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BOTULISMO

Uma forma de intoxicação alimentar que pode matar se não tratada a tempo
Forma de intoxicação alimentar, causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, presente no solo e em
alimentos contaminados e mal conservados. A intoxicação se caracteriza por um comprometimento severo do sistema nervoso e, se
não tratada a tempo, mata.
ALIMENTOS DE RISCO
Os enlatados ou embalados a vácuo são os mais vulneráveis ao Clostridium botulinum, pois a bactéria só se desenvolve em ambientes
sem oxigênio.
INTOXICAÇÃO
1 O alimento é contaminado ainda no solo, por esporos ultra-resistentes. Quando em conserva, o microrganismo se modifica e
começa a produzir a toxina. Latas inchadas, que parecem cheias de ar, podem indicar a presença da bactéria.
2 Quando o alimento é ingerido, a toxina é absorvida pelo aparelho digestivo e entra na corrente sangüínea.
3 A toxina atinge o sistema nervoso, interferindo na sinapse (comunicação) entre as células nervosas. Sem esta comunicação vital, as
funções do organismo começam a ficar debillitadas.
4 Como o sistema nervoso deixa de "avisar" a necessidade de contração muscular , a paralisia dos músculos é freqüente entre os que
estão sob efeito da toxina.
SINTOMAS
Os sintomas da intoxicação pela toxina botulínica normalmente aparecem entre doze e trinta horas depois da ingestão do alimento
contaminado. Alguns deles:
aversão à luz visão dupla com dilatação da pupila disfonia, dificuldade para articular palavras vômitos e secura na boca e garganta
disfagia, dificuldade para engolir paralisia respiratória que pode levar à morte constipação intestinal retenção de urina debilidade
motora
TRATAMENTO
Consiste na manutenção das funções vitais e uso de soro antibotulínico. O soro impede que a toxina circulante no sangue se instale
no sistema nervoso.
A recuperação da doença é lenta, pois a toxina já instalada entre as células nervosas é destruída pelo sistema de defesa do corpo. Não
há remédios ou soro que eliminem a toxina.
O BOM DA TOXINA
Os efeitos terapêuticoas da toxina botulínica vêm sendo estudados há décadas. No início, a substância foi utilizada para tratamento de
estrabismo e de espasmos involuntários da musculatura das pálpebras. Administrada em pequenas doses, a toxina vem sendo usada
para tratar doenças relacionadas a contrações musculares indesejáveis.

CÓLERA

Alimentos bem tratados, água limpa e boa higiene pessoal evitam a contaminação por uma doença que pode matar
Uma doença trasmissível, que atinge o intestino e é causada por um bacilo chamado vibrião colérico (vibro cholerae). O
microrganismo depende do homem para se reproduzir.

O vibrião colérico se esconde em água doce, do rio, por duas semanas , no mínimo.
Na água do mar, o bacilo permanece vivo durante um ano.
Em superfície de frutas, legumes e verduras cruas e em alimentos congelados, vive por duas semanas.
Doença
A- O vibrião colérico entra no organismo pela boca
B- No estômago, os bacilos podem ser destruídos pelo ácido gástrico.No entanto, se estiverem em grande número pedem passar por
esse obstáculo
C- Os vibriões que conseguem sobreviver se instalam no intestino delgado. O meio alcalino (não ácido) do órgão favorece a
proliferação do bacilo.
Desde a entrada do bacilo no organismo até o surgimento dos primeiros sintomas, passam-se de poucas horas à cinco dias.
D- O vibrião colérico libera uma toxina que rompe o equilíbrio de sódio nas células da mucosa do intestino e provoca a perda de
água. O doente passa a perder uma grande quantidade de líquidos corporais com diarréias severas.
Sintomas

