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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
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AVM FACULDADE INTEGRADA
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Duque de Caxias
2014
2
AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
Dedico esta obra à família, que está o tempo todo comigo em tudo que
empreendo.
5
METODOLOGIA
Resumo
Sumário
INTRODUÇÃO 8
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 42
WEBGRAFIA 45
ANEXOS 46
8
INTRODUÇÃO
1
Referimo-nos aos seguintes autores: Jean Piaget, Paulo Freire, Friedrich Froebel, Célestin Freinet, Lev
Seminovitch Vygotsky, entre outros.
9
CAPÍTULO I
FORMAÇÃO DO IMAGINÁRIO
3
Como é descrito no livro: Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão.
13
CAPÍTULO II
4
A explanação mais detalhada desta pesquisa encontra-se no capítulo 3 deste trabalho.
5
Aqui tomamos como parâmetro para definir o termo “tradicional” a concepção de Paulo Freire ao tratar a
questão da educação sendo trabalhada de uma forma fragmentada, ou seja, sem fomentar a
problematização dos recursos didáticos.
17
erradas a respeito tanto das HQ’s, como, principalmente, de quem as lê. Para
isso, quero listar alguns equívocos: a) a utilização errada da ideia de herói e dos
mitos que o envolvem; b) a infantilização das HQ’s, a nível nacional; c) a
utilização dos quadrinhos como instrumento de reprodução social e não de
compreensão.
De acordo com CIRNE (1977), dentro daquilo que pode ser externado
pelo imaginário infantil e adolescente, nada foi mais analisado e teorizado no
estudo das HQ’s do que a questão do herói e dos demais mitos.
Para Piaget (apud Charles, 1978), durante a infância, as relações do ser
humano com o meio que o cerca dão a ele interpretações da realidade de uma
forma muito positivista, ou seja, sua relação com seus pais se dará, na maioria
das vezes, de forma perfeita, afinal, para ele tanto seu pai como sua mãe não
cometem erros. Suas impressões sobre as autoridades se darão de uma
maneira inquestionável.
Quando alcança sua fase adolescente (a partir dos doze anos), seus
medos, seus mitos e suas concepções passam a mudar de direcionamento. Se
quando era criança, seus pais eram dotados de perfeição, agora eles já
cometem erros e decepcionam muitas vezes. Sua relação com os amigos, seus
familiares e autoridades em geral tomam formatos e dimensões diferentes. E é
neste ponto que gostaríamos de nos prender. Como conclui C.M.Charles sobre
a fase das operações formais de Piaget:
Para a maioria dos críticos como Moacy Cirne (1977), por exemplo, as
representações do herói e do mito em geral, por parte dos quadrinhos
importados representam as ferramentas, dentre outras, dos aparelhos
ideológicos de Estado orientados para um movimento que tem por finalidade o
consumo.
Mas, uma coisa é conseguir enxergar essa manipulação do herói em
personagens como Batman ou Superman. Outra completamente diferente é
trabalhá-los em sala de aula simplesmente porque os alunos os apreciam, sem
fazer qualquer análise crítica tanto desta questão, quanto do fato inequívoco de
que tais histórias refletem e “vendem” todo um estilo de vida. Este é um dos
pontos de discussão.
Outro que chamamos a atenção (e que não conseguimos ver em
nenhuma publicação a respeito) é o fato de não se estabelecer atualização
desses conceitos. Não que Cirne (1977) não estivesse certo, o problema é
aceitar como prontas e acabadas essas teorias sem sequer procurar relativizá-
las entre os jovens para saber se os conceitos continuam os mesmos ou não.
Em outras palavras, uma criança de, aproximadamente dez anos, hoje
vivendo em uma região como a cidade do Rio de Janeiro, tendo um tipo de
família diferente do modelo tradicional (pais divorciados, pais casados, mas
ausentes, sem pais, etc.), entenderá que seus genitores são heróis e, portanto
aceitarão sem questionar as representações familiares contidas em algumas
HQ’s? Ou então, um jovem de mais ou menos 15 anos aceitará os modelos de
heróis propostos pelas principais edições norte americanas sem identificar a
apologia ideológica ao estilo de vida deles?
