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Curso de

Feridas e Curativos –
Técnicas e Tratamentos

MÓDULO V

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MEDICAMENTOS FAVORÁVEIS À GRANULAÇÃO

Como já sabemos o processo de cicatrização é fisiológico e acontece por fases


e que dependendo do material utilizado pode ou não interferir neste processo natural da
lesão, tornando – o mais lento e oneroso ao paciente e ao sistema de saúde com uma
prolongada internação e ou limitações dificultando o seu retorno ao convívio social.
Neste módulo iremos citar alguns tipos de coberturas utilizadas atualmente disponíveis
em nosso meio, em consenso a diferentes autores. Cabe ao profissional decidir após a
anamnese e um exame físico detalhado para se fazer a escolha do produto a utilizar e
como efetivar o tratamento sem interferir na evolução natural da lesão.

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS

Descrição:

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE)


• Lipídios formados de cadeias de carbono;
• São substâncias farmacologicamente ativas;

TRIGLICÉRIDEOS:
São compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio, sendo ésteres de ácidos
graxos com glicerol (álcool)

Composição
• Vitamina A: Favorece a integridade da pele e sua cicatrização;
• Vitamina E: Função antioxidante e protege a membrana celular do ataque
dos radicais livres (substâncias que destroem a célula e suas estruturas internas)
• Ácido Linoleico: Importante no transporte de gorduras, na manutenção da
função e integridade das membranas celulares, imunógeno local que auxilia na
proliferação do tecido de granulação.

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• Lecitina de soja: protege e hidrata a pele.
• Ácido caprílico, cáprico e capróico:

AGE Composição

TCM 67g

Óleo de milho 32g

Lecitina 01g

Vitamina A 2500 UI

Vitamina E 100 UI

Ácido Linoleico 15%

Ação:
• São incorporadas à membrana celulares e importantes para manterem a
integridade da pele;
• Acelera o processo de cicatrização pelo estímulo a formação do tecido de
granulação, através de sua ação quimiotáxica e promovem diferenciação epidérmica;
• Atua ao nível das prostraglandinas.

Mecanismo de ação:
• Promove quimiotaxia (atração dos leucócitos) e angiogênese, mantém o
meio úmido e acelera o processo de granulação tecidual.

Vantagens e indicação:
• Forma uma película protetora na pele íntegra (previne lesões); por aumento
indireto da resistência tecidual.
• Reversão dos processos de hiperemia já instalados tem grande absorção,
forma uma película protetora na pele.
• Aumenta capacidade de hidratação;
• Proporciona hidratação local alta capacidade de nutrição celular;

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• Indicado na prevenção de úlcera de pressão;
• Tratamento de feridas abertas

Contra indicação:
Feridas com cicatrização por primeira intenção e feridas com infecção.

Cuidados na aplicação:

• Espalhar AGE no leito da ferida ou embeber gazes estéreis de contato com


a ferida o suficiente para manter o leito da ferida úmido até a próxima troca;
• Em feridas extensas pode-se espalhar AGE sobre o leito da ferida e utilizar
cobertura primária gazes embebidas em SF 0,9%;
• Ocluir com cobertura secundária estéril;
• Trocar o curativo sempre que a cobertura secundária estiver saturada ou no
máximo a cada 12 horas;

HIDROCOLÓIDE

Descrição:

São constituídos por duas camadas:


• Externa: de espuma de poliuretana, flexível, impermeável à água e outros
agentes externos.
• Interna: Adesiva com partículas hidroativas, gelatina, pectina e
carboximetilcelulose sódica;

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CAMADA EXTERNA

CAMADA INTERNA
Cama externa

Cama da Interna

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Mecanismo de Ação:

Em contato com o exsudato o hidrocolóide forma um gel hidrofílico que


mantém a umidade do leito da lesão proporcionando o meio para:
• Estimular a angiogênese e o desbridamento autolítico;
• Acelerar o processo de granulação tecidual;
• O gel protege o leito da ferida, promovendo um meio úmido que facilita a
migração das células epiteliais, acelerando a cicatrização.

Vantagens e indicações:

• Formam uma barreira contra a contaminação bacteriana (oclusivo);


• Previne o ressecamento da ferida;
• A camada externa atua como uma barreira térmica e promove barreira
mecânica;

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• Permite remoção sem trauma aos novos tecidos;
• Acelera a granulação e um aumento da vascularização nesse tecido.
• Reduz a dor por proteger as terminações nervosas;
• Indicada em feridas não infectadas e pouco exsudates;
• Economiza o tempo da enfermagem no curativo, pois aumenta o tempo
entre a troca das placas de hidrocolóide;
• Pode ser adaptado em diferentes áreas anatômicas e manter a mobilidade
do membro.

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

INDICAÇÕES:
• Feridas secas, com pouco ou médias exsudato, lesões em fase de
granulação,
• Feridas com ou sem necrose tipo esfacelo,
• Ferida com dano parcial do tecido

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Desvantagens e contra indicações:
• Não usar em feridas infectadas ou colonizadas e fungícas, em feridas
necróticas e em queimaduras de 3º grau;
• Possível deslocamento no caso de feridas exsudates, nesses casos pode
ocorrer maceração de bordas e tecido perilesional.
• Odor característico, podendo ser confundido com ferida infectada;

Cuidados na aplicação:
• Realizar limpeza do leito da ferida e secar bem a pele perilesional;
• Escolher o hidrocolóide com diâmetro que ultrapasse 03 cm a borda da
ferida;
• Aplicar o hidrocolóide segurando-o pela borda;
• Pressionar a borda na pele para perfeita aderência; Se necessário, fixar
com fita microporosa.
• Trocar o hidrocolóide sempre que o gel extravasar ou o curativo deslocar.
• Anotar a data e a hora da colocação da placa ,
• Deve permanecer no máximo 07 dias na lesão;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

HIDROCOLÓIDE EM PASTA
• Não é necessária a remoção total do gel presente;

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• Devem ser aplicados até preencherem toda a cavidade da lesão;
• A troca se dá por saturação, podendo permanecer em média de 01 a 04
dias;
• O curativo secundário deve ser feito com hidrocolóide em placa.

