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Detalhes da Jurisprudência

Processo
APL 0004625-38.2015.8.17.1090 PE
Órgão Julgador
2ª Câmara Cível
Publicação
11/12/2018
Julgamento
1 de Agosto de 2018
Relator
Stênio José de Sousa Neiva Coêlho

Ementa
PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO. DIREITO DO CONSUMIDOR. COMPRA PELA
INTERNET. FALHA NA ENTREGA. DANOS MATERIAIS. DANOS MORAIS.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Caracterizado o inadimplemento da obrigação, estipula o art. 389 do CC/02 que
responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
2. Ausente a prova de uma situação bem delimitada capaz de representar graves
constrangimentos e verdadeira violação à direito de personalidade, não pode prosperar
a pretensão de condenação ao pagamento de danos morais.
3. Recurso parcialmente provido. Decisão unânime.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Apelação Cível n° 474374-0, em
que figuram como apelante CNOVA Comércio Eletrônico S/A (extra.com.br), e como
apelada Tassia Silva do Nascimento, ACORDAM os Desembargadores deste órgão
fracionário, à unanimidade, em dar parcial provimento ao presente recurso, tudo nos
termos do voto do Relator e notas taquigráficas que passam a fazer parte integrante do
presente aresto. Ausente a prova de uma situação bem delimitada capaz de
representar graves constrangimentos e verdadeira violação à direito de personalidade,
não pode prosperar a pretensão de condenação ao pagamento de danos morais.
O fato do produto ou do serviço refere-se ao defeito que causa o dano a segurança do
consumidor. Esse defeito pode ser de criação, fabricação ou informação. O evento
danoso é chamado pela doutrina de acidente de consumo, o fornecedor de serviços
responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
O vício de produto ou de serviço restringe-se ao uso e funcionamento do bem, não
atingindo a integridade física do consumidor. É um problema ou “defeito” que não
extrapola, impede ou compromete o simples uso do bem – como, por exemplo, a TV
que não funciona ou o fogão que não acende ,a responsabilidade pelo vício nada mais
é do que uma falha de adequação de qualidade/quantidade, acarretando uma
frustração de consumo ao consumidor. a regra geral de responsabilidade do fornecedor
é objetiva, já que responderá independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados ao consumidor, mas toda a evidência que, se o
fornecedor enquanto fabricante, construtor, produtor ou importador, não introduziu no
mercado de consumo o produto viciado ou defeituoso, não poderá ser responsabilizado
pelos danos dele decorrente.
Na responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço (acidente de consumo), o
defeito extrapola a esfera da coisa ou do serviço prestado e atinge a incolumidade
física ou psíquica da pessoa, podendo gerar dano passível de reparação
independentemente de culpa. Cabe ao fornecedor provar as excludentes de
responsabilidade civil.Nos termos dos art. 12, § 3º, do CDC, cabe ao fabricante, ao
produtor, ou ao importador, na hipótese de acidente de consumo, demonstrar: que não
colocou o produto no mercado; que, embora haja colocado o produto no mercado, o
defeito inexiste; que houve culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Ainda,
consoante a dicção

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