As respostas não são simples, primeiro porque se precisa levar em
consideração a bagagem cultural e o grau de “maturidade” imaginativa citada
no capítulo anterior. Segundo, porque a representação por parte dos alunos
para os mitos pode ter diferenciado ou não, e estar atento a esta questão é
importante para evitar teorias formuladas de fora para dentro e de cima para
baixo. Sensibilidade, talvez seja o que falta para que alguns educadores
19
percebam tais mudanças que, às vezes, são sinalizadas pelos alunos. Mas isso
faz parte de uma discussão muito maior, que não cabe no momento.
Então, estar desconectado dessa realidade (do aluno), apesar das
condições de trabalho, não rende muitos resultados. Ou seja, trabalhar com
formas alternativas de aprendizado exigem preparação prévia e séria como
qualquer outra, até mais, às vezes.
O que constatamos é que, em uma dinâmica ou oficina, certos valores
não continuam os mesmos, mas isso é tratado no próximo capítulo e no
capítulo final, mas como exemplo documentado existe o caso do professor
Leitão6, que desenvolve esse tipo de trabalho com alunos de um CIEP em Pau
Grande, no Rio de Janeiro. Lá, através das produções dos educandos, revela-
se a representação de seres que, apesar da comicidade, nos demonstram
desejos de reverter suas realidades, muitas vezes, sem grandes perspectivas.
Como declara Postic:
“Nosso primeiro porto será nos tempos heróicos, (...). Por fim,
acompanharemos o herói no seu aparentemente triunfal regresso.
Nisso tudo, acabaremos passando pelo herói-mitológico”, herói-épico,
herói-trágico, herói-problema, herói-revolucionário, até o herói sem
nenhum caráter (...).” (FEIJÓ, 1984, p.11).
6
Conforme reportagem do “Caderno de Educação”, suplemento do jornal “Folha Dirigida”, do dia 20 de
março de 2007.
20
7
Livro publicado com o intuito de assessorar o departamento de comunicação de partidos e entidades de
classe que, até aquele momento (década de 1970) ainda não tinham formalizado a idéia de organização de
seus respectivos departamentos de divulgação, que hoje recebem a nomenclatura de departamento de
marketing.
8
Gonçalo Junior, apud CAVALCANTI, Carlos. As mil faces do herói. In História, Imagem e narrativas,
nº 2, ano 1, abril/2006.
23
c) A HQ e a reprodução social.
9
Entrevista à revista Vozes, n.7, Petrópolis: Vozes, julho 1969.
24
10
Ver imagem I nos anexos de imagens.
11
Ver imagem II nos anexos de imagens.
26
Capítulo III
O que propomos com esta obra é uma nova visão do fazer pedagógico
através de uma produção extremamente rica que foge aos padrões pré-
estabelecidos.
Os trabalhos que gostaríamos de ver nas salas de aula são aqueles que,
ao contrário dos que presenciamos e tivemos notícias, procuram potencializar
áreas de aprendizagem que não se prendam tanto na mera consolidação de
conteúdos disciplinares. Para tanto, sugerimos a utilização de materiais de
autores engajados na militância política e com visível consciência social. Por
isso, escolhemos como exemplo o quadrinista Laerte Coutinho.
Sua arte é concebida, na maioria das vezes, no formato de “tirinhas”, que
são literalmente tiras, faixas de sequência de quadrinhos em uma página,
quase sempre de jornal. Embora Laerte publique coletâneas dessas tiras em
livros periodicamente lançados até hoje pela Devir Editora.
O autor criou vários personagens em sua carreira, todos carregados com
muito humor sarcástico e com diversas referências políticas e literárias. Mais
adiante estão listados vários deles com suas principais características.
As metodologias que podem ser adotadas através da escolha deste tipo
de material vão variar de acordo com o tipo de aluno encontrado na sala. Ou
seja, entendemos que cada aluno é diferente do outro e merece ser respeitado
31
OVERMAN13.