Custo benefício:

• Não necessita de trocas diárias e não requer medicamentos adicionais;


• Reduz infecção e, com isso, o tempo de cicatrização;
• Redução do tempo de enfermagem dispensada na troca de curativos.

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Hidrocolóide em Grânulos

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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Foto: E. Casimiro

Foto: E. Casimiro Foto: E. Casimiro

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Foto: E. Casimiro

Foto: E. Casimiro

Foto: E. Casimiro Foto: E. Casimiro

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Caso: Queimadura de 2º grau, acometendo o pé e parte da perna. Há
presença de bolhas e áreas de rompimento de pele. Aplicado hidrocolóide em placa,
mantendo primeiramente por 04 dias, observando já melhora da área lesada, aplicou-se
novamente, mantendo-se, desta vez, por 05 dias. Depois de retirado observa-se a
grande aceleração do processo cicatricial.

PRÓPOLIS

Descrição:
É uma resina extraída pelas abelhas dos botões de certas flores, folhas e
casca de árvores. Após a coleta desta resina as abelhas mastigam enriquecendo com os
componentes enzimáticos existentes em sua saliva. Coloração esverdeada a marrom,
amarga, fluída e pegajosa e insolúvel em água.

50 A 55% de resina e bálsamo


5 a 10% de pólen, minerais, vitaminas e enzimas.
30% de cera
10% de óleos voláteis

Mecanismo de ação:
• Atua na formação de anticorpos, eleva a fagocitose e acelera os processos
de regeneração celular.
• A riqueza enzimática da própolis aliada ao seu conteúdo de vitamina A,
auxilia no combate a bactérias patogênicas de difícil tratamento;

Vantagens e indicações:
• Baixo custo e facilidade de manuseio

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• Embora a própolis apresente ação no organismo, semelhante a dos
antibióticos o seu uso não apresenta efeitos colaterais comuns causados pelos
antibióticos;
• Tem atividade antibacteriana em Grã positivas e Grã negativas,
antifungicida.
• Possui ação anti-séptica acentuada;
• Indicada em feridas vitalizadas sem necrose, exsudativas ou não.

Contra - indicações:
• Avaliar o limiar de dor após aplicação, alguns pacientes relatam intolerância
após uso tópico.

Cuidados na aplicação:
• Deve-se evitar que a própolis fique em contato com a borda e tecidos
perilesionados, pois causa ressecamento;
• Trocar no máximo a cada 12 horas.

HIDROPOLÍMERO

Composição:
• Almofadas geralmente composta por 03 camadas sobrepostas de não
tecido uma central de hidropolímero e revestida por poliuretano.

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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Mecanismo de ação:
• É uma cobertura altamente absorvente para feridas com baixa a moderada
exsudação e que proporciona um ambiente úmido facilitando o processo de granulação e
ainda estimula o desbridamento autolítico, mas não é um desbridante químico.
• A camada de hidropolímero expande-se delicadamente à medida que
absorve o exsudato mantendo a adesão da cobertura na ferida;

Vantagens e indicações:
• Tratamento de feridas abertas não infectadas;
• Feridas exsudativas, limpas, em fase de granulação.
• Feridas superficiais e/ou feridas com cavidades;
• Promove a granulação tecidual;
• Remove o excesso de exsudato;
• Diminuindo o odor da ferida;

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Contra indicações:

• Não deve ser utilizado em feridas secas ou com pouco exsudato;


• Queimaduras de terceiro grau;
• Lesões com vasculite ativa;
• Feridas colonizadas ou infectadas, e feridas necróticas com características
de escara;

Cuidados na aplicação:

• Não requer troca diária, podendo permanecer por 07 dias na lesão;


• Anotar a hora e a data da aplicação doa cobertura;
• Secar a área próximo da lesão para melhor aderência da placa;
• Posicionar o curativo sobre o local da ferida; de forma que a almofada de
espuma fique sobre a área central da lesão;
• Remover o curativo em peles frágeis levantando um dos cantos, puxando
para trás utilizando água ou soro fisiológico para romper a vedação do adesivo;
• Não requer cobertura secundária;
• Secar cuidadosamente a pele ao redor;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores FOTO: E. Ricci

FILMES TRANSPARENTES

Composição:

• Película de poliuretano, transparente, elástica, semipermeável, aderente às


superfícies secas;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

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Mecanismo de ação:
• Proporciona um ambiente úmido favorável a cicatrização. Permeabilidade
seletiva, permitindo a difusão gasosa e a evaporação de água. Impermeável a fluídos e
microorganismos. Forma uma camada protetora da pele. Mantêm a umidade e o pH da
pele.