• diarréia intensa
• câimbras musculares
• desidratação
• vômitos
• cólicas intestinais
• queda de temperatura
Tratamento
Deve ser feito no posto de saúde ou hospital mais próximo da casa do doente .O tratamento requer hidratação. O soro pode ser
ministrado via oral ou endovenosa dependendo da gravidade do avanço da doença. Se tratada a tempo a doença desaparece em curto
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prazo. No entanto, se o tratamento demorar a ser iniciado podem surgir complicações como :insuficiência renal aguda, hipotensão e
colapso cardíaco
Prevenção
Cozinhe bem os alimentos – eles devem ser comidos imediatamente Cuidado com a higiene ao guardar alimentos cozidos
Lave as mãos com água e sabão antes de preparar alimentos, antes de se alimentar, depois de usar sanitário e de trocar fraldas de
criança. Mantenha limpa toda a superfície da cozinha e as vasilhas e pratos nos quais você come ou guarda a comida. Em caso de
epidemia, evite consumir pescados, mariscos, verduras, hortaliças cruas e frutas com casca
Para tratar a água em casa coloque duas gotas de água sanitária a 2,5% em um litro de água . Espere meia hora até usar o líquido.
Alimentos crus (frutas e verduras) devem ser lavados e colocados de molho por meia hora em água tratada Se a água bebida não for
tratada ferva-a por cinco minutos antes de ingeri-la.
O leite deve ser sempre fervido. Lave a caixa d'água de sua casa pelo menos de seis em seis meses
Vacina
Tem efeito limitado , protegendo por um período de três a seis meses cerca de 50% dos vacinados . Não é recomendada como medida
de prevenção à saúde.

COQUELUCHE

Em 17 anos, as campanhas de vacinação no Brasil conseguiram reduzir em mais de 98% os casos da doença
Doença infecciosa aguda e contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis, que ataca o aparelho respiratório e se manifesta por
acessos violentos de tosse, respiração ruidosa, expectoração e vômitos. A coqueluche ou tosse comprida (nome comum) acomete
mais as crianças e os idosos e pode matar.

SINTOMAS
• De início, são semelhantes aos de uma gripe. Surge febre baixa e tosse seca.
• Dias depois, os sintomas pioram. Aparece um catarro claro e viscoso no nariz.
• O doente espirra com freqüência, perde o apetite e parece cansado.
• Em seguida, o rosto fica avermelhado e os olhos lacrimejantes.
• Por fim, o doente tem tosse sufocante em acessos que dificultam a respiração.
TRANSMISSÃO Ocorre a partir de uma pessoa contaminada, especialmente, nos primeiros dias da doença.
Quando uma pessoa contaminada:
fala, as gotículas com a bactéria podem alcançar até 1,5m de distância tosse, as gotículas com a bactéria chegam até 5,5m
CONTÁGIO Acontece pela inalação das secreções respiratórias que o doente espalha pelo ar.
INCUBAÇÃO A bactéria tem o período de incubação de aproximadamente uma semana a dez dias, quando se prolifera nos pulmões.
Ela ataca toda a árvore respiratória (brônquios e bronquíolos) desencadeando um processo inflamatório nos pulmões.
COMPLICAÇÕES Os pulmões podem ser atacados por vírus ou bactérias, surgindo doenças secundárias como pneumonia, que
pode lavar à morte. Se a coqueluche se manifesta em crianças que não foram vacinadas, poderá ser controlada e amenizada com
administração de gamaglobulina, uma proteína do sangue que contém anticorpos.
TRATAMENTO Para limitar a ação da bactéria, pode ser usada a globulina super-imune (proteína produzida a partir de elementos
do sangue) que fortalece as defesas naturais do corpo. Antibióticos têm pouco ou nenhum efeito sobre o bacilo e podem ser
administrados para combater infecções secundárias. Imediatamente após o diagnóstico, o paciente deve ter os talheres e os pratos
separados para evitar a transmissão da doença O doente deve ser mantido afastado de crianças por pelo menos três semanas A
violência dos ataques de tosse pode ser combatida com sedativos. Os tranqüilizantes também são úteis para atenuar a tensão nervosa
As refeições devem ser freqüentes e em pequenas quantidades para diminuir o esforço da criança em engolir os alimentos O paciente
deve ficar de repouso na cama com o quarto ventilado e ar umidificado.
VACINA A vacina tríplice é utilizada para o combate à coqueluche e também para mais duas doenças: difteria e tétano. São dadas
três doses, com intervalo de dois meses. A imunização deve iniciar-se no segundo mês de vida, com dose de reforço aos 15 meses e
quatro anos de idade. E, se houver a possibilidade de contágio, pode ser aplicada uma dose de reforço.

