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Sobre a vida.

Adianto que esse é um ensaio escrito por alguém otimista e brega do tipo que chora com
comercial, então se você for um dia nublado ou alguém que não gosta de ver vídeo de
animaizinhos engraçados, isso vai parecer uma completa tolice.

Um amontoado de experiências, memórias e sensações formam o que a chama de vida. E É


curioso como ela é ambígua na maior parte do tempo. Enquanto algumas experiências são
registradas e guardadas para não se perderem, outras a gente recorre a uma ajuda profissional
para esquecer. A gente sente tudo ao mesmo tempo, toma remédio para não sentir, enfim.
São muitas as controvérsias.

É diferente também, pra cada um. Existem aqueles que não veem muito sentido em estar aqui,
o Fred Mercury, em toda sua graça, disse que às vezes não queria nem ter nascido. E tá tudo
bem pensar que um arco-íris é só um fenômeno qualquer da natureza, é como você o enxerga.
Para mim sempre vai ser sempre um motivo de sair na rua só para ver melhor e pensar: “Onde
que deve ser o fim?”

Na vida de alguns seres, até um arco-íris não tem cor. Mesmo se você mostrasse uma foto que
você tirou dele e dissesse quais são as cores, elas não veriam. Justamente porque a vida é uma
jornada única, você comprou ingresso para um.

Agora, eu vou falar de paixão. E de otimismo. É a parte que você pula, se quiser.

Eu sou uma grande fã dessa jornada, de verdade. Me pego pensando de vez em quando:

“Será que a gente sente saudade quando morre?”

Morto não sente nada, teoricamente. Mas eu creio veemente que eu seria a primeira morta a
sentir algo, saudade o nome. Sentiria falta de ver sorrisos desconhecidos no Youtube e sorrir
junto, e ficar feliz por pessoas que nunca vi e nunca vou ver. De rever amigos de longa data, de
abraçar todos que eu conheço (ou não) na virada de ano-novo, de ouvir e sentir uma música.
Não pense você que eu sou o tipo de pessoa que tem medo da morte, eu escrevi um texto só
para ela! A chamei de “O Grande Evento”, porque assim como a vida, acredito que a morte
deve ser sim celebrada. Ela é nossa única certeza, coitada.

Será que a gente vive tempo o bastante? A média é de 70 a 80 anos, em dias isso daria 25.550
a 29.200 dias. Se a gente vivesse mais que isso ficaria chato? Acho que só alguém que está
morrendo poderia dizer se é suficiente ou não, então vou esperar minha vez. Mas, meu ponto
não é esse, o que eu quero dizer é: a gente vive o suficiente nesses 25 ou 29 mil dias? Tem
tanta coisa para ver, tanto lugar para ir, gente para conhecer, restaurantes que poderiam ser
cenários para experiências inesquecíveis e não sabemos ainda. Eu queria que as pessoas
conhecessem, em seu tempo de vida, pelo menos metade do mundo. Uma vez assisti um vídeo
em que pessoas de um determinado país diziam quais países elas não gostavam e o porquê. A
resposta da maioria me chocou:

“Não gosto de tal país porque não conheço.”

Imagine se essas pessoas visitassem esse determinado país e passassem ao menos 15 dias lá,
elas poderiam voltar odiando mais ainda ou encontrando seu lugar favorito para as férias ou
seu novo lar. É por isso que deveríamos conhecer o que estivesse ao alcance. O mundo é
grande demais e tem que ter algo dentro dele que faça um sentido ou que faça sentir.
Eu quero viver o máximo que puder, dentro dos meus dias contados. Quero conhecer e amar,
mudar de opinião, de carreira, de casa. Topei essa ideia de viver e levo a sério demais. É triste
quando não se vê cores num arco-íris... eles são a representação de que uma tempestade
terminou. Seja lá quem colocou, estava escrevendo um bilhetinho para nós dizendo: Está tudo
bem agora.

Escolhi ver a vida assim porque ela é tão frágil, e tão curta e tão fantástica. Eu prefiro pensar
que a maioria das pessoas é tão apegada às suas vidinhas, nós choramos quando alguém
morre porque a jornada dela acabou, mas, eu não sei o resto, eu fico emocionada em
aniversários

porque meus dias estão sendo riscados na parede e pensando se estou vivendo
verdadeiramente. Se estou aproveitando bem os raios do Sol nos meus ossos, porque vou
passar muito tempo sem vê-lo algum dia; se estou gravando o som da risada de quem amo e
decorando os rostos na minha mente; se estou chorando o suficiente com os comerciais
(principalmente os de Natal), porque isso é a mais pura representação da humanidade em
mim; se estou cuidando do meu corpo que tanto faz por mim, minha pequena couraça.

Porque no fim a vida é sobre esses momentos, em que ela se mostrou simples e sutilmente.
Quando um neném apertou seu dedo, quando você beijou seu amado(a) pela primeira vez,
quando riu até doer a barriga ou quando chorou até dormir.

Esse ensaio é sobre amor e todos os sentimentos mais primitivos. Sobre como a vida é única,
mas quando compartilhada se torna tão mais preciosa.

Para encerrar, você mesmo pode pensar numa frase ou letra de música clichê, como a do Titãs
(“é preciso saber viver”) e por aí vai!

- Maria.

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