Vantagens e indicação:

• Mantém um microambiente úmido em temperatura constante;


• Fácil aplicação devido à extensão e elasticidade;
• Indicada para lesões superficiais;
• Podem ser empregadas como medicação secundária na fixação de outros
produtos para aumentar a eficácia;
• Empregadas também na prevenção como proteção das áreas de risco
(fixação de cateteres vasculares, proteção de peles íntegras e feridas secas).
• Agem como barreira à contaminação da ferida;
• Adapta-se aos contornos do corpo, podendo ser cortados em diversos
tamanhos;
• Permitem visualização direta da ferida e vascularização;
• Permitem banhos;
• Não requer cobertura secundária e nem troca diária;
• Proteção contra agressões externas.

Desvantagens e contra indicações:

• Contra indicada em úlceras infectadas ou hiperexsudantes;


• Não utilizar em feridas com a pele adjacente macerada
• São permeáveis a alguns agentes tópicos aquosos;
• Descolam gradativamente nas áreas epiteliais;

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• Não devem ser usados nas primeiras 24 horas de pós-operatório, devido à
liberação de exsudato.

Cuidados na aplicação:

• Notar à hora e a data da aplicação da cobertura,


• Pode permanecer na ferida por 07 dias;
• Substituir o curativo caso se solte, forme bolhas de exsudato;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

COLÁGENO BIOLÓGICO

Composição:

É uma cobertura composta de colágeno e alginato que fornece apoio


estrutural para o crescimento celular favorecendo à condição ideal para a proliferação
celular, O colágeno simples pode ser usado em todo tipo de ferida em sua fase de
granulação.
E O COLÁGENO COM ALGINATO
• Partículas hidrofílicas de colágeno de origem bovina, composto de:
colágeno 90% e alginato 10%. Estes podem ser utilizadas em feridas exsudativas,
infectadas ou colonizadas,

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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Mecanismo de ação:

O alginato absorvente e formador de gel mantêm o meio úmido e controla o


exsudato enquanto colágeno favorece o crescimento interno dos tecidos e dos vasos
sangüíneos, quimiotáxico para macrófagos e fornece uma trama favorável ao
desenvolvimento dos fibroblastos promovendo a granulação e a epitelização.
Atenção especial aos nomes e suas ações químicas na lesão, não
confundam colágeno com a colagenase, ambos tem um papel no mecanismo de
cicatrização da lesão, porém se empregadas em tempo errôneo no processo interfere no
tempo de fechamento desta, a Colagenase é uma enzima e desbrida enquanto que o
colágeno estimula a granulação.

Vantagens e indicações;
• Indicado em lesões fluidas, superficiais e limpas;

• Remove o excesso de exsudato;

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• Diminui a inflamação local e edema;
• Acelera o processo cicatricial;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Desvantagens e contra indicação:

• Contra indicado para pessoas com hipersensibilidade a derivados bovinos;


• Apresenta limitação de atividade:
• Sobre lesões secas resulta pouca eficácia;
• E nas lesões hiperexsudantes ocorre consumo rápido demais;
• Apresenta custo elevado;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Cuidados na aplicação:
• Requer medicações secundárias;
• É inativa pela água oxigenada e pelo algodão hidrófilo;
• Em feridas secas devem ser irrigadas previamente com soro fisiológico;

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• Remover o exsudato e tecido desvitalizado;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

• Cortar a cobertura do tamanho total da ferida;


• As placas ou fitas devem ser modeladas de forma a preencher todas as
cavidades da ferida;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

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Caso: Síndrome de Fournier, acometendo toda a bolsa escrotal. Há presença
de secreção e esfacelo tratada com carvão ativado em prata e a pomada de sulfadiazina
de prata por um período de 10 dias. Após a regressão do processo infeccioso iniciou o
uso de colágeno em placa, mantendo primeiramente por 24 horas, observando já
melhora da área lesada, aplicou-se novamente, mantendo-se, desta vez, por 48 horas.
Observa-se a grande aceleração do processo cicatricial recebendo alta com o mesmo
tratamento

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GAZE NÃO ADERENTE ESTÉRIL

Impregnadas:
• Acetato de celulose impregnada com petrolato;
• Com PVPI a 10%
• Gaze de fibras de poliéster hidrófobo impregnada com AGE;
• Impregnada com Aloe Vera;

Não impregnadas:
• Tecido de algodão ou sintético entrelaçado ou não, com maior ou menor
número de fios.

Vantagens e indicação:
• Queimaduras superficiais;
• Feridas com formação de tecido de granulação e áreas doadoras ou
receptoras de enxerto;
• Indicada como curativo primário de lesões planas com função de manter a
ferida úmida e proteger de traumas por aderência;
• Permite o livre fluxo de exsudatos;
• Não interfere no tecido de regeneração e evita a dor durante a troca;
• Não provoca trauma na retirada, preservando o tecido de granulação;
• Permite adaptações aos locais;

Composição:
• Tela de acetato de celulose impregnada com emulsão de petrolato solúvel
em água, não aderente e transparente, estéril;

Desvantagens e contra indicação:


• Alguns tipos de gaze não aderentes são impregnados com antimicrobianos,
que podem ser tóxicos ao fibroblasto;

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• Se existe pouco exsudato, não criam um microambiente apropriado a
reeptelização. Por vezes, requerem medicações freqüentes;
• Feridas com cicatrização por primeira intenção;
• Produtos de hidrocarbonetos saturados derivados do petróleo podem
causar irritação e reação granulomatosas;

Cuidados na aplicação:
• Cobrir com curativo secundário;
• Requer trocas diárias;

Foto: M Souza

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CURATIVOS NATURAIS

FITOTERAPIA

É a utilização terapêutica ou profilática de espécies vegetais, de eficácia


comprovada cientificamente como uma opção disponível para tratamentos diversos,
entre eles, os curativos.