ESCARLATINA

A cada 100 casos de dor de garganta causados por bactéria, 10 são escarlatina. Os sintomas iniciais se parecem com os da rubéola ou
sarampo.
Enfermidade aguda, infecciosa e contagiosa, provocada pela bactéria Streptococus scarlatina. Caracterizada pelo aparecimento de
feridas, inflamação da garganta, febre, pulso acelerado e descamação da pele. Atinge crianças entre os cinco e dez anos (mais
freqüente em meninos) e suas epidemias são mais comuns no outono e na primavera.
CONTÁGIO Ocorre pelo contato com as secreções da boca e nariz. Mais freqüente nas fases iniciais da doença. Uma pessoa doente,
ao tossir, pode disseminar a bactéria.
INCUBAÇÃO Pode variar desde poucas horas até 10 dias. Normalmente, dura de três a quatro dias.
SINTOMAS
• Febre
• Dor de garganta (fica avermelhada)
• Vômitos
• Pulso acelerado (120 a 150 pulsações por minuto)
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• Dores no corpo
• Abatimento Falta de apetite
• Sede
EVOLUÇÃO DA DOENÇA Na última fase, ocorre a descamação, que pode durar semanas. Nesta fase, é importante um cuidado
maior para evitar complicações.
Mais tarde, a língua apresenta aspecto avermelhado, chamada popularmente de língua moranguinho. As papilas gustativas ficam
salientes e se parecem com a fruta.
Surgem feridas vermelhas que aparecem no pescoço, parte superior do peito, virilha e cotovelo. Depois, espalha-se pelo corpo todo.
A pele lisa se torna enrugada.
COMPLICAÇÕES Se a escarlatina não for tratada adequadamente, podem surgir problemas como:
Hemorragias no estômago, intestino, baço Dores fortes nos gânglios Inflamação nos rins Convulsões Dores nas articulações Infecção
nos tímpanos
TRATAMENTO
Penicilina: é muito eficaz para combater a bactéria. Deve-se aplicar injeção e depois, tomar a droga por via oral, durante 10 dias, no
mínimo.
Antibióticos: quando o paciente não puder tomar penicilina, pode-se dar outros medicamentos do gênero.
CUIDADOS COM O DOENTE
Dar banho diariamente com esponja. Secar cada uma das partes do corpo cuidadosamente Para coceira da pele, pode-se passar uma
solução de bicarbonato de sódio ou dar um banho de amido Na fase de descamação, pode-se aplicar vaselina ou algum óleo
esterilizado Examinar os ouvidos e a urina para detectar algum tipo de complicação
IMPORTANTE Durante os primeiros dias, o doente, devido aos problemas de garganta, tem dificuldade para engolir os alimentos.
Para ajudar, dê preferência aos alimentos macios, como frutas, cereais, leites e derivados, assim como líquidos.

LEPTOSPIROSE

Durante os temporais e inundações, a bactéria Leptospira sp, presente na urina do rato, se espalha nas águas, invade as casas e pode
contaminar, através da pele, os que entram em contato com áreas infectadas.
O rato
Considerado o principal transmissor da doença. Os roedores domésticos mais comuns, que levam a leptospirose ao homem, são o rato
de telhado (ou de forro, o Rattus rattus). A ratazana (aquela de praia ou de esgoto) e o camundongo (o Mus musculus).
A bactéria
A bactéria leptospira está presente na urina do rato.