12
Para Postic, o imaginário constitui-se de representações simbólicas do real. Este conceito foi trabalhado
no capítulo primeiro do presente trabalho.
13
Ver imagem III nos anexos de imagens.
32
Os Gatos14.
São, na verdade uma família com três integrantes: o Gato, sua mulher a
Gata e seu filho Messias.
O macho tem uma personalidade influenciável e retrata um ser que tenta
ser profundo nas emoções, mas acaba refletindo uma superficialidade
disfarçada utilizando seu gosto musical. É mais ou menos um reflexo de como o
autor enxerga o gênero masculino moderno. Seu oposto é sua esposa, a Gata
que tem uma personalidade definida e está sempre enganando o Gato. Trata-
se, na verdade de uma fêmea independente, como define o próprio Laerte15:
“Ela é uma fêmea absoluta, acima das espécies e das estrelas”.
Já o filho do casal, é um gatinho inteligente e de imaginação fértil, muitas
vezes mais esperto que seu pai e bastante atualizado com o mundo a sua volta.
14
Ver imagem IV nos anexos de imagens.
15
Citação extraída feita pelo autor em seu site oficial: www2
http://www2.uol.com.br/laerte/personagens/gatos/, acessado no dia 8 de dezembro de 2013.
33
O Condomínio.
1- Hugo Baracchini
2 – Zelador
3 - Síndico
4 - Deus
5 - Piratas do Tietê
A obra que com certeza consagrou Laerte no cenário artístico e que lhe
rendeu algumas experiências fora das tirinhas – os Piratas viraram peça de
teatro (Piratas do Tietê, O Filme), revista periódica com histórias mais longas e
um projeto para um longa-metragem de desenho animado.
Nesta produção estão presentes piratas que saíram do mar e ancoraram
em pleno rio Tietê, passando assim a aterrorizar a capital paulista com saques,
assassinatos e todo tipo de desordem. Sob o comandado do Capitão e seu
contramestre Jack, eles são a personificação da sátira e da crítica à ordem
estabelecida, aceita por toda a sociedade sem nenhuma contestação. A forma
como o autor faz essa representação pode parecer, muitas vezes, grosseira,
mas deve ser entendida sob o ponto de vista de alguém que passou pela
repressão e, como forma de enfrentamento, usa o humor negro de forma
irreverente.
Então, quais elementos podem ser retirados destas obras?
Para um público mais maduro, acreditamos que seja a relação do
homem com a ordem social e os possíveis meios de enfrentamento na
37
16
Ver imagem V nos anexos de imagens.
38
17
Ver imagem VI nos anexos de imagens.
18
Conforme episódio narrado no livro de Daniel, capítulo 6, no Antigo Testamento, o profeta Daniel foi
sentenciado à morte pelo rei da Babilônia, Nabucodonosor, sendo trancado em uma caverna habitada por
leões, que deveriam devorá-lo, mas, de acordo com a narrativa, Daniel saiu ileso no dia seguinte. (BÍBLIA
DE JERUSALÉM, 2002, pág: 1373 a 1375).
39
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
FEIJÓ, Martin César. O que é herói. Coleção Primeiros Passos. São Paulo:
Brasiliense, 1984.
LA TAILLE, Yves de, OLIVEIRA, Marta Kohl de, DANTAS, Heloysa. Piaget,
Vygotsky, Wallon: Teorias Psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus,
1992.
SOUSA, Maurício de. Revista da Mônica. Nº 232. RJ, Ed. Globo, 2005.
46
WEBGRAFIA
ANEXOS
2) Imagens 48
48
19
Ver imagem VII nos anexos de imagens.
20
Ver imagem VIII nos anexos de imagens.
49
2) Imagens
FIGURA I FIGURA II
FIGURA IV
FIGURA III
50
FIGURA V
FIGURA VI
FIGURA VII
(AUTO-RETRATO)
FIGURA VIII