•É uma opção terapêutica de origem no saber popular, e que exige um


trabalho multiprofissional.

•A qualidade, a segurança e a eficácia iniciam-se desde a identificação


botânica, cultivo, coleta e secagem, conhecer qual parte da planta usar, quando obter o
maior teor de princípio ativo, e como prepará-lo.

Vantagens

•Produtos naturais sem efeitos colaterais;


•Facilidade no cultivo e manipulação;
•Participação do paciente no tratamento;
•Baixo custo;

Como utilizar as plantas

•Investigar a sua procedência e observar a dosagem;


•Dar preferência às folhas jovens, cascas e raízes sem brotos;
•Deve ser feita a colheita de manhã;
•Lavar e secar, mantê-las em lugar sem luz, calor e insetos.

Formas de uso

•Chás, pós, pomadas;


•Há melhor extração do princípio ativo quando a planta é batida manualmente;
•As folhas e flores devem passar por um processo de infusão;

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FITOTERÁPICOS TÓPICOS

ÓLEO DE GIRASSOL

Descrição:
• É uma herbácea cujas sementes, frutos aquênios,
• Produzidos no miolo das flores, são a parte mais utilizada.

Vantagens e indicações:
• Fácil acessibilidade e baixo custo;
• Auxilia na manutenção da função e integridade das membranas celulares;
• Lubrificam e agem como emoliente;
Ácidos graxos essenciais: ác. Linoléico e linolênico
Auxiliam na manutenção da função e integridade das membranas celulares
Facilita entrada de várias substâncias importantes no metabolismo celular e
imunológico.
Desvantagens e contra indicação:
Não é um produto estéril;

ARNICA

•Nome científico: Arnica Montana


•Aspecto: herbácea de 20 a 30 cm de
comprimento, folhas ovaladas e flores amarelas.

•Parte usada: flores

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•Indicações terapêuticas: Lesões após traumatismos, dores musculares, e
articulações. Hematomas após punções venosas e em insulinodependentes.

•Ação: antiinflamatória, analgésica.


•Cuidados: Usar somente em pele íntegra.
•Apresentação: Creme ou gel a 3%
•Aplicação: Aplicar topicamente três vezes ao dia.

BABOSA

•Nome científico: Aloe Vera.


•Aspecto: de 60 cm a 01 metro de altura, folhas grandes e carnudas
marginadas por espinhos.

•Parte usada: Parênquima (folhas frescas)


•Indicações: Lesões de pele não infectadas, queimaduras, erisipela e celulite.
•Ação: Auxilia no processo de cicatrização, antiinflamatória e bactericida.
•Contra indicações: uso interno
•Apresentação: Creme ou gel 25%
•Aplicação: Aplicar topicamente sobre o ferimento três vezes ao dia.

CALÊNDULA

•Nome científico: Calendula officinalis


•Aspecto: Planta anual, as flores ocorrem
na extremidade e tem cerca de 04 cm de diâmetro.

•Parte usada: Flores secas


•Indicações: Ferimentos abertos não infectados;
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Úlcera de estase, dermatite de contato, frieiras e herpes labial.

•Ação: Auxilia no processo de cicatrização, antiinflamatória e anti-séptico


tópico.

•Contra indicação: Lesão profunda e/ou extensa, lesões disseminadas e sem


diagnóstico.

•Apresentação: Creme ou gel a 5%


•Aplicação: Aplicar topicamente três vezes ao dia.

MAMÃO PAPAIA

Nome científico: Carica papaya

Parte usada: Frutos da planta

• O mamão possui na sua constituição propriedades nutritivas e curativas,


tais como: Vitaminas A, B, C, cálcio e ferro e a enzima papaína, quimio-papaína e
papayna peptidase.

•Além dessas propriedades possui também em látex, presente apenas nas


frutas verdes uma grande quantidade de uma enzima proteolítica a Papaína.

•Ela está contida no látex do mamoeiro, popularmente conhecido como “leite


do mamão”

Indicações: tratamento de feridas abertas, infectadas e para desbridamento


de tecidos desvitalizados.
Ação: É bactericida e bacteriostático, reorganiza as tramas de colágeno na
formação da cicatriz e desbrida por dissociar as moléculas de proteínas do tecido.
Contra – indicação: Oxidação em contato com metais; Minimizar o tempo de
preparo do produto in natura, devido a fácil deterioração, devido à enzima ser altamente
instável na presença de oxigênio.

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Apresentação: Pó, Pomada, Gel e o fruto ralado.