Contágio
A contaminação no homem se dá através da pele - principalmente quando existe alguma lesão ou de mucosas. A longa permanência
da pessoa na água favorece a penetração da bactéria pela pele limpa, sem ferimentos. Os locais, onde o contagio acontece,
normalmente são beiras de córregos, galerias de esgoto e terrenos baldios.
Doença
Muitas vezes, a leptospirose é confundida com doenças como gripe e, principalmente, hepatite. Os sintomas são muito parecidos.
Apenas um especialista saberá diagnosticar e tratar o problema.
A bactéria pode atingir:
rins; fígado; musculatura.
Controle
As medidas se baseiam no controle dos roedores e em medidas para melhorar o meio ambiente - habitação protegida das águas da
chuvas, saneamento básico e cuidados especiais com o lixo, principal alimento do rato.
Tratar esgotos e galerias por onde passa a água das chuvas, saneamento básico e cuidados especiais com o lixo.
Tratar esgotos e galerias por onde passa a água da chuva também é essencial, pois evita as inundações e dessa forma não há como a
urina do rato alcançar os homens.
Sintomas
A leptospirose tem inicio súbito. Os sintomas são parecidos com os da gripe. Dor de cabeça, dor muscular, febre alta, mal-estar.
Normalmente, quando curada, a doença não deixa seqüelas.
Um sintoma capaz de diferenciar a leptospirose de outras doenças é a insuportável dor na batata da perna. Muitas vezes, o doente não
agüenta ficar de pé.
Em alguns casos, o doente pode ter icterícia (cor amarelada da pele). A leptospirose também provoca alterações no volume e na cor
da urina, que muitas vezes fica mais escura.
Combate ao roedor
- Desratização, com uso de raticida, depois de o rato já estar instalado no local. Esse processo é difícil e caro. Os raticidas são
extremamente tóxicos - pois podem matar - e devem ser manuseados apenas por técnicos.
- Manter limpos os utensílios e vasilhames de alimentação animal. Lavar sempre os objetos após as refeições do animal. Dessa
forma, evita-se o acúmulo de lixo e instalação do rato.
- Também para evitar a presença do roedor pela redondeza, deve-se manter gramados bem aparados. O mato alto é um bom abrigo
para os ratos, portanto, oferece risco de infectar os moradores da região.
- Manter o lixo bem tratado, evitar deixá-lo nas ruas. Além disso, os recipientes de lixo colocados alguns metros acima do solo
podem evitar o contato com a água das inundações.
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- As caixas d'água, os ralos e os vasos sanitários devem estar sempre fechados, com tampas pesadas. Uma forma, para quem mora em
regiões de muita chuva, de evitar a presença do rato contaminado.
Prevenção
Quando entrar em contato com regiões inundadas ou com lama, usar luvas e botas de borracha; Evitar expor ferimentos às águas
infectadas de inundações em áreas suscetíveis á bactéria Ficar o menor tempo possível imerso nessas águas e impedir que as crianças
nadem ou mergulhem nelas; Desinfetar com cloro (hipoclorito de sódio) os objetos de casa que entraram em contato com a água ou
com a lama.
Como desinfectar alimentos e objetos
O cloro mata a bactéria. Se não for possível armazenar os alimentos protegidos da água, o correto a se fazer é eliminá-los. Frutas em
geral, carne, leite, verduras, legumes, arroz, feijão, café, manteiga etc devem ser inutilizados. Alimentos enlatados podem ser
lavados, desde que não tenha havido contato da comida com a água.

TÉTANO

Compromete os músculos do corpo e é fatal em até 60% dos casos. Pode surgir a partir de qualquer ferimento. A bactéria entra pelo
machucado, seja provocado ou não por metais enferrujados.
Doença aguda provocada pela contaminação do bacilo Clostrindum tetani, que entra no organismo por alguma ferida. Essa bactéria
germina no ferimento, se multiplica e produz um poderoso veneno que afeta os músculos. Não é transmissível e pode matar em parte
dos casos. O tétano neonatal é conhecido como o mal de 7 dias.

Contaminação
O bacilo entra por qualquer ferida na pele, como queimaduras, pancadas machucados ou cortes aparentemente tolos, como o de uma
unha ruída. A bactéria costuma estar em objetos enferrujados, na terra , na poeira, em instrumentos cirúrgicos não esterilizados,
principalmente.
Os Números
1.000 casos de tétano acidental por ano
30% a 60% de infectados pelo tétano acidental morrem
60% a 70% das crianças com o mal de 7 dias morrem
Incubação da Doença
Desde o contato com a pele até as primeiras manifestações da doença, passam-se 7 dias. Se o organismo estiver com poucas defesas e
houver ma contaminação por muitos bacilos, a doença pode aparecer em até dois dias.
Sintomas
• Trismo. Os músculos da face do doente começam a se contrair e o indivíduo fica permanentemente com sorriso sardônico.
• Rigidez na nuca. O pescoço fica duro. Esse problema muitas vezes é confundido com meningite ou intoxicação por
venenos . Fique atento.
• Rigidez abdominal. A musculatura se contrai a ponto da barriga ficar dura como uma tábua.
Por fim, acontecem contrações em praticamente todos os músculos do corpo.
Complicações
1-Crise hipertensiva. A contração muscular faz com que o organismo libere substâncias excitantes, como a adrenalina, que aumentam
o ritmo cardíaco e fazem o sangue correr mais depressa.
2-Embolia Cerebral, por falta de oxigenação do cérebro.
3-Flebite. Inflamação dos vasos sangüíneos do corpo.
4-Fratura de vértebras. Quando o osso está fragilizado, especialmente em velhos e crianças, a contração muscular, de tão forte é
capaz de quebrar um osso.
5-O tétano mata principalmente pela parada cardiorespiratória que acontece quando o músculo da respiração, o diafragma, a ponto de
não conseguir mais colocar ou retirar o ar dos pulmões.
Prevenção
Vacina é a melhor e mais eficaz forma de prevenção do tétano acidental e neonatal. Os bebês devem toma-la no 2ª, 4ª e 6ª mês de
vida. É fundamental renovar a dose, para crianças e adultos, de dez em dez anos. As gestantes devem tomar três doses da substância,
com prazo ideal de 60 dias entre uma e outra. Guarde sempre o cartão de vacinação para manter o controle.
Quando houver um ferimento, lave-o imediatamente com água corrente e sabão. É o bastante. Dessa forma, o bacilo não entra no
organismo. Não use, de forma alguma substâncias que fechem o ferimento.
Tratamento
O tétano tem cura, mas é o estágio da evolução da doença que determina o tratamento eficaz. O doente, quando internado no hospital,
permanece isolado em um quarto silencioso e escuro. Qualquer estímulo pode faze-lo contrair-se todo. Os medicamentos usados são
soro antitetânico, antibióticos, relaxantes musculares e analgésicos, além da vacina.

