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1.

Heráclito de Éfeso
“Nada é permanente, salvo a mudança.” (Heráclito de Éfeso)
Heráclito (em torno de 535 a.C. – 475 a.C) foi filósofo pré-socrático na Antiguidade grega. Para ele, a oposição entre os
contrários origina a mudança, que é a harmonia dos contrários. Essa ideia é a precursora da dialética.
Tudo está em constante mudança, inclusive o ato de pensar. Por isso, não seria possível entrar em um mesmo rio duas vezes.
Na segunda vez, o rio teria se transformado em outro, e a pessoa também.

2. Sócrates de Platão
“Só sei que nada sei” (Apologia de Sócrates, Platão, 1999)
Sócrates (469 a.C. – 399 a.C.) foi o maior filósofo grego na Antiguidade. Ele próprio não escreveu nenhuma obra sobre as suas
ideias. O principal autor que registrou Sócrates foi Platão.
O filósofo foi caracterizado pela busca da verdade, a qual seria estável, imutável e universal (diferentemente da opinião).
Sócrates se reconhecia ignorante. Este reconhecimento seria o início para procurar a verdade, sendo que para o autor, não se
sabe aquilo o que se pensa saber.
Através dos diálogos de Sócrates, ou seja, da conversa entre duas ou mais pessoas, a ideia nasce. Assim, talvez seja
encontrada a sua essência, o conhecimento.

3. Freud
“A influência dos pais governa a criança, concedendo-lhe provas de amor e ameaçando com castigos, os quais, para a criança,
são sinais de perda do amor e se farão temer por essa mesma causa. Essa ansiedade realística é a precursora da ansiedade
moral subsequente.” (Novas Conferências sobre a Psicanálise, Sigmund Freud, 1933)
A psicanálise de Freud (1856-1939) estuda os efeitos daquilo o que se viveu antes na vida. As experiências vividas
na infância, desde o nascimento, influenciam o comportamento da pessoa em toda a vida.
Os pensamentos desse psicanalista podem ser utilizados para justificar a importância do cuidado com a infância. Medidas
como o aumento da licença maternidade e paternidade e melhorias na infraestrutura e formação dos funcionários nas escolas e
creches adquirem força sob os pensamentos dele.

4. Agnes Heller
“Crer em preconceitos é cômodo porque nos protege de conflitos, porque confirma nossas ações anteriores.” (O cotidiano e a
história, Heller, 2000)
Para Agnes Heller (1929-hoje), o preconceito é um fator de coesão (integração) social. Sua função é manter a estabilidade da
integração do grupo. Geralmente ele tem origem nas classes dominantes.
Quando a coesão social está ameaçada (por exemplo, em uma crise econômica), o preconceito pode se intensificar
espontaneamente.

5. Paulo Freire
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” (Pedagogia
do Oprimido, Paulo Freire, 1981)
Paulo Freire (1921-1997) dizia que ninguém aprende sozinho, mas também ninguém é ensinado alguma coisa. Assim, os
educadores devem levar conhecimento para os outros, para que eles aprendam à sua maneira, com base na experiência que
tiveram com o mundo.
Freire valorizou a cultura do aluno. Os alunos que chegam a uma sala de aula pela primeira vez tem uma bagagem cultural
própria. Assim, os professores também aprendem com os alunos.
O educador defendia uma educação para a interpretação do mundo. Na visão dele, a leitura do mundo acontece antes da
leitura da palavra. Por isso, a compreensão da leitura (no sentido literal) não ocorre na ausência da leitura do mundo.
6. Jean Piaget
“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras
gerações fizeram.” (O juízo moral na criança, Jean Piaget, 1994)
Para o psicólogo Piaget (1896-1980), a aprendizagem é um processo ativo e personalizado. Por esse motivo, ele não pode ser
compreendido e medido por testes de inteligência.
O intelecto está em evolução e passa por quatro estágios de desenvolvimento. Essas fases acontecem em sequência, mas
cada pessoa tem um tempo próprio para se desenvolver.
Os pensamentos desse psicólogo foram importantes para transformar a educação numa época em que as crianças eram
ensinadas a ter comportamentos e pensamentos de adultos. Assim, os professores passaram a considerar as capacidades
individuais das crianças no aprendizado.