Modo de usar: PÒ
• Diluir o pó em água bidestilada, pois qualquer componente químico altera a
instabilidade da solução;
• Preparar a solução da papaína somente no horário da aplicação: não
armazenar.
Concentrações das diluições
• 1g • 100ml • 1%
• 1g • 50ml • 2%
• 2g • 50ml • 4%
• 3g • 50ml • 6%
• 4g • 50ml • 8%
• 5g • 50ml • 10%

TÉCNICA DO CURATIVO COM MAMÃO

Material:

•Mamão verde;
•Recipiente plástico para ralar o mamão;
•Água bidestilada ou água fervida para limpeza da ferida;

Procedimentos:

•Lavar o mamão com água e sabão


•Ralar a polpa do mamão no ralo plástico;
•Limpar a ferida com água bidestilada ou água limpa (fervida);
•Cobrir a ferida com a polpa ralada e cobrir a lesão com gaze ou com um pano
limpo;

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AÇUCAR – SACAROSE

Material: Açúcar cristal

Procedimento:

•Limpeza da ferida com água limpa;


•Cobrir a superfície com o açúcar e cobrir a ferida com gaze;
•Resultados: Observa-se presença de tecido de granulação e diminuição da
secreção;
Prováveis efeitos do açúcar sobre a ferida:
• Eliminar as bactérias que contaminam a ferida
• Reduzir o edema e melhorar a cicatrização local;
• Nutrir as células superficiais da cicatriz;
• Favorecer o crescimento do tecido de granulação;
• Antiinflamatório e desbridante

Tempo de permanência:
Tempo de permanência no leito da ferida é bastante controverso
Sacarose: eliminação renal X lesão tubular, nos pacientes com lesão renal
deverá de se ter um controle rigoroso da perda pela urina da sacarose: glicose.
Hiperosmolaridade ocorre em 15’ e decresce em 2 horas, portanto o curativo
deve ser trocado a cada duas horas no máximo. E sofrer a reposição a cada quinze
minutos.

Dificuldades:
• A dor;
• Trocas mais de uma vez ao dia;

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OSTOMAS

Por vários motivos, como lesão por ferimento por arma de fogo e ou arma
branca, em situações clínicas agudas e ou em situações clínicas crônicas como no caso
de neoplasia do sistema digestivo, são situações que um indivíduo necessita operar para
construir um caminho para saída das fezes ou da urina, para o exterior. Esta intervenção
cria um ostoma ou estoma (abertura), na região abdominal, por onde irão sair fezes em
quantidade e consistência diferente assim como será eliminada a urina em forma de
gotas.
O ostoma, por suas características anatômicas, que abre parte do órgão
expondo a mucosa, livre de controle do sistema nervoso central e muscular, sendo desta
forma impossível controlar voluntariamente a saída de resíduos, assim será necessário à
utilização de bolsa para coletar fezes ou urina.
O aspecto de um ostoma normal é de uma coloração vermelha ou rosa, vivo
brilhante e úmido. A pele ao seu redor deve estar lisa, sem vermelhidão, coceiras, feridas
ou dor. Logo após a cirurgia o ostoma estará inchado, mas gradualmente reduzirá seu
tamanho. Apresenta um tamanho em torno de 2-5 cm de diâmetro e 3-4 cm de saliência.
Na mucosa do ostoma, não existem nervos, assim podem ser tocadas, pois o
paciente não sente dor, porém é uma mucosa que pode ser facilmente ferida. Ao realizar
os cuidados com o ostoma, pode ocorrer um pequeno sangramento, mas isso é normal,
porém se o sangramento persistir deve-se comunicar ao médico.
Tipos de ostoma:

• Colostomia: É um ostoma realizado em


porção do cólon (intestino grosso), assim
no processo de eliminação dos restos
não digeridos dos alimentos, as fezes
são eliminadas nessa porção do
intestino, não passando pelo reto e anus.
A consistência das fezes eliminada é
muito parecida com a anterior, pastosa.
Os gases produzidos pelo intestino são
eliminados também pela colostomia.
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• Ileostomia: Caracterizam-se por ostoma realizado na porção do íleo
(intestino delgado) assim no processo de eliminação restos alimentares não digeridos
dos alimentos, as fezes são eliminadas nessa porção do intestino, não passando pelo
cólon (intestino grosso), reto e anus. As fezes apresentam uma consistência líquida ou
semilíquida, devendo-o paciente ingerir uma quantidade maior de líquidos. Podem
também ser mais irritantes a pele periestoma, por serem mais alcalinas, assim deve-se
aumentar os cuidados de proteção da pele, evitando possíveis irritações.

• Urostomia: É um ostoma realizado após a retirada da bexiga, utilizando


uma parte do intestino delgado para conectar, o ureter a uma abertura no abdômen. O
efluente que sairá é a urina, em forma de gotejamento, podendo também causar
irritações na pele, sendo importante um protetor de pele.

ATENÇÃO!
Os cuidados com as ostomias devem ser realizados pela enfermagem
devendo também fazer a orientação ao paciente para que ele cuide quando for embora
para casa.
Utilizamos para a coleta dos efluentes, dispositivos que podem ser peça única
ou duas peças, conforme adaptação do paciente.

Material:

• Uma placa, uma bolsa, e um clipe;


• Um par de luvas de procedimento:
• Gazes;
• Um frasco 125ml de soro fisiológico ou água corrente
• Tesoura;
• Sabão neutro;
• Saco plástico de lixo.

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Procedimentos:
• Reunir o material;
• Lavar as mãos;
• Orientar o paciente o que será realizado;
• Expor o local a ser manipulado;
• Calçar luvas de procedimento;
• Retirar a bolsa e placa usada e desprezar em saco plástico;
• Utilizando, gaze, soro fisiológico e sabão realizar a limpeza da pele
periestoma e desprezá-la em saco plástico;
• Realizar a limpeza do ostoma:
• Recortar o orifício central da placa no tamanho certo do ostoma sem deixar
pele exposta, para evitar que caia efluente na região causando irritação;
• Retirar o papel protetor da placa e aplicar sobre o ostoma, fazendo uma
leve pressão, para bem aderir;
• Fechar a bolsa com clipe e Colocar a bolsa à placa encaixando os flanges;
• Deixar o paciente confortável;
• Desprezar o material no expurgo;
• Lavar as mãos;
• Fazer anotação de enfermagem, referindo aspecto do ostoma, da pele
periestoma e qualquer anormalidade.