TUBERCULOSE

Tratamento interrompido fortalece o bacilo e pode trazer de volta a doença que causou pavor no passado.
Doença grave, transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial nos pulmões. O microorganismo causador
da doença é o bacilo de Koch, cientificamente chamado Microbacterium tuberculosis.
Processo de disseminação da tuberculose
1º passo
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Apesar de também atingir vários órgãos do corpo, a doença só é transmitida por quem estiver infectado com o bacilo nos pulmões.
2º passo
A disseminação acontece pelo ar. O espirro de uma pessoa infectada joga no ar cerca de dois milhões de bacilos. Pela tosse, cerca de
3,5 mil partículas são liberadas. 3º passo
Os bacilos da tuberculose jogados no ar permanecem em suspensão durante horas. Quem respira em um ambiente por onde passou
um tuberculoso pode se infectar.
Tuberculose pulmonar
Processo inflamatório O indivíduo que entra em contato pela primeira vez com o bacilo de Koch não tem, ainda, resistência natural.
Mas adquire. Se o organismo não estiver debilitado, consegue matar o microorganismo antes que este se instale como doença. É,
também, estabelecida a proteção contra futuras infecções pelo bacilo.
Ao infectar um organismo, as células do Mycobacterium tuberculosis se reúnem em conjuntos, evitando dessa maneira a defesa por
fagocitose dos glóbulos brancos.

Tuberculose primária Após um período de 15 dias, os bacilos passam a se multiplicar facilmente nos pulmões, pois ainda não há
proteção natural do organismo contra a doença. Se o sistema de defesa não conseguir encurralar o bacilo, instala-se a tuberculose
primária, caracterizada por pequenas lesões (nódulos) nos pulmões.
Caverna tuberculosa Com o tempo e sem o tratamento, o avanço da doença começa a provocar sintomas mais graves. De pequenas
lesões, os bacilos cavam as chamadas cavernas tuberculosas, no pulmão, que costumam inflamar com freqüência e sangrar. A tosse,
nesse caso, não é seca, mas com pus e sangue. É a chamada hemoptise.
Como o bacilo de Koch se reproduz e desenvolve rapidamente em áreas do corpo com muito oxigênio, o pulmão é o principal órgão
atingido pela tuberculose.
Sintomas
• Tosse crônica (o grande marcador da doença é a tosse durante mais de 21 dias);
• Febre;
• Suor noturno (que chega a molhar o lençol)
• Dor no tórax;
• Perda de peso lenta e progressiva;
• Quem tem tuberculose não sente fome, fica anoréxico (sem apetite) e com adinamia (sem disposição para nada).
Tratamento
A prevenção usual é a vacina BCG, aplicada nos primeiros 30 dias de vida e capaz de proteger contra as formas mais graves da
doença. Se houver a contaminação, o tratamento consiste basicamente na combinação de três medicamentos: rifampicina, isoniazida
e pirazinamida. O tratamento dura em torno de seis meses. Se o tuberculoso tomar as medicações corretamente, as chances de cura
chegam a 95%. É fundamental não interromper o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam.
Tuberculose resistente
Atualmente, consiste na principal preocupação mundial em relação à doença. O abandono do tratamento faz com que os bacilos
tornem-se resistentes aos medicamentos e estes deixam de surtir efeito. A tuberculose resistente pode desencadear uma nova onda da
doença virtualmente incurável em todo o mundo.
Números da doença
1/3 da população mundial está infectado com o bacilo da tuberculose;
45 milhões de brasileiros estão infectados; 5% a 10% dos infectados contraem a doença;
30 milhões de pessoas no mundo podem morrer da doença nos próximos dez anos;
6 mil brasileiros morrem de tuberculose por ano.

