a menina dos olhos. Palavras naquele momento,se cravadas na concretude do som, poderiam rasgar a realidade. Levá-lo ao cloud nine. Lançá-lo em fogo. Desconfigurar toda a desordem mundial em algo tão estranhamente similar a si que a própria existência se faria insuportável. Sucumbirá. Por isso guardou-as na mais profunda dimensão de sua histologia cerebral. Mas era tarde demais. Ainda que por um ínfimo de segundo reconheceu-se. As palavras já haviam escapado e se materializado na diminuta dimensão de todo o universo interno. O som era um ruído insistente e inaudível do qual nem ele suspeitava.
Se lá fora existia um sol ou dois ou nenhum... Pouco importa. O achado agora encara a matéria numa hermenêutica autossuficiente, preservadora. Perdido continua sua ruidosa inquisição.