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Foto: M. Souza

Complicação da OSTOMIA: Uma das complicações da intervenção cirúrgica


é a lesão periestoma por dermatite de contato.

Tratamento: aplicação de protetores cutâneos. São comercializados em forma


de pó, placa, pastas ou placas, com o objetivo de regenerar e proteger a pele
periestoma, de difícil aquisição pelo valor de mercado.
Composição: gelatina, pectina, carboximetilcelulose sódica e poliisobutileno.

Indicação: protetores cutâneos para prevenção e tratamento das lesões


provocadas pelo esparadrapo, cola das fixações da bolsa coletoras, extravasamento da
bolsa de estomas e drenos e o pó tem sua ação secativa e forma uma película protetora
para a fixação da placa.

Modo de aplicação:
• Secar ao redor dos drenos e ostomia;
• Aplicar a pasta na área de imperfeições e o pó nas áreas escoriadas
• Aplica-se a placa da mesma forma que a bolsa coletora, faz se um recorte
ao centro para encaixar o estoma.

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• Mantém os cuidados de enfermagem com aplicação da bolsa de
colostomia, e periodicidade de trocas e manutenção de higiene e conforto ao paciente.

Dermatite de contato

Fotos: M. Souza

QUEIMADOS

As queimaduras ainda ocupam grande lugar dentre as patologias que possuem


uma elevada morbimortalidade no ambiente hospitalar, seja por complicações
cardiopulmonares e metabólicos, seja por infecções ocasionadas pela extensa perda de
pele.
Atualmente o número de óbitos ocasionados pela Sepse ainda é bastante
preocupante, ocupando cerca de 75% das causas de morte entre os queimados. O que
torna ainda mais grave este tipo de patologia, exigindo da equipe de saúde um
conhecimento elevado acerca do tratamento das queimaduras, bem como da prevenção
de infecções.
Muito se tem estudado acerca do atendimento aos queimados, mas a
queimadura ainda apresenta condições que favorecem o desenvolvimento das infecções,

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como imunodepressão e o seu foco principal, as condições da ferida, como fator
predisponente ao crescimento bacteriano.
A ferida do paciente queimado deve, portanto, ser tratada como um abscesso
plano, em decorrência da grande quantidade de material necrótico e avascular e o
exsudato que o constitui é um excelente meio para a proliferação bacteriana. Por este
motivo, saber da importância do tratamento tópico aplicado no queimado, contribui com a
sua recuperação determinando o período de internação e o prognóstico deste.

FATORES QUE INTERFEREM NA IMUNIDADE DO PACIENTE

• Desnutrição prévia;
• Patologias pré-existentes;
• Utilização de polimicrobianos;
• Grande quantidade de material necrótico;
• Múltiplos processos cirúrgicos;
• Falta de um correto suporte nutricional;
• Transfusão múltipla de sangue e derivados.

MONITORIZAÇÃO DA ÁREA QUEIMADA:

Por método de cultura quantitativa através da biópsia de várias regiões


queimadas, após uma limpeza prévia e a hemocultura associada.

MICROORGANISMOS ENCONTRADOS NAS QUEIMADURAS

• Streptococus sp.
• Staphilococus epidermidis;
• Staphilococus aureus;
• Pseudomonas aeruginosa;
• E. coli;
• Cândida albicans;

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SINAIS QUE AUXILIAM NO DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO

• Alterações de coloração rósea para azul esverdeado, entremeada de áreas


escurecidas de necrose, com aumento significativo das secreções ou queimaduras secas
e de odor fétido.

TERAPIA TÓPICA NAS QUEIMADURAS

• Na sepse, os antibióticos sistêmicos têm pouca ação local na lesão, devido


à oclusão vascular nas áreas afetadas dificultando que estes antibióticos atinjam o seu
índice terapêutico;
• Considerando as características locais da lesão o tratamento dos grandes
queimados consiste na aplicação tópica de medicamentos que auxiliem na prevenção e
tratamento de possíveis infecções cutâneas, que, se não tratadas e controladas podem
evoluir com quadro de sepse.

CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

A - QUANTO A PROFUNDIDADE

1° grau -Perda da epiderme


- Eritema
- Ex: queimadura solar

2° grau
- Comprometimento parcial
- Perda da derme e epiderme

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- Rubor, edema, bolhas, transudação e muito dolorosa
- PROFUNDA – semelhante ao 3° grau, não dolorosa

3° grau - Pele totalmente comprometida – Indolor


- Esbranquiçada, dura (aspecto “couro”).
- Não cura espontaneamente

B - QUANTO A EXTENSÃO

Grande queimado 3° grau maior que 10%


2° grau maior que 25%

Moderado 3° grau maior 3% menor 10%


2° grau maior 15% menor 25%

Leve 3° grau menor 3%


2° grau menor 15%

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REGRA DOS NOVE

Fonte: Wallace

• Crianças menores 10 anos e adultos com mais de 55 anos - 10% área


superfície corpórea (SC) queimada
• Todas as outras faixas etárias –20% área SC queimada. São consideradas
grandes queimados.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

1º - Avaliação da dor / analgesia, sempre antes de qualquer procedimento com


estes pacientes a analgesia deverá ser avaliada rigorosamente e comunicado ao médico
para uma intervenção terapêutica medicamentosa.
• Manter o ambiente aquecido seja com aquecedor de ambiente elétrico e ou
manta térmica até a exposição total do paciente;
• Avaliar a instabilidade hemodinâmica do paciente.
2° - Limpeza da ferida desbridamento: mecânico/químico e cirúrgico
3º - A ferida é recoberta apenas por agente tópico (sulfadiazina de prata 1%) a mais
utilizada e mais eficaz em se tratando de curativos em queimados.