7. George Santayana
“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo” (A vida da razão, George Santayana, 1905)
Para o filósofo Santayana (1863-1952), reter os acontecimentos passados é importante para o progresso. Não se deve criar
algo completamente novo, mas considerar o que aconteceu no passado.
A citação acima é útil para ressaltar a importância de algum fato histórico mencionado na dissertação.

8. Zygmunt Bauman
“Nós somos responsáveis pelo outro, estando atento a isto ou não, desejando ou não, torcendo positivamente ou indo contra,
pela simples razão de que, em nosso mundo globalizado, tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) tem impacto na vida de
todo mundo e tudo o que as pessoas fazem (ou se privam de fazer) acaba afetando nossas vidas.” (Modernidade Líquida,
Bauman, 2001)
Bauman (1925-2017) foi um grande sociólogo polonês sobre a Modernidade atual e escreveu até 2017, ano em que faleceu. O
autor criou o termo “Modernidade Líquida“.
Líquidos são extremamente fluidos, voláteis e cada gota influencia o conjunto. Assim, eles se transformam com rapidez.
Existem líquidos mais pesados que sólidos, apesar da aparência de leveza. Essas são algumas justificativas para a liquidez ser
uma metáfora que descreve a Pós-Modernidade. Antes deste período, as mudanças ocorriam com lentidão e maior
previsibilidade.

9. Hannah Arendt
“O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e existe somente enquanto o grupo se conserva unido.”
(Hannah Arendt)
Para Arendt (1906-1975), o poder vem de baixo para cima, e não existe sem o consentimento do povo. Ela diz que a igualdade
de direitos (isonomia), e a faculdade de agir (de manifestar as suas opiniões), são necessárias para o poder existir. Assim, o
povo é representado pelo poder. O silêncio é relacionado à violência.
A filósofa, diferentemente de autores como Max Weber, afirma que violência e o poder são opostos. Desta forma, sociedades
muito violentas não tem poder.
A violência é um instrumento (não é fim em si mesma) e precisa de justificativa para ser empregada.

10. Dahrendorf
“A anomia é uma condição social onde as normas reguladoras do comportamento das pessoas perderam sua validade.” (O
caminho para anomia, Dahrendorf, 1929)
Dahrendorf (1929-2009) define a anomia, uma negação da ordem que existe quando as normas não funcionam. Portanto, o
poder desaparece. Ela gera um medo constante e impede a liberdade, à medida que o Estado é incapaz de dar segurança.
Um dos sinais de um Estado em anomia são a ausência de punições de pequenas infrações (como o furto de um copo no bar).
Há também a tolerância para criminalidade de jovens. Outro sinal é a desorientação na distribuição de sanções penais (como a
prisão de manifestantes, e a liberdade daqueles que cometem crimes de alta gravidade), e a existência zonas de exclusão
(regiões perigosas, que são evitadas nas cidades).
Na anomia, as vítimas não comunicam os crimes pela falta de crença no poder do Estado, segundo o sociólogo.

11. Max Weber


“O Estado consiste em uma relação de dominação do homem sobre o homem, fundada no instrumento da violência legítima
(isto é, da violência considerada como legítima). O Estado só pode existir, portanto, sob condição de que os homens
dominados se submetam à autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores.” (Ciência e Política: Duas vocações,
Weber, 1967)
Weber (1864-1920) define o Estado pelo uso da coação física. O Estado possui o monopólio do uso legítimo da violência,
isto é, ela não pode ser utilizada pelas pessoas civis.
O uso da força seria permitido para conter a dissolução interna e se defender de uma agressão externa, para Weber.

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