SÍFILIS

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível — DST — causada pelo Treponema pallidum, um microorganismo transmitido
através da relação sexual. A doença também pode ser contraída por transfusões sangüíneas e pelo cordão umbilical durante a
gestação (sífilis congênita). A sífilis não congênita é dividida em quatro diferentes fases: sífilis primária, secundária, latente e tardia.
• Sífilis primária: geralmente, aparece uma mancha avermelhada e endurecida que se torna uma úlcera indolor e com os
bordos endurecidos. No homem, esta úlcera localiza-se com mais freqüência no pênis, e na mulher, na vulva, vagina e colo
do útero.
• Sífilis secundária: nesta fase pode ocorrer febre, dor de cabeça, dor nas articulações e dores musculares. As lesões
características são avermelhadas e indolores e aparecem principalmente no tronco, na palma da mão e planta dos pés.
• Sífilis latente: nesta terceira fase, a pessoa não apresenta qualquer lesão ou sintoma da doença. A sífilis somente é
diagnosticada através de exames laboratoriais.
• Sífilis tardia: pode envolver o sistema nervoso, causando meningite, paralisia, convulsões, perda da força muscular,
enxaqueca, irritabilidade, perda da memória. O coração também pode ser afetado, ocorrendo lesões nas válvulas cardíacas,
aneurisma da aorta e até infarto do miocárdio em decorrência do acometimento das coronárias.
• Sífilis congênita: é a contaminação do feto durante a gravidez. A infecção pode ocorrer em qualquer período da gestação.
Quando a mulher adquire sífilis durante a gravidez ou engravida tendo a doença, pode sofrer aborto espontâneo, morte
fetal, ou nascimento de uma criança com sífilis, por vezes portadoras de algum tipo de má formação.
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Saiba identificar a sífilis O único meio seguro de diagnosticar a sífilis é a realização de exames laboratoriais. Se você identificar
alguma lesão na área genital e suspeitar da doença, procure um médico. Ele vai orientar que seja colhido o material da área infectada,
para que seja analisado em microscópio por algum laboratório. O diagnóstico também pode ser feito a partir de exames de sangue
específicos para a identificação da doença, como o VDRL, o RPR e o FTA-ABS. Os exames são simples e o resultado sai rápido,
possibilitando que o tratamento seja iniciado.
Qualquer pessoa que se julgue em risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis (relação sexual sem preservativo e múltiplos
parceiros) deve realizar os exames para o diagnóstico da sífilis, evitando o desenvolvimento da doença e, também, a contaminação de
outras pessoas. As gestantes, com ou sem fatores de risco para sífilis, devem realizar rotineiramente os testes identificadores da
doença durante o pré-natal.
Tratamento O tratamento da sífilis depende da fase em que ela é diagnosticada: primária, secundária, latente, tardia, ou se ela é
congênita. O mais comum é a indicação de antibióticos, que podem curar completamente a doença, se diagnosticada na fase inicial.
Por isso, todas as pessoas com as quais o doente se relacionou sexualmente devem ser examinadas. No caso das gestantes
contaminadas, a identificação precoce da doença pode evitar a contaminação do feto. A mãe é medicada à base de antibióticos.
Prevenção Como toda doença transmitida pelo sexo — DST —, a prevenção é o melhor meio de evitar a contaminação. O uso
regular de preservativos e o teste dos parceiros sexuais ajudam a reduzir o risco de contaminação. Atualmente, a transmissão através
de transfusões sangüíneas é mais rara.

