modo a evitar que o assédio do mundo externo os induza a práticas
prejudiciais ao meio ambiente, como venda de peixes, madeira e areia, em
condições ambientais inadequadas.

( ) De 2007 até hoje, já foram vendidas 150 toneladas dessas sementes,


empregadas no reflorestamento ao longo dos rios da bacia do Xingu. Além da
atuação positiva em favor do meio ambiente, os índios agem de modo cada
vez mais eficaz na defesa e segurança do seu território.

( ) Como resultado dessa assessoria e da atitude afirmativa dos xinguanos,


estes passaram a comercializar diferentes tipos de pimenta, mel e sementes
florestais, com resultados expressivos de geração de renda. Isso é importante,
já que, nesse processo, os índios incorporaram bens de consumo ao seu dia a
dia e querem dinheiro para comprar, entre outras coisas, roupas, sabão em
pó, panela, barco motorizado.
44
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(Adaptado de Planeta/abr.2016, p.22-3.)

a) 3 – 1 – 2 – 5 – 4

b) 4 – 3 – 1 – 5 – 2

c) 5 – 4 – 2 – 3 – 1

d) 2 – 4 – 1 – 3 – 5

e) 3 – 5 – 4 – 2 – 1

45 - (2016 – ESAF - FUNAI) - O texto abaixo foi transcrito com erros. Assinale
o único trecho gramaticalmente correto.

a) Nas aldeias indígenas, o aumento da violência vitima, sobretudo, às


mulheres. Quase todos relatos de agressividade vieram à tona nos últimos
anos. As penalidades para a agressão à mulher varia de acordo com a região
e, em geral, vai de carpir a terra à expulsão da aldeia.

b) Está assegurado às mulheres indígenas de aldeias urbanas a mesma


proteção das demais moradoras das cidades. No entanto, persistem barreiras
que lhes impedem de alcançar seus direitos. Elas, por exemplo, desconhecem
a Lei Maria da Penha.

c) Na tradição indígena, quando a mulher se casa, passa a morar com a


família do marido e assim, ao denunciar o agressor, pode perder a moradia, e
a família que lhe acolhe.

d) Um estudo sobre tribos da África, Ásia e América Latina, realizado pela


ONU em 2013, revelou que a violência contra meninas e mulheres indígenas é
velada na maioria dos países.

e) De acordo com levantamento realizado pela ONU, o histórico de


dominação colonial, a exclusão política e a falta de serviços básicos é que
intensifica a violência. Tem sido verificado, no entanto, tendências de
empoderamento das mulheres indígenas de aldeias urbanas.

Texto referente às questões de 46 a 48 - (2017- QUADRIX – CRMV-


DF):

45
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46 - Nesse texto, que se caracteriza como dissertativo, defende-se a ideia de


um novo modelo de desenvolvimento, construído por meio de uma forma de
organização coletiva em que as pessoas interajam de modo menos agressivo
com o meio ambiente e mais solidário com as demais.

( ) CERTO

( ) ERRADO

47 - Estaria garantida a coerência das relações sintáticas entre o segundo e o


terceiro períodos do texto caso fosse inserida a expressão de modo que antes
da forma verbal “Necessitamos” (linha 5), feitas as devidas adaptações de
maiúsculas e minúsculas – De modo que necessitamos.

( ) CERTO

( ) ERRADO

46
Língua Portuguesa
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48 - A expressão “O mesmo fenômeno” (linha 11) retoma por coesão a ideia


da evidência de “situações de caos aparente e de desestruturação” (linha 9).

( ) CERTO

( ) ERRADO

Texto referente às questões de 49 e 50 - (2017- QUADRIX – SEDF):

49 - A palavra “inata” (linha 18) foi empregada no texto como antônimo de


nata.

( ) CERTO

( ) ERRADO

47
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50 - A palavra “língua”, empregada diversas vezes no texto, é um exemplo de


palavra polissêmica.

( ) CERTO

( ) ERRADO

GABARITO

01. C 02. B 03. E 04. D 05. C 06. D

07. E 08. B 09. C 10. E 11. C 12. A

13. C 14. D 15. B 16. A 17. C 18. E

19. E 20. B 21. A 22. B 23. C 24. C

25. C 26. E 27. C 28. C 29. E 30. E

31. E 32. E 33. C 34. E 35. E 36. C

37. C 38. C 39. B 40. A 41. A 42. D

43. A 44. A 45. D 46. C 47. E 48. E

49. E 50. C

48

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