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HIDROTERAPIA: DIÁRIA

É importante esclarecer que durante o banho removemos também grande


quantidade de bactérias e se utilizamos jatos de água ainda facilita a retirada de crosta
auxiliando no desbridamento como no controle da infecção do queimado.

PREPARO DO MATERIAL

• Banho no leito ou banho de aspersão;


• Água de torneira temperatura ambiente e anti-séptico;
• Roupa do paciente / balde estéril;
• Paramentação estéril para o profissional.

MÈTODO DO CURATIVO

• Fechado: depende do protocolo utilizado na unidade de internação,


algumas literaturas recomendam que se mantenha fechado 24 horas, com faixas
elásticas para facilitar a mobilização durante a fisioterapia aplicada.
• Com reposição de pomadas a cada 12 horas, por saturar neste tempo de
ação em contato com a lesão.
Vale ressaltar o custo deste tratamento, ainda com método tradicional que
requer por vez no mínimo três profissionais para a realização deste procedimento e o
prognóstico reservado destes pacientes que sempre necessitam de um leito de terapia
intensiva.
Existem várias complicações a serem evitadas e muitas vezes tratadas, como
a insuficiência respiratória aguda, a insuficiência renal aguda, além dos quadros graves
de infecções sistêmicas, que exigem tratamento com antimicrobianos de última geração
o que eleva ainda mais os custos desta internação.

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Para o atendimento, global deste paciente é utilizado vários tipos de
monitorização com cateteres invasivos que aumentam, em grande proporção, os riscos
de infecção.

Foto: M. Souza

TÉCNICA DO CURATIVO

• Limpar a área queimada com água corrente morna e abundante;


• Aplicar Clorexidine 0,5% (solução não alcoólica) em toda superfície corporal
queimada, enxaguando em seguida com água em abundância.
• Secar com compressa estéril;
• Aplicar a medicação adequada (Sulfadiazina de Prata 1%, na maioria dos
casos);
• Colocar uma camada de gazes ou compressa estéril sobre toda a extensão
da lesão.
• Enfaixar com faixa crepe estéril.
• Devem-se tratar isoladamente os dedos das mãos e dos pés, e mantê-los
em posição funcional.

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• Tomar cuidado com garroteamentos;
• Enfeixar os membros da extremidade para o centro;
• Não fixar esparadrapo sobre a pele;
• Utilizar luvas estéreis para realizar o curativo;

Foto: M. Souza

Foto: M. Souza

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MEDICINA HIPERBÁRICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS

A oxigenioterapia hiperbárica é uma modalidade terapêutica que vem


ganhando cada vez mais espaço no tratamento de lesões de pele, bem como em várias
outras patologias e condições clínicas.
O tratamento hiperbárico baseia-se no uso de oxigênio sob condições
ambientais e sob pressão.
No tratamento com a oxigenioterapia hiperbárica, o paciente é colocado em
uma câmara própria onde ocorre a hiperoxineção, ou seja, a inalação de oxigênio a
100% sob uma pressão maior que a pressão atmosférica normal.

Foto: OHB - RIO

AÇÕES DA OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA

Supre o oxigênio em altas concentrações, via sistêmica, para a área lesionada,


com um aumento significativo do oxigênio dos tecidos perilesional, sendo que este
aumento estimula a angiogênese e controla o crescimento bacteriano da lesão.

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TIPOS DE CÂMARAS

• Câmara monoplace ou individual;


• Câmara multiplace ou estacionárias;

CAMARA MONOPLACE

Vantagens:

• É utilizada somente por um paciente;


• Fácil controle da pressurização e despressurizarão;
• Fácil operacionalização;

Desvantagens:

• Isolamento do paciente;
• Aumenta a ansiedade, principalmente nas primeiras sessões.

CÂMARAS MULTIPLACE

Vantagens:

• Comporta mais de um paciente;


• Fácil monitorização dos pacientes;
• Diminui a ansiedade durante as sessões, uma vez que o paciente não fica
sozinho dentro da câmara.

Desvantagens:

• Unidades bastante complexas;


• Difícil operacionalização, exigindo pessoal qualificado;

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• Exposição da equipe ao ambiente hiperbárico;

O TRATAMENTO

O tratamento é realizado através de sessões que, de acordo com as condições


clínicas apresentadas, e com os protocolos utilizados, variam os níveis de pressão,
duração, intervalos e o número total de sessões.

INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

Indicação médica, geralmente nas;


• Doenças que podem ser tratadas de forma exclusiva ou combinadas;
• Síndrome de Fournier;
• Pés e pernas de diabéticos;
• Úlceras crônicas venosas e/ou arteriais;
• Síndromes compartimentais;
• Isquemias agudas traumáticas;
• Osteomielite;
• Processos isquêmicos, necróticos e infectados de partes moles;

CONTRA INDICAÇÕES

Segundo TRIVELLATO, 1995 e ESTEVES, 1999, existem situações em que


são contra indicadas o uso da oxigenioterapia hiperbárica, sendo estas contra indicações
relativas ou absolutas.