DIFTERIA

A difteria é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria chamada Corynebacterium diphtheriae. Ainda é uma doença
comum, principalmente em países subdesenvolvidos, onde muitas crianças não estão protegidas pelo esquema de vacinas indicado
pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença é mais freqüente nos meses de outono e inverno. Em 1999, foram registrados
no Brasil mais de 200 mil casos, com aproximadamente 85 mil confirmados. Mais de 50% desses casos ocorreram no Nordeste do
país. Nas regiões Sul e Sudeste, a difteria pode ser considerada uma doença rara.
Sintomas Os mais comuns são febre, prostração, mal-estar, falta de apetite, dor de garganta e gânglios ("ínguas") no pescoço.
Quando a bactéria atinge a garganta, o nariz ou pele, pode provocar outros sintomas, como dificuldade para respirar, placas de pus na
garganta, dificuldade para engolir, rouquidão, tosse e feridas na pele. Em casos graves, a infecção pode atingir o coração, os rins e os
nervos.
Como saber se uma pessoa tem difteria? O diagnóstico vai depender dos sintomas, da história clínica do paciente e dos locais
atingidos. Muitas vezes o médico suspeita da doença quando há placas de pus na garganta, onde a doença é mais freqüente. Além da
garganta, é preciso fazer um exame de sangue para se ter certeza de que a pessoa está com difteria. Os resultados de alguns exames
para identificar a bactéria causadora podem demorar alguns dias.
Transmissão A difteria é contraída através da respiração. A pessoa contaminada elimina a bactéria pelo nariz e pela boca, através da
tosse, da respiração ou mesmo enquanto fala. Algumas pessoas carregam a bactéria da difteria na garganta e não adoecem. São
chamados de portadores. Essas pessoas também podem transmitir a infecção para outras.
Tratamento A difteria é tratada com antibióticos e o paciente deve ficar internado. Nos casos mais graves, as máquinas para auxiliar
a respiração e remédios para o coração podem ser necessários.
Prevenção A família de um paciente com difteria deve ser examinada tão logo o diagnóstico do caso inicial seja feito, para
identificar casos secundários. Além disso, outras pessoas que tiveram contato com o paciente também devem ser avaliadas.
Existe vacina contra difteria. Ela é aplicada nas crianças com 2, 4, 6 e 18 meses de vida, com dose de reforço entre 4 e 6 anos de
idade. A vacina que se usa normalmente nos serviços públicos é conjugada com outras vacinas, e também confere proteção contra o
tétano e a coqueluche. Em adultos, deve-se usar a vacina contra difteria conjugada à vacina contra o tétano a cada dez anos.

MENINGITE MENINGOCÓCICA

A meningite é uma inflamação que atinge as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença é causada
pela bactéria meningococo. Só que nem todas as pessoas contaminadas pelo meningococo desenvolvem a meningite. Neste caso, a
bactéria pode ficar na garganta sem provocar nenhum sintoma - estas pessoas são chamadas de portadores. Outros problemas também
podem provocar a inflamação das meninges, como o uso de medicamentos, cirurgias, e alguns tipos de câncer. Entretanto, as causas
mais freqüentes de meningite ainda são as infecções, principalmente por vírus e bactérias.
Transmissão A forma de contágio da doença é de pessoa a pessoa, pelas secreções da garganta através da fala, da tosse e dos
espirros. Os contatos mais próximos e a aglomeração de gente em espaços fechados facilitam a transmissão da bactéria. O
meningococo pode ser transmitido tanto pelos portadores da bactéria (sem sintomas da doença) quanto pelos doentes.
Sintomas Nos casos em que o meningococo causa doença, nem sempre a infecção se propaga para as meninges causando a
meningite. As pessoas infectadas podem apresentar desde sintomas simples, como febre transitória que passa sem nenhum
tratamento, até quadros de meningite e/ou infecção generalizada, que progridem com rapidez e podem levar à morte se não forem
tratados rapidamente. É uma doença mais comum em crianças e jovens, mas pode acometer pessoas de qualquer idade.
Os sintomas mais comuns da doença são: febre, prostração, mal-estar, dores e manchas pelo corpo. As pessoas com meningite
apresentam também dor de cabeça, vômitos, rigidez da nuca, sonolência, e até convulsões. Crianças com menos de um ano de idade
podem ter irritabilidade aumentada e a moleira inchada (fontanela abaulada) da cabecinha.
O início da infecção costuma ser difícil de diagnosticar. Às vezes, a meningite é confundida com gripes e viroses. Por isso, é
fundamental estar atento para alguns sinais. Crianças pequenas que estão com febre persistente, dor de cabeça forte, manchas pelo
corpo e irritabilidade, devem ser levadas imediatamente ao pronto socorro mais próximo.
Diagnóstico e tratamento Além da avaliação clínica no serviço de saúde, os principais exames para o diagnóstico são os de sangue e
do líquido da espinha (líquor). Apesar de ser uma doença grave, a meningite tem cura. A pessoa deve ficar internada e receber soros e
antibióticos pela veia. A demora no atendimento e no início do tratamento com antibiótico aumentam muito o risco do paciente
morrer.
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Prevenção Existem diferentes tipos e grupos de meningococo. No Brasil, os principais são o A, B e C. As vacinas disponíveis
atualmente não são completamente eficazes, ou a proteção não é duradoura para todos estes tipos de bactéria. Elas são usadas em
situação de surtos ou epidemias.
As medidas de controle incluem, além da internação e do tratamento dos doentes, o uso de antibiótico para a prevenção da doença
entre as pessoas que tiveram contato com o paciente. Deverão ser avaliadas pessoas da mesma moradia (inclusive internatos, quartéis
e creches) e também aquelas que tiveram contato prolongado e próximo com o paciente.
Como o meningococo também pode ser transmitido pelos portadores da bactéria, o controle da doença é difícil, já que essas pessoas
não apresentam nenhum sintoma e, portanto, não podem ser facilmente identificadas. Tanto os portadores quanto os doentes deixam
de transmitir o meningococo logo após iniciado o antibiótico correto (dentro de 24 horas).

