GEOGRAFIA DA POPULAÇÃO JOÃO PAULO DOS SANTOS SILVA
Resumo: GEOGRAFIA DA POPULAÇÃO: ORIGENS E PERSPECTIVAS de
Romerito Valeriano da Silva e Duval Magalhães Fernandes A institucionalização dessa área como um campo específico da ciência geográfica só ocorreu a partir da década de 1950. Trewartha em 1953 afirmou que a grande foco da geografia da população é estudar a diferença de população entre áreas. Bailey em 2005 alega que a diferenciação da população de distintas áreas foi usada para realçar as especificidades populacionais e assim justificar as ambições coloniais e foram os interesses do estado que até certo ponto contribuíram para que a geografia da população fosse institucionalizada a partir da década de 1950. Com a segunda guerra Mundial e o desenrolar da guerra fria, colocaram a população no centro de preocupações mundiais. A geografia da população que se praticava baseava-se nos usos dos conceitos de espaço, ambiente e lugar como fundamento para interpretação dos fenômenos populacionais. Interessava os estudiosos verificar como as populações distribuirão e se relacionavam no espaço receber as influências da população no meio físico. Para Clark, a geografia da população é o estudo da variação espacial da distribuição, migração e crescimento populacional. Para Pryor, a geografia da população é análise e explicação dos fenômenos populacionais por meio do aspecto geográfico dos lugares e de suas variações ao longo do tempo no espaço. Para Zelinasky, a geografia da população é a ciência que estuda as maneiras pelas quais os elementos populacionais variam no interior dos lugares geográficos através do tempo e do espaço interagindo como numerosos fenômenos não demográficos. Para definir a geografia da população, Pacione separa em diferenças amplas e restritas. As diferenças amplas são aquelas que enfatizam a distribuição espacial da população com base em elementos de seu crescimento e características estruturais. Já as restritas abordam a variação da dinâmica populacional por meio de componentes migratórios em diferentes escalas com uma perspectiva espacial que desconsidera a distribuição populacional e as variáveis estruturais da população. A geografia da população se torna um campo da geografia na década de 1950 contudo sua consolidação ocorreu no momento em que os limites da disciplina de geografia já não estavam muito claros e eram influenciados pelas transformações sociais econômicas e teóricas das décadas de 80 e 90. A bipolaridade provocou um pluralismo de ideias. O pluralismo passou a ser a palavra que marcaria a geografia da população, a geografia da população como se conhecia até então não existia mais, deixava de ser uma gaveta fechada para se abrir as necessidades e potencialidades da sociedade contemporânea. Para alguns autores isso fortaleceu a geografia da população.