RELATIVAS:
• Infecções de vias aéreas;
• DPOC;
• Hipertermia;
• Cirurgia prévia do ouvido;

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• Hipertensão arterial não controlada.

ABSOLUTAS:

• Gravidez;
• Pneumotórax não tratado;
• Uso de drogas (Doxirrubicin, Dissulfiram, SIS-Platinium, Mafenide acetato)

Foto: OHB - RIO


EFEITOS ADVERSOS
Os Efeitos adversos estão relacionados ao tempo de exposição e à pressão
utilizada:
• Excitabilidade neural, com crises focais ou convulsões generalizadas;
• Queimação retroesternal;
• Tosse seca;
• Dispnéia;
• Sensação de ouvidos cheios;
• Sensação de que a voz se torna mais aguda.
• Ação tóxica pulmonar.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Quanto à importância da hiperoxigenação a enfermagem deve considerar que


qualquer desatenção ao uso de oxigênio puro pode provocar acidentes, pois o gás é
altamente inflamável e sua toxicidade é prejudicial.
Quanto à família e o paciente, a enfermagem deve orientar sobre o
procedimento e o tratamento que será submetido, orientar quanto à manutenção do
cuidado no local da lesão de pele:
• Validar as informações recebidas pelo paciente e pela família;
• Dar oportunidade de sanarem as dúvidas;
• Permanecer ao lado do paciente, caso esteja ansioso. Procurar tranqüilizá-
lo;
• Retirar os curativos que contenham substâncias oleosas e iodo, devido aos
riscos de explosão.
• Orientar a seguir os cuidados conforme os protocolos da instituição.
• Orientar quanto à vestimenta que, não produza eletricidade estática: roupa
de algodão.
• Retirar todos os objetos metálicos, lentes de contato e óculos antes de
encaminhar para a câmara.
• Manter a administração de medicamentos intravenosos;
• Manter os cabelos do paciente umedecidos;
• Realizar exame físico após cada sessão, atentando para o sistema
respiratório e auditivo do paciente;
• Impedir pacientes e acompanhantes de fumarem próximo à câmara;
• Manter todos os aparelhos elétricos afastados, pelo menos 1,5m longe da
câmara.
• Ter extintores de incêndio por perto e saber como usá-los;
• Respeitar o tempo pré-estabelecido da sessão, evitando atrasos e o perigo
da intoxicação;
• Estar habilitado para operar a máquina corretamente;
• Realizar o relatório de enfermagem.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

EVOLUÇÃO...

A cicatrização é um processo dinâmico e, por isso, requer um enfoque


multiprofissional e constantes atualizações técnicas e científicas.
A ciência não pára...
Atualmente existem inúmeros estudos e vários produtos em fase de
experiência e que mais cedo ou mais tarde serão postos em uso.
Dessa forma, o processo de aprendizado torna-se contínuo e nos obriga a
estar constantemente atualizando os nossos conhecimentos.
A todo o mesmo ponto de partida...
O ponto de chegada...
... Depende de cada um.

Bom estudo a todos!!!!!!!!!!!

Enfª Mercy e Enfª Carol

---------------------- Fim do Módulo V-------------------------

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Itália: Ed. Torino, 1999.

FRANCISCO, Tiago. Feridas: etiologia e tratamento. Escola de enfermagem


de Ribeirão Preto. São Paulo, 1995.

CONVATEC. Atualizações no tratamento de lesões de pele e técnicas


modernas de curativos. 2005.

KREUTZ, Irene. Como tratar uma ferida. Subsídios para um planejamento


individualizado. Tese de doutorado da Escola de enfermagem de Ribeirão Preto –
USP, 2000.

MOREIRA, Andréia et. al. Prevenção e cuidados à pacientes com feridas


crônicas: Uma abordagem para o cuidar em enfermagem. Tese de mestrado da
Universidade Federal de São Paulo. 2002.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Grupo de estudos de feridas.


Manual de tratamento de feridas. Hospital das clínicas. Campinas, 1999.

M.R. FROST et. al. Adsorção de bactérias em tecido de carvão ativado: Um


efeito de importância potencial no tratamento de ferimentos infectados. Divisão de
pesquisa e desenvolvimento, Johnson e Johnson Ltda. Inglaterra, 1980.

DECLAIR, V. e PINHEIROS, S. Novas considerações no tratamento de feridas.


Revista paulista de enfermagem, v. 17, n. 1/3, p.25-38, 1998.

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JORGE, S e DANTAS, S. Abordagem multiprofissional no tratamento de


feridas. São Paulo: Editora Atheneu, 2003.

MANDELBAUM, S.H, SANTIS, E. P, MANDELBAUM, M.H. Cicatrização:


Conceitos atuais e recursos auxiliares – Parte I. Anais brasileiros de dermatologia, vol.
78, n. 4, 2003.

MANDELBAUM, S.H, SANTIS, E. P, MANDELBAUM, M.H. Cicatrização:


Conceitos atuais e recursos auxiliares – Parte II. Anais brasileiros de dermatologia,
vol. 78, n. 5, 2003.

KUBAGAWA, L.M, URASAKI, M.B.M. Câmara hiperbárica, informações


básicas para a equipe de enfermagem. Rev. Paul. Enfermagem, v. 21, n. 2, p. 168-74,
2002.

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