HANSENÍASE
A hanseníase é uma doença crônica granulamatosa proveniente de infecção causada pelo Micobacterium leprae. Este bacilo tem a
capacidade de infectar grande número de indivíduos, mas poucos adoecem pela sua baixa patogenicidade, propriedade esta que não é
função apenas de suas características intrínsecas, mas que depende, sobretudo, de sua relação com o hospedeiro e grau de
endemicidade do meio. O domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença, embora ainda existam grandes
lacunas de conhecimento quanto aos prováveis fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ambiente social.
Apesar de baixa patogenicidade, o poder imunogênico do Micobacterium leprae é responsável pelo alto potencial incapacitante da
hanseníase, o que permite afirmar que este bacilo é de alta infectividade. A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que
acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 A.C e procedem da Índia, que juntamente com a África podem ser
consideradas o berço da doença. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram
significativamente esse quadro e, hoje, a hanseníase tem tratamento e cura.
· Agente Etiológico: bacilo álcool-ácido resistente, Mycobacterium leprae. É um parasita intracelular obrigatório que apresenta
afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos.
· Reservatório: o homem é reconhecido como a única fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais naturalmente
infectados - o tatu, o macaco mangabei e o chimpanzé. Os doentes multibacilares sem tratamento - hanseníase Virchowiana e
hanseníase Dimorfa - são capazes de eliminar grande quantidade de bacilos para o meio exterior (carga bacilar de cerca de
10.000.000 de baar presentes na mucosa nasal).
· Modo de Transmissão: a principal via de eliminação dos bacilos é a via aérea superior sendo o trato respiratório a mais provável
via de entrada do Mycobacterium leprae no corpo. O trato respiratório superior dos pacientes multibacilares (Virchowianos e
Dimorfos), é a principal fonte de Mycobacterium leprae encontrada no meio ambiente. Não se pode deixar de mencionar a
possibilidade de penetração do bacilo pela pele, com solução de continuidade.
· Período de Incubação: a hanseníase apresenta longo período de incubação: de dois a sete anos. Há referência a períodos mais
curtos, de sete meses, como, também, de mais de dez anos.
· Período de Transmissibilidade: os doentes paucibacilares não são considerados importantes como fonte de transmissão da doença,
devido à baixa carga bacilar. Os pacientes multibacilares constituem o grupo contagiante e assim se mantêm enquanto não se iniciar
o tratamento específico.
· Suscetibilidade e Imunidade: a exemplo de outras doenças infecciosas, a conversão de infecção em doença depende de interações
entre fatores individuais e ambientais. Devido ao longo período de incubação é menos freqüente na infância. Contudo, em áreas mais
endêmicas, a exposição precoce em focos domiciliares aumenta a incidência de casos nessa faixa etária. Embora acometa ambos os
sexos, observa-se predominância do sexo masculino (2:1).
· Distribuição e Morbidade: a hanseníase é endêmica nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. O coeficiente de
prevalência da hanseníase no país, em 1997, foi de 5,43 casos por 10.000 habitantes, com 86.741 casos em registro ativo, colocando
o Brasil em 2º lugar no mundo em número absoluto de casos, sendo superado apenas pela Índia. O coeficiente de detecção de casos
novos (incidência), no ano de 1997, foi de 2,78 casos por 10.000 habitantes. Vale ressaltar que a meta estabelecida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) é eliminar a hanseníase como problema de saúde pública até o ano 2000, isto é, atingir uma prevalência de
menos de 1 caso por 10.000 habitantes.

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